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Na tentativa de explicar as causas do subdesenvolvimento brasileiro, Celso Furtado analisou a história do país considerando o
modelo centro-periferia, muito comum no pensamento econômico da CEPAL. Furtado defendia que o Brasil era periferia em
relação ao centro, composto por países europeus e pelos Estados Unidos, até o fim do ciclo do café. Por consequência, o
dinamismo do país era desproporcionalmente dependente das condições econômicas do centro. Além desse desequilíbrio, o
Brasil possuía uma lógica social e econômica própria na qual uma economia de subsistência e com muito baixa produtividade
existia ao lado de uma economia altamente dinâmica voltada à exportação. A relação entre as duas caracterizou os diferentes
ciclos do país: ciclo da cana-de-açúcar, ciclo do ouro e ciclo do café. Esse último permitiu o início de um forte processo de
industrialização no país. No entanto, por conta de sua posição de periferia e o desequilíbrio entre suas duas "economias"
internas, o Brasil teve que constantemente enfrentar dois grandes problemas: inflação e desigualdade de renda. [10] Para
Furtado, o Governo Vargas, que assumira o país a partir de 1930, fora fundamental para industrializar o Brasil. O programa
econômico varguista decidira comprar o excesso de café produzido, com o intuito de controlar os preços internacionais do
produto; a partir desse crédito, e da desvalorização cambial, inicia-se a instalação de indústrias, sob o processo
de Substituição de importações.[11]