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Resumo
Abstract
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Advogado e cientista político. Mestre em Ciências Humanas pela UNISA e Doutorando em
Comunicação Social pela Umesp. Professor convidado na Escola de Comunicações e Artes na
ECA/USP, onde ministra a disciplina: “Produção de Textos Persuasivos.” Bolsista CAPES.
Artigo apresentado e publicado no evento ConiPub 2020 no endereço eletrônico:
https://www.caedjus.com/wp-content/uploads/2021/01/03-miolo-perspectivas-sobre-politicas-
publicas.pdf?utm_campaign=resposta_automatica_da_landing_page_lp_-
Introdução
Terceiro, temos o nível Federal. Seria uma espécie de terceira instância de localização
da sociedade brasileira. Também é uma unidade territorial que possui uma
administração pública governada pelo Chefe do Executivo Federal e pelo Congresso
Nacional e suas duas Casas Legislativas, ora a Câmara dos Deputados e o Senado
Federal. Há, portanto, um entrecruzamento de poder para juntos governar a União.
Além dos percalços acima mencionados, há toda uma imbricação técnica que causa
entrave para a administração pública das três instâncias, ou seja, a deficitária
distribuição da receita arrecadada entre os entes federativos, onde alguns estados e
municípios arrecadam muito e recebem – a título de repasse – receitas com numerários
inferiores e desproporcionais. O exemplo clássico do Estado de São Paulo, considerada
a locomotiva dos estados federados, arrecada muito mais do que recebe de repasse,
gerando dificuldades para a sua autogestão, embora se saiba que, outros entes que não
tem esta capacidade de arrecadação, acabam recebendo parte desse bolo, no intuito de
ocasionar equidade, em nome o bem-estar social.
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Federação é uma forma de organização do Estado, composta por diversas entidades territoriais, com
autonomia relativa e governo próprio para assuntos locais, unidas numa parceria que visa ao bem
comum. Essa parceria é regulada pela constituição de cada país, que estabelece a divisão do poder e a
dinâmica das relações entre as unidades federadas, além de toda a moldura jurídica, como direitos e
deveres que determinam a atuação dos entes federados. De acordo com a Constituição de 1988, a
República Federativa do Brasil é composta pela parceria indissolúvel de estados, municípios e distrito
federal. A organização político-administrativa brasileira compreende a União, os estados, o Distrito
Federal e os municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição. O pacto federativo é o conjunto de
dispositivos constitucionais que configuram a moldura jurídica, as obrigações financeiras, a arrecadação
de recurso e os campos de atuação dos entes federados. O debate em torno do pacto federativo que está
sendo travado atualmente no Congresso Nacional gira em torno, sobretudo, de questões fiscais. Fonte:
Agência Senado. https://www12.senado.leg.br/noticias/entenda-o-assunto/pacto-federativo. Acesso em
02/08/2020.
que não podem ou não atendem ás demandas existentes no bojo da sociedade,
infringindo os direitos e garantias fundamentais, individuais e coletivas, descritos na
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
As demandas são latentes e a ineficiência dos governantes são reais e visíveis. Aliás, são
tão flagrantes que não fazem questão de violar direitos e garantias fundamentais
constitucionais do cidadão-contribuinte em cascata. Os atores (públicos e privados)
envolvidos na possibilidade de emanação das políticas públicas são amortecidos pelo
costume da ausência de compaixão muito por conta da massificação da mídia em geral
sobre a ineficiência do Poder Público em solucionar problemas do populacho. Isto,
infelizmente, se torna normal e reflete na sociedade negativamente, momento em que
esta recepciona a incredulidade sobre os atos públicos.
Não é difícil detectar a ineficiência, pois, por ser a política pública um conjunto
concatenado de atos desferidos dentro de um processo, obviamente que,
necessariamente, tem que ter um resultado, haja vista, ser fruto de procedimentos
planejados obrigatoriamente. Mas, se é uma obrigação porque não se conclui o
planejamento e a entrega da política pública ventilada na plataforma de governo do
candidato vencedor no pleito eleitoral?
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O jurista brasileiro Victor Nunes Leal foi o criador do termo, em 1948, no livro “Coronelismo, Enxada e
Voto”. Em suas próprias palavras: “Concebemos o coronelismo como resultado da superposição de
formas desenvolvidas do regime representativo a uma estrutura econômica e social inadequada (…) o
coronelismo é, sobretudo um compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público,
progressivamente fortalecido, e a decadente influência social dos chefes locais, notadamente, os senhores
de terras”. Ou seja, o coronelismo era uma troca de favores entre os menos favorecidos e os coronéis, e
entre estes e o poder público. https://www.politize.com.br/coronelismo-entenda-o-conceito/. Acesso em
03/08/2020.
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O assistencialismo é uma forma de prestar assistência: ajuda, colaboração ou apoio. O conceito costuma
utilizar-se, em geral, com relação à obrigação dos governos de ajudar seus cidadãos para satisfazer as
necessidades básicas quando as pessoas não podem fazê-lo por conta própria. Devido às diversas questões
econômicas e sociais, é comum que muitos indivíduos não consigam pagar suas despesas essenciais
(ligadas à habitação, saúde, educação, etc.). Por este motivo, o Estado tem que ajudá-los. Essa
particularidade estabelece uma relação de dependência que ameaça a dignidade individual: o sujeito
depende do Estado, mais precisamente dos governantes que o administram, para sobreviver.
https://conceito.de/assistencialismo. Acesso em 03/08/2020.
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Patrimonialismo é um conceito desenvolvido pelo sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), no fim
do século XIX, e aplicável tanto à disciplina de história quanto à sociologia. Esse conceito tem o objetivo
de compreender um modo específico de dominação, ou de poder, que atinge as esferas econômica e
sociopolítica. Como o próprio termo indica, patrimonialismo deriva das
palavras patrimônio e patrimonial e pode ser definido como uma concepção de poder em que as
esferas pública e privada confundem-se e, muitas vezes, tornam-se quase indistintas. Assim sendo, um
líder político é qualificado como patrimonialista quando, ao assumir um cargo na esfera pública (o de
governador, por exemplo), acaba “instrumentalizando”, isto é, criando mecanismos de controle, a
estrutura estatal para satisfazer as suas necessidades pessoais, ou seja, privadas.
https://brasilescola.uol.com.br/politica/patrimonialismo.htm. Acesso em 04/08/2020.
Vejam independente da sequência de hipóteses supraditas, há parâmetros legais
constitucionais que devem ser seguidos. No artigo 37 da Carta Política, especificamente,
no Capítulo VII, denominado: “DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA”, fixada na Seção
I, Das Disposições Finais, descreve o seguinte ipsis literis:
Enfim, a ineficiência das políticas públicas executadas com falhas ou não concluídas ou
desviadas por violação de conduta do governante, afetam em cheio os princípios
constitucionais que permeiam a administração pública. Portanto, ao infringirem o artigo
37 da Carta Magna violam a Lei Maior do país, devendo responder por dolo ou culpa –
na medida do seu ato – pelos crimes culposos ou dolosos contra a Administração
Pública, como por exemplo, improbidade administrativa e peculato, bem como
civilmente, responder pelos danos causados ao erário com o ressarcimento dos valores
supostamente desviados ou com o bloqueio dos bens particulares para futuras penhoras,
sequestros e arrestos como garantia de devolução aos cofres públicos atenuando e
amortizando o prejuízo ocorrido.
Saindo daquilo que é comum no Brasil, ou seja, a ineficiência das políticas públicas
pelos casos elencados no item anterior, denominado de “Políticas públicas ineficientes”,
partimos para aquilo que, de fato e de direito, deveria ser real, enfim, a realização de
uma política pública eficaz, de acordo com a realização de estudos e avaliação do seu
impacto na sociedade.
A observação do cenário é imprescindível para a formulação e edificação da execução
da política pública desejada. É de suma importância verificar quais são os problemas
sociais existentes, como por exemplo, quais as regiões de maior desemprego, bem como
de maior exclusão social, como também da existência de superpopulação em alguns
locais de concentração e também a ausência de saúde, saneamento básico e segurança.
Não há como deixar de estudar e avaliar os problemas sociais para dimensionar a
capacidade econômica e financeira do erário público e a respectiva capacidade técnica
dos servidores públicos ou quiçá da abertura de editais para a chamada e futura
convocação de empresas privadas com tecnologia de ponta para a realização e
implementação das políticas públicas e seus aspectos materiais (pragmatismo) e
imateriais (leis, normas e decretos) no intuito de solucionar as demandas necessárias a
população.
Assim, políticas públicas eficientes são aquelas que seguem o roteiro de todo um
planejamento elaborado pelo Poder Público, depois de ter analisado todos os aspectos
materiais e imateriais, bem como os problemas sociais relevantes do local da demanda,
os atores envolvidos no projeto, a realização de audiências públicas com os
representantes da população para que juntos debatam e discutam a viabilidade e
inviabilidade do impacto da política pública a ser efetuada.
O governante tem que ter ciência do que pode e não pode fazer. Ele tem que ter a
capacidade de governança para identificar a possibilidade ou a impossibilidade
econômica, financeira e técnica de realizar a política pública pretendida e necessária,
caso contrário corre sérios riscos negativos e fadado ao fracasso pelo não cumprimento
de uma promessa divulgada.
Desigualdade social
Assim, relevante o surgimento de leis e decretos que possam ensejar melhorias sociais
com a aplicação e respeito aos direitos e garantias fundamentais do cidadão, lhes
proporcionando o uso dos princípios constitucionais da soberania popular, cidadania,
valores sociais como o trabalho, saúde, educação e habitação, projetando
pragmaticamente, o desenvolvimento social almejado.
É importante que as classes mais baixas da população tenham acesso real aos direitos e
garantias fundamentais, individuais e coletivas, para seguirem independentes econômica
e financeiramente para se desenvolver e, paralelamente, impactar a economia do país
gerando uma melhor distribuição de oportunidades.
Assim, para que o Poder Executivo possa atuar por intermédio do seu mandatário,
necessariamente, deve compor com o Poder Legislativo no sentido de fazer uma maioria
no Parlamento. Essa maior parte de parlamentares atuará em conjunto na intenção de
auxiliar o Executivo na aprovação de leis e projetos de lei previstos desde a plataforma
de governo fixada na campanha eleitoral até os diagnósticos verificados após a
realização de pesquisas em benefício da população.
Considerações finais
Falar sobre os entes federativos calcado no Pacto Federativo é uma tarefa árdua, pois,
tal instituto é considerado cláusula pétrea. Não há como modificá-la, salvo elaborando
uma nova Constituinte Originária alterando de alguma forma o respectivo contrato
constitucional e adequando-o a uma nova realidade.
Nesse sentido, partimos então para a reflexão sobre uma reforma política a ser realizada,
pois, em muitos aspectos esta pode ser efetuada sem tocar nas cláusulas imutáveis.
Quando tratamos sobre políticas públicas em um país de dimensões continentais como o
Brasil sob a vertente centralizadora da União, temos que pensar e agir geopoliticamente
numa macropolítica, da mesma forma e importância, com os estados e municípios, mas,
estes com perspectivas menores e proporcionais a regiões e locais mais ou menos
pujantes.
Portanto, quase todas as reformas realizadas e contraditórias não são eficazes em todas
as instâncias administrativas do Poder Público. Mas então qual seria a solução? Por
conta desses entraves somados ao sistema caótico partidário onde existe um número
grande de partidos políticos sedentos pela participação no poder, desejando cada qual o
seu respectivo quinhão?
Referências
https://www.researchgate.net/publication/328047592_Resenha_do_Livro_-
_Presidencialismo_de_Coalizao_de_Sergio_Abranches. Acessado em 12/08/2020.
MORAES, Alexandre de. Constituição da República Federativa do Brasil de 05 de
outubro 1988. Editora Atlas S.A., São Paulo, 2013, p. 1, p. 2, p. 60.