Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FIGURA 13
Por conter menos água e mais queratina e ainda ser protegida na superfície por
uma camada lipídica, essa é a camada da unha que é mais dura, mais resistente,
que forma algo parecido como um escudo protetor para o restante da lâmina ,
onde apenas moléculas muito pequenas como a da água, conseguem passar.
Outra função da água e óleos que constituem as 3 camadas, é unir e segurar
essas escamas de células mortas como se fosse um cimentinho . É nessa
camada da unha que os produtos de revestimento de unhas como esmaltes ,
esmalte gel e produtos de alongamento se fixam. Por isso a necessidade de uma
boa preparação da unha, removendo essa camada lipídica e também passando
produtos desidratadores para remover a água dessa superfície. Por terem
moléculas grandes, os produtos de revestimento de unhas não conseguem
penetrar essa camada, ficando apenas na superfície das unhas, "colados
quimicamente" à queratina da unha.
Camada central (ou intermediária): é originada na região intermediária da
matriz. Nessa camada as células passam pelo mesmo ciclo de maturação,
onde nascem, queratinizam, perdem o núcleo, morrem, são achatadas e
compactadas e formam escamas. Mas a principal diferença é que na camada
central a produção de queratina não é tão intensa como na superior e por isso
essa camada não é tão rígida. Existe também uma circulação maior de água
nessa região, que é absorvida pela superfície e vem circular na camada
intermediária pois nesse local tem uma quantidade menor de óleos, além
disso, a água também acaba vindo de baixo, sendo alimentada pela camada
inferior. Isso torna essa camada uma região mais macia em relação a camada
superior.
Camada inferior (ou profunda ou ventral): é originada na região profunda
da matriz e se estende até uma parte do leito. Como ela está diretamente
ligada ao leito, é uma camada que tem tanto células vivas vindo da direção do
leito, quanto células mortas queratinizadas vindo da matriz. Aqui ainda há uma
circulação grande de água e também de alguns capilares sanguíneos que se
estendem do leito. Essa é a região mais macia, flexível, oleosa e úmida da
unha.
Água em equilíbrio
Como vimos, a água consegue entrar pelas escamas superficiais das unhas e
quando temos muito contato com água como em uma situação onde as unhas
ficam de molho, em uma piscina ou ao lavar louças por exemplo, a água
consegue entrar nas unhas mudando a sua composição, fazendo com que ela
inche. Pense como uma esponja, ela absorve a água e incha, mas se deixarmos
ela parada, com algum tempo essa água vai escorrendo e evaporando, o que faz
ela desinchar, o similar acontece com as unhas, elas absorvem a água e então
incham e com o tempo essa água é absorvida pelo organismo e ela desincha .
Isso causa um movimento da placa ungueal, mesmo que microscópico que pode
estar relacionado a problemas de adesão de produtos nas unhas . Isso quer dizer
que lavar as mãos antes do procedimento de alongamento ou borrifar álcool 70% ,
ou seja, que contem 30% de água, sobre as unhas pode causar levantamento de
produto?
2ª EDIÇÃ O - MARÇO 2021COPYRIGHT - MARIANAMORAES NAILS ACADEMY - 13
Licensed to Glaucilene Sousa Mineiro - glaucinailssousa@icloud.com - 004.044.932-70
MANUALDEANATO MIAES AÚDEDASUNHASPARAMANICURES ,NAIL DESIGNERSEEDUC ADO RAS
Na verdade, não. Essas duas idéias vêm circulando, possívelmente pela lógica do
que vimos anteriormente. Porém, há estudos que mostram uma situação diferente.
No volume 1 do livro face-to-face com Doug Schoon, ele explica que estudos
demonstram que as pessoas lavam as mãos por 5 a 10 segundos e que seria
necessário no mínimo 60 segundos mergulhados na água para que as unhas
conseguissem absorver a água. Recentemente, em março de 2020, em sua série
online, no episódio 366, ele explica que a quantidade de água em um álcool 70 %
não é suficiente para ser absorvida pelas unhas e causar descolamento de
produto. Então podemos observar que tudo indica que a quantidade de água e
tempo de exposição juntos é que fazem a diferença quando falamos em absorção
pelas unhas. É importante saber que, o álcool 70% evapora mais devagar que um
álcool mais concentrado como o 92% a 99% por exemplo, por isso eles seriam
mais indicados se for para aplicar diretamente em cima da unha. Também temos
que cuidar com a sua composição, uma vez que algumas marcas de álcool 70%
vem com outros componentes como glicerina, que pode acumular na superfície
da unha e atrapalhar na aderência. Por isso a recomendação é que devemos
preferir produtos que são específicos para unhas pois sua composição é
elaborada pensando nisso, sem adição de óleos, aromas. Isso porque essas
misturas nos higienizadores podem deixar resíduos sobre as unhas e atrapalhar
na ligação química dos produtos na unha. Por isso, a importância de conhecer
essas informações e ler os rótulos , para entender a composição e poder fazer
boas escolhas.
Camadas das unhas x aderência de produtos
Agora que você já sabe como as camadas da lâmina ungueal são formadas e a
sua composição, vamos analisar como a preparação da lâmina pode influenciar
na aderência dos produtos.
É certo que para a aplicação de produtos de revestimento de unhas sobre a
lâmina ungueal, em todos os procedimentos é importante que essa lâmina seja
preparada. Isso acontece para remover aquela superfície lipídica, também
chamada de oleosidade da unha. Além da oleosidade, a água dessa camada
também precisa ser removida. Para isso existem alguns passos importantes no
ato da preparação das unhas.
Passo 01- a primeira coisa a ser feita é a limpeza da lâmina de resíduos de pele ,
onde é realizada a técnica de cutilagem escolhida. Nesse passo é importante
entender que alguns métodos de cutilagem acabam por adicionar água e óleos
sobre a lâmina ungueal, por isso, após finalizar o procedimento é importante lavar
as mãos com sabão para remover a oleosidade e depois usar de desidratadores
para remover água. Alguns desidratadores também são capazes de remover
alguns tipos de óleos, o que depende muito da sua compisição química . O
desidratador que contém álcool isopropílico ou etílico remove água, mas se na
sua composição, tiver solventes como o acetato de etila e acetato de butila , ele
também remove oleosidade. A acetona pura também ajuda a remover oleosidade.
Como vimos, a preparação das unhas da forma correta é essencial para que não
haja danos nas unhas e para ter uma aderência boa dos produtos. No caso das
manutenções, o mesmo é válido para a porção crescida das unhas e como nesse
momento estamos desbastando produto velho para fazer uma reposição ou
complemento de produto, é necessário ter muita atenção no momento de lixar
essa região. Na área onde ouve o crescimento, a nova unha deve ser tratada com
o mesmo cuidado, com uma lixa 180 macia ou buffer 180 ou 240 . Muitas vezes é
nesse momento que a profissional não está atenta e acaba afinando a unha nova
desde a área de cutícula, o que resulta em unhas cada vez mais fracas a cada
manutenção.
2ª EDIÇÃO- MARÇO2021COPYRIGHT - MARIANAMORAESNAILSACADEMY- 15
Licensed to Glaucilene Sousa Mineiro - glaucinailssousa@icloud.com - 004.044.932-70
MANUALDEANATO MIAES AÚDEDASUNHASPARAMANICURES ,NAIL DESIGNERSEEDUC ADO RAS
polidora
4000
Lixa 100
Lixa 180
dura
buffer 240
dura
Lixa 180
macia
Aqui foram usadas as lixas mais duras. Note como as lixas OPI 100 e 180
abriram as escamas das unhas e levantaram pedaços de fiapos de queratina.
Essas lixas são recomendadas apenas para usar sobre produtos de gel ou
acrílico. A lixa 180 dura Kinetics foi menos agressiva comparada às outras , porém
ainda levantou alguns fiapos de queratina, o que não é ideal. Essa lixa é
recomendada apenas para a borda livre para dar formato e não é ideal para a
superfície.
maiores do que esses do tamanho seguro, obviamente não são unhas ideais para
usar no dia a dia, mas com certeza dão uma linda foto, além de desafiarem as
designers a desenvolverem suas habilidades com os produtos às quais se
especializam. Quem insiste em usar essas unhas extremas para o dia a dia
certamente sabe dos riscos e o fazem mesmo assim com alguns cuidados em
nome da arte e amor as unhas, mas de certeza não é o ideal em termos de saúde
das unhas. Aqui podemos ver uma ilustração traçando as proporções e tamanhos
citados acima.
25%
50%
100%
Tamanho limite
100% - tamanho limite e extremo - deve ser evitado
50% - tamanho máximo ideal para não ter muitas quebras e
descolamentos 25% - tamanho máximo ideal para começar
No caso de alongamentos, o ideal é que o comprimento fique entre 25 % a 50% para serem
considerados seguros e influenciarem o menos possível na questão de levantamento de
escamas por causa de pancadas, descolamentos e infiltrações, ajudando a manter as unhas
mais saudáveis.
o local onde eles irão se instalar. Assim que encontram condições eles começam
a se reproduzir, formando colônias, o que pode ser identificado nas unhas por
uma cor amarelo esverdeada e em camadas mais superficiais nos ciclos iniciais e
conforme crescem, chegam às camadas mais profundas da lâmina ungueal e
formam uma cor verde escuro, musgo a preto. Nesses casos a infecção pode ser
considerada mais grave pois já adquirem profundidade nas unhas.
Protocolo de atendimento:
Remover produtos das unhas atingidas.
Cortar as unhas, higienizar com álcool e hidratar com óleo de cutícula.
Recomendar visita ao dermatologista para correto diagnóstico e tratamento.
Recomendar aplicação de produtos apenas após o tratamento e que fique
comprovado que a unha não está mais infectada. As manchas podem demorar
pra sair mesmo com a unha livre de contaminação, devendo seguir a orientação
do dermatologista para quando é possível fazer nova aplicação, sugiro que
aceite por escrito uma recomendação.
Lembre de preencher os dados na ficha de anamnese para acompanhar uma
possível evolução da doença ou tratamento das unhas atingidas. Fotos, e
relatos mais completos vão te auxiliar neste momento.
Todas as lixas, palitos e materiais descartáveis que foram usados devem ser
descartados. Atenção redobrada aos protocolos de limpeza do ambiente e
ferramentas, pois o material da unha atingida é altamente contaminante para
você e as clientes a serem atendidas após.
Podemos fazer aplicações sobre unhas infectadas por pseudomonas?
Não, de maneira geral, sempre que infectadas por qualquer que seja o
microorganismo, não devemos fazer aplicações até que as unhas estejam
saudáveis.
Paroníquia
A paroníquia se caracteriza pela inflamação associada a bactérias da dobra
proximal e cutícula, que desprendem da lâmina ungueal e gradativamente
perdem algumas características onde a cutícula pode deixar de ser produzida ,
bem como a borda queratinizada da dobra proximal . No caso da paroníquia
crônica, isso pode acontecer durante algum tempo mesmo sem uma inflamação
evidente. É perigosa pois acaba permitindo a entrada de microorganismos pois
esse espaço entre a lâmina e dobra proximal fica aberto deixando a matriz
ungueal exposta. Na maioria das literaturas, a paroníquia está associada ao uso
excessivo de água e produtos de limpeza, mas também há evidências que pode
ser causada pela retirada excessiva de cutícula, uma vez que pode haver
contaminações.
Protocolo de atendimento:
Remover produtos das unhas.
Cortar as unhas, higienizar com álcool e hidratar com óleo de
cutícula. Recomendar visita ao dermatologista para tratamento.
Podemos aplicar produtos de revestimento de unhas nesse caso?
Não é recomendado:
1. Pode haver agentes contaminantes na região inflamada,
2. Expor a região aberta e já irritada a produtos químicos pode piorar a irritação,
além de poder causar um processo alérgico do produto.
Além de não ser recomendado o uso de nenhum tipo de revestimento de unhas
no caso de paroníquia, ainda poderia piorar a situação das unhas pois os
produtos tendem a não adereir. A inflamação causa edema (inchaço), o que nada
mais é do que excesso de água na região da dobra proximal . Com as unhas já
comprometidas com ondulações e fina espessura, mais a umidade na região,
certamente será muito difícil ter boa aderência. Batidas e atrito nas pontas do
alongamento podem ocasionar acidentes, removendo a unha de forma forçada e
puxando escamas, devido à sua fragilidade.
Onicólise
A onicólise é caracterizada pelo desprendimento entre a lâmina e o leito ungueal.
Isso pode causar uma infecção oportunista, uma vez que a região do descolamento
pode criar um ambiente propício para microorganismos. Existem inúmeras causas
para que isso possa acontecer, vamos ver algumas delas:
Remoção excessiva de pele dos sulcos laterais: isso é muito comum visto que
temos instalado culturalmente o gosto pela cutilagem funda . Nas pessoas que
adotam essa técnica de remoção de cutícula mais funda e mais agressiva, onde a
região do paroníquio fica avermelhada, dolorida e até danificada, a pele tende a
crescer mais e repor o que foi removido para proteger o local contra
microorganismos. Mas o que temos percebido é que em pessoas que tiveram
esse hábito ao longo de muitos anos , o organismo deixou de produzir essa pele,
ocorrendo o desprendimento da lâmina ungueal dos sulcos laterais , causando a
onicólise dessa região. A unha fica muito mais suscetível a maiores
descolamentos devido ao impacto e atrito diário a que são naturalmente
submetidas, uma vez que estão presas somente pelo leito ungueal.
Atrito: as unhas conseguem suportar algum atrito, mas quando realizamos
alongamento de unhas, esse atrito pode ser maior a ponto de forçar mais a lâmina
ungueal todos os dias, o que pode causar pequenos descolamentos do leito.
Tamanhos exagerados ou a falta de manutenção no tempo adequado, causa mais
impacto o que aumenta os riscos de acidentes e onicólise.
Excesso de calor na polimerização: Os produtos de revestimento de unhas ao
polimerizar liberam calor, uma reação exotérimica presente tanto nos sistemas de
acrílico quanto no gel, mas no gel é muito mais perceptível. É preciso controlar
esse calor pois quando em excesso ele pode queimar o leito ungueal e causar
desprendimento da lâmina.
Excesso de curvatura: As unhas são diferentes umas das outras, cada uma tem
uma curvatura natural que deve ser respeitada. Quando forçamos a curvatura com
uma pinça ou presilha, ou até mesmo cortando o molde de forma que ele fique
mais curvado do que a unha, sem respeitar a curvatura natural, o que acontece é
que o produto força o meio da unha para cima, o que causa desprendimento da
lâmina e leito e até é possível causar uma rachadura no meio da lâmina , o que
além de dolorido, pode ser perigoso pela possibilidade de contaminação por
microorganismos.
Traumas: Quando a unha é batida, esmagada, queimada, forçada de modo que
aconteça o descolamento.
Doenças sistêmicas, congênitas e adquiridas: todas podem mudar características
da lâmina ungueal e a onicólise pode ser uma consequência, por isso é comum a
onicólise estar associada a outras doenças.
Medicamentos: medicamentos que causam alterações metabólicas podem
prejudicar o sistema ingueal como um todo, o que pode ocasionar a onicólise,
como tratamento quimioterápico por exemplo.
Protocolo de atendimento:
Ao verificar onicólise é importante primeiramente determinar a causa , o que pode ser
feito em uma conversa com a cliente e então verificar o quanto a unha está
descolada. Se o descolamento da unha for acima de 25% do tamanho do leito, o ideal
é não realizar procedimentos de alongamento, onde a unha deve ser cortada a fim de
evitar o atrito. Se isso não for respeitado, o tamanho da onicólise pode aumentar e
prejudicar ainda mais a unha. Nesses casos é possível realizar uma blindagem para
a proteção da unha, porém é preciso verificar se aconteceu algum trauma , se estiver
com sangramento no local, é muito importante esperar alguns dias para que a região
possa cicatrizar, para então realizar esse procedimento.
É válido lembrar que se a onicólise está maior do que 25% do leito ou há evidências
de infecções e inflamações da pele ao redor, não devemos realizar nenhum tipo de
serviço. O ideal é apenas proceder com uma remoção e então indicar uma consulta
com um dermatologista, que poderá indicar o tratamento adequado para a infecção ,
ou apenas para cicatrização da onicólise.
As unhas podem ser aparadas, higienizadas com álcool e hidratadas com óleo de
cutícula se for necessário a remoção dos produtos.
Nesse caso, recomendar visita ao dermatologista para correto tratamento.
Recomendar aplicação de produtos apenas após o tratamento e que fique
comprovado que a unha não está infectada.
É importante preencher os dados na ficha de anamnese para acompanhar uma
possível evolução da onicólise. Fotos, e relatos mais completos vão te auxiliar
neste momento.
os procedimentos de biossegurança são os normalmente adotados.
Onicólise causada por excesso de remoção da cutícula, onde claramente as unhas já não
estão aderidas ao sulco lateral, note que a onicólise pode estar localizada na ponta ou se
estender até a margem da dobra proximal.