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DEFINIÇÃO

Conceitos teóricos e a estrutura das instituições financeiras. As grandes crises


financeiras e
seu impacto na sociedade, os riscos da intermediação financeira e as
políticas de regulação.

PROPÓSITO
Saber analisar como os agentes econômicos e as instituições financeiras se comportam em
situações reais da economia. Compreender como a regulação se modifica em uma tentativa
de
acertar um alvo em constante movimento.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Compreender a estrutura das instituições financeiras

MÓDULO 2

Diferenciar as crises financeiras e seus impactos

MÓDULO 3

Analisar os riscos da intermediação financeira e a regulação


financeira
INTRODUÇÃO
Vamos estudar nos módulos a seguir as instituições financeiras e seu funcionamento.
Veremos
inicialmente o papel dos intermediários financeiros, as dificuldades no seu
campo de atuação, e
as ferramentas desenvolvidas como resposta. Refletiremos sobre os
graves problemas que
surgem quando o sistema financeiro se desorganiza e enfrenta
crises. Por último, vamos
analisar os riscos da atividade de intermediação financeira e
aprender como a política pública
reage ou se antecipa a problemas, por meio da
regulação.

MÓDULO 1

 Compreender a estrutura das


instituições financeiras

O PAPEL DO SISTEMA FINANCEIRO


Para compreender o funcionamento do sistema financeiro, é necessário que alguns conceitos
estejam claros. Por isso, este modulo abordará:

Ferramentas utilizadas por governos;

Papel do intermediário financeiro;

Problemas de informação assimétrica;

Intermediários financeiros para mitigar esses problemas.


A estrutura financeira é desenhada de forma a permitir a alocação dos recursos dos
poupadores para os investidores da melhor maneira possível. Um componente importante
dessa estrutura são os intermediários financeiros como:

FUNDOS DE INVESTIMENTO
FUNDOS DE PENSÃO

COMPANHIAS DE SEGURO
BANCOS COMERCIAIS

BANCOS MÚLTIPLOS
 ATENÇÃO

A estrutura financeira está relacionada ao fato de que


existem custos de transação.

Na ausência de intermediários, os pequenos poupadores sofrem restrições ao acessar o


mercado financeiro. Por exemplo, se alguém desejasse comprar ações (em menor quantidade,
devido à sua limitada quantidade de recursos), uma grande porcentagem do total gasto
seria
destinada à comissão de corretagem. Além disso, se esse agente econômico tentasse
diversificar seus investimentos evitando colocar “todos os ovos em uma cesta”,  a
fim de
reduzir os seus riscos, teria um alto custo de transação, uma vez que um grande
número de
pequenas transações gera um elevado custo.

“TODOS OS OVOS EM UMA CESTA”

Essa expressão significa que você está se arriscando muito ao investir todos
os seus recursos
no mesmo lugar. O que acontece se você coloca todos os seus
ovos em uma única cesta, e ela
cai no chão?

Os custos de transação conseguem ser mitigados pelos intermediários financeiros devido à


expertise no mercado e à presença de economias de escala.

     ECONOMIA DE
ESCALA

Economia de escala é a propriedade  pela qual o custo


total médio de uma firma diminui à
medida que a quantidade produzida, nesse
caso transacionada, aumenta.

PROPRIEDADE
O custo é diluído à medida que aumenta a produção. É semelhante
ao que acontece em um
processo de especialização: o especialista
se torna mais produtivo.

     CUSTO DE
TRANSAÇÃO

Os custos de transação podem ser drasticamente reduzidos quando


os investimentos de vários
indivíduos são agrupados de forma a aproveitar as
economias de escala. Em outras palavras,
os custos de transação individuais
são reduzidos quando o tamanho (a escala) das transações
aumenta.

Além disso, os intermediários financeiros também são capazes de desenvolver


expertises que
diminuem custos de transação.

 EXEMPLO

A expertise desenvolvida em tecnologia


computacional permite oferecer serviços como o
acesso à rentabilidade comparada
de investimentos com a poupança ou o Ibovespa no
computador aplicativo
do celular.

IBOVESPA

Ibovespa é o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Ele


reflete o desempenho
médio de uma carteira composta pelas ações mais
representativas e negociadas na bolsa.

Para entender melhor o papel dos intermediários financeiros, vamos estudar com atenção um
problema central dos mercados nos dias atuais: a informação
assimétrica.

O PAPEL DA INFORMAÇÃO ASSIMÉTRICA


NOS
MERCADOS FINANCEIROS
Para melhor entendermos a estrutura financeira, precisamos refletir sobre o papel da
informação assimétrica, uma falha de mercado 
em que uma das partes da transação tem um
nível de conhecimento menor. A sua presença
nos leva a problemas de seleção adversa e
risco moral.

Vejamos mais detalhes sobre cada um dos problemas destacados.

FALHA DE MERCADO

Informalmente, uma falha de mercado ocorre quando há desperdício de recursos:


embora haja
recursos disponíveis para ajudar a situação de alguém, o mercado
não é capaz de gerar lucro
através da produção ou da troca de bens e
serviços.

Seleção Adversa

A seleção adversa é identificada antes da transação e está


relacionada ao tipo do indivíduo. A
princípio, os emprestadores de
crédito não sabem se estão lidando com bons ou maus
pagadores, com pessoas avessas
ou propensas ao risco. Eles apenas sabem que indivíduos
com maior potencial de
produção de resultados adversos provavelmente serão selecionados.
Risco Moral

Surge após a transação, quando emprestadores não sabem de que


maneira os tomadores do
empréstimo vão agir. No contexto de
empréstimos bancários, um comportamento
irresponsável ou arriscado do tomador
diminui a probabilidade de pagamento. Essas atitudes
levam emprestadores a não
realizarem mais empréstimos, apesar de também haver pessoas
prudentes no mercado.

Sobre seleção adversa, um exemplo que podemos destacar são os maus motoristas, que são
mais propensos a comprar um seguro contra a colisão de carros. Sendo assim,
emprestadores
podem decidir não realizar nenhum empréstimo, mesmo que bons credores
estejam presentes
no mercado.

Um exemplo de risco moral ocorre, por exemplo, quando um motorista se sente à vontade
para
ser menos cauteloso após contratar um seguro.
O vídeo a seguir apresenta alguns exemplos práticos sobre
Seleção Adversa e Risco Moral.
O programa “Cadastro Positivo” foi criado no Brasil em 2011, mas apenas recentemente foi
alterado para alcançar um maior número de pessoas físicas e jurídicas. A Lei
Complementar
166/2019 passou a incluir o nome de consumidores e empresas no banco de
dados. Antes era
preciso informar se desejava ser cadastrado.

 SAIBA
MAIS

O programa almeja aumentar o acesso ao crédito, reduzir


as taxas de juros e ainda melhorar
os prazos de pagamento. Esses benefícios são
possíveis, pois as empresas de crédito
conseguem avaliar melhor o perfil dos
tomadores. Isso diminui a seleção adversa presente no
mercado, muito embora
ainda permaneça o risco moral.

Na  década de 1970, o famoso economista George Akerlof, ganhador do Prêmio Nobel,
apresentou ao mundo seu artigo O Mercado dos limões, no qual debate
as implicações da
seleção adversa.

LIMÕES

O termo “limão” é usado pelos americanos para se referirem a carros usados


ruins. Em
português, podemos dizer que o carro é um abacaxi!
Acontece algo similar no mercado financeiro. Um indivíduo incapaz de distinguir uma boa
firma
de outra com riscos elevados e lucros baixos tenderia a pagar pela ação um valor
que refletisse
a qualidade média das empresas. Isso significa que o preço está alto
demais para uma firma
ruim, e baixo demais para uma boa! Se os donos ou gerentes de uma
boa empresa sabem que
suas ações são negociadas a um preço baixo demais, não irão
vendê-las, restando apenas as
firmas ruins para a negociação.

Sabendo disso, os demais investidores não comprariam essas


ações. A análise é similar no
mercado de títulos privados. Nesse contexto, o mercado de
ações apresenta dificuldades para
que as empresas obtenham recursos.

Na prática, esse mercado opera com ofertas públicas de investimento


coletivo:

UMA EMPRESA LANÇA MUITAS AÇÕES PARA


DIVERSAS
PESSOAS ADQUIRIREM. ISSO PERMITE
QUE ELA SEJA AVALIADA DE UMA SÓ VEZ E QUE A
INFORMAÇÃO A SEU RESPEITO SEJA USADA POR
TODOS.

A ação é apenas um dos muitos títulos, ou valores mobiliários, negociados no mercado. Por
essa razão, de maneira geral, falamos no mercado de valores mobiliários.

A presença de “limões” (ou abacaxis!) mantém o mercado de valores mobiliários longe de


ser
um canal efetivo de recursos dos emprestadores para os tomadores.

MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS

O mercado de valores mobiliários, que faz parte do sistema financeiro,


permite a transferência
direta de recursos entre agentes econômicos.
Instituições financeiras são apenas prestadoras
de serviço, mas não são
responsáveis pela transferência e não ficam com nenhum risco.

 VOCÊ
SABIA

A maneira de os agentes oferecerem mais detalhes sobre as


empresas é por meio das
agências de classificação, que coletam e produzem
informações distinguindo as firmas no
mercado, como Standard and Poor’s, a
Moody’s e a Fitch Ratings.
Esse sistema, porém, não resolve o problema de seleção adversa em mercados financeiros,
por causa do comportamento chamado de carona. Ele ocorre quando pessoas
que não
pagaram pela informação também se beneficiam dela, tornando o
investimento em
informação menor do que deveria.

CARONA

Para se referir a esse problema, muitas vezes se usa o termo em inglês:


free-rider.

A demanda por um ativo e o seu preço aumentam à medida que diversos agentes detêm uma
informação relevante, assim quem pagou por ela não obtém todo o benefício. Desse modo,
cada vez menos pessoas irão obter o serviço e, consequentemente, menos informação será
produzida. Vejamos mais detalhes a seguir.
O preço mais elevado não permite a obtenção de lucros com a compra do
ativo. Logo, menos
pessoas obtêm esse serviço e menos informação
sobre empresas é produzida. A seleção
adversa, portanto, continua
interferindo no funcionamento eficiente do mercado com uma
assimetria de informação, pois o comportamento de carona impede a
produção de dados.

Uma segunda maneira de disponibilizar mais informações é a regulação


do mercado de valores
mobiliários, encorajando empresas a revelarem
seus reais dados.

No Brasil, a agência reguladora do mercado de capitais, a Comissão de


Valores Mobiliários
(CVM), exige a presença de auditores externos
para companhias com capital aberto, ou seja,
que possuem ações
negociadas na bolsa. As empresas de auditoria certificam que a firma
em
questão segue bons princípios contábeis e divulgam informações
precisas sobre vendas, ativos
e rendimentos.

A regulação governamental pode diminuir os problemas de informação


assimétrica, mas
não os eliminar.

Os executivos das empresas têm bastante incentivo para esconder os problemas delas,
dificultando a tarefa dos investidores de descobrir o valor verdadeiro da firma.

A seleção adversa em mercados financeiros explica esses serem os mais regulados na


economia, a fim de disponibilizar mais informações. Esse mecanismo utilizado pelo
governo é
importante para reduzir o problema de seleção adversa que interfere no
funcionamento
eficiente do mercado.

Nesse contexto, você sabia que na prática, em qualquer mercado,


surgem instituições
para lidar com problemas informacionais?

 EXEMPLO

No mercado de carros usados, o problema de seleção


adversa é mitigado com as agências de
veículos usados. Elas analisam os carros e
intermedeiam as transações entre compradores e
vendedores, oferecendo garantias
que permitem um número maior de vendas. As instituições
financeiras, como um
banco, também têm essa função no mercado financeiro; elas produzem
informações
para possibilitar transações e obter lucro.

Observe que o problema de carona é menos relevante quando temos um serviço como um
empréstimo a pessoa física ou jurídica:

A informação específica gerada para essa transação tem menos


utilidade para quem não
irá realizá-la.

Vamos ver agora como o risco moral pode afetar o funcionamento do mercado. Usaremos a
expressão “principal-agente” para descrever
esse problema informacional, pois temos duas
partes envolvidas:

Gerentes ou administradores da firma (agentes)

Acionistas (principais)
Vejamos a seguir, como acontece na prática.

PRINCIPAL-AGENTE

A depender do autor, o “principal-agente” pode se referir tanto a problemas


de seleção adversa
quanto de risco moral, ou mesmo ambos. Preste sempre
atenção à nomenclatura definida pelo
autor!

Os gerentes, como empregados, detêm apenas uma


pequena parcela da firma e trabalham
para os acionistas, os quais
detêm a maior parte do patrimônio, logo são os proprietários da
companhia.

A separação entre a gerência da empresa e sua propriedade


envolve um problema de
risco moral em que os gerentes
podem agir em interesse próprio em vez dos interesses dos
acionistas
majoritários.
2

3
Por exemplo, por benefício pessoal, o gerente pode investir em um
escritório luxuoso ou
trabalhar menos do que deveria. Ele pode estar
interessado em estratégias corporativas como
a compra de outras
empresas, mas não a lucratividade da firma em que trabalha.

O risco moral não surgiria se os donos da firma tivessem informação


suficiente sobre as ações
de seus gerentes a fim de prevenir o mau
comportamento. O problema surge quando o gerente
tem mais dados
sobre sua atividade do que o acionista, um caso de
informação assimétrica.
4

O monitoramento das atividades da firma, com frequentes


auditorias e observações sobre o
gerente, ajuda a
reduzir o risco moral. Porém, esse processo pode ser custoso em
termos de
tempo e dinheiro. Desse modo, o acionista pode ficar em
uma posição frágil, o que reduz o
incentivo à compra de ações da
empresa.

No caso do risco moral, assim como no problema de seleção adversa, as regulações


governamentais são utilizadas para aumentar a informação disponível. Vários países
possuem
leis que obrigam firmas a aderirem princípios contábeis básicos para facilitar a
verificação do
lucro, assim como há penalidades criminais para gerentes que cometem
fraudes, embora não
seja fácil descobri-las e comprová-las.

 DICA
Um intermediário financeiro que ajuda a reduzir o risco
moral é a empresa de capital de risco,
que
agrupa os recursos dos seus parceiros e os usa para ajudar novos empreendedores.

EMPRESA DE CAPITAL DE RISCO

Algumas vezes, chamadas de “Venture Capital”.

Pense em um grupo de amigos que coloca suas economias na mão de alguém de confiança,
que
será remunerado para encontrar oportunidades de investimento entre os pequenos
empreendedores da vizinhança.

A empresa de capital de risco recebe uma parte do novo negócio, ou seja, tem
direito a parte
dos lucros.


A verificação de receitas e lucros é importante para eliminar o risco moral.

Essa empresa normalmente tem diversos profissionais participando na gerência


dos novos
negócios para olhar de perto suas atividades.
Intermediários financeiros, em geral, e bancos, em particular, possuem essencial função
em
transferir recursos para empresas, papel maior do que as transações diretas, que
ocorrem no
mercado de valores mobiliários (também chamado de mercado de capitais).

Isso explica o motivo de o financiamento indireto ser mais


importante do que o direto entre os
agentes econômicos, e a razão de bancos serem a mais
importante fonte de fundos externos
para financiar negócios.

CARACTERÍSTICAS QUE AFETAM AS


CONDIÇÕES
DE FINANCIAMENTO
Algumas características de firmas ou indivíduos minimizam os problemas informacionais
discutidos anteriormente e são refletidas nas condições de financiamento obtidos por
esses
agentes.

Empresas grandes e conhecidas possuem mais informações disponíveis no mercado,


facilitando a avaliação de qualidade por parte dos investidores. Eles se preocupam menos
com
a seleção adversa quando lidam com empresas conhecidas, logo estão mais dispostos a
investir diretamente nelas via mercado de valores mobiliários.
Nesse contexto, destaca-se o Colateral e o Patrimônio
Líquido, que reduzem as
consequências da seleção adversa, e por isso são
bastante importantes para o funcionamento
do mercado de crédito. Vamos ver mais detalhes
a seguir:

COLATERAL

O colateral reduz o prejuízo do emprestador no caso de o devedor não honrar


as suas
obrigações. Essa garantia de risco reduzido aumenta o interesse por
parte do emprestador.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Se a firma possui um elevado patrimônio líquido, pode oferecer uma garantia


maior ao tomar
empréstimos. Além disso, quanto maior o patrimônio líquido,
menor a probabilidade de um
calote.

COLATERAL

O colateral, ou garantia, é a propriedade prometida


ao emprestador se o tomador não pagar o
empréstimo, ou seja, dar um
default ou um calote.

SAIBA MAIS
SAIBA MAIS

O colateral reduz o prejuízo do emprestador no caso de o


devedor não honrar as suas
obrigações. Essa garantia de
risco reduzido aumenta o interesse por parte do
emprestador.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O patrimônio líquido é, informalmente, o valor da
empresa para seus donos: é a diferença entre
o que ela tem e o que deve.

SAIBA MAIS

TEM

Seus bens e direitos, chamados de


ativos.
DEVE

Suas obrigações, chamadas de passivo.

SAIBA MAIS

Se a firma possui um elevado patrimônio líquido, pode


oferecer uma garantia maior ao tomar
empréstimos. Além
disso, quanto maior o patrimônio líquido, menor a
probabilidade de um
calote.

Podemos concluir que firmas grandes, com maior patrimônio líquido ou maior colateral a
disponibilizar como garantia, terão mais facilidade para obter recursos no mercado. É
possível
fazer uma analogia semelhante para indivíduos:

Aqueles que podem oferecer mais garantias obtêm


melhores condições em
empréstimos.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Diferenciar as crises
financeiras e seus impactos
O QUE SÃO CRISES FINANCEIRAS?
As crises financeiras aparecem de maneira periódica no mundo capitalista, com implicações
graves para a economia e a sociedade. Elas advêm de rompimentos
importantes no mercado
financeiro caracterizados por um forte declínio
nos preços das ações e firmas
falidas.

Um sistema financeiro funcional consegue alocar recursos de


maneira produtiva e eficiente, ou
seja, o capital está nas mãos das pessoas que farão o
melhor uso dele.

Os problemas de informação assimétrica agem como barreiras contra a alocação eficiente de


recursos e são chamados de fricções financeiras.

 SAIBA
MAIS

SAIBA MAIS

Quando essas fricções aumentam, os mercados financeiros se tornam incapazes


de transferir
recursos de poupadores para empresas e famílias com
oportunidades de investimento
produtivo, resultando em declínio da atividade
econômica.

Assista ao vídeo a seguir para reforçar seu conhecimento sobre crise financeira.
Neste vídeo, veremos mais detalhadamente, a problemática de
uma crise financeira.

Vamos relembrar agora para alguns casos históricos particularmente importantes.

A GRANDE DEPRESSÃO DE 1929 E A


CRISE
FINANCEIRA GLOBAL DE 2008
Desde 1927, o mercado financeiro dos Estados Unidos estava bastante otimista. Isso levou
o
Banco Central Americano a
intervir para controlar um crescimento desordenado, porém sua
ação não foi bem-sucedida.

BANCO CENTRAL AMERICANO


O Banco Central americano é chamado Federal Reserve, ou apenas Fed.

Embora houvesse esperança de estabilização econômica, um forte declínio da produção


agrícola resultou no calote de vários empréstimos, impactando os bancos e,
consequentemente, comprometendo a oferta de crédito. O preço das ações continuou caindo,
e o aumento da incerteza agravou os problemas de risco moral e seleção adversa, abalando
ainda mais o sistema financeiro. Como resultado, houve uma contração na economia dos
Estados Unidos.

 SAIBA
MAIS
Décadas depois, em 2008, o mundo se deparou com uma nova crise financeira,
muitas vezes
chamada de Crise do subprime. Esse termo tem
origem no fato de o mercado americano de
hipotecas ser dividido em dois
segmentos:

SAIBA MAIS

A Grande Depressão também teve efeitos perversos em outros lugares do mundo.


Na América
Latina, as exportações de matéria-prima foram fortemente
reduzidas; na Europa, o
descontentamento com a democracia e os ideais
liberais estimularam o crescimento do
fascismo e a chegada Segunda Guerra.
HIPOTECAS

Informalmente, uma hipoteca é um empréstimo em que um imóvel é usado como


garantia.

PRIME

Com risco de crédito relativamente baixo e no qual


operavam diversas instituições financeiras.


SUBPRIME
Com risco mais alto e, por isso, evitado.

O QUE OCORREU AO LONGO DOS ANOS


2000?
A comissão do corretor de imóveis era proporcional aos empréstimos hipotecários que ele
oferecia e conseguia efetuar. Ele não se preocupava com o risco de calote por parte do
tomador do empréstimo. Vemos então um duplo problema de informação assimétrica:

1º:
Entre o “dono do dinheiro” e o corretor, que não avaliava corretamente risco.

2º:
Entre o corretor e o tomador do empréstimo, exatamente porque este conhecia melhor sua
fonte de renda, sua capacidade de pagamento da dívida e, portanto, seu risco de calote.
Conforme o preço dos imóveis aumentava, famílias eram incentivadas a pegar um empréstimo
imobiliário, mesmo sem condições de pagar, e a quitar apenas algumas parcelas. Quando o
pagamento se tornasse inviável, elas poderiam vender o imóvel, ou o banco poderia
tomá-lo e
vendê-lo. Dessa maneira, haveria lucro em qualquer caso, já que os preços dos
imóveis
aumentavam cada vez mais. Parecia não haver risco.

 ATENÇÃO

O problema é que essa lógica apenas funciona enquanto os


preços aumentam de fato!

O setor subprime começou a parecer artificialmente atraente e


seguro, e grandes bancos
investiram cada vez mais nesse segmento. Por meio de complexas
inovações financeiras,
havia um repasse de riscos.

REPASSE DE RISCOS

Um banco local, que efetuava o empréstimo a uma família, obtinha recursos de


outros bancos.
Na prática, grandes bancos estavam financiando imóveis para quem não
podia pagar, ficando
expostos a um risco de crédito imobiliário alto
e mal avaliado. O sistema se tornou pouco
transparente, uma vez que
uma operação de empréstimo já problemática, no mercado
subprime,
teve seu efeito potencializado pelo repasse desorganizado de riscos
que essas
inovações permitiram.

Então, a bolha estourou: o mercado imobiliário se


viu saturado, e os preços dos imóveis
começaram a cair. Pense em um
castelo de cartas desmoronando. As famílias não podiam
mais pagar
suas dívidas, e os bancos ficaram com casas que passaram a valer
pouco. Por fim,
bancos menores foram à falência, pois se tornaram
incapazes de honrar seus compromissos
com os maiores.
O setor financeiro foi arrasado e, sem empréstimos,
houve impacto imediato sobre a
economia. Conhecendo os efeitos de
1929, governos de todo o mundo reagiram a essa crise
histórica com
grandes pacotes de estímulo econômico. Isso impediu uma recessão
prolongada
semelhante à da Grande depressão. Além disso, houve
diversas mudanças regulatórias, como
veremos mais adiante.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 3

 Analisar os riscos da
intermediação financeira e a regulação financeira.

RISCOS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA


Para iniciarmos este módulo, considere o seguinte exemplo:

1
João abre uma conta corrente no banco X e nela deposita o seu
salário de R$ 2.000. O banco
conhece razoavelmente bem os gastos de
João ao longo do tempo – como vimos, instituições
financeiras
produzem informação - e sabe que ele raramente
gasta mais de R$ 1.200 nas
duas primeiras semanas após o depósito.

Assim, o banco pode usar R$ 800 para emprestar a Maria com pagamento
previsto em duas
semanas. Ainda que João precise de todo seu
dinheiro em uma emergência, isso dificilmente
vai acontecer ao mesmo
tempo com todos os clientes do banco, oferecendo à instituição uma
margem de manobra.
2

3
Observe que João tem um ativo, um direito, pois é dono de R$2.000
depositados em sua conta
corrente. Dizemos que o banco é um
transformador de ativos, já que transforma parte do
ativo de João em um empréstimo para Maria no valor de R$800.

Dessa maneira, Maria tem uma obrigação com o banco, o qual, por sua
vez, tem uma
obrigação com João. Essa transformação
beneficia a todos: Maria consegue um empréstimo,
o
banco obtém lucro, e João recebe o serviço bancário de guarda de
recursos (e talvez até
algum rendimento).
4

Essa operação, porém, também gera um descasamento no


tempo: João tem o direito de
sacar seus recursos a
qualquer momento, mas Maria só tem obrigação de fazer o pagamento
em
duas semanas – e ela pode não conseguir pagar no prazo determinado.
Isso causa o
chamado risco de crédito, ao qual as instituições
bancárias devem estar atentas.  

A fim de se precaver, o banco pode emprestar apenas R$400 para Maria.


Alternativamente, a
regulação financeira pode exigir um valor máximo
para o empréstimo.
6

Agora, a partir do exemplo apresentado, vamos retomar o conceito de informação


assimétrica
para avaliar como os bancos podem lidar com o risco de crédito. Para as
instituições
financeiras serem lucrativas, elas precisam superar os problemas de seleção
adversa e risco
moral, que aumentam a chance de calote.

A seleção adversa exige dos emprestadores a


capacidade de filtrar os maus credores. Para
realizar uma boa
investigação, os emprestadores devem coletar
informações dos potenciais
tomadores de empréstimo. Outro método
utilizado por bancos para filtrar credores é focar em
empréstimos
para firmas de determinada localidade ou de setor econômico
específico,
especializando-se na coleta de informações no seu nicho.


As instituições financeiras buscam reduzir o risco
moral com acordos restritivos que limitam o
envolvimento dos tomadores de empréstimos em atividades arriscadas.
Para isso, os bancos
devem monitorar as atividades
dos tomadores para verificar se os acordos estão sendo
cumpridos.
EXISTEM OUTRAS MANEIRAS DE AS
INSTITUIÇÕES OBTEREM
INFORMAÇÕES
SOBRE OS TOMADORES DE
EMPRÉSTIMOS.
Por meio das relações de longo prazo com o
cliente, é possível obter maiores informações.
Se o tomador tiver uma conta
corrente, poupança ou um empréstimo durante um longo
período, o banco será capaz de
aprender mais sobre ele ao analisar suas atividades passadas.
Assim, as relações de
longo prazo reduzem os custos de coleta de informação.

Um banco também pode criar relações de longo prazo e coletar informações oferendo linhas
de
crédito. Ele se compromete, por um determinado tempo, a oferecer à firma empréstimos
até um
valor definido. O cliente possui a vantagem de ter uma fonte de recursos para
quando precisar
e se sente estimulado a permanecer no mesmo banco a longo prazo.

Clique nos botões a seguir e saiba mais sobre o assunto.


COLATERAL  RESTRIÇÕES
DE CRÉDITO

SAIBA MAIS

O colateral, discutido no primeiro módulo, também diminui as


consequências da seleção
adversa e do risco moral. As chances de prejuízo do
banco são reduzidas, pois o tomador de
empréstimo terá muito a perder se der
um calote.

RESTRIÇÕES DE CRÉDITO

Os bancos podem se recusar a realizar empréstimos mesmo que os tomadores com


projetos
arriscados estejam interessados em pagar uma taxa de juros alta. A
instituição pode se recusar
a emprestar qualquer valor ou restringir o
limite do empréstimo.

OS TIPOS BÁSICOS DE REGULAÇÃO


FINANCEIRA
Há oito tipos de regulação financeira que procuram reduzir os problemas de informação
assimétrica e os excessos de riscos tomados no sistema financeiro.

Vamos conhecer detalhadamente cada uma dessas restrições:

RESTRIÇÕES SOBRE AQUISIÇÃO DE ATIVOS


Evitam que instituições financeiras assumam muitos riscos, o que está ligado
ao problema de
risco moral. Adquirir informações sobre as atividades dessas
instituições não é fácil, e a
maioria dos depositantes e credores são
incapazes de impedi-las de se engajarem em
atividades de risco.

Dessa maneira, regulações muitas vezes proíbem a aquisição de ativos


arriscados, como
determinadas ações.


SAIBA MAIS

SAIBA MAIS

Adicionalmente, regulações bancárias promovem diversificação,


limitando a quantidade de
empréstimos em determinadas categorias e
por indivíduo.
REQUERIMENTOS DE CAPITAL
Exigem determinada proporção de  CAPITAL PRÓPRIO para reduzir o risco
moral, ou seja, a razão entre patrimônio líquido e o total de ativos do
banco deve ser alta para
fazer frente aos riscos. Se uma instituição
financeira for forçada a manter uma grande
quantidade de capital, correrá o
risco de ir à falência, logo deve ser mais prudente. Essa
exigência funciona
como uma garantia, pois a instituição terá recursos suficientes quando
choques adversos ocorrerem, dando mais segurança e solidez ao sistema.
Porém, se os
requerimentos de capital forem muito altos, a instituição terá
poucos recursos para investir.
Logo, há um dilema entre volume
total do investimento e a sua segurança. Se um
banco
simplesmente guardar todos os recursos em um cofre, não haverá risco
de crédito, mas
também não haverá crédito!

CAPITAL PRÓPRIO

É o mesmo que Patrimônio Líquido.

AÇÕES CORRETIVAS IMEDIATAS


Trata-se de uma intervenção governamental direta quando um banco se encontra
em uma
situação complicada. O governo busca prevenir que as instituições
financeiras cheguem a uma
quantidade baixa de capital, evitando a sua
falência e o seu envolvimento em atividades
ariscadas.

SUPERVISÃO FINANCEIRA
É a regulação que reduz a probabilidade de as instituições financeiras serem
utilizadas por
empresários ambiciosos ou desonestos interessados em
participar de atividades especulativas.
A qualificação de instituições
financeiras previne a seleção adversa e evita que pessoas
indesejáveis as
controlem. São exigidas do banco análises periódicas que revelem seus ativos
e passivos, rendas e dividendos e outros detalhes. Ações tomadas para
reduzir o risco moral
também ajudam a impedir a seleção adversa: com menos
oportunidade para ações arriscadas,
empresários que buscam riscos excessivos
evitam o setor bancário.

AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RISCO


Em um ambiente caracterizado por diversas inovações financeiras, uma
instituição saudável
pode rapidamente se tornar insolvente com perdas em
atividades especulativas. Assim, uma
avaliação que foca apenas na posição da
instituição financeira em um determinado ponto do
tempo pode não ser efetiva
em indicar se ela se arriscará excessivamente no futuro. A
evolução do
ambiente financeiro resultou em uma mudança sobre processo de supervisão
prudencial, gerando a quinta forma de regulação: Avaliação da gestão
de risco. Por exemplo,
os avaliadores do banco colocam mais
ênfase na solidez dos processos de gestão do que no
controle do risco.


SAIBA MAIS

SAIBA MAIS

Quatro elementos são avaliados para se chegar à avaliação


da gestão de risco:

A qualidade da supervisão fornecida pelos diretores e


conselho de administração.

A adequação de políticas e limites para todas as atividades


que apresentam riscos
significativos.

A qualidade da mensuração do risco e o monitoramento de


sistemas.

A adequação dos controles internos para prevenir fraudes e


atividades não autorizados
por parte dos empregados.

A tendência de focar nos processos da gerência também é refletida


nas orientações das
autoridades regulatórias. Elas exigem
limites de risco, funcionários próprios do banco para
gerenciá-los e monitoramento da exposição do risco. O conselho
de administração do banco
deve desenvolver políticas formais de
gerenciamento do risco e procedimentos para assegurar
que
diretores não violem os limites estabelecidos, implementando os
controles internos
necessários.

REQUERIMENTOS DE TRANSPARÊNCIA
São de extrema importância para a regulação financeira. Aperfeiçoar a
transparência é
necessário para limitar os incentivos a tomar riscos
excessivos e melhorar a qualidade da
informação no mercado para
investidores.

PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR
A existência da assimetria de informação sugere que os consumidores não têm
dados
suficientes para se proteger. Assim, o sétimo tipo de regulação, a
proteção ao consumidor,
toma várias providências. Por
exemplo, emprestadores não podem discriminar seus clientes
com base em
etnia, estado civil ou gênero. A crise de 2008 evidenciou a necessidade de
uma
maior proteção ao consumidor: nos Estados Unidos, muitas famílias
assinaram contratos de
empréstimos que não entendiam e que claramente não
conseguiriam pagar.

RESTRIÇÃO À COMPETIÇÃO
Em diversos setores da economia, desejamos aumentar a competição para
diminuir preços,
melhorar a qualidade do serviço prestado e gerar inovações.
No entanto, no mercado
financeiro, um aumento da competitividade pode
agravar o problema de risco moral: as
instituições, visando à manutenção dos
seus níveis de lucro, podem assumir riscos maiores.
Assim, governos de
diversos países criaram regulações para proteger instituições
financeiras da competição.

Apesar de esse oitavo tipo de regulação tentar limitar o risco moral, ele
também traz sérias
desvantagens. As principais são o aumento de tarifa para
os consumidores e a redução da
eficiência de instituições bancárias. Em
outras palavras, embora haja a necessidade óbvia de
regulamentação, há o
perigo de excesso e falhas no desenho regulatório atrapalharem mais do
que
ajudarem.


SAIBA MAIS

SAIBA MAIS

Por exemplo, se as novas regulações impedirem o surgimento de


inovações financeiras que
potencialmente beneficiassem famílias
e empresas, o crescimento econômico poderia ser
impactado.
OS ACORDOS DE BASILEIA
Os acordos de Basileia consistem em um conjunto de medidas de regulamentação bancária
definido pelo Comitê da Basileia, do Banco de Compensações Internacionais (BIS) sediado
em
Basileia (Basel), Suíça. Esse comitê foi criado em 1974, após uma crise no mercado
internacional provocada pela insolvência do banco alemão BankhausHerstatt. O comitê foi
estabelecido pelos presidentes dos bancos centrais das maiores economias do mundo.

O objetivo do Acordo de Basileia I, assinado em 1988, garantia a


liquidez do sistema
financeiro, estabelecendo o mínimo de capital
próprio que um banco deveria manter para
realizar suas atividades com um
nível de risco compatível. A atribuição de riscos às diversas
classes de ativos foi dada
por uma tabela elaborada pelo próprio comitê.

O acordo passou a ser criticado especialmente no tratamento


das ponderações de risco, pois a
medida regulatória podia se diferenciar
significativamente do risco real enfrentado pelo banco.

1991

As dificuldades na regulação internacional foram evidenciadas pelo colapso do


Bank of Credit
and Commerce International (BCCI). A cooperação entre
reguladores de diversos países e a
padronização de requerimentos
regulatórios ofereceram soluções potenciais aos problemas de
regulação
financeira internacional.
1992

O Comitê de Basileia definiu que os bancos que operam internacionalmente


deveriam estar
regulados por um único país, responsável por adquirir
informações sobre as atividades deles.
Adicionalmente, o comitê também
permitiu que outros países restringissem a operação de
bancos estrangeiros.

1994

No Brasil, o Acordo de Capital da Basileia foi implementado em 1994,


introduzindo no país a
exigência de capital mínimo, que variava em função do
grau de risco das operações da
instituição.

Em 1999, o comitê lançou diversas propostas para reformar o acordo. Os esforços


culminaram
no acordo de Basileia II, que foi fundamentado em três pilares:

PILAR 1

Estabelece requisitos de capital para grandes bancos internacionalmente


ativos, de maneira
adequada ao risco total, composto pelo risco de crédito,
pelo risco de mercado (oriundo de
flutuações nos preços dos títulos) e pelo
risco operacional (fraude ou incompetência gerencial).
O acordo de Basileia
I somente cobria o risco de crédito.

PILAR 2

Teve como foco o fortalecimento do processo de supervisão. Os bancos foram


separados de
acordo com a capacidade de administração de risco. Era avaliado
se essas instituições tinham
procedimentos adequados para determinar a
quantidade necessária de capital.

PILAR 3
Focava em melhorar a disciplina do mercado, por meio do aumento da
transparência de
detalhes sobre a exposição do crédito, e a efetividade do
sistema interno de classificação de
risco.

PILAR 1 – EXIGÊNCIA DE CAPITAL MÍNIMO


Risco de Crédito

Risco de Mercado

Risco Operacional

PILAR 2 – FISCALIZAÇÃO
Incentivo à melhor gestão

PILAR 3 – DISCIPLINA DE MERCADO


Aumento da transparência

Apesar de o acordo de Basileia II ter feito grandes progressos limitando o risco


excessivo de
instituições financeiras internacionalmente ativas, a crise de 2008 revelou
que ainda havia
problemas:

O acordo não exigiu dos bancos capital suficiente para lidar com rupturas
financeiras.

O peso do risco era fortemente apoiado nas notas das agências de crédito, o
que se provou
não ser confiável.

O acordo era fortemente pró-cíclico: na prática, as exigências eram menores


quando a
economia estava crescendo.

Não era capaz de lidar com crises de liquidez, ou seja, com cenários de
redução drástica da
circulação de recursos na economia.
Por essas razões, em 2010, como resposta regulatória à crise internacional, o comitê
desenvolveu um novo acordo, Basileia III. Ele não apenas aumentou substancialmente o
padrão de capital exigido, como também melhorou a qualidade do capital, estabelecendo
padrões menos pró-cíclicos. Houve um aumento dos requerimentos de capital para quando a
economia estiver bem e uma diminuição para quando estiver mal, fazendo novas regras do
uso
das notas das agências de crédito e exigindo recursos mais estáveis para momentos de
crises
de liquidez.

Achou tudo muito confuso? Não se preocupe, pois, no vídeo a seguir, você poderá conhecer
mais detalhes sobre o Acordo de Basileia III.

Neste vídeo, veremos mais detalhes sobre o acordo de


Basileia III.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudamos as instituições financeiras, sua importância e suas dificuldades. Também
conhecemos as políticas públicas para tornar o sistema financeiro mais sólido. Sugerimos
agora que você tenha em mente esse instrumental ao ler as notícias nos jornais e avaliar
propostas de leis e regulações por parte do poder público e das instituições
regulatórias. Por
que algumas empresas enfrentam dificuldades para obter crédito e o que
pode levá-las à
falência? Será que devemos aumentar os requisitos de capital dos bancos?
Quais são os
custos e os benefícios? Um debate informado sobre o papel das instituições
financeiras
contribui para o seu desenvolvimento e é benéfico para a economia e a
sociedade como um
todo.

 PODCAST

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
CARVALHO, F.J.C., SOUZA, F.E.P., SICSU, J., PAULA, L.F., e STUDART, R. Economia
monetária e financeira. 3ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

CVM. Comitê Consultivo de Educação. TOP: Mercado de Valores Mobiliários


Brasileiro. 4 ed.
Rio de Janeiro: Comissão de Valores Mobiliários, 2019.

Mishkin, F. S. The Economics of Money, Banking, and Financial Markets.


Boston: Pearson,
2015.

EXPLORE+

O filme O dia antes do fim, de 2011, dirigido por J.C. Chandor, mostra como
problemas de
avaliação de risco financeiro acabaram por gerar um efeito dominó que
comprometeu
gravemente o sistema financeiro mundial em 2008. Vale a pena assistir
para ver como
inovações financeiras aparentemente complexas podem ser apenas
instrumentos ruins
para uma instituição financeira.

Conforme visto no módulo 3, há diversas razões para o governo intervir na economia.


A
regulação é uma ferramenta importante para o bom funcionamento do mercado
financeiro. Acesse o site do Banco Central para ler o artigo Rede de proteção e
saneamento do sistema bancário, do economista Eduardo Lundberg, que
apresenta
justificativas para intervenção governamental.

No Brasil, a principal fonte de financiamento das empresas é o crédito bancário


doméstico. O Relatório de Estabilidade Financeira do BCB apresenta essa informação e
outros dados estatísticos interessantes sobre o país. Você pode encontrá-lo no site
oficial
do Banco Central.

Cheque sua pontuação de bom pagador consultando o Cadastro positivo no site oficial
do
Serasa.

CONTEUDISTA
Mateus de Almeida Maciel

 CURRÍCULO LATTES

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