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COMARCA DE
Caio, já qualificado nos autos da ação em epígrafe, através de seu advogado infra-assinado,
com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
apresentar RESPOSTA A ACUSAÇÃO, nos termos dos arts. 396 e 396-A, do Código de
Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I- DOS FATOS
Caio emprestou para José a quantia de vinte mil reais para ajudá-lo abrir um restaurante. Não
havendo pagamento da dívida na data prevista. Caio, na presença dos seus amigos Joaquim e
Manuel, liga para João, cobrando a dívida, o qual disse que pagaria a dívida após uma
semana. Após o vencimento do novo prazo Caio novamente foi cobrar a dívida, e José disse
que não pagaria, pois estava sem dinheiro. No dia 24.05.2010, Caio, comparece no restaurante
e, mostrando para José uma pistola que trazia consigo, afirma que a dívida deveria ser quitada
imediatamente, pois, do contrário, José pagaria com a própria vida. José, com medo, entra no
restaurante e telefona para a polícia, que, entretanto, não encontra Caio quando chega ao
local.
Caio foi denunciado e processado pelo Ministério Público devido ao fato ocorrido no dia 24 de
maio de 2010, onde teria cometido suposto delito de extorsão qualificada pelo emprego de
arma de fogo, previsto no art. 158, do Código Penal.
II- DO DIREITO
No que pese, tal conduta sobreposta pelo acusado, se amolda aos ditames do artigo 345 do
Código Penal, onde, o requerente agiu com exercício arbitrário das próprias razoes, somente
se procedendo mediante ação penal privada. Como não houve violência, a ação deveria se
proceder apenas mediante queixa, nos termos do parágrafo único do artigo supracitado.
Para tal ação, o Ministério Público não é parte legítima para o ajuizamento desta, cabendo a
parte ofendida o direito da legitimidade para ajuizar queixa-crime em condição decadencial de
seis meses, nos ditames do art. 38 do Código de Processo Penal, contados a partir do dia 24
de maio de 2010 e, como não foi oferecida a queixa-crime até o dia 23 de novembro de 2010,
transcorreu lapso temporal, o que significa a decadência do direito de queixa do ofendido, nos
termos do art. 38 do Código de Processo Penal, impondo-se, consequentemente, a extinção de
punibilidade do réu..
Reza o art. 38 do Código de Processo Penal, que o direito de queixa decai se o ofendido não o
exercer dentro do prazo de 6 meses contado do dia em que vier saber quem é o autor do
crime. Desta forma, a partir da data do fato (24.05.2010) transcorreu lapso temporal de mais de
06 meses, o que significa a decadência do direito de queixa do ofendido, nos termos do art. 38
do Código de Processo Penal, impondo-se, consequentemente, a extinção de punibilidade do
réu.
Logo, requer seja o réu absolvido, com base no art. 397, IV, do Código de Processo Penal, pois
extinta a sua punibilidade.
1. Seja anulada “ab initio” a presente ação penal, com fulcro no artigo 397, III- atipicidade do
delito de extorsão, do Código de Processo Penal.
2. Não entendendo desta forma, requer seja o acusado absolvido sumariamente com espeque
no artigo 397, inciso I do Código de Processo Penal.
3. Entretanto, caso ainda não seja este o entendimento de Vossa Excelência, requer a
produção de todos os meios de prova em direito admitidos, para que se verifique a validade
dos fatos e sejam ouvidas as testemunhas a seguir arroladas no decorrer da instrução:
Testemunha 1 – Joaquim...
Testemunha 2 – Manoel...
Nestes termos,
Pede deferimento