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O Com.: posicionado no lado N.: do Ped.: do PV.: entre Ccol.: com os Bbr.:
caídos ao longo do corpo, o p.: e.: voltado para o NE.: e o d.: para o SE.:, inclina
levemente a cabeça para baixo, saudando o Pavilhão Nacional.
A seguir dá o pr.: p.: r.: na F.: Maç.:, p.:. e.: voltado para o Or.: e o d.: para o S.:
(faz o Sn.: de Apr.:), e comp.: a Of.: - (desfaz o Sn.:), dá o s.: p.: r.:, pé e.: voltado
para o Or.: e o d.: para o S.: (faz o sn.: de Comp.:) - em saudação a Of.: - (desfaz o
sn.:).
Após, (cobrindo os Oor.: g.:) dirige-se pelo lado N.: da Loj.: até uma distância
conveniente do ângulo NE (a três pas.: do Ped.: do PV.:), virando-se de modo a ficar
de frente para o S.: e caminha até o centro da Loj.: e para com o p.: e.: voltado para o
Sul.: e o d.: para o Oc.: (faz o Sn.: de Comp.:) e avança com o p.: e.:, levantando os
Pp.: a cada passo como se subindo uma escada em car.:. Ao fazê-lo, completa um
semicírculo, começando na linha de centro da Loj.: e nela também terminando, na
frente do Ped. do VM.:. Com o p.: d.: apontado para o Or.: e o p.: e.: para o N.:, c.:
com c.:. Volta-se para o VM.:, p.: e.: para o Or.: e d.: para o S.:
E aguarda ser telhado ou mandado tomar seu assento.
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A MARCHA DO SEGUNDO GRAU – RITO YORK DO BRASIL
(Conforme demostrada na Cerimônia de Passagem)
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P. Rogo que se aproxime de mim como Comp.: Fr.: M.:
R. (Dá o S.: p.: r.: na FM.:)
P. O que é isto?
R. O s.: p.: r.: na FM.:
P. O que é isto?
R. O sinal de “F.:”, emblematicamente para proteger o repositório de meus Ss.: dos ataques
das insidias.
P. O que é isto?
R. O Sn.: de Saud.: ou S.: de Pr.:
P. A terceira parte.
R. (Faz o Sn.:)
P. O que é isto?
R. O Sn.: P.:
P. O que é isto?
R. O T.: de um Comp.: FM.:
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P. De onde deriva essa Pal.:?
R. Da Col.: à d.: do pórtico ou entrada do T.: do R.: S.:, assim chamada em homenagem a
“J.:”, o Assist.: do S.: Sac.: que oficiou sua sagração.
P. O significado da Pal.:
R. Est-b-lc-r
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P. Sois Comp.:?
R. Já vi a estr.: flamej.: e conheço a tradução da letra “G”.
P. O que é o Comp:.?
R. É o obreiro reconhecido apto a exercer sua arte e consciente de sua energia de
trabalho. Ele tem por dever realizar, de modo prático, o plano teórico traçado pelos
mestres.
P. qual foi o merecimento que vos deu o direito de chegar ao Gr:.de Comp?
R. Por ter demonstrado, diante de uma L:. ab:. o perfeito conhecimento do Gr:. de
Apr:.
P. O que é Geometria?
R. Uma ciência pela qual descobrimos o conteúdo dos corpos não mensurados pela
comparação com aqueles já medidos.
P. O que é um ponto?
R. O começo da questão Geométrica.
P. Uma linha?
R. A continuação da mesma.
P. Uma superfície?
R. O comprimento e a largura sem uma dada espessura.
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P. Um sólido?
R. O comprimento e a largura com uma dada espessura, que forma um cubo e
abrange um todo.
P. Quando Apr:. trabalháveis a Pedra Bruta; qual o vosso mister nesse Gr:. de
Comp:.?
R. Servir-me de utensílios preciosos para transformar a Pedra Bruta em Pedra
Cúbica, talhada de acordo com as exigências da arte.
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P. Quais os princípios vitais da Ordem?
R. (1º) O amor fraternal entre todos os homens da terra;
(2º) A caridade, que devemos oferecer aos necessitados, desde que seu estado
não seja fruto da negligência ou erro premeditado;
(3º) A verdade, o caminho procurado pelos vitoriosos.
P. Por que como Comp:. F:. M:. vos foi exigido um novo Juramento?
R. Porque os graus na F.: M.: são guardados distintos e separadamente.
P. O que é isto?
R. O s:. p.: na FM.:
P. O que é isto?
R. O sinal de “F.:”, emblematicamente para proteger o repositório de meus Ss.: dos
ataques das insídias.
P. O que é isto?
R. O Sn.: de Saud.: ou S.: de Pr.:
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P. A terceira parte.
R. (Faz o Sn.:)
P. O que é isto?
R. O Sn.: P.:
P. O que é isto?
R. O T.: de um Comp.: FM.:
P. O significado da Pal.:
R. Est-b-lc-r.
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P. Qual a explicação do Sn.: de Comp.:?
R. A m.: sobre o C.: lembra o compromisso de amar fervorosa e dedicadamente seus
irmãos. A m.: e.: levantada reafirma a sinceridade da promessa feita; e com a m.: d.:
mostra que todos os seus atos se inspiram na Justiça e na Equidade.
P. A atitude que o Comp.: toma quanto à Ordem, não lembra também Ss.: especiais
do Gr.:?
R. A m.: e.: levantada parece fazer apelo às forças astrais, energias superiores, que a
mão direita crispada se esforça para conter no “C.:” onde elas devem se acumular.
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P. Como deve trabalhar um Comp.: ao lado de seu Mestre?
R. Com liderança, alegria e fervor.
P. Por que?
R. Porque a Estr.: Flam.: irradia a luz do sol e da lua, afirmando que a inteligência e a
compreensão procedem, igualmente, da razão e da imaginação.
P. O significado?
R. Est-b-l-cer
P. Por que o Comp.: é colocado na parte SE da Oficina para receber suas lições?
R. Nessa Parte da Oficina há um pé de trigo próximo a uma queda d’água, que
simboliza o Comp.: Fr.: M.: no seu verdadeiro papel alegórico.
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por esquadria na conduta, passos nivelados, e intenções retas, esperamos ascender
às imortais mansões de onde emana toda a bondade.
P. O que mais chamava a atenção dos visitantes com relação à magnificência do T.:
de Jer.:?
R. Foram as duas CCol.: que ficavam no pórtico ou entrada. A Col.: que foi colocada
do lado esq.: chamava-se “B.:”. A Col.: que ficava do lado dir.: chamava-se “J”; a da
esq.: significando FORÇA; a da dir.: ESTABELECER e, quando reunidas
ESTABELECER EM FORÇA, pois D.: disse: “em força, estabelecerei esta minha casa
para ficar firme para sempre.”
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P. Quando foram elas consideradas terminadas?
R. Quando o trabalho de rede ou dossel foi lançado sobre elas.
P. O que é um E.:?
R. Um ângulo de 90º ou a quarta parte de um círculo.
P. Como os recebiam?
R. Sem escrúpulo e sem receio.
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P. O que isto exige?
R. Uma P.: de P.:
P. O que significa?
R. Ab-nd-nc..., Fart.:
P. Depois que Nn.: antigos Iirm.: tinham alcançado o topo da Esc.: em car.:, aonde
chegavam?
R. À porta da C.: do m.: do T.: do R.: S.:
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P. Quais são as sete artes liberais e ciências?
R. A Gramática, a Retórica, a Lógica, a Aritmética, a Geometria, a Música e a
Astronomia.
P. Já viajastes?
R. Meus antepassados viajaram.
P. Já trabalhastes?
R. Meus aant.: Irm.: trabalharam.
P. Onde trabalharam?
R. Na construção do T.: do R.: S.: e em outros edifícios majestosos.
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EXPLANAÇÃO DA TABUA DE DELINEAR DO SEGUNDO GRAU
Quando o Templo de Jerusalém foi completado pelo Rei Salomão, seu elevado
custo e esplendor tornaram-se objeto de admiração para as nações circunvizinhas, e
sua fama espalhou-se até às mais remotas partes do mundo então conhecido. Nada
havia, contudo, relacionado a esta magnifica estrutura que fosse mais notável, ou que
mais particularmente chamasse a atenção do que as duas grandes Cols. Que foram
colocadas no pórtico ou entrada. A da e:.foi chamada ...,que significa em ...; a das
d:. ... significando ... (II Cr. 3,17) e quando combinadas ...; pois disse Deus “Em ...
esta..., esta minha casa para ficar firme para sempre”.
(II Cr. 3,17 E levantou as colunas diante do templo, uma à direita, e outra à esquerda; e chamou o
nome da que estava à direita Jaquim, e o nome da que estava à esquerda Boaz.)
A altura dessas Cols. Era de dezoito côvados cada uma, sua circunferência de
doze, seu diâmetro de quatro (I Reis 7, 15-22) Foram feitas ocas (Jeremias 52, 21)
para melhor servirem como arquivos para a maçonaria, pois nelas foram depositados
os rolos constitucionais. Sendo construídas ocas, a casca ou armação externa, em
espessura, era de quatro polegadas, ou a largura de uma mão. Foram elas feitas de
latão fundido e moldadas na planície do Jordão, no terreno arenoso entre Sucote e
Zeredatá (II Crônicas 4, 16-17) onde o Rei Salomão ordenou fossem fundidas as
colunas e todos seus vasos santos. O superintendente da fundição era H.A..
(I Reis 7, 15-22 Formou as duas colunas de bronze; a altura de cada coluna era de dezoito côvados; e
um fio de doze côvados era a medida da circunferência de cada uma das colunas; também fez dois
capitéis de bronze fundido para pôr sobre o alto das colunas; de cinco côvados era a altura dum capitel,
e de cinco côvados também a altura do outro. Havia redes de malha, e grinaldas entrelaçadas, para os
capitéis que estavam sobre o alto das colunas: sete para um capitel e sete para o outro. Assim fez as
colunas; e havia duas fileiras de romãs em redor sobre uma rede, para cobrir os capitéis que estavam
sobre o alto das colunas; assim fez com um e outro capitel. Os capitéis que estavam sobre o alto das
colunas, no pórtico, figuravam lírios, e eram de quatro côvados. Os capitéis, pois, sobre as duas
colunas estavam também justamente em cima do bojo que estava junto à rede; e havia duzentas
romãs, em fileiras em redor, sobre um e outro capitel. Depois levantou as colunas no pórtico do templo;
levantando a coluna direita, pôs-lhe o nome de Jaquim; e levantando a coluna esquerda, pôs-lhe o
nome de Boaz. Sobre o alto das colunas estava a obra de lírios. E assim se acabou a obra das
colunas).
(Jeremias 52, 21 Dessas colunas, a altura de cada um era de dezoito côvados; doze côvados era a
medida da sua circunferência; e era a sua espessura de quatro dedos; e era oca).
(II Crônicas 4, 16-17 Semelhantemente as caldeiras, as pás, os garfos e todos os vasos, os fez Hurão-
Abi de bronze luzente para o rei Salomão, para a casa do Senhor. Na campina do Jordão os fundiu o
rei, na terra argilosa entre Sucote e Zeredá.)
Essas Cols. foram adornadas com dois capitéis, cada um com cinco côvados de
alto; os capitéis foram enriquecidos com trabalhos em rede, lírios e romãs. O trabalho
em rede, pela conexão de suas malhas, denota união; os lírios, por sua brancura, paz;
e as romãs, pela exuberância de suas sementes, abundancia. Havia duas fileiras em
cada capitel, cem em cada fileira. As Cols. Além disso, foram adornadas por duas
esferas nas quais estavam representa mapas dos globos (II Cr. 4,12) celeste e
terrestre, destacando a Maçonaria Universal Elas foram consideradas terminadas
quando o trabalho de rede ou dossel foi lançado sobre elas.
(II Cr. 4,12 as duas colunas, os globos, e os dois capitéis no alto das colunas; as duas redes para cobrir
os dois globos dos capitéis que estavam no alto das colunas.)
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Elas foram erguidas como uma recordação, para os filhos de Israel, daquela
miraculosa coluna de fogo e nuvem que produziu dois maravilhosos efeitos. O fogo
iluminou os israelitas durante sua fuga da escravidão egípcia, e a nuvem trouxe
escuridão para o Faraó e seus seguidores ao tentarem alcançá-los (Êxodo 40, 36-38).
O R.S. ordenou fossem elas colocadas na entrada do Templo, como o lugar
apropriado e visível para que os filhos de Israel pudessem ter, continuamente, diante
de seus olhos, a feliz libertação de seus antepassados quando indo para o culto
Divino e dele voltando.
(Êxodo 40, 36-38 Quando, pois, a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, prosseguiam os filhos
de Israel, em todas as suas jornadas; se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até o dia
em que ela se levantasse. Porquanto a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo
estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.)
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Daí mobilizou o seu exército, deu combate aos efraimitas, derrotou-os e os pôs
em fuga; e para tornar decisiva sua vitória e proteger-se se semelhante molestamento
no futuro, envio destacamentos de seu exército para defender as passagens do rio
Jordão, pelas quais sabia que os insurgentes, por necessidade, tentariam passar a
fim de voltarem ao próprio país, dando terminantes ordens aos seus guardas que se
um fugitivo viesse por aquele caminho, reconhecendo-se um efraimita, deveria
imediatamente ser morto; mas se mentisse ou negasse, uma palavra de prova devia
ser-lhe apresentada para que a pronunciasse – a palavra é ... Eles, por uma falha de
aspiração, peculiar ao seu dialeto, não podiam pronunciá-la corretamente e diziam ... ,
cuja pequena variação revelava sua origem e lhes custava a vida.
(Juízes 12, 6 então lhe diziam: Dize, pois, Chibolete; porém ele dizia: Sibolete, porque não o podia
pronunciar bem. Então pegavam dele, e o degolavam nos vaus do Jordão. Cairam de Efraim naquele
tempo quarenta e dois mil.)
E as escrituras nos informam que tombaram naquele dia, no campo de batalha e nas
margens do Jordão, quarenta e dois mil efraimitas; e como ... (Juízes 12, 6) era então
uma palavra de prova para distinguir amigo de inimigo, posteriormente o R.S.
determinou que ela fosse adotada como p. de p. em uma loja de Comps. (do oficio)
para impedir que qualquer pessoa não qualificada subisse a escada em caracol que
conduzia à câmara do meio do Templo*.
(* O iniciado é o verdadeiro gileadita. Aquele que suporta e, se souber fazer reconhecer, subira a
escada em caracol tendo acesso a um determinado santuário onde a Geometria assume o seu
verdadeiro sentido).
Depois que nossos antigos Irmãos haviam dado essas provas convincentes ao SV,
ele lês dizia: Passai ... “Eles, então subiam a escada em caracol consistindo de três,
cinco, sete ou mais degraus. Três governam uma loja, cinco a constituem, sete a mais
a tornam perfeita. Os três que governam uma Loja são o Mestre e seus dois
Vigilantes; os cinco que a constituem são o Mestre e seus dois Vigilantes e dois
Comps. (do Oficio); os sete que a tornam perfeita são dois Aprs. acrescidos aos cinco
primeiros. Três governam a Loja porque apenas três Grão-Mestres exerceram o poder
na construção do primeiro T. em J. a saber, S. R. de I., H. R. de T., e H. A.. Cinco
constituem uma Loja em alusão às cinco nobres ordens de Arquitetura, a saber; a
Toscana, Dórica, jônica, Coríntia e Compósita. Sete o mais fazem-na perfeita porque
o R. S. gastou sete anos e mais (I Reis 6, 38) na construção, acabamento e
dedicação do T. de J. ao serviço de Deus. Eles têm, igualmente, uma outra alusão: ás
sete Artes liberais e Ciências, a saber, a Gramatica, a Retórica, a Lógica, a Aritmética,
a Geometria, a Música e a Astronomia.
(I Reis 6, 38 E no undécimo ano, no mês de bul, que é o oitavo mês, se acabou esta casa com todas as
suas dependências, e com tudo o que lhe convinha. Assim levou sete anos para edificá-la).
Depois que nossos antigos irmãos alcançavam o topo da escada em caracol, eles
chegavam à porta da câmara do meio que encontrava aberta, mas, devidamente
coberta pelo PV contra todos abaixo do Grau de Comp. (do Oficio), que “exigia deles
o Sn., o T. e a pal. de um Comp. (do Oficio). Após terem dado essas provas
convincentes, ele lhes dizia: “Passai, ... “ Eles, então, entravam na câmara do meio do
Templo, onde recebiam seus salários, o que faziam sem escrúpulo ou desconfiança:
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sem escrúpulo, por bem saberem que a eles tinham justo direito, e sem desconfiança,
pela grande confiança que depositavam na integridade de seus chefes naqueles dias.
Quando nossos antigos Irmãos se achavam na câmara do meio do Templo, a atenção
deles era peculiarmente era atraída por certos caracteres hebreus, que aqui está
representado pela letra G, significando Deus. O Grande Geômetra do Universo
(TODOS , Sn. De R. – O Sinal é feito em reverencia ao nome de Deus), a quem
devemos todos nos submeter e a quem devemos adorar humildemente.
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DADOS HISTÓRICOS DO GRAU DE COMPANHEIRO MAÇOM
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Essa origem, evidentemente, deve ser considerada nos idiomas derivados do
latim: compañero (castelhano), compagno (italiano), compagnon (francês),
companheiro (português). A Enciclopédia Larousse, editada em Paris, por exemplo,
registra o seguinte, em relação aos vocábulos compagnon e compagnonnage:
Compagnon - n.m. (du lat. cum = avec, et panis = pain) --- Celui que participe
à la vie, aux occupations d’un autre: compagnon d’études. Membre d’une association
de compagnonnage. Ouvrier. Ouvrier qui travaille pour un entrepreneur (par opos a
patron).
Compagnonnage - n.m. --- Association entre ouvriers d’une même profession
à des fins d’instruction professionelle et d’assistence mutuelle. Temps pendant lequel
l’ouvrier sorti d’apprentissage travaillait comme compagnon chez son patron. Qualité
de compagnon.
Ou seja:
Companheiro - substantivo masculino (do latim cum = com, e panis = pão) ---
Aquele que participa, constantemente, das ocupações do outro: condiscípulo,
companheiro de estudos. Membro de uma associação de companheirismo. Operário
que trabalha para um empreiteiro.
Companheirismo - substantivo masculino --- Associação de trabalhadores de
uma mesma profissão, para fins de aperfeiçoamento profissional e de assistência
mútua. Tempo durante o qual o operário saído do aprendizado trabalhava como
companheiro, em casa de seu patrão. Qualidade de companheiro.
Nos idiomas não latinos, os termos usados têm o mesmo sentido. Em inglês,
por exemplo, o Companheiro, como já foi visto, é o Fellow, que significa camarada,
par, equivalente, correligionário, membro de uma sociedade, conselho, companhia,
etc. . Daí, temos as palavras derivadas, como: fellow laborer = companheiro de
trabalho; fellow member = colega; fellow partner = sócio; fellow student =
condiscípulo; fellow traveler = companheiro de viagem; e fellowship =
companheirismo.
Não se deve, todavia, confundir o grau de Companheiro Maçom, ou o
Companheirismo maçônico com o Compagnonnage --- associações de companheiros
--- surgido na Idade Média, em função direta das atividades da Ordem dos
Templários, e existente até hoje, embora sem as mesmas finalidades da organização
original, como ocorre, também, com a Maçonaria. O Compagnonnage foi criado
porque os templários necessitavam, em suas distantes comendadorias do Oriente, de
trabalhadores cristãos; assim organizaram-nos de acordo com a sua própria doutrina,
dando-lhes um regulamento, chamado Dever. E esses trabalhadores construíram
formidáveis cidadelas no Oriente Médio e, lá, adquiriram os métodos de trabalho
herdados da Antigüidade, os quais lhes permitiram construir, no Ocidente, as obras de
arte, os edifícios públicos e os templos góticos, que tanto têm maravilhado,
esteticamente, a Humanidade. O Compagnonnage, execrado pela Igreja, porque tinha
sua origem na Ordem dos Templários, esmagada no início do século XIII, por Filipe, o
Belo, com a conivência do papa Clemente V, acabaria sendo condenado pela
Sorbonne. Esta, originalmente, era uma Faculdade de Teologia, já que fora fundada
em 1257, por Robert de Sorbon, capelão de S. Luís, para tornar acessível o estudo da
teologia aos estudantes pobres. E a condenação, datada de 14 de março de 1655,
contendo um alerta aos Companheiros das organizações de ofício (os maçons
operativos), tinha, em relação às práticas do Compagnonnage, o seguinte texto: “Nós,
abaixo assinados, Doutores da Sagrada Faculdade de Teologia de Paris, estimamos:
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1. Que, em tais práticas, existe pecado de sacrilégio, de impureza e de
blasfêmia contra os mistérios de nossa religião;
2. Que o juramento feito, de não revelar essas práticas, mesmo na confissão,
não é justo nem legítimo e não os obriga de maneira alguma; ao contrário, que eles
se obrigam a acusar a si mesmos desses pecados e deste juramento na confissão;
3. Que, no caso do mal estar continuar e não possam eles remediá-lo de outra
forma, são obrigados, em consciência, a declarar essas práticas aos juízes
eclesiásticos; e da mesma forma, se for necessário, aos juízes seculares, que tenham
meios de dar remédio;
4. Que os Companheiros que se fazem receber em tal forma assim descrita
não podem, sem incorrer em pecado mortal, se servir da palavra de passe que
possuem, para se fazer reconhecer Companheiros e praticar os maus costumes
desse “Companheirismo”;
5. Que aqueles que estão nesse Companheirismo não estão em segurança de
consciência, enquanto estiverem propensos a continuar essas más práticas, às quais
deverão renunciar;
6. Que os jovens que não estão nesse “Companheirismo”, não podem neles
ingressar sem incorrer em pecado mortal.
Paris, no 14o. dia de março de 1655”.
Nada a estranhar! Era a época dos tribunais do Santo Ofício, da “Santa” Inquisição.
Para finalizar, é importante salientar que muitos dos símbolos do grau de
Companheiro Maçom --- os quais tanto excitam a mente de ocultistas --- foram a ele
acrescentados já na fase da Maçonaria dos Aceitos, pelos adeptos da alquimia oculta,
da magia, da cabala, da astrologia e do rosacrucianismo, já que os obreiros
medievais, os verdadeiros operários da construção, nunca adotaram tais símbolos,
limitando-se às lendas e aos mitos profissionais. Eram, inclusive, adversários das
organizações ocultistas, combatidas pela Igreja, à qual eles eram profundamente
ligados, pois dela haviam haurido a arte de construir e mereciam toda a proteção que
só o clero católico poderia dar, numa época em que o poder maior era o eclesiástico.
Com o incremento do processo de aceitação, a partir dos primeiros anos do
século XVII, as portas das Lojas dos franco-maçons foram sendo abertas não só aos
intelectuais e espíritos lúcidos, que foram responsáveis pelo renascimento europeu,
mas, também, a todos os agrupamentos místicos e às seitas existentes na época.
Isso iria provocar uma verdadeira revolução nas corporações de ofício e iria começar
a delinear a ritualística especulativa do grau, baseada em símbolos místicos e nas
doutrinas ocultistas, principalmente na Cabala e na Alquimia Oculta.
NOTAS
1. Aceitos eram aqueles elementos não ligados ao ofício, ou à arte de construir, os quais
tinham o seu ingresso admitido nas Lojas dos verdadeiros obreiros da construção. O costume
de admitir “aceitos” era muito antigo e, praticamente, sempre existiu nas agremiações
profissionais, como maneira de distinguir algumas pessoas; e essa distinção podia ser uma
simples honraria, ou, então, motivada por uma questão de sobrevivência e de amparo,
através da aceitação de nobres e aristocratas. A prática, todavia, era bastante restrita, e tais
aceitos, em número diminuto, não eram mais do que membros honorários das Lojas, não
tendo, nelas, qualquer atuação decisiva. Com a decadência das corporações de ofício, estas
começaram, de maneira mais evidente e não mais como honraria, a aceitar elementos
estranhos ao ofício, para aumentar o enfraquecido contingente dos franco-maçons. O primeiro
caso conhecido é o de John Boswell, lord de Aushinleck, aceito na St. Mary’s Chapell Lodge
--- Loja da Capela de Santa Maria --- em Edinburgo, Escócia, em 1600. Essa Loja fora criada
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em 1228, quando da fundação da Fraternidade de Construtores da Capela de Santa Maria,
que alguns autores consideram como núcleo original do Rito Escocês, o que não parece
viável. Durante todo o século XVII, o processo iria se acentuar a ponto de, no seu final, o
elemento aceito superar, amplamente, o operativo, o que iria levar, em 1717, à fundação da
Premier Grand Lodge, em Londres, a qual serve como marco --- um “divisor de águas”---
entre a Maçonaria operativa e a moderna Maçonaria dos Aceitos.
2. As Lojas dos operativos eram formadas para proceder à construção de obras de arte,
obras públicas, ou templos católicos (é o caso, por exemplo da já citada Loja da Capela de
Santa Maria). Concluída a obra, a Loja continuava, pois, em construções com a envergadura
daquelas, incluindo as imensas e trabalhadas catedrais góticas, havia a necessidade de
constante manutenção e eventuais reparos.
3. O título de Mestre da Loja, ou Venerável Mestre, dado ao presidente de uma Oficina
maçônica, tem sua origem na Inglaterra, nos meados do século XVII, quando já ia avançada a
paulatina transformação da Maçonaria de ofício em Maçonaria dos aceitos. Derivado da
palavra inglesa worship, que significa adoração, culto, reverência --- como forma de
tratamento --- quando usada como substantivo, e venerar, adorar, idolatrar, quando usada
como verbo transitivo, tem-se o termo worshipful , que significa adorador, reverente, ou
venerável (neste último caso, como forma de tratamento). Assim, o presidente da Loja tinha o
título de Master (Mestre), ao qual se adicionou, posteriormente, o tratamento reverente de
worshipful (venerável) --- pois, no início, o termo venerável era aplicado apenas às
corporações de artesãos --- o que produziu a expressão worshipful master (venerável
mestre). A expressão, todavia, não é muito utilizada nos países de fala inglesa, onde se
prefere, simplesmente, Master, dando-se o título de Past-master ao ex-Venerável Mestre. Nas
Obediências latinas, ao contrário, é quase abolido o termo Mestre, já que as referências ao
presidente da Loja limitam-se, quase sempre, a um simples Venerável, o que é altamente
incorreto, pois este vocábulo, no caso, é um adjetivo, que não pode ser usado sem o
substantivo Mestre.
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