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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

1.1. Métodos Estatísticos

I Ano Qmax i Ano Qmax


1 1963 8.374399 13 1975 19.45546
2 1964 18.64526 14 1976 7.13475
3 1965 11.56284 15 1977 14.08184
4 1966 7.13475 16 1978 25.90813
5 1967 12.4398 17 1979 9.835994
6 1968 15.65892 18 1980 10.87535
7 1969 19.74056 19 1981 12.65453
8 1970 61.05859 20 1982 9.633897
9 1971 14.68633 21 1983 15.54524
10 1972 7.067986 22 1984 23.49559
11 1973 21.72364 23 1985 37.50706
12 1974 10.5289 24 1986 22.80089
Tabela 1:Caudais de cheias anuais

1.2. Testes de aleatoriedade


A aleatoriedade das séries de registos não pode ser provada mas a hipótese dealeatoriedade
pode ser rejeitada se a série mostrar desvios sistemáticos tais como haverevidência de
persistência no tempo (os elementos da série não são independentes uns dosoutros) ou de
um efeito de tendência (os elementos da série parecem aumentar ou diminuircom o tempo),
ou de os elementos da série não pertencerem todos à mesma distribuição deprobabilidades.

Para analisar a aleatoriedade da série em estudo utilizar-se os testes: do coeficiente deauto-


correlação, de Wald-Wolfowitz e da ordenação.

Quando a hipótese de aleatoriedade for rejeitada em mais do que um dos testes,


podeconsiderar-se que a série não é aleatória ao nível de confiança de 95 por cento e não
deveser utilizada para se fazer extrapolações para períodos de retorno elevados a partir
doajustamento a uma distribuição de extremos.

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

1.3. Teste de autocolarreção


ଶ ܺെ
i ܺ௜ ܺ௜ାଵ ሺ
ܺ௜െ ௠ ௘ௗ ሻ ሺ
ܺௗ ௜ ܺௗ ሻ‫ כ‬ሺܺ௜ାଵ െܺௗ ሻ
1 8.3743992 18.645263 81.42446904 -11.25519484
2 18.645263 11.562842 1.555790445 -7.278207666
3 11.562842 7.1347499 34.04848449 59.88688005
4 7.1347499 12.439799 105.3332756 50.88649363
5 12.439799 15.658918 24.58325936 8.622385235
6 15.658918 19.740557 3.024233932 -4.073870466
7 19.740557 61.058591 5.487809786 102.2797437
8 61.058591 14.686325 1906.251559 -118.3912781
9 14.686325 7.0679857 7.35290925 28.01098773
10 7.0679857 21.723635 106.7081623 -44.68417589
11 21.723635 10.528899 18.71155432 -29.7133546
12 10.528899 19.455456 47.18386439 -14.13311536
13 19.455456 7.1347499 4.233331717 -21.11659766
14 7.1347499 14.081838 105.3332756 34.03391826
15 14.081838 25.908128 10.99659709 -28.22070238
16 25.908128 9.8359944 72.42313569 -64.35359084
17 9.8359944 10.875351 57.18317241 49.32360402
18 10.875351 12.654527 42.54429775 30.93944363
19 12.654527 9.6338973 22.50005812 36.82818321
20 9.6338973 15.545238 60.28051447 14.38455438
21 15.545238 23.495594 3.432542116 -11.29717889
22 23.495594 37.507059 37.18126295 122.6181901
23 37.507059 22.800885 404.376273 108.6482143
24 22.800885 0 29.19170895 -93.99999675
∑ 409.17628 3191.341542 197.9453347
Tabela 2:Teste de auto-correlação

Media ‫ݎ‬ଵ Y ͳǤͻ͸Ȁ ܰ


17.397945 0.0113635 0.0114293 0.400083325
Tabela 3:Resultados da aleatoriedade

Observação: Não é rejeitada a hipótese de independência no tempo.

O teste de coeficiente de autocorrelação procura identificar a existência de persistência


no tempo, i.e., se o valor xi+1 da série x é independente do valor de xi. A persistência pode

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ser detetada através do coeficiente de autocorrelação de ordem 1, r1. O coeficiente de


autocorrelação de ordem 1 é o coeficiente de correlação linear entre a série x e essa mesma
série desfasada de um intervalo de tempo, sendo dado pela seguinte expressão:

Passando de r1 para a variável transformada Y:


N
(1+r 1)
Y =ln ∑ ( X i −X med )∗( X i +1−X med )
(1−r 1 ) N
r i = i=1 N * N −1
A distribuição da variável Y é∑aproximadamente
¿¿ ¿ normal, com média nula e variância
i =1
1/N. Se |Y| tiver um valor elevado, tal significa que existe uma auto-correlação linear
significativa na série x. Considerando um intervalo de confiança de 95%, a hipótese de
independência no tempo deve ser rejeitada se:

1.96
|Y |>
√N
1.4. Teste de Wald-Wolfowitz
O teste de Wald-Wolfowitz verifica se os elementos da série x têm todos a mesma
distribuição, constituindo um teste geral de homogeneidade da série. Considera-se a
série Y
obtida por ordenação da série x e considera-se a série x dividida em duas subséries
X 1 e X 2 ,em que X 1 contém os primeiros M elementos da série X, e X 2 os restantes (N-
M)elementos, sendo M = int((N-1)/2)+1. Considere-se agora a série Z definida da
seguinte maneira (i = 1, 2,..., N):
Zi =1se é um elemento de X 1
Zi =2se é um elemento de X 2
A estatística do teste é R = número de vezes em que Zi +1 ≠ Z i . Se a série for
homogénea, os sucessivos elementos de Y estarão bem repartidos pelas sub-séries X 1 e
X 2 e o valor de R será médio. Se a série não for homogénea, os elementos sucessivos de
Y aparecerão concentrados numa das sub-séries ou (dando um valor de R baixo) ou
com uma dispersão excessiva pelas duas sub-séries (dando um valor de R alto).
Hipólito e Vaz (2011) citaram Henriques (1981) apresentando a tabela 1 que
corresponde a umintervalo de confiança de 95% e dá os valores limite de R em

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funçãodo número de valores N da série X Tabela 4. Valores limites da estatística do


teste de Wald-Wolfowitz.

Tabela 4:Valores limites da estatística de Wald-Wolfowitz

Sempre que o valor de R não esteja entre os limites definidos na tabela 1, deve rejeitarse a
hipótese de homogeneidade da série X, com um nível de confiança de 95%.

ܺଵ e ܺଶ ݅ ܺ௜ ܻ௜ ܼ௜ R
1 8.374399 7.067986 1
2 18.64526 7.13475 1 1
3 11.56284 7.13475 2 1
4 7.13475 8.374399 1 1
5 12.4398 9.633897 2
6 15.65892 9.835994 2 1
ܺଵ 7 19.74056 10.5289 1 1
8 61.05859 10.87535 2 1
9 14.68633 11.56284 1
10 7.067986 12.4398 1 1
11 21.72364 12.65453 2
12 10.5289 14.08184 2 1
13 19.45546 14.68633 1 1
14 7.13475 15.54524 2 1
15 14.08184 15.65892 1
16 25.90813 18.64526 1 1
ܺଶ 17 9.835994 19.45546 2 1
18 10.87535 19.74056 1
19 12.65453 21.72364 1 1
20 9.633897 22.80089 2
21 15.54524 23.49559 2
22 23.49559 25.90813 2
23 37.50706 37.50706 2 1
24 22.80089 61.05859 1 1
R=15
M=12

N 23 24 25
ܴ௜௡௙ 8 8.5 9
R - 15 -
ܴ௜௡௙ 17 17.5 18

Tabela 5:Teste de Wold Wolfowitz

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Observação : "O valor R encontra-se nos intervalos definidos, logo não é rejeitada
ahipótese de homogeneidade da série.

1.5. Teste de ordenação


O teste da ordenação procura detectar a presença dum efeito de tendência na série X.
Considera-se a série Y, obtida por ordenação da série X, e define-se o índice de
posicionamento da variável xi na série Y como sendo o número de elementos de X não
superiores a. Caso seja verificado a presença duma correlação significativa entre o
índice de posicionamento e o índice cronológico i, isso indica a existência de um efeito
de tendência na série X.
A estatística de teste é o coeficiente de correlação de Spearman:

Um valor alto de RT indica a existência dum efeito de tendência. Para o teste, utiliza-se
uma transformação de RT :

Y segue uma distribuição de Student com N–2 graus de liberdade. A tabela 2 dá


valores-limite superiores para |Y| para diversos valores de N, considerando um intervalo
de confiança de 95%.

Tabela 6:Valores limites do teste de ordenação

N-2 10 15 20 25 30
Ysup 2.228 2.131 2.086 2.06 2.042

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݅ ܺ௜ ܻ ‫ܭ‬ ሺ‫ ܭ‬െ݅ሻଶ
1 8.374399 7.067986 4 9
2 18.64526 7.13475 16 196
3 11.56284 7.13475 9 36
4 7.13475 8.374399 3 1
5 12.4398 9.633897 10 25
6 15.65892 9.835994 15 81
7 19.74056 10.5289 18 121
8 61.05859 10.87535 24 256
9 14.68633 11.56284 13 16
10 7.067986 12.4398 1 81
11 21.72364 12.65453 19 64
12 10.5289 14.08184 7 25
13 19.45546 14.68633 17 16
14 7.13475 15.54524 2 144
15 14.08184 15.65892 12 9
16 25.90813 18.64526 22 36
17 9.835994 19.45546 6 121
18 10.87535 19.74056 8 100
19 12.65453 21.72364 11 64
20 9.633897 22.80089 5 225
21 15.54524 23.49559 14 49
22 23.49559 25.90813 21 1
23 37.50706 37.50706 23 0
24 22.80089 61.05859 20 16
Soma 1692

Figura 7: Teste de ordenação

Observação: Não rejeitada a hipótese do efeito de tendência

1.6. Ajustamento da série às leis de distribuição


a) Ajustamento a distribuição Log-Normal de 2 Parâmetros

As principais fórmulas usadas são:

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 6


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ܺ௜ ܺ௖௥௘௦௖ ଶ ሺܺ௜െ ܺௗ ଷ
݅ ܺ௜ െ ܺௗ௠ ௘ௗ ሺܺ௜െ ܺௗ
௠ ௘ௗ ሻ ௠ ௘ௗ ሻ
1 8.3743992 7.0679857 -10.329964 106.7081623 -1102.29151
2 18.645263 7.1347499 -10.2632 105.3332756 -1081.05648
3 11.562842 7.1347499 -10.2632 105.3332756 -1081.05648
4 7.1347499 8.3743992 -9.0235508 81.42446904 -734.737833
5 12.439799 9.6338973 -7.7640527 60.28051447 -468.021092
6 15.658918 9.8359944 -7.5619556 57.18317241 -432.41661
7 19.740557 10.528899 -6.8690512 47.18386439 -324.10838
8 61.058591 10.875351 -6.522599 42.54429775 -277.499394
9 14.686325 11.562842 -5.8351079 34.04848449 -198.676582
10 7.0679857 12.439799 -4.9581508 24.58325936 -121.887507
11 21.723635 12.654527 -4.7434226 22.50005812 -106.727285
12 10.528899 14.081838 -3.3161117 10.99659709 -36.4659447
13 19.455456 14.686325 -2.7116248 7.35290925 -19.9383313
14 7.1347499 15.545238 -1.8527121 3.432542116 -6.3595123
15 14.081838 15.658918 -1.7390325 3.024233932 -5.25924101
16 25.908128 18.645263 1.2473133 1.555790445 1.940558099
17 9.8359944 19.455456 2.0575062 4.233331717 8.710106207
18 10.875351 19.740557 2.3426075 5.487809786 12.85578423
19 12.654527 21.723635 4.3256854 18.71155432 80.94029763
20 9.6338973 22.800885 5.4029352 29.19170895 157.7209123
21 15.545238 23.495594 6.097644 37.18126295 226.7181067
22 23.495594 25.908128 8.5101784 72.42313569 616.333802
23 37.507059 37.507059 20.109109 404.376273 8131.646633
24 22.800885 61.058591 43.660641 1906.251559 83228.16469

N ܺௗ௠ ௘ௗ ∑ ∑
24 17.397945 3191.341542 86468.52871

Tabela8:Distribuicao Log-Normal

Observação: Não é rejeitada a hipótese do efeito de tendência

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Resultados:
ܺௗ௠ ௘ௗ ܵଶ ܵ ‫ܥ‬௩ ݃ ɐ௬ ߤ௬
17.4 138.75398 11.531373 0.6627226 2.674704008 0.534264832 2.7027211
T(anos) F(x) G(x) Caudal de ponta( ݉ ଷ/s)
100 0.99 0.01 3.24

Figura 9: :Resultados de distribuição Log-Normal.

b) Ajustamento a distribuição de Gumbel


As principais fórmulas usadas são:

ܵଶ ܵ α β
138.75398 11.531373 0.377688 17.179
F(x) G(x) Caudal de ponta( ݉ ଷ/s)
0.99 0.01 18.92

Tabela 10:distribuicao de Gumbel-Resultados

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 8


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1.6. AJUSTE A DISTRIBUICOES DE PROBABILIDADE

1.6.1. Ajustamento a distribuição Log-Normal de 2 Parâmetros

X med Σ Σ
17,397945 3191,341542 86468,52871

S2 S α β σy μy F (x) G(x )
138,7539 11,53137 2,702721 0,99 0,01
0,377688 17,179 0,523015891
8 3 1

m3
Caudal de ponta: Q p=18,92
s

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1.6.2. Ajustamento a distribuição de Gumbel


π
• a=
√6 σ x
• X 0=μ x −0.451 σ x
−a(X− X 0 )

• F ( x )=e−e

• Solução: Qp=12,2m3/s

1.7. DETERMINAÇÃO DO CAUDAL DE PONTA PELOS MÉTODOS


ESTATÍSTICOS
 Área drenante:

A=49.8 km2

 Comprimento do curso de água principal:

L=10.4 km

 Altura média da bacia:


h m=187.6 m

 Declive médio do curso de água principal:


i=1.984 m/km

 Diferença de cotas do leito do curso de água principal


∆ H =98 m

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1.7.1. Determinação do tempo de concentração

 Formula de Témez

L0.95
t c =1.115
∆ H 0.19

10,40.95
t c =1.115
980.19
t c =4,32 h

 Formula de Kirpich

L1.155
t c =0.946
∆ H 0.385

10,4 1.155
t c =0.946
980.385
t c =2,42 h

 Formula do Soil Conservation Service


NC =80

L0.8 1000 0,7


t c =0.093 (
i 0.5 NC
−9 )
10,4 0.8 1000 0,7
t c =0.093
1,984 0.5 80 ( −9 )

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O valor de tempo de concentração a adoptar será o valor médio entre o tempo de


concentração obtido pela formula de Témez e de Kirpich (t c =3.37 h) dado que nao se sabe
qual das duas formulas é mais representativa para as condicoes fisiograficas da bacia do rio
Loci.

O tempo de concentração dado pela formula do SCS esta muito desviado dos valores
obtidos por meio das formulas de Témez e de Kirpich, pelo que esse valor e
desconsiderado.

1.7.1.1. Período de retorno


T =100 anos
O período de retorno é definido com base no artigo 13° do Regulamento de Pequenas
Barragens de Moçambique.

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1.8. PRECIPITAÇÃO DE PROJECTO


Regulamento de Abastecimento de Agua e Drenagem de Aguas Residuais (Anexo 11)

T (anos) 2 5 10 20 25 50
a 534,0468 694,504 797,3841 896,5751 930,8815 1026,694
b -0,675 -0,59383 -0,5869 -0,58197 -0,58119 -0,57749

 Intensidade de precipitação para os períodos de retorno de 2 a 50 anos

T=2 anos T=5 anos T=10 anos T=20anos T=25anos T=50anos

I(mm/h I(mm/h
t (h) I(mm/h) t (h) t (h) t (h) I(mm/h) t (h) I(mm/h)
) ) t (h) I(mm/h)
0.50 67.64 0.50 92.15 0.50 108.33 0.50 123.86 0.50 128.95 0.50 144.02
1.00 44.40 1.00 61.06 1.00 72.12 1.00 82.75 1.00 86.19 1.00 96.51
1.50 34.70 1.50 47.99 1.50 56.85 1.50 65.35 1.50 68.09 1.50 76.36
2.00 29.14 2.00 40.46 2.00 48.02 2.00 55.28 2.00 57.61 2.00 64.67
2.50 25.45 2.50 35.44 2.50 42.12 2.50 48.55 2.50 50.60 2.50 56.86
3.00 22.78 3.00 31.80 3.00 37.85 3.00 43.66 3.00 45.51 3.00 51.17
3.50 20.74 3.50 29.02 3.50 34.57 3.50 39.91 3.50 41.61 3.50 46.81
4.00 19.12 4.00 26.81 4.00 31.97 4.00 36.93 4.00 38.51 4.00 43.34
4.50 17.80 4.50 25.00 4.50 29.83 4.50 34.48 4.50 35.96 4.50 40.49
5.00 16.70 5.00 23.48 5.00 28.04 5.00 32.43 5.00 33.82 5.00 38.10
5.50 15.76 5.50 22.19 5.50 26.52 5.50 30.68 5.50 32.00 5.50 36.06
6.00 14.95 6.00 21.07 6.00 25.20 6.00 29.17 6.00 30.42 6.00 34.29
Tabela:

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 13


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Curvas IDF
200.00
180.00
160.00
140.00
120.00
I (mm/h)

100.00
80.00
60.00
40.00
20.00
0.00
0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00
T = 2 anos T = 5 anos t(h)
T = 10 anos T = 20 anos T = 25 anos

Gráfico 1:
Extrapolação para T =100anos

T t (h) 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00 5.50 6.00
=100 177.2 119.4 71.0
anos I(mm/h) 3 94.92 80.58 63.99 58.64 54.35 50.83 47.86 45.35 43.16
8 0

Gráfico 2:

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 14


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

1.9. PRECIPITACAO UTIL


a) Hietograma de Projecto

Duração da precipitação = Tempo de Concentração

I (mm/h)=119.5∗t ( h )−0.568 → P(mm)=I ∗t=119.5∗t ( h )0.432

tc
N=11 → D=
N
N−1
P(N )=a( ND )n− ∑ P(i)
i=1

Para o tempo de concentração adoptado, a intensidada de precipitação é de 59.9mm/h


Hietograma decrescente

t(D) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

P(mm) 71.65 25.01 18.5 15.24 13.2 11.77 10.8 9.86 9.18 8.62 8.14

a) Disposição temporal dos blocos de precipitação total

t(D) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

P(mm 25.0 10.7


8.62 9.86 11.77 15.24 71.65 18.50 13.20 9.18 8.14
) 1 0

b) Determinação da Precipitação útil


NC =80
25400
F max= −254=63.5 mm ; Po=0.2 F max =12.7 mm
NC

c) Determinação da Precipitação útil

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 15


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

NC =80
25400
F max= −254=63.5 mm ; Po=0.2 F max =12.7 mm
NC

P ui
t P Pac F ac F Pu
Pu

0.306 8.62 8.62 9.21 9.21 0.00 0.00


0.612 9.86 18.48 16.94 7.73 2.13 0.01
0.918 11.77 30.25 23.70 6.76 5.01 0.02
1.224 15.24 45.49 30.00 6.30 8.94 0.04
1.53 25.01 70.50 36.91 6.91 18.10 0.07
1.836 71.65 142.15 46.78 9.88 61.77 0.25
2.142 18.50 160.65 48.24 1.46 17.04 0.07
2.448 13.20 173.85 49.14 0.90 12.30 0.05
2.754 10.70 184.55 49.79 0.65 10.05 0.04
3.06 9.18 193.73 50.31 0.51 8.67 0.04
3.366 8.14 201.87 50.73 0.42 7.72 0.03

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 16


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Hietograma equilibrado de Precipitacao Total


80.00

70.00

60.00

50.00

40.00

30.00

20.00

10.00

0.00
0-1 1-2 2-3 3-4 4-5 5-6 6-7 7-8 8-9 9-10 10-11

Hietograma de Precipitacao util


0.45
0.40
0.35
0.30
0.25
0.20
0.15
0.10
0.05
0.00
0-1 1-2 2-3 3-4 4-5 5-6 6-7 7-8 8-9 9-10 10-11

c) Caudal de Pico
I. Formula Racional

A=49.8 km2
I =59.9 mm/h
t c =3.37 h

C=0.3

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

K=1.3(Zona B)
f T =1( T =100 anos)

Q=0.278 fCIA
Q=0.278× 1× 0,3 ×59,9 ×49,8

Q=323.42 m 3 /s

II. Formula de Soil Conservation Service

0.278 AK Pu
Q=
tc

0.278 AK Pu
Q=
tc

¿ 623.33 m 3 / s
• Adoptou-se o caudal minimo porque caso contrario ter-se-ia posteriormente larguras
de descarregadores relativamente grandes.
Nota: Serao considerados apenas os caudais obtidos pelos metodos cinematicos pelo facto
de que os obtidos pelos metodos estatisticos nao transmitem seguranca por apresentar
valores muito pequenos.

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 18


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

1. Introdução
A água é um recurso escasso no planeta, e é sabido que sem ela não existe qualquer possibilidade
de existência de vida humana, uma vez que esta serve para o abastecimento e igualmente para
irrigação de culturas, entre outras utilidades. No que diz respeito aos escoamentos superficiais,
estes são variados e alternados, proporcionando períodos de grandes caudais e períodos de
estiagem, dai a necessidade de criação de barragens para armazenamento de água e proporcionar
a sua distribuição em épocas de estiagem ou mesmo para a regularização de caudais.

O armazenamento é feito em reservatórios que podem ser naturais ou artificiais. Estes


reservatórios dependem da construção de obras hidráulicas, como é o caso das barragens. Define-
se genericamente como barragem uma estrutura capaz de reter e armazenar água com segurança.
Uma barragem cria um reservatório artificial que se designa por albufeira. O presente trabalho é
referente ao projecto da disciplina de Obras Hidráulicas, cujo objectivo principal consiste na
projecção e dimensionamento duma pequena barragem na bacia do rio Muliquela, para satisfazer
as necessidades anteriormente descritas.

O projecto consiste em duas partes principais: Memória Descritiva e Justificativa e Memoria de


Cálculo.

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 19


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

2. Objetivos

2.1. Geral
 Dimensionamento de uma pequena barragem na bacia do Rio Muliquela na localidade de
Ile, província da Zambézia.

2.2. Específicos
 Delimitação da Bacia;
 Determinação das curvas de áreas inundadas e volumes armazenados;
 Determinação da capacidade Útil.
 Determinação da folga.
 Dimensionamento do corpo da barragem.
 Dimensionamento dos hidráulicos que compõem uma barragem.
 Indicar soluções para problemas de percolação e permeabilidade, e dimensioná-las.

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

3. Metodologia
A Metodologia usada para a elaboração deste projecto foi a seguinte:

 Consulta de Literaturas disponíveis em bibliotecas;


 Recolha de dados referentes a zona de estudo na DNA e INE;
 Google Earth Pro - para a visualização aérea do local para melhor familiarização do local;
 Consultas na internet;
 Consulta dos apontamentos apresentados pelos docentes;
 Discursão e compilação dos dados adquiridos em grupo;
 Uso de ferramentas informáticas (QGIS, MS Excel, SVOfficce e MS office);

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

4. Limitações
 Atraso no fornecimento das credenciaispor parte do departamento para a colheita de
dados imprescindíveis para a realização do projecto, o que apelamos maior antecedência
possível de modo a cumprir com os prazos;
 Indisponibilidade de informações/dados Por parte da INAM e DNRH que proporcionariam
maior realidade e credibilidade do projecto;
 Indisponibilidade dum modelo de elevação digital de maior resolução que permitisseobter
curvas de nível e outras informações geográficas com melhor precisãona zona em estudo;
 Dados populacionais não realísticos; e outros.

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

5. Memoria Descritiva e Justificativa


A presente memória descritiva, refere-se ao ante-projecto de construção de uma pequena
barragem de terra zonada sobre o rio Muliquela, destinada à abastecer água a localidade de
Ile e localidades circunvizinhas, assim como irrigação. A barragem a projectar terá um
período de vida útil de 100 anos. Espera-se que neste período cumpra os objectivos para os
quais foi projectada. Esta barragem terá uma altura de 9.80 m, construída num vale limitado
pela topografia da região. O projecto terá em conta aspectos de carácter ambiental. Está
prevista uma capacidade de armazenamento na ordem dos 3.07 Milhões de metros cúbicos
para um fornecimento mensal com fiabilidade de 85%, adequada ao abastecimento rural. A
albufeira terá, cerca de, 1.03 Km2 de área inundada. O corpo da barragem terá uma
extensão de 500 m.

5.1. Descrição do local de implantação


Figura 1: Localização do distrito de Ile.

GSPublisherVersion 0.66.100.100

Fonte: Perfil do distrito de Ile (2015)

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Figura 2: Vista da regiao a ser beneficiada pela nova barragem.

Fonte: Google Earth Pro.

5.2. Clima, Relevo e Solos


O clima da região e tropical chuvoso e as precipitações médias anuais variam de 800 a
1400mm e a evapotranspiração potencial regista valores médios na ordem dos 1000 a
1400mm e as temperaturas médias anuais variam de 24 oC a 26oC.

5.3. Economia e serviços


A agricultura é a actividade dominante em todos os agregados familiares. A produção
agrícola é feita manualmente em pequenas explorações com base nas variedades locais.

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

5.4. Abastecimento de água


O abastecimento de água a população, sobretudo a rural, é feita através e riachos, mas
existem zonas com grandes carências na época seca.

Figura 3: Geologia da regiao.

Fonte: QGIS

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Figura 4: Localizacao da bacia do rio Muliquela.

Bacia de Rio Muliquela

Legenda

Curso de agua Ile

RIOMULIQUELA

Limite da bacia Ile1

subbacia de rio Loci

Bacia Loci

Fonte: QGIS

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Figura 5: Ocupação de solos.

Fonte: QGIS

5.5. Justificativa
O abastecimento de água para a população rural é feito através dos rios e riachos do
distrito. Contudo, existem zonas com grande carência de água na época de estiagem. O
pequeno sistema de abastecimento de água carece de ampliação de forma a abranger os três
bairros da vila. Em geral, no que concerne as fontes de abastecimento de água, verifica-se
que na maioria, a população do distrito é abastecida por poços e furos (79%), ou recorre
directamente aos rios e lagos (21%).

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

5.6. Avaliação do local de implantação da barragem

5.6.1. Localização da barragem


Assim como qualquer projecto, o projecto de construção de uma barragem requer a
anotação do local do empreendimento em uma planta topográfica planialtimetrica a uma
escala conveniente. Em condições ideais, o local duma barragem devia preencher os
seguintes critérios:

 Situar-se numa secção estreita do vale;


 Estar a jusante dum vale aberto;
 Ter boas condições de fundação;
 A geologia do vale a montante;
 Possibilitar a extracção dos materiais de construção necessários;
 Ter acessos fáceis.

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

5.6.2. Possíveis alternativas e suas características

Figura 6: Secções seleccionadas e suas características

SECÇÕES ALTERNATIVAS

SECÇÃ0 O3

SECÇÃO 02
SECÇÃO 01

Legenda

Curso de agua Ile

RIOMULIQUELA

Limite da bacia Ile

subbacia de rio Loci

Bacia Loci

SECOES 1:1

GSPublisherVersion 0.44.100.100

A selecção do local da barragem foi feita considerando 3 secções alternativas, pelo que será
realizada um breve caracterizado das possíveis soluções.

 Secção 1

A primeira secção (opção 1) com 15°53'45.76"S de latitude e 38°50'59.98"E de longitude, esta


representada na figura 7, esta solução possui as seguintes características:

 Área inundada será de 1,14 km2


 Área Drenante de 76 Km2
 Volume armazenado será de 2.06 Mm3
 Comprimento de coroamento estimado em cerca de 251,49 m

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Figura 7:Área inundada da primeira opção da secção 1.

Gráfico 1: Curva das áreas inundadas da secção 1 (Opção 1).

555
CURVA DAS AREAS INUNDADAS
550 f(x) = 0 x³ − 0 x² + x + 536
R² = 1
545

540

535

530
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Gráfico 2: Curva de volumes armazenados na secção 1 (Opção 1).

Curva dos Volumes Acumulados


6000000.00

5000000.00
f(x) = 1118.66 x³ − 1789877.14 x² + 954588889.09 x − 169697898429.03
4000000.00 R² = 1

3000000.00

2000000.00

1000000.00

0.00
534 536 538 540 542 544 546 548 550 552

Gráfico 3: Secção transversal da opção 1.

Secção 1
560

555

550

545

540

535

530
0 50 100 150 200 250 300

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

 Secção 2

A segunda opção (opção 2) com 15°53'45.76"S de latitude e 38°50'59.98"E de longitude, e


a secção do vale do rio e a figura que ilustra a área que será inundada considerando esta
opção serão:

 Área inundada será de 1.09 km2


 Área Drenante de 61 Km2
 Altura da barragem igual a 10 m sem considerar a folga.
 Volume armazenado será de 4,36 Mm3
 Comprimento de coroamento estimado em cerca de 135,6

Figura 8:Área inundada da primeira opção da secção 2.

Fonte: QGIS

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 32


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Gráfico 4: : Curva das áreas inundadas da secção 2 (Opção 2).

CURVA DAS AREAS INUNDADAS


595

590 f(x) = − 0 x⁴ + 0 x³ − 0 x² + 0 x + 577.67


R² = 1
585

580

575

570

565
0 1000000 2000000 3000000 4000000 5000000

Gráfico 5: Curva de volumes armazenados da secção 2 (opção 2).

Curva dos Volumes Acumulados


5000000
4500000
f(x) = 18963.08 x² − 21866111.64 x + 6303345684.57
4000000 R² = 1
3500000
3000000
2500000
2000000
1500000
1000000
500000
0
576 578 580 582 584 586 588 590 592 594

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 33


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Gráfico 6:Secção transversal da opção 2.

Secção 2
480

475

470

465

460

455

450
0 20 40 60 80 100 120

Secção 3

A terceira opção (opção 3) com 15°53'45.76"S de latitude e 38°50'59.98"E de longitude, e a


secção do vale do rio e a figura que ilustra a área que será inundada considerando esta
opção serão:

 Altura da barragem igual a 15 m sem considerar a folga.


 Área inundada será de 0.93 km2
 Área Drenante de 103 Km2
 Altura da barragem igual a 15 m sem considerar a folga.
 Volume armazenado será de 0.86 Mm3
 Comprimento de coroamento estimado em cerca de 179.4 m

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 34


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Figura 9: Área inundada da primeira opção da secção 3.

Gráfico 7:Curva de áreas inundadas da secção 3 (Opção 3)

Curva as Areas Inundadas


565

560 f(x) = − 0 x⁴ + 0 x³ − 0 x² + 0 x + 549.41


R² = 0.98
555

550

545

540
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
000 000 000 000 000 000 000 000 000 000
20 40 60 80 10
0
12
0
14
0
16
0
18
0
20
0

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 35


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Gráfico 8: Curva de volumes armazenados da secção 3 (opção 3)

Curva de Volumes Acumulados


2000000
1800000
1600000
f(x) = − 1.2 x⁴ + 3232.89 x³ − 3151610.18 x² + 1332463853.91 x − 207429361840.1
R² = 1
1400000
1200000
1000000
800000
600000
400000
200000
0
546 548 550 552 554 556 558 560 562 564

Gráfico 9: Secção transversal da opção 3.

Seção 3
570

565

560

555

550

545
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 36


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

5.6.3. Análise da escolha da secção


Para a escolha da melhor secção fez-se uma comparação das possíveis alternativas em função dos
vários aspectos e fora atribuídos pontuações de 0 à 5 como ilustra a tabela abaixo:

Tabela 1: Análise da escolha da secção

Comprimento
Áreada Área Disponibilidad
Alternativas do Acessibilidade Distância Fundação Altitude Total
Albufeira Drenante e de Matérias
coroamento

1 2 2 1 4 2 3 5 4 21

2 4 5 5 4 4 4 5 4 35

3 3 5 3 1 3 1 2 4 22

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 37


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

6. Memória de Calculo

6.1. Determinação da Capacidade Útil


As principais Variáveis de Entrada e Saída na Albufeira em estudo são:

 O Caudal escoado;
 A precipitação;
 A Evaporação
 Caudal ecológico

Tendo os levantamentos ou as leituras destas principais variáveis poder-se-á dimensionar a


albufeira.

6.1.1. Estimativa do escoamento


Não dispondo de dados de escoamento na secção do rio onde se pretende construir a pequena
barragem, foi usada como referência uma outra secção do rio, não muito afastada, a jusante (E-
109) pois desta existem alguns dados.

Devido á carência (ou inexistência) de dados de registro de precipitação para a área que drena na
secção escolhida da barragem, será assumido que as duas secções têm as mesmas características
fisiografias e de precipitação, de modo que seja válida a seguinte expressão que permite estimar a
precipitação na secção referida:

Q1 Q2
=
A 1 × P 1 A2 × P 2

Q 2 – referente ao escoamento registado em E-109

P2– referente a precipitação ponderada sobre a bacia da secção 2

P1– referente a precipitação ponderada sobre a bacia da secção 1

A2 – área drenante na secção do estacão E-109 ( A2= 850 Km2)

A1 – área drenante na secção de implantação da barragem ( A1= 102 Km2)

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 38


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Polígonos de Thiessen

Figura 10: representacao os poligonos de Thiessen da regiao.

6.1.2. Fiabilidade
Tabela 2: Fiabilidade.

Consumo Fiabilidade( % )
Valores limites Valor usual
Abastecimento 90-97 95
doméstico
Abastecimento rural 80-90 85
Abastecimento industrial 75-97 90
Energia 75-99 95
Irrigação 75-85 80

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 39


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Tendo em vista que a barragem esta sendo dimensionada para consumo doméstico e responder
demanda de irrigação, a fiabilidade será condicionada pelo consumo doméstico rural sendo assim;
F=85%

6.1.3. Determinação da Capacidade Útil


A determinação da capacidade útil realizou-se baseando apenas no método desimulação e
dos picos consecutivos.

 O algoritmo de cálculo para o método dos picos consecutivos tem os seguintes


passos:
 Considerando-se a serie de escoamentos afluentes (mensais), determinou-se em
cada período de tempo to valor de St dado por uma das duas alternativas

{R −I +0S, se−1¬ativo
t t , se positivo
t

Em que:

Rt −¿Meta de consumo no periodot.

I t−¿ Escoamento afluente no períodot.

St −¿Armazenamento necessário no períodot.

 Repetiu-se o passo anterior, tornando-se agora para S0 o valor de S obtido no último


periodo de tempo do 1° passo.
 A capacidade útilnecessária e o máximo de St obtido nos passos 1 e 2.

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 40


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

A aplicação do algoritmo duas vezes a serie de escoamentos permite tomar em


consideração a possibilidade do período critico em termos de carência de agua se situar nos
extremos da serie. Esta repetiçãosó énecessária se, no 1° passo, o St do últimoperíodonão
for nulo.

 Equação do método de simulação

Basicamente e o método de balançohídrico:

I + O=∆ S

I =P+Q es O=E v + Q des

I – Volume da água que entra na albufeira

O – Volume que sai da albufeira

∆𝑆 – Volume armazenado

𝑃 – Precipitação sobre a albufeira

𝑄𝑒𝑠 – Caudal que aflui para albufeira

𝑄𝑑𝑒𝑠 – Caudal descarregado (resultante da soma do caudal ecológico e volume excesso)

O método dos picos consecutivos é bastante simples e têm algumas limitações sérias pelo
que foi utilizado apenas para uma estimativa preliminar do volume útil. Para o
dimensionamento de albufeira, o modelo utilizado foi o da Simulação matemática visto ser
o mais utilizado actualmente por este permitir simular ou imitar o comportamento da
albufeira e as diversas utilizações da água ao longo do tempo.

6.1.3.1. Demanda de abastecimento


A população de projecto está vinculada à definição do alcance do projecto. Ou seja, definido o
modelo de projecção populacional a ser adoptado, para se obter a população a ser considerada é

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 41


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

necessário se estabelecer que alcance o projecto pretenderá atingir. Para o presente projecto foi
considerar-se-á uma vida útil da barragem de 30 anos, a contar a partir do ano de 2020. Com os
dados de população disponibilizados pelo INE estimou-se que a taxa de crescimento aritmético
éde 1,8 % .

Sabendo que :

P2007 =43997 hab

α
(
Pt =P0 × 1+
100
×t )
α
(
P2052 =P 2007 × 1+
100
×t )
1,8
P2052 =43997 × 1+ ( 100
× 45 )
P2052 =79635 hab

Para o cálculo das demandas da população estimada para 2052 deve-se considerar as suas
respectivas necessidades que são doméstico, publico/comercial, industrial e uma provisão para as
perdas.

Onde:

Qd =Pop× ¿

Q d =79635 × ( 30 ×0,45+50 × 0,35+125× 0,20 )

l
Q d =3537296
dia

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 42


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Q p =10 % Qd
c

Q ind =5 % Q d

Qutil=Q d +Q p +Qind
c

Qutil=Q d × ( 1+0,1+0,05 )

Qut il =3537296 × ( 1+0,1+0,05 )

l
Q util=4067890,4
dia

Q perdas=15 % Q util

Q total=Q util +Q perdas

Q total=Q util × ( 1+0,15 )

Q total=4067890,4 × ( 1+0,15 )

l
Q total=4881468,48
dia

6.1.3.2. Demanda de água para irrigação

Abaixo a lista das culturas praticadas pelas comunidades da localidade do Ile. Para a
determinação das necessidades de água para irrigação, foram consideradas apenas aquelas
culturas que se consideram importantes para o desenvolvimento das comunidades que
sãoalgodão, soja e milho.

• Algodão;
• Soja
• Arroz;
• Batata;
• Batata-doce;
• Feijão;
• Milho;

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 43


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

• Mandioca;
• Mapira.

 Procedimento de cálculo

Figura 11: Algoritmo de cálculo da demanda de água para irrigação.

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 44


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

 Caudal de irrigação

Para determinação do caudal de irrigação, segue-se a sequência de calculo de dotação de rega


apresentada em Hipólito e Vaz (2011).

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 45


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Tabela 3:Evapotranspiração cultural de referência


Mês TEMPERATURA      

MIN MAX MED Io Lwv ETo


JAN 79.3 105.4 92.4 40.41 2.45 92.10
FEV 78.9 110.3 94.6 39.40 2.45 85.40
MAR 78.7 110.6 94.7 36.78 2.45 95.50
ABR 83.3 113.0 98.2 32.63 2.45 93.00
MAI 83.2 113.8 98.5 28.56 2.45 109.00
JUN 81.8 113.3 97.6 26.47 2.45 86.00
JUL 80.1 116.7 98.4 27.37 2.45 110.30
AGO 79.0 115.0 97.0 30.83 2.45 120.20
SET 81.3 116.4 98.9 35.06 2.45 154.80
OUT 80.9 106.2 93.6 38.33 2.45 170.90
NOV 80.4 101.2 90.8 39.98 2.45 179.40
DEZ 81.0 102.0 91.5 40.51 2.45 148.20

Tabela 1:Evapotranspiração: Cultura de Algodão

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 46


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Mês ALGODÃO (A=10 ha)  


ETo Kc ini ETc ini Kc mid ETc mid Kc end ETc end ETc1 Volume
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (Mm^3)

JAN 92.10 0.35 32.24 1.18 108.22 0.60 55.26 195.71 0.02
FEV 85.40 0.35 29.89 1.18 100.35 0.60 51.24 181.48 0.02
MAR 95.50 0.35 33.43 1.18 112.21 0.60 57.30 202.94 0.02
ABR 93.00 0.35 32.55 1.18 109.28 0.60 55.80 197.63 0.02
MAI 109.00 0.35 38.15 1.18 128.08 0.60 65.40 231.63 0.02
JUN 86.00 0.35 30.10 1.18 101.05 0.60 51.60 182.75 0.02
JUL 110.30 0.35 38.61 1.18 129.60 0.60 66.18 234.39 0.02
AGO 120.20 0.35 42.07 1.18 141.24 0.60 72.12 255.43 0.03
SET 154.80 0.35 54.18 1.18 181.89 0.60 92.88 328.95 0.03
OUT 170.90 0.35 59.82 1.18 200.81 0.60 102.54 363.16 0.04
NOV 179.40 0.35 62.79 1.18 210.80 0.60 107.64 381.23 0.04
DEZ 148.20 0.35 51.87 1.18 174.14 0.60 88.92 314.93 0.03

Tabela 2:Evapotranspiração: Cultura de Soja


Mês SOJA (A=20 ha)  

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Eto Kc ini ETc ini Kc ETc Kc ETc end Etc1 (mm) Vol
(mm) (mm) mid mid end (mm) (Mm^3)
(mm)
JAN 92.10 0.40 36.84 0.15 13.82 0.50 46.05 96.71 0.02
FEV 85.40 0.40 34.16 0.15 12.81 0.50 42.70 89.67 0.02
MAR 95.50 0.40 38.20 0.15 14.33 0.50 47.75 100.28 0.02
ABR 93.00 0.40 37.20 0.15 13.95 0.50 46.50 97.65 0.02
MAI 109.00 0.40 43.60 0.15 16.35 0.50 54.50 114.45 0.02
JUN 86.00 0.40 34.40 0.15 12.90 0.50 43.00 90.30 0.02
JUL 110.30 0.40 44.12 0.15 16.55 0.50 55.15 115.82 0.02
AGO 120.20 0.40 48.08 0.15 18.03 0.50 60.10 126.21 0.03
SET 154.80 0.40 61.92 0.15 23.22 0.50 77.40 162.54 0.03
OUT 170.90 0.40 68.36 0.15 25.64 0.50 85.45 179.45 0.04
NOV 179.40 0.40 71.76 0.15 26.91 0.50 89.70 188.37 0.04
DEZ 148.20 0.40 59.28 0.15 22.23 0.50 74.10 155.61 0.03

Tabela 3: Evapotranspiração: Cultura de soja.

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Mês MILHO (A=15 ha)  


Eto Kc ini ETc ini Kc mid ETc mid Kc end ETc Etc1 Volume
(mm) (mm) (mm) end (mm) (Mm^3)
(mm)
JAN 92.10 0.30 27.63 1.20 110.52 0.60 55.26 193.41 0.03
FEV 85.40 0.30 25.62 1.20 102.48 0.60 51.24 179.34 0.03
MAR 95.50 0.30 28.65 1.20 114.60 0.60 57.30 200.55 0.03
ABR 93.00 0.30 27.90 1.20 111.60 0.60 55.80 195.30 0.03
MAI 109.00 0.30 32.70 1.20 130.80 0.60 65.40 228.90 0.03
JUN 86.00 0.30 25.80 1.20 103.20 0.60 51.60 180.60 0.03
JUL 110.30 0.30 33.09 1.20 132.36 0.60 66.18 231.63 0.03
AGO 120.20 0.30 36.06 1.20 144.24 0.60 72.12 252.42 0.04
SET 154.80 0.30 46.44 1.20 185.76 0.60 92.88 325.08 0.05
OUT 170.90 0.30 51.27 1.20 205.08 0.60 102.54 358.89 0.05
NOV 179.40 0.30 53.82 1.20 215.28 0.60 107.64 376.74 0.06
DEZ 148.20 0.30 44.46 1.20 177.84 0.60 88.92 311.22 0.05

 Evapotranspiração:

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Tendo as evapotranspirações parciais de cada cultura (Algodão, Milho e Soja), podemos ter os
totais mensais de evapotranspiração na área pela soma destes:

Tabela 4: Evatranspiracoes culturais totais mensais.


Mês JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
ETc 485.83 450.49 503.76 490.58 574.98 453.65 581.83 634.06 816.57 901.50 946.34 781.76
total
(mm
)

 Precipitação Efectiva

Assumiu-se que a precipitação efectiva seria de 90% da precipitação real naquela região.

Tabela 5: Precipitação efectiva mensal;

Precipitação (mm) Pe
(mm
)
JANEIRO 181. 163.
4 3
FEVEREIRO 238. 214.
6 7
MARÇO 383. 345.
5 2
ABRIL 219. 197.
7 7
MAIO 72.4 65.2
JUNHO 76.3 68.7
JULHO 69.1 62.2
AGOSTO 68.6 61.7

SETEMBRO 67.2 60.5

OUTUBRO 66.6 59.9

NOVEMBR 139. 125.


O 7 7
DEZEMBRO 352. 317.
3 1

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

 Lavagem do solo

Tabela 6: Algodão.
ALGODÃO ETc (mm) L(mm) Volume(Mm3)

ECw 5.10 195.71 39.99 0.004


ECe 7.70 181.48 37.08 0.004
Lc (%) 90.00 202.94 41.47 0.004
LR 0.17 197.63 40.38 0.004
    231.63 47.33 0.005
  182.75 37.34 0.004
  234.39 47.89 0.005
  255.43 52.19 0.005
  328.95 67.21 0.007
  363.16 74.20 0.007
  381.23 77.89 0.008
  314.93 64.35 0.006

Tabela 7: Soja
SOJA ETc (mm) L (mm) Volume(Mm3)

ECw 3.30 199.02 40.47 0.008


ECe 5.00 186.48 37.92 0.008
Lc (%) 90.00 292.94 59.56 0.012
LR 0.17 197.80 40.22 0.008
    231.63 47.10 0.009
  182.75 37.16 0.007
  234.39 47.66 0.010
  255.43 51.94 0.010
  328.96 66.89 0.013
  363.17 73.84 0.015
  381.23 77.51 0.016
  314.93 64.03 0.013

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Tabela 8: Milho
MILHO ETc (mm) L (mm) Volume (Mm3)

ECw 1.10 200.12 39.59 0.006


ECe 1.70 188.19 37.23 0.006
Lc (%) 90.00 382.95 75.76 0.011

LR 0.17 197.97 39.17 0.006


    231.64 45.83 0.007
  182.76 36.16 0.005
  234.40 46.37 0.007
  255.44 50.54 0.008
  328.97 65.08 0.010
  363.18 71.85 0.011
  381.25 75.43 0.011
  314.94 62.31 0.009

Tabela 9: Caudal de irrigação


Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Vol ( Mm3 ) 0,01 0,01 0,02 0,01 0,02 0,01 0,02 0,02 0,03 0,03 0,03 0,02
8 8 7 8 1 6 2 3 0 3 5 8

 Caudal Ecológico

O caudal ecológico é de extrema importância pois permite a conservação e manutenção dos


ecossistemas aquáticos naturais, produção de espécies com interesse desportivo ou
comercial, conservação e manutenção dos agrupamentos ripícolas, valores estéticos
associados à paisagem ou a determinados componentes do sistema ou outros aspectos de
interesse científico ou cultural.

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 52


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

6.2. Métodos de cálculo


 Método de determinação do caudal ecológico
 Método Tennant [ou Montana] – modificado

Tabela 10: Percentagem do caudal anual médio para manter uma condição no rio

Tabela 13: Caudal ecológico considerado como 10% do Caudal médio do rio Muliquela

Mês Q Loci (Mm3) Q ecológico

JANEIRO 4.430151 0.44

FEVEVEIRO 5.291478 0.53

MARÇO 5.376231 0.54

ABRIL 6.614019 0.66

MAIO 3.33756 0.33

JUNHO 2.720637 0.27

JULHO 2.47689 0.25

AGOSTO 1.631988 0.16

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

SETEMBRO 1.098504 0.11

OUTUBRO 0.82125 0.08

NOVEMBRO 1.076823 0.11

DEZEMBRO 3.71862 0.37

Tabela 14: Caudal total a descarregar Mensalmente

Q demanda Q irrigação Q ecológico


Mês (Mm3) (Mm3) (Mm3) Q total (Mm3)

JANEIRO 0.17 1.27 0.13 1.56

FEVEVEIRO 0.17 1.00 0.10 1.26

MARÇO 0.17 0.96 0.10 1.23

ABRIL 0.17 1.18 0.12 1.47

MAIO 0.17 1.86 0.19 2.21

UNHO 0.17 1.42 0.14 1.73

JULHO 0.17 1.89 0.19 2.25

AGOSTO 0.17 2.08 0.21 2.46

SETEMBRO 0.17 2.73 0.27 3.17

OUTUBRO 0.17 3.03 0.30 3.51

NOVEMBRO 0.17 3.01 0.30 3.48

DEZEMBRO 0.17 1.87 0.19 2.23

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 54


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

6.2.1. Determinação da Capacidade Útil


A Capacidade útil da barragem deve ser determinada de forma que possa garantir a
fiabilidade em termos de fornecimento de água para as mais diversas funções pré-
estabelecidas para o empreendimento, sendo estas as seguintes.

 Sector Doméstico – Fornecimento de água potável para o número de habitantes


previstos para a Localidade de Ile, tendo em conta dados previamente obtidos;

 Caudal Ecológico – caudal mínimo necessário para manter num curso de água, de
modo a permitir o crescimento e reprodução das espécies piscícolas.

 Caudal de Irrigação - caudal disponível para a rega.

Será empregue o Método dos Picos Consecutivos que é um método analítico relativamente
simples, mas contudo não considera variáveis na albufeira como a precipitação nem a
evaporação e considera uma fiabilidade de 100%, contudo, a capacidade aqui determinada
pode representar uma estimativa razoável.

6.3. Estimação da folga

Procedimentos:

 Cálculo do Fetch efectivo:

∑ x i cos2 α i
f e=
∑ cosα i

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 55


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Figura 14 : Medição dos Fetchs

Tabela15: Cálculo de elementos necessários para o calculo do fetch efectivo

i xi αi cosα i cos 2 α i x i cos 2 α i


1 145.8 -48 0.669 0.5000 72.9
2 157.9 -42 0.743 0.5523 87.2
3 172.87 -36 0.809 0.6545 113.14
4 424.52 -30 0.866 0.7500 318.18
5 466.48 -24 0.914 0.8346 389.32
6 516.61 -18 0.951 0.9045 467.27
7 1039.0 -12 0.978 0.9568 994.11
8 1729.0 -6 0.995 0.9891 1710.15
9 1751.0 0 1.0000 1.0000 1751

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 56


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

10 761.09 6 0.995 0.9891 752.71


11 722.13 12 0.978 0.9568 690
12 540.09 18 0.951 0.9045 488.51
13 442.39 24 0.914 0.8346 369.22
14 270.74 30 0.866 0.7500 203,06
15 235.88 36 0.809 0.6545 154.38
16 198.26 42 0.743 0.5523 109.49
17 168.54 -48 0.699 0.5000 182.30
Maior
Somatório 14.88 8862.94

8862,94
f e= =595,63 m=0,5956 km
14,88
Fetch maximo:

f max =1751m

Fetch equivalente:

f e =1,1× 0,5956=0,655 km

1. Cálculo da velocidade do vento sobre a albufeira

A velocidade do vento em terra para o local onde será construída a barragem é estimada em
cerca de 160km/h

km m
v normal=160 =44.44
h s
2 m m
v mínima= x 44.44 =2 9. 62
3 s s

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 57


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

2. Determinar a altura Hw, o período Tw e o comprimento Lw, e a altura de onda


de projecto H 0:
0.53
v2
( ) ×f
H w =0.0026×
g e
0.47

2 0.53
44,44
H =0.0026× (
9,8 )
0.47
w ×655 =0,91m

f e0.28 × v 0.44
T w =0.45 ×
g 0.72

6550.28 × 44,440.44
T w =0.45 × =2,84 s
9,80.72

Lw =1.56 × T w 2

Lw =1.56 × 2,842=12 , 58 m

H o =1.67× H w

H o =1.67× 0,91=1,52 m

3. Calculo da subida da onda R


H 0 1,52
= =0,12
Lw 12,58

Inclinação do paramento de montante


i=1 :2

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 58


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

R
=2,0
H0

R=2× H 0=2 ×1,52=3,04 m

4. Calculo da elevação da água devido ao vento

v 2 × f max
S=
62000 × D

1602 × 1,751
=0,145m
62000 ×5

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 59


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

5. Calculo da folga normal

Folga Normal=máx { R ; Ho } +S

Folga Normal=máx {3,04 ; 1,52 }+ 0,145

Folga Normal=3,04 +0,145=3,185 m

6. Altura da barragem

NPA=8,40 m

H=8,40+3,185=11,59 m

Seja H=12,0 m( Folga Normal=3,60 m)

FOLGA MINIMA
1. Determinar a altura Hw, o período Tw e o comprimento Lw, e a altura de onda
de projecto H 0:
0.53
v2
( ) ×f
H w =0.0026×
g e
0.47

2 0.53
29,62
H =0.0026× (
9,8 )
0.47
w ×655 =0,59 m

f e0.28 × v 0.44
T w =0.45 ×
g 0.72

6550.28 ×29,620.44
T w =0.45 × =2,37 s
9,80.72

Lw =1.56 × T w 2

Lw =1.56 × 2,372=8,76 m

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 60


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

H o =1.67× H w

H o =1.67× 0,59=0,99 m

2. Calculo da subida da onda R


H 0 0,99
= =0,11
Lw 8,76

Inclinação do paramento de montante


i=1 :2

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 61


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

R
=2,0
H0

R=2× H 0=2 ×0,99=1,98 m

3. Cálculo da elevação da água devido ao vento

v 2 × f max
S=
62000 × D

106,672 × 1,751
=0,064 m
62000 ×5

4. Calculo da folgamínima

Folga Minima=máx { R ; Ho }+ S

Folga Minima=máx {1,98 ; 0,99 } +0,064

Folga Minima=1,98+0,064=2,04 m

Seja Folga Minima=2,1 m

6.4. ESCOLHA DO TIPO DE BARRAGEM


 Condicionantes: técnicos e econômicos;
 Topografia e geologia;
 Disponibilidade de materiais de construção;
 Processos construtivos;
 Custo do betão e dos solos.

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 62


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

6.4.1. Geologiada Região

Falta descrever cada tipo de solo.

6.4.2. TOPOGRAFIA

Seção 2
480

475

470

465

460

455

450
0 20 40 60 80 100 120

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 63


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Possíveisalternativas:
 Barragem de Terra Zona (A)
 Barragem de Betão (B)

Analise e escolha do tipo de barragem

Alternativa Topogra Geologia Disponibilidade Processos Custo Total


fia Construtivos Unitários
por m3de
construção
A 1 1 1 1 1 5

B 1 0 0 1 0 2

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 64


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

7. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DO CORPO DA BARRAGEM


Será adoptado uma Barragem de Terra Zonada, escolha esta motivada pelos vários
critérios anteriormente já analisados, como:

 Topografia e Geologia (Tipo de fundação – que preconiza um núcleo largo, como


um dos dispositivos necessários.);
 Disponibilidade do material perto do local da obra;

7.1. MACICOS ESTABILIZADORES


Largura do topo: Igual a largura de coroamento – Lc = 6.5 m;

Caracterização do Núcleo e do Solo:Tipo de Barragem: Zonada com Núcleo Mínimo A;

Paramento de Jusante: Não sujeito a esvaziamento rápido;

Solos dos maciços: SW – Areia Bem Graduada;

Solo do núcleo: CH – Argila Inorgânica de alta plasticidade;

7.2. DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE DRENAGEM


 Tapete impermeabilizante de montante

Uma vez que o solo de fundação é de grande espessura (cerca de 30 m de areia seguido de
argila), foi escolhido uma solução emtapete Impermeabilizante (1m de espessura) na
fase inicial com 10m de comprimento relativamente ao pé da barragem combinado com
uma vala de encaixe.

 Determinação da largura do elemento drenante inclinado à 77°

Mendonça (citado em Sousa, 2013, p25) menciona que o dreno de cachimbo fornece uma
melhor distribuição de tensões em função da diferença de rigidez que pode provocar
fissuras do dreno e ruptura hidráulica, daí a sua adopção neste trabalho.

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 65


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

 NUCLEO (Geometria):

Largura do top (Lt): Por razões construtivas - Lt = 3.0 m;

Largura da base (Lb): Condicionado pelas inclinações dos taludes e pela largura do topo
do núcleo; Lb = h (barragem) = 12 m

Altura (Hn) = 11m

Talude de montante – 2,44 : 1

Talude de Jusante – 2,44 : 1

 MACICOS ESTABILIZADORES (Geometria):

Paramento de montante: Inclinação 2:1

Paramento de jusante: Inclinação 2:1

Largura da base:Será condicionado pelas inclinações dos taludes e largura de coroamento

Lb = Lc + 2Z + 2Z = 5.5 + 2×12 + 2×12 = 53.5m

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 66


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

8. CAUDAL DE PROJECTO
8.1. Metodos estatísticos

Tabela:

m3 m3
i Ano Q max ( )
s i Ano Q max ( )
s
1 196 8.374399 13 1975 19.45546
3
2 196 18.64526 14 1976 7.13475
4
3 196 11.56284 15 1977 14.08184
5
4 196 7.13475 16 1978 25.90813
6
5 196 12.4398 17 1979 9.835994
7
6 196 15.65892 18 1980 10.87535
8
7 196 19.74056 19 1981 12.65453
9
8 197 61.05859 20 1982 9.633897
0
9 197 14.68633 21 1983 15.54524
1
10 197 7.067986 22 1984 23.49559
2
11 197 21.72364 23 1985 37.50706
3
12 197 10.5289 24 1986 22.80089
4

Fonte:
 Determinação do caudal de ponta pelos métodos estatísticos;
 Testes de aleatoriedade;

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

 Teste de autocorrelação;

9. EVACUADOR DE CHEIAS
Hipóteses de escolha do tipo de evacuador de cheias:

 Evacuador sobre a barragem;


 Evacuador por orifíciosatravés da barragem;
 Evacuador em canal em céu aberto;
 Evacuador em poço;
 Evacuador de cheias em dique fusível;

9.1. Escolha da solução


Evacuador
Evacuador
Hipoteses sobre a Evacuador em canal em ceu ab
por orificios
barragem

Condicionamentos Fiabilidade 1 1 1

Tipo de barragem e outros


0 1 1
orgaos

Topografia 1 1 1

Hidrologicos 1 1 1

Geotecnicos 0 0 1

Hidraulicos 1 1 1

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Funcionalidade 1 0 1

Total 4 4 7

Adopta-se um evacuador em canal a céu aberto porque satisfaz todos os condicionamentos

9.2. Constituição do evacuador de cheias


 Canal de aproximação;
 Estrutura do descarregador;
 Canal de descarga;
 Estrutura de dissipação de energia;

9.3. PROPAGACAO (ROUTING) DE CHEIAS


a) Tipo de descarregador

No projecto em causa, considerou-se um descarregador em soleira WES


sem comportas, dado que trata-se de uma pequena barragem e as pequenas
barragens normalmente são abandonadas apósconstruídas, ninguém se
encarrega da gestão e operação da barragem.

b) Hidrograma Sintético

 Foram determinados anteriormente os valores do caudal de ponta e o


tempo de concentração na secção de referência. O hidrograma sintético é
determinado considerando uma chuvada de duração igual ao tempo de
concentração.

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 69


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

 Tempo de base: t b=2.67 t c =9 h

350 Hidrograma Sintetico


300

250

200

150

100

50

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Gráfico: Hidrograma Sintético

c) Curva de Volumes armazenados acima do NPA

• A curva de volumes armazenados acima do NPA foi determinado após conhecida a


Capacidade Útile Volume morto e os dados são apresentados abaixo

Curva de Volumes Armazenados Acima do NPA


2.500

2.000
Vomes (Mm3)

1.500

1.000

0.500

0.000
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5
h(m)

Gráfico: Curva de Volumes armazenados acima do NPA

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

9.4. Dimensionamento Econômico do Descarregador de Cheias


Para efectuar um dimensionamento económico do descarregador é necessário avaliar os
custos que derivam de maiores larguras de descarregador contra custos derivados de
aumento da altura da barragem.

Folga normal=3.15 m

Folga minima=1.55 m
NPA=9.57 m
Lc =6 m

mmontante¿ 2
mjusante¿ 2
p=1.5 m

Custo Custo do
B(m) A(m2) Volume de betao Unitario descarregador
($) ($)

10 4.11 41.1 1000 41100


15 4.01 60.15 1000 60150
20 3.89 77.8 1000 77800
25 3.755 93.875 1000 93875
30 3.635 109.05 1000 109050
35 3.467 121.345 1000 121345
40 4.467 178.68 1000 178680
45 5.467 246.015 1000 246015
50 6.467 323.35 1000 323350
55 7.467 410.685 1000 410685

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 71


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

60 8.467 508.02 1000 508020


Tabela:

Area de
Largura do Volume de Custo unitario Custo da
NMC- seccao
coroamento solos ($) barragem ($)
B(m) NPA Hbarragem transversal

10 3.37 14.49 506.86 212.08 75246.44 30 2298493.14


15 3.21 14.33 496.68 210.01 73015.11 30 2250603.40
20 2.66 13.78 462.46 203.67 65932.00 30 2055760.11
25 2.58 13.7 457.58 197.53 63270.04 30 1991976.33
30 2.49 13.61 452.12 196.2 62094.74 30 1971892.13
35 2.4 13.52 446.70 188.2 58848.36 30 1886795.90
40 2.31 13.43 441.31 176.2 54431.15 30 1811614.52
45 2.23 13.35 436.55 170.1 51979.41 30 1805397.39
50 2.16 13.28 432.40 165.23 50011.45 30 1823693.39
55 2.09 13.21 428.27 164.34 49267.12 30 1888698.52
60 1.99 13.11 422.40 160.23 47377.28 30 1929338.32

Custo do Custo da barragem Custo total


B(m)
descarregador ($) ($) ($)

10 41100 2298493.14 2339593.14


15 60150 2250603.40 2310753.40
20 77800 2055760.11 2133560.11
25 93875 1991976.33 2085851.33
30 109050 1971892.13 2080942.13
35 121345 1886795.90 2008140.90
40 178680 1811614.52 1990294.52

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

45 246015 1805397.39 2051412.39


50 323350 1647339.27 1970689.27
55 410685 1608684.03 2019369.03
60 508020 1539678.91 2047698.91
Tabela:

2500000.00

2000000.00

1500000.00

1000000.00

500000.00

0.00
0 10 20 30 40 50 60 70

Custo da Barragem Custo do Descarregador Custo Total

 Pelo gráfico, da para observar que a largura económica do descarregador é de 50


metros.

600.00

500.00
400.00

300.00

200.00

100.00

0.00
0 2 4 6 8 10 12

Hidrograma do caudal descarregado (B=50m) Hidrograma de caudal afluente


Hidrograma do caudal descarregado (B=25m)

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 73


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Porém, dá pra observar na figura acima que com largura óptima a barragem praticamente
na encaixe uma parte pequena do caudal de cheia que aflui a albufeira a barragem sera
construída numa região em que habitada e com infra-estruturas a jusante, com a largura
óptima, o descarregador libera grandes caudais o que provocar danos das infraestruturas a
jusante, e pode constituir um risco de perdas humanas. Então, como forma de minimizar
esse risco, a equipe decidiu aumentar a capacidade de amortecimento de cheias para reduzir
o caudal descarregado a jusante (ver a figura acima). Irá considerar-se uma largura do
descarregador de 25m que confere uma altura da barragem de 13.7m que está em
conformidade com o especificado no Regulamento de Pequenas Barragens de
Moçambique.

 Abaixo são apresentados os resultados obtidos pelo método de Puls para a largura do
descarregador adoptada.

Gráfico:

250.00

200.00

150.00

100.00

50.00

0.00
0 2 4 6 8 10 12

Hidrograma de caudal afluente


Hidrograma do caudal descarregado (B=25m)

Gráfico:

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 74


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

S(t)
1.80
1.60
1.40
1.20
1.00
0.80
0.60
0.40
0.20
0.00
0 2 4 6 8 10 12

Curva de Volumes Armazenados acima do NPA

Gráfico:

Altura acima do NPA


3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
0 2 4 6 8 10 12

Largura do altura acima do Caudal descarrgado Volume de encaixe


descarregador (m) NPA (m) (m3/s) de cheias (Mm3)
25 2.58 237.54 1.34

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 75


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

10.Dimensionamento de Órgãos Hidráulicos

10.1. Canal Evacuador


A escolha da directriz do canal atendeu à necessidade de assegurar que o canal se encontre
fundado sobre terreno com capacidade de carga adequada e reduzir o volume de escavação
decorrente da sua implantação. Para tal, de acordo com a topografia das encostas, o perfil
será constituído por dois troços com declives de 0.025m/m e 0.045m/m respectivamente,
ligado ao corpo da soleira por meio de uma curva circular côncava que assegura uma
transição gradual entre o troço rectilíneo do canal, em perfil, e a soleira.

a) A altura de água à entrada do canal evacuador


Entre o canal evacuador e a soleira há uma pequena transição côncava como já dito, porém
considerara-se que as perdas de energia a que dará origem serão desprezíveis.

A entrada do canal evacuador é uma secção de controlo que faz o controlo do escoamento
rápido para jusante e do escoamento lento para montante. Nessa secção, o escoamento será
necessariamente crítico.

b) Cálculo da altura crítica:


Assumindo Regime Rápido, no entanto a altura de saída de água no descarregador será:

2 ×2.58
H=2.58m → y c = =1.72m
3

1
3
Sabe‐se que o canal é rectangular e revestido de betão, portanto 𝐾𝑠=77 m
s

c) Cálculo da velocidade crítica:


v=√ y c × g v=√ 1.72× 9.81=4.11 m/s

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 76


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

d) Escoamento no canal
1o - Troço

Admitindo-se que o canal é suficientemente comprido para que nele se estabeleça o regime
uniforme, a altura de água uniforme no trecho do canal seria:

2
25 × y u 23
Q=K s × A × R 3 × j 0.5 → 237.54=77× ( 25 × y u ) × ( 2× y u+ 25 ) × ( 0.015 )0.5 → y u =0.89 m

e) Cálculo da altura crítica:


1 1
Q2 3 237.542 3
(
yc= 2
B ×g )
→ y c= 2 (
25 ×9.81 )
=2.09 m

Visto que y c > y u → Regime Rápido

f) Cálculo da altura de água a saída do descarregador


Equação de energia específica:

Q2
E= y c +
A2 ×2 × g

g) Cálculo da energia a saída do descarregador


𝐸𝐶 = 𝐸𝐴 = hNPA + 𝐻 = 9.57 + 2.58 = 12.15𝑚

237.542
12.15= y 1+ → y 1=0.64 m
(25 × y 1)2 × 2× 9.81

A altura de água no ponto C é de 0.63m.

10.2. Cálculo do comprimeto da curva Regolfo (𝑺3) no 1o troço


Dados de entrada:

Q(m^3/s) Ks(m^(1/3)/s Jo B(m) m(Talude) Tipo de Curva


237.54 77 0 25 0 S3

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Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Resultados

Curva S3 - À e ntrada do Troço 1


y (m) A (m^2) P (m) R (m) E (m) j jme d E-Eo X-Xo (m) x (m)
0.64 16.00 26.28 0.61 11.89 0.05769 - - - 0.00
0.66 16.50 26.32 0.63 11.23 0.05217 0.05493 -0.6512 12.54 12.54
0.68 17.00 26.36 0.64 10.64 0.04732 0.04975 -0.5929 12.68 25.22
0.70 17.50 26.40 0.66 10.10 0.04305 0.04519 -0.5411 12.83 38.05
0.72 18.00 26.44 0.68 9.61 0.03927 0.04116 -0.4950 12.97 51.02
0.74 18.50 26.48 0.70 9.15 0.03592 0.03760 -0.4538 13.12 64.14
0.76 19.00 26.52 0.72 8.73 0.03293 0.03442 -0.4169 13.27 77.41
0.78 19.50 26.56 0.73 8.35 0.03026 0.03159 -0.3837 13.42 90.83
0.80 20.00 26.60 0.75 8.00 0.02787 0.02906 -0.3538 13.58 104.40
0.82 20.50 26.64 0.77 7.67 0.02572 0.02679 -0.3268 13.74 118.14
0.84 21.00 26.68 0.79 7.37 0.02378 0.02475 -0.3023 13.90 132.04
0.88 22.00 26.76 0.82 6.83 0.02044 0.02211 -0.5400 28.26 160.30

O comprimento mínimo do troço 1 é de 160.30 sendo que atendendo a necessidade de um


certo comprimento para que se estabeleça o regime uniforme adopto L1= 180m.

2o - Troço

Admitindo-se que o canal é suficientemente comprido para que nele se estabeleça o regime
uniforme, a altura de água uniforme no trecho do canal seria:

2
77 × y u 23
Q=K s × A × R 3 × j 0.5 → 237.54=77× ( 25 × y u ) × ( 2× y u+ 25 ) × ( 0.045 )0.5 → y u =0.74 m

a) Cálculo da altura crítica:


1 1
Q2 3 237.542 3
yc= 2 (
B ×g )
→ y c= 2 (
25 ×9.81 )
=2.09 m

Visto que y c > y u → Regime Rápido

1.9. Cálculo da curva Regolfo (𝑺𝟐) no 2o troço


A passagem do primeiro troço para o segundo é realizada com o desenvolvimento de uma
curva de Regolfo comumente designada por S2

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 78


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Dados de entrada:

Q(m^3/s) Ks(m^(1/3)/s Jo B(m) m(Talude) Tipo de Curva


237.54 77 0 25 0 S2

Resultado:

Curva S2 - À entrada do Troço 2


y(m) A(m^2) P(m) R(m) E(m) j jmed E-Eo X-Xo (m) x(m)
0.74 18.50 26.48 0.70 7.46 0.03592 - - - 0.00
0.75 18.75 26.50 0.71 7.29 0.03438 0.03515 -0.17 -17.06 -17.06
0.76 19.00 26.52 0.72 7.13 0.03293 0.03365 -0.16 -14.20 -31.26
0.77 19.25 26.54 0.73 6.98 0.03156 0.03224 -0.15 -12.11 -43.37
0.78 19.50 26.56 0.73 6.83 0.03026 0.03091 -0.15 -10.51 -53.88
0.79 19.75 26.58 0.74 6.69 0.02903 0.02964 -0.14 -9.26 -63.14
0.80 20.00 26.60 0.75 6.55 0.02787 0.02845 -0.14 -8.25 -71.39
0.81 20.25 26.62 0.76 6.42 0.02676 0.02731 -0.13 -7.41 -78.80
0.82 20.50 26.64 0.77 6.29 0.02572 0.02624 -0.13 -6.72 -85.52
0.83 20.75 26.66 0.78 6.17 0.02472 0.02522 -0.12 -6.12 -91.64
0.84 21.00 26.68 0.79 6.06 0.02378 0.02425 -0.12 -5.61 -97.26
0.85 21.25 26.70 0.80 5.94 0.02288 0.02333 -0.11 -5.17 -102.43
0.86 21.50 26.72 0.80 5.84 0.02203 0.02245 -0.11 -4.78 -107.21
0.87 21.75 26.74 0.81 5.73 0.02122 0.02162 -0.10 -4.44 -111.64
0.88 22.00 26.76 0.82 5.63 0.02044 0.02083 -0.10 -4.13 -115.78

O comprimento mínimo do troço 2 é de 115.78m sendo que atendendo a necessidade de um


certo comprimento para que se estabeleça o regime uniforme adopto L2= 170m

A saída de água da albufeira através da descarga de fundo, da tomada de água, do circuito


hidráulico da central hidroeléctrica ou do evacuador de cheias, pressupõe a perda de
energia do escoamento correspondente ao desnível existente. Quando não existe turbina,
a energia potencial na albufeira é transformada apenas em energia cinética que deverá ser
dissipada a jusante da barragem, por meio de turbilhões, de preferência sem originar
erosões no leito do rio e sem danificar as obras ou equipamentos instalados nas
proximidades.
Em muitas situações, como será feito neste projecto, procura confinar-se a dissipação de
energia em estruturas que dispõem de revestimentos de protecção, de forma a evitar a
erosão das paredes pela turbulência associada à dissipação. Apesar disso, a jusante das
estruturas de dissipação, que têm ainda como objectivo importante acentuar a perda de
energia, o escoamento apresenta contudo, na maioria das vezes, uma certa energia residual
em relação às condições naturais na linha de água a jusante, que vai diminuindo à

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 79


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

medida que o escoamento se aproxima das condições naturais (Figura a seguir). Devido a
isto, não só ter-se-á de dimensionar uma estrutura de dissipação (bacia de dissipação) como
também terá dese incluir um canal de restituição onde dar-se-á a perda da energia residual
referia. Na Figura seguinte, ΔHm, ΔHr e ΔHj representam, respectivamente, as perdas de
energia a montante do ressalto hidráulico, no ressalto e a jusante.

10.5. Dimensionamento da Bacia de Dissipação


Visto que no canal de evacuação o escoamento se dá em regime rápido, para que este
retorne ao rio, onde o regime é lento, terá de dissipar energia na bacia através de um
ressalto hidráulico pois, na passagem do regime rápido a regime lento dá-se uma
sobrelevação brusca da superfície livre.

10.5.1. Características do ressalto hidráulico


As alturas conjugadas do ressalto (alturas de água imediatamente a montante e a
jusante) são:

y1 de saida do canal= yuniforme2

2 2
77 × y u
Q=K s × A × R 3 × j 0.5 → 237.54=77× ( 77 × y u ) × ( 2× y u+ B ) 3
× ( 0.045 )0.5 → y u=¿ 0.74m ( a

saída do canal)

Q 237.54
Fr= → Fr= =4 .76>1 →Regime Rapido
A ×√g × h 0.74 ×25 × √9 . 8 ×0.75

y1 ' 0.74
'
y2 =
2
× ( √ 1+8 × ( Fr ) −1 ) y 2 = × (√ 1+8 × ( 4.76 )2−1 )=3.83 m
2 2

10.5.2. Bacias normalizadas do Bureau of Reclamation, designadas por bacias USBR

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 80


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Tabela : Bacias de dissipação por ressalto hidráulico do tipo USBR. Condições de


utilização.

10.6. Cálculo do Comprimento do Ressalto Hidráulico


De acordo com a norma do USBR (1974), quando um ressalto hidráulico se dá num canal
horizontal de secção rectangular constante, este é designado por Bacia USBR tipo I.
A bacia do tipo I é a de maior comprimento relativamente as outras bacias, porem, esta
possui a vantagem de ser relativamente mais fácil de se construir e até um certo ponto pode
se discutir a sua economia, por esta não apresentar acessórios tais como soleiras e blocos,
na sua constituição.

 O comprimento da bacia é determinado usando a Figura seguinte:


𝒍𝒃=5.8×3.83=22.21m

Vê-se que que a bacia tipo I, pesem as suas vantagens, neste caso resulta em um comprimento
muito grande, pelo que decidiu-se adoptar a bacia de dissipação segundo as recomendações da
USBR pois para aquele regime de escoamento apenas a bacia tipo IV é abrangida.

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 81


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Quanto aos problemas de flutuações de pressão referidos, para os domínios de aplicação


definidos pela USBR, este risco é relativamente baixo para as bacias normalizadas USBR.

Bacia com deflectores e soleira terminal contínua (Bacia USBR tipo IV) – A eficiência da bacia
para a gama de Fr1 mencionada reside no efeito dos deflectores, que atenuam de forma
significativa as ondulações.

O seu dimensionamento é feito de acordo com as figuras seguintes:

 O comprimento da bacia é determinado usando a Figura seguinte:

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 82


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

𝒍𝒃=3.1×3.83= 11.87m

h4
= 1.2 × 0.74= 0.89m

A definição e dimensão da bacia e dos respectivos acessórios são indicadas nas Figuras a
seguir:

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 83


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Figura: Bacia tipo IV

É recomendado que a altura de água a jusante na linha de água seja 5-10% superior à altura
conjugada do ressalto h2, (Tw> 1,05×h2 -1,10×h2).

Seja 𝑻𝒘=1.0525× h2= 4.08m = altura de água na entrada no canal de entrada no canal de
restituição.

Características do escoamento no rio à jusante do canal de restituição


Para canais escavados em terra, o coeficiente de rugosidade da equação de Manning‐
Strickler 𝐾𝑠=29𝑚1/3⁄𝑠, 𝐽 = 0.0031 𝑚/𝑚.

10.7. Inclinação média do rio


Para caracterizar o escoamento no rio, o primeiro passo consistiu em determinar a
inclinação média do leito daquele rio. A inclinação média foi medida para uma extensão do
rio cerca de 10.4Km, que compreende a secção próxima à entrada do rio na sua respectiva

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 84


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

bacia, e a primeira secção onde o rio é derivado por um afluente. O perfil do rio neste troço
foi obtido através do QGIS.

10.8. Canal de restituição


Conhecidas as condições do escoamento no leito do rio e do ressalto segue‐se a análise do
canal de restituição. Para tal, definiu-se que o canal teria secção rectangular (visto que é
relativamente de pequeno comprimento). O canal terá um total de 50m de comprimento. A
inclinação do leito foi definida tendo em conta as condicionantes supracitadas, sendo de 𝐽 =
0.0031 𝑚/𝑚O canal será escavado em terra compacta, o coeficiente 𝐾𝑠 = 29 𝑚1/3⁄𝑠.
Visto que a altura da água á saída do canal de restituição será condicionada pela altura
uniforme no rio, ℎri𝑜 = 2.78𝑚, e que a altura do escoamento na secção á entrada do canal de
restituição seria condicionada pela recomendada altura Tw= Yu= 4.08m de tal forma a dar
respostas a estas condicionantes. Obteve-se a seguinte solução:

10.9. Entrada do Canal de Restituição:


Cálculo da altura uniforme a entrada do canal de restituição:

2
77 × y u 32
Q=K s × A × R 3 × j 0.5 → 202.23=77 × ( 25× y u ) × ( 2 × y u +25) × ( 0.009 )0.5 → y u=¿2.27m

a) Cálculo da altura crítica:


1 1
Q2 3 202.232 3
(
yc= 2
B ×g )
→ y c= 2 (
25 ×9.81 )
=1.88 m< y u=2.27 m→ Regime Lento

Número de Froude

Q 202.23
Fr= → Fr= =0 .76< 1→ Regime Lento
A ×√g × h 2.27× 25 × √ 9 . 8× 2 .27

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 85


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

10.10. Cálculo do comprimento da curva S1 na bacia de dissipação


Curva S1 - À saida do canal de restituicao 2
y(m) A(m^2) P(m) R(m) E(m) j jmed E-Eo X-Xo (m) x(m)
3.83 95.75 32.66 2.93 4.08 0.00020 - - - 0.00
3.85 96.25 32.70 2.94 4.10 0.00020 0.00020 0.02 0.39 0.39
3.87 96.75 32.74 2.96 4.12 0.00019 0.00019 0.02 0.39 0.78
3.89 97.25 32.78 2.97 4.13 0.00019 0.00019 0.02 0.39 1.17
3.91 97.75 32.82 2.98 4.15 0.00019 0.00019 0.02 0.39 1.56
3.93 98.25 32.86 2.99 4.17 0.00018 0.00018 0.02 0.39 1.95
3.95 98.75 32.90 3.00 4.19 0.00018 0.00018 0.02 0.39 2.34
3.97 99.25 32.94 3.01 4.20 0.00018 0.00018 0.02 0.39 2.74
3.99 99.75 32.98 3.02 4.22 0.00018 0.00018 0.02 0.39 3.13
4.01 100.25 33.02 3.04 4.24 0.00017 0.00017 0.02 0.39 3.53
4.03 100.75 33.06 3.05 4.26 0.00017 0.00017 0.02 0.40 3.92
4.05 101.25 33.10 3.06 4.27 0.00017 0.00017 0.02 0.40 4.32
4.07 101.75 33.14 3.07 4.29 0.00016 0.00017 0.02 0.40 4.71

A curva de Regolfo S1 tem um comprimento de 4.71m.

10.11. Saída do canal de restituição:


As características do escoamento nesta secção foram determinadas pelo método de Vin
Rijin, visto que para a resistência ao escoamento não só contribui a resistência devido ao
atrito, mas a esta também se adiciona a resistência aluvionar.

Sabendo que o leito do rio é constituído por areia media →D50=0.5mm →U*cr (curva de
Shields)=0.018m/s.

Determinação da altura do escoamento na secção do rio a jusante do bacia de dissipação


h (m) B (m) A (m2) Umed (m/s) P (m) R (m) 4R/D90 C' U*' T d (m) l (m) ks C U'med (m/s)
1.7 25 42.5 4.75835294 28.4 1.4965 4926.68 66.47 0.22411 154.02 -2.104 12.41 158.12 -17 -1.4397649
1.8 25 45 4.494 28.6 1.5734 5180.01 66.86 0.21042 135.66 -1.878 13.14 71.586 -10.4 -0.9044677
1.9 25 47.5 4.25747368 28.8 1.6493 5429.81 67.23 0.19826 120.31 -1.68 13.87 36.352 -4.75 -0.4224414
2 25 50 4.0446 29 1.7241 5676.17 67.57 0.18738 107.36 -1.505 14.6 20.133 0.213 0.01937847
2.1 25 52.5 3.852 29.2 1.7979 5919.16 67.9 0.17759 96.343 -1.349 15.33 11.909 4.646 0.43111241
2.2 25 55 3.67690909 29.4 1.8707 6158.84 68.21 0.16875 86.89 -1.209 16.06 7.4052 8.67 0.82070682
2.3 25 57.5 3.51704348 29.6 1.9426 6395.28 68.51 0.16072 78.723 -1.083 16.79 4.7818 12.38 1.19452208
2.4 25 60 3.3705 29.8 2.0134 6628.55 68.79 0.15339 71.623 -0.968 17.52 3.1759 15.86 1.55778874
2.5 25 62.5 3.23568 30 2.0833 6858.71 69.05 0.14669 65.413 -0.863 18.25 2.1526 19.17 1.91496807
2.6 25 65 3.11123077 30.2 2.1523 7085.82 69.31 0.14053 59.952 -0.767 18.98 1.4792 22.36 2.27004662
2.7 25 67.5 2.996 30.4 2.2204 7309.94 69.55 0.13485 55.126 -0.679 19.71 1.0246 25.47 2.62679192
2.71 25 67.75 2.98494465 30.42 2.2272 7332.19 69.57 0.13431 54.675 -0.671 19.783 0.9879 25.78 2.66270255
2.72 25 68 2.97397059 30.44 2.2339 7354.41 69.6 0.13377 54.228 -0.662 19.856 0.9525 26.09 2.69867142
2.73 25 68.25 2.96307692 30.46 2.2406 7376.6 69.62 0.13323 53.787 -0.654 19.929 0.9184 26.4 2.73470243
2.74 25 68.5 2.95226277 30.48 2.2474 7398.77 69.64 0.1327 53.352 -0.646 20.002 0.8856 26.71 2.77079953
2.75 25 68.75 2.94152727 30.5 2.2541 7420.9 69.67 0.13218 52.921 -0.638 20.075 0.8539 27.01 2.80696669
2.76 25 69 2.93086957 30.52 2.2608 7443 69.69 0.13165 52.495 -0.629 20.148 0.8233 27.32 2.84320793
2.77 25 69.25 2.92028881 30.54 2.2675 7465.08 69.71 0.13113 52.074 -0.621 20.221 0.7939 27.63 2.87952731
2.78 25 69.5 2.90978417 30.56 2.2742 7487.13 69.74 0.13062 51.658 -0.613 20.294 0.7654 27.94 2.91592893

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 86


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

10.12. Altura dos muros laterais


A altura dos muros laterais depende das características do ressalto, em especial das
oscilações da superfície livre. Como ordem de grandeza da folga a adoptar, poderá tomar-se
o valor 0,25 × ℎ.

a) Na bacia de dissipação

𝑯Murro = 1.25 × 3.88 = 4.85m

b) Canal Evacuador
Assumiu-se que a folga vária linearmente desde a saída da bacia ate a secção do rio.
HCanal= 1.25 × 1.55=2m

c) Canal de Restituição
H= 1.25×4.08 = 5.1m

11.Volume Morto
Alem dos impactos positivos provenientes da construção de uma barragem, a deposição de
sedimentos na albufeira que provem do caudal afluente que não só transporta água, mas sim
agua e sedimentos que ocupam um dado volume na albufeira, dai que surge a necessidade
de se prever o volume para acomodar os sedimentos e a agua.

A partir de formulas semi-empíricas, é estimado o volume morto para o presente projecto,


tais formulas permitem calcular o caudal solido a partir do conhecimento das características
do escoamento e dos próprios sedimentos.

A seqüência a seguir ilustra todos passos relevantes para a determinação do volume de


sedimentos transportados pelo rio,assim como o volume morto da barragem em projecção.

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 87


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

11.1. Caudal dominante


O caudal dominante (Qd) é definido como sendo constante que transportaria o mesmo
volume de sedimentos que a sequência de caudais naturais. Geral o valor de Qd é
geralmente usado o valor de caudal excedido 2 a 3 dias por ano.

Ano Ordem crescente


1963 0.82 1.41 1.47 1.69 2.09 2.26 2.27 2.31 3.52 5.01 5.39 8.37
12.1
1964 0.96 1.00 1.59 2.32 2.41 3.42 4.88 6.70 0 13.93 16.75 18.65
1965 0.99 1.15 1.61 1.63 2.26 2.84 2.92 3.30 4.55 4.87 7.39 11.56
1966 0.53 0.68 1.35 1.37 2.01 2.12 2.16 2.34 2.54 3.77 6.21 7.13
1967 0.64 0.86 1.02 1.46 1.88 2.10 2.61 3.29 3.34 4.57 8.54 12.44
1968 0.95 1.26 1.88 1.94 2.76 3.01 3.54 4.49 5.79 10.02 10.97 15.66
1969 0.66 0.66 1.02 1.49 2.28 2.49 3.64 5.81 5.98 8.65 12.59 19.74
10.4 25.7
1970 0.48 0.47 2.59 3.15 6.42 9.79 9.97 1 2 29.27 41.34 61.06
1971 1.15 1.29 2.23 2.50 2.60 3.07 3.98 4.25 6.16 6.86 7.63 14.69
1972 0.80 0.89 0.92 1.47 2.39 2.57 2.63 2.96 3.48 3.51 4.28 7.07
13.5
1973 0.53 0.83 2.90 4.06 4.44 5.72 6.16 6.89 5 14.50 19.30 21.72
1974 1.88 2.16 2.18 2.26 3.49 3.65 4.48 4.66 5.14 5.39 10.34 10.53
1975 1.29 1.45 1.69 2.09 2.20 2.63 4.24 4.29 6.83 12.82 16.91 19.46
1976 1.04 1.85 2.61 2.71 3.02 3.79 4.56 6.38 7.26 8.87 9.16 11.38
1977 1.04 1.32 1.45 1.50 2.17 3.32 3.91 4.18 5.99 6.77 12.96 14.08
1978 0.95 1.39 1.64 2.45 3.53 3.68 3.82 8.31 9.12 10.93 20.68 25.91
1979 1.10 1.10 2.06 2.94 2.94 3.55 4.14 4.36 4.70 5.85 6.44 9.84
1980 1.12 1.51 1.88 2.48 3.39 3.72 4.57 5.41 5.64 5.92 7.14 10.88
1981 1.72 1.89 1.98 2.69 3.37 4.08 6.97 7.33 7.60 9.80 12.56 12.65
1982 1.32 2.53 2.54 2.59 2.61 2.67 2.67 3.18 3.81 5.20 5.98 9.63
1983 1.05 1.08 1.57 2.18 2.82 3.78 4.30 5.62 5.69 11.98 14.29 15.55
12.1
1984 1.17 3.18 3.57 4.18 5.41 6.13 6.62 9.84 6 13.25 21.32 23.50
23.2 24.4
1985 4.47 5.21 5.47 5.68 9.63 10.53 10.98 4 6 26.69 27.78 37.51
1986 2.22 2.85 3.51 4.08 4.62 4.89 9.27 9.76 9.83 10.93 17.21 22.80
Caudal dominante excedido 3 dias(Qd)=8.12m3/s

11.2. Caracterização dos Sedimentos


11.2.1. Tamanho das Partículas

D 50=¿ 2mm

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 88


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

D 90=¿ 2.43* D50

D 90=¿ 2.43*2=4.86mm

11.2.2.Densidade das partículas

A densidade de sedimentos para leitos aluvionares é de 2650Kg/m3

11.2.3 Porosidade

A porosidade dos sedimentos estimada foi de 0.4.

11.2.4.Inclinacao media do leito

É a relação entre a cota de inicio do rio e a cota onde se encontra a barragem pelo
comprimento do leito até a secção da barragem.

H m á x−H
J= min

L
J=0.009311
11.2.5.Largura media do leito do leito(assumindo canal rectangular)
Com nos software Google Earth estimou-se a largura media do rio sendo igual a 15.6m.

11.2.6. Viscosidade do liquido


Assumiu-se: v=¿ 10-6m2/s

11.3. Resistência aluviionar


Para leitos aluvionares,a altura de escoamento é determinada com base na resistência aluvionar
dos mesmos.a analise foi feitabaseando-se no método de Van Rijn.

1o Passo:Atribuir varias alturas de escoamento h

2o passo:Calculou-se a velocidade média

Q
Ū=
Bh

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 89


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

3o Passo:Com base nessas alturas e na largura medida do rio calculou-se o raio hidráulico:

Bh
R=
b+ 2h
4o passo:Calculou-se o coeficiente de Chezy para a resistência dos grãos:

12 R
C ' =18 log
3 D 90

5o Passo:Velocidade de atrito

Ū∗√ g
U ¿ '=
C'
6o Passo:A partir da curva de Shield obteve-se o U cr =¿ 0,032m/s, e determinou-se o parâmetro
adimensional de transporte.

T =(U ¿¿ ¿ ')2−¿ ¿ ¿ ¿ ¿
7oPassso: Calculou-se a altura da configuração

D50
d=0.11 h ( ) h
∗( 1−e−0,5T ) ( 25−T )

8oPasso: calculou-se o comprimento da configuração

l=7,3 T
9oPasso:Calculou-se a resistência equivalente com base na seguinte expressão
−25 d
K s =3 D 90+ 1,1d 1−e ( l )

10oPasso:Calculou-se o coeficiente de Chezy por:

12 R
C ' =18 log
Ks

11oPasso:Calculou-se a velocidade média, cujo seu valor usou-se para comparar a velocidade
calculada de escoamento no primeiro passo repetidamente para diferentes valores de h arbitrados
ate que convergissem.

Ū =C'∗√ RJ
Resultados

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 90


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

ࢎ R ࢁ ࢓ ±ࢊ ࡯ᇱ ᇲ
ࢁ‫כ‬ ࢊ ࡵ ࡯ ࢁ ࢓ ±ࢊ
ࢀ ࡷ࢙
[m] [m] [m/s] ૚
[࢓ Ȁ࢙ሿ
૛ ሾ࢓ /s] [m] [m] [ ࢓ ૚Ȁ૛Ȁ࢙] [m/s]
0,12 0,118182 4,334828 35,78354 0,379423 638,8286 0,003865 0,876 0 35,78354 1,187017
0,13 0,127869 4,00138 36,39939 0,34431 525,8873 0,004088 0,949 0 36,39939 1,255957
0,14 0,137531 3,715567 36,96887 0,314792 439,4174 0,004305 1,022 0 36,96887 1,322925
0,15 0,14717 3,467862 37,49836 0,289657 371,8942 0,004518 1,095 0 37,49836 1,388097
0,16 0,156784 3,251121 37,99305 0,268018 318,2599 0,004727 1,168 0 37,99305 1,451621
0,17 0,166374 3,059879 38,45716 0,249208 275,0199 0,004932 1,241 0 38,45716 1,513624
0,18 0,17594 2,889885 38,89418 0,232718 239,7013 0,005133 1,314 0 38,89418 1,574218
0,19 0,185482 2,737786 39,30705 0,218154 210,5167 0,005331 1,387 0 39,30705 1,633501
0,2 0,195 2,600897 39,69825 0,205204 186,1501 0,005526 1,46 0 39,69825 1,691558
0,21 0,204494 2,477045 40,06989 0,19362 165,6164 0,005718 1,533 0 40,06989 1,748465
0,22 0,213965 2,364452 40,4238 0,183201 148,1671 0,005907 1,606 0 40,4238 1,804292
0,23 0,223412 2,261649 40,76155 0,173784 133,2257 0,006094 1,679 0 40,76155 1,859098
0,24 0,232836 2,167414 41,08452 0,165234 120,3427 0,006278 1,752 0 41,08452 1,91294
0,25 0,242236 2,080717 41,39392 0,157439 109,164 0,00646 1,825 0 41,39392 1,965867
0,26 0,251613 2,00069 41,69082 0,150305 99,40728 0,00664 1,898 0 41,69082 2,017925
0,27 0,260967 1,92659 41,97615 0,143754 90,84593 0,006818 1,971 0 41,97615 2,069156
0,28 0,270297 1,857783 42,25077 0,137719 83,29609 0,006994 2,044 0 42,25077 2,119598
0,29 0,279604 1,793722 42,51542 0,132143 76,60752 0,007168 2,117 0 42,51542 2,169285
0,3 0,288889 1,733931 42,77078 0,126975 70,65654 0,00734 2,19 0 42,77078 2,218251
0,31 0,29815 1,677998 43,01746 0,122175 65,34065 0,00751 2,263 0 43,01746 2,266526
0,32 0,307389 1,625561 43,25602 0,117704 60,57432 0,007679 2,336 0 43,25602 2,314137

Soluções:
 Altura de escoamento h=0.26m;
 Configuração do leito d=0.0066m;
 L=1.898m;

11.4. Calculo do Caudal Solido


Determinação do transporte total pelo método de Engelund-Hansen

1oPasso: Parâmetros de Shields

R.J
Ψ=
∆ . D 50

2oPasso: Parametro f

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 91


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

8. g
f=
C2

3oPasso: Parametro adimensional de transporte

Ψ2
φ=
2,5. f

4o Passo:Caudal Transportado

St =φ . D50 . √ ∆ . g . D50

q s=B . S t

5oPasso: Volume Anual de sedimentos depositados Albufeira

V sed =V trans .Coef . ret

Cutil 1.8
ℜ= = =0.0236
V anual escoado 76

C.ret=53%

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 92


Projecto de dimensionamento de uma barragem de aterro na localidade do Ile

Resultados:
࡯ R ࢁ ࢓ ±ࢊ ܵ௧ ܵ௧ ܸ௦ௗ
௘ௗ Ǥ௔௡௨௔௟ ܸ௧௥௔௡௦ ܸௗ௘௣
Ψ f φ
[ ࢓ ૚Ȁ૛Ȁ࢙] [m] [m/s] ሾ݉ ଷȀ‫] ݉ݏ‬ ሾ݉ ଷȀ‫]ݏ‬ [݉ ଷȀܽ݊ ‫݋‬ሿ [݉ ଷȀܽ݊ ‫݋‬ሿ [‫ ݉ܯ‬ଷሿ
41,69 0,251613 2,02 0,78 0,09 0,01900 6,83686E-06 0,000106655 3363,47 53479,21 0,0891

ACHIRAFE, BENHANE, BERNARDO, GARRINE, MUSSUAL 93

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