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São Paulo
2007
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
São Paulo
2007
2
Aos meus pais,
Sandra e Francisco,
exemplos de doação à família,
e à Gabriela,
minha eterna companheira,
pelo seu amor, carinho e confiança,
Dedico
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Agradecimentos
Ao Prof. Dr. José Roberto Savóia, com quem tive a honra de aprender nas disciplinas de
Graduação, pela constante orientação durante a pesquisa e pelo exemplo de dedicação
acadêmica.
A toda família Teixeira, avós Josuela e Sofia, tios, tias, primos e primas, pelo apoio nos
momentos mais difíceis do ano.
Aos amigos da FEA da turma de Contabilidade de 2001, pela sincera amizade, carinho,
força, incentivo e bom humor constantes.
Aos amigos do Unibanco, Quantix, Santander e Claritas, pela motivação e apoio durante
o curso de graduação e amizade.
Por fim, à minha mãe Sandra, alicerce da família, por todo o carinho e dedicação, e à
Gabriela, minha namorada, por todos os momentos ao meu lado.
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Índice
Introdução............................................................................................ 11
Capítulo 1 - Revisão Teórica .............................................................. 16
1.1 – Abordagens utilizadas na avaliação de empresas ................................................... 16
1.1.1 – Avaliação por fluxo de caixa descontado ................................................... 17
1.1.2 – Avaliação relativa ....................................................................................... 17
1.1.3 – Avaliação de direitos contingentes ............................................................. 17
1.1.4 – EVA – Economic Value Added .................................................................. 18
1.2 – Estrutura do método do Fluxo de Caixa Descontado ............................................. 18
1.2.1 - Limitações do método de Fluxo de Caixa Descontado ............................... 20
1.2.2 - Estimativa de Fluxos de Caixa .................................................................... 20
1.2.3 - Estimativa da Taxa de Desconto ................................................................. 23
1.2.3.1 - Estimativa do Custo de Capital de Terceiros ............................... 25
1.2.3.2 - Estimativa do Custo de Capital Próprio ....................................... 25
1.2.3.3 - Betas alavancados e desalavancados ............................................ 26
1.2.3.3.1 - Outras abordagens para a estimativa de betas ........................... 27
1.2.4 - Problemas de estimação do Custo de Capital no Brasil .............................. 27
1.3 – Finalidades da avaliação de empresas .................................................................... 29
1.4 – Avaliação de empresas através de múltiplos .......................................................... 30
1.4.1 – Modelo de Gordon ...................................................................................... 32
1.4.2 – Múltiplos de Valor Patrimonial .................................................................. 33
1.4.3 – Múltiplos de Receitas ................................................................................. 34
1.4.4 – Múltiplos de Valor da Empresa .................................................................. 35
1.4.5 – Múltiplos de variável específica da indústria ............................................. 35
1.4.6 – Múltiplos de projeções futuras ................................................................... 35
5
2.5 – O Senhor Mercado .................................................................................................. 40
2.6 – Projeções e expectativas futuras ............................................................................. 41
2.7 – Método quantitativo de Graham ............................................................................. 42
2.8 – Outras conclusões e definições do autor................................................................. 43
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LISTA DE TABELAS
7
LISTA DE QUADROS
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RESUMO
O presente estudo apresenta, em sua primeira parte, os fundamentos teóricos de dois dos
maiores investidores do século passada, Warren Buffett e Benjamin Graham, expondo em
detalhes a instrumentária de análise, reflexão e tomada de decisão, bem como uma visão
macro de suas filosofias de investimento. Em sua segunda parte busca encontrar,
empiricamente, através da aplicação dos modelos expostos, padrões de risco e retorno nas
carteiras construídas sobre os rigorosos critérios dos modelos, a fim de se formular hipóteses
sobre a adequação destes ao mercado brasileiro.
Conclui-se existir, no Brasil, uma uniformidade nas oportunidades de investimento em
bolsa de valores que comprova as teorias previamente apresentadas, resultado que se deve, em
parte, às especificidades e limitações do mercado de capitais nacional.
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ABSTRACT
This study presents, in its first part, the theoretical foundations of two of the last
century´s biggest investors, Warren Buffett and Benjamin Graham, outlining in detail the
instruments of analysis, reflection and decision-making, as well as a general view of their
investment philosophies.
In its second part, it intends to identify, empirically, by applying the models exposed,
patterns of risk and return in the portfolios built on the strict model´s criteria in order to make
inferences about its adequacy to the Brazilian market.
It is concluded to exist, in Brazil, uniformity of opportunities for investment in stock
market, which certifies the theories previously presented. This result is due, partially, to the
limitations of the national capital market.
10
Introdução
11
Warren Buffett é um dos investidores mais bem sucedidos no mercado de ações dos
últimos 50 anos. Segundo a última pesquisa da revista americana Forbes, Buffett é o segundo
homem mais rico do mundo, com um patrimônio acumulado de aproximadamente US$ 52
bilhões. Graduou-se na Universidade de Nebraska e, durante o curso, leu o livro The
Intelligent Investor escrito por Benjamin Graham. O livro o impressionou tanto que Buffett,
após receber seu diploma em sua terra natal, foi prosseguir seus estudos na Universidade de
Columbia com Graham. Sua influência foi decisiva para Buffett, que o considera seu segundo
pai (a pessoa que mais o influenciou foi seu pai, senador pelo estado de Nebraska e
posteriormente corretor de ações). Posteriormente, se ofereceu para trabalhar para ele
gratuitamente, porém Graham não aceitou. Terminado o mestrado de economia em Nova
Iorque, voltou para Omaha, sua cidade natal, indo trabalhar na corretora do pai. Durante esse
período, manteve contato com seu professor enviando-lhe várias idéias de investimentos que
lhe ocorriam. Em 1954, a convite dele, Buffett voltou a Nova Iorque para trabalhar na
Graham-Newman Corporation. Dois anos depois Graham se aposentou e a empresa se
dissolveu.
Aos 25 anos, Buffett retornou a Omaha e com os conhecimentos adquiridos iniciou uma
sociedade limitada de investimentos, com suporte da família e amigos. Nos 13 anos em que a
sociedade existiu o rendimento médio foi de 29,5% ao ano e, embora a média do Dow Jones
tivesse caído de preço em cinco dos anos desse período, a sociedade de Buffett nunca veio a
ter sequer uma baixa. A meta estipulada era superar a média do índice Dow Jones por uma
margem de dez pontos percentuais ao ano - a sociedade superou o índice por 22 pontos.
Buffett prometia aos sócios que “nossos investimentos serão escolhidos com base no valor
intrínseco das companhias e não em sua popularidade”, e que a sociedade “ficaria atenta a
reduzir permanentemente as perdas de capital ao mínimo”. Em 1969, com um mercado em
forte alta especulativa, Buffett decidiu acabar com a sociedade. Ele enviou uma carta aos
sócios, demonstrando seu desconforto com a alta caótica do mercado acionário. “Não
abandonarei a abordagem prévia, cuja lógica compreendo, mas que no momento encontra-se
difícil de ser aplicada, mesmo que isso signifique arriscar abrir mão de alguns lucros,
aparentemente fáceis, incorporando uma abordagem que não só não compreendo claramente,
mas que também não é praticada com sucesso comprovado, trazendo em seu bojo o risco de
levar qualquer empresa a uma perda substancial de capital”, disse ele.
12
Quando a sociedade se dissolveu a parte de Buffett na sociedade havia crescido para
US$ 25 milhões, quantia que investiu na companhia têxtil Berkshire Hathaway e o
possibilitou ter o controle da empresa. Durantes as próximas três décadas, ele transformou a
empresa têxtil num holding, utilizando seu caixa disponível para efetuar aquisições no
mercado acionário. Atualmente a Berkshire Hathaway possui um valor de mercado de
aproximadamente US$ 140 bilhões.
Investidores em valor, ou defensivos, buscam empresas subavaliadas no mercado
acionário, compram suas ações e esperam pacientemente que o seu valor justo seja alcançado.
Investidores de empresas em crescimento, ou agressivos, buscam mercados que estão em alta,
com demanda crescente por seus produtos. Enquanto que investidores agressivos buscam
comprar 1 dólar na esperança de que este se torne dois dólares, investidores defensivos tentam
comprar 1 dólar por 50 centavos. Warren Buffett combina as duas abordagens com sucesso,
pois ambas possuem seus méritos.
O objetivo deste trabalho é apresentar os aspectos metodológicos de dois dos maiores
investidores da história do capitalismo, indicar a superioridade de suas teorias frente aos
outros modelos existentes no mercado de ações, efetuar uma comparação entre si e aplicar
suas principais idéias no mercado de ações brasileiro, verificando empiricamente a proposição
de que ambas as teorias nos levam a obter rentabilidades maiores do que a média do mercado.
Essa verificação empírica será feita através da comparação da medida de retorno sobre o
patrimônio investido com o índice Ibovespa.
Com o Brasil às vésperas de ganhar a nota de grau de investimento – selo conferido
pelas agências de classificação de risco e que permitirá que os grandes fundos de pensão
estrangeiros apliquem no país -, as perspectivas para os investidores que buscam alternativas à
renda fixa são alvissareiras. As condições macroeconômicas do país evoluíram, a taxa de
juros básica da economia encontra-se em patamares inéditos, a inflação segue controlada por
mais de dez anos e o mercado de capitais apresenta grande desenvolvimento, tanto na
reabertura para ofertas públicas de ações quanto em seu volume negociado. Assim, a grande
maioria dos investidores brasileiros, que estavam acostumados a uma rentabilidade alta nas
aplicações de renda fixa com pouca exposição a oscilações do mercado, precisará correr
maiores riscos para auferir o mesmo rendimento, ou aceitar um rendimento menor em suas
aplicações, e uma das principais alternativas de investimento é a renda variável.
13
Entretanto, o mercado de capitais no Brasil ainda é incipiente, há um emaranhado de leis
sobrepostas, mudanças contínuas na economia e nas leis, não há um histórico confiável, a
democracia no Brasil ainda não possui três décadas, porém em outros poucos aspectos
podemos dizer que a maturidade da economia brasileira atual se assemelha à economia
americana das décadas de 1940 e 1950, como por exemplo, o início de um ciclo de
crescimento depois de um grande período com desenvolvimento pífio, maior estabilidade
econômica e aumento da competitividade das corporações.
Embora os históricos de rentabilidade dos fundos geridos por Benjamin Graham não
sejam tão impressionantes quanto os de Warren Buffett, não podemos dizer que sua teoria não
seria a com melhor aplicabilidade ao mercado brasileiro atualmente, pois Graham atuou
durante o período mais turbulento do século passado, que inclui a crise da bolsa de 1929 e a
Grande Depressão da década seguinte, e existem diferenças entre Brasil e Estados Unidos no
porte da economia, na gestão das empresas em diversos aspectos – fiscal, por exemplo -, nas
vantagens competitivas (Buffett, por exemplo, não investe em commodities agrícolas porque
não consegue quantificar o risco que o produto corre em função de sua dependência da
temperatura, chuvas e outros fenômenos da natureza).
No mercado de ações americano não existe a figura do controlador, ou seja, o retorno
dos negócios é apropriado de forma equilibrada pelos acionistas. No Brasil, com apenas 17%
do capital total da companhia é possível deter o seu controle, ou até menos, caso a empresa
utilize uma estrutura piramidal (uma holding sobreposta à outra), isto é, a fragilidade do
ambiente de negócios torna fácil um controlador mal intencionado apropriar-se de parcela do
valor intrínseco da companhia muito superior à sua participação no capital social. Outro
exemplo de regras de mercado distintas entre os dois países se refere à distribuição de
dividendos. No Brasil é obrigatório a empresa distribuir 25% dos lucros auferidos, enquanto
que nos Estados Unidos a empresa pode reter 100% dos lucros do período.
Não existem trabalhos empíricos realizados até o momento no sentido de aplicar as
filosofias de Benjamin Graham e Warren Buffett ao ambiente de negócios do Brasil. Este
trabalho está dividido em quatro seções: a primeira seção apresenta uma revisão teórica dos
modelos convencionais para avaliação de empresas, discutindo suas vantagens e
desvantagens. A segunda seção detalha as metodologias utilizadas por Benjamin Graham e
Warren Buffett. A seção seguinte aplica as respectivas metodologias no mercado de ações do
14
Brasil. A última seção analisa os retornos encontrados nas carteiras de investimento
construídas a partir das filosofias de Graham e Buffett e detalha as conclusões encontradas.
15
Capítulo 1 - Revisão Teórica
16
pode ser traduzido como uma pessoa boba, ingênua) que esteja disposto a comprá-la. Este tipo
de avaliador utiliza as metodologias de avaliação cegamente, manipulando-as de forma a
agradar o lado em que estiver assessorando, seja comprador ou vendedor.
Basicamente, há quatro abordagens utilizadas para a avaliação.
Outra abordagem muito utilizada é a avaliação relativa, que estima o valor de um ativo
enfocando a precificação de ativos “comparáveis” relativamente a uma variável comum,
como lucros, fluxos de caixa, valor contábil ou vendas. Um exemplo desta abordagem é a
utilização de um índice preço/lucro setorial médio, para avaliar uma empresa, pressupondo-se
que as outras empresas do setor são comparáveis à empresa objeto da avaliação e que o
mercado, em média, precifica essas empresas de modo correto. Segundo Damodaran (1997),
uma empresa comparável pode ser definida como uma empresa que apresenta fluxo de caixa,
potencial de crescimento e risco similar a empresa sendo avaliada. Apesar de sua grande
simplicidade e rapidez, a avaliação por múltiplos é a mais suscetível ao maior número de
erros em função de certos quesitos como a qualidade das informações, diferenças nos
fundamentos das empresas comparáveis e especifidades de cada empresa e transação.
17
opção é um ativo que se paga apenas sob determinadas contingências – se o valor do ativo
subjacente exceder um valor preestabelecido para uma opção de venda ou atingir um valor
menor que o preestabelecido para uma opção de venda ou atingir um valor menor que o
preestabelecido para uma opção de compra. Segundo Damodaran (1997), a teoria de
precificação de opções tem larga aplicabilidade em avaliação, especialmente em contextos em
que a avaliação tradicional pelo método do FCD e por múltiplos não consegue captar o valor
da flexibilidade. Ele aponta três aplicações específicas do modelo de precificação de opções
utilizados: o patrimônio líquido é avaliado como opção de compra sobre a empresa, os ativos
de recursos naturais podem ser analisados como opções e uma patente pode ser avaliada como
uma opção sobre o produto. Devido à complexidade dos cálculos e dificuldade de se
encontrar opções reais no mundo real, a avaliação de empresas por esta metodologia é a
menos utilizada e a menos conhecida no mercado financeiro.
O EVA® (Economic Value Added) foi desenvolvido pela consultoria Stern Stewart &
Co, é não só um indicador de desempenho, mas também uma ferramenta de gestão.
Teoricamente, o Economic Value Added é “uma medida fundamental de desempenho
corporativo, que é calculada considerando-se a diferença entre o retorno do capital e o custo
de capital, e multiplicada pelo capital investido no começo do ano” (Stewart, 1991). O retorno
de capital a que se refere Stewart é o lucro econômico, mais conhecido como lucro residual
que resta depois dos impostos. O custo de capital inclui o custo de capital de terceiros, que
são os juros de empréstimos de curto e longo prazo, por exemplo, e o custo do capital próprio,
que é o retorno esperado pelos investidores. Por partir de técnicas semelhantes, tanto o EVA
quanto método do Fluxo de Caixa Descontado sofrem das mesmas limitações.
O método de fluxos de caixa descontados (DCF) é o mais eficiente para avaliar ativos,
no caso empresas. Esta abordagem tem sua fundamentação na regra de valor presente, onde o
valor de qualquer ativo é o valor presente dos fluxos de caixa futuros dele esperados. Os
fluxos de caixa variam de ativo para ativo – dividendos de ações, juros - cupons de títulos de
renda fixa, rendimentos de aplicações financeiras, fluxos de caixa de um projeto real. A taxa
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de desconto é uma função do grau de risco inerente aos fluxos de caixa estimados, com taxas
maiores para os ativos mais arriscados e taxas mais baixas para projetos mais seguros. A
avaliação por fluxo de caixa descontado pode ser efetuada de duas formas, avaliar apenas a
participação acionária do negócio ou avaliar a empresa como um todo, que inclui, além da
participação acionária, a participação dos demais detentores de direitos na empresa
(detentores de bônus, acionistas preferenciais, etc). Embora ambas as abordagens descontem
fluxos de caixa esperados, os fluxos de caixa e taxas de desconto relevantes são diferentes em
cada caminho.
O valor da empresa é obtido descontando-se os fluxos de caixa esperados para a
empresa, ou seja, os fluxos de caixa residuais após a realização de todas as despesas
operacionais e impostos, mas antes do pagamento de dívidas, pelo custo médio ponderado de
capital, que é o custo dos diversos componentes de financiamento utilizados pela empresa,
com pesos em conformidade com suas proporções de valor de mercado.
t=∞
Valor da Empresa = FCFFt
ΣΣ
t=1
(1+ WACC)t
19
1.2.1 - Limitações do método de Fluxo de Caixa Descontado
20
fluxos de caixa do acionista são fluxos de caixa residuais após o atendimento de desembolsos
de capital e necessidades de capital de giro, embora o lucro líquido não inclua qualquer um
dos dois.
A determinação dos preços de mercado de ações depende do lucro líquido e dos fluxos
de caixa. Há circunstâncias em que as ações empreendidas por uma empresa aumentam os
lucros utilizando-se de alterações no método de depreciação e controles de estoques, porém o
mercado reage de forma negativa a essas manobras, pois o mercado dá atenção ao fluxo de
caixa gerado e não tanto ao lucro que pode ser manipulável. Para Rappaport (2001, p.92-93) o
valor presente dos fluxos de caixa futuros de uma empresa, e não seus lucros trimestrais,
determina o preço de sua ação, em que o mercado adota a visão de longo prazo. Portanto, a
evidência mais direta vem da avaliação do que o preço da ação nos diz sobre as expectativas
do mercado com relação ao desempenho futuro da empresa. Uma empresa é composta de
todos os seus detentores de direitos e inclui, além dos investidores em patrimônio líquido, os
detentores de obrigações e acionistas preferenciais. Os fluxos de caixa para a empresa são,
portanto, os fluxos de caixa acumulados de todos esses detentores de direitos.
Em termos gerais, os fluxos de caixa para a empresa são os recursos excedentes após o
pagamento de despesas operacionais e impostos, mas antes que sejam realizados quaisquer
pagamentos a detentores de direitos. Há duas maneiras para se calcular esses fluxos de caixa.
Uma delas é acumularem os fluxos de caixa para diversos detentores de direitos da empresa.
A outra abordagem, que deverá resultar num número equivalente, começa com os lucros antes
do pagamento de juros e impostos. A depreciação é adicionada ao EBIT e, subtraindo os
desembolsos de capital e necessidades de capital de giro encontra-se o fluxo de caixa livre da
empresa.
Os fluxos de caixa da empresa serão, de modo geral, maiores do que os fluxos de caixa
do acionista em qualquer empresa alavancada, e iguais em empresa não-alavancadas. Como
os fluxos de caixa da empresa antecedem o pagamento de dívidas, não são afetados pelo
montante do endividamento assumido pela empresa. Isto não implica, entretanto, que o valor
da empresa obtido por meio do desconto de fluxos de caixa da empresa pela média ponderada
do custo de capital não sofra os efeitos da alavancagem. À medida que uma empresa assume
maior parcela de endividamento, a média ponderada do custo de capital pode mudar, fazendo
com que o valor da empresa também se altere. Se a média ponderada do custo de capital
decresce, o valor da empresa crescerá.
21
Um aspecto importante está na vida útil do ativo a ser avaliado, pois a vida útil dos
ativos pode ser considerada finita ou infinita. Uma empresa sadia a ser avaliada deveria ser
considerada com vida útil infinita. Avaliar um ativo de vida útil finita requer pressuposições
sobre a vida do ativo e o valor do ativo ao final de sua vida útil. Este valor de salvado ou
residual geralmente representa uma fração do custo inicial do ativo, uma vez que seu valor
decresce ao longo de sua vida útil. Avaliar um ativo com vida infinita requer a estimativa do
valor do ativo ao final do horizonte finito. Este valor “final” reflete os fluxos de caixa futuros
esperados gerados pelo ativo, e geralmente é significativamente mais elevado do que o valor
inicial, devido ao crescimento dos fluxos de caixa. Freqüentemente, uma parcela significativa
do valor presente provém deste valor final, tornando a sua estimativa um item-chave da
avaliação.
Copeland, Koller & Murrin (2000, p.275) dividem o valor da empresa em duas partes, o
valor presente do fluxo de caixa durante o período de previsão explícita e o valor do fluxo de
caixa após o período de previsão explícita. O primeiro termo se refere à duração da fase
transiente, na qual a empresa faz investimentos expressivos, modifica a sua forma de
operação ou tem crescimento que não será perpetuado. Em especial, projetos com vida
definida, como concessões públicas, são projetados por todo o período da concessão, que
pode ser de algumas décadas. Já o segundo termo representa o valor contínuo. Trata-se do
valor do fluxo de caixa previsto da empresa para além do período de previsão explícita.
Admitindo-se uma taxa de crescimento constante durante este período, elimina-se a
necessidade de se prever em detalhes o fluxo de caixa da empresa por um período prolongado.
Para Damodaran (2000, p.301), se a empresa alcançar uma situação de equilíbrio (estado
estável) e depois de n anos começar a crescer a uma taxa de crescimento estável gn, o valor da
empresa poderá ser descrito como:
Valor da Empresa =
t=n FCFF + FCFFn+1 / (WACC – gn)
t
ΣΣ
t=1
(1+ WACC)t (1 + WACC)n
Damodaran (2000, p.347) identifica alguns problemas para se estimar fluxos de caixa de
empresas de capital fechado, tais como: dificuldades em se chegar à taxas de crescimento
futuras; ao se calcular fluxos de caixa a dificuldade em distinguir a remuneração da gerência e
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o retorno sobre capital e ausência das rígidas exigências de divulgação de informações a que
as empresa de capital aberta estão sujeitas também faz com que os relatórios financeiros de
empresas fechadas sejam menos confiáveis.
WACC = Ke E + Kd (1-T) D
D+E D+E
Onde:
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A taxa de desconto para avaliar uma empresa ou um projeto deve embutir o risco da
qual se “pagará” um retorno ao investidor para o risco assumido. O modelo de risco-retorno
mais difundido nos últimos anos tem sido o CAPM (Capital Asset Pricing Model) que é um
modelo de precificaçao de ativos financeiros. No CAPM os investimentos são analisados sob
duas dimensões: o retorno esperado sobre o investimento e o risco ou variância nos retornos
esperados. No entanto, nem toda a variância de uma ação é recompensada, apenas aquela que
não pode ser eliminada pela diversificação. Dessa maneira, o modelo divide o risco total de
um ativo em dois: risco sistemático ou não- diversificável que é aquele risco a que estão
expostas todas as ações de um país, e risco não-sistemático ou diversificável que é aquele
risco inerente à determinada empresa.
De acordo com a chamada Racionalidade dos Investidores, todos deterão a carteiras com
diversas combinações entre ativos livres de risco e a carteira de mercado (esta carteira é
composta pela combinação de todos os ativos com risco existentes, em proporções
correspondentes aos seus valores de mercado. Para o Brasil pode-se adotar o índice Bovespa
como aproximação da carteira de mercado) cabendo a diferença de acordo com as estratégias
e aversão ao risco do investidor. Portanto, o risco de qualquer ativo individual será medido
relativamente à carteira de mercado, ou seja, pelo montante de risco que o título adicionará à
carteira (covariância entre os retornos desse título e os da carteira de mercado). Essa medida,
padronizada pela divisão pela variância de mercado é chamada de beta e aceita como uma
medida padronizada de risco não-diversificável de um ativo. O beta (coeficiente de risco
sistemático) é a medida de volatilidade dos retornos de um título com relação aos retornos do
mercado como um todo. Segundo William Sharpe (um dos fundadores do CAPM), o retorno
esperado sobre um ativo é linearmente relacionado ao beta do ativo. Como o beta é a medida
apropriada de risco, os títulos com betas elevados devem ter retornos esperados superiores aos
de títulos com betas menores.
A equação de retorno de um ativo de risco, dada pelo CAPM é composta por um
componente de retorno que seria obtido em aplicações à taxa livre de risco e outro
componente de retorno formado pelo prêmio em função da aplicação no mercado de títulos de
risco (diferença entre o retorno esperado da carteira de mercado e a taxa livre de risco)
multiplicado pelo beta do ativo:
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ERj = retorno esperado do título;
RF = taxa livre de risco
β = coeficiente de risco sistemático do título j
(ERm – RF ) = prêmio pelo risco de mercado.
Com relação ao beta das empresas Ross, Westerfield & Jaffe (1995, p.250) os autores
propõem três determinantes do beta de uma ação:
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- natureza cíclica das receitas: quanto maior a variação das receitas de uma empresa
maior será o risco de seus negócios, portanto maior será seu beta;
- alavancagem operacional: empresas com uma estrutura total de custos com maior
representação de custos fixos têm resultados mais suscetíveis às oscilações de vendas,
portanto, apresentam maior risco e conseqüentemente maior será seu beta;
- alavancagem financeira: empresas endividadas são empresas com custos financeiros
fixos, o que torna seus resultados líquidos extremamente dependentes dos níveis de
vendas e dos lucros operacionais. Portanto, para essas empresas espera-se um beta
maior.
Pode-se encarar uma empresa como uma carteira de investimentos (ativos). O beta de
uma carteira de investimentos nada mais é do que a média ponderada dos betas de seus
componentes (no caso de empresas, dívida e capital próprio). Assim, para a empresa há um
beta de seus ativos, um beta de suas dívidas e um beta de seu capital próprio, na seguinte
relação:
D+E D+E
O beta das dívidas é muito baixo, cabendo a suposição de que tende a zero (Ross,
Westerfield & Jaffe, 1995, p.251). Assim, o beta da empresa (beta dos ativos ou beta
desalavancado - βU) depende do beta do seu capital próprio e de sua estrutura de capital.
D+E
26
A relação entre ambos – beta alavancado e beta desalavancado – é dada pela seguinte
formula:
βL = βU (1 + D(1 – T) / E), onde T é a alíquota de imposto de renda
27
baixa dispersão em torno das médias de seus retornos. Pressupõe, ainda, índices de mercado
de ações abrangentes e ponderados pelo valor de mercado dessas ações, não pela liquidez de
seus títulos componentes. O CAPM supõe que existe um coeficiente de risco sistemático que
expressa de forma confiável a sensibilidade dos retornos dos títulos às oscilações do mercado,
o que permite concluir que a qualidade dos betas das ações avaliadas é diretamente
proporcional a qualidade do benchmark escolhido como carteira de mercado.
Continua Tomazoni & Menezes, no Brasil são encontrados problemas de estimação nas
três variáveis do CAPM – taxas livres de risco, betas e prêmios de mercado. Para alguns
autores a taxa livre de risco no Brasil poderia ser o Certificado de Depósito Interbancário
(CDI) ou caderneta de poupança. No entanto, estes índices são falhos ou porque sua
aplicabilidade não é possível para todas as empresas (CDI), ou porque não são tão livres de
risco como a caderneta de poupança. Quanto ao prêmio de mercado, pode-se utilizar uma
aproximação como o Índice Bovespa. Mais uma vez surge o problema quanto à utilização
deste índice, pois sua negociação é concentrada em poucos papéis, o que torna seu índice
pouco semelhante à carteira de mercado de um investidor diversificado. Com relação aos
betas Franceschini (1999, p.3) e Damodaran (1999b, p.12) sugerem a alternativa de encontrar
empresas abertas negociadas no mercado norte-americano, atuantes na mesma indústria e de
estrutura similar à empresa brasileira em questão, e trabalhar com o beta médio desalavancado
encontrado para o setor e depois alavancado-o de acordo com a estrutura de capital da
empresa brasileira.
Devido a todos estes percalços, Franceschini (1999b, p.5) e Cavalcante (1999, p.71)
sugerem para o cálculo do custo de capital próprio de empresas brasileiras, a utilização do
modelo CAPM com dados norte-americanos ajustado ao chamado Risco-Brasil. A fórmula
mais abrangente é a apresentada por Damodaran (1999, p.15):
Onde:
Ke = custo do capital próprio
β = beta médio desalavancado do setor norte-americano compatível com o setor da empresa estrangeira em
análise, alavancado pela estrutura de capital da empresa brasileira;
28
Prêmio de Risco em Mercados Maduros = prêmio histórico (média geométrica) das ações de empresas norte-
americanas sobre os bônus do governo norte-americano (duração compatível com a dos bônus escolhidos como
taxas livres de risco);
λ = grau de exposição da companhia avaliada ao prêmio de risco de seu país (Brasil).
Damodaran (1999b, p.12) indica que o ideal é começar com a apuração da medida de
risco do país, baseada na diferença dos bônus corporativos de empresas norte-americanas de
mesmo risco do país da empresa em análise (ambos divulgados por agências classificadoras
de risco). Entretanto, a medida de risco do país é apenas um passo na determinação do prêmio
de risco do país. Sendo válida a suposição de que o prêmio de risco do país deve ser maior
que o risco de sua dívida, tal prêmio deve ser calculado como a multiplicação entre a medida
de risco do país e a relação entre o desvio padrão anualizado do índice de ações do país
(Ibovespa) e o desvio padrão anualizado do bônus corporativo desse mesmo país:
Para uma coerência absoluta com os prazos determinados para taxas livres de risco e
prêmios de mercado, a relação ideal entre os desvios deveria contemplar um período maior
(dez anos), o que ajudaria a diminuir a volatilidade do indicador (Damodaran, 1999b, p.13).
29
importante é avaliar o impacto das decisões estratégicas, financeiras e operacionais na
consecução do objetivo principal da empresa: a maximização do valor. Mais uma finalidade é
a estimação do preço de ações no seu mercado secundário.
30
• Múltiplos de Valor da Empresa (Valor de Mercado da Empresa somado à sua Dívida
Líquida)
o Valor da Empresa / Lucro
o Valor da Empresa / Vendas
Outros múltiplos usualmente utilizados são variáveis específicas da indústria analisada,
p.e. Preço / Kwh, Preço / tonelada.
Cada um destes múltiplos possui diferentes formas de cálculo que precisam ser
definidas, anteriormente, para que a comparação seja possível. O cálculo pode ser feito de
diversas maneiras, com dados do ano fiscal mais próximo, do último trimestre ou então
anualizados até o último trimestre. Utilizam-se diferentes metodologias de cálculo, a
comparação torna-se inviável, pois os períodos de medição dos resultados adotados para
cálculo dos múltiplos serão diferentes, gerando diferenças de cenários políticos e econômicos,
acarretando diferenças nos resultados das empresas em períodos de tempo diferentes. Muitas
vezes, há uma preferência para utilização deste tipo de metodologia, pois se acredita que não
há a necessidade de fazer hipóteses sobre risco, crescimento de payout, como acontece na
metodologia do Fluxo de Caixa Descontado, mas estes índices são determinados em última
instância por estes mesmos parâmetros. Segundo Damodaran, um outro argumento para a
utilização de múltiplos é o fato de haver a reflexão sobre as percepções do mercado quanto a
um determinado setor. O problema é que muitas vezes o mercado pode superavaliar um setor
inteiro, fazendo com que a avaliação através de uma determinada empresa também esteja
errada. Um claro exemplo desta situação ocorreu com as empresas da chamada “Nova
Economia”, representadas pelo índice Nasdaq, que sofreu uma enorme desvalorização devido
a um processo de sobre valorização. No dia 10 de março de 2000, o índice de Preço/Lucro era
de 183,8x e no dia 03 de agosto de 2000, este índice era de 133,7x O múltiplo Preço / Lucro
de um índice, equivale ao preço deste índice, que é dado através do preço de cada uma das
ações que participa deste índice, ponderada pela sua respectiva participação dividido pelo
lucro (ou prejuízo) de cada uma das ações que participa deste índice ponderada pelas suas
respectivas participações (Jornal Valor Econômico, 03/08/2000, página 1).
As mudanças nos fundamentos, raramente, atingem os múltiplos de forma linear. Se o
crescimento da empresa dobrar, dificilmente o múltiplo terá o seu valor dobrado.
Provavelmente, o múltiplo sofrerá uma alteração a uma razão menor, pois depende de
31
diversos fatores, como a taxa de crescimento da empresa e a mudança na percepção de risco
da empresa.
Uma empresa é considerada estável quando cresce a uma taxa similar à taxa de
crescimento da economia em que está operando. Pode-se calcular o preço de uma ação através
do modelo de precificação de ativos de Gordon, segundo o qual o valor da ação é a divisão
dos dividendos por ação esperados para o ano seguinte pela taxa de retorno exigida sobre o
patrimônio líquido subtraído da taxa de crescimento dos dividendos na perpetuidade. Assim,
temos:
P0 = DPS¹ / (r-gn), onde DPS¹ = lucro por ação no ano 0 x Índice de Payout x (1+gn)
Outro múltiplo de lucro no qual podemos aplicar o modelo é a relação Preço / Lucro
para uma empresa de alto crescimento. Nesse caso, pode-se incrementar o modelo
apresentado acima, adicionando hipóteses de diferentes estágios de payout e de crescimento
da empresa. Esta melhoria no cálculo deste índice permite que se possam atribuir hipóteses de
haver um alto incremento nos primeiros anos de operação e, posteriormente, uma redução
nesta taxa, uma estabilização. A dificuldade deste modelo de dois ou mais estágios de
crescimento está no fato de se definir o horizonte para este período de evolução extraordinária
e quais as taxas. Obviamente, esta é uma simplificação adotada para precificar as ações da
empresa, pois não existe numa empresa uma queda abrupta das taxas de crescimento. Os
índices referentes a lucro, podem ser calculados também através da utilização da média de
preços de um certo número definido de pregões, ou então através da última cotação
disponível. Quanto ao Lucro, EBIT ou EBITDA, pode-se utilizar o ano fiscal mais recente, o
resultado anualizado do trimestre mais próximo, projeções para os anos subseqüentes.
Os múltiplos de lucro perdem o significado quando a empresa apresenta prejuízos. Este
problema pode ser parcialmente resolvido através da utilização de lucros normalizados ou
médios por ação. Além disso, este múltiplo é facilmente influenciado pela volatilidade dos
lucros, podendo fazer com que os preços mudem drasticamente de um período para outro.
32
Assim, não é incomum que em uma empresa cíclica o P/L atinja um pico num período de
recessão e um mínimo num pico de crescimento econômico.
As ações que possuem Preço menor do que o Patrimônio Líquido por ação são
consideradas como subvalorizadas e possuem boa possibilidade de apresentarem boas
valorizações. O Valor de Mercado de um ativo reflete seu poder de geração de riqueza,
enquanto que o Valor Contábil reflete seu custo de aquisição diminuído das depreciações
acumuladas. Quando uma empresa encontra-se numa situação de possuir um Valor de
Mercado menor do que o Valor Patrimonial, significa que o Valor Presente de seus fluxos de
caixa projetados para o futuro é menor do que o valor dos ativos, havendo uma tendência de
igualar estes valores. Segundo Damodaran, entre as vantagens de se utilizar os múltiplos de
valor patrimonial, podem-se ressaltar: i) o valor contábil fornece uma medida estável de valor
que pode ser comparada com o preço de mercado; ii) para as pessoas que desconfiam das
projeções de fluxos futuros, tanto de caixa (modelo de Fluxo de Caixa Descontado e Opções
Reais) e de dividendos (modelo de Gordon) é criada uma referência mais simples de
comparação; iii) há a possibilidade de comparação entre empresas similares, mesmo não
sendo de uma mesma indústria, para indicação de uma super ou subvalorização; iv) mesmo
em empresas que possuem prejuízos, este múltiplo pode ser utilizado. Dentre as desvantagens,
pode-se citar: i) há uma forte correlação com os métodos contábeis e os múltiplos da empresa,
não sendo possível a comparação entre empresas de diferentes países devido às diferenças nas
normas contábeis; ii) o valor contábil do Patrimônio Líquido pode tornar-se negativo se uma
empresa estiver apresentando uma série de lucros negativos, gerando um múltiplo negativo.
O índice de Preço/Valor Patrimonial varia de uma empresa para outra por diversos
fatores: i) diferentes expectativas de crescimento; ii) diferentes índices de payout; iii)
diferentes níveis de risco; iv) diferentes retornos sobre o Patrimônio Líquido. A comparação
destes múltiplos entre empresas e entre tempos distintos será, portanto, falha, devido à
constante mudança dos cenários em que a empresa está inserida. A utilização do múltiplo de
Valor Patrimonial para calcular o preço de uma ação é cercada de subjetividades, pois, ao se
escolher um grupo de empresas consideradas comparáveis e calcular a média deste grupo,
para depois aplicar a uma empresa específica é necessária uma série de ajustes,
33
principalmente, pelo fato de os fundamentos não serem uniformes entre as empresas. Mesmo
tomando-se empresas de uma mesma indústria, não há ainda uma solução definitiva para este
tipo de problema, pois dentro de um setor, pode haver diferenças entre as taxas de
crescimento, mix de negócios e perfis de risco diferentes.
Grande parte das empresas em seu início de vida não possui lucro, num primeiro
momento apenas consomem recursos para investimentos em seus negócios, ou seja, estão na
expectativa de lucros futuros. Como os múltiplos são calculados para fins de comparação
entre situações atuais e supõe-se que os preços de mercado já estejam refletindo as
perspectivas futuras, os únicos múltiplos possíveis de utilização são os múltiplos de vendas.
Além disso, existe uma série de outras vantagens, como o fato de serem obtidos em empresas
com qualquer situação financeira, pois é impossível uma empresa possuir receita negativa.
Uma outra vantagem é a dificuldade de manipulação contábil nas receitas, como pode
acontecer no caso dos Lucros ou do Valor Patrimonial que dependem dos princípios contábeis
adotados.
Os índices de Preço / Vendas não são tão facilmente afetados por efeitos de
sazonalidade, apresentando pouca volatilidade e gerando uma maior confiabilidade para
efeitos de comparação entre períodos. Entre as desvantagens deste tipo de múltiplo está o fato
de não serem levados em conta os custos, que podem ser crescentes e gerar um resultado
negativo para a empresa, podendo levar a avaliações enganosas. Calculando-se o múltiplo de
Preço / Receita para uma empresa de crescimento estável tem-se:
1) Pelo modelo de Gordon, como já visto acima, o preço da ação é definido em função dos
dividendos por ação, da taxa requerida pelo patrimônio líquido e pela taxa de crescimento dos
dividendos (da empresa) na perpetuidade.
P0 = DPS¹ / (r-gn)
2) Substituindo os dividendos por ação esperados para o ano 1 pela seguinte fórmula:
DPS¹ = Vendas no ano 0 x Margem de Lucro x Índice Payout x (1+gn)
Temos:
P0 = Vendas no ano 0 x Margem de Lucro x Índice Payout x (1+gn)/ (r-gn)
34
3) Calculando o índice Preço/Vendas, chega-se a:
P0/Vendas no ano 0 = Margem de Lucro x Índice Payout x (1+gn)/ (r-gn)
Pode-se também utilizar para efeito de comparação, entre empresas de um mesmo setor,
os múltiplos sobre projeções de Receita, Lucros, EBITDA, Valor Patrimonial, Variável
Específica da Indústria, etc. para os anos subseqüentes, mas, as projeções dependem das
premissas adotadas pelas equipes de análise, portanto, fica inviabilizada tal comparação se
tomarmos projeções de duas equipes de análise diferentes.
35
Capítulo 2 – Metodologia de Benjamin Graham
36
Em sua visão, o desempenho dos investimentos depende da inteligência empregada à seleção
de ativos, ou seja, quanto maiores os esforços, maiores serão as barganhas alcançadas no
mercado e, maiores as barganhas, maiores os lucros e menores os riscos. Essa visão não
encontra seguidores nas escolas de negócios, a maioria dos acadêmicos de finanças discordam
desse ponto.
37
conforme muda a atitude psicológica do especulador) e menor a preocupação do investidor
com o retorno e dividendos, mas sim com a apreciação da ação.
A especulação “sempre é fascinante”, afirma Graham, “porém ela se assemelha a um
jogo de apostas, o investidor deve estar atento para não entrar inconscientemente nesse
cassino. Ela me recorda um conto no qual um produtor de petróleo, após morrer e chegar ao
céu, depara-se com São Pedro na porta da sala onde ficam os falecidos produtores de petróleo.
O santo gentilmente o avisa que não há mais lugares no recinto. Então, o produtor pede ao
santo que este lhe conceda suas últimas quatro palavras antes de ir embora, e o santo concede.
O produtor entra na sala e grita “descobriram petróleo no inferno!”. O santo o cumprimenta
pela esperteza e, após todos saírem correndo em direção a lugares mais obscuros, permite a
entrada do produtor à sala, já que agora há espaço suficiente. Porém o produtor exclama:
“Obrigado. Acho que vou com os outros garotos. Deve haver alguma verdade nesse rumor”.
Pois bem, em grande parcela das maiores flutuações no mercado o comportamento dos
investidores se assemelha ao do falecido produtor de petróleo, eles sabem por experiência
própria que o movimento especulativo deve acabar mal, porém “deve haver alguma verdade
nesse rumor”, e eles acabam agindo como os demais.
Apesar dos diversos argumentos contrários à especulação e da sua distinção do
conceito de investimento, Graham descreve em sua obra o que são operações especulativas
inteligentes. Para ele o pré-requisito é a abordagem quantitativa, que é baseada no cálculo das
probabilidades de cada caso e a conclusão de que elas estão claramente a favor para o sucesso
da operação. O cálculo não precisa ser matematicamente preciso, mas deve ter ao menos
conhecimentos e habilidades razoavelmente empregadas. O autor também acredita que é um
erro dizer que uma operação não foi sábia apenas porque não foi lucrativa. A especulação não
foi sábia se foi feita com base em estudos insuficientes ou em julgamentos superficiais, ou
seja, não foi feita a “lição de casa”.
38
múltiplo P/E, buscando retornos em torno da média do mercado. Por outro lado, o investidor
empreendedor busca performance superior (embora isso seja difícil até mesmo para
profissionais que trabalham na área), através das mesmas ferramentas utilizadas pelos
investidores defensivos, porém com uma flexibilidade muito maior em sua aplicação, pois
seus conhecimentos sobre os ativos são maiores.
2.4 – Carteira de investimentos ideal: divisão entre renda fixa e renda variável
Uma decisão básica num portfólio é a divisão entre ações e títulos de renda fixa. Para
Graham, um investidor defensivo deve possuir sempre no mínimo 25% de sua carteira
aplicada em ações e no mínimo 25% aplicada em títulos, preferencialmente efetuando uma
divisão 50-50. Essa divisão busca manter uma carteira com ações e títulos ao longo do tempo,
pois Graham acredita que nem sempre as ações obterão rendimentos superiores aos dos títulos
de renda fixa, especialmente quando todo o mercado está otimista e as ações atingem
máximas históricas e o investidor é instigado a comprar esses papéis a preços nada atrativos.
Por outro lado, as ações na maior parte dos ciclos econômicos irão performar melhor do que
os títulos, e também oferecem melhor proteção contra a inflação do que os mesmos. Em todas
essas recomendações está implícita uma crença do autor de que os investidores não possuem a
capacidade e habilidade para decidirem ao longo do tempo qual ativo é a melhor opção de
aplicação em determinado período, então a política inteligente a seguir é manter a divisão
entre ações e títulos proposta acima.
Suponha que um investidor deseja aumentar sua parcela investida em títulos de renda
fixa e diminuir a parcela investida em ações, em função do mercado estar alcançado níveis
recordes, e efetuar a operação inversa (aumentar a parcela em ações) no momento em que o
mercado estiver depreciado. Para tomar essas decisões, Graham sugere comparar o múltiplo
P/E (preço/lucro) das ações com as taxas de juros dos títulos de renda fixa. Por exemplo, se o
múltiplo P/E da ação é igual à taxa de juros do título de renda fixa em questão, então o
mercado está provavelmente superavaliado, e o investidor empreendedor deve considerar
vender parte de suas ações e para alocar os recursos nos títulos. Porém, Graham ainda alerta
que, mesmo com todas essas ferramentas de análise, todos devem ter precaução para afirmar
se o mercado está “barato” ou está “caro”. Porém uma ação com altos múltiplos tende a ser
muito popular, consequentemente especulativa, superavaliada e mais arriscada. Paradoxal,
39
segundo Graham, que as empresas de maior sucesso na bolsa devam ser evitadas como
alternativas de investimento.
Em relação ao tempo de maturação dos títulos de renda fixa, Graham afirma que essa é
uma decisão estritamente pessoal. Títulos com vencimentos mais longos tendem a pagar taxas
de juros maiores do que títulos que vencem no curto prazo, contudo se um investidor quer se
proteger do risco de variação do valor dos títulos em função da flutuação dos juros no curto
prazo (pressupõe-se que os títulos de renda fixa são pré-fixados, portanto há exposição ao
risco da taxa de juros cair ou subir), então ele ou ela deve comprar títulos com vencimentos
em até sete anos ou menos.
Talvez a mais famosa criação de Graham não seja nenhum dos múltiplos ou
instrumentos criados para avaliação de empresas e títulos, mas sim uma inteligente e
ilustrativa maneira de demonstrar como funciona o mercado e quais os motivos de suas
flutuações. O “Senhor Mercado” é uma pessoa (o “mercado” na realidade) que possui
problemas psicológicos graves, na maioria das vezes está muito feliz, algumas das quais sem
fundamento algum. Porém possui sérios problemas de mudança de humor, podendo passar de
uma felicidade intensa a um estado de depressão profunda. Outro aspecto peculiar do Senhor
Mercado é que ele, dia após dia, lhe oferece a oportunidade de comprar ou vender quais das
ações que existam no país. Com essa paródia, Graham afirma que para um verdadeiro
investidor o único significado das variações nos preços é que eles “são uma oportunidade para
comprar sabiamente quando os preços caírem demais e vender sabiamente quando os preços
subirem demais”. Imagine que você possui uma sociedade (uma parcela de R$ 1.000) com o
Senhor Mercado. Todo dia ele lhe oferecerá a chance de vender sua parcela ou comprar um
percentual maior da empresa. As vezes o preço estará ridiculamente caro, proporcionando
uma boa oportunidade de venda. Algumas outras vezes o preço estará ridiculamente barato,
proporcionando uma boa oportunidade de compra. Ainda em outras ocasiões o preço estará
justo, e nesse caso você poderá ignorar o Senhor Mercado.
O ponto é que o mercado existe para nossa conviniência e para lucrarmos. As
variações do mercado geralmente estão erradas, em mercados otimistas as ações atingem
preços maiores do que os ativos que elas devem refletir, e por outro lado em mercado
40
pessimistas os papéis atingem preços menores que do que as empresas realmente valem. As
flutuações nos preços não contêm relação com os ativos reais e seus reais valores. È um erro
deixar o mercado determinar o preço de uma ação, pois uma grande proporção dos operadores
de ações não parecem conhecer realmente o que estão comprando e vendendo. Geralmente
um investidor será sábio em formar suas próprias valorações, explorando as divergências
encontradas nas avaliações com os preços de mercado para lucrar. A
A parábola do Senhor Mercado está relacionada com a visão do autor sobre a análise
técnica de ativos. Quase todas as análises técnicas são baseadas em comprar as ações quando
eles começarem a subir e vendê-las quando começarem a cair. Baseado em mais de 50 anos
de experiência profissional, ele afirma que “não conheci nenhuma pessoa que conseguir
consistentemente ou ao menos ganhar dinheiro através dessas técnicas de “seguir o mercado”.
Essa técnica é tão popular quanto incorreta”.
Graham não faz previsões sobre lucros futuros das empresas que analisa, não confia
em suas previsões de longo prazo tampouco nas previsões de outros analistas. Sua abordagem
é quantitativa (no método da margem de segurança não é necessário nenhum tipo de profecia
ou antecipação do futuro), se uma pessoa compra ações por um preço barato, com base em
valor, ela está numa posição confortável, mesmo se o mercado vier a cair. Por outro lado, se
essa pessoa vender as ações por um preço caro ela fez uma escolha sábia, mesmo que o
mercado continue a subir. Outrossim, para o investimento baseada em previsões oferecer
lucros, além das projeções se tornarem realidade é preciso que o mercado ainda não tenha
precificado nas ações essas estimativas. As projeções de longo prazo são muito difíceis e
pouco úteis em função das premissas adotadas serem substancialmente qualitativas e não
possuir a devida acurácia, além do grande número de estimativas específicas (por exemplo,
crescimento no volume de vendas, evolução do preço unitário, projeções de custo unitário,
mudanças nos impostos, crescimento do PIB, etc). O processo de análise de empresas se torna
assim pouco confiável, ou seja, é prudente para o investidor que haja diversificação em seus
investimentos. A análise da situação de uma indústria ou do posicionamento de uma
determinada bem detalhada, demorada, pode levar o analista a crer que suas estimativas são
confiáveis. Graham afirma que “nunca vi eficientes cálculos e análises de ações que vão além
41
aritmética simples ou a mais elementar algebra”, ou seja, na valoração de empresas os
cálculos simples geralmente são a melhor alternativa disponível. Outros brilhantes autores,
como o economista inglês John Maynard Keynes, também rejeitam a idéia de projetar
retornos no longo prazo. Para Graham, “o sucesso na identificação de empresas em
crescimento vem da esperteza e rapidez, que são qualidades que não vejo necessárias num
analista de ações. Este deve possuir sapiência, no sentido de que seja tecnicamente
competente, experiente e prudente”.
Ativos líquidos são definidos por Graham como os ativos totais da empresa menos
todas as dívidas da empresa, de curto e longo prazos, dividido pelo número de ações da
empresa. Em outras palavras, é o caixa da empresa, ou o caixa somado a todos os itens do
balanço que podem ser facilmente (no máximo em um ano) transformados em caixa. Assume-
se assim um valor nulo para os ativos de longo prazo (plantas, equipamentos, etc) e também
para os ativos intangíveis, como o valor da marca da empresa. Nenhum dono de empresa irá
vender sua participação por um valor menor que os ativos líquidos, isto é, se uma pessoa
comprou a ação com um desconto de 33% (um terço) no caixa (ativos líquidos) da empresa,
ela praticamente não tem nada a perder. Esse tipo de investimento é abundante no mercado e,
se você conseguir encontrar vários desses casos, montar uma carteira diversificada e não
perder a paciência se as ações se moverem na direção contrária durante um período, poderá
ganhar dinheiro sem correr grandes riscos. A diversificação é necessária, pois algumas das
empresas com tamanho desconto em seus ativos podem ser, ou se tornar, concordatárias.
Atualmente, com o avanço do número de agentes no mercado, encontrar essas oportunidades
de investimentos a ponto de construir uma carteira diversificada é aparentemente possível
apenas em momentos de grandes quedas dentro de um cenário pessimista.
Em seu livro “The Intelligent Investor”, Graham descreve uma fórmula que ele
utilizava para valorar ações. Deixando de lado os cálculos complicados, sua fórmula é
simples. Em suas palavras, “nossos estudos de vários métodos nos levou a sugerir uma
fórmula simples para a valoração de ações, que produzirão resultados idênticos aos dos mais
refinados cálculos matemáticos”. Assim, temos:
42
Valor da ação = Lucro atual do período t x (8,5 + (2 x taxa crescimento anual esperada)
A taxa de crescimento esperada deve abranger um período de sete a dez anos. O valor
de 8,5 revela qual seria o múltiplo P/E (preço sobre lucro por ação) de uma ação com
crescimento zero. Graham não deixa claro em seu livro como conclui essa fórmula, todavia é
perceptível que ela representa o intercepto y de uma distribuição normal de uma série de
múltiplos P/E plotados sobre cenários diversos de crescimento. Esse cálculo não leva em
conta o nível das taxas de juros livre de risco, fator que influencia a decisão de investimento.
Como a taxa de juros livre de risco da época em que Graham formulou sua teoria era de 4,4%,
podemos incluir o efeito da taxa de juros na fórmula multiplicando por um fator 4,4% / taxa
de juros livre de risco atual.
Utilizando o exemplo real da IBM (dados retirados do site Yahoo Finance) podemos
visualizar melhor o conceito da valoração. De acordo com o site, a expectativa de crescimento
para os próximos anos da IBM é de 10% ao ano. O lucro por ação da empresa nos últimos 12
meses foi de USD 4,95. Considerando esses valores e uma taxa livre de risco de 5,76% (taxa
de juros atual do título de renda fixa com vencimento em 10 anos do Tesouro Americano)
temos os seguintes valores:
A ação da empresa atualmente está cotada ao redor de USD 91, portanto ela está ligeiramente
subavaliada. Obviamente esse cálculo olhado isoladamente é um tanto quanto subjetivo,
outros fatores também devem ser levados em consideração, como o tamanho da dívida em
relação aos ativos, capacidade de fluxo de caixa, efetividade da administração da companhia,
entre outros.
43
consequentemente alvo para compra. Outra opção, seguindo o mesmo raciocínio, é montar
posições vendidas nas ações mais populares e superavaliadas. O autor também distingue as
ações em duas classes, as “large caps” e as “small caps” (“cap” é a abreviatura de
capitalização). As empresas de menor valor de capitalização em bolsa tendem a ver suas
cotações flutuarem mais em relação às grandes companhias, ou seja, são uma opção mais
arriscada de investimento. Entretanto o potencial de ganho é maior num mercado otimista e,
se a compra for efetuada num preço abaixo do total de ativos tangíveis da empresa, elas em
geral no mínimo poderão ser vendidas num preço perto de seu valor de mercado.
Outro ponto frisado pelo autor é a importância da experiência nos investimentos e o
conhecimento da história do mercado de ações. Geralmente, aprende-se a investir praticando,
investindo. Por outro lado, conhecer o que já se passou no mercado, aprender com os erros
dos outros, evita que se cometam os mesmos erros. Segundo Graham, nenhuma frase é tão
verdadeira e aplicável ao ambiente de investimentos como o ditado que diz que “aqueles que
não se lembram do passado estão condenados a repetí-lo”. Além disso, é provável que uma
ação valorize, digamos, 50% ou mais a partir do seu ponto mais baixo e cai 50% ou mais a
partir do seu ponto mais alto por diversas vezes num período curto de 5 anos. Ter uma visão
histórica ajuda na tomada de decisão para aproveitar tais oportunidades. Apenas com os
conhecimentos adquiridos no passado podemos prever algo para o futuro.
A filosofia de investimento de Benjamin Graham é sábia, quantitativa, diversificada e
conservadora, busca auxiliar o investidor a obter performances acima da média do mercado
com uma baixa exposição ao risco, adquirir bons ativos e valores com o seu dinheiro. A idéia
de alcançar riqueza rapidamente não é adequada à essa filosofia, embora seja da natureza
humana buscar a riqueza e o conforto de forma ágil, além de sempre querer estar do lado certo
do mercado e, o que é mais perigoso e mais importante, todos queremos ganhar no mercado
cifras que nós não merecemos receber pelo trabalhado e tempo não empregado nesse objetivo.
Toda gestão voltada para ganhar dinheiro no mercado de ações que pode ser
facilmente descrita e seguida por um grande número de pessoas é obviamente muito simples e
muito fácil para durar. Benjamin Graham oferece introspecções afiadas para alcançar lucros e
uma sábia filosofia de investimento (todas as coisas excelentes são tão difíceis quanto raras).
Seus princípios são imtemporais e continuam válidos atualmente.
44
Capítulo 3 – Metodologia de Warren E. Buffett
Warren Edward Buffett é uma lenda viva. Nascido em Omaha, no Estado de Nebraska,
o norte-americano, hoje com 82 anos, é considerado o maior investidor de todos os tempos
por muitos profissionais da área financeira. Certamente, ele é a pessoa que até hoje mais fez
dinheiro no mercado de capitais, e é o único entre as dez pessoas mais ricas do mundo que
não possui monopólios em setores estratégicos como telecomunicações ou petróleo, como
Carlos Slim e sua Telmex, ou que não tenha inventado um novo mercado com seus produtos,
como Bill Gates e sua Microsoft, ou que não tenha tido uma idéia revolucionária. Warren
Buffet construiu sua fortuna investindo com integridade no mercado de capitais, sem correr
grandes riscos, através de sua metódica de compra e administração de negócios. Sua
competente aplicação da análise fundamentalista de empresas, coerente comunicação de seus
princípios analíticos e os resultados da holding o qual é presidente do conselho de
administração, diretor-executivo e principal acionista, a Berkshire Hathaway, têm atraído um
crescente número de seguidores ao longo dos anos. Os relatórios anuais da Berkshire
permitem a Buffett tratar livremente de diversos aspectos do mercado acionário e da arte de
investir, construindo mensagens interessantes e de linguagem simples, abrangendo áreas
muito além das quais a própria empresa investe. Elas possuem valor acadêmico, apesar de
serem uma publicação corporativa.
Buffett é um grande estudioso de negócios, não um grande operador do mercado
financeiro. Ouve atentamente a alta administração das empresas as quais analisa, sempre apto
a determinar os elementos-chave de uma companhia, ou de uma emissão complexa, com
notável rapidez e precisão. Ele pode tomar a decisão de não investir em algo, em apenas dois
minutos, ou decidir-se a favor de uma grande compra em poucos dias. Enfim, Buffett está
sempre preparado, como ele mesmo cita um ditado em uma das cartas de seu boletim anual,
“Noé não começou a construir uma arca quando já começava a chover”. Na reunião anual da
Berkshire Hathaway, ele se senta à frente de duas mil pessoas e responde as perguntas sem
ajuda de anotações.
Muitos dos ensinamentos de Buffett contradizem diretamente o que tem sido ensinado
em faculdades de Administração e Direito e praticado no mercado financeiro nas últimas
décadas. Os ensinamentos de Benjamin Graham, do qual Buffett é pupilo, foram assim
suplantados. Desde a teoria moderna de finanças a demonstrações dos efeitos nocivos do uso
45
de opçoes de compra de ações para remunerar gestores, Buffett refuta diversos conceitos de
Wall Street com convicção.
A companhia Berkshire Hathaway foi fundada no começo do século XIX como uma
empresa têxtil. Buffett assumiu o controle em 1964, quando o valor contábil da empresa era
de US$ 19,46 por ação e seus valor intrínseco mostrava-se muito mais baixo. Hoje o valor
intrínseco é muito mais alto e o valor contábil está em torno de US$ 110.000 por ação,
resultado de uma taxa de crescimento de 24%, composta anualmente. A Berkshire hoje é uma
holding empenhada em diversas atividades, sendo o ramo mais importante o de seguros. A
GEICO Corporation, sexta maior seguradora de veículos dos Estados Unidos, e a General Re
Corporation, a quarta maior resseguradora do mundo, pertencem em 100% a holding de
Buffett. Empresas que produzem jornais, carpetes, tijolos, tintas, mobílias, chocolates, jóias,
calçados, aeronaves, entre outras, fazem parte da carteira da holding, além de participações
em outras importantes companhias, como a Coca-Cola, American Express, Gillette,
Washington Post, Wells Fargo e Disney.
Há mais de trinta e cinco anos o boletim anual da Berkshire Hathaway tem informado
seus associados sobre a performance das posses da companhia, sobre os novos investimentos
e oportunidades, discorrendo sobre o estado e status das indústrias nas quais a companhia
possui investimentos, assinalando todos os critérios de fusão e aquisição dos negócios que a
Berkshire gostaria de adquirir. O boletim é uma leitura fácil, geralmente preenchido com
exemplos, metáforas e analogias, buscando educar os investidores com os “sins” e os “nãos”
do investimento apropriado em diversos negócios, até porque a estratégia de investir a longo
prazo num bom negócio, recebendo retornos interessantes durante todo o período, é de
simples entendimento.
Buffett gere a Berkshire como uma partnership entre ele e os demais acionistas, sendo
que praticamente todo seu patrimônio líquido de mais de US$ 45 bilhões está em ações da
holding. Sua meta econômica é de longo prazo: maximizar o valor intrínseco por ação da
Berkshire através de investimentos que gerem caixa e retornos acima da média. Para alcançar
esse objetivo, Buffett retém e reinveste o lucro somente quando isso resulta em pelo menos
um aumento proporcional no valor de mercado por ação ao longo do tempo, buscando
46
analisar as empresas além das convenções contábeis, para identificar o verdadeiro lucro
econômico.
A maior parte das idéias de Buffett lhe foi ensinada por Benjamin Graham. Ele se
considera um disseminador das políticas de investimento do autor e o canal pelo qual as idéias
de Graham provaram seu valor.
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utilização do beta é que pela observação de que se um grupo de ações que caiu muito
bruscamente comparado com o mercado, torna-se mais arriscado comprá-la no preço mais
baixo do que era no preço mais alto, segundo a medição de risco do beta. Além disso, o beta
não distingue as empresas por setor, situação financeira ou outros aspectos relevantes. Para o
americano, a moda do beta sofre da falta de atenção para um princípio fundamental: é melhor
estar aproximadamente certo do que precisamente errado”.
48
fluxo de caixa da organização, suas relações de trabalho, suas políticas de preço, flexibilidade
e necessidades de capital financeiro e intelectual. É necessário ser realista e autocrítico com o
que não se sabe sobre o negócio. Segundo ele, todos os investidores podem com o tempo e
muito estudo obter e intensificar a exploração em seu próprio nicho, tanto em alguma
indústria, com a qual esteja envolvido profissionalmente, como em algum setor de negócios,
cuja pesquisa e análise lhe convenha. Buffett cita seu próprio exemplo para concluir que
durante a vida não é necessário que se esteja certo muitas vezes, pois ele mesmo diz que
apenas doze das suas decisões de investimento foram o diferencial de rentabilidade de toda
sua carreira de mais de 50 anos. Geralmente os melhores resultados são alcançados efetuando
bem as tarefas mais simples do que com idéias extraordinárias.
Uma companhia com um histórico operacional consistente demonstra uma capacidade
de sobrevivência interessante, e o investidor deve levar esse fator em consideração. Na
maioria dos casos, o maior crescimento dos lucros durante um longo período de tempo é
alcançado por empresas que produzem o mesmo produto ou serviço por muitos anos (são
muitas as empresas que conseguem resultados expressivos por um curto espaço de tempo em
função de um produto inovador, por exemplo, mas que não terá a capacidade de ser vendido
ao mercado por muito tempo). O melhor momento para comprar ações de uma companhia
com esse perfil é quando a rentabilidade foi interrompida por alguma razão externa de curto
prazo; o preço das ações estará baixo e haverá uma oportunidade rara para comprar uma
excelente empresa por um preço descontado.
Empresas continuamente adicionam valor à sua base de capital através de lucros
retidos. Além disso, há uma expectativa natural de crescimento do lucro por ação a cada ano.
Porém Buffett busca focar a análise da performance da companhia na rentabilidade por ação,
ou seja, a razão dos lucros operacionais para o total de capital investido. Outros fatores
relevantes são a margem operacional que a empresa utiliza e a política de custos da empresa
(todo custo desnecessário impede um lucro extra para os acionistas).
Basicamente, uma empresa gera valor com sua habilidade de gerar superávits de caixa.
Entretanto, uma empresa com muitos ativos fixos e imobilizados em relação ao total de ativos
necessitará de uma parcela maior dos lucros retidos para se manter lucrativa do que uma
empresa com uma proporção menor de ativos fixos e imobilizados. Por isso é preciso
adicionar a depreciação e a amortização ao lucro líquido e subtrair o capital necessário para
manter a posição econômica e a participação de mercado da companhia. Assim, o fluxo de
49
caixa refletirá o verdadeiro capital excedente da empresa em determinado período. Algumas
empresas (como uma construtora, por exemplo) precisam de grandes investimentos no início
de suas operações e muito pouco depois. Outras, como uma indústria manufatureira, requerem
constantes investimentos em plantas e melhoramentos nos ativos fixos. A análise de fluxo de
caixa descrita acima permite ao analista verificar o mesmo valor em empresas de indústrias
distintas.
Para determinar o valor de uma empresa, Buffett utiliza seu método para estimar o
fluxo de caixa líquido da empresa durante a vida do negócio, e descontar os valores por uma
taxa de juros apropriada, o custo ponderado médio de capital (wacc – weighted average cost
of capital) ou os juros do título da dívida soberada americana de trinta anos. Calculando dessa
forma, negócios de indústrias totalmente distintas podem ser comparados. Caso uma empresa
esteja crescendo rapidamente mas seja muito difícil prever suas receitas futuras, ela não
poderá ser classificado como de simples entendimento, um dos princípios básicos de Buffett,
e não poderá ser avaliada através dessa fórmula.
A filosofia de Buffett não busca diversificação, podendo até requerer concentração da
carteira. O risco sobe quando os investimentos e a atenção do investidor estão dispersos
demais, ele deve conhecer bem cada negócio no qual está investindo, confiar na
administração dessas empresas. Nesse sentido, os riscos podem ser reduzidos
consideravelmente concentrando as aplicações em apenas algumas posições, forçando o
investidor a ser mais cuidadoso, rigoroso e detalhista em suas análises e pesquisas.
Freqüentemente mais de 75% do valor do patrimônio da Berkshire está concentrada em
apenas seis ações diferentes. Outro fator importante é o reconhecimento de que o investidor é
o proprietário de um negócio. Reconfigurar a carteira pela compra e venda de grupos de ações
para acomodar o desejado perfil de risco baseado no beta frustra o sucesso do investimento de
longo prazo, pois os custos de transação, spreads e impostos limitarão os ganhos. Para Buffett,
chamar de investidor quem negocia ativamente no mercado é “chamar de romântico quem
repetidamente se envolve em relacionamentos de uma só noite”. Assim como Graham, utiliza
os conceitos de margem de segurança, aproveita oportunidades geradas pelo comportamento
do “Senhor Mercado” e adquire participações em negócios os quais compreenda com um
mínimo de esforço.
50
3.4 – Projeções e Expectativas Futuras
Assim com Benjamin Graham, Buffett não faz previsões sobre lucros futuros das
empresas que analisa e tampouco tenta estabelecer como a economia do país evoluirá durante
os próximos anos. Muitos investidores primeiro utilizam modelos econométricos rebuscados
para estabelecer como crescerá a economia para, a partir desses parâmetros, escolher as ações
das empresas que melhor caibam em seu modelo. Assim, a decisão de investimento se torna
superficial e extremamente dependente de um modelo impreciso e que busca predizer o
futuro.
Uma abordagem superior é comprar um negócio que tenha uma oportunidade real de
progredir independentemente de como estarão as condições gerais da economia, com
expansão ou retração. Um negócio que tenha a habilidade e a capacidade de lucrar em
condições econômicas distintas é um negócio muito valioso.
51
linha na equipe é mais importante do que desenhar hierarquias e definir quem relata para
quem sobre quais matérias e em que momento. Deve ser dispensada atenção especial à
seleção do diretor-executivo, em função de três diferençsa importantes que Buffett identifica
entre esse e os demais funcionários. Primeiro, os critérios para avaliar o desempenho do
diretor-executivo são inadequados ou fáceis de ser manipulados, então o desempenho do
diretor-executivo é mais difícil de se avaliar do que o da maior parte dos funcionários.
Segundo, ninguém é superior ao diretor-executivo, então também não se pode avaliar o
desempenho de um superior. Terceiro, o conselho de administração não exerce o papel de
superior, já que as relações entre diretores-executivos e os conselhos de administração são
geralmente complacentes.
Diversas propostas são direcionadas para tentar conciliar os interesses da
administração aos dos acionistas ou aumentar a supervisão do conselho sobre o desempenho
do diretor-executivo. Dentre elas, podemos destacar as opções de compra de ações, uma
ênfase maior nos processos da empresa pelo conselho de administração, a separação entre as
identidades e funções do presidente do conselho e as do diretor-executivo ou a designação de
comitês permanentes de auditoria, nomeação e remuneração também foram apontados como
reformas promissoras. Nenhuma dessas alternativas solucionou os problemas de governança.
Para Buffett, a melhor solução é identificar cuidadosamente diretores-executivos que
desempenharão seu trabalho com competência não obstante as limitações estruturais. Os
conselheiros também devem ser escolhidos por sua astúcia empresarial, seu interesse e seu
enfoque no proprietário. Segundo Buffett, um dos maiores problemas em conselhos de
administração é que membros são selecionados por outras razões, como o acréscimo de
diversidade ou proeminência para o conselho. O conselho deve ser pequeno e composto
principalmente por conselheiros externos. Outra sugestão é a realização de reuniões para
revisão do desempenho do diretor-executivo sem sua presença.
Os diretores-executivos nas diversas empresas subsidiárias da Berkshire possuem um
mandato de gestão diferente do geralmente impostos pelas companhias americanas. Os
comandos principais são gerir suas empresas como se eles fosses seu único proprietário, como
se elas fossem o único bem que eles possuem e que eles não pudessem vendê-las ou
incorporá-las antes de cem anos. Isso permite aos gestores administrar com um horizonte de
longo prazo, algo raro para uma companhia de capital aberto, nas quais os acionistas com
enfoque de curto prazo estão obcecados com o cumprimento da última estimativa do resultado
52
trimestral. Para Buffett, os resultados de curto prazo são importantes, mas é um equívoco criar
qualquer pressão para alcançá-los em detrimento do fortalecimento das vantagens
competitivas de longo.
Todas as companhias se movem num ciclo de vida. No estágio do desenvolvimento, a
empresa perde dinheiro enquanto estabelece uma participação inicial de mercado e melhora
seus produtos. Durante o próximo estágio de rápido crescimento, a empresa precisa de caixa
para crescer, ela retém lucros obtidos e obtém mais empréstimos ou emite mais ações. No
terceiro estágio, o de maturidade, a empresa gera mais caixa do que ela precisa conforme as
vendas crescem. No último estágio, o caixa diminui conforme as vendas declinam.
A questão fundamental para os administradores é o que fazer com o caixa excedente
durante o período de maturidade. Essa decisão acaba refletindo se a empresa sobreviverá no
mercado por dez ou cem anos. Uma administração racional investirá o caixa excedente em
projetos que alcancem uma taxa de retorno maior do que o custo de oportunidade (custo de
capital do mercado), caso contrário os fundos devem retornar aos acionistas em forma de
dividendos ou comprando de volta ações da empresa no mercado. Administradores
incompetentes freqüentemente pensam somente em sua remuneração própria e investe em
projetos com retornos cada vez menores. Vale lembrar que, no longo prazo, a alocação
eficiente de capital determina o valor de uma empresa.
Em relação à concessão de opções de compra de ações para executivos, Buffett
argumenta que diversas empresas pagam seus gerentes com opções cujo valor aumentam
simplesmente pela retenção do lucro, em vez de pela disposição mais eficaz do capital,
prejudicando os acionistas e favorecendo os executivos. Além disso, uma vez outorgadas,
opções são muitas vezes irrevogáveis, incondicionais e benéficas para gerentes, sem
considerar o desempenho individual. Para Buffett, o desempenho deveria ser a base para
decisões sobre pagamento os executivos. O desempenho dos executivos precisaria ser medido
pela lucratividade, ao desempenho individual, ao invés do desempenho corporativo, e
avaliadas com base no valor patrimonial. Na Berkshire, não há opções de compra na
remuneração dos executivos, até porque gestores capacitados que ganham bônus pelo
resultado da sua área podem simplesmente comprar ações se eles quiserem. Neste caso, eles
“verdadeiramente se colocam na pele dos proprietários”, diz Buffett.
53
3.6 – Alternativas para ações
Buffett não aconselha investimentos em títulos de renda fixa com baixa classificação
de risco, os chamados junk bonds. Grande parte dos acadêmicos acreditam que as taxas de
juros mais altas dos junk bonds compensam sua taxa de inadimplência mais alta, porém esses
estudos pressupoem que as condições históricas serão idênticas no futuro, o que não ocorre
especialmente em momentos de crise, nos quais muitas empresas fracassam sob dívidas
esmagadoras.
3.7 – Ações
54
Os desdobramentos são outro procedimento que vão contra o interesse dos acionistas,
segundo Buffett. Esse tipo de operação gera três consequências: aumentam os custos de
operações pela promoção de um alto giro de ações, atraem acionistas com perspectivas de
curto prazo, com enfoque no mercado, que indevidamente se concentram nos preços, e
consequentemente, levam a preços substancialmente diferentes do valor intrínseco da ação.
3.9 – Contabilidade
55
qualitativas como estas não podem ser encontradas através de um sistema contábil, por mais
avançado que seja.
Buffett salienta com clareza as diferenças entre goodwill contábil e goodwill
econômico. O primeiro é essencialmente a quantia em que o preço de compra de um negócio
excede o valor justo dos ativos adquiridos (depois de se deduzirem os passivos). Essa quantia
é contabilizada como um ativo no balanço patrimonial e, então, amortizada como uma
despesa anual com ágio. Assim, o goodwill contábil designado para o negócio diminui ao
longo do tempo. O goodwill econômico consiste na combinação de ativos intangíveis, como o
reconhecimento de uma marca, que permitem a um negócio produzir lucro sobre ativos
tangíveis, como plantas e equipamentos, acima das médias. A quantia do goodwill econômico
é o valor capitalizado desse excedente, e tende a aumentar ao longo do tempo.
Outra ferramenta da instrumentária de Buffett é o valor intrínseco, o valor descontado
do capital que pode ser retirado de um negócio durante sua vida remanescente. A definição é
simples, contudo o cálculo depende da estimativa do fluxo de caixa futuro, do movimento das
taxas de juros e outros parâmetros, mas é a melhor forma de análise. O valor contábil, em
contraposição, é fácil de calcular, mas de uso limitado.
Buffett também se distancia dos outros analistas ao analisar o fluxo de caixa, pois em
geral considera-se o (a) resultado operacional mais (b) despesa com depreciação e outros
encargos que não representam saída de caixa. Buffett argumenta que também devemos
subtrair (c) o reinvestimento exigido pelo negócio, ou seja, a quantia média de dispêndios
capitalizados com instalações, equipamentos, etc, que o negócio exige para manter
completamente sua posição competitiva de longo prazo e seu volume de unidades vendidas.
Buffett chama o resultado de (a) + (b) – (c) de lucro do proprietário, de forma que a análise
não superestime a realidade econômica.
3.10 – Frases
O boletim anual da Berkshire inclui diversas frases que resumem, de modo rápido e de
fácil entendimento, as principais características da filosofia de investimento de Warren
Buffett. Outros autores consagrados que utilizam o mesmo método também são citados.
Abaixo alguns exemplos.
56
“Eu prefiro estar vagamente certo a estar precisamente errado”. – Keynes
“O mercado, assim como Deus, ajuda aqueles que ajudam a si mesmos. Porém ao
contrário de Deus, o mercado não perdoa quem não sabe o que faz”. - Warren Buffett
“Investir é mais inteligente quando é mais parecido com negócios” – Ben Graham
“Risco surge de fazer as coisas sem saber o que se está fazendo” – Warren Buffett
“Você não está certo porque o mercado concorda com você. Você tem razão porque
seus dados e suas premissas estão corretas” – Benjamin Graham
“Ter inteligência não é bom o bastante. Mais importante é aplica-la bem” – Descartes
“Poucos gerentes possuem motivação para tomar decisões inteligentes porém com
alguma chance de parecerem idiotas. Sua performance pessoal de ganhos e perdas é muito
óbvio: se uma decisão não convencional funciona bem, ele será normalmente bem
remunerado , contudo se não funciona, ele será o centro das atenções.” – Warren Buffett
“Não é necessário fazer coisas extraordinários para alcançar resultados
extraordinários” – Warren Buffett
“Quanto mais perto alguém chegar de Wall Street, mais cético ficará sobre as
pretensões do mercado de ações de efetuar previsões e momento de comprar ou vender
ativos” – Benjamin Graham
“A causa mais comum de preços baixos é o pessimismo – às vezes geral, outras
especificamente em relação a uma empresa ou indústria. Nós queremos fazer negócio nesse
tipo de ambiente, não porque nós gostamos do pessimismo mas sim porque nós gostamos dos
preços que ele produz. O otimismo é o inimigo dos compradores racionais” – Buffett
“Todo investidor deveria agir como se tivesse vinte oportunidades de investimento. A
cada decisão tomada, ele teria uma a menos para o resto de sua vida” – Warren Buffett
"Estou cada vez mais convencido que o método correto em investimento é investir
somas relativamente grandes em negócios que se pensa que entende e em cuja administração
se tem fé total. É um erro imaginar que se limita o risco quando se distribui fundos entre
empresas que pouco conhece e em cuja administração não se tem nenhum razão particular
para ter confiança especial" – John Maynard Keynes
“O homem racional se adapta ao mundo. O homem irracional persiste em tentar
adaptar o mundo a si próprio. Portanto todo o progresso se deve aos homens irracionais” –
George Bernard Shaw
57
“Você pode explicar a um peixe como é andar em terra? Um dia na vida terrestre é
mais do que mil anos de explicação sobre isso para ele e um dia gerenciando um negócio tem
exatamente o mesmo tipo de valor” – Warren Buffett
“Cuidado com a performance passada em finanças. Se a história fosse o ponto chave
para os ricos, o Forbes 400 seria formado por bibliotecários” – Warren Buffett
"Seu objetivo como investidor deveria ser simplesmente comprar, a um preço racional,
uma participação num negócio que é fácil de entender, e cujos lucros, está praticamente certo,
vão ser significativamente mais altos daqui 5, 10 e 20 anos.Com o tempo vai descobrir que
poucas empresas se encaixam neste padrão. Por isso, se descobrir uma, você deve comprar
uma quantidade significativa de suas ações. Você também deve resistir à tentação de se
desviar de suas diretrizes. Se não estiver disposto a manter uma ação durante 10 anos, evite
manté-la por 10 minutos.Junte uma carteira de empresas cujos lucros marcham para cima ao
longo dos anos, e o valor do mercado da carteira marchará junto." – Warren Buffett
"Investimento inteligente não é complexo, o que tampouco signifique que seja fácil. O
que um investidor precisa é de uma capacidade para avaliar corretamente negócios
selecionados. Note a palavra "selecionados": não precisa ser um especialista em todas as
empresas, nem, necessariamente, em muitas. Você só precisa ter a habilidade para avaliar as
empresas que ficam dentro de seu círculo de competência. O tamanho do círculo não é muito
importante; o conhecimento de suas extremidades, no entanto, é vital." – Buffett
“Investimento é aquele feito através de análise, e deve prometer segurança do
principal e rendimento satisfatório. A ausência de qualquer um desses aspectos na análise,
seja da segurança do principal como do retorno, deve ser considerada como especulação.” –
Benjamin Graham
58
Capítulo 4 – Estudo de caso: aplicação das metodologias de
investimento para análise de ações no mercado brasileiro
4.1 – Metodologia
59
4.1.1 – Hipóteses
60
4.1.2 – Processo de análise
As ações foram escolhidas conforme os critérios de valoração de Graham e de Buffett.
Benjamin Graham busca em sua essência a compra de qualquer ativo por um preço
consideravelmente inferior ao seu valor intrínseco, e para isso utiliza os múltiplos financeiros
por ele criado. Foram utilizados os principais múltiplos de análise de ações: P/L (preço sobre
lucro), P/VPA (preço sobre o valor patrimonial por ação), P/Ebitda (Preço sobre o Ebitda, ou
geração de caixa operacional somado à depreciação, amortização e outras despesas e receitas
operacionais), o percentual de pagamento de dividendos sobre o preço da ação (dividend
yield), o EV/Ebitda (enterprise value sobre ebitda, ou geração de caixa operacional somado à
depreciação, amortização e outras despesas e receitas operacionais) e o EV/Ebit (enterprise
value sobre ebit, ou lucro operacional - considerando depreciação, amortização e outras
despesas e receitas operacionais).
61
(indicação de preço baixo da ação e/ou alta capacidade de geração de caixa);
histórico do múltiplo abaixo de 15 durante o período de análise.
62
indicativos para tal. Após esse primeiro levantamento, foi comparado com as médias do
mercado e dos setores, visando entender a posição da empresa frente aos seus pares. Assim,
poucas companhias se mantiveram na carteira após a aplicação desses rigorosos critérios. Para
a definição final também foi comparado o valor presente estimado da organização com o
valor de mercado da mesma e realização de estimativa sobre sua situação, ou seja, se empresa
está sobreavaliada ou subavaliada. Segue abaixo os critérios quantitativos utilizados:
• Lucro por ação: nenhuma incidência de lucro por ação igual a zero no período
de análise (histórico de resultados consistente); crescimento mínimo de 20% no
lucro por ação no período de análise, independentemente da área de atuação da
empresa; crescimento mínimo de 10% no lucro por ação nos dois últimos anos
do período de análise.
• Vendas por ação: nenhuma incidência de vendas por ação igual a zero no
período de análise (histórico de resultados consistente e eliminação de
empresas ainda não maduras); crescimento mínimo de 70% nas vendas por
ação no período de análise, independentemente da área de atuação da empresa;
crescimento mínimo de 25% nas vendas por ação nos dois últimos anos do
período de análise.
• Dividendos por ação: nenhuma incidência de dividendos por ação igual a zero
no período de análise (histórico de resultados consistente); crescimento
mínimo de 20% nos dividendos por ação no período de análise,
independentemente da área de atuação da empresa; crescimento mínimo de
10% nos dividendos ação nos dois últimos anos do período de análise.
63
• Dívida Bruta/Ativos: nenhuma incidência de dívida bruta maior que a
totalidade dos ativos no período de análise (histórico de resultados
consistente); queda mínima de 25% no múltiplo no período de análise,
independentemente da área de atuação da empresa; queda mínima de 10% no
múltiplo nos dois últimos anos do período de análise (indicação de dívida em
queda e/ou crescimento dos ativos).
64
ativos no período de análise, independentemente da área de atuação da
empresa.
65
4.1.3 – Limitações da análise
Como principal restrição às metodologias selecionadas, tem-se a impossibilidade da
aplicação da análise de todos os dogmas do processo de estudo de Warren Buffett. O grande
número de empresas estudadas acarreta, por restrições de falta de informações e de tempo,
numa abordagem superficial do processo de análise de alguns dogmas de negócios, dogmas
administrativos, dogmas financeiros e dogmas de mercado que fazem parte do instrumental de
Buffett. Assim, os seguintes aspectos não foram considerados uniformemente:
Por fim, sabe-se que a idéia de concentração na alocação do capital, também presente
na estratégia proposta, foi utilizada por Warren Buffet com o objetivo de se obter o controle
de uma empresa para poder influenciar a condução do negócio. Tal proposição não poderá ser
aplicada no estudo a ser realizado.
66
4.2 – Análise dos resultados
67
O objetivo de considerar cada empresa na carteira em iguais proporções levou à
exclusão das ações de diferentes classes de um mesmo grupo empresarial, considerando o
número de adequações aos critérios adotados. Nos casos da Arcelor e Gerdau, foram
priorizadas as ações da classe ON, que oferecem direito a votar, por concluir-se que a
concentração de liquidez de mercado nas ações da classe PN são uma especificidade do
mercado brasileiro. Abaixo a tabela 4.2 demonstra a carteira final com 25 ações.
Acao DivYield EV_Ebit EV_Ebitda P_Ebitda P_L P_Vpatr TOTAL
Arcelor BRON sim sim sim sim não sim 5
Arthur LangePN não sim sim sim não sim 4
Cim ItauPN não sim sim sim sim sim 5
DuratexPN não sim sim sim não sim 4
EletrobrasPNB sim sim sim sim não sim 5
ElevaON não não sim sim sim sim 4
EmbracoPN sim sim sim sim não não 4
EternitON sim não não sim sim sim 4
FerbasaPN não sim sim sim não sim 4
FertibrasPN sim não não sim sim sim 4
Forjas TaurusPN sim não sim sim sim sim 5
FosfertilPN sim não sim sim sim não 4
Fras-LePN não sim sim sim sim não 4
GerdauON sim não não sim sim sim 4
Ipiranga DisPN sim sim sim sim não não 4
Ipiranga RefPN sim sim sim sim não sim 5
MagnesitaPNA sim sim sim sim sim sim 6
MetisaPN sim sim sim sim sim sim 6
OxitenoPN sim não não sim sim sim 4
Petroq UniaoPN sim sim sim sim não não 4
PolitenoPNB sim sim sim sim sim sim 6
SabespON não sim sim sim não sim 4
Souza CruzON sim sim sim sim sim não 5
UsiminasON sim sim sim sim sim sim 6
WhirpoolPN sim sim sim sim não não 4
Tabela 4.2 – Carteira Final – Análise Benjamin Graham
68
operacional da companhia. Abaixo a tabela 4.3 demonstra os ativos e os múltiplos os quais
estão enquadrados.
69
Assim como na construção da carteira com o método de Benjamin Graham, fez-se
necessário excluir algumas das ações de diferentes classes de um mesmo grupo empresarial a
fim de manter-se a mesma proporção na carteira para cada empresa. Abaixo a tabela 4.4
demonstra a carteira final, coincidentemente também com 25 ações.
Comparando a composição das duas carteiras, podemos observar que 56% das
empresas da carteira elaborada sob os critérios de Graham também compõem a carteira
elaborada com os critérios de Warren Buffett. Essa informação faz sentido e está em linha
com o fundamental teórico revisto neste trabalho, Benjamin Graham foi professor e mentor de
70
Warren Buffett em seu início de carreira, sendo que este sempre defendeu e utilizou os
critérios quantitativos do professor, tendo classificado seu livro The intelligent investor como
“de longe o melhor livro de investimentos já escrito”.
No período de análise determinado para este trabalho o mercado de capitais brasileiro
retrocedeu em termos de liquidez, número de ações listadas em bolsa, fonte de capitação de
recursos pelas empresas e interesse de investidores nacionais e estrangeiros como opção de
investimentos. Isso se deveu , entre outros fatores, às diversas crises em mercados emergentes
ocorridas no período, como a crise financeira da Ásia em 1997, a crise da moratória da dívida
russa em 1998, a crise da desvalorização cambial no Brasil em 1999, o estouro da bolha na
bolsa de tecnologia americana Nasdaq em 2000 e, em 2001, a crise energética no Brasil, os
atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos e a consequente recessão e, por fim, a séria
crise argentina, com moratória da dívida pública e quatro trocas de presidente em três meses.
Assim, a liquidez e o interesse por diversos dos papéis contidos nas carteiras elaboradas neste
trabalho estavam em níveis mínimos, o que facilitou a entrada de diversas ações nas carteiras,
haja visto que as medidas quantitativas adotadas são extremamente criteriosas.
Vale salientar que quatro das empresas que compuseram as duas carteiras fecharam o
capital durante o período, Embraco, Polialden, Cimento Itaú e Oxiteno. Todas as ações da
carteira possuem igual proporção, de tal forma que a partir do momento da saída das ações
supracitadas do mercado a média da carteira passou a ter um denominador menor.
Considerou-se a rentabilidade dos papéis até o último dia de negociação na Bovespa.
Ambas as carteiras foram submetidas às variações no mercado nos cinco anos
subsequentes. As carteiras e as suas respectivas rentabilidades a serem analisadas são
apresentadas nos quadros 1 e 2.
71
QUADRO 1 – RENTABILIDADE DA CARTEIRA DE BENJAMIN GRAHAM
72
QUADRO 2 – RENTABILIDADE DA CARTEIRA DE WARREN BUFFETT
A análise dos resultados tem como objetivo observar os retornos proporcionados pelos
modelos adotados e comparar esses resultados de modo a verificar a possibilidade de
aplicação das análises em conjunto e as principais fragilidades e divergências apresentadas.
Como observado, a carteira que seguir a instrumentária de Benjamin Graham, doravante
carteira I, obteve um expressivo retorno acumulado de 646,6% no período, enquanto que a
73
carteira elaborada sob a ótica de análise de Warren Buffett, doravante carteira II, obteve uma
também expressiva rentabilidade acumulada de 603,1%. O índice Bovespa acumulou no
período uma valorização de 227,6%, enquanto que o CDI (certificado de depósito
interbancário, taxa que geralmente segue os juros básicos da economia definido pela Selic)
acumulou ganhos de 133,5%.
Os grandes destaques foram as empresas ligadas ao setor de commodities, como aço,
minério de ferro, petróleo e produtos agrícolas, casos da Arcelor, Fertibrás, Fosfertil, Gerdau,
Magnesita, Usiminas, Companhia Vale do Rio Doce e Petrobrás. Nesse período, a economia
mundial cresceu a taxas médias superiores a 5%, com grande destaque para o aumento do
comércio internacional e da crescente demanda por commodities, principalmente por parte da
China. Com isso, os preços dos produtos básicos apresentaram grande crescimento no
período. O petróleo saiu de um patamar de USD 25 por barril para atingir USD 80 por barril
ao final de 2006. O minério de ferro também atingiu recordes históricos, com reajustes anuais
em média no período de 25% (vale lembrar que a CVRD é uma das líderes na negociação do
preço do minério com as siderúrgicas mundiais). O preço do aço também foi afetado,
impactando positivamente as empresas do setor e estimulando novas unidades produtivas.
Para citarmos exemplos no setor de commodities agrícolas temos o crescimento do preço da
soja e do açúcar. Enfim, o período analisado foi muito positivo para os setores nos quais
atuam as empresas selecionados nas carteiras I e II, favorecendo o expressivo crescimento que
estas apresentaram no período.
Outros destaques nas carteiras foram as empresas de construção civil e produtos
industrializados, como a Duratex, Eternit, Weg, Tekno e Forjas Taurus, que aproveitaram
bem as oportunidades geradas pelo aumento do comércio internacional e a moeda local fraca
no início da década, e o aquecimento da demanda interna, que estava represada após cinco
anos de crescimento médio da economia na ordem de 2%.
Na carteira I, apenas 8 ações apresentaram retornos abaixo do índice Bovespa, ou 32%
da carteira, e apenas 6 ações acumularam ganhos menores do que o CDI do período. Na
carteira II, apenas 7 ações apresentaram retornos abaixo do índice Bovespa, ou apenas 28% da
carteira, e apenas 5 ações acumularam ganhos menores do que o CDI do período.
Considerando uma carteira híbrida, na qual apenas fariam parte de sua composição as
ações das empresas que estão presentes nas carteiras I e II (Arcelor Brasil, Eletrobrás, Eleva,
Embraco, Eternit, Ferbasa, Forjas Taurus, Fosfertil, Gerdau, Magnesita, Metisa, Politeno,
74
Souza Cruz e Usiminas), obteríamos um retorno acumulado de 725,7%, rentabilidade ainda
mais expressivo do que as auferidas pelas duas carteiras estudadas.
75
Capítulo 5 – Conclusões
76
principais produtos da pauta de exportações nacional subiram vertiginosamente, como por
exemplo o minério de ferro e a soja, contribuindo positivamente para a macroeconomia local
e para as empresas que atuam nesses mercados.
Ainda no que tange ao período de estudo dos dados históricos e de verificação da
performance das carteiras, deve-se ressaltar que, apesar de que os resultados auferidos devem
ser avaliados sob uma ótica mais crítica, haja vista a existência de fatores externos e outros
determinantes no ótimo desempenho das ações brasileiras, pode-se concluir que as duas
filosofias de investimento apresentadas nesse trabalho são tão aplicáveis ao mercado local
quanto ao mercado americano, no qual provaram sua importância e veracidade ao registrarem
expressivos retornos nas carteiras geridas por Benjamin Graham, Warren Buffett e outros
autores citados nos primeiros capítulos.
O presente trabalho pretende também contribuir para as discussões quantitativas e
qualitativas sobre as alternativas de investimentos no Brasil. O tema, de grande importância e
crescente discussão, não conta com o entendimento de parte dos profissionais no mercado
financeiro e investidores, que buscam novas alternativas de aplicação após os juros básicas no
país atingirem níveis mínimos históricos e não remuneraram o seu capital a altas taxas de
juros e com pouca exposição a risco. A corroboração ou contestação dos resultados obtidos
neste estudo por outros trabalhos pode aprimorar as técnicas e alternativas de investimentos
no mercado de capitais brasileiro, contribuindo, em última instância, para o desenvolvimento
sustentável desse mercado.
Diversos novos estudos podem ser feitos na busca de uma relação mais próxima entre
as duas teorias, sua aplicabilidade do mercado brasileiro e as semelhanças entre os mercados
americano e brasileiro, a despeito das particularidades e do nível de desenvolvimento do
mercado local. Ademais, critérios quantitativos alternativos podem ser aplicados, bem como
outras definições e proporções para as variáveis.
Por fim, o presente estudo explanou todo o conceito planejado, indicou as diferenças e
complementariedades de ambas as análises e demonstrou que é viável a utilização de ambas
as filosofias de investimento de acordo com o objetivo de longo prazo a ser alcançado pelo
investidor.
77
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80
Anexos
Anexo I
81
Anexo II
ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
Empresa Classe
dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez-
97 98 99 00 01 02 03 04 05 06
Cremer (ANTIGA) PN 0,4 0,2 0,5 0,8 0,5 -0,6 -3,3 0 0 0
Bombril PN 0,4 0,3 0,7 0,8 0,3 0,2 -0,8 -0,4 -0,5 -0,7
Docas PN 0,1 0,1 0,3 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2
Tecel S Jose PN 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0 0,2 0,3 0,7 -0,9
Recrusul PN 0,2 0,3 0,2 0,1 0,4 0,9 -0,5 -0,1 0 0
Sultepa PN 0,5 0,3 0,1 0,1 0,1 0 0 0,1 0 0,4
Cesp ON 0,4 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2 0,6
Peve Predios PN 0,2 0,3 0,2 0,4 0,4 0,5 0 0 0 0
Cesp PNA 0,4 0,2 0,1 0,2 0,1 0,1 0,2 0,2 0,2 0,6
Mangels Indl PN 0,1 0,1 0,2 0,2 0,1 0,1 0,3 0,6 0,4 0,4
Iven PN 0,9 0,3 0,3 0,4 0,7 0 0 0 0 0
Sergen PN 0,3 0,3 0,3 0,4 0,5 0 0,3 0,3 0,2 0,3
Pettenati PN 0,1 0,1 0,3 0,3 0,3 0,2 0,3 0,4 0,3 0,6
Vigor PN 0,2 0,1 0,2 0,3 0,3 0,2 0,3 0,4 0,3 0,7
Eletrobras PNB 0,5 0,2 0,4 0,3 0,2 0,2 0,4 0,3 0,3 0,3
Eletrobras ON 0,5 0,2 0,3 0,3 0,3 0,2 0,4 0,3 0,3 0,4
Bunge Alimentos PN 0,8 0,5 0,7 0,6 0,7 0 0 0 0 0
Sid Tubarao ON 0,2 0,1 0,3 0,3 0,3 0,5 0,8 1 0 0
Merc S Paulo PN 0,5 0,3 0,5 0,6 0,8 1 0 0 0 0
Oxiteno PN 0,3 0,3 0,7 0,7 0,8 1 0 0 0 0
Sid Tubarao PN 0,2 0,1 0,4 0,3 0,3 0,5 0,9 1,2 0 0
Sondotecnica PNB 0,4 0,4 0,4 0,4 0,3 0,3 0,4 0,7 0,4 0,6
Bardella PN 0,9 0,3 0,4 0,4 0,4 0,3 0,5 0,4 0,3 0,5
Alfa Consorc PNE 0,3 0,6 0,5 0,5 0,5 0,4 0,5 0,5 0,5 0,5
Wlm Ind Com PN 0,2 0,1 0,2 0,4 0,7 0,6 0,5 0,7 0,7 0,8
Alfa Consorc PNF 0,3 0,7 0,5 0,5 0,5 0,4 0,5 0,5 0,6 0,5
Wlm Ind Com ON 0,2 0,3 0,2 0,3 0,7 0,5 0,4 0,7 0,7 1
Alfa Holding PNB 0,3 0,7 0,5 0,6 0,6 0,4 0,5 0,5 0,5 0,5
Alfa Consorc ON 0,3 0,6 0,5 0,5 0,5 0,4 0,6 0,5 0,6 0,6
Alfa Holding PNA 0,3 0,7 0,5 0,6 0,6 0,4 0,6 0,5 0,5 0,5
Ferbasa PN 0,1 0,1 0,5 0,4 0,4 0,7 1 0,9 0,6 0,6
Alfa Holding ON 0,4 0,7 0,5 0,6 0,6 0,4 0,6 0,5 0,5 0,5
Inepar PN 0,8 0,5 0,7 0,4 0,3 0,6 -0,6 1,7 0,4 0,6
Forjas Taurus PN 0,2 0,2 0,4 0,2 0,4 1 0,6 0,5 0,5 1,4
Escelsa ON 0,7 0,4 0,6 0,7 0,5 0,8 0,9 0,8 0 0
82
Bunge Brasil ON 0,6 0,6 0,8 0,8 0,2 0,6 1,9 0 0 0
Cacique PN 0,7 0,5 0,4 0,4 0,5 0 0,5 0,9 0,8 0,9
Pronor PNA 0,9 0,6 0,5 0,6 0,3 0,2 0,5 0,9 0,6 0,6
Cim Itau PN 0,9 0,5 0,9 0,9 0,9 0,9 0,8 0 0 0
Magnesita PNA 0,3 0,2 0,4 0,4 0,4 0,4 0,8 1,1 0,9 1
Alfa Invest PN 0,4 0,6 0,6 0,5 0,5 0,6 0,8 0,7 0,6 0,7
Sabesp ON 0,9 0,3 0,7 0,6 0,5 0,4 0,6 0,6 0,5 0,9
Alfa Financ PN 0,5 0,4 0,5 0,5 0,6 0,5 0,7 0,8 0,8 0,8
Alfa Invest ON 0,5 0,5 0,5 0,5 0,6 0,6 0,8 0,7 0,7 0,7
Alfa Financ ON 0,6 0,4 0,5 0,5 0,6 0,4 0,7 0,8 0,8 1
Eleva ON 0,4 0,3 0,4 0,3 0,3 0,4 0,5 1,7 1,1 1,1
Trafo PN 0,6 0,2 0,4 0,4 0,3 0,2 0,8 1,1 1,1 1,5
Arcelor BR PN 0,2 0,2 0,5 0,5 0,5 1,1 1,5 2,4 0 0
Politeno PNB 0,2 0,1 0,4 0,3 0,3 3,2 0,8 0,9 0,7 0,7
F Cataguazes PNA 0,7 0,4 0,6 0,6 0,5 0,5 0,6 0,8 0,8 2,2
Unipar PNB 0,1 0,1 0,5 0,6 0,6 0,6 1,1 2,1 1,1 1
Acesita ON 0,1 0,2 0,4 0,5 0,4 0,8 1,2 1,8 1 1,5
Acesita PN 0,1 0,3 0,6 0,6 0,4 0,8 1,2 1,9 0,9 1,5
Gerdau Met ON 0,4 0,2 0,6 0,4 0,6 0,6 1,2 1,6 1,5 1,6
Petroflex PNA 0,1 0,1 0,7 0,5 0,7 0,6 1,2 2 1,8 1,3
Usiminas ON 0,7 0,3 0,4 0,4 0,3 0,5 1,3 1,8 1,3 2
Fertibras PN 0,3 0,2 0,8 0,8 0,5 0,6 1,7 1,4 1,2 1,6
Eluma PN 0,4 0,9 0,6 0,6 0,3 0,7 1,3 2,6 1,8 0
Eternit ON 0,7 0,5 0,9 0,9 0,6 0,8 0,8 1,1 1 2
Rossi Resid ON 0,9 0,3 0,4 0,4 0,3 0,1 0,6 0,8 3,5 2
Usiminas PNA 0,4 0,2 0,6 0,5 0,4 0,5 1,9 2 1,4 1,7
Gerdau Met PN 0,4 0,2 0,9 0,6 0,5 0,7 1,4 1,9 1,5 1,7
Alpargatas PN 0,3 0,4 0,6 0,6 0,5 0,5 0,8 1,2 2 3
Alpargatas ON 0,3 0,3 0,6 0,7 0,6 0,6 0,8 1,1 2 3
Arcelor BR ON 0,2 0,4 0,5 0,5 0,4 1,1 1,2 2,1 1,6 2,1
Duratex PN 0,7 0,5 0,8 0,8 0,6 0,7 1 1,5 1,7 2,6
Metisa PN 0,5 0,4 0,7 0,6 0,8 0,9 1,1 2 2 1,9
Plascar Part PN 0,3 0,3 0,9 0,9 0,5 -0,8 0,5 1,7 2,2 4,9
Gerdau ON 0,6 0,3 0,9 0,6 0,7 0,9 1,8 2 1,6 2,1
Arthur Lange PN 0,1 0,1 0,3 0,5 0,5 0,4 0,5 1,2 8 0
Confab PN 0,9 0,4 0,6 0,4 0,7 1 1,4 2,4 1,7 2,5
Sid Nacional ON 0,5 0,4 0,9 0,7 0,5 0,7 1,5 2,1 2 2,7
Brasil ON 0,9 0,8 0,8 0,5 0,9 0,8 1,4 1,8 2 2,5
Guararapes PN 0,7 0,4 0,8 0,5 0,5 0,7 0,9 1,7 4,4 5,4
Randon Part PN 0,3 0,2 0,5 0,6 0,8 1,6 2,6 4,4 3,4 2,9
Ipiranga Ref PN 0,5 0,4 0,9 0,8 0,7 26,2 2,7 2,2 1,9 2
83
Anexo III
84
Gerdau PN 2 1,1 3,2 1,8 1,8 1,7 3,3 2,4 3,4 4,3
Sabesp ON 5,3 1,6 3,2 2,7 2,1 1,4 2,2 2,3 2 3,4
Suzano Papel PNA 1,9 0,5 2,1 1,9 1,5 1,6 3,5 3,8 3,7 6,4
Sid Nacional ON 2,9 2,4 4,3 4,8 2,3 -4,2 4,1 3 2,8 4,6
Caemi PN 1 0,4 1,3 2,4 1,9 3 5,6 6,4 5,1 0
Iochp-Maxion PN 1,7 0,6 3,2 1,1 1,4 0,9 2,5 5,1 4,9 5,9
Metisa PN 2 1,2 2,3 1,9 2 1,9 0 4 6,5 5,6
Arcelor BR ON 0,9 1,1 0,8 1,2 1,1 2,4 3,6 4,1 5,6 6,6
Perdigao S/A PN 3,2 2,5 3,5 4 1,6 1,9 2,9 4,3 5,3 0
Metal Leve PN 2,3 1,9 2,5 2,3 2,2 2,3 2,8 4,3 4,3 4,6
Politeno PNB 0,6 0,4 0,8 0,6 0,7 13,7 2,8 2,5 2,7 5,4
Cia Hering PN 2 1,6 6,9 3,6 1,6 0,9 3,2 2,6 5 3
Telesp ON 4,7 2,3 4,1 1,8 2,4 2,3 3,4 3,8 2,8 3,4
Eternit ON 3,1 1,8 2,7 2,9 2,1 2,2 3,8 3,2 3 6,7
Bompreco PN 13,2 3,6 6,9 2,6 6,1 0 0 0 0 0
Klabin S/A PN 1,8 1 2,4 2,1 3,8 1 3,4 5,1 5,1 7
Light S/A ON 8,8 1,1 1,7 2 0,9 4,2 4,4 2,8 2,7 4,2
Copesul ON 2,8 2,6 3,2 2,9 1,9 1,1 4,1 5,2 4,4 5
Ipiranga Pet ON 3,3 1,3 3,5 4,5 2,7 2,6 2,3 3,6 4,6 5,5
Ipiranga Pet PN 3,6 1,1 3,8 4,8 2,6 3,1 2,6 4,3 3,7 5
Dimed PN 4,2 1,7 3,2 3,3 2,1 2,6 2,7 2,6 6,4 5,9
Albarus ON 2,3 3,9 3,9 7,6 5 4 3,7 4,6 0 0
Petroq Uniao PN 1,4 1 2,1 2,5 3,3 5,7 5,4 5,2 5,3 3,8
Fosfertil PN 2,4 1,8 2,6 2,3 1,7 2 4,4 4,7 6,1 8,1
Eletrobras ON 10,6 2,3 4,1 3,6 1,9 1,2 2,6 2,6 3,2 4,2
Eletrobras PNB 10,9 2,5 4,3 3,4 1,7 1,2 2,5 2,6 3,4 3,9
Fras-Le PN 1,7 1,7 2,6 2,5 1,8 3 3,3 7 7,1 5,9
Sadia S/A PN 3 1,9 3,8 3,7 1,3 1,9 4,2 5,4 5,2 7,8
Dimed ON 4,5 1,7 3,1 3,2 2,7 3 3,6 3,5 7,3 6,2
Duratex PN 4,1 2,4 3 3,3 3 2,9 4,3 4,7 4,8 7,9
Marcopolo PN 2,5 2,3 5,1 2,7 2,2 2 5,3 5,3 5,9 8,2
Telesp PN 5,5 3,8 7,4 2,7 3,1 3,4 4,2 4,1 3,5 4
Petrobras ON 7,4 3,6 7,4 3,1 3,8 4 2,6 3,2 3,7 4,5
Eleva ON 2,3 1,3 1,9 1,4 1,5 1,4 2,6 9,8 4,5 17,8
VCP PN 4,7 2,4 6,4 2,8 4,3 5 5,2 5,2 4,5 5,7
Petrobras PN 10,5 6,6 8,5 3 3,7 3,5 2,4 2,9 3,3 4,2
Ampla Energ ON 9,4 2,2 4 3,1 2,1 2,9 6,4 5,5 5 8
Vale R Doce PNA 5,2 3,9 6,6 5 5,2 6,1 7,6 5,8 5,7 5,8
Vale R Doce ON 4,9 2,8 5,6 4,8 5,1 6,4 8,7 6,8 6,5 6,8
Aracruz PNB 7,4 4,8 7,5 3,3 6,4 8 6,9 6,2 5,9 7,9
Weg PN 4,1 2,6 4,9 3,9 4,3 6,5 7,6 9,2 10 15
Souza Cruz ON 5,9 4,6 8,9 4,4 5,4 5 8,1 9,8 8 9,4
Embraer ON 14,9 1,7 5,8 5,7 3,5 3,9 9,8 5,8 12 18,6
85
Anexo IV
86
Anexo V
87
Whirpool PN 4 8 7 3 3 6 6 5 3 5
Sid Tubarao PN 7 7 9 4 6 6 7 4 0 0
Petroq Uniao PN 4 2 3 3 4 11 7 6 6 5
Albarus ON 8 11 11 9 6 4 4 4 0 0
Sabesp ON 8 5 6 6 5 5 6 6 5 6
Ipiranga Dis PN 4 2 5 6 4 2 5 8 8 14
Petrobras ON 13 11 10 4 4 5 3 4 5 5
Teka PN 7 3 3 2 2 2 -4 -2 9 42
Duratex PN 8 5 7 6 6 7 8 7 6 9
Petrobras PN 17 15 12 3 4 4 3 4 4 5
Arcelor BR PN 5 5 8 4 4 5 12 29 0 0
Forjas Taurus PN 2 2 2 2 3 0 7 6 28 24
Embraer PN 7 4 6 8 4 4 13 10 27 0
Marcopolo PN 2 1 8 4 4 5 11 12 18 19
Souza Cruz ON 8 7 11 5 7 6 11 13 10 11
Ampla Energ ON 12 5 10 8 5 9 18 9 7 9
Celesc PNB 9 13 10 7 3 -3 1 3 3 47
Celesc ON 6 12 9 8 4 0 1 3 2 48
Embraer ON 17 4 7 5 4 4 10 7 22 45
Fosfertil PN 10 7 6 8 6 5 11 11 34 31
Eleva ON 4 3 9 7 6 8 26 69 9 54
Arcelor BR ON 6 8 8 4 3 5 10 25 1309 -104
Cemig ON 9 4 6 4 5 7 5 6 -118 1455
Cemig PN 10 5 9 5 5 7 7 6 -140 1673
88
Anexo VI
89
Anexo VII
90
Gerdau Met ON 10,59 11,71 17,69 27,77 31,47 48,96 71,67 105,6 114,9 128
GPC Part ON 0,627 0,536 0,811 1,166 2,255 3,118 4,045 5,311 5,891 5,66
Guararapes ON 5,702 6,259 8,22 11,39 12,91 14,44 15,54 18,49 24,27 26,22
Ipiranga Dis ON 172,3 171,8 217,1 279,4 353,6 399,1 531,8 597,2 711,2 803,6
Ipiranga Pet ON 43,86 43,11 54,36 69,86 88,77 100,8 135,1 153,4 183,8 209,8
Ipiranga Ref ON 15,18 25,7 41,6 66,5 72,27 81,26 120,5 126,6 122,1 141,6
Karsten ON 0,068 0,072 0,124 0,135 0,169 0,197 0,211 0,221 0,21 0,207
La Fonte Par ON 0,163 0,185 0,606 1,62 1,439 1,655 1,949 2,03 1,93 1,979
Light S/A ON 0,149 0,389 0,373 0,454 0,516 0,096 0,1 0,108 0,037 0,04
Lojas Renner ON 2,951 3,14 4,311 7,08 7,867 9,784 10,97 12,7 9,356 11,81
Manasa ON 0,333 0,329 0,733 0,686 1,245 1,55 1,297 0,811 0,122 0
Marcopolo ON 2,114 2,703 2,831 5,078 6,437 6,592 5,733 7,143 7,659 7,806
Metisa ON 3,579 3,863 4,279 5,228 6,511 8,738 12,33 15,67 15,42 15,68
Oderich ON 5,959 9,305 11,84 12,5 15,81 13,15 16,37 17,7 19,3 16,32
Panatlantica ON 11,35 12,48 22,32 24,73 30,73 32,31 49,02 45,65 34,33 29,81
Paul F Luz ON 0,044 0,053 0,06 0,075 0,136 0,15 0,172 0,188 0,21 0,178
Perdigao S/A ON 8,408 9,238 11,78 13,21 18,23 21,85 28,65 36,57 38,53 31,47
Pet Manguinh ON 1,635 2,25 3,422 4,817 6,891 5,686 8,923 8,892 5,1 2,133
Petrobras ON 4,475 4,144 6,808 11,45 13,23 15,91 21,83 24,67 31,14 36,07
Petroflex ON 9,977 8,43 13,11 16,26 18,6 22,94 31,03 37,11 39,02 38,69
Petropar ON 9,14 10,36 11,78 14,94 18,54 20,3 20,48 24,51 24,06 24,98
Petroq Uniao ON 6,18 5,673 8,305 13,45 14,38 13,93 21,3 26,74 27,49 29,41
Polialden ON 0,164 0,175 0,269 1,264 0,392 0,444 0,44 0,584 0,582 0
Politeno PNB 0,028 0,026 0,038 0,055 0,058 0,003 0,015 0,017 0,018 0,015
Riosulense ON 19,41 16,66 21,93 32,17 38 51,05 71,97 105,5 131,2 151,8
Sansuy ON 4,965 5,04 6,106 7,63 9,684 10,88 12,71 15,35 14,28 13,09
Santos Brasil ON 0,012 0,19 0,135 0,131 0,174 0,227 0,283 0,381 0,45 0,637
Saraiva Livr PN 5,983 7,453 8,318 12,74 14,86 14,35 16,16 17,35 18,92 19,52
Savirg ON 37,32 34,78 42,69 76,11 86,78 99,9 113,7 126,7 95,03 0
Suzano Papel PNA 4,738 4,771 6,907 8,716 9,4 7,998 9,057 9,295 9,807 9,897
Telesp PN 9,789 12,38 10,81 14,79 18,3 20,44 23,92 26,96 29,26 28,95
Unipar ON 0,632 0,585 0,805 1,012 1,369 1,517 2,045 2,87 3,043 3,349
VCP ON 3,57 3,961 6,038 7,546 8,161 10,8 15,27 17,77 17,94 18,59
Vale R Doce ON 1,162 1,113 1,497 2,064 2,295 3,187 4,221 5,98 7,38 9,372
Weg ON 0,716 0,823 0,979 1,294 1,724 2,091 2,787 3,566 4,072 4,873
Wembley PN 0,005 0,007 0,01 0,015 0,017 0,038 0,047 0,059 0,057 0,149
Wlm Ind Com ON 27,31 30,47 43,46 51,12 59,8 75,95 105,8 85,99 47,79 51,48
91
Anexo VIII
92
Nadir Figuei ON 1,07 1,57 1,56 1,68 1,85 1,86 1,89 2,98 2,30 2,95
P.Acucar-CBD ON 0,91 1,60 2,07 2,55 2,69 3,14 3,78 4,33 4,87 5,08
Panatlantica ON 0,75 0,39 0,83 1,30 2,55 3,90 7,54 8,67 2,77 1,74
Perdigao S/A ON 0,76 0,98 1,58 1,25 3,17 2,20 2,87 4,45 4,91 2,15
Pet Manguinh ON 0,22 0,35 0,51 0,47 0,83 (0,00) 0,20 (0,52) (0,77) (0,18)
Petrobras ON 0,62 0,52 1,35 3,88 3,42 3,28 8,06 8,38 11,01 11,88
Pronor ON 2,15 1,22 3,17 3,26 4,34 1,08 0,63 1,10 0,67 (0,43)
Randon Part ON 0,49 0,38 0,38 0,49 0,74 0,81 1,15 2,06 1,71 1,83
Riosulense ON 5,21 2,86 6,13 7,56 7,37 10,91 14,10 16,95 23,37 29,06
Sadia S/A ON 0,24 0,33 0,44 0,32 0,89 0,68 0,95 1,07 1,23 0,90
Santistextil ON 2,51 2,52 3,82 5,76 4,41 8,00 7,95 6,42 5,05 3,06
Saraiva Livr PN 0,85 1,10 1,26 1,85 2,17 2,05 1,80 2,09 3,08 2,64
Souza Cruz ON 1,52 1,68 1,50 1,95 2,62 3,57 3,74 3,62 3,60 4,03
Suzano Papel PNA 0,83 0,92 2,06 2,43 2,84 3,25 3,66 3,66 3,21 3,32
Teka ON 0,55 1,31 1,34 1,76 2,00 1,36 (0,68) (1,31) 0,50 0,47
Tekno ON 2,59 2,60 6,05 8,23 8,74 11,95 11,87 13,53 10,73 14,29
Telesp PN 6,13 6,69 5,62 9,55 9,41 10,00 10,74 12,23 13,35 13,65
Usiminas ON 3,44 2,23 4,49 6,39 6,52 11,19 13,98 25,08 24,80 19,36
VCP ON 0,92 1,06 2,58 3,98 3,72 4,76 7,02 8,34 6,41 7,31
Vale R Doce ON 0,36 0,32 0,63 0,74 0,86 1,33 1,62 2,79 3,66 4,68
Weg ON 0,16 0,20 0,22 0,33 0,45 0,48 0,63 0,78 0,76 1,01
Wembley PN 1,40 1,50 2,61 3,89 4,74 10,47 14,80 16,59 12,63 5,82
Wetzel S/A ON 1,09 3,99 1,59 1,76 1,86 3,18 1,47 3,56 3,14 3,96
93
Anexo IX
ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
Empresa Classe
dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez-
97 98 99 00 01 02 03 04 05 06
Alpargatas ON 27 27 24 20 17 21 18 14 11 6
Azevedo ON 23 7 7 3 2 3 3 2 9 8
Baumer ON 15 9 9 10 3 3 2 9 8 8
Bombril ON 41 23 18 24 14 4 13 28 24 13
Brasmotor ON 23 29 27 18 11 2 1 5 3 0
Buettner ON 81 91 42 36 34 30 26 22 19 21
Docas ON 54 62 27 21 22 29 25 2 7 8
Eluma ON 26 12 9 9 5 0 3 0 2 4
Ferbasa ON 6 5 6 1 1 3 0 0 1 0
Fibam ON 32 19 15 14 11 11 28 23 28 28
Fras-Le ON 51 42 35 25 28 34 23 20 25 16
Granoleo ON 6 6 3 3 1 44 39 37 38 31
Iguacu Cafe ON 37 31 15 22 8 22 14 30 45 44
Itausa ON 2 2 2 1 1 3 1 1 0 0
Kepler Weber ON 27 37 65 15 18 31 25 44 64 126
Lix da Cunha ON 16 13 12 10 8 7 5 6 7 5
Lojas Hering ON 4 3 2 1 1 0 0 0 0 0
M G Poliest ON 66 77 53 36 18 3 4 5 4 3
Marambaia ON 37 37 36 41 24 35 34 34 4 12
Metal Iguacu ON 10 11 16 7 4 3 8 17 18 22
Metal Leve ON 38 20 11 8 5 3 1 0 3 23
Petropar ON 47 42 39 32 25 13 8 10 22 27
Petroq Uniao ON 29 23 16 14 11 22 22 19 19 24
Pronor ON 38 44 45 43 28 12 14 13 11 16
Riosulense ON 28 24 19 16 16 15 23 30 38 41
Schlosser ON 33 32 39 44 24 25 33 49 63 68
Souza Cruz ON 20 14 21 15 3 15 15 18 26 20
Tecnosolo ON 16 26 14 10 6 3 3 7 16 15
Unipar ON 39 34 24 23 20 34 40 37 39 43
Whirpool ON 24 30 27 18 12 2 1 5 3 1
Yara Brasil ON 20 31 69 7 3 3 2 3 4 3
94
Anexo X
95
Anexo XI
Ações enquadradas nos critérios do múltiplo Dívida Curto Prazo/ Dívida Total
ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
Empresa Classe
dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez-
97 98 99 00 01 02 03 04 05 06
Acos Vill ON 69 52 64 19 13 17 31 29 10 31
Bardella ON 89 83 65 21 31 35 39 44 89 67
Brasil Telec ON 33 49 78 39 13 13 43 21 30 21
Braskem ON 27 26 21 28 17 36 35 30 17 27
Caraiba Met ON 70 73 90 94 24 38 77 97 41 43
CEB ON 24 30 58 75 1 42 19 25 33 32
CEEE-GT ON 21 18 21 10 11 12 14 16 23 31
Cemar ON 42 56 29 25 25 37 44 8 6 8
Cia Hering ON 52 56 41 31 30 17 12 14 21 23
Eletrobras ON 16 13 13 11 10 5 7 8 6 8
Forjas Taurus ON 72 71 66 66 44 51 65 77 68 55
Fras-Le ON 43 53 43 26 21 34 25 30 70 56
Light S/A ON 44 62 46 47 27 25 72 68 11 12
Metal Leve ON 74 47 49 63 36 44 51 50 20 90
Metisa ON 89 92 90 88 13 86 49 74 96 49
Parmalat ON 92 81 61 80 44 64 68 77 100 100
Pet Manguinh ON 56 62 88 61 5 93 95 99 75 86
Petrobras ON 67 54 55 47 27 20 19 15 23 28
Politeno ON 39 37 32 27 22 59 48 65 93 89
Randon Part ON 66 90 88 48 37 37 28 27 44 29
Sabesp ON 18 18 14 6 8 17 14 21 11 13
Staroup ON 90 88 86 39 53 66 74 78 77 100
Sultepa ON 40 67 76 76 29 24 62 59 58 82
Telemar N L ON 58 67 74 43 30 31 26 25 32 22
96
Anexo XII
ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
Empresa Classe
dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez-
97 98 99 00 01 02 03 04 05 06
Ambev ON 42 43 40 46 48 54 53 60 64 66
Arcelor BR ON 30 38 41 37 39 42 38 42 37 34
Banese ON 43 34 56 52 58 59 56 59 58 60
Banespa ON 31 31 63 57 64 58 58 66 58 0
Banrisul ON 35 29 37 43 39 37 42 55 53 53
Bombril ON 36 48 49 43 42 38 36 44 57 58
BRB Banco ON 46 40 63 69 69 63 63 75 62 70
Buettner ON 27 31 37 33 30 32 30 28 21 19
Cambuci ON 31 27 32 38 35 34 31 35 37 35
Cia Hering ON 31 30 33 35 35 38 33 35 37 40
Coteminas ON 28 30 30 32 34 34 34 32 27 12
D F Vasconc ON 31 27 42 48 43 49 46 42 41 40
Duratex ON 30 32 36 37 37 37 36 39 41 43
Embraer ON 27 28 29 31 42 45 36 33 24 25
Est Piaui ON 34 44 46 66 49 61 66 77 66 77
Eternit ON 45 50 53 54 51 49 41 44 44 41
Finansinos ON 50 52 55 80 81 77 65 54 68 77
Forjas Taurus ON 36 40 47 46 47 51 48 44 34 34
Gazola ON 26 29 36 36 34 34 23 22 11 29
Itausa ON 53 68 75 72 75 73 74 74 78 79
Karsten ON 27 32 41 33 37 44 35 34 32 25
Klabin S/A ON 28 26 40 43 46 45 45 46 38 35
Lojas Hering ON 54 68 65 77 80 84 86 85 88 86
Lojas Renner ON 38 41 42 43 43 44 45 46 46 46
Metisa ON 28 31 34 32 33 35 29 29 25 28
Parmalat ON 28 30 31 32 35 32 29 14 17 17
Ripasa ON 27 28 42 44 42 37 31 31 26 0
Sao Carlos ON 57 38 81 82 86 83 89 86 88 89
Sid Nacional ON 35 36 39 40 43 47 45 49 46 34
Souza Cruz ON 52 50 58 59 60 63 61 57 58 56
Vale R Doce ON 30 37 46 45 48 48 43 49 52 54
Wembley ON 28 30 30 32 34 34 34 32 27 12
97
Anexo XIII
ANO ANO ANO - ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO
-5 -4 3 -2 -1 1 2 3 4 5
Empresa Classe
dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez-
97 98 99 00 01 02 03 04 05 06
Alfa Consorc ON 48 93 1024 301 317 640 437 339 569 787
Alfa Holding ON 35 87 524 208 241 444 295 277 446 443
Arcelor BR ON 7 7 4 15 17 21 23 27 27 22
Caemi ON 3 5 5 12 13 -7 30 37 48 0
Copel ON 22 24 18 22 29 -13 9 15 15 34
Dohler ON 9 10 13 11 11 12 7 7 -4 0
Eletrobras ON 17 28 15 25 29 23 5 14 9 10
Ferbasa ON 9 7 26 27 37 32 38 33 18 13
Forjas Taurus ON 10 11 14 15 15 14 14 10 9 10
Iguacu Cafe ON 7 10 11 7 13 18 23 8 0 5
Itausa ON 11 43 57 50 49 68 77 84 82 67
Joao Fortes ON 7 3 6 14 14 8 11 1 6 11
Petrobras ON 11 4 8 28 22 17 29 25 27 26
Polialden ON 4 10 23 12 67 22 35 20 6 0
Sondotecnica ON 1 4 9 9 21 13 10 2 15 6
Souza Cruz ON 16 21 28 22 29 37 27 23 21 23
Tekno ON 4 4 12 14 15 19 23 25 20 25
VCP ON 7 2 18 32 35 22 35 30 17 19
Vale R Doce ON 8 6 6 23 14 8 28 33 41 40
Weg ON 18 18 12 17 22 22 23 22 19 20
98
Anexo XIV
99
Anexo XV
ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
Empresa Classe
dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez-
97 98 99 00 01 02 03 04 05 06
Aracruz ON 42 37 62 67 47 43 52 49 48 45
Arcelor BR ON 19 26 41 31 33 31 31 33 30 29
Brasmotor ON 11 11 17 14 14 21 12 10 11 0
Caemi ON 22 25 33 28 36 38 38 48 57 0
Caraiba Met ON 14 17 24 18 22 37 5 13 8 17
Casan ON 24 20 19 14 28 26 19 22 27 24
Coelba ON 23 25 32 37 34 26 31 33 42 38
Duratex ON 19 22 24 27 24 24 23 26 29 31
Eletrobras ON 44 57 46 43 52 56 51 40 32 35
Embraco ON 16 16 20 17 19 18 16 10 10 0
Embraer ON 19 19 22 23 32 30 21 19 12 11
Ferbasa ON 16 16 31 31 42 32 37 34 18 14
Gerdau ON 19 21 26 20 22 23 20 29 24 23
Gerdau Met ON 19 21 25 20 22 23 20 29 24 23
Ipiranga Ref ON 16 20 22 20 18 17 13 17 15 14
Klabin S/A ON 20 16 31 34 31 35 34 36 27 26
Marisol ON 17 18 23 17 20 12 10 17 13 10
Millennium ON 11 22 27 22 28 35 30 30 22 14
Nadir Figuei ON 11 16 17 16 16 14 13 18 14 17
Petrobras ON 14 12 20 34 26 21 37 34 35 33
Pronor ON 15 13 24 17 24 25 13 21 13 -8
Ripasa ON 19 11 31 33 29 27 28 25 23 0
Souza Cruz ON 25 28 25 29 34 39 35 32 30 29
Suzano Papel ON 18 19 30 28 30 41 40 39 33 34
Tupy ON 15 16 30 20 20 24 16 15 0 14
Usiminas ON 23 15 31 35 29 36 35 45 42 34
VCP ON 26 27 43 53 46 44 46 47 36 39
Vale R Doce ON 31 29 42 36 37 42 38 47 50 50
Weg ON 22 25 23 26 26 23 23 22 19 21
Wembley ON 25 21 25 26 28 28 32 28 22 4
Whirpool ON 12 13 15 16 16 16 13 10 11 13
100
Anexo XVI
ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
Empresa Classe
dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez- dez-
97 98 99 00 01 02 03 04 05 06
Aliperti ON 3 2 3 2 5 7 7 7 4 -2
Baumer ON 2 8 5 2 4 16 5 4 9 10
Bombril ON 2 2 16 6 11 26 -327 -140 1 -53
Bradesco ON 1 1 1 2 2 1 1 2 3 2
Cacique ON 4 2 4 5 6 5 9 9 7 3
Coelce ON 3 3 4 4 5 3 4 2 8 12
Copel ON 4 6 4 5 5 -4 2 4 5 10
Coteminas ON 4 3 1 5 6 9 9 8 4 1
Dohler ON 4 4 7 7 6 7 5 5 -1 -1
Embraco ON 6 7 5 6 12 12 4 1 3 0
Forjas Taurus ON 4 8 8 10 11 8 11 6 4 6
Fosfertil ON 8 7 9 7 10 14 17 19 12 12
Iguacu Cafe ON 5 7 9 6 11 14 19 8 1 4
Itaubanco ON 2 2 4 3 3 2 3 3 3 2
Metal Iguacu ON 4 9 11 18 15 11 16 12 2 1
Metisa ON 7 11 11 12 13 16 17 18 12 13
Oderich ON 5 3 2 4 6 2 2 5 -1 -2
Perdigao S/A ON 3 4 3 2 7 0 4 12 10 2
Petrobras ON 4 3 3 15 13 8 13 12 13 12
Petroq Uniao ON 1 5 7 13 8 0 6 13 5 8
Polialden ON 1 3 13 4 33 6 11 7 3 0
Politeno ON 2 5 4 8 5 8 12 15 10 2
Porto Seguro ON 3 6 6 5 4 5 5 4 5 8
Sadia S/A ON 4 9 2 3 6 5 8 8 10 5
Seg Al Bahia ON 5 1 3 2 6 5 14 11 11 7
Sondotecnica ON 1 3 6 4 14 5 4 2 14 9
Souza Cruz ON 16 20 23 22 29 32 25 22 18 21
Tekno ON 4 4 10 17 17 21 22 18 15 17
Vale R Doce ON 4 6 6 9 12 6 12 15 19 11
Weg ON 10 13 9 10 13 12 16 16 11 13
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