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21/08/2021
Número: 0812162-83.2021.8.10.0040
Classe: AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
Órgão julgador: Central de Inquérito e Custódia de Imperatriz
Última distribuição : 16/08/2021
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Furto
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
10ª Delegacia Regional de Imperatriz (AUTORIDADE)
BRIAN LEONARDO TOMAS BUENO (FLAGRANTEADO)
Ministério Público do Estado do Maranhão (TERCEIRO
INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
51203 20/08/2021 18:39 Decisão Decisão
038
ESTADO DO MARANHÃO
PODER JUDICIÁRIO
Fórum Henrique De La Roque - Rua Rui Barbosa, s/nº, Centro, CEP 65.900-440, Imperatriz/MA
Processo nº 0812162-83.2021.8.10.0040
[Furto ]
DECISÃO
Realizada a audiência de custódia, no dia 16/08/2021, foi homologada a prisão em flagrante, e foi
decretada a prisão preventiva do autuado apenas a fim de viabilizar a sua identificação civil e
criminal (ID 50845338).
Foram juntados aos autos documentos que comprovam a realização da identificação do autuado.
É o relatório. Decido.
Consta dos autos que Brian Bueno foi preso em flagrante delito sob a acusação de ter tentado
subtrair, mediante o uso de violência, objetos pertencentes a transeuntes, configurando o crime
de roubo, prescrito no art. 157, caput, do Código Penal.
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exerce atividades laborais e o endereço da residência de amigos, onde poderia ser localizado e
intimado dos atos do processo.
Nesse contexto, não se justificava a decretação da prisão cautelar do investigado senão para fins
de identificação criminal, porquanto Brian Bueno é cidadão estrangeiro, de nacionalidade
argentina, e não possuía nenhum documento que pudesse assegurar a sua identificação
adequada, nem mesmo passaporte. Assim é que, a despeito da ausência do periculum libertatis,
decretou-se a prisão provisória do réu até que fossem efetuados os procedimentos de
identificação.
Nos termos do art. 313, § 1º, do CPP, é cabível a decretação da prisão preventiva quando houver
dúvida quando não houver elementos suficientes para esclarecer a identidade da pessoa, in
verbis:
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa
ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado
imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da
medida.
Como se depreende da parte final do dispositivo, o preso deve ser imediatamente colocado em
liberdade tão logo seja realizada a sua identificação. Dessa forma, os documentos juntados pela
Polícia Civil, que procedeu à identificação criminal do réu (ID 50978259), bem como os
documentos encaminhados a este juízo pelo Consulado da Argentina em Recife (ID 51166983),
demonstram a devida identificação criminal e civil de Brian, cujo nome civil e outros dados
pessoais informados por ocasião de sua prisão correspondem aos registros oficiais, sendo o caso
se determinar a sua imediata soltura.
Portanto, entendo que, neste caso, para vincular o autuado ao processo, bem como com o fito de
coibir eventuais condutas delitivas, é suficiente e adequada ao caso, servindo de medida
fiscalizatória e assecuratória, a aplicação de medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP.
a) obrigação de acostar aos autos, no prazo máximo de 05 dias após a sua soltura, indicação
precisa do endereço do amigo onde poderá ser intimado, o que pode ser feito na Secretaria
Judicial deste Juízo, de segunda-feira a sexta-feira, das 08h00 às 12h00min, ou através da
Defensoria Pública Estadual ou advogado, a fim de que acostem os documentos aos autos
eletrônicos.
Encaminhe-se cópia desta decisão à autoridade policial competente, para que tome ciência da
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presente decisão, bem como observe o prazo para conclusão das investigações.
Ressalte-se, ainda, que o não cumprimento do alvará de soltura em 24 horas é conduta que se
amolda aos tipos penais previstos no art. 330 do Código Penal Brasileiro e art. 12, parágrafo
único, inciso IV, da Lei 13.869/2019, se tratando de garantia constitucional, sobretudo do princípio
da dignidade da pessoa humana, o cumprimento de alvará de soltura, no prazo MÁXIMO de 24
horas, sendo conduta desumana a manutenção de alguém preso ilegalmente, especialmente
quando a segregação acontece em um sistema carcerário já declarado como Estado de Coisas
Inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADPF 347.
DETERMINO, por fim, nos termos do art. 2º, §1º, da Resolução 108/2010, do Conselho Nacional
de Justiça, não sendo cumprido o alvará de soltura no prazo de 24 horas, deverá ser oficiado à
Promotoria da Execução Penal, à Coordenação de Monitoramento Carcerário e às representantes
do Conselho Nacional de Justiça, designada para acompanhamento do programa Justiça
Presente, para ciência e adoção das providências cabíveis.
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SERVE A PRESENTE DECISÃO DE MANDADO JUDICIAL/OFÍCIO.
Imperatriz/MA, 20 de agosto de 2021.
Comarca de Imperatriz/MA
Nº 1760172
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