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MM

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GR:. OR:. NAC:. GL:. DO OC:. DO BRASIL NO ACRE

MARCHA E TELHAMENTO DO TERCEIRO GRAU


DO “RITO DE YORK DO BRASIL”

O Como MM.: encontro-me entre CCol:. Com os pés juntos, o e.: voltado para o
NE e o d.: para o SE, e os Bb.: caídos ao longo do corpo, cumprimento o Pavilhão
Nacional com uma leve inclinação de cabeça.

Dou o p.: p.: r.: na FM.: e cumprimento a Oficina com o sn.: de Apr:.; Dou o s.:
p.: r.: na FM.: e com o sn.: de Comp.:, cumprimento novamente a Of.: e dou o t.: p.: r.:
na FM.: e faço o sn.: de H.:, sn.: de S.: e sn.: P.:, também em cumprimento da Oficina.

Avanço com o pé e.: pelo lado N.: da Loj.: até um ponto conveniente oposto à
sep.:, paro e me viro de frente para o S.:

Vou à cabeceira ou extremidade Oc.: da sep.: e me posiciono de frente para o


Or.: pés em esq.:, c.: com c.:, pé e.: indicando o Or.: e o d.: apontando o S.:

Executo o sn.: de H.:, o sn.: de S.: e sn.: P., iniciando com o p.: e.: , dou um
passo oblíquo à sep.: na direção NE, o pé e.: sendo colocado lado N da sep.:, a cerca de
um terço do comprimento deste, apontando para o N:. O passo é completado trazendo
o pé d.: ao p.: e.:, c.: com c.: na form.: de um esq.: e com o p.: d.: apontando para o
Or.:, Começando com o p.: d.:, dou um s.: p.: por sobre o sep.: na direção SE, o pé d.:
sendo colocado na lado S.: da sep.:, a uns dois terços do seu comprimento, e indicando
o S: Este passo é completado trazendo o p.: e.: até o p.: d.:, c.: com c.:, na forma de um
esq.:, p.: e.: apontado para o Or.: Começando com o p.: e.: dou um t.: ps.: até o pé ou
extremidade oriental do sep.:, o p.: e.: indicando o Or.: o ps.: é completado trazendo o
p.: d.: ao e.:, c.: com c.: na form.: de um esq.: e o p.: d.: apontando para S.: Começando
com o p.: e.:, dou q-tr- passos na devida direção do Or.:, terminando em frente do Ped.
do VM.:, com os pés, c.: com c.:, na form.: de um esq.:, o p.: e.: indicando o NE e o p.:
d.: apontando para o SE e corta-se o sn.: P.: e faz-se o sn.: de Afl.: e S.: o G.: ou Real
Sn.: Retorna-se a posição de ordem e faz-se as saudações ao VM.: 1º e 2º Vgs.: e
aguarda à ordem para ser telhado ou tomar o seu assento.

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P: Dai-me o t.: p.: r.: na FM.:
R: O ps.: é dado

P: O que é isto?
R: O t.: p.: r.: na FM.:

P: O que exige ele?


R: Um sn.: P.:

P: Como é dado o Sn.: P.:?


R: Com o pol.: est.: na for.: de um esq.:, pux-nd- a m.: em l.: r.: atr.: d.: v.:, c.:
q.: c.:, o pol.: toc-nd- o umb.: e, na alt.: do quadr.: d.:, d-x-nd-a c.:

P: Dai-me o Sn.: P.:


R: O Sn.: é dado

P: O que significa esse Sn.:?


R: O compromisso do meu JM.:, significando que como homem honrado, um
MM.: preferirá ser div.: em dois a ind.: revelar os Sseg.: a ele confiados

P: Qual é o significado desse sn.: P.: na integra?


R: O de ter o corpo div.: em d.: as visc.: queim.: até as c-nz-s e estas
espalhadas sobre os c.: oc--n-s da t.: e lev.: pelos q.: v.: c.: dos c-----s, de modo
que nenhum vestígio ou lembrança de um tão vil infeliz possa, por mais tempo,
ser encontrado entre homens, particularmente Maçons.

P: O que exige esse sinal?


R: Um “T”

P: Daí-me esse “T” e a “P”


R: o “T” e a Pal.: são dados nos c.: p.: d.: f.:

P: O que significa essa palavra?


R: A m.: do c-rp-; o c-rp- está m.:

P: Dai-me o G.: ou R.: S.:


R: Faz-se o sn.: de A.: e E.:

P: O que o Irm.: deseja?


R:Um Lugar entre vós.

VM: Este é vos concedido livremente.

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P. Sois MM.:?
R. A A.: M.: é C.:

P. Que idade tendes?


R. Tenho ..... anos.

P. Quais os Iinst.: de trabalho de um MM:.?


R. O Cord.: o Lap.: e o C.:

P. Quais os ornamentos de uma Loj.: de MM.:?


R. O Pórtico, a trapeira e o Pavimento Quadrangular.

P. Como MM.: de onde vindes?


R. Do Or.:

P. Para onde dirigis os vossos passos ?


R. Para o Oc.:

P. Por que deixais o Or.: indo para o Oc.:?


R. Para buscar o que foi perdido e que por vossa instrução e o nosso próprio
esforço esperamos encontrar.

P. O que foi que se perdeu.:?


R. Os genuínos Sseg.: de um MM.:

P. Como se tornaram perdidos?


R. Pela prematura morte de nosso Mestre H.: A.:

P. Por quais instrumentos de trabalho foi assassinado nosso Mestre H.: A.:?
R. Pelo Pr.:, pelo N.: e pelo m-lh-.

P. Quem foram os assassinos de nosso M.: H.: A.:?


R. J.:, J.: e J.

P. Onde estava sepultado nosso Mestre H.: A.:?


R. Em local próximo a um arbusto e muito indecentemente enterrado.

P. Antes de comunicar o local da s.: ao R.: S.: marcastes o terreno? Com que?
R. Sim VM.:, com um ramo verde A.:

P. Como o retirastes da s.:?


R. Pelo t.: de Apr.:

P. Conseguistes?
R. Resvalou, VM.:.

P. Tentastes novamente.:”?
R. Sim, VM.: com o t.: de Comp.:

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P. Conseguistes?
R. Resvalou igualmente, VM.:

P. O que fizestes em seguida?


R. Levantei nosso Mestre H.: A.: nos C.: P.: D.: F.:

P. Onde determinou o R.: S.: que fosse sepultado o nosso Mestre H.: H.:?
R. Próximo ao Sanctum Sanctorum no Templo de Jerusalém a partir do centro,
três pés ao Or.: e três pé4s ao Oc.: três pés entre o N.: e o S.: e cinco pés ou mais
na perpendicular.

P. Por que não no Sanctum Sanctorum?


R. Por ser considerado local sagrado e nada impuro ser permitido ali entrar, com
exceção do Sumo Sacerdote, após muitas abluções e purificações no grande dia
da expiação dos pecados, pois toda carne era considerada imunda.

P. Quem foi designado para cuidar do funeral do Mestre H.: A.:?


R. Os quinze leais Comp.: que foram designados para a busca de seu c.:
devidamente trajados de aventais e luvas brancas como emblema de suas
inocências.

P. Quais os emblemas da morte de nosso Mestre H.: A.:?


R. O c- -x--, o cr-n—e os – ss – s cr – z - d – s

P. Quando um MM.: ressuscita de uma m---e figurada outro irm.:, o que diz ao
segurar a sua m.:?
R. Saúdo vos com o Irm.:

P. P.: a p.:?
R. Eu vos auxiliarei em todos os vossos louváveis empreendimentos.

P. J.: a j.:?
R. A postura de minhas súplicas diárias me lembrará vossas necessidades.

P. Pt:. a Pt.:?
R. Vossos segredos lícitos, quando a mim confiados como tais, os guardarei como
meus próprios.

P. M - - s s.: as cc.:?
R. Defenderei vosso caráter tanto em vossa ausência como em vossa presença..

P. De que consiste os Ssn.: de MM.:?


R. De Ssn.:, Tt.: e Ppal.:

P. Quais são os Ssn.: de MM.:?


R. Sn.: de H.:, Sn.: de S.: e Sn.: P.:

P. Quais são os cinco Ssn.: de MM.: correspondentes aos c.: p.: d.: f.:?
R. Sn.: de H.:, Sn.: de S.:, Sn.: P.:, Sn.: de Afl.: e Sn.: de A.: e Exult-ç-o.

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P. Dai-me os cinco Ssn.: de MM.: correspondentes aos c.: p.: d.: f.:.
R. Os Ssn:. São demonstrados.

P. Como é dado o sn.: de H.:?


R. É dado do de Comp.:, deixando cair a m.: e.: na pos.: estendida a outra, c.: a
cab.: inc.: à d.: como se tomado de H.: por alguma terr.: e afl.: v.:*

P. Dai-me o Sn. De H.:


R. O sn:. é dado.:

P. Quando teve ele sua origem?


R. No momento em que os nossos Irm.: ficaram horrorizados com a pavorosa e
aflitiva v.: de nosso Mestre H.: A.: na s.:

P. Como é dado o Sn.: de S.:?


R. É dado por inclinar a cab.: para fr.: e toc.: t.: com a m.: d.:

P. Dai-me o Sn.: de S.:


R. O sn.: é dado.

P. Quando teve ele sua origem?


R. No momento em que nossos Iirm.: examinaram a horrível f.: ainda visível na t.:
de nosso Mestre H.: A.:

P. Como é dado o Sn.: de Afl.: e S.:?


R. É dado passando a m.: d.: através da t.: e baixando-a por c.: da s.; e na form.:
d.: um esq.:

P. Daí-me o Sn.: de Afl.: e S.:


R. O Sn.: é dado.

P. Quando teve ele sua origem?


R. No momento em que nosso Mestre H.: A.: caminhava da entrada N.: para a do
L.: do Templo, quando sua agonia era tão grande que o suor acumulava-se em
grandes gotas em sua t.: como um alívio momentâneo aos seus sofrimentos.

P. Como é dado o Sn.: de A.: e E.:?


R. É dado levantando as ms.:, com as plms.: estendidas para os c—s e baixando-
as simultaneamente e batendo nas c-x-s.

P. Dai-me o Sn.: de A.: e E.:


R. O Sn.: é dado.

P. Quando teve ele sua origem?


R. Na ocasião em que o Templo foi completado e o R.: S.: com os príncipes de sua
casa foram vê-lo, ficando impressionados com a sua magnificência que, num
movimento simultâneo exclamaram! Oh, MAÇONS MARAVILHOSOS!

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P. Como é dado o Sn.: de Afl.: e S.:no Brasil?:
R. Entrelaçando-se as ms.:, elevando-as ac.: da cab.: e, com as cs.: ms.:, toca na
t.:, exclamando: “vinde a mim – corta o sn.: - oh v.: f.: da v.:”, na suposição de que
todos os MMs.: são Iirm.: de H.: A.:, que era filho de uma viúva.

P. Fostes elevado? Em que?


R. Fui, no c.: p.: d.: f.:

P. Como obtivestes admissão?


R. Pelas Bbat. de Comp.:

P. Em que fostes admitido?


R.:Em ambas as pts.: do C.: apresentadas a ambos os pts. .

P. Na vossa admissão à Loj.: observastes alguma coisa diferente de sua usual


aparência?
R. Sim, tudo eram Ttr.:, salvo uma tênue luz no Or.:

P. A que aludem essas Ttr:.?


R. Ás Ttr.: da Maç.:.

P. Onde fostes elevado ao sublime Gr.: de MM.:?


R. Em uma Loj.: de MM.:

P. Como fostes elevado?


R. Passando por um prévio exame em Loj.: a.: e sendo confiado com uma prova de
merecimento que conduz a este Gr.:

P. Para onde fostes conduzido?


R. Para uma sala conveniente, contígua à Loj.; de MM.:, a fim de ser preparado.

P. Como fostes preparado?


R.Tendo ambos os brs.:, ambos os pts, e ambos os Jj.: despidos e ambos os ps.:
calçados com ch-n-l-s.

P. De onde e para onde fostes elevado?


P. Do E.: ao C.: ou de uma horizontal (sn.: de Comp.:) para uma vigorosa
perpendicular (Sn.: de H.:).

P. O que vos habilitou a ser elevado ao sublime Gr.: de MM?


R. A proteção de Deus, o auxílio unido do E.: e C.; e a vantagem de uma P.: de P.:

P. Dai-me essa Pal.: de P.:


R. “T”.........

P. Quem foi “T”?


R. O pr.: art.: em mts.

P. Qual o significado da Pal.: “T”?


R. P- - - - - d – r dos m - - - d – s.

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LENDA TRADICIONAL DO TERCEIRO GRAU OU GRAU DE MESTRE
CONSTRUTOR

VM - Paramos na parte de nossa história tradicional que narra a morte de nosso


Mestre H. A.. Uma perda tão importante como a do principal arquiteto não podia deixar
de ser geral e seriamente sentida. A falta das plantas e projetos que tinham até o
momento sido regularmente fornecidos às diferentes classes de trabalhadores foi o
primeiro indicio de que alguma grave calamidade tinha acontecido ao nosso Mestre.
Os Menatschin, ou Prefeitos, ou mais familiarmente falando, os Supervisores,
delegaram alguns dos mais eminentes dentre eles para informar ao R. S. sobre a total
confusão em que a ausência de H. os havia lançado e, para exprimir a apreensão de
que a alguma catástrofe fatal devia ser atribuído seu súbito e misterioso
desaparecimento. Imediatamente o R. S. determinou uma inspeção geral dos
trabalhadores por todos os diferentes departamentos, quando três da mesma classe
de supervisores não foram encontrados. No mesmo dia, os doze trabalhadores que
originalmente tinham se juntado na conspiração, vieram ante o rei e fizeram uma
voluntaria confissão de tudo que sabiam ao tempo da retirada deles do número dos
conspiradores. Isto, naturalmente, aumentou os temores do R. S. quanto a segurança
de seu principal artista. Daí, selecionou ele quinze Comps. Dignos de confiança,
ordenou-lhes empreendessem diligente busca da pessoa de nosso Mestre, para
certificar se ainda estava vivo ou tinha sofrido morte na tentativa de extorquirem dele
os segredos de seu elevado grau.

Desse modo, tendo sido fixado um determinado dia para o regresso a Jerusalém, eles
se formaram em três Lojas de Comps. Do Oficio e partiram das três entradas do
Templo. Muitos dias foram despendidos em infrutífera pesquisa; na verdade, um grupo
retornou sem ter feito qualquer descoberta de importância. Um segundo grupo,
contudo, foi mais feliz, pois, ao anoitecer de um certo dia, após terem sofrido as
maiores privações e fadigas pessoais, um dos irmãos que tinha se reclinado para
descansar, para ajudar a se erguer, agarrou-se a um arbusto que crescia perto e que,
para sua surpresa, desprendeu-se facilmente do solo. Em um exame mais cuidadoso,
verificou que a terra havia sido recentemente escavada. Por isso, fez sinal a seus
companheiros e, com os esforços unidos, reabriram o terreno e ali encontraram o c. de
nosso Mestre muito indecentemente enterrado. Eles o cobriram outra vez com todo
respeito e reverência e, para distinguir o lugar fincaram um ramo de acácia na cabeça
da sepultura.

Apressaram-se então para Jerusalém a fim de comunicarem a aflitiva noticia ao R. S.


Este, quando as primeiras emoções de sua dor se abrandaram, determinou-lhes que
voltassem e erigissem para nosso Mestre uma sepultura digna de sua posição e
elevados talentos, informando-lhes, ao mesmo tempo que, por sua intempestiva morte,
os segredos de um MC estavam perdidos, Por isso, recomendou-lhes que fossem
particularmente cuidadosos em observar qualquer Sn. T. ou pal. casual que pudesse
ocorrer enquanto prestassem este último e triste tributo de respeito ao mérito
desaparecido.

Eles realizaram sua missão com a máxima fidelidade e, na reabertura do solo, um dos
irmãos, olhando ao redor, - levanta-se, sem P. - - observou alguns de seus
companheiros nesta posição – faz o Sn. De H., PD observa se o Cand. Copia -,

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horrorizado com a pavorosa e aflitiva visão – baixa o Sn -, enquanto outros,
examinando a horrível f. ainda visível em sua t., bateram em suas próprias – faz o Sn
de S., PD verifica se o candidato copia – em sinal de simpatia pelos seus sofrimentos
– baixa o Sn. E senta-se. Dois dos irmãos desceram então à sep. E se esforçaram em
levantá-lo pelo T. de Ap., que revelou-se e, fracasso. Experimentaram, então, o de
Comp. De Oficio que, igualmente, resultou em deslize. Tendo ambos falhando em
suas tentativas, um Irmão zeloso e experiente agarrou-o com mais energia e firmeza,
com toda a força da m.e., com ajuda deles, ergueu-o nos c. p. d. f. enquanto outros,
mais animados exclamaram ... ou ..., tendo ambas as palavras uma significação quase
idêntica, uma significando a m. do c-rp-, a outra o c-rp- está m. O R. S., pois, ordenou
que aqueles Sns. T. e Pal. casuais deveriam designar todos os MMs por todo o
universo até que o tempo e as circunstancias restituíssem os genuínos. Resta
somente explicar o que aconteceu com o terceiro grupo, que havia desenvolvido suas
investigações na direção de Jopa e já preparavam seu retorno a Jerusalém quando,
acidentalmente, passando pela entrada de uma caverna, ouviram sons de profunda
lamentação e remorso. Penetrando na caverna para se certificarem da causa,
encontraram três homens correspondendo a descrição dos desaparecidos que, ao
serem acusados do assassinato e, vendo cortada toda chance de escapar, fizeram
completa confissão de sua culpa. Foram, então, amarrados e conduzidos a Jerusalém,
onde o R. S. sentenciou à morte, que a infâmia de seu crime tão amplamente merecia.

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PMI ou CAP – passa a T de Del. E o lápis ao VM

VM – com o lápis indica os vários itens na T. de Del. à medida que os menciona – Foi
determinado que nosso M. fosse novamente enterrado tão próximo do Sanctum
Sanctorum como o permitia a Lei Israelita – ali, em uma sepultura, a partir do centro,
três pés ao Or. E três pés ao Oc., três pés entre N. e S. e cinco pés ou mais na
perpendicular. Ele não foi sepultado no Sanctum Sanctorum porque nada comum ou
impuro era permitido entrar ali, nem mesmo o Sumo Sacerdote senão uma vez no ano,
assim mesmo só depois de muitas abluções e purificações no grande dia de expiação
dos pecados, pois, segundo a lei israelita, toda carne era considerada imunda. Os
mesmos quinze leais Comps. do Oficio receberam ordem para comparecerem ao
funeral, trajados com aventais e luvas brancas como emblemas de sua inocência.

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O SIGNIFICADO ESOTÉRICO DA LENDA HIRAMICA

Segundo o mestre historiador Rizzardo da Caminho, em sua obra “Catecismo


Maçônico”, que recomendo, absorvemos os seguintes ensinamentos sobre o tema em
questão: “A busca da Palavra Perdida criou a Liturgia; os Maçons veem no ato o seu
Grande Trabalho”. O primeiro passo que é dado diz respeito à meditação profunda que
o Rito orienta, e que o Grau de Mestre se fixa nos Cinco Pontos.
Adentrando na alegoria da lenda iremos nos encontrar em plena função, em
uma Câmara do Meio onde se desenvolve, no luto e na consternação, o trabalho
maçônico, consequências do assassinato de Hiram; a história cede lugar ao
simbolismo.
No Rito, Hiram se identifica como sendo o Mestre Perfeito, e na lenda ele
personifica a própria Tradição Maçônica. Nos três Companheiros trucidadores vemos
o tríplice flagelo da ignorância, do fanatismo e da ambição. A Lenda restringe a três o
número dos malfeitores; não devemos, porém, ignorar que cada um deles personifica
um “estado de espírito”, muito presente em nossos dias.
A Tradição Maçônica encontra-se em constante perigo, porque, se justiçados
os três maus Companheiros, desaparecem, apenas, seus sentidos materialistas, mas
os efeitos perduram. Sabemos que em cada um de nós há traços indeléveis desses
assassinos.
No conjunto sempre crescente de Maçons, há aqueles que não compreendem
que, da Iniciação, surgiram obrigações a cumprir.

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Maçons que tiveram as suas arestas atingidas e caídas do bloco, mas que,
“juntaram-nas” e as guardam como relíquias, não querem se desfazer desses
supérfluos. São os aproveitadores, os ambiciosos, os portadores dos mesmos defeitos
encontrados nos Companheiros Jubelos. São os caçadores de Graus.
Uma vez que não se tem mais fé na Tradição, essa desvanece e tem vida
transitória; é o braseiro cujas brasas estão cobertas e quando o sopro vital vem.
Quando surge é tarde, porque só restam cinzas. A Maçonaria não morre, porque é
uma Instituição que tem o poder de resistir, porque o seu trabalho se dirige ao
aperfeiçoamento do homem; é um trabalho autorizado por Deus, e Ele o protege.
Os seus inimigos não se encontram fora da Instituição; os pequenos temporais
são previstos e a Instituição encontra o caminho da resistência e planifica a vitória;
mas as infiltrações, aquelas que trazem consigo os “vírus”, as “infecções”, os
“nocivos”, esses continuam sendo o espírito negativo dos maus Companheiros. A
Igreja, em tempos passados, desejou destruir a Maçonaria como fez com a Ordem dos
Templários. Havia um inimigo visível, muito diferente daqueles três maus
Companheiros.
Hoje, nas portas principais do Templo, estão os “terroristas” da Instituição,
prontos a golpear. A Maçonaria não faz mistério quanto ao perigo interno que ameaça
não só a si, mas a toda a Humanidade, porque os Jubelos trazem consigo o germe da
morte e da decomposição.
Os inimigos externos, talvez, possam obstaculizar ou paralisar as atividades
maçônicas, mas não matam. O inimigo interno atua como uma enfermidade: mina a
saúde e arrasta ao túmulo. Não devemos esquecer que os três Companheiros foram
bons Aprendizes, que colaboraram com eficiência na construção do Templo, que
estavam prestes a alcançar o mestrado!
Os Jubelos podem ser considerados inimigos impessoais, que não se dirigiram
exclusivamente contra Hiram, mas contra a Humanidade e que a finalidade da
Maçonaria é, justamente preservar essa Humanidade da qual todos fazemos parte.
Mas antes de dirigirmos os nossos olhares para fora da Instituição, cumpre sanear as
nossas próprias searas, combatendo a praga perigosa, curar a nós próprios, buscando
cada um encontrar dentro de si o mau Companheiro, para eliminá-lo.
Os germes proliferam, quando encontram ambiente propício, assim é, na
Maçonaria; quando surgem os períodos críticos, os maus Maçons proliferam; os
dirigentes, os Mestres cônscios de sua responsabilidade, devem prevenir, na fase
crítica, a tomada pelos germes do campo e, rapidamente, introduzir o medicamento
apropriado.
Essas crises periódicas coincidem com a crise social e econômica de um país;
assim, quando externamente aparecem os sintomas, fácil será planejar para que os
germes não ingressem no Templo. O trabalho maçônico seria de grande utilidade e
poderia influenciar nesses períodos críticos, se os Maçons fossem todos instruídos,
tolerantes, desinteressados; a influência moral, o exemplo, seriam fatores irresistíveis
para contornar a ação dos maus. Embora os assassinos de Hiram tenham surgido de
dentro da Instituição, sem dúvida, receberam a influência negativa de seu meio
ambiente externo.
Não basta uma ação higiênica, mas sim uma profilaxia enérgica, constante e
sempre presente para que haja uma real e necessária “imunização”. Sim, o Maçom
deveria estar imune às crises periódicas. Os assassinos de Hiram foram três, porém
esse número é simbólico, pois, antes de terem sido eliminados, proliferaram junto
àqueles que lhes deram abrigo e proteção. Hoje são em número incontável. São os
que desconhecem a Maçonaria a quem criticam e censuram, invocando a necessidade
de uma “modernização” para ajustarem-se aos tempos modernos de tecnologia e
progresso social.
Em nome do progresso, procuram destruir tudo o que seja tradição; aplicam o
primeiro golpe com a Régua sobre o ombro de Hiram, paralisando seu braço direito e
impedindo-o de uma reação defensiva.

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É a “simplificação”, o intuito de “tirar uma pretensa monotonia” e de simplificar o
Ritual com atos de liturgia “desnecessária”. A conservação íntegra do Ritual é a
garantia da sobrevivência; perdida a tradição, torna-se presa fácil dos assassinos.
São os Maçons “donos da verdade” que obstaculizam aqueles que não seguem
a sua vontade; são os infalíveis e criadores de dogmas sem poderem apresentar a
origem de suas ideias, fruto de intolerância. Os maus nem sempre são os piores!
Podem ser os ex-dirigentes que, vencidos em um pleito, para se manterem
perpetuamente, no poder, transformam-se em desagregadores. São os que dão o
segundo golpe em Hiram, agora com o Esquadro e sobre o coração. Golpeado com a
Régua e com o Esquadro, evidentemente, Hiram vacila, cambaleia, enfraquece e se
torna presa fácil.
Assim débil, quem aplicará o golpe final será um membro dos mais modestos,
que sozinho não teria capacidade de destruição. É o golpe mortal. Vemos, então, uma
Loja Abater Colunas, exigindo grande esforço para reerguê-las. Frequentemente,
apesar de não ser regra geral, os maus juntam-se e fundam uma nova Loja!
Aparentemente, o trabalho é elogiado, mas ninguém se dá conta de que é obra
de dissensão, dissidência, e quem sofre é a própria Instituição. Ao invés de uma Loja
pujante, surgem várias cambaleantes e inexpressivas; fáceis, porém, de serem
tomadas de assalto por aqueles que foram os inspiradores, permanecendo ocultos,
mas ativos.
A Maçonaria, nas mãos desses, é desviada de seus elevados fins; Hiram
morre; a tradição se apaga; a Palavra está perdida; o maçonismo perece. O seu
cadáver putrifica-se. Os verdadeiros discípulos choram, se reúnem, providenciam as
exéquias, descobrem os assassinos, punem-nos e por serem verdadeiros iniciados, os
verdadeiros operários, buscam a ressurreição de Hiram, e, rejuvenescidos, reiniciam o
trabalho.
Para a ressurreição, se faz necessário reconstruir a tradição; juntar os
membros dispersos do cadáver para a recomposição. A iniciação é reexaminada em
todos os seus aspectos e é adequada aos tempos atuais, à personalidade dos
remanescentes e dos novos; retiram-se dela os vícios e as falhas; a substância da
regeneração é alimentada; evolui, fermenta e cresce com toda a pureza da matriz.
Eis o porquê das viagens dos Maçons remanescentes, para todas as direções,
com a finalidade de encontrar os restos de Hiram.
A dificuldade inicial encontra oposição na busca, porque o primeiro túmulo que
os assassinos, provisoriamente, criaram foi sob os escombros da construção; sob os
materiais imprestáveis, onde ninguém suspeitaria que pudessem abrigar o Mestre.
Esse primeiro túmulo não é descoberto e os próprios assassinos exumam o
cadáver e na calada da noite o conduzem para a alta montanha; cavam uma nova
cova profunda; despem Hiram e o soterram entregando o pó ao pó, a terra a terra e as
cinzas as cinzas. Marcam o local com um ramo de Acácia.
É a primeira manifestação do arrependimento tardio. A homenagem à sua
indefesa Vítima. Escolhem uma planta que não apodrece, cuja resina conservará o
lenho, num confronto com a matéria que se putrefará. É o dualismo e o resultado das
lições que o próprio Mestre lhes havia ministrado.
E são os assassinos que transformam a Acácia em um símbolo, numa
comprovação de que do mal pode surgir o bem; as raízes eram boas, mas a
insatisfação, a pressa, a ambição sufocam a bondade. A lenda apresenta um fato
curioso: não há lugar para o perdão aos assassinos! É uma situação muito triste, mas
real. Mais tarde, o Nazareno, já crucificado, diria contra os seus algozes: “Pai, perdoa-
lhes, porque não sabem o que fazem”.
Mas os assassinos tinham sido iniciados; tinham passado pelo Aprendizado,
conheciam a Régua das 24 Polegadas e o Esquadro; não podiam repudiar o convívio
com os Irmãos. O castigo, embora escolhido por eles próprios, foi incisivo; a Justiça de
Salomão era diferente de justiça do Cristo.

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O Rito Escocês Antigo e Aceito comporta as duas Justiças: a Salomônica e a
Cristã. Como devemos agir com os assassinos? Esses que ressurgem como as
cabeças da mitológica Hidra? Ao ser colocado o ramo de Acácia, os assassinos
quiseram simbolizar que Hiram jamais morreria. O cadáver é encontrado, recomposto
e conduzido, novamente, ao Templo para ser, carinhosamente, colocado em um local
sagrado; não mais sob os escombros, mas em local de honra e glória.
Embora essa glória não tenha sido permanente; eis que Nabucodonosor
destrói o Templo, não deixando pedra sobre pedra. Mas... Hiram ressuscita; apenas
seu corpo putrefato foi deposto. Porém, Hiram não ressuscita por si só; não responde
ao primeiro chamado feito à vitalidade que poderia ter conservado, a força que “Boaz”
simboliza. Em vão tenta-se acordá-lo com o estímulo de um ardor amoroso, “Jaquim”.
A sua vida anterior não revive; é preciso dar-lhe um novo alento: o sopro do
ideal que provém da Iniciação. É o símbolo da “Cadeia Regeneradora”; aqueles que a
formam não ficam apenas na contemplação; reúnem forças, amor e com os mais
fervorosos ideais espargem energia psíquica, espiritual e física que reanimam o
cadáver, que é erguido e se liga aos cinco pontos do Mestrado. É o resultado do culto
do trabalho, dos esforços, da reciprocidade, enfim, da fraternidade.
Nem todos, porém, podem unir-se ao cadáver pelos cinco pontos; um só é
destinado àquela missão; é um trabalho de um só, mas sob os fluidos de todos; é a
soma das forças. O escolhido é o sábio Mestre remanescente. Mas, a Palavra
continua perdida e urge encontrar uma substituta e essa é composta, tornando-se um
grande símbolo. “A carne se desprende dos ossos”. Não há a compressão das células;
cessou a força centrípeta.
Os ossos, por sua composição química, são imputrescíveis; o cálcio é um
mineral que se eterniza; a carne é volátil; é o espírito que se afasta da matéria, e a
única forma de reuni-los é usar a Palavra Sagrada; se a original se perdeu, uma nova
surge. Sempre surge um novo meio quando houver a necessidade de uma união!
O segredo de tudo (maçônico) é, sempre, buscar e encontrar um meio de unir,
pois, para a desunião, sobram meios! A Palavra Perdida, ao final, será encontrada; o
Rito é sábio e dá a Palavra Perdida como prêmio àqueles que perseveram até o fim. A
ressurreição é um mito antigo; vamos encontrá-lo nos mistérios Védicos, quando o Ser
Supremo imola a si mesmo para produzir tudo o que existe; vamos encontrá-lo em
Hermes, em Orfeu, em Osíris e, finalmente, em Cristo.
O renascimento é produzido ao ar livre; nos lugares mais elevados, em contato
com a Natureza, porém, é consagrado em Templo.
Nós somos Túmulo e Templo. Hiram apodrece em nós e ressurge em nós.
Dentro de nosso Templo Espiritual, temos, maçonicamente, a presença permanente
de Hiram. Espiritualmente, temos o Cristo em nós. Somos, sempre, uma “morada”. A
diferença do conteúdo está no continente: ou temos Hiram dentro de nós, no Túmulo,
ou dentro de nós, no Templo.

É preferível tê-lo no Templo!


Os Maçons que não se instruem o têm no Túmulo.
E cada vez mais apodrecido!
Isso reflete em seu comportamento.
Há uma simbiose de Maçonaria e Igreja.
Socialmente temos, como cristãos, em nosso Templo, o Cristo, com as conseqüências
litúrgicas religiosas.
Maçonicamente, temos Hiram em nosso Templo.
O Templo é suficientemente amplo para conter os dois símbolos, compatível isso, com
o dualismo das coisas.
Como Igreja, aspiramos ao Reino de Deus na Terra; como Maçonaria, à Fraternidade
Universal.
Ambos, com sólido fundamento: o Amor fraterno!
Esse amor, felizmente, perdura!”.

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