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P R E C I O S A

D A

A D O N H I R A f l l I T A .

SEXTO GRAO.

iSasM^a masaíKo
Ov

RIO DE JANEIRO ,

NA TYPOGRAPHIA AUSTRAL

BECO DOS Q U A R T É I S IV,- „.

1836.
CQLLECÇAO PRECIOSA

DA

MAÇGNERIA ADONHIRAMITA.

SEXTO GBA.O.

SEGUNDO ELEITO,

ou

ELEITO DE PERICNAM.

Officiaes Dignitários. — Insígnias. — Decoração


da sala. — Abertura da Loja.

Nesta loja ha os officiaes dignitários do cos-


tume c o m o Vigilantes, Mestre de C e r e m o n i a s ,
e outros.
A s insígnias do gráo sao as mesmas do gráo
p r e c e d e n t e , c o m a difíerença que a fita da facha
deve ter dobrada l a r g u r a , que a do Primeiro
Eleito.
A decoração da sala he t a m b é m a mesma
do gráo p r e c e d e n t e , com a difíerença de ser
allumiada por vinte e sete l u z e s , dispostas de
n o v e , e m nove.
Para se abrir esta loja o Respeitabilissimo se
A
4 SEXTO 6ft AO-.

assenta no throno bate liuma grande p a n c a d a ,


e diz:
Respeitabilissimo. Irmão segundo Vigilante qual
he O vosso emprego ?
Segundo Vigilante. V e r se estamos cobertos
e seguros.
Respeitabilissimo. Dizei a b u m irmão Mestre
E l e i l o , que e x a m i n e , e nos informe se estamos
cobertos.
Executa-se a ovclem , e o Vigilante dá porte,
que tudo está conforme a regra. O Respeitabilis-
simo faz as seguintes perguntas, a íjue o Primeiro
Vigilante responde.
P. Venerável Primeiro V i g i l a n t e , sabeis na
qualidade de Eleito, outros mysterios que não
sejão os das letras N. N. M. ?
R. S i m , eit conheço a letra P.
P. Q u e significa esta letra?
R. He a inicial do nome do d e s c o n h e c i d o ,
que informou Salomão do retiro de A b i r a m , e
que se oííereceo para conduzir a esse lugar os
nove Mestres Eleitos.
P. A que horas se abre a loja doste gráo?
R. A entrada da noite, ou declinação do dia.
P. Q u e horas sao?
R, Está o dia acabado.
O Respeitabilissimo bate vinte e sete pancadas,
por três vezes nove; faz o signal do gráo e diz:
SEGUNDO ELEITO OU E L E I T O DE P.'..II

Rcspeitabilhsimo. V e n e r á v e l P r i m e i r o Vigilan-
te i lazei o vosso d e v e r , advertindo nas vossas
column a s , que a loja de S e g u n d o Eleito está
aberta.
O Vigilante e x e c u t a , e dá p a r t e , b a t e m - s e os
applausos, e a c e l a m a e õ e s do g r á o .
Respeita bilisshno. Veneráveis Primeiro e S e -
gundo Vigilantes, adverti ás vossas columnas,
q u e se algum Eleito tem que propor alguma
cousa o poderá fazer.
Executa-se Isto, e não havendo mais ncgocios
o Mestre de Ccremonias se levanta e diz:
Ha h u m Mestre Eleito do P r i m e i r o Gráo ,
que desejaria c o n h e c e r os m y s t e r i o s du S e g u n d o .
Respeitabilissimo. T e v e esse i r m ã o o e s c r u t í -
nio lavoravol na ultima assembléa? (llesponden*
dc-íhe o Secretario que sim, continua.) Irmão
Mestre de Cei emonias (azei-o introduzir na loja
c o m as formalidades do costume.

RECEPÇÃO.

Determinando o Respeitabilissimo ao Mestre


de C e r e m o n a s , q u e introduza o A s p i r a n t e , será
este c o n d u z i d o á l o j a , c o m todos os seus vesti-
d o s ; e a sua íita ou facha estreita de P r i m e i r o
E l e i t o ; e c o l o c a d o e n t r e os Vigilantes he e x a m i -
nado no c a t h e c i s m o , s i g n a e s , t o q u e s , e pala-
v r a s , de todos os gráos p r e c e d e n t e s , e a c a b a d o
IO
SEXTO GRAO.

isto o Respeitabilissimo lhe pergunta o que de-


s e j a , e elle deve responder, que deseja conhe-
cer o gráo de Segundo Eleito.
Respeitabilissimo. Meus irmãos, julgais vós que
o Candidato he «digno do gráo que p e r t e n d e ?
O Segundo Vigilante e o Mestre de Ceremonias
respondem, que sim; e o Aspirante he conduzido
a correr os quatro pontos car deães duas vezes;
isto he; sake do Occidente onde se acha, e sobe
ao Oriente peio Meio-dia; e torna a descer ao
Occidente peio mesmo caminho: aqui corre duas
vezes o Occidente de li urna parte para outra: faz
o mesmo no Oriente, e depois no Septentriõo e
volta a pôr-se em seu lugar, donde atravessa a loja
para ir prestar a sua obrigação., Esta ultima pas-
sagem faz nona viagem. He porem necessário com-
binar as viagens cie manor a, que a cada huma
delias se saade o throno,

OBRI(< A 0 AO,

Eu F . j u r o , e p r o m e t t o . pela minha palavra


de h o n r a , á (V de homem de b e m , em presença
do Grande Arrhitorto do Universo, e diante
desla Assembler de g u a r d a r , e o b s e r v a r os
mysterios do Secundo Gráo de E l e i t o , q u e se
me vão confiar; nao sómente a respeito dos
p r o í a n o s , mas ainda a respeito dos irmãos , que
estiverem nos grãos inferiores a este: tudo de-
SEGUNDO ELEITO OU E L E I T O DE P. '. . II

baixo das penas impostas na minha primeira obri-


gação : consentindo mais ter a lingua a r r a n c a d a ,
e passar por h u m infame , do que Deos me livre.
Assim Deos me a j u d e . A m e n .

DISCURSO

Que se eleve recitar ao novo Proseiyta.


Estais em fim chegado ao gráo de Segundo
E l e i t o , Venerável Mestre: a este gráo que ha
muito tempo devia lazer o objecto dos vossos
dezejos , e que o vosso zelo e os vossos trabalhos
vos alcançarão. Permetti que vos dê o parabém.
De boa vontade vos conferimos este gráo, e c o m
tanta maior satisfação, quanto he certo que este
favor vos fará digno de p o d e r e s , com a vossa
diligencia, penetrar os sublimes mysterios, que
nos restão para vos descubrir. Vós soubesteis
no primeiro gráo de E l e i t o , a sorte do pérfido
A b i r a m : o segundo vos instrue do funesto fim
dos outros dous malvados, R o m v e l , e G r a v e l o t ,
que depois de andarem errantes , por muito
tempo , de província e m p r o v í n c i a , supportan-
do e m toda a parte o mesmo peso dos remorsos
do seu c r i m e , perecerão miseravelmente. Justo
effeito da vingança Divina, que jámais deixa o
crime sem castigo. Toda a alegoria, que encerra
este novo gráo he mui fácil de desenvolver: vós
à achareis traçada no quadro desta l o j a , que
$ SEXTO GRÃO.

se vos oíFerece á vista, e c u j o objecto principal,


e mais tocante, que deve encher de horror e
espanto a todos os que coutinuão a trabalhar
no templo, serve de ensinar-lhes que todo o que
trahir seus irmãos, seus mestres , e seus amigos ,
merece igual sorte. Todos os mysterios deste
grão de Eleito tem huma relação m o r a l , c o m o
os dos outros gráos que já possuíeis. O signal
nos ensina quão grande deve ser a nossa dis-
cripçao no Paliar; e a pena devida aos indiscre-
tos. O signal de resposta nos indica o estado
de Itum homem surprendido e estupefacto, a
vista de hum acontecimento t o c a n t e , que a pro-
videncia lhe tem procurado para o tornar ao*
seus deveres, ou para o castigar. A palavra
Sagrada que pronunciamos indica a nossa r e s u
gnação à vontade do Ente S u p r e m o , e a satis-
f a ç ã o , que sentimos de ver punidos o crime»
e o criminoso. Ultimamente este g r á o , por mais
eminente que s e j a , não h e , para assim o d i z e r ,
senão hum preparatório para 0 terceiro gráo,
c u j a sublimidade elle annuncia, e cujos myste-
rios profundos algum dia conhecereis } se o vosso
z e l l o , a vossa discripçao, e as Outras vossas boas
qualidades não degenerarem.
SEGUNDO ELEITO OU ELEITO DE P. ' . . 9

CA T H E C I S M O
DK
SEGUNDO ELEITO
ou

ELEITO DE PE RIG NAM.

Pergunta. Conheceis vós outro Eleito que o


das letras N. N. M. ?
Resposta. Sim , eu conheço a letra P.
P. Q u e signifirn esta letra ?
R. He a inicial do nome do desconhecido,
que veio descobrir a Salomão o lugar do retiro
1 11' O v E l \J

cie A b i r a m .
P. Pronunciai o nome por inteiro?
R. P e r i g n a m : deste se tirou o nome do gráo.
P. C o m o vos introduzirão na loja?
R. P o r vinte e sete p a n c a d a s , batidas em
diílerentes tempos de nove em nove.
P. Q u e signifícão estas pancadas assim re-
petidas.
R. T r e s cousa»: primeira, que e u era h u m
dos nove eleitos, q o e fôrão em busca do assas-
s i n o , ou ao menos, que o desejava s e r : segun-
da os nove mestres que fôrão em procura do
cadaver do nosso amado mestre Adonhiram:
terceira, as pancadas que se baterão nas tres
portas, pelos tres falsos irmãos.
P- Q u e signifícão estas tres leiras R. C, \
estão nn quadro da loja?'i
I!
IO SEXTO GRAO.

R. O nome dos assassinos do mestre Àdon-


hiram.
P. Nomeai-os ?
R. R o m v e l , G r a v e l o t , Abiram.
P. Em que lugares se postárão estes miserá-
veis para perpetrar ò seu detestável crime?
R. R o m v e l , na porta do O c c i d e n t e , armado
com huma regoa. G r a v e l o t , na do N o r t e , ar-
mado com hum macete : e A b i r a m , na do
meio-dia, armado com h u m a alavanca. Este
foi o que o deitou por terra e o deixou morto.
P. Qual foi a sorte de R o m v e l , e Gravelot ?
O nosso primeiro eleito não nos instruio senão
a respeito da de Abiram.
R. Sa lomão descobrio, que elles tinhão mor-
rido desastradamente, no paiz de C a b u l o , para
onde se refugiarão.
P. Como foi que P e r i g n a m , este d e s c o n h e -
cido do primeiro g r á o , soube que se tinha re-
fugiado na c a v e r n a ?
R. Perignam trabalhava em huma mata junto
da c a v e r n a , e ouvio ladrar o seu c ã o ; olhou,
e vio entrar h u m homem espantado e fóra de
si. A curiosidade o levou a examinar quem el!e
era: e Abiram vendo-se d e s c o b e r t o , p o r este
desconhecido, se lhe lançou aos p é s , confiou-
lhe o seu segredo, rogando-lhe que o não des-
cobrisse a S a l o m ã o : beijou-lhe as maos para o
SEGUNDO ELEITO OU ELEITO DE P . ' . . II

internecer, e rogou-lhe que o soccorresse na


grande f o m e , que o devorava.
P. Porque fez o desconhecido esta delação a
Salomão.
R. Para satisfazer ao Edict®, que este sábio
Rei p r o m u l g o u , e obter a recompensa.
P. Quanto tempo sustentou Perignam a A b i -
r a m , antes que o delatasse a Salomão?
R. Sele dias inteiros.
P. P o rque teve esta tardança sem fazer a
delação ?
R. Porque não soube do Edirto do Rei senão
sete dias depois da d e s c o b e r t a , a tempo que
hia á Cidade buscar viveres para si., e para
A b i ram.
P . Qual he a palavra sagrada deste gráo.
R. (D iz-se a palavra),
P. Q u e significa?
R. Louvado seja D e o s , que o crime e o c r i -
minoso são punidos.
P . Qual he o signal deste g r á o ?
R . (A resposta, fie fazer o signal).
P. Q u a l ' h e a resposta a este signal?
R . (Faz-se o signal de resposta),
P. Donde tirais vós este signal?
R. Parte da minha obrigação: parte do es-
panto em que ficou Abiram, vendo-se desco-
berto.
IO SEXTO GRAO.

P. Qual he o vosso toque ?


R. (Explicate o toque).
P. A que se refere este t o q u e ?
R. A o b e i j o , que A b i r a m deo na mno de
Perign'am, para lo obrigar a calar-se.
P. Q u a l he a palavra de passe?
R . (Diz-se.) Esta palavra significa matador
ou assassino.
P. Q u e foi feito da cabeça deste infeliz?
R . Foi embalsamada, e Salomão a lez pregar
sobre huma lança, co n hum punhal em c i m a ,
eai aspa: e assim foi exposta no Septentrião do
templo; para mostrar , que o crime não fica
impune.
P. Que significão as nove voltas que fizestcis
na vossa viagem, antes de prestar a vos^a obri-
gação ?
R. Os nove dias que A b i r a m esteve occulto
na caverna.

ENCERRAMENTO PA LOJA.

Obtidos os votos para fechar a loja o Rcspci-


iabilissimo faz as se unites p - g u i t a s .
P. Conheceis vós em qualidade de Eleito ou-
tras letras, que não sejão as de N. N. M. ?
R. Sim , conheço a letra P.
P. A que horas se fecha a l o j a ?
sr.G' M ) O R LEITO or iMT.iro ]\>: P . ' . . IN

II. Áo i'Oiiipcr u,\ ;.;;va.


P. Que horas sao?
K. Vai a amanhecer.
O Respeitarei. Pois c ^ Ir1 Jk- c o« ko.^os
trabalhos estão a c a b a d o s . Yçperaveir irmãos
Primeiro e Segundo
V}
V i g i l a n t e s ,' anmmciai nos
K

vossas columnas, í\íi: a !o;a --.••lá fechada.


Os Vigilantes ex^cuf^o . r d no n,r'(p : baí^.m-
se os applausos do g r á o , a- ; lasoa-se , <- o Sa-
picntissimo declara a le-a Ir e h . d a .

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