Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PPGFIL – UnB
TEXTO 2
1.
1
e o lance a outro; e de outros galos
2.
2
sob o alcance desta questão. Mesmo o nada, por ser o nada, também cai. Nunca podemos
ultrapassar o âmbito desta investigação. O pensamento da filosofia se dirige, pois, para o
ente no todo. A visão que se abre é, aqui, irrestrita. O filósofo, assim, nunca pode sair fora
da filosofia para falar dela. Não existe, neste sentido, nenhuma “metafilosofia”! A
filosofia é sempre uma questão importante para ela mesma. Talvez não seja assim com
outras ciências. A filosofia sempre se põe a si mesma em questão e esta questão é
fundamental. Por isso toda a nossa meditação a respeito da filosofia já se encontra
envolvida no âmbito da filosofia mesma!
Filosofia, antes de ser uma ciência, uma disciplina, uma especialidade, é o próprio
domínio em que o homem existe e insiste, sempre de novo, como o ente finito que ele é.
Filosofia, neste sentido amplo e fundamental, é ação. Filosofia é, originariamente, ação.
Talvez fosse por isso que Kant tivesse dito, certa vez, que não se poderia aprender “a
filosofia”, mas apenas o filosofar. Um nexo íntimo vigora no relacionamento de filosofia
3
e história. Filosofia não é uma mera manifestação no tempo e na história. Ela é, de certo
modo, o próprio aparecimento do tempo e da história. Muitas são as necessidades do
homem: necessidades que dizem respeito à sua sobrevivência, à sua comodidade, etc. O
homem vive sob a pressão das necessidades. Necessidades remetem a necessidades. Mas,
de onde vem isto, que o homem tenha que viver sempre sob a pressão das necessidades?
O homem é, sempre de novo, atingido pelo apelo da necessidade. Ele precisa receber e
admitir este apelo, sempre de novo. Mas a escuta de e a resposta a este apelo o homem
sempre realiza medindo-se com o sentido de ser de tudo o que é. O homem se move
sempre numa interpretação do sentido de ser. Interpretar o sentido de ser de tudo o que é
não é uma entre outras coisas que o homem faz, vez ou outra. É o que o homem está
sempre, de algum modo, fazendo. Compreender e interpretar o sentido de ser constitui o
modo de ser do homem em seu relacionamento com tudo o que é: com o que ele não é e
com o que ele mesmo é. Isso é pensar... filosofar, em sentido mais amplo e fundamental.
Onde o homem realiza o ser-homem em sua especificidade, ali acontece o pensar, o
filosofar em sentido amplo e fundamental. Não importa se o homem tem ciência e
consciência disto. Não importa se ele reflete sobre isto. Reflexão, consciência e ciência
são fenômenos derivados. Pensar – filosofar – é um fenômeno originário, radical. Trata-
se da filosofia como ação e realização do próprio homem histórico, filosofia operativa.
Todas as necessidades humanas, enquanto humanas, estão sob o toque da necessidade do
pensar, do filosofar, isto é, do medir-se com o sentido do ser. O pensar é, neste sentido, o
próprio abrir-se e clarear-se do sentido do ser.
Esta abertura, esta clareira do ser, perfaz a faticidade de nosso viver humano,
enquanto humano. Antes de começar o que quer que seja, nós já fomos começados pela
faticidade de nosso viver humano. Isso é tão familiar e óbvio para nós que se confunde
com a fatualidade do “fato bruto” de existir. Esta fatualidade encobre a faticidade. Faz
com que nós apareçamos como uma coisa entre outras coisas. Encobre que já somos,
sempre, de alguma maneira, um ente cujo modo de ser é determinado pela liberdade. E
isto quer dizer: que somos um ente que tem que se medir sempre de novo com tudo tendo
que decidir sobre o sentido de ser, tendo que se responsabilizar pelo sentido do ser.
Vivemos camuflados como se fôssemos meras coisas entre as coisas. Nossa camuflagem
é tão hábil que nós chegamos a nos enganar a nós mesmos. O humano no homem consiste
em ter que medir-se com o ser: a necessidade de buscar, sempre de novo, o sentido de ser
do que é, a necessidade de ter que responsabilizar-se pelo sentido de ser do que quer que
4
seja. Não é o homem que constitui o medir-se com o ser. É o medir-se com o ser que
constitui o homem (que perfaz o humano no homem). Homem é, na medida em que se
mede com a responsabilidade de buscar e acolher o sentido de ser; e isto não só nas
particulares – pois o exercício de ter que se medir com o sentido de ser se dirige ao que é
no todo, à totalidade do ser. O homem é, assim, abertura de decisão, em que está em jogo,
sempre de novo, a determinação do sentido de ser do ente na sua totalidade, sendo que o
homem mesmo está incluído aí neste todo. Tudo o que é, foi ou será, tudo o que poderia
ser, tudo o que não pode não ser, tudo está sob o toque desta responsabilização de ser,
que constitui o ser do homem. De acordo com o modo como o homem se mede com esta
demanda de responsabilização é que o homem é medido. Pensar é, aqui, este exercício de
ser, que constitui o ser humano.
Que o homem humano seja assim constituído, isto é, esteja lançado nesta dinâmica
de medir-se com o ser tendo que se responsabilizar pelo sentido, sempre de novo, faz com
o que homem seja um ente arrojado na natureza. A natureza não oferece ao homem
somente facilidades, pois se assim o fosse, o homem apenas seguiria o curso da natureza,
como fazem as plantas e os animais. O homem seria um ente ou um vivente satisfeito.
Não haveria aquele radical descontentamento que caracteriza o homem em seus desejos
e nas buscas de seus quereres. A natureza não oferece ao homem apenas dificuldades. Se
assim o fosse, o homem estaria em contradição pura e simples com a natureza, e não em
simples oposição de contrariedade. E se assim fosse, o homem nem mesmo poderia ser e
viver e ser o ser humano que ele é. Concretamente, o homem vive na natureza comum
dos viventes e na sua própria natureza específica. O homem precisa realizar o seu ser-
homem numa dinâmica de responsabilização pelo sentido de ser. Ambíguo,
essencialmente ambíguo, é o modo de ser do homem. Ele se insere na natureza como as
plantas e os animais, mas, por outro lado, ele é constantemente pressionado para a
dinâmica criadora e pela necessidade de diferenciação. O homem não pode apenas viver.
Ele tem que sobre-viver, isto é, ele tem que viver, acionando o seu viver numa dinâmica
de superação de si, em medindo-se com o sentido de ser do ente no todo. Como um tal
ente arrojado para além, ao homem não basta ser natural, ele tem que ser sobre-natural.
Ele é, neste sentido, naturalmente sobre-natural, fisicamente meta-físico.
5
só pode exaltar. Heráclito de Éfeso já tinha dado a esta luta da e pela
sobrevivência uma extensão universal: “o combate é o pai de tudo; de
tudo é senhor; de uns fez homens, de outros, deuses, a uns demonstra
escravos, a outros livres”. À pedra, lhe é dado pronto e acabado seu
modo de ser e de integrar a paisagem. A pedra não tem de conquistar
espaço, na refrega de conflitos e tensões, na disputa de lutas e empenhos
consigo mesma e com os outros. É somente no homem e para o homem
que ser e combater se identificam. Existir é ter de lutar consigo e com
os outros, para transcender sua natureza numa autenticidade de sentido.
Ser homem equivale, pois, a ter o ofício de criar a cada instante o
próprio modo de ser e realizar-se. Ao homem, porém, só lhe é conferida
a possibilidade de ser e não a realidade de existir, esta, ele tem de
conquistar, elaborando num perfil singular, dando uma fisionomia
individual à sua existência. É o sentido da passagem do mito do Gênese:
“comerás o teu pão com o suor do rosto”! O homem tem de ganhar a
vida com o próprio esforço, em todos os níveis de sua realização, não
apenas no nível econômico, mas sobretudo no nível da autenticidade de
um sentido plural e polivalente 1.
Viver como sobre-viver é, pois, a experiência mais arcaica de pensar. Dela advêm
todas as outras: o pensamento mágico dos homens caçadores que pintavam nas cavernas;
que tem no êxtase a forma originária do viver; que se expressa, essencialmente como
dança, que se diz em máscaras; pensamento que se desenvolve sob a égide da Grande
Mãe, a Terra; pensamento dos xamãs. É do viver como sobre-viver que vem o pensamento
dos homens agricultores das origens: pensamento que inventa a cerâmica e a culinária,
que descobre a necessidade da iniciação, que aprende da planta a lei fundamental da vida,
no desenvolvimento circular entre semente e planta; pensamento que encontra-se com o
sagrado e com a religiosidade na oferenda das primícias das colheitas; que descobre a
genealogia; pensamento que no fiar e no tecer, aprende encontra a realidade como textura
de fios de sentidos; pensamento que no operar encontra a realidade como o nexo de
atuação e de efetivação do real; pensamento que, no pastorear, faz a experiência de si
mesmo como o de cuidar; pensamento em que a compreensão é, sempre, um poder-ser,
um ser capaz, no sentido de dominar um trabalho. Pensar é, fundamentalmente, a
experiência de ser e de viver, no sentido do habitar a terra. É cuidar da terra e do que vive.
1
Leão, Emmanuel Carneiro. Filosofia contemporânea. Teresópolis: Daimon, 2013, p. 135.
6
É abrir mundo a partir desse cuidado. É abrir-se ao céu e à terra, aos imortais e aos
mortais. Na memória dos mortos, o homem se experimenta como como ente sobre-
natural, meta-físico.
7
mesma. E aí está a dor: a dor do esforço, a dor do por-fazer, que é
imposta pela situação do pouco, do pobre. Vida é precisar fazer vida;
Vida é irrevogável, incontornável esforço – “pena”, “trabalho”. Neste
sentido, o homem precisa “expiar”, quer dizer, cumprir ou realizar, o
pouco, o pobre, a culpa, que ele é. Neste sentido, ainda, “expiação” diz:
necessidade de ocupação. Nesta direção precisa ser lido também o título
da obra de Dostoievski, Culpa e expiação 2.
Culpa significa, aqui, a própria vida como transcendência, como arrojo. Ser um
homem é já ser, ter-sido, tomado pela transcendência. O homem não é planta nem bicho.
Ele é sob o, desde o, com o poder da transcendência da vida: um ser-jogado na abertura
da liberdade. Expiação é redimir, isto é, resgatar, sempre de novo, esta condição, de ser
um ente cujo modo de ser é liberdade. Toda a ação já está sob a determinação dessa
necessidade da liberdade.
2
Fogel, Gilvan. Da pobreza e da orfandade sem vergonha. Considerações sobre o Riobaldo, de “Grande
sertão: veredas”, de João Guimarães Rosa. In: Schuback, Marcia C. S. (org.). Ensaios de filosofia:
homenagem a Emmanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 66-67.
8
sobre-natureza não lhe chega pronta e acabada, mas como o desafio de
uma tarefa a ser cumprida. Nestes termos, o homem se torna desde
sempre em todas as dimensões e níveis de seu desempenho, um projeto
de vida e de realização. E somente como e enquanto projeto é que vive
e sente, assume e aceita as vicissitudes de mudança e transformação de
sua existência. Tudo o que faz ou deixa de fazer, tudo que é ou deixa de
ser, acha-se a serviço e em função deste seu projeto de vida. Mas nunca
deve-se confundir projeto de vida com programa de uso e consumo.
Programa é combinação de possibilidades dadas, já decididas, já
realizadas e gastas. Projeto, não, projeto é aventura de criar o ser que se
é na aceitação do hibridismo ontológico das diferenças nas peripécias
de sua diferenciação 3.
3
Leão, Emmanuel Carneiro. Filosofia contemporânea. Teresópolis: Daimon, 2013, p. 135-136.
4
Fogel, Gilvan. O que é filosofia? Filosofia como exercício de finitude. Aparecida-SP: Ideias & Letras,
2009, p. 25.
9
Numa preleção de 1941, intitulada “Grundbegriffe” (conceitos fundamentais, isto
é, conceitos do fundamento), Heidegger trata da diferença dos apelos que dirigem sua fala
ao homem, chamando-o em causa e reivindicando-o.
10
(Anmutungen), que advêm à sua essência, isto é, ao seu modo próprio de ser. O homem,
então, volta a sua atenção àquilo de que pode prescindir, mas que, na verdade, o introduz
num domínio de ser caracterizado pela simplicidade e pela clareza. Este domínio é o locus
em que pode ser fundado o reino da liberdade. Neste reino, o ser humano, seguindo o
apelo do Ser, fica de pé no aberto, na medida em que coloca sob si todos os apelos do que
é preciso e do que é útil. A resposta ao apelo do Ser é, na verdade, uma correspondência.
Filosofia é, na verdade, a correspondência da essência do homem histórico ao apelo do
Ser, ao seu chamado. Mas, o que diz este apelo? Que palavra pronuncia? Sua palavra,
porém, corresponde ao silenciamento do mistério. O silenciar do mistério, porém, nada
tem de mudez. No silenciar, a voz do Ser soa e ressoa, tine e retine, percute e repercute
na existência como nunca. Seu silêncio é a quietude do espírito. Seu vigor é suave. Não
pressiona, não constrange, não se impõe. É o apelo da serenidade do Nada, do retraimento
do mistério do Ser. Foi certamente ouvindo tal apelo que Periandro, um dos sete sábios
da Grécia, no oriente do ocidente, sentenciou: “meléta tò pân!”: cuida do Todo. O apelo
do Ser chama o homem para entrar na sua essência de cuidado, de um cuidado, que não
é regido pela inquietude, mas sim pela quietude, pelo recolhimento no essencial. O
homem precisa, como sentenciava Píndaro, vir a ser o que ele, essencialmente, é,
aprendendo com a experiência. Isso acontece como uma incessante libertação para a
liberdade verdadeira, para o reino da liberdade do Ser. É a partir daí que o homem aprende
a cuidar do próprio cuidado, o qual não se dirige apenas a este ou aquele ente, a cada vez,
mas ao Todo. O apelo do Ser requer do ânimo humano o seu cuidado. O homem é
chamado pelo Ser a ser o seu cuidador. É o sentido da famosa imagem da carta sobre o
humanismo, que nomeia o homem como o “Pastor do Ser”.
Pensar, primordialmente, radicalmente, não é um ato que o homem faz, mas o ato
de ser, primordial, que perfaz o modo de ser do homem. Não é uma faculdade e uma
propriedade que o homem tem. É, antes, um traço do ser, da essência, do homem; do
humano, da humanidade nele. Enquanto tal, funda, rege, perpassa e consuma tudo o que
o que o homem vem a ser e deixa de ser, tudo o que o homem produz, põe em obra, faz,
diz. Neste sentido, pensamento é o acontecer do humano no homem.
11
pela revelação do mistério de ser em tudo o que está sendo. Neste sentido, pensar não é
coisa de elite. O pensamento, aqui, porém, não é nem consciência nem ciência. O
pensamento encontra-se na vida dos homens comuns, do povo, como a Rosa de Ângelus
Silesius:
Como flores que florescem por toda a parte, nos lotes abandonados, nos terrenos
baldios, por entre pedras e nas fendas dos muros, floresce o pensamento na vida dos
homens. Sem nenhuma pretensão, de ter, de saber, de poder. Floresce por florescer. Sem
motivo, sem finalidade. Floresce, com a simples experiência de ser, de viver. De viver
“morte e vida severina”. Num “Grande Sertão” e em suas “Veredas”. Floresce na fraqueza
e na ternura da vida. O pensamento floresce na vida real dos homens e mulheres da Terra,
na sua coragem de ser. Na luta diária pela pela vida, luta inglória pela sobre-vida. Floresce
como limpidez intrépida, singela, jovial, mas inaparente. Floresce em meio à pobreza do
ter, como pobreza de ser, pobreza que não é carência, mas abertura para a riqueza
essencial da vida, que não consiste na abundância do ter, de bens, de posses, e de poder,
prestígio, influência, etc. Floresce como finitude agraciada, engraçada, agradecida.
Floresce como humildade. Floresce em meio ao abandono e ao esquecimento. Floresce
como jovialidade em meio à dor. Floresce como o acolher da morte na vida e como o
encontrar da vida na morte.
12
Para o homem, pensar é ser, e ser é pensar. Pensar é o próprio modo de dar-se da
vigência do ser-homem. É a referência de ser para com o ser. O pensar é a própria
presença humana no seu modo de ser, isto é, enquanto existência, ou seja, enquanto
abertura exposta e disposta para o ser. A presença humana é, neste sentido, o espaço
aberto em si mesmo pela irrupção do ser. É um círculo de desvelamento do ser. Pensar é
o acontecer da presença humana. É a abertura da imensidão, altura e profundidade, e
originariedade do ser. Isso é anterior a toda consciência e autoconsciência, a toda reflexão,
a todo discurso. Esta abertura, na medida em que é, como vazio, como nada, deixa ser a
vigência de ser e não ser. A presença humana é esta pura força de abertura. Nela acontece
a clareira do ser.
Em suas peregrinações de ser e não ser, de vir a ser e de deixar de ser, o homem
está sempre viajando por entre a realidade e as realizações. Esta viagem é a experiência.
O homem nunca alcança a realidade. A realidade é que sempre alcança o homem e lhe
atinge de um modo ou de outro. Pensar é ser atingido pelo impacto oblíquo da realidade.
Mais que uma visão da realidade, o pensar é um contato da realidade. É experiência 5. Um
contato pré-discursivo. Todo o discurso chega tarde. Todo o tematizar e refletir, por se
darem no domínio do discurso, é já tardio. No contato doa-se e retrai-se o sentido. Este é
fonte de inteligibilidade e compreensão. O pensar é, neste sentido originário, uma
experiência primigênia do mistério da realidade. O filósofo fala a partir desta experiência.
Esta experiência se oferece como o silêncio da Linguagem. O filósofo fala a partir do
5
Cf. a famosa indicação de Henri Bergson: “um filósofo digno deste nome nunca disse senão uma só coisa:
ou melhor, tentou dizê-la mais do que disse verdadeiramente. E não disse senão uma só coisa porque não
viu senão um só ponto: fosse menos uma visão do que um contato”. É o que Bergson chamava de intuição
filosófica. Este ponto é, talvez, de uma só vez, centro e todo. É potencialmente o todo. É algo como semente
e botão. Algo como fonte. Sendo mais radical, talvez: um vazio... pleno. O simples (sem dobras) de que
emerge todo o desdobramento do todo. Este ponto se encontra, talvez, no íntimo mais íntimo, no âmago do
homem. É daí que ele emerge.
13
silêncio da Linguagem. A Linguagem se diz, isto é, se mostra, se retraindo, isto é,
silenciando-se. Por e para escutar o dizer da Linguagem é que o filósofo fala. O filósofo
nunca pode falar sobre a Linguagem, isto é, fora dela. Só pode falar nela (no seu medium:
meio-elemento) e a partir dela. É desta impossibilidade que nascem todas as
possibilidades de falar e dizer do discurso filosófico.
14