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F E L E C X C S A

D A

A D O N H I R A M I T A .

RIO DE.JANEIRO,

NA T Y P O G R A P H I A AUSTRAL

-ffECO DOS QUARTÉIS N.° 21.

1856.
P R E C I O S A

D A

A B O M M I B Ã M I T Â

QUARTO GRÁO.

m í d i a s ipimraitfi©»

RIO DE JANEIRO,

NA TYPOGRAPHIA AUSTRAL

BECO DOS Q U A R T É I S N.°

1836.
COLLECÇÃO PRECIOSA

DA

MAÇONERIA ADONHIRAMITA.

QUAUTO GIUO.

MESTRE PERFEITO.

Officiaes Dignitários. — Insígnias. —- Decoração


da Salla. — Abertura da Loja.

Os oíficiacs dignitários nesla loja sao ainda


0* mesmos que nos precedentes: mas o Mestre
no tlirono tem o tratamento de Sapientissimo.
As insígnias deste txráo síío as luvas de pelle
b r a n c a , avental do m e s m o , mas orlado de ver-
d e , e com maior dei oração que o cie Mestre,
ao pescoço liuma fila verde de que pende h u m
triangulo equilátero, com hum c i r c u l o no meio
da area.
A decoraçao da Loja lie a mesma que a do
Gráo de Mestre, com a diíFerença de q u e , além
do tumulo, haverá no meio da loja huma grande
pedra c u b i c a , e sobre ella quatro c í r c u l o s , e
quatro quadrados.
Á loja abre-se deste modo, Sentado o S«-
1s4 QUARTO GltAO.

pientissimo no Oriente bale quatro pancadas em


distancias iguaes: e os Vigilantes lhe respondem
com o m e s m o :
P. Venerável Irmão Primeiro Vigilante ten-
des vós satisfeito ao vosso primeiro dever?
R. (O Vigilante depois de examinar a porta
responde). Sim, Sapientissimo, estamos co-
bertos.
P. Venerável Segundo Vigilante; quem sois
vós?
R. Sapientissimo: eu sou M e s t r e , e conheço
o grande Jehova.
P. Venerável Primeiro Vigilante; que que-
reis vós ?
R . Penetrar no Sanctuario do T e m p l o para
receber o premio devido á perfeição.
P. Venerável Segundo V i g i l a n t e , que horas
são ?
R . Iluma hora.
P . Venerável Primeiro Vigilante; que idade
tendes vós?
R. Hum anno.
Sapientissimo. E m virtude da hora e da ida-
de adverti aos nossos Veneráveis Mestres, que
nós vamos abrir a loja de Mestre P e r f e i t o , e
começar os nossos trabalhos na forma do cos-
tume.
Primeiro Vigilante. Veneráveis Mestres da
MESTRE PERFEITO. 5
parte do Meio-dia: eu vos advirto da parte do
Sapientissimo, que nós vamos abrir a loja de
Mestre P e r f e i t o , e começar os nossos trabalhos
na forma do costume.
Segundo Vegilante. Veneráveis Mestres da
parte do N o r t e , & c . (e conclue) está advertido.
Primeiro Vigilante. Sapientissimo, está ad-
vertido.
Sapientissimo. À mim m e u s irmãos.
O Sapientissimo faz o signal do grão e Ioda
a assembled bate com elle os applausos do grão
e acclama.
Sapientissimo. Irmão Venerável Primeiro Vi-
gilante fazei saber ao C o b r i d o r , que a loja que
está aberta lie a de Mestre Perfeito.
Primeiro Vigilante. Venerável Irmão Segun-
do Vigilante fazei saber ao Cobridor que a l o j a
que está aberta lie a de Mestre Perfeito.
Segundo Vigilante. Venerável Irmão Exper-
to fazei saber ao Cobridor que a loja que está
aberta lie a de Mestre Perfeito.
O Experto abre a porta , adverte ao Irmão
Cobridor o que lhe he elido, e a torna logo a

R E C E P CaA Õ .

O Aspirante deve ser introduzido na loja com


huma corda ao p e s c o ç o ; e as costas voltadas
1s6 QUARTO GltAO.

para o Oriente. O Segundo Vigilante o colloca


no O c c i d e n t e , e então o Sapientissimo o inter-
roga sobre todos os gráos antecedentes, inci-
tando-o constantemente a dizer todas as palavras
de passe, e sagradas; porque lhe perguntar.
Mas ao mesmo tempo todos os irmãos devem
ter a espada nua na m ã o , e ameaçar com as
pontas ao Aspirante sempre que el!e pronun-
ciar as palavras sagradas, sem as formalidades
que se lhe ensinárao; e lhe tocaráõ com a ponta
da espada no corpo. Acabado isto o Sapientissi-
mo lhe estranhará a sua inronsequencia, em
haver proferido, sem a devida o r d e m , aquellas
palavras; porque fosse quem fosse o que lhas
perguntasse, em qualquer lugar, nunca deveria
faltar ás formalidades estabelecidas.
Esta lie a única experiencia que se faz neste
g r ã o , para sondar a discripção do Aspirante:
e feito isto o Primeiro Vigilante o conduz ao
tin o n o , niandando-lhe fazer successivamente a
marcha de A p r e n d i z , Companheiro, e Mestre:
e chegado ao t h r o n o , presta a obrigação se-
guinte.
OBRIGAÇAÕ.
Eu F . reitéro aqui todas as promessas que
f i z , nos meus gráos precedentes; e protesto de
ser fiel a eSlas, debaixo das penas, que tenho
reconhecido deverem-se infligir a todos o s falsos
MESTRE PERFEITO. 7

irmSos, e perjuros á Maçoneria. E para m o s -


trar o desejo que tenho de chegar á p e r f e i ç ã o ,
prometto mais, perante o Grande Architecto
do Universo, e em presença dos Maçons illus-
trados que m e o u v e m , de praticar em todo o
tempo, e com h u m i l d a d e , todas as virtudes
que as leis da Maçoneria me prescrevem, e que
devem caracterisar os membros da nossa Or-
d e m : sem o q u e , eu consinto de ser banido da
Sociedade dos h o m e n s , e de ser tratado como
hum fraco, indiano de conservar o t i t u l o , e
os direitos dc Franc-Maçon. Assim Deos me
ajude.

Acabado o acto de pre st ar-se obrigação, o


Primeiro Vigilante ensina ao Aspirante a mar-
cha de Mestre Perfeito, e o Sapientissimo dá-lhe
as palavras , signaes, e toques , e o decora com •
as insígnias do grão. Depois disso o Sapientissi-
tno procede á ins tracção.
8 QUARTO GRÃO»

CÀ THE CISMO
DE

MESTRE PERFEITO.

Pergunta. Quem sois v ó s ?


Resposta. Sapientissimo, eu sou Mestre, e
conheço o grande Jehova.
P. Que significa esta palavra?
R. O nome incominunicavel, que se inter-
preta immensidade. /<?, mostra o passado: ho,
o presente: v a , o futuro. Designa o que f o i !
h e , e será. Em fim he a palavra de Mestre que
nunca se perdeo.
P. Que quereis vós?
R. Penetrar no Sanctuario do T e m p l o , para
receber o premio devido á perfeição.
P. Como podeis vós ser digno deste favor?
R. Assegurando-vos que conheço o c i r c u l o ,
e sua quadratura.
P. Como chegasteis vós a esta perfeição?
R. Pelos tres gráos de Aprendiz , C o m p a -
nheiro , e Mestre.
P. De que maneira vos introduzirão na l o j a ?
R. Com a corda ao pescoço.
P. Porque?
R. Para nos ensinar que nos nso devemos
envergonhar das experiencias por onde nos obri-
gao a passar para nos fazerem perfeitos.
MESTRE PERFEITO. g

P. Qne havia no meio da loja?


R. Huma grande pedra cubica sobre que
estavão quatro círculos, e quatro quadrados.
P. Que representão os quatro círculos?
R. A existencia, a iminensidade, a omnipo-
t e n c a , e Unidade do Grande Architecto do
Universo.
P. Que representão os quatro quadrados?
R. As quatro partes do Mundo sobre as quaes
todas o Ente Supremo extende igualmente o
seu poder.
P. Porque porta entrasteis vós no Templo ?
K. Pela do Meio-dia.
P. Porque?
R. Para me ensinarem que só apartando-nos
do caminho do vulgar podemos chegar á per-
íeição. r

P. Que visteis vós junto á porta do Meio-dia?


R. O tumulo do nosso respeitável Mestre
Adonhiram.
P. Em fim, que prova certa me dareis vós
de que sois Mestre Perfeito ?
R. Huma incontestável, que he a palavra sa-
grada, os signaes, e os toques, que nos distin-
guem de todos os outros.
P. Qual he a palavra?
R. (A resposta lie dizer a palavra).
P' Que significa esta palavra ?
R
Io QUARTO GRAÔ.

R. O S e n h o r , em hebraico, hum dos nomes


de Deos.
P. Qual he a palavra de passe ?
R. (Diz-se a palavra).
P. Quantos signaes tendes vós?
R. Quatro. O primeiro, que he estender 3
mão sobre o E v a n g e l h o , symbolisa a segurança,
e estabilidade das nossas convenções : o segun-
do , sobre o peito, nos faz l e m b r a r , que deve-
mos sempre guardar os nossos segredos no
coração: o terceiro, em que se levanta a mão
direita aberta, denota, que devemos a j u d a r , e
soccorrer os nossos irmãos ; e o levantar ao
mesmo tempo os olhos ao C é o , que devemos
a d m i r a r , e respeitar os effeitos da Providencia:
o quarto, em que se mostra a terra c o m o index
explica que todo o mortal delia sahio, e para
ella deve voltar.
P. Quantos são os toques ?
R. Quatro.
P. Que significão?
R. O reconhecimento, a p a z , a a m i z a d e , e
a igualdade.
P. C o m que vos condecorárão depois de vos
ter confiado estes segredos?
R. Com huma fita verde.
P. Para que?
R, Para me demonstrar a esperança , que eu
MESTRB PRRFSITO.

devia ter de chegar a ser p e r f e i t o , praticando


todas as virtudes que me ensinárão.
P. Que idade tendes vós?
R. Hum anno para a b r i r , e sete para fechar.

ENCERRAMENTO DA LOJA.

Obtido o voto da maioridade dos irmãos para


fechar a l o j a ; o Sapientissimo b a t e , e he rçs^
pondido pelos dous Vigilantes da mesma forma.
Sapientissimo. Venerável Irmão Primeiro V i -
gilante; até que horas se trabalha na loja?
Primeiro Vigilante. Até ás sete h o r a s , Sa-
pientissimo.
Sapientissimo. Venerável Irmão Segundo V i -
gilante , que horas são?
Segundo Vigilante. Sete horas completas.
Sapientissimo. Venerável Irmão Primeiro Vi-
gilante que idade tendes vós.
Primeiro Vigilante. Sete annos completos.
Sapientissimo. E m virtude da hora e da idade,
adverti a todos os nossos Veneráveis Mestres,
que vamos a fechar a loja de Mestre P e r f e i t o , e
acabar os nossos trabalhos na forma do costume.
Primeiro Vigilante. Veneráveis Mestres da
parte do Meio-dia, eu vos advirto da parte do
Sapientissimo que nós vamos a fechar a loja d©
Mestre P e r f e i t o , e acabar os nossos trabalhos
na forma do costume.
1 s 14 Q U A R T O GltAO.

' Segundo Vigilante. Veneráveis Mestres dtt


parte do Norte eu vos advirto. & c . (e conclue)
Sapientissimo está advertido.
Primeiro Vigilante. Sapientissimo está ad-
vertido.
Sapientissimo* A mim m e o s irmãos.
O Sapientissimo e toda a assemblca faz o si-
gnal j, applausos, e acclamações do grão; depois
diz:
Sapientissimo. A loja está fechada.
Primeiro Vigilante, Veneráveis Irmãos a loja
está fechada.
Segundo Vigilante. Veneráveis Irmãos a loja
®gtá fechada.

/
FIM DO Q U A R T O GRA0,

RIO de JANEIRO i 8 3 6 . - k A TYF. AÜSTKÂL-,


BECO ÍÍUS QÜAfllElS ft. 21 =

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