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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz De Direito Da __ Secretaria

Do Juizado Especial Da Comarca De _, Estado __

Querelante: JOÃO DOS SANTOS

Querelado: FULANO DE TAL

JOÃO DOS SANTOS, brasileiro, casado, analista de


sistemas, inscrito no CPF nº xxx e RG. nº xxx, residente e domiciliado na Rua
das Camélias, nº34, em Londrina, Paraná, com telefone nº xxx,
respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu Advogado
NELSON HUNGRIA, que assina ao final, inscrito na OAB/PR sob o nº 1234,
com escritório profissional à Rua Tibagi, nº 75, em Londrina, Paraná e
procuração com poderes especiais para a presente medida, nos termos do art.
44 do Código de Processo Penal, vem apresentar, com fulcro no art.30 do
Código de Processo Penal e art.100, §2º do Código Penal, a presente

QUEIXA-CRIME

Em face de FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, contador,


residente e domiciliado na Rua das Flores, n.123, em Londrina, inscrito no CPF
nº xxx e RG nº xxx, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

I. DOS FATOS

No dia 2 de janeiro de 2013 (uma quarta-feira), o


querelante se encontrava em uma reunião da empresa VARILUX, onde
trabalha, quando, ao levanta para ir ao banheiro, o querelado, seu colega de
trabalho, disse para os outros membros da empresa que lá se encontravam,
que o querelante era um grande golpista, pois gostava de obter vantagens
ilícitas induzindo os outros em erro através de meios fraudulentos,
especialmente com cheques sem provisão de fundo.

Inclusive, que havia recebido na semana passada um


destes ‘cheques voadores’ do querelante. Ainda assevera o querelante, que
“ao voltar do banheiro, um de seus colegas, também analista de sistemas,
chamado Pedro Pedreira, lhe relatou o que o querelado havia acabado de dizer
sobre sua pessoa”, o que lhe causou grande perplexidade, visto que os fatos
não são verídicos, até porque o mesmo nem possui uma conta bancária, pois
prefere pagar suas contas com dinheiro vivo.

Percebe-se que o querelado macula a imagem do


querelante, ofendendo-lhe a sua honra, e retirando a sua reputação admirável.

II. DO DIREITO

Diante dos fatos expostos, verifica-se que o querelado praticou


contra o querelante o crime de Calúnia, previsto no artigo 138 do Código Penal,
cometidos com as causas de aumento de pena de um terço, por ter sido
realizado na presença de várias pessoas (artigo 141, inc. III, do Código Penal).

A Calúnia consiste em imputar falsamente a alguém autoria de


fato definida como crime e para a sua caracterização o agente não
necessariamente precisa ter consciência de que é falsa suas afirmações, mas
basta que haja a incerteza da doutrina, para que este assuma os riscos
decorrentes da ofensa à integridade moral alheia.

Logo, na Calúnia, a culpabilidade compreende a vontade e a


consciência de imputar a outrem, perante terceiro, fato definido como crime,
sabendo ao agente que, assim agindo, pode atingir a reputação da vítima.

No presente caso, a Calúnia fica perfeitamente configurada, pois


o querelado sabia que estava atribuindo falsamente fato definido como crime,
demonstrando a intenção em ofender a honra do querelante.

O elemento subjetivo específico do crime de Calúnia, qual seja a


vontade de atingir a honra objetiva da vítima, atribuindo falsamente e
publicamente fato definido do crime, emerge claro ao ter o querelado ter
acusado o querelante de ter cometido o crime de estelionato, tipificado no
artigo 171 do Código Penal, o que não condiz com a verdade, o querelado
praticou o crime de Calúnia e deverá ser punido.
Portanto a falsa imputação de crime dói intencional propagada
com intenção de denegrir a imagem do querelante.

Por fim, é claro que a honra do indivíduo deve ser protegida para
fins de atender um interesse coletivo e não meramente individual.

Desta feita, diante de tudo o que foi trazido até o presente


momento, é certo que a responsabilidade do querelado deve ser apurada em
competente persecução judicial, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa,
em respeito ao devido processo legal e ao sistema penal garantista.

III. DO PEDIDO

Diante do exposto, respeitosamente requer:

a. Requer o recebimento e autuação da presente queixa-crime;


b. Seja colhido o parecer do Ministério Público, o qual deverá atuar na
condição de fiscal de lei, nos termos do art. do CPP;
c. Seja o querelado citado para se defender no processo;
d. Seja permitida a ampla produção de todas as provas em direito
admitidas, em especial a testemunhal, cujo rol segue ao final;
e. Seja ao final, julgado procedente a presente queixa, a fim de condenar o
querelado pelo crime do artigo... do Código Penal;
f. Requer a fixação de valor mínimo de indenização pelos prejuízos
causados à vítima, nos termos do art.387, inciso IV do Código de
Processo Penal e;
g. Seja o querelado condenado a pagar à custa e despesas processuais.

Nesses termos,

Pede deferimento.

Cidade, 02 de julho, 2013

Nelson Hungria
ADVOGADO
OAB/PR n. 1234
Rol de Testemunhas:
a) PEDRO PEDREIRA, nacionalidade..., estado civil..., Analista de
Sistemas, inscrito no CPF nº... e RG. nº...., residente e domiciliada na
Rua..., com telefone nº ....

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