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Até aqui, portanto, talvez não seja exatamente uma novidade. Mas e em relação às
estratégias? Você sabia que fundos de uma mesma categoria podem trabalhar seus
investimentos de diferentes maneiras?
Isso significa que, se você é conservador, não basta escolher um fundo de renda fixa. Da
mesma forma, caso seja mais agressivo, também não se deve selecionar aleatoriamente
um fundo de ações. É fundamental, até mesmo pensando nas suas expectativas com o
investimento, entender como os fundos trabalham com o capital dos seus cotistas.
Não se preocupe se tudo isso é uma grande novidade. Neste artigo, nós vamos comentar
as principais estratégias dos fundos de investimentos. Assim, conhecendo-as, ficará mais
fácil você criar um filtro para aqueles que devem ter espaço na sua carteira.
É bacana que você entenda essas estratégias antes de realizar qualquer investimento.
Ninguém fica confortável aplicando dinheiro sem saber o que será feito com ele, não é
mesmo? É exatamente esse o intuito do artigo: mostrar como escolher um fundo alinhado
com os seus objetivos. Vamos lá!
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Os fundos de renda fixa são, em tese, investimentos mais conservadores. Eles
acompanham algum indexador e oferecem uma maior previsibilidade dos seus
rendimentos. Ainda assim, ao contrário do que se imagina, não são fundos sem risco.
Aliás, elimine esse pensamento da sua cabeça. Existem ativos com baixíssimo risco, mas
eles não são isentos deles. Um investimento atrelado à Taxa Selic (a nossa taxa básica de
juros), por exemplo, tem como risco a exposição à?queda dos juros, oferecendo piores
rentabilidades como consequência direta.
Além disso, mesmo na renda fixa, existem ativos com alto risco. É o caso das debêntures
(títulos emitidos por empresas privadas) onde há maior risco de crédito. Outro exemplo é
o CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários). Por outro lado, eles pagam mais do que
aqueles títulos mais conservadores.
Basicamente, são três estratégias principais nos fundos de investimentos de renda fixa:
crédito privado, juros e inflação. Vamos entender um pouco mais sobre cada um deles.
Crédito Privado
Em uma estratégia de crédito privado, o fundo utilizará ao menos 50% do seu patrimônio
em títulos privados. E quais seriam esses ativos? Podemos mencionar as emissões
bancárias (no caso de instituições financeiras) e as debêntures (emitidas por empresas
não financeiras).
Neste sentido, vale reforçar que, ainda que sejam ativos de renda fixa, os fundos cuja
estratégia está no crédito privado podem oferecer altos riscos aos seus cotistas. É,
portanto, essencial entender quais as empresas que estão sendo financiadas na carteira da
gestão.
Juros
Já no caso de um fundo de renda fixa com estratégia de juros, o objetivo passa a ser
apenas acompanhar o comportamento da taxa básica de juros do Brasil, a Taxa Selic.?O
uso mais comum nesse sentido são as LFTs, um investimento em títulos públicos
atrelados justamente à Taxa Selic.
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Por outro lado, por investir basicamente em títulos pós-fixados que não sofrem com
oscilações no mercado secundário, esses fundos costumam ser os mais seguros e
indicados inclusive como alternativa para a construção de uma reserva de emergência.
Inflação
Por fim, temos ainda a estratégia de inflação para os fundos de investimentos de renda
fixa. Se a?estratégia de juros busca acompanhar a Selic, uma estratégia de inflação busca
acompanhar a variação de preços do país. É o caso justamente das NTN-Bs, títulos
públicos que são indexados em parte ao IPCA (índice oficial de inflação no Brasil).
Essa é uma boa forma de investir pensando na proteção do poder de compra, evitando
assim títulos cujos rendimentos que fiquem abaixo da inflação.
No entanto, esse tipo de investimento tem elevados riscos por conta da sua brusca
oscilação no mercado secundário (também conhecido como risco de mercado). Por isso,
não é um investimento recomendado para qualquer investidor, especialmente se não
entender perfeitamente o seu funcionamento.
Isso não significa que não existam estratégias específicas dentro da categoria. Pelo
contrário: é ainda mais importante que você, enquanto investidor, entenda a forma pela
qual a gestão vai investir o seu dinheiro.
Em outras categorias, mesmo com a variação estratégica, você sabe os ativos que farão a
composição majoritária da carteira. Nos fundos multimercados, não há como saber sem
uma pesquisa prévia sobre a estratégia.
Macro
Os fundos multimercados com estratégia Long & Short operam basicamente com ações,
comprando (Long) ou vendendo (Short) ativos. O foco está em lucrar com a arbitragem na
variação dos preços entre essas operações de compra e venda.
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O interessante desse tipo de fundo, é que por não operar apenas em uma direção
(podendo apostar na alta e na queda do mercado), ele acaba sendo descorrelacionado com
o restante dos índices, tanto de renda fixa como de renda variável. Desta forma, esse tipo
de fundo chama a atenção por ser uma alternativa de diversificação de carteira bastante
interessante.
Se quiser se aprofundar mais no funcionamento dessa estratégia, pode ler mais sobre ela
aqui.
Trading
Ainda pensando nas ações, um fundo multimercado pode ter a estratégia de trading,
buscando ganhos rápidos em operações de curto ou?curtíssimo prazo.
Juros e moedas
Se você quiser investir em um fundo que não trate nem de ações, nem de renda fixa, a
estratégia juros &?moedas pode ser ideal. Neste tipo de fundo, o foco dos investimentos
está em ativos atrelados às taxas de juros?(como contratos de DI) ou ao câmbio (Dólar,
Euro, Libra Esterlina, etc.).
Livre
Na estratégia livre, um fundo multimercado não tem qualquer tipo de regra específica
sobre a alocação de capital dos seus cotistas. É, ainda mais do que os outros modelos
estratégicos da categoria, essencial que você entenda o que está descrito no regulamento
do fundo antes de investir.
Essa liberdade conferida à gestão vale tanto para a estratégia a ser utilizada (Macro, Long
& Short, Juros & Moedas, entre outras que apresentamos neste tópico), como também
para os ativos que serão utilizados (renda fixa, ações, câmbio, etc.). Portanto, apenas pela
estratégia livre, é muito difícil mensurar o nível de risco do fundo.
Exterior
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Fundos de investimentos de ações
Long Only
Os fundos de ações com estratégias Long Only só podem atuar comprados. Isto significa
que os gestores precisam comprar os ativos, podendo depois vendê-los — o processo
inverso (vendendo a descoberto) não é permitido.
Os fundos baseados em estratégias Long Only também podem explorar empresas que
sejam boas pagadoras de dividendos. No Brasil, esse é um cenário comum para os grandes
bancos, por exemplo. A ideia é garantir ganho de capital por meio dos proventos pagos
pelas companhias.
O problema de uma estratégia Long Only surge nos momentos de crise do Mercado
Financeiro. Como só podem atuar comprando ativos, os fundos de ações ficam restritos
para se protegerem de um desempenho negativo da Bolsa de Valores.
Long Biased
Por outro lado, existem fundos de ações que podem tanto operar a compra de ações, como
também posições vendidas. A grande vantagem é, claro, poder explorar tanto momentos
de alta, como momentos de queda da Bolsa de Valores.
Essa maior liberdade aos gestores do fundo, também deve ser olhada com cautela por
parte do investidor. A gestão ativa?é benéfica caso a gestora?tenha um bom histórico de
desempenho e um time experiente. Por isso, sempre avalie o desempenho ao longo do
tempo, inclusive em momentos ruins da economia.
Indexados
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As estratégias Long Only e Long Biased trazem uma grande importância da gestão na
medida em que os gestores fazem a composição da carteira de ações. Se você não gosta
desse cenário, uma alternativa para entrar no mercado de ações são os fundos da
categoria com estratégia indexada.
Neste caso, o objetivo é semelhante ao que vimos para juros e inflação nos fundos de
renda fixa: replicar um indexador. É claro que, no caso de um fundo de ações, esse
indexador precisa ser condizente com o mercado de atuação. Desta forma, o mais comum
é que seja o Ibovespa, mas esse não é o único índice da categoria.
Para esse objetivo, a gestão do fundo irá compor sua carteira de maneira muito próxima
às carteiras fictícias dos índices. Você encontrará, portanto, uma gestão mais passiva.
Naturalmente que pode ser confortável em momentos de alta da Bolsa de Valores, mas
lembre-se de que os índices do mercado acionário também podem ter comportamento
negativo.
Em todo caso, como esse tipo de fundo tem uma gestão consideravelmente mais simples
que os de gestão ativa, é muito importante o investidor estar atento em relação aos custos.
Alternativas como ETFs possuem taxas de administração irrisórias, com a mesma liquidez
de ações (pois são negociadas na bolsa).
Por isso, os custos dos fundos indexados precisam ser, no mínimo, compatíveis com os
custos das ETFs.
Exterior
Além disso, os FIIs permitem o ganho de uma renda mensal recorrente na medida em que
oferecem a distribuição de 95% do seu lucro em forma de rendimentos. Ainda assim, as
estratégias podem variar e você deve conhecê-las antes de investir.
Geração de renda
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Existem diferentes formatos de fundos imobiliários como shopping center, lajes
corporativas, galpões logísticos, hospitais e educacionais, por exemplo. Cada setor
apresenta diferentes estruturas e níveis de risco.
Apesar da forte presença em imóveis físicos, essa não é a única estratégia que você
encontrará nos fundos imobiliários. Há também como?investir em papéis do setor
imobiliário, como CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) ou LCI (Letras de Crédito
Imobiliário).
Os fundos de papéis, como são chamados os FIIs dessa estratégia, usam de ativos de
renda fixa. No entanto, isso não necessariamente significa que sejam mais seguros: tudo
dependerá dos emissores dos papéis.
Desenvolvimento
Por fim, há ainda um terceiro grupo de fundos imobiliários que trabalha com a estratégia
de desenvolvimento de imóveis. Ou seja, eles investem na construção dos ativos para
posterior exploração.
Após a realização do processo de construção, os imóveis podem ser usados tanto para
gerar receita de aluguel (estratégia de desenvolvimento para renda), como para a
comercialização (estratégia de desenvolvimento para venda).
Por fim, ainda temos os fundos de investimentos cambiais, os quais investem ao menos
80% do seu Patrimônio Líquido em ativos com relação ao mercado de cambial, isto é,
moedas estrangeiras.
O mais comum é que eles invistam em ativos com relação a duas moedas com maior
liquidez no Mercado Financeiro: o Dólar e o Euro.?Pela obrigatoriedade de exposição ao
câmbio, não há variação estratégica nesse tipo de fundo.
Os ativos que costumam ser mais empregados nas operações de fundos de investimentos
cambiais são os contratos futuros de moedas, mas também podem surgir operações com
outros derivativos desde que, obviamente, tenham relação com moeda estrangeira.
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No entanto, é fundamental entender que não basta escolher uma categoria de fundo —
como renda fixa, multimercado, ações, imobiliário ou cambial. É preciso ir além e buscar
informações acerca da estratégia que será empregada com o seu capital.
Vale destacar, apenas para finalizar, que ainda existem os fundos de fundos (FOF). Eles
trabalham comprando cotas de outros fundos de investimentos e, portanto, as estratégias
dependem da sua composição de carteira.
Sobre o autor
Stéfano Bozza
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