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2 ENDOMETRIOSE

A endometriose é uma doença que acomete mulheres em idade reprodutiva desde a


puberdade até a menopausa. Trata-se de uma doença crônica, progressiva, que
ainda não possui cura. Mas seus sintomas, em especial a dor, podem ser
amenizados. (ANDREA, 2006).

A endometriose é descrita como doença dos contrastes clínicos, ou seja, embora


não seja uma doença maligna, apresenta características devastadoras.
(FEBRASGO,2006).

Esta patologia consiste na presença de endométrio em locais fora do útero. Ao


entrar no período fértil os ovários da mulher produzem os hormônios: estrogênio que
ajuda a preparar a camada interna do útero (endométrio) e a progesterona que
prepara o organismo da mulher para gravidez. Um de seus papéis é de adesão do
embrião ao útero.

Quando a concepção não acontece desce a menstruação que provem da


descamação do endométrio. Neste momento partes do tecido endometrial vão parar
em outras localidades, continuando sofrer estimulação, mensal, pela ação dos
hormônios do ciclo menstrual. O corpo estranho, fora de seu habitat, provoca
inflamação, causando dores no período menstrual, formando com o tempo
aderências ao redor do foco do endométrio, causando dores pélvicas e esterilidade.

Essa doença é definida pelo implante de estroma e/ou epitélio glandular endometrial
em localização extrauterina, podendo comprometer diversos locais, entre eles
ovários, peritônio, ligamentos úterossacros, região retro-cervical, septo reto-vaginal,
reto/sigmoide, íleo terminal, apêndice, bexiga e ureteres. (BELLELIS, 2010).

As teorias mais modernas apresentam três tipos de endometriose, que podem até
serem consideradas doenças distintas. São elas:

 Endometriose Ovariana, caracterizada por cistos ovarianos que contém


sangue ou conteúdo achocolatado.
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 Endometriose Peritoneal, onde os focos existem apenas no peritônio ou na


parede pélvica.

 Endometriose Profunda, geralmente têm cicatrizes em várias áreas da bacia,


incluindo vagina, bexiga, intestino e ligamentos que anexam o útero na pelve.
(VILASBOAS,2008).

Considerada como doença enigmática de etiopatogênia incerta e tratamento


variável, a endometriose é referenciada como doença da mulher moderna, sendo
analisada pelo ponto de vista biopsicosocial. (LORENÇATO,2002).

2.1 Sintomatologia, Convivendo com a Dor e a Infertilidade

Os sintomas clínicos da endometriose levam alguns anos de evolução para


tornarem-se aparentes, por isso o diagnóstico muitas vezes se faz tardiamente, o
que eleva o número de mulheres com dano irreversível da anatomia e função de
seus órgãos reprodutivos.

As queixas mais freqüentes entre as portadoras de endometriose são: dismenorréia


(cólicas), dor pélvica crônica, esterilidade, irregularidade menstrual e dispareunia
(dor durante a relação sexual). Outro sintoma que pode ser percebido com o tempo
é a dificuldade de engravidar.

Considera-se a dor pélvica crônica possa causar prejuízos físicos, psíquicos e


sociais, assim como qualquer doença crônica, pois restringe e modifica o convívio
diário da paciente com suas rotinas até então estabelecidas. (LORENÇATO,2002).

Para os profissionais que atendem mulheres com dor pélvica crônica é importante
saber distinguir os tipos de dores, para facilitar a elaboração da hipótese
diagnostica. Temos:

1. Dor de origem somática: o estimulo doloroso inicia em estruturas como pele,


músculos, fáscias, ossos e articulações. Frequentemente e menos intensa,
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geralmente em pontadas, e a paciente, em geral, consegue localizar um


ponto especifico de dor;

2. Dor de origem viceral: usualmente e mal localizada, frequentemete em


cólicas, as vezes associada a fenômenos autonômicos, como náuseas,
vômitos e reações emocionais;

3. Dor de origem psicológica: embora alterações de personalidade, de conduta e


depressão tenham papel bem definido na maneira de percepção da dor, a dor
pélvica cronicapsicogenica é menos freqüente em diagnostico de exlcusão.
(ALBERTO;2006).

Infertilidade: esterilidade; improdutividade. (BUENO, 2000). É um dos


principais sintomas da endometriose, na maioria das vezes está associada a dor e é
causada por alterações nas trompas, como obstruções, impedindo a fecundação ou
a migração do embrião do embrião até o útero. Outra causa é aderência
pélvica, as trompas se aderem no peritônio causando imotilidade impedindo o as
trompas de colher o ovulo que se perde, sendo absolvido pelo organismo.

A infertilidade conjugal é definida como incapacidade de engravidar após um ano de


atividades sexuais regulares sem o uso de qualquer método anticoncepcional.
(SIMONE,2006).

3. Diagnóstico

É feito através da história clínica, ultra-som endovaginal especializado, exame


ginecológico, e marcadores, exames de laboratório. A atenção especial deve ser
dada ao exame de toque, fundamental no diagnóstico da endometriose profunda.

A ressonância é um método diagnóstico de muita precisão permitindo a visualização


com detalhe das estruturas pélvicas. A ressonância magnética pode ser útil na
definição pré-operatória das estruturas atingidas pela endometriose.
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4. Tratamento

Atualmente, o tratamento da endometriose tem como principal objetivo o alívio das


queixas e dos sintomas, de acordo com as necessidades individuais das mulheres.
(LORENÇATTO,2007).
Segundo lorençatto (2007, pág )

“(...) O tratamento deve ser voltado às queixas, sintomas dos


pacientes e o impacto da doença e do tratamento sobre a
qualidade de vida conceituando um tratamento dinâmico
capaz de atender de maneira holística as necessidades bio-
psico-social da paciente. O profissional e a paciente vão
resolver juntos o melhor caminho a ser seguido”.

Atualmente a dois tipos de tratamento para endometriose, o cirúrgico e o


medicamentoso, usadas individualmente ou em conjunto para cada caso. Na
escolha do tratamento devem-se levar em consideração seus problemas e o que se
espera obter com o tratamento. Há casos em que a paciente precisará de tratamento
psicológico. O objetivo do tratamento da endometriose é melhorar a qualidade de
vida por meio do alívio dos sintomas e melhorar a fertilidade, caso deseje ter filho.

4.1 Tratamento cirúrgico.

O tratamento cirúrgico pode ser dividido em duas categorias, conservador ou radical,


sendo o conservador o que preserva a fertilidade da paciente e o radical aquele que
leva a histerectomia e a salpingooforectomia bilateral. (ANDREA, 2006).

Segundo Andréa, (2006, Pág ).

“(...) Quando há necessidade de cirurgia o cirurgião tem duas


opções, a retirada do útero ou a retirada das trompas e
ovários, sendo que este, é um tratamento definitivo para a
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endometriose”

O tratamento cirúrgico pode ser feito com laparotomia ou laparoscopia . Os


implantes de endometriose são destruídos por coagulação a laser, vaporização de
alta freqüência ou bisturi elétrico. A decisão cirúrgica é importante. A maior parte dos
sucessos terapêuticos decorrem de uma primeira cirurgia bem planejada.
(http://www.gineco.com.br/endometriose/tratamento-endometriose.html)

Laparoscopia ou laparotomia é um procedimento de exame e manipulação da


cavidade abdominal através de instrumentos de ótica ou vídeo, são instrumentos
cirúrgicos delicados que são introduzidos através de pequenos orifícios no abdome.
É um procedimento cirúrgico realizado geralmente com anestesia geral.

4.2 Tratamento Medicamentoso

As alterações hormonais do ciclo menstrual exercem influência sobre o tecido da


endometriose. Os medicamentos usados no tratamento da endometriose visam, em
geral, bloquear esses hormônios, interrompendo o estímulo que faz com que a
endometriose cresça a cada mês. Freqüentemente, o tratamento é feito com os
próprios hormônios, que podem causar alívio duradouro dos sintomas.

4.3 Tratamento para Engravidar.

Em mulheres que pretendem engravidar, o tratamento pode ser feito com cirurgia e
tratamento hormonal, ou tratamento hormonal e depois cirurgia. No entanto, estudos
atuais mostram que em mulheres com endometriose e que não conseguem
engravidar, a melhor alternativa é a fertilização in vidro, e que a presença de
endometriose não afeta as taxas de gravidez quando esse método é escolhido.
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