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Caderno Exercícios para o aprimoramento de

habilidades de raciocínio lógico e de leitura e


interpretação de textos, imagens, gráficos e tabelas

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As questões apresentadas neste caderno têm como base o respeito aos Direitos Humanos e
visam ao desenvolvimento da prática reflexiva do estudante por meio do uso do raciocínio lógico, da
articulação de conhecimentos, da análise de enunciados contextualizados, da avaliação crítica de
situações, da comparação de possibilidades e da interpretação de dados.

Questão 1. Economia: sistema de Economia Solidária.

(Enade 2018). Leia o texto a seguir.


A Economia Solidária expressa formas de organização econômica – de produção, prestação de
serviços, comercialização, finanças e consumo – baseadas no trabalho assalariado, na autogestão, na
propriedade coletiva dos meios de produção, na cooperação e na solidariedade. São diversas
atividades econômicas realizadas por organizações solidárias como cooperativas, associações,
empresas recuperadas por trabalhadores em regime de autogestão, grupos solidários informais,
fundos rotativos etc. Nos últimos anos, a Economia Solidária tem experimentado expansão no Brasil,
em especial, dentre os segmentos populacionais mais vulneráveis.
Disponível em <http://www.unisolbrasil.org.br/>. Acesso em 12 jul. 2018 (com adaptações).

Considerando as informações apresentadas, avalie as asserções e a relação proposta entre elas.


I. O fomento de atividades econômicas orientadas pelos princípios da Economia Solidária deve ser
objeto de atenção no âmbito da gestão pública e requer políticas voltadas para essa área de
atuação.
PORQUE
II. A destinação de recursos públicos para empreendimentos fundamentados na Economia Solidária
viabiliza a inclusão de diversos segmentos sociais na economia e promove a valorização de práticas e
saberes construídos coletivamente.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II justifica a I.
B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não justifica a I.
C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E. As asserções I e II são proposições falsas.

Questão 2. Cidades: mobilidade urbana e sustentabilidade.

(Enade 2018). Leia o infográfico a seguir.

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Disponível em <www.thinglink.com>. Acesso em 26 jul. 2018 (com adaptações).

Considerando as informações do infográfico, avalie as afirmativas.


I. No planejamento das cidades, deve-se priorizar o transporte coletivo, situação que está em
consonância com o que ocorre nas cidades mais populosas do Brasil.
II. O engajamento dos cidadãos nos debates e no planejamento das cidades é essencial para o
desenvolvimento de projetos urbanos viáveis, acessíveis e sustentáveis.
III. É necessário que o planejamento de uma cidade sustentável esteja focado na fluidez dos
veículos automotores autônomos, na diversidade de opções de mobilidade e nas modalidades
compartilhadas de transporte.
IV. A utilização de painéis solares para abastecer veículos e a diminuição da emissão de gases
poluentes em uma cidade sustentável são metas ainda distantes de serem atingidas no Brasil,
devido à primazia dos meios de transportes movidos a combustíveis fósseis.
É correto apenas o que se afirma em
A. I. B. II. C. I e III. D. II e IV. E. III e IV.

Questão 3. Fluxos migratórios: políticas de acolhimento.

(Enade 2018 – com adaptações). Leia os textos 1 e 2 a seguir.


TEXTO 1
Os fluxos migratórios, fenômenos que remontam à própria história da humanidade, estão em ritmo
crescente no mundo, tornando urgentes, em todos os países, as discussões sobre políticas públicas
para migrantes. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), 65,6 milhões de
pessoas foram deslocadas à força no mundo em 2016.
Em relação aos destinos de acolhimento, no mesmo período, dados oficiais do Alto Comissariado das
Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) apontam que 56% das pessoas deslocadas no mundo

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foram acolhidas por países da África e do Oriente Médio, 17% da Europa e 16% das Américas.
Considerando o contexto brasileiro, de 2010 a 2015, a população de migrantes vindos de países da
América do Sul cresceu 20% e alcançou o total de 207 mil pessoas.
Disponível em <https://nacoesunidas.org/populacao-de-migrantes-no-brasil-aumentou-no-periodo-2010-2015-revela-agencia-da-onu/>. Acesso em 11 set.
2018 (com adaptações).

TEXTO 2
Recentemente, a situação de imigração no Brasil, por ondas de deslocamento de pessoas nas
fronteiras, tem sido percebida cotidianamente em matérias divulgadas pela grande mídia,
principalmente no caso do estado de Roraima, que tem notificado a entrada de um grande número
de venezuelanos. Somente em solicitações, na condição de refugiados, os venezuelanos
formalizaram 17.865 pedidos de acolhida ao Brasil em 2017.
Disponível em <https://acnur.org/portugues/dados-sobre-refugio/dados-sobre-refugio-no-brasil/>. Acesso em 11 set. 2018 (com adaptações).

Considerando as informações apresentadas, avalie as afirmativas.


I. A situação econômica dos países é fator determinante dos padrões de contorno dos
deslocamentos internacionais e está representada na distribuição geográfica dos continentes
que mais acolhem pessoas deslocadas no mundo.
II. A América do Sul é a região em que há maior acolhimento de povos que, em razão de
conflitos internos em seus países, têm se deslocado em massa.
III. As situações de conflitos entre brasileiros e venezuelanos apontam para a necessidade de
revisão da infraestrutura e das políticas públicas voltadas aos migrantes e refugiados.
É correto apenas o que se afirma em
A. I. B. III. C. II. D. II e III. E. I e III.

Questão 4. Continente africano: história e cultura.


(Enade 2018). Leia a imagem e os textos 1 e 2 a seguir.

Disponível em <www.soubh.com.br>. Acesso em 12 jul. 2018 (com adaptações).

TEXTO 1
A frase em latim “Ex Africa semper aliquid novi”, do escritor romano Caio Plínio, dita há 2.000 anos,
significa “da África sempre há novidades a reportar”. A partir dessa ideia, o curador alemão Alfons
Hugs montou a exposição “Ex Africa”, que conta com 18 artistas de oito países africanos e dois
artistas brasileiros. A ideia da mostra é retratar a produção artística africana sem estereótipos aos
quais estamos acostumados, como objetos de artesanato e referências iconográficas.
Disponível em <https://www.1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/>. Acesso em 12 jul. 2018 (com adaptações).

TEXTO 2

4
Até as vésperas da era colonial era comum encontrar as imagens positivas sobre a África. Árabes e
europeus descreveram as formas políticas africanas altamente elaboradas e socialmente
aperfeiçoadas, entre as quais se alternavam reinos, impérios, cidades-Estado, entre outras. Após a
conferência de Berlim (1885), que definiu a partilha colonial da África, essas imagens “simpáticas”
começaram a sombrear. Reinos e Impérios foram substituídos pelas tribos primitivas, em estado de
guerra permanente, umas contra outras, para justificar e legitimar a Missão Civilizadora, que até hoje
alimenta o imaginário da África no Brasil.
VIEIRA, F. S.S. Do eurocentrismo ao afropessimismo: reflexão sobre a construção do imaginário “África” no Brasil. Em Debate. PUC-Rio, n. 03, 2006 (com
adaptações).

A partir dos textos apresentados, avalie as afirmativas.


I. A África tem sido pensada, por muitos, como um único país, compreendida de forma
monolítica, como se fosse formada por uma cultura única, ou, até mesmo, um lugar de povos
sem cultura alguma, o que contribui e reforça a exclusão social das obras africanas do
sistema de artes visuais.
II. Construídas sob a égide do clichê da miserabilidade, as clássicas representações sobre a
África, que retratam o continente como um celeiro da tradição, do arcaísmo, da produção
manufaturada e artesanal, são estereótipos que precisam ser superados, por serem
incompatíveis com a multiplicidade de expressões artísticas africanas.
III. Os estereótipos sobre o continente africano foram construídos a partir de interesses políticos,
culturais e econômicos que sustentaram, durante séculos, projetos de exploração e ações
excludentes.
É correto o que se afirma em
A. I, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas.
D. II e III, apenas. E. I, II e III.

Questão 5. Internet: realidade e virtualidade.


Leia os textos 1 e 2 a seguir.
Texto 1
Todo mundo já viu, escutou e não conseguiu deixar de entreouvir a conversa de outros passageiros
no ônibus falando sem parar em seus telefones. (...) Há adolescentes e jovens de ambos os sexos
dizendo a alguém, em casa, por qual estação haviam acabado de passar e qual seria a próxima.
Você pode ter tido a impressão de que eles estavam contando os minutos que os separavam de seus
lares e mal podiam esperar para estar com seus interlocutores em pessoa. Talvez não tenha lhe
ocorrido que muitas dessas conversas entreouvidas não eram ´ouvertures’ de conversas mais longas
e substantivas que prosseguiriam em seu lugar de destino – mas seus substitutos. Que essas
conversas não estavam preparando o terreno para a coisa real, mas eram, elas próprias, exatamente
isso: a coisa real... Que muitos desses jovens ávidos por dar seus paradeiros a ouvintes invisíveis
iriam dentro em breve, logo que chegassem, correr para seus próprios quartos e trancar as portas.
BAUMAN, Z. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.

Texto 2

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Disponível em <http://www.willtirando.com.br/tag/celular/page/2/>. Acesso em 04 ago. 2018.

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. Tanto o trecho de Bauman quanto a tirinha apresentam situações em que a proximidade
virtual, por meio do uso do aparelho celular, desempenha o papel da realidade, com a
intenção de substituir o contato direto nas relações interpessoais.
II. Na tirinha, a crítica da mãe ao filho mostra-se infundada, pois ele responde prontamente a
seu chamado.
III. De acordo com Bauman, os jovens convivem com a tecnologia avançada, e isso expande as
fronteiras e as possibilidades inter-relacionais, fortalecendo os vínculos pessoais.
É correto o que se afirma em
A. I, apenas. B. I e II, apenas. C. II e III, apenas.
D. I e III, apenas. E. I, II e III.

Questão 6. Sustentabilidade: produção de lixo e reciclagem.


Leia o texto e o infográfico a seguir.
O campo de estudos sobre sustentabilidade é um dos que mais cresce: trata-se de uma tendência
mundial que parte do princípio clássico de que as empresas devem criar e produzir produtos que
agridam menos a natureza e tornem a vida da comunidade melhor. É preciso lembrar que as
empresas têm papel na sociedade muito mais importante do que apenas gerar lucros para
empresários e acionistas. Geram empregos e possibilitam a movimentação da economia, oferecendo
produtos e serviços com o objetivo de facilitar o dia a dia das pessoas e incentivar a inovação. Nesse
contexto, o mundo corporativo vem adotando atitudes e estratégias para diminuir seus impactos
ambientais e garantir a manutenção a longo prazo dos empreendimentos.
Disponível em <https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/sustentabilidade-e-desenvolvimento-sustentavel-conheca-a-diferenca>. Acesso em
26 set. 2018 (com adaptações).

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Disponível em <http://ideiasgreen.tumblr.com/post/29771340819/infogr%C3%A1fico-sobre-reciclagem-no-brasil>. Acesso em 10 dez. 2017 (com
adaptações).
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. De acordo com o texto, além de gerar empregos e possibilitar a movimentação da economia, as
empresas devem oferecer produtos e serviços com o objetivo de facilitar o dia a dia das pessoas
e incentivar processos de inovação.
II. De acordo com o infográfico, a China, adotando a medida de exportação de lixo para a produção
de papel e brinquedo, consegue economizar 1,2 milhão de toneladas de matéria-prima.
III. De acordo com o infográfico, apenas 6.890.000 toneladas de lixo eletrônico são recicladas no
mundo.
Está correto somente o que se afirma em
A. I e III. B. II. C. III. D. I e II. E. I.

Questão 7. Fake news: falsas realidades.


Leia o artigo e a charge a seguir.
A longa história das notícias falsas
Utilização política das mentiras começou muito antes das redes sociais, e a construção
de outras realidades era uma constante na Grécia antiga
A primeira vítima da guerra é a verdade, afirma um velho ditado jornalístico. Embora o mais correto
fosse dizer que a verdade é vítima recorrente em qualquer sociedade organizada, porque a mentira
política é uma arte tão velha quanto a civilização. A verdade é um conceito fugidio na metafísica e
mutante nas ciências – uma nova descoberta pode anular o que se dava como certo –, mas, no dia a

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dia, o assunto é bem diferente: há coisas que aconteceram, e outras que não; mas os fatos, reais ou
inventados, influenciam a nossa percepção e opinião.
Desde a Antiguidade, verdade e mentira se misturaram muitíssimas vezes, e essas realidades falsas
influenciaram nosso presente. Assim já escreveu o grande historiador francês Paul Veyne em seu
ensaio “Os gregos acreditavam em seus mitos?” (Unesp): “Os homens não encontram a verdade, a
constroem, como constroem sua história”.
Chegados a este ponto, convém fazer uma distinção entre notícias falsas e propaganda: ambas
crescem e se multiplicam no mesmo ecossistema, mas não são exatamente iguais. A propaganda
procura convencer, ser eficaz, e para isso pode recorrer a todo tipo de instrumento, da arte e do
cinema aos pasquins e redes sociais. As notícias falsas, um dos ramos da propaganda, são
diferentes: procuram enganar, criar outra realidade. A preocupação com a perpetuação desses
equívocos e com os mecanismos que os criam e multiplicam não é nova.
Disponível em <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/08/cultura/1528467298_389944.html>. Acesso em 14 jul. 2018 (com adaptações).

Disponível em <https://www.blogderocha.com.br/charges-de-agora-373/>. Acesso em 26 set. 2018.

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. O artigo afirma que as propagandas são sempre falsas e procuram enganar o consumidor.
II. A charge tem por objetivo mostrar que as pessoas sabem identificar a veracidade de uma
notícia, ao contrário do que afirma o artigo.
III. De acordo com o artigo, independentemente de um fato ter ou não ocorrido, a divulgação
dele influencia a opinião pública.
IV. Segundo o artigo, por ser um conceito fugidio, a verdade é sempre transitória, e, assim, não
se pode julgar uma notícia como mentirosa.
Está correto o que se afirma somente em
A. I. B. III. C. III e IV. D. I e III. E. II, III e IV.

Questão 8. Comportamento: pensamento e padronização.


Observe a ilustração a seguir.

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Disponível em <https://br.pinterest.com/pin/340514421817058668/>. Acesso em 30 jul. 2018 .
O objetivo da ilustração é
A. enaltecer o papel das novas tecnologias no desenvolvimento do pensamento autônomo.
B. mostrar que o homem depende da agricultura, pois todas as riquezas são decorrentes dela.
C. criticar a homogeneização do pensamento e do comportamento.
D. criticar as sociedades agrárias, que não têm acesso às tecnologias de comunicação.
E. denunciar o trabalho escravo, especialmente nas lavouras.

Questão 9. Desigualdades sociais: concentração de renda no Brasil.


Leia a reportagem e a charge a seguir.

Dados do IBGE mostram que desigualdade ainda é batalha a ser vencida


IBGE mostrou que 1% mais ricos recebe 36 vezes mais que os 50% mais pobres
Marcello Corrêa - 29/11/2017
RIO - Dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE sugerem que a desigualdade social,
intensificada pela recessão econômica, deve demorar a ser superada no país, na avaliação de
especialistas. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
Contínua, metade dos trabalhadores tinha renda média inferior a um salário mínimo em 2016. Além
disso, a parcela dos 1% com mais rendimentos recebia 36 vezes mais que os 50% mais pobres.
Por mudanças metodológicas na pesquisa, os números não podem ser comparados com os de anos
anteriores. Portanto, o IBGE não divulgou a variação em relação a 2015. Mas, para o economista
Cláudio Dedecca, especialista em trabalho e rendimento da Unicamp, há sinais de que a
desigualdade aumentou no ano passado.
— Os 10% mais ricos do país concentram 43,4% dos rendimentos. Pela metodologia antiga, esse
número era de cerca de 40%. Por mais que haja alteração da amostra, diria que os indicadores
sugerem uma aceleração da desigualdade enorme — disse o pesquisador, que considera correto o
cuidado do IBGE em não comparar diretamente dados de pesquisas diferentes.
Disponível em <https://oglobo.globo.com/economia/economistas-dados-do-ibge-mostram-que-desigualdade-ainda-batalha-ser-vencida-22128307 >. Acesso
em 16 set. 2018.

9
Disponível em <https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/nova/1610368173022699-charges-setembro-2018>. Acesso em 16 set. 2018.

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. O objetivo da charge é criticar as pessoas que, sem verificarem se as informações recebidas
são verdadeiras, fazem comentários sobre a situação do país.
II. A charge e o texto evidenciam a desigualdade social no Brasil. De acordo com os dados, 1%
da população tem renda igual à soma das rendas recebidas por 50% dos trabalhadores.
III. Segundo os dados apresentados, infere-se que os mais pobres concentram quase 60% da
riqueza gerada no país.
IV. Na charge, encontra-se uma crítica à falta de percepção da realidade, pois o personagem com
o celular não enxerga a desigualdade na situação cotidiana.
É correto o que se afirma somente em
A. II e IV. B. III e IV. C. I e III. D. I, II e IV. E. IV.

Questão 10. Comportamento: comentários em redes sociais.


Leia a charge e o texto a seguir.

Disponível em <https://br.pinterest.com/pin/491596115554673681/>. Acesso em 20 set. 2018.

Gente que comenta sem ler


Reflexões sobre uma epidemia digital
Danilo Venticinque

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Clique em qualquer notícia de um grande portal, vá à seção de comentários e faça sua aposta:
quantas pessoas realmente leram todo o texto antes de comentar? Quando comecei no jornalismo,
ingênuo, acreditava que todos liam tudo. Os anos me tornaram cético. Hoje, tenho certeza de que o
número é próximo de zero. Na internet, quase todos nós lemos muito mal.
Num universo de leitura fragmentada, os comentaristas conseguem se destacar negativamente. Ao
contrário dos outros maus leitores, que prestam conta apenas às suas consciências, quem comenta
deixa registrada, definitivamente, a sua falta de atenção. Só não morrem de vergonha disso porque
sabem que ninguém notará suas falhas. Afinal, se quase ninguém lê as notícias, é seguro apostar
que mesmo o mais absurdo dos comentários passará despercebido por todos. Exceto, é claro, por
outros comentaristas.
Quanto maior a audiência de uma notícia, maior a chance de a caixa de comentários se transformar
numa sala de bate-papo delirante, sem nenhuma relação com o assunto original. Não importa se o
texto é sobre a Petrobras, sobre novas marcas de esmalte ou sobre o álbum da Copa: sempre
haverá uma desculpa para transformá-lo em palco para brigas políticas. Quando a vontade de
expressar uma opinião é irresistível, a lógica é o que menos importa.
(...)
Sempre há um ou outro justiceiro que gasta seu tempo apontando incoerências nos comentários
alheios. São criaturas exóticas: leem não só os textos, como também os comentários - e ainda se
dão ao trabalho de notar quando não há qualquer relação entre uma coisa e outra. Os esforços
desses bravos heróis são em vão: a horda de comentaristas enfurecidos imediatamente os
descartará como lacaios de algum partido político ou, pior ainda, metidos a intelectuais. Bem feito.
Quem mandou gastar seu tempo lendo um texto na internet?
Comentários em redes sociais são ainda piores. Lá, não é necessário nem mesmo clicar na notícia
para palpitar sobre ela. Basta ler o título do post que um amigo compartilhou e o campo de
comentários estará logo abaixo, com todos os seus encantos.
(...)
No último primeiro de abril, o site da National Public Radio (NPR) aplicou uma pegadinha impiedosa
em seus leitores: publicou, no Facebook, um texto com o título "Por que a América não lê". Centenas
de pessoas comentaram o assunto. Algumas discordavam, indignadas. Outras concordavam e
discorriam longamente sobre as causas desse fenômeno. O texto da notícia, que ninguém leu,
explicava a piada e dizia algo como "os americanos leem, mas temos a impressão de que eles só
olham o título antes de comentar". Eu não saberia dizer precisamente o que estava escrito lá:
confesso que não li o texto da NPR. Vi o link no Facebook de um ou dois amigos e decidi comentar
sobre o assunto mesmo assim.
Por muito tempo, acreditei que a multidão que comenta sem ler era a escória da internet. Que o
mundo seria melhor se lêssemos todos os textos antes de palpitar sobre eles. Eu estava errado. Hoje
penso exatamente o contrário. A enorme maioria dos textos que circulam pela internet é inútil. Os
comentaristas ensandecidos simplesmente decidiram parar de perder tempo com esse tipo de
bobagem. São seres mais evoluídos do que nós. Basta aplicarem em algo útil todas as horas de
leitura superficial que economizam e logo dominarão o mundo.
Saber comentar sem ler é uma habilidade indispensável para ser bem sucedido no mundo digital. Se
você ainda não aderiu, pare de ler agora e junte-se a nós. Seja bem-vindo ao futuro.
O próximo passo rumo à iluminação digital é aprender a não ler e não comentar.
As discussões na internet, convenhamos, nunca mudaram a opinião de ninguém. Nos meus anos
menos esclarecidos, li muitos debates em seções de comentários. Nunca vi um crítico do governo
terminar uma discussão com "pensando bem, acho que a culpa não é da Dilma". Ou um ativista,
após longas réplicas e tréplicas, decidir dar o braço a torcer: "diante de todos os argumentos aqui
expostos, cheguei à conclusão de que #vaitercopa". As discussões virtuais são tão dispensáveis
quanto as notícias que as antecedem. Abençoado seja quem guarda sua opinião para si e cultiva o
silêncio digital. É o que vou fazer agora. Até a próxima semana.
Disponível em <https://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/danilo-venticinque/noticia/2014/04/gente-que-bcomenta-sem-lerb.html>. Acesso em 20 set. 2018.

Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir.

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I. A charge apresenta um posicionamento oposto ao do artigo, uma vez que ela critica o ato de
comentar sem ler e o autor do texto afirma que “comentar sem ler é uma habilidade
indispensável para ser bem sucedido no mundo digital”.
II. A charge faz referência aos conhecidos macacos (“não vejo”, “não falo”, “não ouço”) e, ao
modificar as características deles, elogia aquele que, em vez de ficar mudo, manifesta-se nas
redes sociais.
III. De acordo com o artigo, o número de pessoas que comentam textos sem ler não é
minoritário.
É correto o que se afirma somente em
A. I e II. B. II e III. C. I e III.
D. I. E. III.

Questão 11. Educação: profissionais generalistas e especialistas.


Leia o texto a seguir.
Profissional generalista ou especialista?
Fernanda Andrade
Essa é uma dúvida que sempre gera questionamentos em muitos profissionais. Embora a maioria das
formações disponíveis no mercado estejam direcionadas para preparar especialistas, o mercado tem
valorizado cada vez mais os profissionais generalistas, aqueles que têm uma visão mais holística.
Um estudo realizado pela Columbia Business School e a Tulane University acompanhou mais de 400
estudantes que se formaram nos melhores MBAs dos Estados Unidos, entre 2008 e 2009, e seguiram
carreira em bancos de investimento. A amostra foi dividida em dois grupos. O grupo dos
especialistas, que era formado por pessoas que já trabalhavam com investimentos antes do MBA, fez
estágio na área e aprofundou-se em finanças.
O grupo dos generalistas que, antes do curso, atuou em outras áreas, como publicidade, fez estágio
em uma consultoria e só mais tarde foi para o mundo dos investimentos. O resultado foi o seguinte:
os bônus recebidos pelos especialistas eram até 36% mais baixos do que os recebidos pelos
generalistas.
Outro estudo, feito pela IDC em parceria com a Microsoft, aponta o mesmo resultado. A pesquisa
analisou mais de 76 milhões de vagas de emprego nos Estados Unidos para selecionar aquelas que
teriam maiores salários e melhores condições de ascensão profissional entre 2016 e 2024. A
conclusão é a de que as oportunidades mais promissoras exigem competências multifuncionais, em
detrimento de habilidades técnicas ou específicas. Novamente, os generalistas aparecem como os
mais valorizados.
Contudo, cabe destacar que os profissionais generalistas não são melhores do que os especialistas. A
diferença, basicamente, está no fato de que os generalistas costumam assumir os cargos mais
elevados, como diretoria e presidência. Esses cargos exigem, além de conhecimento técnico,
habilidades em comunicação, negociação, inteligência emocional, empatia e, logicamente, uma
ampla visão do mercado em que se atua. Entretanto, sempre haverá espaço para os especialistas,
afinal, as questões técnicas devem ser executadas por eles.
Para minimizar as desigualdades entre os dois perfis profissionais, é importante que as empresas
possibilitem a gestão de carreiras em Y. Nesse sentido, esse novo modelo visa à maior valorização
do conhecimento técnico, entendido, atualmente, como tão importante quanto o conhecimento
estratégico e gerencial. Nesse formato, especialistas podem ganhar tanto quanto generalistas e os
dois profissionais são reconhecidos de acordo com a sua relevância. Colocar os dois perfis em pé de

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igualdade é fundamental para criar um ambiente de trabalho harmônico e que favoreça uma
competição saudável entre todos, independentemente da função que desempenhem.
Também é possível que um especialista se torne um generalista e um generalista, um especialista. A
transição entre os perfis pode ser muito enriquecedora nos dois casos. O mundo corporativo é muito
volátil e tudo muda o tempo todo. Com foco e determinação, é possível se preparar para assumir
funções diferentes, mesmo depois de tantos anos executando a mesma função. Os profissionais
devem estar antenados nas oportunidades, estando sempre preparados para quando elas surgirem,
seja como especialista ou como generalista.
Disponível em <http://cio.com.br/carreira/2018/09/17/profissional-generalista-ou-especialista/>. Acesso em 18 set. 2018 (com adaptações).

Com base na leitura, analise as asserções e a relação proposta entre elas.


I. É importante que as empresas possibilitem a gestão de carreiras em Y, com a intenção de que as
diferenças entre os profissionais generalistas e os profissionais especialistas possam ser minimizadas
e de que se criem oportunidades para ambos.
PORQUE
II. Os profissionais generalistas não são melhores do que os especialistas, mas costumam assumir
cargos mais elevados nas organizações, como diretoria e presidência, que exigem, além de
conhecimento técnico, habilidades em comunicação, negociação, inteligência emocional, empatia e
ampla visão do mercado em que se atua.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a asserção II justifica a I.
B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a asserção II não justifica a I.
C. A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma proposição falsa.
D. A asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma proposição verdadeira.
E. As asserções I e II são proposições falsas.

Questão 12. Saúde pública: casos de diarreia.


No quadro a seguir, encontram-se algumas observações de número de casos de diarreia, por bairro
de residência, de um município em determinado período.

Bairro Casos População


Grajaú 27 285
Limoeiro 26 297
Mangueiral 56 923
Floresta 113 1873
Campo Limpo 60 1256
Horto 132 4100
Total 414 8734
Disponível em <http://portalsaude.saude.gov.br>. Acesso em 16 jul. 2016 (com adaptações).

Com base nos dados apresentados no quadro e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas.
I. A distribuição de casos de diarreia ocorreu de modo uniforme nos bairros listados.
II. O bairro Grajaú apresentou a maior taxa de incidência de casos.

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III. O conhecimento dos fatores de risco é irrelevante para a tomada de decisão na situação em
estudo.
É correto o que se afirma em
A. I, apenas. B. I e II, apenas. C. II e III, apenas. D. II, apenas. E. I, II e III.

Questão 13. Controle de informações: o uso de algoritmos.


Leia o texto a seguir.
O mundo mediado por algoritmos
Sistemas lógicos que sustentam os programas de computador têm impacto crescente no
cotidiano
Bruno de Pierro – Revista Pesquisa Fapesp
Os algoritmos estão em toda parte. Quando a bolsa sobe ou desce, eles geralmente estão
envolvidos. Segundo dados divulgados em 2016 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea), robôs investidores programados para reagir instantaneamente ante determinadas situações
são responsáveis por mais de 40% das decisões de compra e venda no mercado de ações no país –
nos Estados Unidos, o percentual chegou a 70%. O sucesso de uma simples pesquisa no Google
depende de uma dessas receitas escritas em linguagem de programação computacional, que é capaz
de filtrar em segundos bilhões de páginas na web – a importância de uma página, definida por um
algoritmo, baseia-se na quantidade e na boa procedência de links que remetem a ela. Na fronteira
da pesquisa em engenharia automotiva, conjuntos de algoritmos utilizados por carros autônomos
processam informações captadas por câmeras e sensores, tomando instantaneamente as decisões ao
volante sem intervenção humana.
(...)Um algoritmo nada mais é do que uma sequência de etapas para resolver um problema ou
realizar uma tarefa de forma automática, quer ele tenha apenas uma dezena de linhas de
programação ou milhões delas empilhadas em uma espécie de pergaminho virtual. “É o átomo de
qualquer processo computacional”, define o cientista da computação Roberto Marcondes Cesar
Junior, pesquisador do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-
USP).
(...)A construção de um algoritmo segue três etapas. A primeira consiste em identificar com precisão
o problema a ser resolvido – e encontrar uma solução para ele. “O desafio é mostrar que a solução
do problema existe do ponto de vista prático, que não se trata de um problema de complexidade
exponencial, aquele para o qual o tempo necessário para produzir uma resposta pode crescer
exponencialmente, tornando-o impraticável”, explica o cientista da computação Jayme Szwarcfiter,
pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A segunda etapa consiste em descrever a sequência de passos no idioma corrente, para que todos
possam compreender. Por último, essa descrição é traduzida para alguma linguagem de
programação. Só assim o computador consegue entender os comandos – que podem ser ordens
simples, operações matemáticas e até algoritmos dentro de algoritmos –, tudo em uma sequência
lógica e precisa.
(...) Um dos casos em que os algoritmos estão sendo utilizados é na automatização de investigações
sobre pornografia infantil. Constantemente, os policiais apreendem grandes quantidades de fotos e
vídeos no computador de suspeitos. Se existirem arquivos com pornografia infantil, o algoritmo ajuda
a encontrá-los. “Expusemos o robô a horas de vídeos pornográficos da internet para extrair dados.
Tivemos que ensinar a ele o que é pornografia”, conta Rocha. Depois, para que pudesse distinguir a
presença de crianças, o algoritmo precisou “assistir” a conteúdos de pornografia infantil apreendidos.
“Essa etapa foi realizada estritamente por técnicos da polícia. Nós da Unicamp não tivemos acesso a
esse material”, salienta. Rocha conta que a análise dos arquivos era feita sem muita automação. “Ao
tornar esse processo mais eficiente, os investigadores da Polícia Federal ganharam tempo e
capacidade para analisar maiores quantidades de dados”.
O impacto dos algoritmos é objeto de análise de outros campos do conhecimento. “Algoritmos já
estão desempenhando um papel moderador. Google, Facebook e Amazon conquistaram um poder

14
extraordinário sobre o que encontramos hoje no campo cultural”, avalia Ted Striphas, professor de
história da cultura e da tecnologia na Universidade do Colorado, Estados Unidos e autor do livro
Algorithmic culture (2015), que examina a influência dessas ferramentas. O antropólogo norte-
americano Nick Seaver, pesquisador da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, dedica-se
atualmente a um projeto baseado em pesquisa etnográfica e entrevistas com criadores de algoritmos
de recomendação de músicas em serviços de streaming. Seu interesse é compreender como esses
sistemas são desenhados para atrair usuários e chamar a sua atenção, trabalhando na interface de
áreas como aprendizado de máquina e publicidade on-line. “Os mecanismos que controlam a
atenção e suas mediações técnicas tornaram-se objeto de grande preocupação. A formação de
bolhas de interesse e de opinião, as fake news e a distração no campo político são atribuídas a
tecnologias desenhadas para manipular a atenção dos usuários”, explica.

Disponível em <http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/04/19/o-mundo-mediado-por-algoritmos/>. Acesso em 18 set. 2018 (com adaptações).

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. Um algoritmo, usado para resolver problemas de qualquer natureza, é uma forma organizada
e sequencial de etapas.
II. Considerando o número de linhas de código dos algoritmos apresentados no infográfico,
podemos concluir que, para uma pessoa qualquer, é muito mais difícil usar o Facebook® do
que utilizar um Boeing 787.
III. Para que um robô pudesse reconhecer pornografia infantil, foi necessário que ele fosse
instruído por programadores da polícia, que inseriram em seus programas linhas de
programação.
IV. As fake news são desenhadas por algoritmos para manipular a atenção de usuários de
computadores.
É correto o que se afirma apenas em
A. I e II. B. I. C. III e IV. D. IV. E. I, III e IV.

Questão 14. Cultura popular: bolo de rolo.


Leia o texto a seguir.
Bolo de rolo
O bolo de rolo, uma espécie de rocambole com camadas finíssimas de pão-de-ló, é um doce
brasileiro, originário de Pernambuco, reconhecido como patrimônio cultural e imaterial do Estado, em
2007, pela Lei Ordinária Nº 379.
Considerado como uma das especialidades típicas da cozinha pernambucana, assim como o famoso
bolo Souza Leão (também reconhecido como patrimônio cultural e imaterial de Pernambuco, em

15
2008), o bolo de rolo derivou-se do bolo português conhecido como colchão de noiva, que era
recheado com amêndoas. No Brasil, o colchão de noiva foi se transformando e sofrendo adaptações
devido à falta de ingredientes das receitas originais na região Nordeste.
O recheio de amêndoas acabou sendo substituído por goiabada, de preferência feita em casa. A
massa passou a ser enrolada em camadas cada vez mais finas. Ao final, o bolo ficou parecido com
um rolo, daí a origem do seu nome.
Era servido como sobremesa ou lanche. Um visitante ilustre não poderia sair de uma casa sem
degustar uma fatia de bolo de rolo. Dessa maneira, foi sendo utilizado como forma de estreitar os
laços de amizades, como forma de agradecimento, como presente e até para “amolecer corações”.
Até o papa João Paulo II, quando da visita ao Recife, em 1980, provou uma fatia.
Passando a ser cada vez mais conhecido e divulgado, o bolo de rolo ganhou fama e começou a ser
feito em praticamente todos os estados do Nordeste brasileiro, embora o original de Pernambuco
guarde características diferentes tanto no sabor como na maneira de fazer. Turistas, e até pessoas
de outros estados, "encomendam" o doce a algum amigo ou parente quando têm oportunidade.
Hoje, o bolo de rolo e o Souza Leão são receitas protegidas, conservadas e valorizadas por sua
importância histórica, cultural e gastronômica para o país.
Disponível em <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=468&Itemid=1>. Acesso em 03 ago. 2018 (com
adaptações).

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. A adaptação às condições da natureza brasileira provocou mudanças na receita do bolo colchão
de noiva e deu origem à produção do bolo de rolo, iguaria reconhecida como tipicamente
pernambucana.
II. A Lei Ordinária No 379/2007 visa a proteger o direito do estado de Pernambuco de ser o único
produtor nacional do bolo de rolo, do bolo Souza Leão e do bolo colchão de noiva.
III. O bolo de rolo pernambucano representa tradições que se mantiveram inalteradas ao longo do
tempo, o que garantiu ao doce ser hoje uma receita protegida, conservada e valorizada por sua
importância histórica, cultural e gastronômica para o Brasil.
É correto o que se afirma somente em
A. I e II. B. I e III. C. III. D. I. E. II.

Questão 15. Pesquisas científicas: novas formas de comunicação.


Leia a matéria a seguir, publicada na edição Nº 269 da revista Pesquisa FAPESP.
Ciência em tirinhas
Por integrar imagem e texto de forma sintética e envolvente, a linguagem das HQs (Histórias em
Quadrinhos) tem sido utilizada com frequência para traduzir resultados de pesquisas complexas para
o público leigo e os jovens em particular. O Conselho Europeu de Pesquisa (ERC) – que apoia grupos
de pesquisa de excelência e investe 17% dos €77 bilhões do orçamento do Horizonte 2020, principal
programa científico da União Europeia – também tem uma linha específica para apoiar a produção de
HQs científicas. Trata-se do programa ERCOMICS, que financia quadrinhos on-line (webcomics)
inspirados em projetos realizados no âmbito do ERC. Um deles é Brain Trippers, que narra a jornada
de pequenos alienígenas que chegam à Terra e invadem um cérebro com a missão de entender
como funciona a mente humana. (…) “Embora seja difícil medir a influência dos quadrinhos na
população, minha experiência sugere que as HQs de ciência podem ter, entre o público em geral,
resultados didáticos similares aos obtidos em salas de aula”, disse Farinella em entrevista à Pesquisa
FAPESP. Além de pesquisador, Farinella é ilustrador e coautor de Neurocomic, uma novela gráfica
que desvenda os principais mecanismos do funcionamento do cérebro e acaba de ser lançada no

16
Brasil. A obra é repleta de metáforas visuais: em uma das páginas, o cérebro torna-se uma central
telefônica que recebe chamadas de várias partes do corpo. “O desafio é trocar palavras por
ilustrações. Sempre que possível, prefiro mostrar, em vez de descrever com palavras”.

Disponível em <http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/07/17/ciencia-em-tirinhas/>. Acesso em 03 ago. 2018.

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. Há incentivos internacionais para que diferentes ramos da ciência sejam divulgados para o
grande público na forma de histórias em quadrinhos, o que transforma complexas
informações científicas em linguagem mais acessível.
II. O Conselho Europeu de Pesquisa, apesar de financiar iniciativas nas áreas de histórias em
quadrinhos científicas, alerta para o fato de elas dificultarem o aprendizado de crianças e
jovens em sala de aula, uma vez que os estudantes são mais atraídos pelos desenhos do que
pelo conteúdo escrito.
III. Os quadrinhos apresentados contradizem o texto da matéria, pois mostram que as histórias
em quadrinhos devem abordar temas menos densos, como o futebol.
É correto o que se afirma em
A. I e III, apenas. B. I, apenas. C. I e II, apenas.
D. II, apenas. E. I, II e III.

Questão 16. Economia: desempenho da indústria brasileira.


O infográfico a seguir, apresentado pelo IBGE e publicado pelo jornal O Globo, apresenta o
comportamento do desempenho da indústria brasileira entre os anos de 2014 e 2016. Nesse
infográfico, mostram-se as quedas percentuais da produção industrial em relação ao mês anterior.

17
Disponível em <https://oglobo.globo.com/economia/2017-sera-ano-do-estancamento-da-queda-da-industria-dizem-economistas-20855088>. Acesso em 12
set. 2018.

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. Entre 2014 e 2016, o desempenho da indústria brasileira foi negativo, com trinta e quatro quedas
consecutivas.
II. A queda de desempenho menos intensa para o setor industrial foi registrada em dezembro de
2016, com índice de -0,1%.
III. No período representado no gráfico, a queda da produção acumulada para a indústria geral foi
de 16,9%, sendo as indústrias de bens de capital e de consumo de bens duráveis as mais
afetadas.
IV. A queda menos intensa em dezembro de 2016 foi um indicativo seguro de que indústria brasileira
teve um comportamento de desempenho positivo nos períodos subsequentes.
Está correto o que se afirma em
A. I, II e III, apenas. B. I, II, III e IV. C. II, III e IV, apenas.
D. I e II, apenas. E. II e III, apenas.

Questão 17. População brasileira: crescimento do número de idosos.


Leia a charge e o texto com dados do IBGE, de 26.04.2018.

18
Disponível em <http://blogs.correiobraziliense.com.br/aricunha/politicas-publicas-nao-acompanham-o-envelhecimento-da-populacao-brasileira/>. Acesso em
29 jul. 2018.
Número de idosos cresce 18% em 5 anos e ultrapassa 30 milhões em 2017
A população brasileira manteve a tendência de envelhecimento dos últimos anos e ganhou 4,8
milhões de idosos desde 2012, superando a marca dos 30,2 milhões em 2017, segundo a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características dos Moradores e Domicílios, divulgada
hoje pelo IBGE.
Em 2012, a população com 60 anos ou mais era de 25,4 milhões. Os 4,8 milhões de novos idosos em
cinco anos correspondem a um crescimento de 18% desse grupo etário, que tem se tornado cada
vez mais representativo no Brasil. As mulheres são maioria expressiva nesse grupo, com 16,9
milhões (56% dos idosos), enquanto os homens idosos são 13,3 milhões (44% do grupo).
“Não só no Brasil, mas no mundo todo vem se observando essa tendência de envelhecimento da
população nos últimos anos. Ela decorre tanto do aumento da expectativa de vida pela melhoria nas
condições de saúde quanto da redução da taxa de fecundidade, pois o número médio de filhos por
mulher vem caindo. Esse é um fenômeno mundial, não só no Brasil. Aqui demorou até mais que no
resto do mundo para acontecer”, explica a gerente da PNAD Contínua, Maria Lúcia Vieira.
Entre 2012 e 2017, a quantidade de idosos cresceu em todas as unidades da federação, sendo os
estados com maior proporção de idosos o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, ambos com 18,6%
de suas populações dentro do grupo de 60 anos ou mais. O Amapá, por sua vez, é o estado com
menor percentual de idosos, com apenas 7,2% da população.
Disponível em <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/20980-numero-de-idosos-cresce-18-em-5-anos-e-
ultrapassa-30-milhoes-em-2017.html>. Acesso em 29 jul. 2018.

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. A charge mostra um cenário promissor em termos de ocupação para a população, que,
conforme os dados do IBGE, está envelhecendo.
II. De acordo com o texto, os idosos representam 18% da população brasileira.
III. O texto afirma que a melhoria nas condições de saúde da população é um dos fatores
responsáveis pelo aumento da expectativa de vida e, portanto, pelo envelhecimento
populacional.
É correto o que se afirma em
A. I e III, apenas. B. II, apenas. C. III, apenas. D. II e III, apenas. E. I, II e III.

Questão 18. Economia: impostos no Brasil e na Argentina.


Os gráficos a seguir apresentam a evolução das porcentagens de diferentes impostos, em relação ao
total de impostos, na Argentina e no Brasil. Nos eixos verticais, temos a porcentagem em relação ao
total de impostos e, nos eixos horizontais, o ano.

19
Disponível em <http://www.oecd.org/tax/tax-policy/global-revenue-statistics-database.htm>. Acesso em 29 jun. 2018.

Com base nos gráficos, analise as afirmativas.


I. Depois de 2010, tanto a Argentina quanto o Brasil apresentaram tendência de queda nos
percentuais de impostos sobre bens e serviços em relação ao total de impostos.
II. De 1990 a 2000, a taxa de crescimento dos percentuais dos impostos sobre lucros e
rendimentos em relação ao total de impostos foi maior na Argentina do que no Brasil.
III. Os dados apresentados permitem concluir que, com exceção dos impostos relativos aos
lucros e aos rendimentos, a carga tributária na Argentina é maior do que a do Brasil.
É correto o que se afirma em
A. I e II, apenas. B. II e III, apenas. C. I e III, apenas. D. II, apenas. E. I, II e III.

Questão 19. Arte e intervenção urbana: pixo e pichação.


Leia os textos 1 e 2 a seguir.
Texto 1
Entre transgressão e arte
Christina Queiroz
Representação gráfica entre a letra e o símbolo, o “pixo” é um elemento visual que permeia a
paisagem paulistana. Pode ser visto em marquises, muros, casas e edifícios, comerciais e
residenciais. Em projeto de pesquisa recém-concluído, o antropólogo Alexandre Barbosa Pereira
analisou “pixações” feitas em diversas regiões da cidade desde os anos 1980. Nesse percurso,
constatou como jovens de periferia envolvidos com a atividade, caracterizada como gênero de arte
urbana cuja essência está em ir além das regras do espaço público, conseguiram obter
reconhecimento em circuitos artísticos nacionais e estrangeiros, apesar da relação de tensão
permanente com o Estado e suas esferas institucionais.
O pesquisador explica que os integrantes do movimento diferenciam o conceito de pixação (com “x”)
de pichação (com “ch”). Enquanto a palavra grafada com “ch” se refere a frases e inscrições legíveis,
o vocábulo com “x” diz respeito à grafia que é entendida apenas pelos integrantes do movimento.
Além disso, envolve articulação em grupos, muitos deles da periferia, que buscam lugares de grande
visibilidade e acesso difícil para deixar marcas individuais ou coletivas e, com isso, questionar a
maneira como a paisagem urbana se estrutura. Qualquer tipo de pichação (ou pixação) é
considerada crime ambiental, conforme dispõe a Lei federal Nº 9.605/98. Além de multa, está
prevista pena de três meses a um ano de prisão aos autores de pichação e grafites não autorizados.
As penalidades são maiores quando envolvem edificações tombadas pelo patrimônio histórico.

20
Estudioso do tema há mais de 15 anos, Pereira, que integra a Rede de Pesquisa Luso-Brasileira em
Artes e Intervenções Urbanas, explica que a pichação, com rabiscos e frases feitas ao acaso, sempre
existiu em São Paulo, porém identifica que a prática se intensificou a partir dos anos 1970, com
versos poéticos escritos em muros e manifestações contra a ditadura. O início da pixação, no
entanto, é mais recente. Surgiu nos anos 1980, por influência de movimentos como punk, heavy
metal, hip hop e de skatistas.
Ao reconhecer a transgressão como parte intrínseca da história do urbanismo, Carlos Zibel, professor
aposentado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP),
lembra que escavações em Pompeia revelaram, nas paredes da cidade italiana soterrada pela
erupção de um vulcão no ano 79 d.C., pichações em grafita e piche feitas contra senadores. “As
linguagens do grafite e do pixo passaram a integrar o repertório da arte contemporânea, mas isso
não elimina as tensões que a pixação indevida gera no espaço urbano. Justamente pelo caráter
transgressor, os pixadores desempenham papel importante na investigação dos limites artísticos”,
conclui.
Disponível em <http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/07/04/entre-transgressao-e-arte>. Acesso em 05 ago. 2018 (com adaptações).

Texto 2

Disponível em <https://bhaz.com.br/2016/03/22/a-pichacao-e-um-ato-que-ao-mesmo-tempo-levanta-duvidas-e-certezas-na-sociedade/>. Acesso em 05 ago.


2018.

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. No texto 2, a frase “pixei o muro na parte de fora tia, da rua que é nossa!” é uma pixação
(com “x”), uma vez que seu conteúdo é desvinculado de crítica social e política.
II. Por meio da pixação, os jovens da periferia inserem-se no espaço urbano, do qual se sentem
excluídos.
III. Por ser constituída de inscrições cuja grafia é compreendida apenas pelos integrantes do
próprio movimento, a pixação não é capaz de levar a sociedade a refletir sobre a ocupação
dos espaços públicos e privados.
IV. A pichação (com “ch”) serviu de instrumento de manifestação política em diferentes
momentos da história da humanidade.
É correto o que se afirma apenas em
A. I e II. B. II e IV. C. I, II e III.
D. I, III e IV. E. II, III e IV.

Questão 20. Saúde: reutilização de preservativos.

21
Leia o texto a seguir.
Autoridades pedem que americanos parem de lavar e reutilizar camisinhas.
Camisinhas são feitas para serem usadas uma única vez, mas muita gente pelo visto não
sabe disso.
Uma das principais agências de saúde pública do mundo, o Centro de Controle e Prevenção de
Doenças (CDC na sigla em inglês), nos Estados Unidos, recentemente viu a necessidade de emitir um
alerta à população. "Estamos falando porque as pessoas fazem isso: não lavem nem reusem
#camisinhas. Use uma nova a cada ato #sexual", publicou a agência, ligada ao Departamento de
Saúde e Serviços Humanos do governo em sua conta no Twitter.
"Enquanto algumas DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) podem ser curadas com antibióticos,
se não são diagnosticadas e tratadas, podem trazer sérias consequências à saúde, como
infertilidade, gravidez ectópica (gravidez anormal que ocorre fora do útero), morte do feto e risco
aumentado de transmissão de HIV", diz o site do CDC. Uma revisão de estudos científicos publicada
em 2012 identificou 14 erros comuns no uso de camisinha. O reuso do preservativo em um mesmo
ato sexual foi identificado em quatro estudos diferentes. De 1,4% a 3,3% dos participantes relatou
já ter feito isso.
Reutilizar uma camisinha aumenta as chances de que ela se rompa. E lavá-la com água e sabão não
adianta para livrá-la totalmente de vírus, bactérias ou esperma. Entre outras falhas frequentes, estão
colocar o preservativo no meio do ato sexual ou tirá-lo antes de acabar e não desenrolar a camisinha
por completo. Ou não apertar a ponta para tirar o ar que pode ficar preso ali, não checar para ver se
o preservativo está danificado de alguma forma ou ainda colocá-lo do lado errado, retirá-lo, virá-lo e
usar o mesmo preservativo em seguida.
O uso correto e constante de preservativos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
reduz em 80% ou mais risco de uma pessoa pegar DSTs, HIV e hepatite viral. O CDC recorda ainda
que este método protege de outras doenças que também podem ser transmitidas dessa forma, como
zika e ebola. A camisinha também é 98% eficaz na prevenção de gravidez quando usada
corretamente, mas esse índice pode cair para 85% em situações cotidianas, com seu manuseio
equivocado.
Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/geral-45026901>. Acesso em 01 ago. 2018 (com adaptações).

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. O reúso de preservativos, de acordo com as pesquisas, é uma prática que implica riscos,
como a maior probabilidade de que a camisinha se rompa.
II. Segundo o texto, 98% das mulheres que engravidam não usam preservativo.
III. Conforme as pesquisas, 80% das pessoas que não usam preservativo são contaminadas com
vírus e bactérias.
É correto o que se afirma em
A. I, II e III. B. I e II, apenas. C. I, apenas. D. II, apenas. E. I e III, apenas.

Questão 21. Economia: taxa de desemprego no Brasil.


A tabela a seguir contém dados referentes à taxa de desemprego no Brasil nos anos de 2016 e 2017,
de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esses dados
estão expressos como porcentagem da população brasileira, que era de aproximadamente 206
milhões de habitantes em 2016 e de 207,7 milhões de habitantes em 2017.

22
Disponível em <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/mercadodetrabalho/180502_bmt_64.pdf>. Acesso em 05 ago. 2018.
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. No primeiro trimestre de 2017, o número de desempregados na região Norte foi igual ao
número de desempregados na região Sudeste.
II. No primeiro trimestre de 2016, existiam mais de 22 milhões de desempregados no país.
III. Em todas as regiões, a taxa de desemprego vem decaindo a partir do segundo trimestre de
2017. No entanto, a taxa média de desemprego em 2017 foi maior do que a registrada em
2016.
É correto o que se afirma apenas em
A. I e II. B. I e III. C. III. D. II. E. II e III.

Questão 22. Ambiente corporativo: liderança.


Leia a tirinha e o texto a seguir.

Disponível em <http://dragoesdegaragem.com/cientirinhas/cientirinhas-3/>. Acesso em 17 set. 2018 (com adaptações).

O que faço se meu chefe é muito centralizador?


Gilberto Guimarães
Pergunta. Sou assessora executiva do CEO da minha empresa. Sempre observei o seu
comportamento centralizador. Ele quer estar por dentro de tudo e não dá autonomia para seus
liderados. Em conversas paralelas, a opinião sobre ele é unânime, muito centralizador e não dá
oportunidades para as pessoas decidirem. Como nós, liderados, devemos nos posicionar para termos
mais autonomia? O que faço se meu chefe é muito centralizador?

23
Comentário. Líder e liderados devem posicionar-se para conseguirem atingir os objetivos comuns
compartilhados com o máximo de produtividade. O importante é conseguir os resultados. Para isso,
na verdade, é o líder que deve se adaptar a cada um dos seus liderados, e não o inverso. É o líder
que precisa usar modelos e estilos diferentes, de acordo com cada situação, cada tarefa, cada
momento, para cada liderado. A escolha de uma atitude depende de cada pessoa, do tipo de
empresa, do tipo de equipe e da situação do momento.
Um líder sempre terá que fazer escolhas em busca de um estilo que se adapte melhor às
circunstâncias, ou seja, às situações, ao momento, aos indivíduos, às tarefas e às empresas. É
importante também que o líder tenha consciência de que liderança significa responsabilidade. Um
líder não pode ser permissivo, nem culpar os outros. Líderes eficazes encorajam e incentivam os
liderados, mas sempre assumem a responsabilidade final. Valorizam sua equipe e cercam-se de
pessoas independentes e autoconfiantes. Liderança é confiança e respeito.
Líderes positivos são flexíveis e acreditam nas pessoas. Sabem que devem se expor e agradar aos
funcionários, clientes e fornecedores, transformando-os em parceiros comprometidos e fiéis. Além
disso, devem estabelecer padrões bem altos para os serviços e níveis de atendimento, que devem
ser medidos, avaliados e cumpridos. Dessa forma, serão considerados como líderes positivos,
tornando-se fonte de credibilidade e admiração.
Disponível em <https://www.valor.com.br/carreira/diva-executivo/5828115/o-que-faco-se-meu-chefe-e-muito-centralizador>. Acesso em 17 set. 2018 (com
adaptações).

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. Na tirinha, o líder, que está com uma máscara preta, conseguiu os resultados adaptando-se
aos seus liderados, uma vez que todos concordaram com o nome “Estrela da Morte”.
II. Um líder que não é centralizador é considerado permissivo, pois, ao não “tomar as rédeas”
das decisões, ele pode colocar a responsabilidade final nos seus liderados.
III. Os líderes que valorizam as pessoas e não temem exposições são, em geral, líderes positivos
e fonte de credibilidade e admiração.
IV. Para que não existam conflitos, a escolha dos liderados é feita em função das características
do líder, não importando o grau de eficiência dos serviços e os níveis de atendimento.
É correto o que se afirma apenas em
A. III. B. II. C. III e IV. D. I e IV. E. I, III e IV.

Questão 23. Meio ambiente: desmatamento e mudanças climáticas.


Leia o texto a seguir.
Sustentabilidade da Amazônia é fator-chave para frear mudanças climáticas
Karina Toledo - Agência FAPESP
O combate ao desmatamento da Amazônia e a promoção de iniciativas de reflorestamento em larga
escala visando a aumentar o armazenamento de carbono na biosfera terrestre são estratégias
essenciais para evitar o agravamento das mudanças climáticas, segundo avaliação feita pelos
participantes da 5ª Conferência Regional sobre Mudanças Climáticas Globais na tarde de terça-feira
(05/06/2018).
O painel dedicado ao tema “Florestas Tropicais e Sustentabilidade” foi coordenado por Thelma Krug,
membro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e vice-presidente do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). A pesquisadora apresentou dados divulgados
em 2014, no Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, e destacou a importante contribuição das
florestas tropicais como sumidouros de carbono, ou seja, para a absorção de parte do CO2 emitido
pelas atividades humanas.
“Das emissões totais anuais, 30% aproximadamente acabam retornando para a biosfera terrestre e
outros 30% são sequestrados pelos oceanos. Cerca de 40% permanecem na atmosfera. O CO2 é
24
considerado um dos gases mais críticos, pois cerca de 30% permanecem por mais de cem anos na
atmosfera”, disse.
Segundo Krug, na última década, houve mudança significativa nas fontes de emissões antrópicas de
CO2 devido a dois fatores principais: iniciativas de reflorestamento em larga escala adotadas na
China e a significativa queda no desmatamento da Amazônia registrada a partir de 2004. “O
desmatamento era o nosso grande vetor de emissões e hoje passou a ser a agricultura e a geração
de energia”, afirmou.
Krug lembrou ainda que, na conferência que antecedeu a assinatura do Acordo de Paris, em 2015, o
Brasil comprometeu-se a reduzir em 37% as emissões até 2025, tendo como ponto de partida as
emissões de 2005, podendo chegar à redução de 43% até 2030.
“O Brasil fez o exercício de dizer como seria possível atingir essa meta e a mudança no uso da terra
tem contribuição significativa. Isso inclui combate ao desmatamento ilegal na Amazônia, recuperação
de florestas e áreas degradadas e reflorestamento”, disse.
Carlos Nobre, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas,
falou sobre como os impactos causados pela mudança no uso da terra podem prejudicar a
capacidade da floresta amazônica de se autossustentar.
Nobre comentou sobre sua participação em pesquisas que permitiram levantar a hipótese da
savanização da floresta. Segundo essa teoria, se o desmatamento atingir determinado limite, em
torno de 40%, a alteração no clima regional será tão profunda que a área desmatada nunca voltará
a ser uma floresta e assumirá características de savana.
Falou ainda sobre projeções mais recentes que levaram em conta, além do desmatamento, outros
fatores que começaram a impactar o ciclo hidrológico amazônico, como as mudanças climáticas e o
uso indiscriminado do fogo por agropecuaristas durante períodos secos – com o objetivo de eliminar
árvores derrubadas e limpar áreas para transformá-las em lavouras ou pastagens.
Segundo Nobre, a combinação desses três fatores indica que o novo ponto de inflexão a partir do
qual ecossistemas na Amazônia Oriental, Sul e Central podem deixar de ser floresta seria atingido se
o desmatamento alcançar entre 20% e 25% da floresta original – algo que está muito perto de
ocorrer, segundo o pesquisador.
“Até 2004, havia uma ideia clara entre os economistas de que o desmatamento era controlado pela
demanda de grãos e proteína animal e de que a economia controlava a taxa de ocupação na
Amazônia. Mas tivemos uma política muito bem-sucedida a partir de 2004, reforçada em 2008, e
com muita vigilância e conscientização o desmatamento despencou. No entanto, o preço da carne e
da soja continuou a subir, e a produção agrícola só aumentou no período. Isso mostra que há um
desacoplamento entre os dois fatores”, disse.
Mortes precoces
Paulo Moutinho, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), também destacou a
importância da ciência para extinguir o desmatamento na maior floresta tropical do planeta.
Segundo o pesquisador, a área já desmatada equivale a duas vezes o tamanho da Alemanha ou do
Estado de São Paulo – cerca de 74 milhões de hectares. Desse total, 65% são usados em pastagens
de baixa eficiência.
“O desmatamento ocorrido entre 2007 e 2016 [7.502km2] adicionou R$453 milhões em valor bruto
da produção agropecuária, o que equivale a 0,013% do Produto Interno Bruto (PIB) médio no
período”, disse.
Por outro lado, acrescentou, o desmate causou centenas de mortes precoces devido às queimadas e
um gasto de R$ 15 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS) com o tratamento de doenças
relacionadas à fumaça, gerou conflitos sociais e provocou aumento de 0,5ºC nas temperaturas da
bacia do Xingu. “Não há motivos que justifiquem a derrubada da floresta. Sabemos como fazer, já
derrubamos as taxas. Mas agora estamos estagnados”, afirmou.
Disponível em <http://agencia.fapesp.br/sustentabilidade-da-amazonia-e-fator-chave-para-frear-mudancas-climaticas/27974/>. Acesso em 19 set. 2018 (com
adaptações).

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. Desde 2014, observa-se queda no desmatamento da Amazônia, com a implantação de ações
de recuperação de florestas e áreas degradadas e de reflorestamento, mas isso não impediu

25
que o Brasil continuasse a contribuir com emissões de CO2 em função das atividades nos
campos da agropecuária e da geração de energia.
II. Segundo a teoria da savanização da floresta, quando o desmatamento alcança certo limite,
em torno de 40%, as mudanças no clima regional são suficientemente severas para que a
área desmatada não retorne a ser uma floresta e adquira características de savana. Por isso,
os compromissos assumidos pelo Brasil na conferência que antecedeu o Acordo de Paris, em
2015, não terão as consequências esperadas.
III. A área da Amazônia já desmatada, em torno de 74 milhões de hectares, é equivalente ao
dobro do tamanho da Alemanha ou do Estado de São Paulo. O desmatamento ocorrido entre
2007 e 2016 gerou perdas de R$453 milhões em valores brutos da produção agropecuária,
provocou aumento de 0,5ºC nas temperaturas da bacia do Xingu e causou centenas de
mortes precoces devido às queimadas, com gastos de R$15 milhões para o Sistema Único de
Saúde (SUS) no tratamento de doenças relacionadas à fumaça.
É correto o que se afirma em
A. I, II e III. B. I e II, apenas. C. I e III, apenas.

Questão 24. Ciência e saúde: infecção de vírus pelo mosquito Aedes aegypti.
Leia a reportagem a seguir, publicada na edição nº 428 da revista Saúde é Vital.
O elo entre zika vírus e microcefalia
Um dos dramas mais recentes na saúde brasileira foi o aparecimento do zika, vírus transmitido pelo
mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue. No Nordeste do país, o ataque do vírus se fez
sentir de uma maneira ainda mais trágica: ao infectar gestantes, o vírus induzia a malformação do
sistema nervoso do feto, provocando a chamada microcefalia. Figura central no estabelecimento
dessa associação foi a epidemiologista Celina Turchi, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ela
capitaneou o estudo de caso, inédito no planeta, que confirmou as suspeitas de que o zika, e não
outros fatores, era responsável por alterações fisiológicas e estruturais no sistema nervoso dos bebês
em desenvolvimento. Estava batido o martelo: o vírus era o causador dos casos de microcefalia.

26
Disponível em <https://saude.abril.com.br/medicina/amamentacao-hpv-e-zika-protagonizam-premiacao-nacional/>. Acesso em 08 mai. 2018.

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. A pesquisa da Fiocruz foi realizada com 32 crianças com microcefalia e 64 crianças sem
microcefalia, ou seja, 50% das crianças estudadas eram portadoras da doença.
II. De acordo com os estudos liderados por Celina Turchi, o vírus zika, disseminado principalmente
pela picada do mosquito Aedes aegypti, é o causador dos casos de microcefalia, e essa doença é
da mesma família da dengue e da febre amarela.
III. Pela reportagem, estima-se que mais de 20% dos casos de infecção por zika no mundo
ocorreram no Brasil.
É correto o que se afirma apenas em
A. I e III. B. II. C. III. D. II e III. E. I, II e III.

Questão 25. Sociedade: padrões de beleza variáveis com as épocas.


Leia a charge a seguir.

27
Disponível em <http://www.bixodagoiaba.com.br/2013/04/padrao-de-beleza-ao-longo-dos-anos.html>. Acesso em 10 ago.2017.

Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as asserções e a relação entre elas.
O objetivo da charge é mostrar que, em épocas distintas, existem pessoas insatisfeitas por não
apresentarem o padrão de beleza socialmente determinado.
PORQUE
A charge mostra, em diferentes períodos históricos, meios pelos quais os padrões de beleza, que
dependem da época, são reforçados no imaginário social.
Assinale a alternativa correta.
A. A primeira asserção é falsa, e a segunda asserção é verdadeira.
B. A primeira asserção é verdadeira, e a segunda asserção é falsa.
C. As duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira.
D. As duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira.
E. As duas asserções são falsas.

Questão 26. Ciência e tecnologia: uso de material polimérico (hidrogel).


(Enade 2017) Hidrogéis são materiais poliméricos em forma de pó, grão ou fragmentos semelhantes
a pedaços de plástico maleável. Surgiram nos anos 1950, nos Estados Unidos da América e, desde
então, têm sido usados na agricultura. Os hidrogéis ou polímeros hidrorretentores podem ser criados
a partir de polímeros naturais ou sintetizados em laboratório. Os estudos com polímeros naturais
mostram que eles são viáveis ecologicamente, mas ainda não comercialmente.
No infográfico abaixo, explica-se como os polímeros naturais superabsorventes, quando misturados
ao solo, podem viabilizar culturas agrícolas em regiões áridas.
Por dentro dos hidrogéis
Saiba como funcionam os polímeros superabsorventes que ajudam a reter no solo, por mais tempo,
a água da chuva ou da irrigação.

28
Disponível em <http://www.revistapesquisa.fapesp.br>. Acesso em 18 jul. 2017 (com adaptações).

A partir das informações apresentadas, assinale a opção correta.


A. O uso do hidrogel, em caso de estiagem, propicia a mortalidade dos pés de café.
B. O hidrogel criado a partir de polímeros naturais deve ter seu uso restrito a solos áridos.
C. Os hidrogéis são usados em culturas agrícolas e florestais e em diferentes tipos de solos.
D. O uso de hidrogéis naturais é economicamente viável em lavouras tradicionais de larga escala.
E. O uso dos hidrogéis permite que as plantas sobrevivam sem a água da irrigação ou das chuvas.

Questão 27. Energia: sistema de tarifação da energia elétrica (tipos de bandeiras).


(Enade 2017 – com adaptações) Leia o texto a seguir.
O sistema de tarifação de energia elétrica funciona com base em três bandeiras. Na bandeira verde,
as condições de geração de energia são favoráveis, e a tarifa não sofre acréscimo. Na bandeira
amarela, a tarifa sofre acréscimo de R$0,020 para cada kWh consumido, e na bandeira vermelha,
condição de maior custo de geração de energia, a tarifa sofre acréscimo de R$0,035 para cada kWh
consumido. Assim, para saber o quanto se gasta com o consumo de energia de cada aparelho, basta
multiplicar o consumo em kWh do aparelho pela tarifa em questão.
Disponível em <http://www.aneel.gov.br>. Acesso em 17 jul.2017 (com adaptações).

Na tabela a seguir, são apresentadas a potência e o tempo de uso diário de alguns aparelhos
eletroeletrônicos usuais em residências.

29
Disponível em <https://www.educandoseubolso.blog.br>. Acesso em 17 jul.2017 (com adaptações).

Considerando as informações do texto, os dados apresentados na tabela, uma tarifa de R$0,50 por
kWh em bandeira verde e um mês de 30 dias, avalie as afirmativas a seguir.
I. Em bandeira amarela, o valor mensal do gasto com energia elétrica para um chuveiro de
3.500W seria de R$1,05 e de R$1,65 para um chuveiro de 5.500W.
II. Deixar um carregador de celular e um modem de internet em stand-by conectados na rede
de energia durante 24 horas por dia representa um gasto mensal de R$5,40 na tarifa de
energia elétrica em bandeira verde, e de R$5,78, em bandeira amarela.
III. Em bandeira verde, o consumidor gastaria mensalmente R$3,90 a mais na conta de energia
elétrica em relação a cada lâmpada incandescente usada no lugar de uma lâmpada LED.
É correto o que se afirma em
A. II, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas.
D. I e III, apenas. E. I, II e III.

Questão 28. Meios de comunicação: tempo de recepção de informações televisivas.


(Enade 2017) Sobre a televisão, considere a tirinha e o texto a seguir.
TEXTO 1

TEXTO 2
A televisão é este contínuo de imagens, em que o telejornal se confunde com o anúncio de pasta de
dentes, que é semelhante à novela, que se mistura com a transmissão de futebol. Os programas mal
se distinguem uns dos outros. O espetáculo consiste na própria sequência, cada vez mais
vertiginosa, de imagens.

30
PEIXOTO, N. B. As imagens de TV têm tempo? In: NOVAES, A. Rede imaginária: televisão e democracia. São Paulo: Companhia das Letras, 1991 (com
adaptações).

Com base nos textos 1 e 2, é correto afirmar que o tempo de recepção típico da televisão como
veículo de comunicação estimula a
A. contemplação das imagens animadas como meio de reflexão acerca do estado de coisas no
mundo contemporâneo, traduzido em forma de espetáculo.
B. fragmentação e o excesso de informação, que evidenciam a opacidade do mundo
contemporâneo, cada vez mais impregnado de imagens e informações superficiais.
C. especialização do conhecimento, com vistas a promover uma difusão de valores e princípios
amplos, com espaço garantido para a diferença cultural como capital simbólico valorizado.
D. atenção concentrada do telespectador em determinado assunto, uma vez que os recursos
expressivos próprios do meio garantem a motivação necessária para o foco em determinado
assunto.
E. reflexão crítica do telespectador, uma vez que permite o acesso a uma sequência de assuntos de
interesse público que são apresentados de forma justaposta, o que permite o estabelecimento de
comparações.

Questão 29. Sociedade: sociedade de consumo.


Leia os quadrinhos e o texto do sociólogo Zygmunt Bauman.

Disponível em <http://agoradopensamento.blogspot.com.br/2015/07/filosofia-em-quadrinhos-mafalda_24.html>. Acesso em 30 jun. 2017.

A “sociedade de consumidores” é um tipo de sociedade (recordando um termo, que já foi popular,


cunhado por Althusser) que “interpela” seus membros (ou seja, dirige-se a eles, saúda-os, apela a
eles, questiona-os, mas também os interrompe e “irrompe sobre” eles) basicamente na condição de
consumidores. (...) Ela avalia – recompensa e penaliza – seus membros segundo a prontidão e
adequação da resposta deles à interpelação. Como resultado, os lugares obtidos ou alocados no eixo
da excelência/inépcia do desempenho consumista se transformam no principal fator de estratificação
e no maior critério de inclusão e exclusão, assim como orientam a distribuição do apreço e do
estigma sociais, e também de fatias da atenção do público.
BAUMAN, Z. Vida para consumo. São Paulo: Nacional, 2008.

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. Os quadrinhos e o trecho de Bauman tratam do valor do indivíduo na nossa sociedade, em
que o consumo é considerado um critério para inclusão ou exclusão social.

31
II. O personagem dos quadrinhos está lendo uma frase de Bauman, com a qual concorda, pois a
essência de um indivíduo encontra-se em seu caráter.
III. Segundo o sociólogo, a incapacidade de consumir implica a penalização social do indivíduo.
Assinale a alternativa certa.
A. As afirmativas I, II e III são corretas. B. Somente as afirmativas I e III são corretas.
C. Somente a afirmativa III é correta. D. Nenhuma afirmativa é correta.
E. Somente a afirmativa I é correta.

Questão 30. Sociedade e economia: ações que integram sociedade, economia e biosfera.
(Enade 2017) Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) compõem uma agenda mundial
adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, em setembro de
2015. Nessa agenda, representada na figura a seguir, são previstas ações em diversas áreas para o
estabelecimento de parcerias, grupos e redes que favoreçam o cumprimento desses objetivos.

Disponível em <http://www.stockholmresilience.org>. Acesso em 26 set. 2017 (com adaptações).

Considerando que os ODS devem ser implementados por meio de ações que integrem a economia, a
sociedade e a biosfera, avalie as afirmativas a seguir.

32
I. O capital humano deve ser capacitado para atender às demandas por pesquisa e inovação em
áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável.
II. A padronização cultural dinamiza a difusão do conhecimento científico e tecnológico entre as
nações para a promoção do desenvolvimento sustentável.
III. Os países devem incentivar políticas de desenvolvimento do empreendedorismo e de
atividades produtivas com geração de empregos que garantam a dignidade da pessoa
humana.
É correto o que se afirma em
A. II, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas.
D. I e III, apenas. E. I, II e III.

Questão 31. Economia: produção de alimentos e sustentabilidade ecológica (agricultura


familiar).
(Enade 2017) Leia o texto a seguir.
Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura de
2014, a agricultura familiar produz cerca de 80% dos alimentos no mundo e é guardiã de
aproximadamente 75% de todos os recursos agrícolas do planeta. Nesse sentido, a agricultura
familiar é fundamental para a melhoria da sustentabilidade ecológica.
Disponível em <http://www.fao.org>. Acesso em 29 ago. 2017 (com adaptações).

Considerando as informações apresentadas no texto, avalie as afirmativas.


I. Os principais desafios da agricultura familiar estão relacionados à segurança alimentar, à
sustentabilidade ambiental e à capacidade produtiva.
II. As políticas públicas para o desenvolvimento da agricultura familiar devem fomentar a
inovação, respeitando o tamanho das propriedades, as tecnologias utilizadas, a integração de
mercados e as configurações ecológicas.
III. A maioria das propriedades agrícolas no mundo tem caráter familiar, entretanto o trabalho
realizado nessas propriedades é majoritariamente resultante da contratação de mão de obra
assalariada.
É correto o que se afirma em
A. I, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas. D. II e III, apenas. E. I, II e III.

Questão 32. Sociedade e comunicação: desenvolvimento de relações sociais em redes.


Leia o texto, fragmento da entrevista do filósofo Zygmunt Bauman ao jornal El País.
As redes sociais são uma armadilha
A diferença entre a comunidade e a rede é que você pertence à comunidade, mas a rede pertence a
você. É possível adicionar e deletar amigos, e controlar as pessoas com quem você se relaciona. Isso
faz com que os indivíduos se sintam um pouco melhor, porque a solidão é a grande ameaça nesses
tempos individualistas. Mas, nas redes, é tão fácil adicionar e deletar amigos que as habilidades
sociais não são necessárias. Elas são desenvolvidas na rua, ou no trabalho, ao encontrar gente com
quem se precisa ter uma interação razoável. Aí você tem que enfrentar as dificuldades, se envolver
em um diálogo [...] As redes sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar a

33
controvérsia… Muita gente as usa não para unir, não para ampliar seus horizontes, mas ao contrário,
para se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som que escutam é o eco de
suas próprias vozes, onde o único que veem são os reflexos de suas próprias caras. As redes são
muito úteis, oferecem serviços muito prazerosos, mas são uma armadilha.
Disponível em <https://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/30/cultura/1451504427_675885.html>. Acesso em 06 ago. 2017.

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. Segundo o texto, as redes sociais permitem que o indivíduo gerencie suas relações pessoais sem
necessariamente lançar mão de aptidões sociais, como, por exemplo, o diálogo.
II. Para Bauman, as redes sociais são uma armadilha, pois, nelas, estão presentes pessoas mal
intencionadas e são cada vez maiores os números de crimes ligados à vida virtual.
III. De acordo com o autor, as redes sociais constituem um espaço de muitas controvérsias e não há
possibilidade de diálogo.
É correto o que se afirma somente em
A. I. B. I e II. C. I e III.
D. II e III. E. II.

Questão 33. Sociedade e comunicação: televisão e aprendizado infantil.


Leia o texto e a tirinha a seguir.
A criança também é educada pela mídia, principalmente pela televisão. Aprende a informar-se, a
conhecer – os outros, o mundo, a si mesmo – a sentir, a fantasiar, a relaxar, vendo, ouvindo,
‘tocando’ as pessoas na tela, que lhe mostram como viver, ser feliz e infeliz, amar e odiar. A relação
com a mídia eletrônica é prazerosa – ninguém obriga – é feita por meio da sedução, da emoção, da
exploração sensorial, da narrativa – aprendemos vendo as histórias dos outros e as histórias que os
outros nos contam.
MORAN, J. M.; MASSETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediações pedagógicas. Papirus: Campinas, 2012.

Disponível em <http://depositodocalvin.blogspot.com.br/>. Acesso em 02 ago. 2017.

Com base na leitura, analise as asserções e a relação entre elas.


I. O texto e a tirinha assumem o mesmo discurso em relação ao papel da televisão na educação
da criança, pois enaltecem o estímulo ao desenvolvimento da imaginação e da linguagem,
proporcionado pelo meio de comunicação.
PORQUE
II. De acordo com o texto, uma das principais motivações que levam ao aprendizado refere-se
às emoções vivenciadas pela criança na interação com o mundo, que ocorre também por
meio da mídia.

34
Assinale a alternativa correta.
A. A primeira asserção é falsa, e a segunda asserção é verdadeira.
B. A primeira asserção é verdadeira, e a segunda asserção é falsa.
C. As duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira.
D. As duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira.
E. As duas asserções são falsas.

Questão 34. Educação: desenvolvimento do pensamento reflexivo.


Leia a charge.

Disponível em <https://cartaacademica.wordpress.com/tag/charge/>. Acesso em 7 jun. 2017.

A charge apresenta uma crítica


A. à falta de estrutura física nas escolas públicas.
B. à superlotação das salas de aula nas escolas públicas.
C. à doutrinação política realizada pelos professores da rede pública.
D. à violência na escola pública, principalmente a praticada pelos professores.
E. ao tipo de ensino que desconsidera o pensamento dos alunos.

Questão 35. Sociedade contemporânea: consciência no consumo (avaliação correta de


descontos promocionais).
Leia o anúncio a seguir, obtido de uma campanha publicitária de uma rede de supermercados.

35
Com base na leitura, analise as asserções.
Pelas condições da promoção, se o cliente comprar duas unidades do produto anunciado, ele pagará
o valor total de R$28,94.
PORQUE
De acordo com o anúncio, o desconto percentual total na aquisição de duas unidades do produto é
de 25%.
Assinale a alternativa correta.
A. A primeira asserção é falsa, e a segunda asserção é verdadeira.
B. A primeira asserção é verdadeira, e a segunda asserção é falsa.
C. As duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira.
D. As duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira.
E. As duas asserções são falsas.

Questão 36. Ética, democracia e cidadania: plágio e pastiche e honestidade intelectual.


(Enade 2016) Leia o texto a seguir.
O plágio é daqueles fenômenos da vida acadêmica a respeito dos quais todo escritor conhece um
caso, sobre os quais há rumores permanentes entre as conmunidades de pesquisa e com os quais o
jovem estudante é confrontado em seus primeiros escritos.
Trata-se de uma apropriação indevida de criação literária, que viola o direito de reconhecimento do
autor e a expectativa de ineditismo do leitor. Como regra, o plágio desrespeita a norma de atribuição
de autoria na comunidade científica, viola essencialmente a identidade da autoria e o direito
individual de ser publicamente reconhecido por uma criação. Por isso, apresenta-se como uma
ofensa à honestidade intelectual e deve ser uma prática enfrentada no campo da ética.
Na comunidade científica, o pastiche é a forma mais ardilosa de plágio, aquela que se autodenuncia
pela tentativa de encobrimento da cópia. O copista é alguém que repete literalmente o que admira.
O pasticheiro, por sua vez, é um enganador, aquele que se debruça diante de uma obra e a adultera
para, perversamente, aprisioná-la em sua pretensa autoria. Como o copista, o pasticheiro não tem
voz própria, mas dissimula as vozes de suas influências para fazê-las parecer suas.
DINIZ, D.; MUNHOZ, A. T. M. Cópia e pastiche: plágio na comunicação científica. Argumentum, Vitória (ES), ano 3, v.1, n.3, pp.11-28, jan/jun.2011 (com
adaptações).

Considerando o texto apresentado, assinale a opção correta.


A. O plágio é uma espécie de crime e, portanto, deve ser enfrentado judicialmente pela comunidade
acadêmica.
B. A expectativa de que todo escritor acadêmico reconheça a anterioridade criativa de suas fontes é
rompida na prática do plágio.
C. A transcrição de textos acadêmicos, caso não seja autorizada pelo autor, evidencia desonestidade
intelectual.
D. Pesquisadores e escritores acadêmicos devem ser capazes de construir, sozinhos, sua voz
autoral, a fim de evitar a imitação e a repetição, que caracterizam o plágio.
E. O pastiche caracteriza-se por modificações vocabulares em textos acadêmicos, desde que
preservadas suas ideias originais, bem como sua autoria.

36
Questão 37. Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC): redes sociais e
comportamento.
Leia a charge a seguir.

Disponível em <http://pensadoranonimo.com.br/artista-russo-cria-desenhos-sarcasticos-que-farao-voce-pensar/>. Acesso em 25 fev. 2016.

Com base na leitura, analise as asserções e a relação proposta entre elas.


I. Ao ilustrar a selfie como a ponta do iceberg, a charge metaforiza o fato de que as imagens
postadas nas redes sociais mais escondem do que revelam.
PORQUE
II. A charge ilustra o comportamento do indivíduo contemporâneo que expõe recortes de situações
em busca da aprovação dos amigos virtuais.
Assinale a alternativa correta.
A. As duas asserções são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
B. As duas asserções são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
C. A primeira asserção é verdadeira, e a segunda é falsa.
D. A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira.
E. As duas asserções são falsas.

Questão 38. Sociedade, violência e educação: cidadania, direito à educação e combate à


criminalidade.
Leia o trecho a seguir, do poeta e produtor cultural Sérgio Vaz, um dos idealizadores da Cooperifa,
que semanalmente reúne centenas de pessoas na periferia da zona sul da capital paulista para a
leitura de poemas.
Lugar de criança é presa na escola
Sou a favor do aumento da maioridade escolar.

37
Isso mesmo, lugar de criança é presa na escola (das 8h às 17h) e sendo torturada por aulas de
Matemática, Português, Ciência, Música, Teatro, Geografia, Química, Física… Ou tomando banho de
sol enquanto fazem Educação Física.
Quando elas começarem a criar asas, trancá-las na biblioteca para aprenderem a lapidar sonhos.
Nessa cadeia, os professores com super salários, super treinamento, super motivados não deixarão
nada, nem ninguém escapar do castigo da sabedoria. Serão tempos difíceis para a ignorância.
Depois de cumprirem pena e se tornarem cidadãos, terão liberdade assistida… Pelos pais orgulhosos.

Com base na leitura, analise as afirmativas.


I. O poeta opõe a expressão “aumento da maioridade escolar” à redução da maioridade penal e
propõe a educação como base para a construção da cidadania.
II. O autor considera a escola um lugar de tortura, em que os alunos ficam presos e não
aprendem verdadeiramente a viver.
III. De acordo com o texto, as crianças não podem almejar a liberdade, e o conhecimento
aprisiona as mentes.
É correto o que se afirma somente em
A. I. B. II. C. III. D. I e II. E. II e III.

Questão 39. Sociedade: pirâmide da riqueza global.


Observe a figura, retirada de uma reportagem da edição 73, de 2015, da revista Ser médico e
analise as afirmativas a seguir.

38
I. Segundo o gráfico, 71% das pessoas ganham salários mensais de até 10 mil dólares.
II. De acordo com o gráfico, 8,1% da população mundial concentram mais de 80% da riqueza
mundial.
III. O gráfico mostra que a má distribuição de renda é responsabilidade dos países não
desenvolvidos, como o Brasil.
IV. Na base da pirâmide, encontram-se aproximadamente 3,4 bilhões de pessoas que, juntas,
possuem 3% da riqueza global.
É correto o que se afirma somente em
A. II, III e IV. B. I e II. C. II e IV. D. I, II e IV. E. III e IV.

Questão 40. Responsabilidade social: pirâmide de responsabilidade social.


(Enade 2015). Leia o texto a seguir.
A percepção de parcela do empresariado sobre a necessidade de desenvolvimento sustentável vem
gerando uma postura que se contrapõe à cultura centrada na maximização do lucro dos acionistas. A
natureza global de algumas questões ambientais e de saúde, o reconhecimento da responsabilidade
mundial pelo combate à pobreza, a crescente interdependência financeira e econômica e a crescente
dispersão geográfica das cadeias de valor evidenciam que assuntos relevantes para uma empresa do
setor privado podem ter alcance muito mais amplo que aqueles restritos à área mais imediata onde
se localiza a empresa. Ilustra essa postura empresarial a pirâmide de responsabilidade social
corporativa apresentada a seguir.

CARROLL, A. B. The Pyramid of corporate social responsability: toward the moral management of organizational stakeholders. Bussiness horizons. July-August,
1991 (com adaptações).

Com relação à responsabilidade social corporativa, avalie as afirmações a seguir.


I. A responsabilidade social pressupõe estudo de impactos potenciais e reais das decisões e
atividades da organização, o que exige atenção constante às ações cotidianas regulares de
uma organização.
II. À medida que a responsabilidade econômica de uma organização diminui, a responsabilidade
social corporativa aumenta e, por conseguinte, a empresa passa a agir com ética.

39
III. A concessão de financiamento para atividades sociais, ambientais e econômicas é fator
relevante para a redução da responsabilidade legal empresarial.
É correto o que se afirma em
A. I, apenas. B. II, apenas. C. I e III, apenas. D. II e III, apenas. E. I, II e III.

40

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