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IV.

FORNECER AO GOVERNO AS FERRAMENTAS NECESSÁRIAS PARA GERENCIAR CRISES


FINANCEIRAS

Nos últimos dois anos, o sistema financeiro tem sido ameaçado pela falência ou iminente falência de algumas
das maiores e mais interconectadas empresas financeiras. Nosso sistema atual já tem fortes procedimentos e
perícia para lidar com a falência dos bancos, mas quando um conglomerado bancário ou uma empresa
financeira não-bancária está em grave perigo, existem atualmente apenas duas opções: obter capital de fora ou
entrar em falência. Na maioria das situações econômicas, estas são as opções adequadas, que não terão
grande impacto na estabilidade financeira.

No entanto, em condições de tensão pode ser difícil para as instituições em dificuldades levantar
capital privado suficiente. Assim, se uma grande companhia bancária interligada ou uma empresa financeira não-
bancária está próxima à falência durante uma crise financeira, há apenas duas opções: obter financiamento de
emergência do governo dos EUA, como no caso da AIG, ou entrar em falência, como no caso do Lehman
Brothers. Nenhuma destas opções é aceitável para administrar a resolução da empresa com eficiência e eficácia
de forma que limite o risco com o menor custo para o contribuinte.
Propomos uma nova autoridade, com base na autoridade existente do FDIC, que deve permitir que o governo
corrija a falha potencial de um conglomerado bancário ou outra empresa financeira não-bancária quando a
estabilidade do sistema financeiro estiver em risco.

A fim de melhorar a prestação de contas na utilização de ferramentas de outra crise, propomos também que o
Conselho do Federal Reserve receba prévia aprovação da Secretaria do Tesouro para realizar empréstimos de
emergência no âmbito da sua autoridade em "circunstâncias incomuns e exigentes".

A. Criar um regime de resolução para BHC em falha, Incluindo o nível 1 FHC

Recomendamos a criação de um regime de resolução para evitar a desordenada resolução de falhas de


BHC, incluindo o nível 1 FHC, se uma desordenada resolução teria graves efeitos adversos sobre o
sistema financeiro ou a economia. O regime completaria (e não substituiria) e teria como modelo o
regime existente para instituições subordinadas à Lei Federal de Seguro de Depósito.

As reações do governo federal para a iminente falência do Bear Stearns, Lehman Brothers e AIG foram
complicadas pela falta de um quadro legal para evitar a falência desordenada das empresas financeiras não
bancárias, incluindo as filiais de bancos ou outras instituições depositárias seguradas. Na ausência de tal
quadro, a única via do governo para evitar as falhas do Bear Stearns e a AIG foi o uso da autoridade do Federal
Reserve de empréstimo. E esse mecanismo foi insuficiente para evitar a falência da Lehman Brothers, evento
que serviu para demonstrar o quão perturbadora a falência de uma empresa financeira não-bancárias pode ser
para o sistema financeiro e a economia.

Por esses motivos, propomos a criação de um regime de resolução para permitir a resolução de falhas de BHC,
incluindo nível 1 FHC, em situações onde a estabilidade do sistema financeiro está em risco.

Este regime de resolução não deve substituir os procedimentos de falência no curso normal de negócios.
Falência é e continuará sendo a ferramenta dominante para lidar com o fracasso de um BHC, a menos que o
regime de resolução especial seja acionado devido a preocupações com a estabilidade financeira.

O regime de resolução proposto é inspirado na "exceção de risco sistêmico" contido no regime resolução do
FDIC existente. Essa exceção permite ao FDIC desviar-se do menor custo padrão de resolução, quando a
estabilidade financeira está em risco. Como aquela autoridade, a que propomos aqui seria apenas para os
tempos extraordinários e estaria sujeita a procedimentos de controle muito rigorosos.
Propomos um processo formal para decidir se a utilização deste regime especial de resolução é necessária para
uma empresa em particular e para determinar a forma que o processo de resolução que a empresa deve ter. O
processo pode ser iniciado pelo Tesouro ou pelo Federal Reserve. Além disso, o processo pode ser iniciado pelo
FDIC, ou pela SEC, quando a maior subsidiária da empresa não for uma corretora de valores.

A autoridade para decidir se, para resolver uma empresa insolvente no âmbito da resolução especial regime
deve ser investida no Tesouro, que poderia invocar a autoridade somente após consulta ao Presidente e
somente mediante a recomendação por escrito de dois terços dos os membros do Conselho do Federal Reserve
e dois terços dos membros do Conselho do FDIC. Mas, se a maior subsidiária da empresa (medida pelo total de
ativos) é uma corretora, então a aprovação do Conselho do FDIC não é necessária, e dois terços dos
comissários da SEC deverão aprová-la. Se a empresa não inclui uma companhia de seguros, o Instituto Nacional
do Seguro Social dentro do Tesouro consultará o Federal Reserve e a Conselho do FDIC em matéria específica
de seguros.
Para convocar essa autoridade, o Tesouro teria que determinar que: (1) a empresa não cumpriu ou corre o risco
de não cumprir suas obrigações; (2) a falência da empresa e a sua resolução teria efeitos graves adversos sobre
o sistema financeiro ou a economia, e (3) o uso pelo governo do regime de resolução especial evitaria ou
atenuaria esses efeitos adversos.

A autoridade para decidir como solucionar a falência de uma empresa no âmbito do regime especial de
resolução também deve ser investida pelo Tesouro. As ferramentas disponíveis para o Tesouro devem incluir a
capacidade de estabelecer a recuperação ou administração judicial da empresa insolvente. O regime também
deve prever a capacidade de estabilizar uma instituição insolvente (incluindo a que está em recuperação ou
administração judicial) através de empréstimos à empresa, comprando ativos da empresa, garantindo os
passivos da empresa, ou investindo capital na empresa.
Propomos que, ao escolher entre as ferramentas disponíveis, o Tesouro deve considerar a eficácia de uma ação
para atenuar os potenciais efeitos adversos sobre o sistema financeiro ou a economia, o custo da ação para os
contribuintes, e o potencial da ação para o aumento do risco moral.

O Tesouro geralmente deve nomear o FDIC para atuar como gestor judicial ou liquidante, nos casos
onde decidiu estabelecer recuperação ou administração judicial. Ele deve ter autoridade para nomear o SEC
como gestor judicial ou liquidante, quando a maior subsidiária da empresa insolvente, medida pelo total de
ativos, é um corretor ou corretora de valores. O gestor judicial ou o liquidante deve cooperar com autoridades
estrangeiras que podem estar envolvidas na resolução das filiais da empresa localizadas no exterior.

O gestor judicial ou o liquidante da empresa deve ter amplos poderes para tomar medidas com respeito à
empresa financeira. Por exemplo, deve ter a autoridade para assumir o controle das operações da empresa,
para vender ou transferir a totalidade ou parte dos ativos da empresa em liquidação para uma instituição-ponte
ou outra entidade. Isso deve incluir a autoridade para transferir os contratos da empresa com derivativos para
uma instituição-ponte e, assim, evitar rescisão dos contratos pelas contrapartes da empresa. O gestor judicial ou
liquidante também deve ter o poder de renegociar ou repudiar os contratos da empresa, incluindo contratos com
os seus empregados.

A entidade que atua como gestor judicial ou liquidante deve estar autorizada a contrair empréstimos junto ao
Tesouro, quando necessário, para financiar o exercício das autoridades no âmbito do regime de resolução, e o
Tesouro deve ser autorizado a emitir dívida pública para financiar esses empréstimos.
Os custos dos empréstimos devem ser pagos a partir do produto das avaliações sobre os BHCs. Essas
avaliações devem basear-se no passivo total (exceto responsabilidades que são avaliadas para financiar outros
regimes de seguro federal ou estadual).

Além disso, à luz do papel do FDIC no regime especial de resolução para BHCs, o FDIC deve ter a autoridade
para obter qualquer relatório de exame elaborado pelo Federal Reserve em relação a qualquer BHC.

B. Alterar a autoridade de empréstimos de emergência do Federal Reserve

Vamos propor uma legislação para alterar a Seção 13 (3) da lei do Federal Reserve para exigir a
aprovação prévia por escrito do secretário do Tesouro para quaisquer extensões de crédito do Federal
Reserve para indivíduos, sociedades ou empresas em "circunstâncias incomuns e exigentes."

A Seção 13 (3) da Lei do Federal Reserve prevê que em "circunstâncias incomuns e exigentes” o Conselho do
Federal Reserve, após uma votação de cinco ou mais membros, poderá autorizar o Federal Reserve a realizar
empréstimos para qualquer sociedade, indivíduo ou corporação.
As únicas restrições a tais empréstimos são de que todos os empréstimos devem ser avalizados a contento do
Banco Central e que este deve obter prova de que o mutuário é incapaz de obter "acomodações de crédito
adequado" dos bancos.

Durante a recente crise financeira, o Conselho do Federal Reserve usou essa autoridade em várias ocasiões
para proteger o sistema financeiro e a economia. Ele realizou empréstimos a instituições financeiras para evitar
falências desordenadas (por exemplo, a AIG). Criou facilidades de liquidez para aumentar a confiança e liquidez
em numerosos setores (por exemplo, bancos de investimento, fundos do mercado monetário, emissores de
commercial papers). Além disso, criou facilidades de liquidez destinadas a revitalizar os mercados de
securitização e, assim, restaurar o crédito para consumidores e empresas, cujo acesso ao crédito era
dependente desses mercados.

O Conselho do Federal Reserve, atualmente, tem autoridade para fazer tais empréstimos sem a aprovação do
Secretário do Tesouro. Na prática, em cada caso durante a crise em que usou a autoridade da seção 13 (3), ele
solicitou e obteve a aprovação da Secretaria. De fato, as linhas de liquidez destinadas a revitalizar os mercados
de securitização têm envolvido o uso de fundos do TARP para garantir que os empréstimos e as facilidades da
seção 13 (3) sejam conjuntamente desenhados pelo Federal Reserve e pelo Tesouro.
A autoridade
Seção 13 (3) do Federal Reserve deve estar sujeita a aprovação prévia por escrito do Secretário do Tesouro
para fazer empréstimos descritos na Secção 13 (3) a fim de permitir responsabilidade adequada daqui para
frente.

V. AUMENTAR AS NORMAS INTERNACIONAIS DE REGULAMENTAÇÃO E MELHORAR A COOPERAÇÃO


INTERNACIONAL

Como podemos testemunhar durante esta crise, a tensão financeira pode se espalhar facilmente e rapidamente
além das fronteiras nacionais. No entanto, a regulamentação ainda é definida em grande parte no contexto
nacional.
Sem regulação e supervisão coerentes, as instituições financeiras tendem a mover suas atividades para
jurisdições com regras mais flexíveis, criando uma corrida para o fundo e intensificando o risco sistêmico para o
sistema financeiro mundial.

Os Estados Unidos estão desempenhando um forte papel de liderança nos esforços para coordenar a política
financeira internacional através do G-20, do Conselho de Estabilidade Financeira, e do Comitê de Basileia sobre
Supervisão Bancária. Nós usaremos nossa posição de liderança na comunidade internacional para promover
iniciativas compatíveis com as reformas reguladoras internas descritas neste relatório.

Iremos nos concentrar em atingir um consenso internacional sobre quatro questões fundamentais: normas de
regulamentação do capital; supervisão dos mercados financeiros globais; supervisão de empresas financeiras
com atividades internacionais; e prevenção e gestão de crises.

Em abril de 2009, os líderes do G-20 emitiram uma declaração em oito partes delineando um plano abrangente
de reforma da regulamentação financeira.

As iniciativas de reforma da regulamentação interna descritas neste relatório são coerentes com os
compromissos internacionais que os Estados Unidos se comprometeram no âmbito do processo do G-20,
e propomos fortes normas regulamentares em diversas áreas.
A. Reforçar o Quadro do Capital Internacional

Nós recomendamos que o Comitê de Basileia de Supervisão Bancária (BCBS) continue a modificar e
melhorar o Acordo de Basileia II, apurando os ponderadores de risco aplicáveis à carteira de negociação
e produtos securitizados, introduzindo um suplemento de endividamento e melhorando a definição de
capital até ao final de 2009. Nós também solicitamos ao BCBS que conclua uma análise aprofundada do
quadro de Basileia II para atenuar seus efeitos pró-cíclicos.

Em 1988, o BCBS desenvolveu o Acordo de Basiléia para fornecer um quadro para reforçar a segurança e a
solidez do sistema bancário através da necessidade de capital regulamentar de bancos estáveis
internacionalmente. Como os pontos fracos do Acordo da Basiléia original se tornaram cada vez mais aparentes,
o BCBS desenvolveu um novo acordo, conhecido como Basiléia II. Os Estados Unidos não têm o Basiléia II
totalmente implementado, mas a crise financeira internacional já demonstrou deficiências no quadro do Basileia
II.

Apoiamos os esforços do BCBS para suprir essas deficiências. Em particular, nós apoiamos os esforços do
BCBS para melhorar o quadro de capital regulamentar para a carteira de negociação e exposições de
securitização em 2010.

Em segundo lugar, instamos o BCBS a reforçar a definição de capital regulamentar para melhorar
a qualidade, quantidade e consistência internacional do capital. Instamos o BCBS para emitir diretrizes para
harmonizar a definição de capital para o fim de 2009, e desenvolver recomendações sobre os níveis mínimos de
capital em 2010.

Em terceiro lugar, instamos o BCBS a desenvolver um sistema simples e transparente, como recomendado
pelos líderes do G-20.

Em quarto lugar, instamos o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB), BCBS, e do Comitê do Sistema
Financeiro Global (CSFG), em coordenação com os órgãos de normas contábeis, a implementar até ao final de
2009, as recomendações do G-20 para fazer atenuações pró-ciclicamente, incluindo uma exigência aos bancos
de constituírem reservas de capital em bons tempos, de onde possam retirar dinheiro quando as condições
forem desfavoráveis. Isto é consistente coma nossa proposta da Seção I de que os bancos e os BHCS deverão
ter um capital de alta qualidade suficiente durante períodos de conjuntura favorável para mantê-los acima dos
requisitos mínimos de capital prudente durante circunstâncias econômicas desfavoráveis.

B. Melhorar a Supervisão dos Mercados Financeiros Globais


Instamos as autoridades nacionais para promover a padronização e a melhoria da supervisão dos
mercados de derivativos de crédito e outros mercados derivados OTC, especialmente através do uso de
contrapartes centrais, ao longo das linhas de compromisso do G-20, e atingir esses objetivos através de
uma coordenação e cooperação internacional.

Os líderes do G-20 concordaram em promover a compensação e normalização centrais de derivativos de crédito


e convidaram a indústria a desenvolver um plano de ação nesta matéria até o Outono de 2009. Os participantes
do mercado dentro dos Estados Unidos já criaram contratos padronizados para o uso na América do Norte que
cumprem os compromissos do G-20. Várias contrapartes centrais também foram estabelecidas a nível global
para os derivativos de crédito claro.

Na Seção II, nós propomos uma regulamentação para o mercado de derivativos Over-the-Counter (mercado de
balcão) que vá além dos compromissos do G-20. Dada a natureza global dos mercados financeiros, os Estados
Unidos devem continuar a trabalhar com nossos parceiros internacionais para aumentar as normas
internacionais para os mercados de balcão, integrar ainda mais a estrutura do nosso mercado financeiro, e evitar
medidas que possam resultar em fragmentação do mercado.

C. Reforçar a Supervisão dos Ativos a Nível Internacional das Empresas Financeiras

Recomendamos que o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) e autoridades nacionais a aplicar os


compromissos do G-20 para reforçar os mecanismos de cooperação internacional em matéria de
supervisão das empresas financeiras globais através do estabelecimento e desenvolvimento operacional
contínuo de colégios de supervisão.

A crise financeira evidenciou a necessidade de um mecanismo permanente para o compartilhamento de


informações multinacionais e a colaboração entre os reguladores internacionais de instituições financeiras de
importância mundial.

Por recomendação dos líderes G-20, os supervisores criaram "colégios de supervisão "para as trinta mais
importantes instituições financeiras globais. Os colégios de supervisão para todas as trinta empresas encontram-
se pelo menos uma vez. Os supervisores estabelecerão colégios adicionais para outras empresas multinacionais
importantes. O FSB vai rever as atividades dos colégios para as lições aprendidas uma vez que os colégios
tenham experiência acumulada suficiente.

D. Prevenção de Crise e Reforma autoridades de gestão e procedimentos

Recomendamos que o BCBS agilize seu trabalho para melhorar a resolução multinacional de empresas
financeiras globais e desenvolver recomendações para o fim de 2009. Nós ainda instamos as
autoridades nacionais para melhorar os arranjos de compartilhamento de informação e aplicar os
princípios do FSB para crise multinacional de gestão.

Resolução Multinacional de Empresas Financeiras

A atual crise financeira tem afetado os bancos e empresas financeiras não bancárias sem levar em conta sua
estrutura jurídica, o domicílio ou local de clientes. Muitas das instituições financeiras em dificuldade são grandes,
têm atividades e estruturas internas complexas, e operam em várias nações. O sistema financeiro global está
mais interligado do que nunca.

Atualmente, não existe um procedimento comum nem um entendimento completo de como os países possam
intervir na falência de uma grande empresa financeira, e como essas ações podem interagir com os esforços de
resolução de outros países. Por exemplo, os países divergem sobre regras de compensação com vencimento
antecipado para transações financeiras ou depósitos. As autoridades reguladoras nacionais estão inclinadas a
proteger os ativos de suas próprias jurisdições, mesmo que isso cause repercussões em outros países.

Muitos países não dispõem de sistemas eficazes para solucionar a falência de um banco, que tem forçado
formuladores de política a empregar respostas para instituições financeiras em falência.

Como discutido acima, os Estados Unidos já tem em vigor um regime de resolução robusto para instituições de
depósitos de seguros. Além disso, estamos propondo a criação de um regime de resolução que dispõe de
autoridade suficiente para evitar a resolução desordenada de qualquer empresa cuja falência teria
conseqüências sistêmicas.

O G-20 apreciou os esforços contínuos do Fundo Monetário Internacional (FMI), FSB, Banco Mundial, e do
BCBS para desenvolver um quadro internacional para resoluções de bancos multinacionais.
Os Estados Unidos e os seus companheiros internacionais devem trabalhar juntos a fim de melhorar os
mecanismos para a resolução de empresas financeiras multinacionais através:

• Da criação de um conjunto flexível de poderes para as autoridades com poder de resolução para assegurar a
continuidade de funções sistemicamente importantes, tais como a capacidade de transferência de ativos,
contratos e operações para outras empresas ou uma instituição de ponte; a capacidade de criar e operar
instituições-ponte de curto prazo, a autoridade imediata para solucionar a falência de uma instituição; e limites de
encerramento mais previsíveis e consistentes;

• Do fomento ao desenvolvimento de mecanismos de compartilhamento de informação multinacional entre as


autoridades de regulamentação e aumentando a compreensão de como os vários regimes nacionais de
resolução para bancos multinacionais e empresas financeiras não-bancárias interagem uns com os outros;

• Da implementação de reformas para melhorar a eficiência e a eficácia da gestão de crise e resoluções na


predominância da abordagem de "entidade separada". O BCBS deve iniciar mais trabalhos sobre a viabilidade e
conveniência de se avançar no desenvolvimento de métodos para a repartição de encargos financeiros
associados à falência das grandes empresas financeiras multinacionais, a fim de maximizar as opções de
resolução; e

• Do reforço à eficácia das normas existentes para a indenização e liquidação de contratos financeiros
multinacionais e operações de pagamentos de grande montante, incluindo o fornecimento de opções para a
manutenção das cláusulas contratuais durante a insolvência, assim como através da opção de uma instituição-
ponte disponível na lei de liquidação bancária dos EUA.

Princípios de Gestão da Crise

As autoridades reguladoras nacionais, incluindo os reguladores dos EUA, estão implementando os princípios do
FSB para gestão de crises multinacionais, aprovado pelos líderes G-20. Os reguladores do país de origem de
cada instituição financeira internacional serão responsáveis por garantir que o grupo de autoridades com
interesse comum em uma determinada instituição financeira se reunirá pelo menos anualmente.

Além das quatro prioridades fundamentais acima mencionadas, os Estados Unidos estão comprometidos com
a execução do restante da agenda de reforma regulatória que os líderes G-20 aprovaram em sua Cúpula em
abril. Os Estados Unidos vão sediar a cúpula dos terceiros líderes em Pittsburgh em setembro de 2009, e
gostaria de ver progressos no resto das questões abordadas na Declaração sobre o Fortalecimento do Sistema
Financeiro do G-20, descritas abaixo.

E. Fortalecer o Conselho de Estabilidade Financeira

Recomendamos que o FSB complete sua reestruturação e institucionalize seus novos mandatos para
promover a estabilidade financeira mundial em setembro de 2009.

Na Cúpula de Londres, os líderes G-20 pediram a reconstituição da FSF, originalmente criado em 1999. A FSF,
agora chamada de FSB, expandiu sua associação para incluir todos os membros do G-20, e os líderes do G-20
fortaleceram o mandato do FSB para promover a estabilidade financeira. No âmbito do seu mandato reforçado, o
FSB vai avaliar vulnerabilidades financeiras do sistema, promover a coordenação e o intercâmbio de
informações entre autoridades, assessorar e acompanhar as melhores práticas para atender aos padrões de
regulação, estabelecer diretrizes e apoiar a criação de colégios de supervisão, e apoiar a gestão de crises
multinacionais e o planejamento de contingência.

F. Reforçar a Regulamentação Prudente

Recomendamos que o BCBS melhore os padrões de gerenciamento de risco de liquidez para


empresas financeiras e que o trabalho do FSB com o Bank for International Settlements (BIS) e
desenvolva ferramentas macroprudentes.

O BCBS e as autoridades nacionais deverão elaborar, até 2010, um quadro global para promover proteção de
liquidez às instituições financeiras, incluindo instituições multinacionais.

O FSB deve trabalhar com o BPI e organizações internacionais de normalização para o desenvolvimento de
ferramentas macroprudentes e apresentar um relatório ao G-20 até ao Outono de 2009.
G. Ampliar o Alcance do Regulamento

1. Identificar as empresas financeiras estrangeiras que são de nível 1 FHC. Determinar a definição
adequada de nível 1 FHC e aplicação dos requisitos para empresas financeiras estrangeiras.

Como discutido anteriormente na Seção I, propomos um regime mais rigoroso de fiscalização e regulamentação
aplicável ao nível 1 FHC do que a outros BHCs. Este regime deve incluir, entre outras coisas, capital mais forte,
normas de gestão de risco e liquidez para o nível 1 FHC do que para outros BHCs. Da mesma forma, os líderes
do G-20 concordaram, em abril, que "todas as instituições financeiras importantes, mercados e instrumentos
devem ser submetidos a um grau adequado de regulação e supervisão”.

Em consulta com o Tesouro, o Federal Reserve deve desenvolver regras para orientar a identificação das
empresas financeiras estrangeiras como nível 1 FHC tendo como base se suas operações nos EUA representam
uma ameaça para a estabilidade financeira. Esta avaliação deve ser semelhante à que é usada para identificar
as empresas nacionais de nível 1 FHC. O Federal Reserve pode considerar a aplicação de critérios para as
operações mundiais da empresa estrangeira. O Federal Reserve também poderia optar por aplicar os únicos
critérios para as operações da empresa estrangeira nos EUA ou para aquelas operações da empresa que
afetam os mercados financeiros dos EUA. Várias opções estão disponíveis para as instituições financeiras
estrangeiras.

Ao determinar quais empresas estrangeiras estão sujeitas ao regime do nível 1 FHC, o Federal Reserve deve
dar a devida atenção ao princípio do tratamento nacional e da igualdade de concorrência entre as empresas
estrangeiras que operam nos Estados Unidos e empresas dos Estados Unidos. O Federal Reserve também deve
considerar as implicações dessas determinações para acordos internacionais negociados pela agência
executiva. De acordo com nossa proposta, o Tesouro não teria um papel na aplicação dessas regras para
empresas específicas.

Além disso, os novos testes de "empresa bem capitalizada" e "empresa bem gerida" para determinar o nível de
FHC propostos neste relatório devem ser aplicados a instituições financeiras estrangeiras que operam nos
Estados Unidos de uma maneira comparável às instituições financeiras dos EUA, enquanto leva em conta a
diferença em suas formas legais (tais como ramo) de suas similares no EUA.

Sob o atual regime da Lei Gramm-Leach Bliley (GLB), um banco estrangeiro que possua ou controle um banco
dos EUA deve cumprir os mesmos requisitos que um BHC nacional para alcançar status de FHC, ou seja, todos
os bancos subsidiários do EUA integrantes de um BHC ou um banco estrangeiro devem ser "bem capitalizados"
e "bem geridos". U m banco estrangeiro que não possua ou não controle um banco dos EUA, mas opera através
de uma sucursal, agência, ou empresa de empréstimo comercial localizadas nos Estados Unidos deve ser "bem
capitalizada" e "bem gerida" para se tornar um FHC.

Apesar de propor a alteração dos requisitos de elegibilidade para ser FHC no presente relatório, não ditamos a
maneira pela qual essas exigências são aplicadas às empresas financeiras estrangeiras com operações nos
EUA. Propomos permitir que o Federal Reserve, em consulta com o Tesouro, determine como aplicar essas
novas exigências aos bancos estrangeiros que obtenham o status de FHC. O Federal Reserve também deve
fazer a sua determinação levando em conta o devido princípio do tratamento nacional e da igualdade de
oportunidade competitiva.

2. Aumentar a Regulação de Fundos de Hedge. Instamos as autoridades nacionais para implementar até
ao final de 2009, o compromisso do G-20 de exigir que os fundos de hedge ou seus gestores registrem e
divulguem as informações adequadas necessárias para avaliar o risco sistêmico que representam
individualmente ou coletivamente.

Os líderes do G-20 concordaram em exigir o registro dos fundos de hedge ou de seus gestores sujeitos a limites
de valores e também exigir que fundos de hedge divulguem informações adequadas em uma base para permitir
que os supervisores avaliem o risco sistêmico que representam individualmente ou coletivamente. Nossa
proposta de reforma regulamentar amplia as recomendações do G-20 para incluir o registro dos consultores para
outros grupos de capital privados, juntamente com registros e requisitos de divulgação adicionais para os
investidores, credores e contrapartes.

H. Introduzir Melhores Práticas de Indenização

Em consonância com os compromissos do G-20, pedimos que cada autoridade nacional coloque
em vigor diretrizes para alinhar a indenização com o valor do acionista de longo prazo e promova
estruturas de indenização que não ofereçam incentivos para os investidores de alto risco.
Recomendamos que o BCBS integre os princípios do FSB sobre indenização em suas orientações de
gestão de risco até o final de 2009.
A crise financeira destacou os problemas relacionados às estruturas de indenização que não levam em
consideração o risco e os objetivos das empresas no longo prazo. Em abril, os Líderes G-20 aprovaram os
princípios sobre a indenização em importantes instituições financeiras desenvolvido pelo FSB para alinhar as
estruturas de remuneração com os objetivos das empresas no longo prazo e tomadores de risco.

I. Promover Padrões Mais Fortes em Regulação, Lavagem de Dinheiro/Financiamento do Terrorismo e


Áreas de Troca de Informações de Câmbio

Os Estados Unidos estão comprometidos a trabalhar diligentemente para aumentar tanto as normas
regulamentares dos EUA quanto as mundiais, melhorando e coordenando a execução das referidas normas,
encerrando assim lacunas regulatórias geográficas.

Em antecipação ao G-20, em Londres, o secretário Geithner apresentou aos EUA a iniciativa "Trifecta" para
elevar os padrões internacionais em matéria de supervisão, de lavagem de dinheiro / financiamento do
terrorismo (AML / CFT) através de uma maior utilização das avaliações objetivas.
A Declaração da Cúpula de Londres do G-20 aprovou a iniciativa dos EUA.

1. Pedimos que o FSB estabeleça rapidamente e coordene as análises para avaliar o cumprimento e a
implementação de normas de regulação internacional, com atenção prioritária aos elementos de
cooperação internacional de normas regulamentares.

Como parte da iniciativa dos EUA, a FSB começou a trabalhar em conjunto com organizações internacionais de
normalização (O BCBS, a Associação Internacional de Supervisores de Seguros e a Organização Internacional
das Corretoras de Valores - IOSCO) e com o FMI para expandir o uso de avaliações e análises. O FSB e os
órgãos de normalização devem basear-se nos processos aplicáveis existentes, já em uso por órgãos de
normalização. O FSB está dando especial atenção à avaliação do cumprimento das normas relativas à troca de
informações e à cooperação internacional.

2. Os Estados Unidos irão trabalhar para implementar o Grupo de Revisão e Cooperação Internacional
(ICRG) no processo de revisão por pares e trabalhar com parceiros na Força-Tarefa de Ação Financeira
(GAFI) para tratar de jurisdições que não cumpram com as normas internacionais contra lavagem de
dinheiro/financiamento do terrorismo (AML / CFT).

O Grupo de Revisão de Cooperação Internacional (ICRG) da Força-Tarefa de Ação Financeira


(FATF) é responsável pelos contatos com as jurisdições que não estão em conformidade e pela recomendação
da aplicação de contramedidas pelo FATF. Os Estados Unidos são co-presidente, com a Itália, do ICRG e estão
liderando os esforços para revisar e reforçar os procedimentos utilizados para selecionar jurisdições para uma
análise aprofundada. O FATF irá finalizar a revisão procedimentos de avaliação do ICRG em sua próxima
reunião plenária no final de junho.

J. Melhorar as Normas Contábeis

1. Recomendamos que os órgãos de normas contábeis tornem mais clara e coerente a aplicação das
normas de contabilidade sobre valor justo, incluindo instrumentos financeiros deficientes, até o final de
2009.

Os Líderes do G-20 orientaram os órgãos de normas de contábeis a melhorar os padrões de valorização dos
instrumentos financeiros, e a reduzir a complexidade dos instrumentos financeiros de contabilidade. O
International Accounting Standards Board (IASB) comprometeu-se a desenvolver um projeto até Julho de 2009,
um novo padrão de medida financeira, que substituirá as Normas Internacionais de Contabilidade (IAS) 39,
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, o padrão de medição do valor justo do International
Financial Reporting Standards (IFRS), e reduzir a complexidade das normas de contabilidade.

Além disso, o Financial Accounting Standards Board (FASB) e o IASB têm fornecido orientações adicionais
sobre a mensuração do valor justo. Os formuladores de normas também estão avaliando as recomendações
fornecidas pelo Financial Crises Advisory Group ("FCAG"), um alto nível do grupo consultivo que aqueles órgãos
estabeleceram em Dezembro de 2008.

Em resposta às recentes alterações do FASB para o seu padrão de depreciação para títulos de dívida, o
IASB se comprometeu a fazer melhorias nos seus próprios requisitos, como parte de seu projeto de instrumento
financeiro abrangente, marcado por um projeto de exposição por Outubro de 2009. Além disso, o IASB também
se comprometeu a trabalhar com o FASB como parte de seu projeto de instrumento financeiro abrangente, para
promover a coerência global em caso de abordagens insuficientes.
2. Recomendamos que os órgãos de normas contábeis melhorem as normas de contabilidade para
provisões de perdas com empréstimos até o final de 2009, que tornaria mais prospectiva, enquanto a
transparência das demonstrações financeiras é não seja comprometida.

No seu relatório de abril 2009, que abordou a pro-ciclicidade no sistema financeiro, o FSB
determinou que o breve reconhecimento das perdas com empréstimos por empresas financeiras poderiam ter
reduzido o efeito pró-cíclico na crise atual. O FSB recomendou que os órgãos de normas contábeis emitissem
uma declaração de que a atual abordagem de perdas incorridas para provisões de perdas com empréstimos
permite mais julgamento do que os bancos praticam atualmente.

O FSB também recomendou que os órgãos de normas contábeis levem em consideração abordagens
conceituais alternativas para o reconhecimento das perdas por empréstimo, como um modelo de justo valor, um
modelo de perda esperada, e provisionamento dinâmico.

Conforme orientado pela FSB e líderes do G-20, os órgãos de normas contábeis continuam a avaliar a questão
do provisionamento para perdas com empréstimos, incluindo o desenvolvimento de um modelo de perda
esperada para substituir o modelo atual perdas incorridas.
3. Recomendamos que os órgãos de normas contábeis realizem progressos de forma substancial até o
final de 2009 para o desenvolvimento de um conjunto único de normas contábeis de alta qualidade.

Os líderes do G-20 concordaram que os órgãos de normas contábeis devem dar importantes passos em direção
a um conjunto único de normas de contabilidade de alta qualidade até o final de 2009. O IASB e o FASB fizeram
um acordo para convergir as normas do IFRS e do U.S Generally Accepted Accounting Principles (GAAP) a fim
de minimizar ou eliminar as diferenças nos dois conjuntos de normas contábeis. No ano passado, o IASB e o
FASB reiteraram o seu objetivo de alcançar uma ampla convergência entre o IFRS e o GAAP dos EUA até o final
de 2010, que é uma condição necessária no projeto proposto pela SEC para adotar o IFRS.
Atualmente, a SEC está analisando as observações submetidas em seu roteiro proposto, que define as várias
etapas que poderiam levar a eventual utilização do IFRS por todos no EUA.

K. Tornar mais Rigorosa a Supervisão das Agências de Classificação de Crédito

Pedimos as autoridades nacionais para melhorar seus regimes de regulamentação para supervisionar
efetivamente as agências de classificação de crédito (CRAs), de acordo com as normas internacionais
e recomendações dos líderes do G-20.

Como discutido acima, o desempenho do CRAs, em particular das suas classificações de títulos lastreados em
hipotecas e outras dívidas securitizadas, contribuíram significativamente para a crise financeira.

Os líderes do G-20 prometeram realizar uma fiscalização mais eficaz das atividades dos CRAs. Em especial, as
autoridades nacionais devem registrar e fiscalizar todos os CRAs cujas classificações são utilizadas para fins de
regulamentação de acordo com os Fundamentos do Código de Conduta da IOSCO para CRAs até o final de
2009.

Além disso, todas as autoridades nacionais devem garantir o cumprimento do respectivo regime de supervisão
a fim de promover as práticas e procedimentos adequados de gerenciamento de conflitos de interesse na CRA e
para manter a transparência e a qualidade do processo de classificação. O G-20 apelou igualmente à CRA para
diferenciar classificações para produtos estruturados e proporcionar completa divulgação das medidas de
desempenho e metodologias de classificação.

O regime de regulação dos EUA para o CRA é consistente com o Código de Conduta da IOSCO para
CRAs. Além disso, a proposta do Tesouro está de acordo com as recomendações do G-20, de que a SEC deve
prosseguir com seus esforços para reforçar a regulação do ANC ao longo de uma série de
dimensões, inclusive através da divulgação pública de medidas de desempenho e metodologias e melhor
diferenciação de crédito estruturado a partir de produtos de crédito.

Dado o importante papel desempenhado pelos CRAs em nossos mercados financeiros, os Estados Unidos
continuam a trabalhar com nossos parceiros internacionais para promover a coerência dos regimes de
supervisão nacionais através das jurisdições e pede que as autoridades nacionais se envolvam em
compartilhamento de informações adequados, como solicitado pelos líderes do G-20.

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