Você está na página 1de 13

A pessoa (ser humano vivo) pode ser objeto de

subtração?
R. Sim, por exemplo no crime de seqüestro.

A pessoa pode ser objeto de crime de furto?


R. Não, porque somente coisas podem ser furtadas.

No caso de subtração de cadáver, ser humano morto,


que ainda não é esqueleto e mantém aparência humana
é furto?
R. Se houver intuito lucrativo é furto. Ex. furtou
um cadáver de uma faculdade e vendeu para outra. Se não
houver intuito lucrativo, o crime será do art. 211 do código
penal. Subtração, destruição ou ocultação de cadáver.

É possível o furto de uma árvore?


R. Sim, desde que no momento da subtração ela
não seja bem imóvel.

Quando é que se consuma o crime de furto?


R. 1a. posição: Com a mera subtração (Capez e
Damásio)
R. 2a. posição: (STJ) São necessários dois
elementos:
1o. A subtração da coisa;
2o. A posse mansa e pacífica do bem, isto é
a posse tranqüila.
É possível autoria mediata no crime de furto?
R. Autoria mediata é aquela em que o agente se
vale de uma pessoa inculpável para cometer o crime, ela é
um mero instrumento. Ela é instrumento porque não tem
capacidade, consciência, ele é inculpável. Ex. Induz o
louco a subtrair mercadorias da loja.

É possível o crime de furto por omissão?


R. Sim, desde que a pessoa venha por lei, por
contrato ou por disposição unilateral da vontade conforme
artigo 13 do código penal o dever jurídico de impedir o
resultado. Ex. O funcionário da loja ser responsável pelo
seu fechamento deixa a porta aberta para que outro
subtraia.

O agente coloca a mão no bolso da vítima (esquerdo)


para subtrair-lhe a carteira, porém, a carteira estava
no bolso do lado direito, por qual crime responde?
R. Tentativa de furto.
O sujeito para subtrair a carteira coloca a mão no
bolso esquerdo da vítima, mas a vítima não tinha
carteira em nenhum dos bolsos. Por qual crime
responde?
R. Por nenhum crime, pois trata-se de crime
impossível por impropriedade absoluta do objeto.

O furto de uso é crime?


R. Não, pois para haver o crime de furto é
necessário que o sujeito subtraia a coisa com animo
definitivo sem a intenção de devolvê-la, pois o tipo penal
exige a elementar para si ou para outrem. Se o agente
retirar o bem apenas para uso transitório passageiro e
depois devolve no mesmo local e nas mesmas condições,
ocorreu furto de uso fato atípico. Ex. Após subtrair
devolve minutos depois nas mesmas condições não é
crime. Poderá responder por furto de gasolina se não for
reposta.

O que é furto famélico ou necessitado?


R. É aquele cometido por quem se encontra em
situação de extrema miserabilidade necessitando de
alimentos para saciar a fome e sobreviver. Não é crime, o
fato é típico mas não antijurídico, pois está em Estado de
Necessidade.

Para que haja o aumento de pena é necessário que as


pessoas estejam dormindo?
R. 1a. posição: Sim, os moradores devem estar
dormindo e a casa portanto deve estar habitada, pois a
razão do aumento da pena é proteger a tranqüilidade das
pessoas que dormem.
R. 2a. posição: Não, não é necessário moradores
dormindo nem que a casa esteja habitada, pois o que
pretendeu o legislador foi proteger o patrimônio e não a
tranqüilidade das pessoas.

Um indivíduo na madrugada entra numa residência


sem moradores e efetua a subtração. Haverá aumento
de pena?
R. Depende, para a 1a. posição não, para a 2a.
posição sim.
O que deverá fazer o juiz se o furto for privilegiado?
R. Ele terá 3 alternativas:
1 . Substitui a pena de reclusão para detenção;
a
2a. Reduz a pena de 1/3 à 2/3;
3a. Aplica-se apenas a pena de multa.
O indivíduo utiliza-se do fio ladrão para trazer a
energia a sua residência. Qual o crime cometido?
R. Furto de energia elétrica. Artigo 155, parágrafo
3 ., pois a energia elétrica equipara-se a coisa alheia.
o

O sujeito utiliza-se de um aparelho, ou medidor, para


pagar menos energia. Qual o crime cometido?
R. Responderá por estelionato.

Qual a diferença entre as perguntas 1 e 2?


R. É que no furto o agente não tem energia, ele
subtrai. No estelionato ele possui a energia, apenas utiliza-
se da fraude para pagar menos.

O sujeito introduz um animal no pasto do vizinho para


cruzar com outro animal de raça. Qual o crime
cometido?
R. Furto de energia genética, pois de acordo com o
artigo 155, parágrafo 3o. equipara-se a coisa móvel a
energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.
O sujeito cerrou uma árvore para levá-la será
qualificado?
R. Não, pois a violência deve ser empregada no
obstáculo e não na própria “res furtiva” (coisa furtada).

O que é obstáculo?
1a. posição: é tudo aquilo que é exterior a coisa que
não faz parte da coisa. Ex. cortar o alarme da coisa. Se ele
destrói o parabrisa e leva o veículo não qualifica porque
está destruindo a coisa furtada. Se ele destrói o parabrisa e
leva o aparelho de CD aí qualifica.

2a. posição: O obstáculo é tudo aquilo que impede


ou dificulta a subtração da coisa podendo ser inerente ou
exterior a coisa, assim tanto para quem leva o CD como
para quem leva o veículo o furto será qualificado.

Abuso de confiança Não basta que haja confiança entre o


Réu e a Vítima, é preciso que a coisa esteja a disposição
do autor do crime pela confiança. Ex: João amigo de José,
sabendo que ele está trabalhando vai até sua residência
para furtar, nesse caso não qualifica, pois a coisa não
estava a disposição de José pela confiança entre eles.
Famulato  Furto cometido por empregada. Uma
doméstica no primeiro dia de serviço furtou a residência,
via de regra não será qualificado, pois não havia a relação
de confiança. Ex. Se a família foi viajar e deixou a
emprega sozinha, via de regra qualificará, desde que os
bens estejam à disposição dela pela confiança. Se mesmo
só, ela descobre o segredo do cofre e subtrai os valores,
não qualifica, porque os valores não estavam à disposição
dela em razão da confiança.

O que é fraude?
R. É qualquer meio capaz de enganar a vítima.

Qual a diferença entre Furto Fraudulento e


Estelionato?
R. Em ambos existe a fraude, em ambos o agente visa uma
vantagem patrimonial. No furto fraudulento a fraude é
empregada para distrair a vigilância da vítima, facilitando
a subtração. A ação é de subtrair. No estelionato a fraude é
empregada para iludir a vítima levando-a entregar a coisa,
o agente não subtrai a coisa é a vítima que entrega. Ex. a
empregada doméstica vai até o estacionamento e disse que
o proprietário do veículo mandou ela retirar e ela não
devolve mais o veículo (é estelionato).
O agente na calçada escala um poste e furta os fios do
poste, há escalada?
R. Não, pois embora tenha utilizado de uma agilidade
especial, escalada realizada em local fechado.

Será qualificada pela destruição do obstáculo?


R. Não, pois a violência é empregada na própria coisa
furtada.

O agente treina um animal para pular o muro de um


vizinho e subtrair as roupas. Será escalada?
R. Não, pois escalada é a entrada do agente e o cachorro é
um mero instrumento do crime. (furto simples).
A chave verdadeira qualifica?
R. 1a. posição: Não, pois a lei fala em chave falsa e a chave
verdadeira não é falsa.
R. 2a. posição: Sim, porque o que a lei proíbe é a abertura
ilegal.
Quatro pessoas se unem para furtar. Responderão por
furto qualificado pelo concurso de pessoas em concurso
material com o crime de quadrilha, ou apenas o “bis in
iden” (duas vezes pelo mesmo fato)?
R. 1a. posição: puni-los pelos dois crimes haverá (“bis in
iden”), pois a qualificadora do crime de furto já foi
sancionada no crime de quadrilha, de modo que, o agente
deverá responder pelo furto simples mais o crime de
quadrilha.
R. 2a. posição (dominante): responderão pelo furto
qualificado em concurso material com o crime de
quadrilha. O crime de quadrilha é um crime autônomo. Ele
já existe antes do crime de furto, portanto, estão sendo
punidos por dois fatos distintos, um pelo furto e outro pelo
crime de quadrilha.

João furtou o veículo em São Paulo, desmontou e levou


as partes para o Estado de Minas Gerais. Será
qualificado?
R. Não, pois a qualificadora ocorre no transporte do
veículo de um Estado para outro e não das partes do
veículo. A ação penal é pública incondicionada. Se o furto
for comum ou privilegiado é cabível a suspensão
condicional do processo.
O sujeito que utiliza-se do “boa noite sinderela” para
subtrair seus pertences. Qual o crime está cometendo?
R. Roubo através da violência imprópria.
No roubo próprio - a violência é empregada antes ou
durante a subtração.
No roubo impróprio - a violência é empregada depois da
subtração.
violência no roubo próprio - A violência é empregada
para garantir a subtração. No roubo impróprio a violência
é empregada para garantir a subtração ou a impunidade.

No roubo próprio temos 3 espécies de violência:


1 – Física 2 – Moral 3 – Imprópria
No roubo impróprio tem 2 espécies de violência:
1 – Física 2 – Moral

João entra na casa de José para furtar, após ter


subtraído dinheiro, José chega e é hipinotizado ou
embriagado, garantindo assim a subtraçãoQual é o
crime cometido?
R. Roubo impróprio não é pois a violência
empregada foi imprópria e o roubo impróprio não admite
violência imprópria, assim diante da lacuna da lei João
responderá pelo crime de furto.

Quando o crime cometido atinge mais de um bem jurídico,


é chamado de pluri-ofensivo, quando atinge somente um
bem jurídico é mono-ofensivo.

O roubo de uso é crime?


R. Sim, pois além do ataque ao patrimônio há o ataque a
pessoa, o que não se compara com o furto de uso.
Trombada é furto ou roubo?
R. Trombada é a colisão empregada pelo agente para
facilitar a subtração. Se a violência foi empregada para
distrair a vítima e facilitar a subtração será furto, porém se
em decorrência da violência, além de distrair a vítima,
produzir lesões corporais, no caso por exemplo, de queda
da vítima, responderá por roubo.

Arrebatamento de Inopino (puxar o colar). Depende se


produzir lesões corporais é roubo, se não é furto.

É preciso o uso efetivo da arma? (apontar a arma)


R. 1a. posição: Não, basta o porte aparente. Não precisa
manejá-la. Basta que ela seja visível, atemorizando a
vítima.
R. 2a. posição: É necessário o manejamento da arma. O
porte hostensivo serve apenas para atemorizar a vítima o
que por si só caracteriza o crime de roubo, mas para ter a
causa de aumento de pena é necessário engatilhar a arma
ou apontá-la em direção à vítima de modo que a vítima
corra risco de vida. (A 2a. posição é dominante).
E a arma de brinquedo, qualifica?
R. 1a. posição: Sim, pois a razão de aumento de pena é o
temor sofrido pela vítima e uma arma de brinquedo é
capaz de atemorizá-la que não tem condições de saber se a
arma é verdadeira ou falsa.
R. 2a. posição: Não, a lei fala em arma e brinquedo não é
arma, ademais a razão do aumento de pena não é devido a
intimidação da vítima que por si só já caracteriza o crime
de roubo. A razão do aumento é do perigo de vida que ela
corre e com uma arma de brinquedo a vítima não corre
risco algum.

O agente sabe que a vitima vai até o banco sacar o seu salário incide na majorante?
Não, pois a vitima transportava valor próprio e não alheio.

O agente mantém a vitima em seu poder (seqüestro relâmpago), surgiu em decorrência


dos casos em que a vitima é levada até o caixa eletrônico sendo obrigada a fornecer sua
senha . Na prática essa causa de aumento não ocorre, pois o crime cometido é extorsão.
Se o agente atira na vítima, mas não mata, mas consegue efetuar a subtração, responderá
por tentativa de latrocínio.
Roubo e seqüestro, há absorção?
R. Se o seqüestro for o meio necessário para o agente assegurar a fuga, o seqüestro será
absorvido pelo roubo desde que tenha sido passageiro, momentâneo. Se o seqüestro for
duradouro,haverá concurso material entre seqüestro e roubo.
Qual a diferença entre extorsão e constrangimento ilegal?
R. A diferença que na extorsão o agente visa uma vantagem patrimonial, no
constrangimento ilegal não.
Qual a diferença entre roubo e extorsão?
R. No roubo o agente subtrai, tira a coisa da vítima utilizando-se da violência física ou
grave ameaça. Na extorsão após a violência ou a grave ameaça, a vítima entrega a coisa.

No roubo para que o agente obtenha vantagem, é irrelevante a conduta da vítima. Na


extorsão a conduta da vítima é imprescindível.
No roubo a vantagem é imediata, na extorsão a vantagem é futura.

Qual a diferença entre extorsão e estelionato?


R. Se a fraude é empregada por meio de violência física ou grave ameaça, haverá
extorsão, pois a vítima foi obrigada a entregar a coisa. Se ocorrer somente a fraude, sem
violência física ou grave ameaça, será estelionato. Ex. A vítima é seqüestrada e o falso
seqüestrador telefona exigindo dinheiro, será extorsão, pois houve a grave ameaça.
agente utiliza-se de narcóticos e faz com que a vítima lhe entregue o bem. Qual o
crime cometido? Fundamente.
R. Roubo próprio ou impróprio não é, pois o agente não subtraiu. Furto não é, pois ela
entregou o bem e não admite violência imprópria. Extorsão também não é, pois nesse
crime só admite violência física ou a grave ameaça e no presente caso a violência
imprópria. Responderá então por constrangimento ilegal ou estelionato, para não ficar
impune.
O sujeito telefona para a vítima e exige que ela mantenha conjunção carnal sob
pena de contar ao marido a existência de caso amoroso e ela pressionada pratica o
coito vagínico. Qual o crime cometido?
R. Cometeu o crime de estupro
Roubo e extorsão é crime único ou é concurso material de crimes?
R. O agente subtrai a carteira(roubo) e obriga a vítima a entregar o celular(extorsão)
embora fica claro que são dois crimes distintos, na prática responderão apenas por roubo.
E possível apenas haver um sujeito passivo no crime de extorsão mediante
seqüestro?
Sim. Desde que, o patrimônio seja da própria vítima
seqüestrada.

Cheque dado em garantia de dívida ou assinado em branco, como por exemplo o


agente empresta dinheiro a vítima em cheque pós-datado e se a vítima não pagar,
vai pedir a instauração de inquérito policial será extorsão indireta?
1ª posição: não, pois cheque em branco dado em garantia de dívida não configura
estelionato, de modo que, este documento não é capaz de dar causa a um procedimento
criminal.
2ª posição: sim, pois cheque dado em garantia de dívida embora não gera a consumação
por crime de estelionato é capaz de dar causa a um procedimento criminal, o que é
suficiente para caracterizar o crime de extorsão indireta.
Qual a diferença entre a extorsão indireta e a denunciação caluniosa?

A extorsão indireta consuma-se independentemente de dar início a um procedimento


criminal contra a vítima e a partir do momento em que se inicia o procedimento criminal
configura a denunciação caluniosa havendo concurso entre eles, pois são dois bens
jurídicos distintos.
Na pichação há crime?
Sim, porque deteriorou a coisa.

Fazer desaparecer a coisa é crime? Como por exemplo soltou o pássaro do vizinho?
Não, porque não deteriorou, não destruiu e nem inutilizou a coisa alheia. É um fato
atípico. Caberá apenas uma ação de indenização na área civil.

Para haver um crime de dano é necessário apenas a consciência da danificação


(dolo), ou a intenção de causar prejuízos também?
1a. posição Basta apenas a intenção de danificar, não sendo necessário a intenção de
causar prejuízos, pois se assim fosse estaria expresso no tipo penal.
2a. posição Não basta a consciência da danificação, é necessário a intenção de causar
prejuízos, pois estará implícito no crime de dano, não necessitando ser mencionado
expressamente.

O sujeito preso serra a sela para fugir, é crime de dano?


Depende, para a primeira posição basta apenas a intenção de danificar, não sendo
necessário a intenção de causar prejuízos, pois se assim fosse estaria expresso no tipo
penal. Já para a segunda posição, não basta a consciência da danificação, é necessário a
intenção de causar prejuízos, pois estará implícito no crime de dano, não necessitando ser
mencionado expressamente.
1 – Tião furtou Tibúrcio na praça da Sé, quadras depois, Pardau furtou Tião.
Pardau cometeu o crime de furto. Justifique.
1a. posição: Não, pois ele não detinha a posse lícita do bem e portanto não pode
ser vítima..
2a. posição: Sim, pouco importa a origem do patrimônio e ocorrendo o crime duas
vezes o bem se distancia ainda mais do seu legítimo proprietário.
2 – A vítima A foi seqüestrada, fizeram a exigência a vítima patrimonial. A vítima
patrimonial manda um terceiro levar o dinheiro. Um dos seqüestradores
imaginando que o terceiro fosse sacar a arma, efetua um disparo, matando-o
Ocorreu extorsão mediante seqüestro seguida de morte? Justifique.
Não, ocorreu o crime de extorsão mediante seqüestro em concurso material com o
crime de homicídio (artigo 159 combinado com o artigo 121 combinado com o artigo
69).
3 - O indivíduo com ipoglicemia, problemas cardíacos, e outras complicações foi
seqüestrado. Após o contato dos seqüestradores com os familiares o seqüestrado
faleceu e o laudo médico constatou que a morte era certa, ele já estava prestes a
morrer. Ocorreu extorsão mediante seqüestro seguida de morte? Justifique.
Para ocorrer o artigo 159 parágrafo 3o., a morte pode ocorrer tanto a título de dolo
como a título de culpa. No presente caso eles não tiveram vontade de matar, excluindo o
dolo. Não agiram por imprudência, negligência ou imperícia, excluindo a culpa. Ocorreu
então uma causa pré-existente absolutamente independente, respondendo apenas por
extorsão mediante seqüestro na sua forma consumada por já ter havido o contato com os
seqüestradores.
4 – O indivíduo A em conluiu com o indivíduo B, vende flores na esquina. A oferece
as flores a um motorista distraindo-o enquanto B subtrai a carteira que está sobre o
banco do passageiro. O crime será qualificado por concurso de pessoas, fraude,
destreza ou será furto simples. Justifique.
Concurso de pessoas e fraude. (furto duplamente qualificado).
5 – O indivíduo A vê o indivíduo B com um envelope vazio embaixo do braço e o
persegue até o banco. B sai do banco com o envelope cheio e A sem empregar
violência física subtrai. Minutos depois com a posse mansa e pacífica do bem ao
abrir o envelope, encontra apenas papel em branco picado. A cometeu crime?
Justifique.
Não, ocorreu crime impossível por impropriedade absoluta do objeto.
6 – Tião, na madrugada adentra em uma fábrica de bolsa, através do telhado com o
intuito de subtrair uma lata de cola de sapateiro para cheirar. Ao adentrar depara-
se com galões e cheirou tanto que ficou embriagado quando segurava em uma das
mãos um litro de cola. Derrubou um galão de cola espalhando pelo chão e Tião caiu
ficando grudado no chão. No dia seguinte os funcionários da empresa chamam os
policiais para tomar as providências cabíveis. O crime foi consumado, tentado,
incide qualificadoras ou o fato é atípico?
Furto tentado como também furto consumado, privilegiado, pois o bem era de
pequeno valor e qualificado pela escalada.
O sujeito diz que quer experimentar o meu carro, para comprar e ao experimentar
some com o veículo, qual o crime cometido?
Estelionato.Consuma-se quando o atente passa e se comportar como dono qualquer ato
que revele comportamento de dono.

João apropriou-se de um automóvel tentou vender em Carapicuíba, Cotia e acabou


vendendo no Taboão da Serra, quando o crime se consumou?
O primeiro ato que demonstra que ele, se comportou como dono, ou seja, o crime se
consumou em Carapicuíba.

O sujeito que repara o dano, ou seja, apropriou-se de um livro e devolveu cometerá


o crime em tela?
Se a reparação do dano for antes da denúncia ou da queixa
aplicar-se-á o arrependimento posterior, causa de
diminuição de pena art. 16 CP

Deixou o veículo na concessionária para ser vendido o dono da loja durante a noite
se apropria do carro para dar uma volta é crime?
Não, pois não há previsão legal além do mais, o agente não quis apropriar-se
definitivamente.

Sobre a pessoa: o individuo “A” vai entregar um pacote para “B” e por erro entrega ao
individuo “C”, que se apropria (a vitima incorre em erro).
Sobre a substancia pode ser: em relação a qualidade, a quantidade e identidade. Ex: “A”
entrega a “B” mais do que devia e “B” se recusa a devolver o excesso. Ex2: “A” leva um
terno para lavar e o dono da lavanderia encontra dinheiro no bolso e se recusa a devolver.
O elemento essencial desse crime é a fraude, ou seja, o agente engana a vítima, para obter
uma vantagem. Fraude é qualquer meio capaz de enganar.

Qual a diferença entre a fraude civil e fraude penal?


Não há diferença ontológica, isto é, de essência, pois ambas visam enganar a vítima. A
diferença esta no grau e deve ser analisado no caso concreto. O critério utilizado é do
inadimplemento pré-concebido, ou seja, o agente age com dolo desde o inicio com
finalidade de prejudicar a vítima e se isso acontecer, será estelionato, pois a fraude é
penal. Se o dolo não foi pré-concebido, isto é, ocorreu após a realização do negócio em
principio a fraude é civil. Ex: o individuo comprou uma geladeira e um fogão do vizinho,
dizendo que pagaria no dia seguinte e de madrugada ele muda a fraude é penal. Ex2:
pagou as primeiras prestações e não pagou as duas ultimas em principio a fraude é civil.
Quando uma fraude é capaz de enganar, ou seja, como é apurada a idoneidade do
meio fraudulento.
1ª posição: é apurada em função do homem médio. Sendo capaz de enganar o homem
médio e porque a fraude é idônea, pois caso contrário aplica-se o art. 17 crime
impossível.
2ª posição: é apurada em função da vítima é analisado a suas condições sociais, culturais
situação em que vítima se encontrava. Essa posição não leva em consideração o homem
médio, mas sim as condições da vítima. Então, se a fraude for capaz de enganar a vítima
mesmo sendo fraude grosseira será estelionato portanto idônea.

Carioca vendeu o Pão de Açúcar para caipira será estelionato?


O individuo vendeu para algumas pessoas terrenos no céu, ou pedaços do mar será
estelionato?
Em Minas Gerais o individuo passou para um comerciante, uma nota de R$ 3,00
será estelionato?
2º induzimento ou manutenção da vítima em erro:
O erro deve ser provocado pelo agente e através da fraude, pois se a vítima estiver
ciente da fraude não há em que se falar em estelionato. Erro é a falsa percepção da
realidade.

Uma pessoa contrata outra dizendo ser matador de aluguel, mas ele não é matador.
Esses casos são chamados de conto do vigário.Neste caso ha estelionato?
1a. posição - o fato é atípico, pois se a vítima também está de má fé não pode ser
amparada pelo direito.
2a. posição - Sim, é crime pois estão presentes todos os elementos do crime. A lei não
exige que a vítima esteja de boa fé, que temos que proteger a sociedade contra esse tipo
de elemento. (dominante)
O agente tenta dar um golpe no valor de 1 salário mínimo e meio e foi preso pela polícia,
portanto, será um crime tentado e será sua pena diminuída.
O agente tenta dar um golpe no valor de 1 salário mínimo e meio e foi preso pela
polícia, portanto, será um crime tentado e será sua pena diminuída Será estelionato
privilegiado?
Não, pois o valor é superior a 1 salário mínimo.

É cabível a tentativa, assim se o agente atira a coisa no fogo e alguém retira ilesa, o
crime será tentado.
Se o seguro beneficia terceiro e o agente destrói o bem, para o terceiro obter a
vantagem, ele responderá por estelionato?
1a. posição - Sim, porque a lei não faz distinção se deve ser em proveito próprio ou
alheio.
2a.posição - Não, pois a lei não faz a distinção como faz no crime de furto e de roubo,
portanto, é só para si.
Se o agente após dar cheque sem fundos restituir a vítima, exclui a justa causa para
a ação penal?
1a. posição  aplica-se o artigo 16. Trata-se de arrependimento posterior, causa
de diminuição de pena, desde que seja antes da denúncia ou da queixa, portanto não
exclui a justa causa.
2a. posição  o pagamento de cheque sem fundos antes do recebimento da
denúncia ou da queixa, exclui a justa causa. O interesse de agir assim o processo não
pode prosseguir

O pagamento de prostituta com cheque sem fundos caracteriza estelionato?


1a. posição: Sim, pois estão presentes todos os elementos do crime: a fraude, a vantagem,
o prejuízo.
2a. posição: Não, pois a prostituição é uma atividade imoral, por isso não deve ser
amparada pelo direito.

Pagamento de dívida de jogo com cheque sem fundos caracteriza estelionato?


1a. posição: (dominante)  Se o jogo for lícito há estelionato, se for ilícito não.
2a. posição: Seja jogo lícito ou ilícito, sempre haverá o crime de estelionato.

Quais são essas coisas?


1a. posição: Pode ser coisas móveis ou imóveis, assim se ele adquire uma fazenda,
produto de estelionato, será receptação.
2a. posição: Somente as coisas móveis é que poderão ser objeto material, pois um dos
núcleos do tipo é o verbo ocultar, e somente coisas móveis podem ser ocultadas.

Se estiver extinta a punibilidade do primeiro crime que foi de furto, quem adquirir
a res furtiva também terá extinta a sua punibilidade? (furtou um quadro nos anos
60 e vendeu no ano de 2000)?
Não terá extinta a punibilidade, pois conforme artigo 108 do código penal, a extinção de
punibilidade de crime que é pressuposto elemento constitutivo ou circunstância agravante
de outro não se estende a este.

o bem. Responderá ele por receptação dolosa própria?


Não, porque só há a receptação dolosa própria quando o dolo for anterior ou
concomitante à aquisição do bem, e nesse caso, o dolo foi posterior.

Qual a diferença entre receptação e favorecimento real (art. 349 CP)?


Na receptação o agente age em proveito próprio ou alheio (em favor de qualquer pessoa
menos do autor do crime anterior), visando obter vantagem econômica há “animus
lucrand”.
No favorecimento ele recebe a coisa em benefício do autor do crime anterior por ser seu
amigo.
E se B soubesse que o bem era produto de roubo? Por quais crimes responderia?
O Terceiro responderá por receptação dolosa própria pois adquiriu coisa que sabe ser
produto de crime e o que influenciou, indivíduo A, responderá por partícipe de
receptação dolosa própria.
crime pela metade do preço e ele não sabia. Há culpa? Há culpabilidade?
Culpa há, pois é levado em consideração o homem médio da sociedade. No tocante a
culpabilidade, depende, pois terá que ser analisado as condições subjetivas do agente. Se
mora na roça, pessoa inculta, ganha metade do salário mínimo por mês, não terá
culpabilidade e será absolvido em face da sua ignorância. Se mora na cidade, ganha bem,
tem escolaridade, haverá culpabilidade e portanto sofrerá pena.

O filho furta o relógio do pai e vende para o vizinho. O vizinho cometeu o crime? E
o filho?
O vizinho responderá por receptação. O filho cometeu o crime de furto, mas terá extinta a
punibilidade ficando isento de pena.
É possível a imunidade absoluta no crime de roubo?
Sim, quando a violência for imprópria, ou seja, o agente reduz a capacidade de resistência
da vítima sem empregar a violência física ou a grave ameaça, como por exemplo:
sonífero, o álcool, a hipnose.

O filho simula seu próprio seqüestro e telefona para o pai exigindo o valor do
resgate. Terá imunidade?
Não, pois é extorsão mediante grave ameaça.

Quando que um fato é culpável?


É a capacidade de entender e de querer o crime.

Você também pode gostar