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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DO TRIÂNGULO MINEIRO - Campus Uberaba

CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

ÉRICA REIS CARVALHO

Cultivo de hortaliças sob diferentes doses de fertilizante organomineral e


efeito residual de nutrientes no solo

UBERABA, MG

2021
ÉRICA REIS CARVALHO

Cultivo de hortaliças sob diferentes doses de fertilizante organomineral e


efeito residual de nutrientes no solo

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus
Uberaba, como requisito parcial para
conclusão de curso de Engenharia Agronômica.

Orientador: Prof. Titular Dr. José Luiz


Rodrigues Torres

UBERABA, MG

2021
Ficha Catalográfica elaborada pelo Setor de Referência do IFTM –
Campus Uberaba-MG
TERMO DE APROVAÇÃO

ÉRICA REIS CARVALHO

Cultivo de hortaliças sob diferentes doses de fertilizante organomineral e


efeito residual de nutrientes no solo

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro -
Campus Uberaba, como exigência parcial
para obtenção do diploma de Bacharel em
Engenharia Agronômica, sob orientação do
Prof. Titular Dr. José Luiz Rodrigues Torres.

Aprovado em xx de xxxxxxxxx de 2021.

_____________________________________________________
Prof. Dr. José Luiz Rodrigues Torres– IFTM, Campus Uberaba
_____________________________________________________
Profa. Dra. Adriane de Andrade Silva – UFU, Campus Monte Carmelo

________________________________________________________
Prof. Dr. Hamilton Cesar de Oliveira Charlo – IFTM, Campus Uberaba

Observação: excepcionalmente, os membros da banca concordam que a folha de aprovação seja


assinada única e exclusivamente pelo orientador, em razão da necessidade de distanciamento
social como uma das medidas de proteção e enfrentamento da emergência frente à pandemia –
Covid-19 e a assinatura encontra-se na última página deste TCC.

UBERABA, MG
2021
AGRADECIMENTO

Aos meus pais pela educação, carinho, apoio e pelos valores éticos e morais repassados.
Ao orientador, Professor Titular Dr. José Luiz Rodrigues Torres, pelos ensinamentos,
amizade e dedicação nesses anos de convivência, participação e orientação em todas as etapas
deste trabalho.
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM)
pela oportunidade concedida para realização do curso em Engenharia Agronômica, permitindo a
realização de um sonho pessoal.
À Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FUNDAÇÃO AGRISUS) pelo apoio
financeiro ao projeto e bolsa de Iniciação Científica
Aos funcionários e professores do IFTM – Campus Uberaba que fizeram parte desta
caminhada.
A todos os bolsistas de Iniciação Científica e voluntários do Grupo de Pesquisa de
Manejo e conservação de água e solo no cerrado” (NUPEMASA), André Benaventana, Gabriel
Valeriano, Márcia Rodrigues Torres, Guilherme Deodato, João Henrique Fávaro, Guilherme
Gonçalves, Guilherme Casares e Ricardo Parolini, que somaram esforços na condução das
atividades de campo e de laboratório, para geração dos dados que deram origem aos resultados
apresentados neste estudo.
À banca examinadora pelas valorosas contribuições para a melhoria desta dissertação.
Por fim, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para esta conquista.
RESUMO

O fertilizante organomineral (FO) é um produto resultante da mistura física de diferentes fontes


de material orgânico com o fertilizante mineral (FM) em um mesmo grânulo, que permite a
liberação lenta de nutrientes durante o ciclo da cultura, propiciando maior efeito residual da
fertilização utilizada, que pode promover a sustentabilidade da produção. Neste contexto, o
objetivo deste estudo foi avaliar o cultivo de hortaliças sob diferentes doses de fertilizante
organomineral e avaliar o efeito residual de macro e micronutrientes no solo. O delineamento
utilizado foi de blocos casualizados, sendo utilizadas cinco doses de fertilizante organomineral
como fonte de fósforo (P): T1 = 0,0 %; T2 = 50 % (400 mg dm-3 de P2O5); T3 = 100 % (800
mg dm-3 de P2O5); T4 = 200 % (1600 mg dm -3 de de P2O5) e T5 = 300% (2400 mg dm -3 de de
P2O5), , mais um tratamento adicional com adubação 100% mineral, todos com 4 repetições. Em
cultivos sucessivos de repolho e alface avaliou-se a produção de massa fresca (MF) e seca (MS),
o estado nutricional através da análise foliar das culturas, fez-se a análise do solo antes do
plantio e logo depois da colheita para avaliar o potencial hidrogeniônico (pH), teores de fosforo
(P), boro (B) e zinco (Zn) e o seu efeito residual. Aplicou-se o teste F para significância e as
médias foram comparadas pelo teste Tukey (p<0,05) e o teste de Dunnett (p<0,05) para
comparar as médias dos tratamentos com o adicional. A produção de MF e MS no repolho
foram significativamente iguais e superiores nas doses de 200 e 300% de FO e 100% de FM,
com relação às outras doses avaliadas; A maior produção de MF e MS na alface ocorreu na dose
de 100% de FM, com relação às outras doses avaliadas; O teor de P e B foi maior e de Zn menor
nas folhas de repolho nas doses de 200 e 300% de FO, quando comparado ao FM; Na alface não
houve diferenças na concentração de P nas folhas, enquanto que de B foi maior e Zn menor
utilizando o FO, quando comparado ao FM; O valor de pH do diminuiu significativamente na
dose de FO de 300% e FM de 100%, quando comparado ao pH inicial do solo; O teor residual
do P, B e Zn no solo aumentou com o aumento da dose de FO utilizada no Oxisol em ambos os
ciclos avaliados.

Palavras-chave: Brassica oleracea var. capitata L, Lactuca sativa L., material orgânica,
adubação, produção.
.
ABSTRACT

The addition of mineral fertilizer to organic makes the application of organomineral fertilizer
guarantee greater uniformity in the concentrations and availability of nutrients, with reduced
nutrient loss, as there is a slow release of nutrients, reducing losses and ensuring the supply of
the plant's needs during the entire cycle. The objective of this study was to evaluate the
cultivation of vegetables under different doses and sources of phosphate fertilization and to
evaluate the residual effect of macro and micronutrients in the soil. The experimental design
used was randomized blocks, using five doses of organomineral fertilizer as a source of
phosphorus (P), plus an additional treatment with 100% mineral fertilization, all with 4
replications. The five doses were used: T1 = 0.0%; T2 = 50% (400 mg dm-3 P2O5); T3 = 100%
(800 mg dm-3 P2O5); T4 = 200% (1600 mg dm-3 of P2O5) and T5 = 300% (2400 mg dm-3 of
P2O5), plus an additional treatment (Mineral) (100%). The production of green mass (VM) and
dry mass (DM) and the nutritional status of cabbage and lettuce were evaluated in the collected
material through leaf analysis. vegetables. The F test was applied for significance and the means
were compared by the Tukey test (p<0.05). The Dunnett test (p<0.05) was used to compare the
mean of the treatments with the additional one. The need for P application in Oxisol, in the
cabbage and lettuce crop, is proven, as this soil has low fertility and P adsorption. The
production of MF and DM gradually increased with the highest doses of FO and FM, in cabbage
and lettuce, compared to the control without phosphorus. The content of P in the cabbage leaves
was higher at the doses of 200% and 300% of FO, being significantly higher, compared to the
contents of the leaf analysis with FM. In lettuce there was no difference in leaf P contents in the
doses of FO and FM used. The levels of B in the leaf analysis of cabbage and lettuce were
higher in the two highest doses of FO, being statistically higher. As for leaf zinc, the highest
doses were observed in the zero test, without FO and FM. The pH value was significantly lower
where FO was applied compared to FM fertilization. The residual content of P, B, Zn in the soil
was higher where organomineral fertilization was done, compared to mineral fertilization.

Keywords: Brassica oleracea var. capitata L, Lactuca sativa L., Organic Matter.
SUMÁRIO

....................9
2.1 Caracterização da área experimental..........................................................................
2.2 Delineamento experimental.....................................................................
2.3 Informações complementares...............................................................
2.4 Avaliações.........................................................................................................
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................................
3.1 Produção de massa fresca e seca.....................................................................
3.2 Índice de eficiência agronômica...........................................................
3.4 Efeito residual do fósforo, boro e zinco no solo......................
1. INTRODUÇÃO

O consumo de hortaliças tem um papel importante na alimentação humana, proporcionando


um bom aporte nutricional para as funções do organismo, sendo consumidos de várias formas. Entre
as várias hortaliças ofertadas aos consumidores brasileiros, o repolho (Brassica oleracea var.
capitata L.) e a alface (Lactuca sativa L.) assumem posição de destaque no territorio nacional
(Fontanétti et al., 2006).
O repolho é uma das Brássicas mais consumidas no país, pois são plantas apresentam alto
valor nutritivo e comercial, que podem ser cultivadas em todas as regiões e épocas do ano do país
(May et al., 2007). Enquanto que a alface (Lactuca sativa L.) é uma das hortaliças mais consumidas
no mundo, na forma in natura em saladas ou em fastfoods, são plantas de crescimento rápido, tem
alto valor nutritivo e comercial devido a seu ciclo curto, possui grande importância nutricional na
alimentação humana, sendo que ambas as plantas fornecem fibras, sais minerais e vitaminas em
quantidades elevadas (Sala e Costa, 2012).
A maioria das hortaliças cultivadas, dentre elas o repolho e alface, necessitam quantidades
elevadas de macronutrientes em períodos de tempo relativamente curtos, necessidade estas que são
atendidas através do uso de fertilizantes minerais de alta solubilidade no solo (Silva et al., 2012;
Queiroz et al., 2017), que geralmente são complementados com o uso de resíduos de confinamentos
(estercos), contudo, os efeitos proporcionados pelo uso destes resíduos são bastante variáveis,
dependendo da espécie, do manejo utilizado, das condições locais e da interação entre com outros
fatores (Diniz et al., 2007).
Os micronutrientes são fundamentais para o crescimento das plantas desempenhando papel
importante nos processos bioquímicos, enzimáticos e fisiológicos, além de atuar como constituintes
das paredes celulares (B); das membranas celulares (B, Zn); de enzimas (Fe, Mn, Cu, Ni);
ativadores de enzimas (Mn, Zn) e na fotossíntese (Fe, Cu, Mn, Cl) (Lana et al., 2014). Segundo
Prado (2008) e Marschner, 2012, as interações entre macro e micronutrientes afetam os processos
que ocorrem no solo, como o contato do nutriente com as celulas da raiz, como na planta, na
absorção, transporte, redistribuição e metabolism, podendo induzir uma desordem nutricional, seja
esta por deficiencia ou toxidez, queirá refletir na produção das culturas (Silva e Trevisan, 2015).
A exploração intensiva e convencional do solo com culturas de crescimento rápido e de
elevado rendimento, somada às características genéticas e fisiológicas das espécies cultivadas de
alta exigência em nutrientes, predispõe o solo a consideráveis perdas de matéria orgânica e de
nutrientes (Hernani et al., 1999; Kaschuk et al., 2011). Essa exploração está diretamente associada
ao uso intenso de fertilizantes químicos, de alta solubilidade, que podem induzir fitotoxidez,
salinização dos solos, acúmulo de nitrato nos tecidos das plantas e oneração demasiada da produção
(Medeiros et al., 2007; Novotny, 2011).
Novas tecnologias vem surgindo para atender a demanda nutricional das plantas, buscando a
redução das perdas de nutrientes minerais aplicados no solo e garantia do efeito residual do
fertilizante, dentre elas os fertilizantes organominerais tem se apresentado como alternativa, pois
tem se destacado como uma forma eficiente de fornecer nutrientes e matéria orgânica (MO) em
relação a fontes exclusivamente minerais, que vem aumentando sua utilização consideravelmente ao
longo destes últimos anos (Magela et al., 2019; Silva et al. 2020).
O fertilizante organomineral (FO) é o produto resultante da mistura física ou combinação de
fertilizantes minerais e orgânicos, que deve em sua constituição química apresentar no mínimo 8%
de carbono orgânico, 30% de umidade máxima, 80 mmolc kg -1 de capacidade de troca catiônica
(CTC) mínimo, 10% de nitrogênio (N), fosforo (P) e/ou potássio (K), 5% de cálcio (Ca), magnésio
(Mg) e/ou enxofre (S), 5% e 4% de micronutrientes (IN nº23, 31/08/2005; IN nº 25, 23/07/2009)
(Colocar fonte da onde tirou esta informação). Na produção do FO são utilizadas como matéria-
prima os resíduos provenientes de outros sistemas de produção, o que consequentemente diminui o
impacto ambiental.
Segundo Andrade et al. (2012), para manter uma boa produção de hortaliças, o ideal é
aplicar uma adubação completa, que reúna adubos orgânicos e minerais, de maneira que ocorra
substituição gradativa da utilização única do fertilizante mineral, para obter melhor qualidade final
do produto, sendo que os FOs são os que melhor se enquadram nesta premissa, pois constituem na
mistura de ambos os fertilizantes em um mesmo grânulo.
A torta de filtro é um resíduo da indústria açucareira, que é um dos componentes mais
utilizados na fabricação dos fertilizantes organominerais (FO), pois em sua composição apresenta
de 1, 2 % a 1, 8 % de fósforo (P), elevado teor de cálcio e consideráveis quantidades de
micronutrientes (B, Cu, Fe e Zn) (Rossetto e Santiago, 2008). Esta torra possui relação
carbono/nitrogênio (C/N) elevada, podendo diminuir a disponibilidade de N no solo, entretanto, é
deficiente em K (Giacomini, 2003).
Segundo Júnior et al. (2011), ao avaliar os efeitos de doses de torta de filtro e de fertilizante
mineral (FM) sobre os atributos químicos do solo, observaram que houve aumentos nos teores de
macro e micronutrientes e gerou um efeito corretivo da acidez do solo, devido a redução dos teores
de alumínio (Al), diferente do que ocorre com os fertilizantes minerais que promovem a
acidificação do solo.
Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar o cultivo de hortaliças sob diferentes
doses de fertilizante organomineral e avaliar o efeito residual de macro e micronutrientes no solo.
2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Caraterização da área experimental


O experimento foi conduzido na área experimental do Instituto Federal do Triângulo
Mineiro campus Uberaba, MG, localizado entre as coordenadas geográficas 19º39’19” de latitude
Sul, 47º57’27’’ de longitude Oeste, a cerca de 800 m de altitude, em estufa modelo em arco, vasos
com 6 dm-3, no período de julho a dezembro de 2017.
Foi utilizado um solo classificado como Latossolo Vermelho distrófico (LVd) (Santos et al.,
2013), de textura media, como substrato nos vasos, com as seguintes características físicas na
camada de 0,0-0,20 m: 220, 720 e 60 g kg-1 de argila, areia e silte, respectivamente e químicas: pH
(H2O) 6,80; 0,85 mg dm-3 de P (meh-1); 28,00 mg dm-3 de K; 2,20 cmolc dm-3 de Ca, 0,85 cmolc dm-
3
de Mg; 1,63 cmolc dm-3 de H + Al; 1,15 dag kg-1 de matéria orgânica, 0,65 dag kg-1 de carbono
orgânico. Para os micronutrientes B, Cu, Fe, Mn e Zn foram observados 0,12; 1,73; 22,03; 7,30 e
0,47 mg dm-3.
O clima da região é classificado como Aw, tropical quente, segundo a classificação de
Koppen atualizada (1948), tendo verão quente e chuvoso e inverno frio e seco, onde ocorrem
médias anuais de precipitação, temperatura e umidade relativa do ar de 1600 mm, 22,6 ºC e 68 %,
respectivamente (INMET, 2019).
Foram instalados dois ensaios sucessivos em vasos, para avaliar o efeito residual do fósforo
(P) nos tratamentos aplicados, sendo que no primeiro ensaio foi cultivado o repolho (Brassica
oleracea var. capitata), onde foi aplicada toda a adubação recomendada para a cultura, de acordo
com Ribeiro et al. (1999). Na sequência e no mesmo solo, no segundo ensaio foi cultivada a alface
(Lactuca sativa L.), sem qualquer forma adubação complementar de P.

2.2. Delineamento experimental


O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, sendo utilizadas cinco
doses de fertilizante organomineral como fonte de fósforo (P), mais um tratamento adicional com
adubação 100% mineral, todos com 4 repetições. Foram foram utilizadas as cinco doses: T1 = 0,0
%; T2 = 50 % (400 mg dm-3 de P2O5); T3 = 100 % (800 mg dm -3 de P2O5); T4 = 200 % (1600 mg
dm-3 de de P2O5) e T5 = 300% (2400 mg dm -3 de P2O5), mais um tratamento adicional (Mineral)
(100%).
O tratamento adicional foi adubado somente com fertilizante mineral, sendo utilizada a dose
de 75, 200 e 120 mg dm-3 de N, P2O5 e K2O, respectivamente, que foram baseadas nas análises do
solo e na necessidade da cultura, de acordo com Ribeiro et al.(1999).
A formulação de fertilizante organomineral utilizada com base na torta de filtro foi de 5-17-
10 (N – P – K) (0,1% de Boro (Bo) + 3% Silício (Si)+ 0,4% zinco (Zn) e 8% carbono orgânico total
(COT), produzido pela empresa Geociclo, localizada em Uberlândia-MG, onde fixou-se as doses de
fosforo (P) e complementou-se a adubação para os outros nutrientes, para que todos os tratamentos
recebessem a mesma adubação.

2.3 Informações complementares


Antes de serem colocados nos vasos, o solo foi peneirado, teve seu pH corrigido com
calcário dolomítico, que tinha 36,4% de óxido de cálcio, 44% de óxido de magnésio, 99,87% de
poder de neutralização (PN) e poder relativo de neutralização total (PRNT) de 90,28%, para elevar a
saturação de base a 70%.
Após a correção da acidez, o solo foi colocado em sacos plásticos, mantendo o volume
inicial de 6,0 dm-3 e transportado para a casa de vegetação, onde foi acrescentado água para a
umidificação do mesmo, em seguida foi fechado e deixado em repouso por 30 dias, para ocorrer à
reação por completo do calcário. Concluído o prazo, o solo foi colocado nos vasos, a seguir
adicionado à adubação organomineral nas doses que foram avaliadas.
As mudas de repolho e alface foram produzidas em casa de vegetação coberta, em bandejas
de isopor de 128 células contendo o substrato comercial Bioplant. Quando apresentavam de 4 a 5
folhas definitivas completamente expandidas, foram transplantadas, sendo colocada uma muda por
vaso (Figura 1).

Figura 1. Mudas produzidas em casa de vegetação em bandejas de isopor de 128 células contendo o
substrato comercial Bioplant em Uberaba-MG.

Fonte: Modificado de Vieira (2020).


O fertilizante organomineral e o mineral foram distribuídos de forma equidistante ao redor
das mudas a 0,05 m de profundidade, logo a seguir foram cobertos por uma camada de solo do
próprio vaso (Figura 2).

Figura 2. Fertilizante organomineral e mineral disponibilizado ao redor das mudas, de forma


equidistante, em Uberaba, MG.

Fonte: Modificado de Vieira (2020).

As mudas transplantadas foram irrigadas diariamente por sistema por sistema de irrigação
por gotejamento, com lâmina de água calculada com base na evapotranspiração de referência (ETo),
estimada com dados obtidos pela estação meteorológica do IFTM. Para determinar a lâmina, os
valores de temperatura foram coletados diariamente e gerada a evapotranspiração de referência
através da equação de (Hargreaves, 1982).
ETo = 0,0134. Kt.Qo (tmáx-tmín)0,5 x (tméd+17,3) Equação 1
em que:
ETo - evapotranpiração de referência, mm dia-1;
Kt - constante, adimensional, para região de Uberaba, MG de 0,162;
tmáx - temperatura máxima registrada no dia, ºC; e,
tmín - temperatura mínima; e tméd - temperatura média, °C.
A temperatura média foi de 24,5 °C, evapotranspiração de referência de 7,01 mm, Kc de
1,07 e lamina aplicada de 7,50 mm dia-1, para um volume (vaso) de 462 mL, com o tempo de
irrigação de 17,3 min, necessário para repor 100% da lamina de agua gasta.

2.4. Avaliações
O potencial hidrogeniônico (pH) foi determinado em H 2O, os teores de Ca2+, Mg2+ e Al3+
foram determinados após extração com KCl 1 mol L -1; P e K foram determinados em extração com
solução Mehlich-1 (duplo-ácido); a acidez potencial (H+Al) foi determinada em extração com
acetato de cálcio, todos as determinações seguiram metodologias propostas por Tedesco et al.
(1995). Os teores de micronutrientes foram determinados de acordo com metodologias propostas
pela Embrapa (1997).
A colheita do repolho foi realizada ao iniciar a formação da cabeça, que ocorreu
aproximadamente aos 80 dias após o plantio da cultura, enquanto que a alface foi colhida aos 45
dias após o plantio. As hortaliças foram cortadas rente ao solo, a seguir foi determinado a massa
fresca (MF), depois o material foi levado ao laboratório, colocado em estufa a 65 ºC por 72 horas
para determinação da massa seca (MS), com resultados expressos para grama por planta (g planta-1).
Para avaliar a eficiência agronômica da dose do fertilizante organomineral utilizado,
adotou-se o índice de eficiência Agronômica (IEA) descrito por Goedert et al. (1986), o qual
expressa a relação percentual do aumento de produção de MF ou MS obtida com a fonte em
estudo (Fertilizante organomineral) e o valor obtido com a fonte de fósforo mineral utilizada
(Superfosfato triplo), que foi obtido através da equação 2.
IEA (%) = (Y2 – Y1/Y3 – Y1) x 100 Equação 2
Onde: Y1 = Produção de massa fresca (M F) ou seca (MS) obtida pela parcela onde não
houve aplicação de P; Y2 = Produção de M F ou MS obtida pela fonte que está sendo testada com
a dose avaliada; Y3 = Produção obtida com a fonte de referência (Superfosfato simples), na dose
recomendada de P total aplicado.
Logo após a colheita, foram retiradas amostras das folhas recém-desenvolvidas em ambas as
culturas, para análise do estado nutricional das plantas no momento da colheita, conforme
metodologia proposta por Martinez et al. (1999), para que pudesse ser avaliado o efeito residual de
fosforo e micronutrientes do adubo organomineral utilizado.
As amostras de folhas colhidas para análise química foram levadas ao Laboratório de
fertilidade, onde foram quantificados: o P foi determinado a partir de digestão nítrico-perclórica,
sendo a determinação de P será feita por colorimetria (Embrapa, 1997), Ca e Mg determinados por
espectrofotometria de absorção atômica (Bataglia et al., 1983), o carbono orgânico (C) por Walkley
e Black modificado e (Tedesco et al., 1995).
No solo, logo após a colheita do repolho e da alface foram realizadas amostragens em todos
os vasos e tratamentos, para avaliar o efeito residual da adubação organomineral após cada cultivo e
comparar com a análise nutricional da planta.
Os valores dos atributos avaliados foram submetidos à análise de variância, aplicando-se o
teste F, quando significativos e as médias foram comparadas pelo teste Tukey a 5 % de
probabilidade, com auxílio do Software Agroestat. A comparação entre a média dos tratamentos e
os tratamentos adicionais foi realizada pelo teste de Dunnett (p<0,05).
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Produção de massa fresca e seca


Utilizando a análise de regressão para avaliar as doses de fertilizante organomineral (FO),
observou-se que houve aumento exponencial na produção de massa fresca (MF) até a dose de
387,87 mg dm-3 de P2O5 (menos que 50% da dose) e massa seca (MS) até a dose de 400 mg dm-3 de
P2O5 (50% da dose) (p < 0,05) no repolho, sendo que a partir deste ponto a produção se manteve
constante até a dose de 2400 mg dm-3 de P2O5 (300%), enquanto que na alface, as curvas
apresentaram ajustes quadráticos para MF e MS até a dose estimada de 2000 mg dm-3 de P2O5 (p <
0,05), contudo, a partir deste ponto, houve redução da produção (Figura 3).

Figura 3. Massa fresca e seca de repolho (A) e alface (B) em função das doses de P 2O5 aplicado via
fertilizante organomineral.

Esse aumento significativo da produção comprova a necessidade da adubação fosfatada na


produção de ambas as culturas neste solo, que é pobre em fertilidade e tem sérios problemas com
adsorção de P, conforme destacado por Novais e Smyth (1999), Valladares et al. (2003), Zambrosi
et al. (2012) e Casali et al. (2016), entretanto mostra também que estas hortaliças respondem de
forma diferenciada a aplicação dos fertilizantes utilizados.
Este Latossolo Vermelho que predomina no cerrado mineiro, é rico em óxidos de Ferro (Fe)
e Alumínio (Al), que apresenta sérios problemas com adsorção de P, por isso há necessidade de
aplicar doses elevadas de P no plantio para minimizar esta adsorção, conforme comprovado por
Hansel et al. (2014), Lemos (2015) e Casali et al. (2016), seja de FO ou fertilizante mineral (FM),
para que seja possível ocorrer uma produção razoável das culturas avaliadas, pois na dose zero (Sem
aplicar P2O5) a produção é insignificante.
Com relação à produção de MF ou MS no repolho, observou-se que não ocorreram
diferenças significativas entre as doses de FO e FM avaliadas (Dunnett, p<0,05), que todas as doses
de FO e e a de FM foram superiores a dose zero (Sem aplicação de P 2O5), comprovando que a
cultura é pouco exigente em P, pois mesmo com a menor dose (400 mg dm-3) a produção foi
elevada e estatisticamente igual à obtida na maior dose (2400 mg dm-3) ou a de FM (200 mg dm-3)
(Tabela 1).

Tabela 1. Produção de massa fresca (MF), seca (MS) e índice de eficiência agronômica (IEA) de

MF (IEAMF) e MS (IEAMS) do repolho e alface cultivados sob diferentes doses de fertilizante

organomineral (FO), em Uberaba, MG, Brasil.

Doses Repolho Alface


MF MS IEAMF IEAMS MF MS IEAMF IEAMS
mg dm-3 P2O5 -1
....g planta .... ........%........ -1
....g planta .... ........%........
0 35,8 * 14,8 * 0 0 7,9 * 0,8 * 0 0
400 FO 308,0 47,5 111 111 18,8 * 2,4 * 29 31
800 FO 308,3 47,9 111 112 27,4 * 2,9 * 52 41
1600 FO 341,8 50,5 125 121 37,1 4,0 * 78 63
2400 FO 327,3 46,1 119 106 36,8 3,8 * 78 59
200 FM 281,2 44,3 100 100 45,1 5,9 100 100
CV % 18,2 12,7 -- -- 20, 7 21,0 --
* = Tratamento com Fertilizante organomineral (FO) difere da Fertilizante mineral (FM) pelo teste de Dunnett
(p<0,05). CV = Coeficiente de variação

Segundo Castoldi et al. (2009), no repolho a demanda por nutrientes é concentrada num
curto período de tempo, sendo que a maior taxa de absorção de nutrientes ocorre nos 10 últimos dias
do ciclo. Esta característica da planta favoreceu a utilização de ambas as formas de fertilização
utilizada (mineral ou organomineral), pois aumentou a produção. Silva (2016) destaca que o ciclo
mais longo da cultura, de aproximadamente 100 dias para iniciar a colheita, favorece a utilização do
FO, pois a presença da matéria orgânica no fertilizante vai proporcionar uma liberação mais lenta do
nutriente do solo, que proporcionará maior efeito residual.
Com relação à alface, a produção de MF e MS aumentou à medida que as doses de FO
aumentaram (Tukey, p<0,05), entretanto, todas apresentam valores de produção significativamente
menores quando comparadas a do FM (Dunnett, p<0,05). Além disso, onde não houve aplicação de
P, a produção foi mínima (Tabela 1).
Este comportamento pode ser justificado pela solubilização mais rápida do P do FM, que
supriu as necessidades da planta (alface), enquanto que o mesmo não ocorreu com o FO, pois a
liberação gradual do P que ocorre com a utilização deste fertilizante não foi suficiente para a planta
tivesse um desenvolvimento normal, o que comprova que a alface é uma exigente em P, conforme
destacado por Kano et al. (2011).
Observou-se que na maior dose de FO (300%) e de FM, a produção de MF foi 78,7 e 82,5%
superior, enquanto que para o MS foi 78,9 e 86,4% superior, quando comparados à testemunha
(Sem aplicação de P), respectivamente.
Por ser uma planta de ciclo curso, a alface se torna mais exigente quanto à fertilidade do
solo, pois precisa que ocorra uma disponibilização mais rápida de nutrientes para atender suas
necessidades no inicio do seu desenvolvimento (Queiroz et al., 2017), principalmente de fósforo
(P), que é um dos macronutrientes mais exigidos pela hortaliça, conforme comprovado nos estudos
de Santos et al. (2011), Sousa et al. (2013) e Hansel et al. (2014).

3.2. Índice de eficiência agronômica


Através do cálculo do índice de eficiência agronômica (IEA) determinou-se qual dose de FO
seria necessária para obter a mesma produção de MF e MS que foi obtida com o FM (valor de
referência).
Para o repolho, observou-se que a dose de 50% (400 mg dm -3 de P2O5) de FM proporcionou
uma produção de MF e MS 11% superior, quando comparado à adubação mineral (200 mg dm -3 de
P2O5). Para a alface, todas as doses avaliadas de FO apresentaram menores valores de produção de
MF e MS, quando comparadas a FM (200 mg dm-3 de P2O5) (Tabela 1).
Atraves deste IEA evidenciou-se que a hortaliças que apresentam um ciclo mais longo até a
colheita, como é o caso do repolho (90 dias), são favorecidas pela liberação gradual de P que ocorre
no FO, que em todas as doses utilizadas proporciounou aumentos de produtividade variando entre
11 a 19% na cultura, quando comparada ao tratamento com FM, enquanto que na alface, que tem
ciclo de 45 dias, a produção diminuiu entre 41 a 69% nas doses de FO utilizadas (Tabela 2).
Este comportamento pode ser justificado pelo momento em que a planta absorve maior
quantidade dos nutrientes, que no caso do repolho (Brassica oleracea var. capitata) ocorre nos
últimos 20 dias de ciclo (Aquino et al., 2009), enquanto que na couve-flor, Castoldi et al. (2009)
afirmam que para a couve-flor (Brassica oleracea var. botrytis), a maior demanda por nutrientes é
concentrada nos últimos 10 dias de ciclo, comprovando que existem diferenças no momento de
maior absorção dentro da própria família da planta. Na alface ocorre maior absorção de P em um
curto período de tempo, devido ao seu ciclo de 45 dias, do transplantio a colheita (Grangeiro et al.,
2006).

3.3 Avaliação do estado nutricional da planta


Analisando os teores de P, B e Zn atraves da curva de regressão, fornecidos via aplicação de
FO, observou-se que nas folhas do repolho para P ocorreu um ajuste linear, indicando que houve
aumento do teor do nutriente na folha até a dose de 2400 mg dm-3 (4,61 g kg-1) via FO, entretanto,
para o B houve um ajuste quadratico, pois este aumento ocorreu somente até a dose maxima de
2000 mg dm-3 de P2O5, ponto a partir do qual ocorre o descrescimo da concentração do nutrientes na
folha. Com relação ao Zn, houve um decréscimo linear na concentração do nutriente na folha com
o aumento das doses de FO (Figura 4).

Figura 4. Concentração de fosforo (P), zinco (Zn) e boro (B) no repolho em função das doses de
P2O5 aplicado via fertilizante organomineral.

Para a alface, as curvas de regressão apresentaram ajuste linear para o teor de P, B e Zn na


folha. Para o P, a concentração do nutriente na folha se manteve constante para todas as doses
avaliadas, que pode ser justificado pela lenta liberação do P do FO e ao ciclo muito curto da alface,
pois o nutriente não foi disponibilizado na solução do solo durante o ciclo da cultura. Para o B, a
concentração do nutriente aumentou progressivamente na folha com o aumento das doses até 2400
mg dm-3 de P2O5 no solo (Figura 5).
Para o Zn, o padrão foi semelhante no repolho na alface, pois houve um decréscimo linear
na concentração do nutriente na folha com o aumento das doses de FO, que também pode ser
explicado pela reação antagônica existente entre P e Zn, pois à medida que se tem altos valores ou
aumenta o fornecimento de P no solo, pode diminuir a concentração de Zn disponível, pois pode
afetar negativamente a absorção e o transporte de Zn da raiz para a parte aérea das plantas,
conforme destacado por Araújo e Machado (2006) e Silva e Trevisan (2015).
Figura 5. Concentração de fosforo (P), zinco (Zn) e boro (B) na alface em função das doses de P 2O5
aplicados via fertilizante organomineral.

Segundo Sinha et al. (2003), o baixo teor de P no solo pode interferir no metabolismo do B,
agravando os sintomas de deficiência ou toxidez, entretanto, neste estudo, a manutenção ou
aumento de doses elevadas de P proporcionou elevação da concentração de B na folha do repolho
aumentou ate a dose de xxxxxx (este é o ponto onde a curva começa a decair) g kg-1 e depois
decaiu, enquanto que na alface aumentou linearmente com a manutenção ou aumento das elevadas
de P, conforme observado por Kaya et al. (2009). Esta dose máxima atingida no repolho, talvez seja
justificado pelo seu ciclo de cultivo mais longo, com mais tempo para a planta absorver o nutriente,
enquanto na alface, com ciclo de 45 dias, o mesmo correu.
. Ao comparar o teor de nutrientes nas folhas do repolho entre as doses de FO e do FM,
observou-se que nas doses de FO de 1600 e 2400 mg dm-3 foi onde ocorreu as maiores
concentrações de P e B, que foram superiores quando comparados a dose de FM (200 mg dm-3)
avaliado (Dunnett, p<0,05). Para o Zn, comprovou-se o efeito antagônico entre P e Zn, pois onde
não foi aplicado P (Sem aplicação de P 2O5), foi onde ocorreu a maior concentração de Zn na folha
do repolho (Tabela 2).
Este comportamento pode ser justificado pela liberação lenta do P que ocorre no FO, que
favorece sua absorção no repolho devido ao seu ciclo de cultivo mais longo (90 dias) (Castoldi et
al., 2009). Silva et al. (2020) destacam ainda que estas plantas absorvem o máximo de P quando
está próximo da colheita, depois este acumulo tende diminuir quando a planta inicia o período de
florescimento.
Tabela 2. Teor de fósforo (P), boro (B) e zinco (Zn) presentes na analise foliar no repolho e da
alface cultivados sob diferentes doses de fertilizante organomineral (FO) e mineral (FM), em
Uberaba, MG, Brasil.
Doses Repolho Alface
P2O5 P B Zn P B Zn
mg dm-3 g kg-1 -1
……..mg kg …….. g kg-1 -1
……..mg kg ……..
0 2,94 103,17 93,05 * 2,40 42,55 * 68,90 *
400 FO 2,99 114,27 76,62 2,55 43,07 * 46,55
800 FO 3,37 141,70 90,40 2,69 52,37 * 45,90
1600 FO 3,59 * 365,22 * 51,85 2,84 91,25 * 38,40 *
2400 FO 4,61 * 228,02 * 27,80 * 2,70 92,15 * 34,65 *
200 FM 3,37 92,92 c 71,07 2,37 31,67 52,30 b
CV 15,39
10,11
% 16,39 16,38 5,54 8,17
* = Tratamento com Fertilizante organomineral (FO) difere da Fertilizante mineral (FM) pelo teste de Dunnett
(p<0,05). CV = Coeficiente de variação.

Na alface, não houve diferenças na concentração de P na folha entre as doses de FO


avaliadas e o FM (Dunnett, p<0,05), enquanto que para o B, o teor deste nutriente foi maior onde
foi aplicado o FO. Para o Zn, a maior concentração do elemento na folha do alface ocorreu onde não
houve aplicação de P, comprovando o efeito antagônico entre P e Zn (Tabela 2).
Segundo Silva (2016), a liberação gradual do P que ocorre nos FOs, dificulta a absorção do
nutriente pela alface, pois a planta precisa de uma liberação rapida do P, para que possa ser
absorvido durante o seu ciclo de 45 dias.
Em solos não adubados com B, a matéria orgânica é uma das fontes mais importantes do
nutriente, pois é um nutriente que ocorre deficiência solos arenosos, que de forma geral são pobres
em matéria orgânica e ácidos (Bergamin et al., 2005), entretanto este problema foi amenizado com a
utilização do FO, pois é uma boa fonte de boro, por possuir teores de matéria orgânica.
O suprimento adequado de boro na cultura do repolho confere qualidade ao produto,
resultando em cabeças compactas, quando ocorre deficiência de boro pode ocorrer repolho com
cabeça frouxa que depreciará o produto, como foi verificado por Alvares et al. (1985).
Com relação ao zinco (Zn), os maiores teores obtidos na análise foliar do repolho e da alface
foram observados na dose zero, sem aplicação de FO ou FM, sendo que o menor valor de P foliar
em ambas as culturas, de 27,80 e 34,65 mg kg-1, respectivamente, ocorreu na maior dose aplicada de
FO (2400 mg dm-3), que pode ser justificado pela alta dosagem de P disponível neste tratamento.
Segundo Fonseca et al (2008), o zinco nas folhas está associado a baixo complexo
molecular, íons livres e formas insolúveis na parede celular, podendo tornar-se inativos dentro da
célula pela complexação com o P, ou seja, quanto mais P, maior será a complexação, tornando o
micronutriente inativo na célula da planta.
3.4. Efeito residual do fósforo, boro e zinco no solo
Analisando os valores pH determinados na dose zero (Sem aplicação de FO ou FM) e antes
do plantio (Inicial), observou-se que estavam variando entre 6,17 e 6,90, que estão dentro da faixa
considerada ideal para o cultivo do repolho e da alface, entretanto, ficou evidenciado que nos
tratamentos com FO os valores de pH diminuiram com o aumento da doses aplicadas, que foram
significativamente superiores (p<0,05), quando comparados ao tratamento com o FM, que foi o
menor valor encontrado (6,17) (Figura 6). De forma geral, os valores de pH diminuiram no segundo
ciclo de cultivo quando comparados ao valor inicial (6,80).

Figura 6. Potencial hidrogeniônico (pH) no solo cultivado com repolho e alface em função das
doses de P2O5 aplicado via fertilizante organomineral.

A presença da materia organica na composição do FO proporcionou a diminuição da


velocidade do processo de acidificação do solo após a absorção dos nutrientes pelas plantas, pois ao
absorver as bases trocáveis existentes na solução, maiores teores de hidrogênio (H) e alumínio (Al)
são disponibilizados no complexo de troca do solo. Segundo Maluf et al. (2015), nas regiões
tropicais a extração de nutrientes pelas culturas e o uso de fertilizantes nitrogenados com índice de
acidez elevado, estão entre os fatores que causam a acidez do solo.
A medida que os nutrientes foram absorvidos pelo repolho e alface, os valores de pH
diminuíram, evidenciando que a extração de nutrientes pelas culturas tendem acidificar o solo, pois
as plantas ao absorver as bases trocáveis existentes na solução, proporcionam maiores teores de
hidrogênio e alumínio no complexo de troca do solo.
Na analise inicial do solo utilizado como substrato, o teor de P encontrado foi de 0,85 mg
dm-3, contudo, após os tratamentos com FO e FM os valores aumentaram consideravelmente,
entretanto, o teor de P no FM foi significativamente superior (p<0,05) no primeiro ciclo (266,65 mg
dm-3) e no segundo ciclo de cultivo (247,77 mg dm-3), quando comparados aos tratamentos com FO.
Observou-se ainda que os teores de P no solo aumentam (p<0,05) com a elevação das doses do FO,
apresentando o maior valor nas doses de 2400 mg dm-3, no primeiro ciclo (152,50 mg dm-3) e no
segundo de cultivo (160,45 mg dm-3) (Figura 7).
Este aumento da disponibilidade de P que ocorreu no FO esta diretamente relacionado à
presença deste nutriente na sua composição, a elevação do pH e ao aporte matéria orgânica no solo.
Segundo Novais e Smyth (1999), é com o pH do solo variando entre 6,5 e 7,0 que ocorre a
maior disponibilidade de P, sendo que a associação do nutriente com a matéria orgânica bloqueia os
sítios de adsorção em óxidos de Fe e de Al do solo, diminuindo a capacidade de adsorção do P no
solo, que naturalmente ocorre em solos mais ácidos.
Machado et al. (2011) e Lana et al. (2014) destacam que a disponibilidade de P no solo é
influenciada pela textura do mesmo, que quanto maior o teor de argila maior será a adsorção do P e
menor será a disponibilidade para as plantas, problema este que não ocorreu no solo em estudo, pois
o mesmo apresenta 220 g kg-1 de e 720 g kg-1 de areia, com isso a adsorção de P é menor quando
comparado aos solos argilosos, que apresentam maior tamponamento.

Figura 7. Concentração de P (A), B (B) e Zn (C) no solo em função das doses de P 2O5 aplicado via
fertilizante organomineral no repolho e na alface, em Uberaba, MG.
Ao comparar o pH do solo antes do plantio (Inicial) com as doses aplicadas de FO e FM no
repolho, observou-se que não houve diferenças significativas de pH entre as doses de FO aplicadas,
entretanto, o mesmo não ocorreu com a dose de FM, que causou a diminuição do pH, iniciando um
processo de acidificação do solo (Dunnett, p<0,05). Na alface, este processo inicial de acidificação
do solo foi significativo nas doses de 800, 1600 e 2400 mg dm-3 de FO e 200 mg dm-3 de FM
(Dunnett, p<0,05) (Tabela 3)

Tabela 3. Valor do potencial hidrogeniônico (pH), teor de Boro (B), e Zinco (Zn) inicial após
correção de acidez e antes do plantio (Inicial) do repolho e da alface, cultivados sob diferentes doses
de Fertilizante organomineral (FO) e um adicional com FM, em Uberaba, MG.
Doses P2O5 pH P B Zn
mg dm-3 H2O ..........................mg dm-3..........................
Repolho
0 6,90 * 4,37 * 0,30 + 5,92 +
400 FO 6,70 * 12,40 * 0,26 + 13,45 +
800 FO 6,67 * 36,60 *+ 0,40 + 4,20 *+
1600 FO 6,65 * 58,62 *+ 0,44 *+ 10,45 +
2400 FO 6,45 *+ 152,50 *+ 0,44 *+ 10,50 +
200 FM 6,17 + 266,65 0,27 + 13,37 +
Inicial 6,80 * 8,50 * 0,12 c* 0,47 *
CV % 1,66 17,83 22,38 21,06
Alface
0 6,67 * 2,22 * 0,26 2,42
400 FO 6,50 * 8,45 * 0,29 7,22 *
800 FO 6,30 + 9,48 * 0,31 8,92 +*
1600 FO 6,27 + 58,05 * 0,84 +* 2,42 +
2400 FO 5,97 + 160,45 +* 1,67 +* 4,12 +
200 FM 6,07 + 247,77 + 0,28 1,67
Inicial 6,80 * 8,50 * 0,12 0,47
CV % 2,80 26,32 27,59 34,62
* = Tratamento com Fertilizante organomineral (FO) difere da Fertilizante mineral (FM) pelo teste de Dunnett
(p<0,05). + = Tratamento difere do estagio inicial do solo após correção da acidez e antes do plantio pelo teste de
Dunnett (p<0,05). CV = Coeficiente de variação.

O aporte de matéria orgânica proporcionado pelo FO aumentou o efeito residual da


adubação fosfatada através da liberação gradual do nutriente no solo. Segundo Kiehl ( 2008) e
Fernandes et al. (2015), este aumento de P residual no solo ocorre devido à competição pelos sítios
de adsorção de P e pelos ácidos orgânicos gerados pela mineralização da mateira orgânica
adicionada ao solo pelo FM.
Avaliando a disponibilidade de P no Latossolo argiloso após a aplicação de doses de FO e
FM em doses variando de 0 a 120 kg ha -1 de P2O5, Lana et al. (2009) observaram acréscimos
lineares nos teores de P em ambas as fontes.
Com relação ao boro (B) no solo, observou que os valores iniciais eram muito baixos no solo
(0,12 mg dm-3), que aumentou significativamente (p<0,05) a medida que aumentou as doses de FO,
sendo o maior valor observado na dose de 2400 mg dm-3 no primeiro ciclo com o cultivo do repolho
(0,44 mg dm-3) e no segundo ciclo com a alface (1,67 mg dm-3)na após a colheita (8, 50 mg dm-3),
que foram significativamente superiores aos do tratamento com FM em ambos os ciclos, de 0,27 e
0,28 mg dm-3, respectivamente (Tabela 3).
Em termos quantitativos, Malavolta et al. (1997) destacam que teores de B entre 0,10 e
0,30 mg dm-3 conferem um nível médio de disponibilidade deste micronutrnente às plantas.
Entretanto, Alvarez et al. (1999) consideram que o nível medio ocorre quando os teores se situam
entre 0,30 a 0,60 mg dm-3. De qualquer forma, após a aplicação dos tratamentos com FO e FM,
praticamente todos os valores observados neste estudo estiverem nesta faixa ou acima dela, ficando
comprovado o aumento do teor de B disponivel no solo, que antes de aplicar os tratamentos era de
0,12 mg dm-3.
Pode-se observar ainda que nas doses de 1600 e 2400 mg dm-3 de FO, o efeito residual do
boro no solo no segundo ciclo aumentou em 90 e 279%, respectivamente, fato este que se deve a
presença da matéria orgânica na composição do FO e da sua liberação gradual para o solo. Esta
constatação comprova que utilizando os FMs em solos arenosos, que são pobres em matéria
orgânica e consequentemente em boro (Bergamin et al., 2005), pode ser uma boa solução para ser
utilizado no cultivo de hortaliças.
Com relação ao zinco (Zn), os solos do cerrado são tradicionalmente pobres neste elemento
(Resende, 2003), conforme observado nos valores encontrados inicialmente no solo (0,47 mg dm-3),
entretanto o teor de Zn no solo aumentou significativamente (p<0,05) em todos os tratamentos com
FO e FM, sendo que os teores de Zn entre as doses maiores de FO (800, 1600 e 2400 mg dm-3) e de
FM (200 mg dm-3) não ocorreram diferentes significativas no primeiro ciclo de cultivo do repolho
(Tabela 4).
Para Alvarez et al. (1999), os teores de Zn considerados adequado para atender as
exigencias nutricionais das planta variam entre 1,6 a 2,2 mg dm-3. Neste estudo, após a aplicação
das doses de FO e FM, todos os valores observados estiverem acima desta faixa, sendo
significativamente superior (p<0,05) ao valor inicial apresentado na área (0,47 mg dm -3), antes da
introdução dos tratamentos. Entretanto, Araújo e Machado (2006) destacam a adição de P ao solo
pode diminuir a absorção de Zn devido a alteração do pH da rizosfera, pois na dissolução dos
fertilizantes fosfatados são liberados ions H+ e a absorção de Zn é sensível as vriações de pH
No segundo ciclo de alface, o teor de Zn no solo foi semelhante ao que ocorreu no primeiro
ciclo com repolho, entretanto, ficou evidenciado o efeito residual do Zn proporcionado pelo uso do
FO, que apresentou valores superiores (p0,05), quando comparados ao FM.
Segundo Mengel e Kirhby (2001), Rajaie et al. (2009) e Marschner (2012), existem
interações nutricionais entre B e Zn, que interferem na composição mineral da planta, podendo um
elemento estimular ou inibir a absorção do outro elemento em tabaco, milho, limão e em outras
cultura, entretanto, este efeito não foi observado neste estudo com repolho e alface.
Segundo Zanão Júnior et al. (2010), avaliando atributos químicos em Latossolo no cerrado,
observaram que onde havia maiores teores de matéria orgânica, aumentava os teores de Mn, Zn e B
no solo

4. CONCLUSÕES

A produção de massa fresca e seca no repolho foram significativamente iguais e superiores


nas doses de 1600 (200%) e 2400 mg dm-3 (300%) de fertilizante organomineral e 200 mg dm-3
(100%) de mineral, com relação às outras doses avaliadas.
A maior produção de massa fresca e seca na alface ocorreu na dose de 200 mg dm-3 (100%)
de fertilizante mineral, com relação às outras doses avaliadas.
A utilização da dose de 50% de fertilizante organomineral para o cultivo de repolho,
proporcionou um índice de massa fresca e seca no mínimo 11% superior, quando comparado à
adubação mineral (100%).
Na alface, o maior eficiencia agronomica ocorreu na adubação com adubação 100% mineral.
O teor de fósforo, boro foi maior e de zinco menor nas folhas de repolho nas doses de 200 e
300% de fertilizante organomineral, quando comparado a fertilização mineral.
Na alface não houve diferenças significativas na concentração de fosforo nas folhas,
enquanto que do boro foi maior e zinco menor, quando comparado a fertilização mineral.
O valor de pH do diminuiu significativamente na dose de fertilizante organomineral de 2400
mg dm-3 e 200 mg dm-3 de mineral, quando comparado ao pH inicial do solo.
O teor residual do fósforo, boro e zinco no solo aumentou com o aumento da dose de
fertilizante organomineral utilizada no Oxisol em ambos os ciclos avaliados.
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