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Ana Verena Góes Oliveira

Olá, me chamo Ana Verena Góes Oliveira, tenho 15 anos, nasci dia 26 de setembro de 2005, em
Alagoinhas, sempre meio só, nunca tive muitos amigos, na minha rua só tinha uma menina da minha
idade, na vida ganhei um primo de consideração pois convivia bastante com ele e os pais dele, então
passei a considerar como meus tios e ele com primo e duas meninas que nasceram na mesma época
que eu, por meus pais serem amigos muito antes do nascimento da gente, viramos amigos, todos os
quatro, mas com as desventuras da vida as duas meninas se mudaram para outra cidade, acabei
perdendo o contato... A medida que o tempo passou eu precisei frequentar a escola, era uma
pequena de bairro, passei um ano e depois fui para o colégio no qual passei seis anos, no 3º fui para
outro colégio com aa finalidade de “fugir” de meus problemas, o bullying, rejeição que eu sofria lá,
queria não ter que lanchar todos os dias só e ter alguém para conversar e brincar, mas com nem
tudo é o que queremos; lá só foi pior, além de rejeição e bullying, passei por situação
desconfortável, por não ter o melhor celular, não vestir roupas de marcas caras, até de meu peso
falavam, para melhorar minha situação a professora me humilhou, eu já era quieta, calada, a
professora fala: “É por isso Ana Verena, que nem sua própria mãe não te suporta”, aquilo acabou
com meu psicológico, voltei para o João Paulo, suportei dois anos.

A melhor parte, a melhor escolha que já fiz foi ter ido para o São Francisco, uma nova fase, um
novo começo. Na primeira semana foi estranho, afinal, eu não conhecia ninguém, só quem saiu do
João Paulo, mas como já disse, eu não tinha amigos lá, porem comecei a me aproximar de uma
menina e de Isabella, estudei com Bella na alfabetização e éramos boas amigas, mesmo passando só
um ano com ela, foi ótimo reencontrar ela, daí nunca mais perdi ela. Sou extremamente grata a todo
apoio psicológico que o colégio São Francisco me proporcionou, mesmo assim não foi nada fácil, a
diferença foi que eu amadureci, aprendi que problema sempre vão existir, não adianta viver
exclusivamente para resolve-los, a diferença das pessoas não está na quantidade de problemas, mas
sim em como cada um lidar com eles, aprender a viver da melhor forma com eles. Infelizmente eu
fiquei muito frágil, não adiantava eu só ser consciente sobre os problemas e como conviver com
eles. Entrei em uma situação horrível, onde as marcas do passado ainda me assombravam, eu perdi
muito peso, mas só me via gordinha, igual eu era uns três a quatro anos atras, não comia direito,
desmaiei de fome em 2018, fiquei dependente de elogios de meninos para ter auto estima, dia 21 de
abril de 2019, tentei suicídio, estava com vergonha de minhas atitudes, não queria olhar na cara de
quem se diziam amigos, mas na hora do vamos ver só dois se mostraram amiga de verdade, os
outros falaram “não seja ingrata, sempre estivemos do seu lado”, mas se alguém tenta difamar sua
amiga, você não fica calada, quem cala consente, entre dois amigos, certo e errado, você sendo uma
pessoa de bem, escolhe o certo, o justo. Deixo como conselho, cuidado com quem se confia e chama
de amigos.

Tudo é uma liça, provas e testes da vida, então deixei tudo para trás, agora sou eu, eu sou minha
prioridade, minha melhor amiga, 2021 estou sendo feliz, minha melhor versão, não sou perfeita,
tenho muitos bloqueios, não consigo sair na rua só, foram muitos assédios que passei, depois de
quase ser estuprada eu não viver “normal” quando se trata de sair de casa só, mas nada que o
tempo não ajude a melhorar. Essa sou eu, Ana Verena Góes Oliveira, primeira e única neta mulher,
do filho que não podia ter filho, ainda mulher, (só tem homem na família, minha vó desejava uma
filha e teve três filhos) com um tio que é como pai, outro como irmão mais velho, com tios e primos
emprestados que a vida me deu, com poucos amigos, professores maravilhosos que não me causam
traumas, na verdade, ganhei o que posso chamar de família, a família São Francisco.

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