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Wikipédia – Cascais

Cascais
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Coordenadas:  38° 41' N 09° 25' O

Cascais

Vista aérea do território cascalense.


Gentílico Cascaense; Cascalense

Área 97,40 km²

População 210 889[1] hab. (2016)

Densidade populacional

N.º de freguesias 4

Presidente da Carlos
câmara municipal Carreiras(PSD/CDS)

Fundação do município 1364


(ou foral)

Região (NUTS II) Área Metropolitana de


Lisboa

Sub-região (NUTS III) Área Metropolitana de


Lisboa

Distrito Lisboa

Província Estremadura

Orago Nossa Senhora da


Assunção

Feriado municipal 13 de Junho (Santo


António)

Código postal 2750 Cascais

Sítio oficial www.cascais.pt

Municípios de Portugal 

Cascais[2] MHC é uma vila portuguesa, sede do município (concelho) homónimo, o qual é


parte do distrito e da área metropolitanade Lisboa. Em 2016, totalizava 210 889
habitantes[1] distribuídos por uma área de 97,40 km².[3]
O município de Cascais subdivide-se em quatro freguesias (Alcabideche, Carcavelos e
Parede, Cascais e Estoril e São Domingos de Rana).[4] Apesar do seu estatuto de vila,
possui uma população que supera as das cidades
do Seixal, Alverca, Póvoa, Loures, Sacavém, Vila Franca de Xira e Costa da Caparica,
sendo a quarta vila mais populosa da Área Metropolitana de Lisboa.
A sua origem enquanto entidade independente data da Carta da Vila, de 7 de
junho de 1364, na qual o rei D. Pedro I de Portugala separava do termo de Sintra[5] em
virtude do seu desenvolvimento económico.[6] Administrativamente, apenas se torna
independente em 1514, data em que é provida de um foral próprio.[6] Ocupado desde o
Paleolítico, e com um importante património arqueológico, o concelho esteve desde cedo
voltado para a produção agrícola, pesqueira e para a extração de recursos. Também a sua
posição estratégica na Barra do Tejo contribuiu para a sua importância, dispondo hoje de
um vasto património arquitetónico militar.
Pelos seus valores naturais e paisagísticos, tanto a vila como o concelho conheceram um
surto de popularidade que a viram tornar-se no destino preferido das elites portuguesas e
estrangeiras a partir do século XIX. A chegada e eletrificação do caminho de ferro foram
transcendentais para o progresso do concelho, sendo o principal fator para a sua
urbanização a partir de 1930. Desde então, cresce até se afirmar como um dos principais
subúrbios de Lisboa, não sendo alheio aos fenómenos
de suburbanização e periurbanização que se foram dando na área metropolitana, sendo
estes ainda notórios no interior do concelho.
A vila de Cascais, à semelhança do que aconteceu nos últimos anos sobretudo com as
cidades de Lisboa, Porto e Fátima, tornou-se num dos principais destinos do turismo em
Portugal, a ponto de ter sido começada a cobrança de uma pequena taxa turística nas
dormidas locais.[7]
Índice

 1Geografia
o 1.1Divisão administrativa
o 1.2Hidrografia
 1.2.1Linhas de água
 1.2.2Águas balneares
o 1.3Clima
o 1.4Paisagem
o 1.5Património natural e espaços verdes
 1.5.1Parques urbanos
 1.5.2Quintas
 2Ecologia
o 2.1Flora
 2.1.1Flora terrestre
 2.1.2Flora marinha
 3Geologia
 4História
o 4.1Pré-história
o 4.2Idade Antiga
 4.2.1A época romana
 4.2.2A época visigótica
 4.2.3A época árabe
o 4.3Idade Média
 4.3.1A reconquista e desenvolvimento de Cascais
 4.3.2A questão da autonomia
o 4.4Idade Moderna
 4.4.1Período dos Descobrimentos
 4.4.2A invasão espanhola
 4.4.3A restauração da independência: novas fortificações
 4.4.4O Terramoto de 1755 em Cascais
 4.4.5Transição para o século XIX
o 4.5Idade Contemporânea
 4.5.1A afirmação enquanto local de ócio
 4.5.2O projeto do Estoril: da Riviera Portuguesa à Costa do Sol
 4.5.3Século XX
o 4.6Topónimo
o 4.7Heráldica
 5Demografia
 6Economia
 7Transportes e mobilidade
 8Equipamentos e serviços
o 8.1Educação
o 8.2Saúde
o 8.3Administração, prevenção e segurança pública
o 8.4Forças de segurança
o 8.5Bombeiros
o 8.6Água e saneamento
o 8.7Limpeza e resíduos sólidos
 9Política
o 9.1Eleições autárquicas
o 9.2Eleições legislativas
o 9.3Cidades-irmãs
 10Cultura
o 10.1Património edificado
 10.1.1Património arqueológico
 10.1.2Património arquitetónico
 10.1.2.1Arquitetura religiosa
 10.1.2.2Fortificações marítimas
 10.1.2.3Arquitetura de veraneio
 10.1.2.3.1Cascais
 10.1.2.3.2Monte Estoril
 10.1.2.3.3Estoril
 10.1.2.3.4São João do Estoril
 10.1.2.3.5Parede
 10.1.2.3.6Carcavelos
 10.1.2.4Arquitetura modernista
 10.1.2.5Outros edifícios
o 10.2Museus
 10.2.1Bairro dos Museus
o 10.3Gastronomia
o 10.4Eventos
 11Desporto
o 11.1Clubes
o 11.2Escalada
 11.2.1Blocos na Baía do Mexilhoeiro
 11.2.2Arribas do Farol da Guia
 12Referências
 13Ver também
 14Ligações externas

Geografia[editar | editar código-fonte]

Vista da zona ocidental de Cascais a partir da Peninha, na Serra de Sintra.

Visão panorâmica do vale da ribeira de Caparide/Manique do Alto de Bicesse, bem como o


horizonte da freguesia de São Domingos de Rana.
Zona interior do concelho. Livramento, na freguesia de Cascais e Estoril, visto do Monte da Cabeça
Gorda. Ao fundo, a Serra de Sintra.

Cascais e o seu município encontram-se no extremo sul-ocidental da Península de Lisboa,


que limita a norte com Sintra, a leste com Oeirase a sul e a oeste com o Oceano Atlântico.
Possui o seu ponto mais ocidental no Cabo Raso, e o mais oriental em Talaíde, na
margem direita da Ribeira da Laje. O seu ponto mais setentrional, bem como o mais alto,
encontra-se na Peninha, que se eleva em 465 metros. De forma semelhante aos restantes
concelhos da Península de Lisboa, apresenta um relevo cujos elementos mais marcantes
da paisagem são normalmente os vales das ribeiras, estreitos e encaixados, e cujos
exemplos mais relevantes são os vales das ribeiras da Foz do Guincho, das Vinhas,
da Penha Longa, de Caparide e Ribeira da Laje.[8][9] Acrescentam-se a estes alguns relevos
pontuais, como são o Cabeço de Mouro, o Alto de Bicesse e o Monte da Cabeça Gorda[10].
O quadrante nordeste é dominado pela Serra de Sintra, sendo aí que se registam as
maiores altitudes que vão diminuindo suavemente quando mais a sul, na sua transição
para a plataforma de Cascais. Esta plataforma, bastante regular, possui uma vertente
suave para sul (até ao Cabo Raso) e corresponde a uma superfície de abrasão marinha.
[8]
 A altitude média nestas áreas encontra-se entre os 250 e os 350 metros (Malveira da
Serra, Janes, Biscaia), sendo que raramente ultrapassa os 400 metros [10].Nesta zona, a
costa é predominantemente escarpada, com a formação de várias grutas como a Boca do
Inferno, e cujas arribas podem chegar aos 100 metros.[11] A única exceção dá-se na zona
da Praia Grande do Guincho, uma extensa área arenosa que, a nível hidrológico, potencia
a ocorrência de fenómenos de infiltração e a desorganização da rede de drenagem. A
predominância dos ventos frescos de norte leva à formação de dunas, que se prolongam
desde a Cresmina até à zona dos Oitavos[12], onde se situa a única duna consolidada do
concelho.[11] À semelhança do rebordo da serra, no resto do concelho os declives são
pouco acentuados, e metade do seu território apresenta decives inferiores a 5%. A
disposição do relevo faz com que as vertentes não possuam uma exposição
marcadamente definida (51%), enquanto que nas restantes predomina a exposição de
vertentes viradas a sul (18,5%), o que confere ao concelho uma feição soalheira, aprazível
e confortável[10], abrigada dos ventos de norte (caso da Costa do Estoril, uma das áreas
mais amenas da Área Metropolitana de Lisboa).[9] Nesta faixa, a costa vai alternando entre
pequenas praias e faixas escarpadas, dando origem a áreas de relevância ambiental,
como é o caso da Zona de Interesse Biofísico das Avencas. A zona interior do concelho é
mais elevada quando mais a norte, com algumas localidades a altitudes superiores a 100
metros: Murches, Alcabideche, Bicesse, Trajouce e Talaíde. O interior demonstra ainda
vestígios do seu passado rural[10], e é composto por duas áreas relativamente planas: o
Chão das Travessas, na zona da Aldeia de Juso, e o Planalto de Massapés, em Trajouce.
A vila de Cascais situa-se a 27 km de Lisboa, junto à orla marítima, numa pequena baía. É
a quinta vila mais populosa de Portugal (depois de Algueirão - Mem Martins, Corroios, Rio
de Mouro e de Oeiras). Cascais tem-se recusado a ser elevada à categoria de cidade, por
motivos turísticos.[carece  de fontes]
Divisão administrativa[editar | editar código-fonte]
O concelho está atualmente dividido em quatro freguesias (Alcabideche, Carcavelos e
Parede, Cascais e Estoril e São Domingos de Rana), que anteriormente à reforma
administrativa de 2013 eram seis (com Cascais, Estoril, Parede e Carcavelos como
entidades autónomas). Por sua vez, as freguesias integram várias localidades definidas
geograficamente mas sem valor administrativo. Várias localidades concelhias encontram-
se divididas entre freguesias (caso de Atibá, Pau Gordo, Penedo, Rebelva) e entre
concelhos (Cabra Figa — cuja área no concelho adquire o nome de Pomar das Velhas
—, Carrascal de Manique — com a AUGI do Barrunchal pertencente à freguesia
de Sintra — e Talaíde, cujo contínuo urbano se expande para Oeiras [onde se inclui
o Taguspark] e Sintra [Casal do Penedo, em Rio de Mouro]).

Alcabideche
São Domingos
de Rana
Cascais e Estoril
Carcavelos e Parede

Hidrografia[editar | editar código-fonte]
Ver também: Categoria:Hidrografia de Cascais

Relevo e hidrografia do concelho.

Existem várias linhas de água em Cascais, divididas por duas regiões hidrográficas, que
possuem importância por marcarem, juntamente com a Serra de Sintra, a orografia do
concelho. A maioria delas são de curta extensão e não possuem caudal durante a maior
parte do ano. Para além dos cursos de água, existem também três áreas de interesse
hidrogeológico para a recarga e proteção de aquíferos. No quadrante ocidental do
concelho encontra-se o Sistema Aquífero de Pisões-Atrozela. A delimitação deste sistema
foi efectuada numa cooperação entre o Instituto da Água e o Centro de Geologia da
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, sendo o único aquífero existente no
norte da Área Metropolitana de Lisboa.[11] Para além deste aquífero, existe também o
Maciço Subvulcânico de Sintra e as áreas de Calcários e Arenitos do Cretácico da região
de Cascais.
Está também presente em território concelhio uma albufeira de águas públicas
classificadas de utilização protegida, a do Rio da Mula, situada na Malveira da Serra e
pertencente à bacia hidrográfica do mesmo rio.
Linhas de água[editar | editar código-fonte]

Em Carcavelos, a ribeira de Sassoeiros apresenta um leito artificializado, limitado por muros de


gabiões, que acompanha em grande parte a Estrada Nacional 6-7.

Galeria ripícola bem conservada e leito natural da ribeira das Vinhas, em Alvide.

O concelho de Cascais possui diversos sistemas ribeirinhos que se dividem entre


as regiões hidrográficas do Vouga, Mondego, Lis e Ribeiras do Oeste e a Região
Hidrográfica do Tejo. A primeira ocupa apenas o extremo noroeste do concelho, sendo
delimitada pela bacia hidrográfica da Ribeira da Foz do Guincho, e contando com onze
bacias hidrográficas.[13] Nesta região, a orientação dos cursos de água dá-se de nordeste
para sudoeste[8]. Os restantes cursos de água de Cascais pertencem já à Região
Hidrográfica do Tejo, caracterizando-se pela sua maior extensão e caudal relativamente às
primeiras. Dentro do concelho, esta região hidrográfica é dividida por 15 bacias
hidrográficas cujas linhas de água, vindas de norte, desaguam na sua costa sul[8].
Todas as ribeiras do concelho possuem a sua cabeceira na Serra de Sintra, e apresentam
caráter intermitente, torrencial durante o inverno, e com grande estiagem do seu caudal. A
sua extensão é reduzida, percorrendo vales encaixados e desaguando de forma abrupta
nas arribas do litoral[8]. A maioria das ribeiras apresenta um padrão de drenagem do tipo
paralelo, com a única exceção da bacia da ribeira das Vinhas, cujo padrão de drenagem é
do tipo dendrítico.[10]
Grande parte destas ribeiras encontram-se alteradas pela ação humana, muitas vezes
circulando por leitos completamente artificializados ou canalizados, sobretudo nos seus
troços finais.[13] Apesar disto, nos espaços menos urbanizados é possível encontrar galerias
ripícolasbem preservadas e cuja dimensão permite que a linha de água, nestes locais,
assegure a sua função biofísica, quer a nível de promoção da biodiversidade, quer como
regulador do sistema hidrológico da respectiva bacia. No entanto, o surgimento de
estrangulamentos devido a construções, acumulação de detritos ou a espécies infestantes
compromete o regular escoamento das águas, podendo levar a fenómenos de cheias. [10]
As ribeiras mais relevantes e consideradas linhas de água principais são
doze[14] (Assobio, Grota, Arneiro, Foz do
Guincho, Mochos, Vinhas, Castelhana, Cadaveira, Bicesse, Manique, Marianas e Sassoeir
os). Destas, a maioria apresenta-se poluída ou muito poluída, e as que apresentavam
menor qualidade de água em 2008 eram as ribeiras de Caparide, das Marianas e a
das Vinhas, sobretudo graças às descargas indevidas de resíduos no leito e margens, bem
como a descarga de águas residuais não tratadas. Nas ribeiras das Vinhas e de Caparide,
existem também grandes números de espécies exóticas, que conformam uma ameaça
constante às restantes espécies e ao habitat que ocupa, chegando a destruir a vegetação
envolvente e a aumentar significativamente o desenvolvimento algal [15]. Estas ocorrências
afetam também a qualidade das águas balneares nas zonas nas quais desaguam. [10]
Águas balneares[editar | editar código-fonte]
Ver também: Categoria:Praias de Cascais

A Praia do Tamariz, no Estoril, é considerada a praia por excelência da Costa do Sol.[16]

O concelho de Cascais possui diversas praias, diversificadas entre si e pertencentes à


zona designada por Costa do Estoril. Destas, duas apresentam atualmente uso suspenso
devido à falta de segurança decorrente da inexistência de sedimentos: a Praia da
Baforeira e a Praia do Abano.[17] Em 2016, a grande maioria das águas balneares do
concelho apresentaram níveis de água excelentes, exceptuando-se apenas as
da Duquesa e Conceição.[18] Para além das praias constantes dos Planos de Ordenamento
da Orla Costeira, existem outras dez, a norte do Abano, de difícil acesso e extensão média
de 60m.[11] As praias do ocidente do concelho, inseridas no Parque Natural de Sintra-
Cascais, apresentam-se como aquelas com maior afluência para a prática de desportos
aquáticos, sendo aí realizados campeonatos mundiais de várias modalidades. [19] É também
de destacar a Praia da Parede, procurada pelas suas características terapêuticas graças à
exposição ao iodo e ao sol.[20] As praias do concelho são geralmente estreitas e curtas, à
exceção da Praia Grande do Guincho e da de Carcavelos, e recebem em média 10 horas
de sol na época balnear, com ausência de precipitação e temperaturas médias da água de
15º a 19º e do ar de 18º a 28º.[11] Todas elas possuem uma hidrodinâmica dominada pela
maré, semi-diurno e mesotidal de 2-4m, estando moderadamente expostas. Na costa sul,
as praias pertencem à Região Hidrográfica do Tejo e são de tipologia urbana, regidas pelo
POOC Cidadela–São Julião da Barra. As praias da costa oeste são de tipologia não
urbana e regidas pelo POOC Sintra–Sado, já na Região Hidrográfica das Ribeiras do
Oeste.[11]
Clima[editar | editar código-fonte]
Todo o município apresenta um clima temperado húmido, com verão seco e temperado
(Csb na classificação climática de Köppen-Geiger). O concelho apresenta um gradiente de
temperatura que aumenta consoante a latitude, sendo o interior mais frio que as zonas
urbanizadas da costa, Sassoeiros e Talaíde. Os invernos são bastante suaves, sendo um
dos locais mais aprazíveis da área metropolitana graças ao efeito de ilha urbana, à
proximidade com o mar, à boa exposição ao sul, à serra de Sintra (que abriga parte do
concelho dos ventos norte) e à passagem da corrente quente do golfo. Os verões seguem
a mesma tónica, devido ao facto de este ser o concelho mais ocidental de Portugal, por
conseguinte possuindo uma maior proximidade do oceano. Em concreto, deve-se ao
afloramento costeiro causado pelos ventos de norte, que fazem emergir as águas mais
fundas e frias e afastam as águas mais quentes, de superfície. [11]
Paisagem[editar | editar código-fonte]
Definida pelo Ministério de Obras Públicas e Transportes como «a manifestação externa,
imagem, indicador ou chave dos processos que têm lugar no território, quer correspondam
ao âmbito natural ou ao humano», esta tem sofrido nas últimas décadas, no concelho de
Cascais, uma crescente degradação. [21] Foram delimitadas no âmbito do Plano Diretor
Municipal de Cascais diversas unidades de paisagem que ponderam a integração dos
elementos naturais (topografia, hidrologia, fauna ou a flora) e culturais/humanas (economia
e história) de cada zona, onde estas se «apresentam com um padrão específico, e a que
está associado um determinado carácter».[21] Em Cascais, foram caracterizadas seis
unidades de paisagem que, por sua vez, se dividem em macro-unidades de paisagem: [22]

 Serra de Sintra – Compreende a aba sul do Maciço Eruptivo de Sintra, abrangida


pelo concelho de Cascais, e classificada pela UNESCO enquanto Património da
Humanidade – Paisagem Cultural, devido aos seus valores culturais e naturais. É o
relevo mais acidentado do município e, pela sua orientação a sul (abrigada dos ventos
húmidos de norte) manifesta-se numa paisagem mais seca do que a restante serra.
Na subunidade «Serra de Sintra», as suas características geomorfológicas
favoreceram as atividades de pastorícia, sendo atualmente pouco arborizada e com
inúmeros afloramentos rochosos (caos de blocos). A faixa do litoral, denominada
«Litoral da Roca», é bastante escarpada e dominada por linhas de água que originam
nichos ecológicos e acidentes geológicos de interesse;
 Abano–Penha Longa – Faixa de largura constante e de declive suave, com
presença de linhas de água e vestígios do passado agrícola da zona (moinhos de
vento e fornos de cal);
 Outeiro das Fontainhas – paisagem humanizada, algo descaracterizada pelo
crescimento urbano, também dominada pelos vestígios do seu passado agrícola
(arquitetura tradicional, compartimentação singular de terrenos e ruinas de moinhos de
vento e de azenhas) que se deveu em grande medida à presença de linhas de água e
aquíferos que abasteciam a zona. Divide-se nas subunidades «Chão das Travessas»,
«Planalto da Arca d'Água» e «Planalto de Massapés»;
 Vales das Ribeiras – Unidade de paisagem compreendida pelas principais linhas
de água municipais, de morfologia diversa. Consiste de aluviões com grande potencial
agrícola onde se instalaram as quintas históricas do concelho, com terrenos de cultivo
de hortofrutícolas e de vinha ao longo das ribeiras. A pressão urbanística levou à
redução significativa dos troços naturalizados, mantendo-se ainda algumas destas
situações. Divide-se nas subunidades Vale das Vinhas, Vale da Castelhana, Vale de
Bicesse, Vale de Manique - Caparide, Vale de Sassoeiros e Vale da Parreira;
 Costa do Sol – Integra o sistema dunar Cascais–Guincho, as arribas costeiras e a
costa balnear, abrangendo a maioria da costa municipal. É uma paisagem constituída
por fenómenos geológicos de considerável importância a nível nacional e importantes
habitats para a flora e fauna costeira, com uma exposição solar que lhe confere um
clima ameno e luminosidade particular. Divide-se nas subunidades «Arribas Cascais–
Cabo Raso», «Dunas Guincho–Cascais» e «Costa Balnear»;
 Urbano – Consiste na mancha urbana que se foi constituíndo a partir da década de
60 do século XX, integrando os maiores centros populacionais do município. Estes
foram sido desenvolvidos ao longo do litoral, graças às oportunidades turísticas,
comerciais e de lazer e possuem diversos pontos de interesse arquitetónico como
villas, casas apalaçadas e quintas, usadas na sua grande maioria como antiga casa de
férias das famílias mais abastadas de Lisboa.
Património natural e espaços verdes[editar | editar código-fonte]

Exemplo da degradação da paisagem e do ambiente no concelho. Em Tires, a ribeira das


Marianascircula num canal completamente artificalizado, resultado da expansão urbana
descontrolada.

O município sofreu, desde meados do século XX, um elevado crescimento demográfico, o


que se traduziu numa construção desordenada e dispersa, ocupando áreas de importância
em termos ecológicos. A estrutura ecológica municipal foi sendo relegada para segundo
plano em relação a estruturas habitacionais, de transportes e sociais. [21] As atuais normas
para espaços verdes urbanos indicam que o concelho carece de espaços verdes
principais, cuja área mínima deveria ser de 510 hectares. [23] Em Cascais, está definida uma
Rede Ecológica Concelhia, que define a sua «Estrutura Verde Principal» e «Secundária»,
integrada na Rede Ecológica Metropolitana.[23] As áreas de influência das principais linhas
de água concelhias (as linhas de água, as zonas com bons solos e as áreas sujeitas a
cheias, as zonas de máxima infiltração e as cabeceiras das ribeiras) concentram em
algumas das suas zonas o pouco que resta do património natural de Cascais, e integram a
Rede Ecológica Metropolitana.[24] Em Cascais, outras ligações naturais apontadas como
vitais para a Rede Ecológica Concelhia são as ribeiras
de Manique, Marianas, Carcavelos e Laje.[23] O quadrante noroeste do concelho encontra-
se ocupado pelo Parque Natural de Sintra-Cascais, classificado no PROT-AML como uma
Área Estruturante Primária e em conjunto com os anteriores, contribui para a salvaguarda
dos componentes naturais e humanos, solo, água, flora e fauna, e paisagem de grande
valia.[23]
Entre os espaços com grande importância ambiental, também no que concerne à
componente ambiental solos, encontram-se as antigas quintas espalhadas pelo concelho,
que poderiam servir para reduzir o efeito das cheias, para a saúde pública, para a
produção de frescos e para a integração do espaço urbano no espaço natural, permitindo
um desenvolvimento sustentável. Neste âmbito encontram-se as quintas situadas ao longo
da ribeira de Caparide, a Quinta do Barão, a dos Ingleses (ou de Santo António) e
restantes quintas de Carcavelos, nas quais se produzia o Vinho de Carcavelos; a zona do
Mato dos Celcos (a norte do Arneiro) e com ligação à Quinta do Marquês, em Oeiras; as
zonas a norte de Bicesse e da Douroana; e os vales das ribeiras da Mula e dos Mochos e
as zonas de proteção do Parque Natural, especialmente o Pisão de Cima e de Baixo, onde
se encontra o que resta de uma floresta de carvalho lusitano. [23]
Parques urbanos[editar | editar código-fonte]
Parque Marechal Carmona, em Cascais.

Um correto ordenamento do território exige, no mínimo, 10 metros quadrados de espaços


verdes secundários por habitante, o que em Cascais implicaria entre 170 e 310 hectares
deste tipo de espaços. O concelho possuía, até meados de 2000, quatro parques urbanos
(Parque Marechal Carmona, Parque da Ribeira dos Mochos, Parque Palmela e a Quinta
da Alagoa), apenas complementados pelos Espaços Verdes de Área Reduzida, mantidos
pelos moradores.[23] A estes foram adicionados, mais recentemente, outros, como o Parque
Morais, o Bosque dos Gaios e os Parques Urbanos do Outeiro de Polima, da Quinta de
Rana, das Penhas do Marmeleiro e do Outeiro dos Cucos.[25] Existem também vários
parques infantis espalhados por todo o território concelhio. [26]
Quintas[editar | editar código-fonte]

Quinta dos Chainhos, no Murtal, São Domingos de Rana.

De passado agrícola, o concelho foi outrora pontilhado por quintas onde os seus
propietários buscavam aliar o caráter de recreio e lazer à função agrícola. Situavam-se em
zonas do interior do concelho, onde os solos eram férteis e os recursos naturais
abundantes, tendo desaparecido progressivamente a favor da urbanização de diversas
zonas e com o declínio da atividade agrícola, sendo fragmentadas e hoje praticamente
reduzidas às às áreas de habitação e suas dependências. [27] As mais afamadas devem a
sua notoriedade à produção do Vinho de Carcavelos, hoje produzido nas Quintas da
Ribeira e dos Pesos (Caparide), da Samarra (Livramento) e na Quinta do
Marquês(Oeiras).
Por entre as freguesias cascalenses, destacam-se, em São Domingos de Rana, as quintas
históricas da Ribeira, dos Chainhos, da Torre da Guilha, de Rana e da Estrangeira; em
Carcavelos as do Barão, da Alagoa, a Quinta Nova (ou de Santo António, ou dos
Ingleses), a de São Miguel das Encostas, e a de Santa Maria do Mar; em Cascais a Quinta
da Charneca; no Estoril a Quinta Patiño; e finalmente em Alcabideche as quintas de Vale
de Cavalos, do Marquês de Angeja, de Santa Rita (nas Almuinhas Velhas), de Nossa
Senhora da Lapa (Alcoitão), de Manique, do Pisão de Baixo, do Casal de Porto Covo e do
Casal de Assamassa.[28]

Ecologia[editar | editar código-fonte]
Flora[editar | editar código-fonte]
Flora terrestre[editar | editar código-fonte]
O concelho de Cascais inclui-se no Reino Holártico e na região biogeográfica
mediterrânica.[29][30] A sua flora divide-se por duas unidades principais, a primeira das quais
se encontra na Serra de Sintra, um maciço granítico, e a outra a sul, na área mais
aplanada da Plataforma de Cascais cujos solos são de natureza calcária. Nas encostas
graníticas da serra, dão-se florestações de pinheiro e eucalipto, bem como espécies
invasoras como as acácias e pitósforos-ondulados. Restam alguns indivíduos dispersos
de sobreiro e medronheiro, com uma sub-coberta de tojais e urzais, assim como
formações de carvalhiça.[21]

Panorama do Parque Natural de Sintra-Cascais nas Almuinhas Velhas. Aqui, a vegetação consiste


sobretudo de carrascais, tojais e estevais.

Nas zonas calcárias, a vegetação característica é composta por bosques de carvalho-


cerquinho e zambujais, sendo que os primeiros possuem um peso residual devido às
alterações humanas e a sua área potencial limita-se aos vales frescos das ribeiras
dos Marmeleiros e Penha Longa. Atualmente, no seu lugar, encontram-se matagais
de carrasco, tojais de tojo-durázio e prados vivazes de braquipódio ricos em orquídeas.
Os zambujais, por sua parte, podem ocorrer potencialmente em toda a área calcária do
concelho incluindo em solos basálticos e calcários mais pesados (vertissolos), mas a sua
presença é novamente escassa devido ao uso tradicionalmente agrícola destes solos.
Assim, estas zonas estão cobertas por etapas mais baixas da sucessão ecológica
(carrascais ou espinhais de carrasco, estrepe, espinheiro-preto, sanguinho-das-
sebes e madressilva-caprina, e tojais de tojo-gatunho e salva-do-sul em mosaico com
arrelvados vivazes de Brachypodium phoenicoides e panasco), que são delimitadas
normalmente por sebes espinhosas de abrunheiro-bravo, que também ocorrem pelos
muros de pedra solta que separavam os campos agrícolas. Nos campos agrícolas onde os
solos se encontram alterados, caso também das zonas urbanas e margens de caminhos,
surgem espécies vivazes nitrófilas (caso da tágueda, talha-dente e funcho).[21]

Vegetação ao longo da ribeira da Amoreira, com a presença de canaviais.

As galerias ripícolas concelhias estão em avançado estado de degradação, sendo muitas


vezes substituídas por comunidades de canaviaise silvados. Porém, ainda é possível
encontrar algumas áreas de freixiais, choupais e ulmais, embora estes últimos sejam
frequentemente afetados pela grafiose e apresentem um porte arbustivo. Nos leitos de
cheia, dão-se prados húmidos de alpista-da-água e junco, que podem surgir
acompanhados de juncais de Juncus valvatus, uma espécie endémica das regiões
calcárias do oeste português.[21]
Na região de transição para os granitos, de calcários e margas meteorizados pelo contacto
com os granitos, é possível observar sobreirosacompanhados de carvalho-cerquinho.

Vegetação na zona do Cabo Raso, de dunas litorais com presença de Juniperus Turbinata.

Na vertente sul, em vales e vertentes desabrigadas e acima dos 250 m, persistem núcleos
de carvalho-negral que podem misturar-se com sobreiros. Na zona de sienitos, dar-se-ia
uma ocupação potencial dessa mesma espécie, algo impedido pela intervenção humana
(pela arroteia e depois pela florestação de espécies exóticas), o que torna os bosquetes de
carvalho-negral resquiciais e propicia o crescimento de giestais, tojais e arrelvados vivazes
de baracejo. A noroeste, nas encostas graníticas mais húmidas e sombrias, acima dos 300
m e com clima mais atlântico, surgem pequenos núcleos de carvalho-alvarinho que são
normalmente pontuais e de porte arbustivo. Nestes locais, a paisagem é dominada por
povoamentos de pinheiro e matagais de carvalhiça juntamente com tojais e arrelvados de
baracejo. Já nas margens das ribeiras serranas, ocorrem salgueirais-pretos muito
fragmentados e amiais com trepadeiras (Rubus ulmifolius e Hedera iberica)
e sabugueiros bem conservados.
As arribas da costa, fustigadas pelos ventos marítimos carregados de sais, são de grande
particularidade quanto às suas comunidades. Assim, é possível observar espécies
endémicas da família das plumbagináceas (Limonium spp. e Armeria spp.). Nas arribas de
substrato calcário, caso do Cabo Raso e Abano, surgem limónios (Limonium
multiflorum e L. virgatum) e raízes-divinas, enquanto que nas arribas de substrato granítico
(a partir da Praia da Grota) florescem comunidades exclusiva deste território compostas
por endemismos como o cravo-romano e a cravina-de-sintra. Completam estas
comunidades os sabinais com carrascos, com um aspecto típico de “almofada” adaptado
às condições edafoclimáticas.[21]
No concelho, os táxones de interesse para a preservação incluem Aceras
anthropophorum, Anacamptis pyramidalis, Armeria pseudoarmeria, Asplenium
hemionitis, Centaurea africana, Cepalanthera longifolia, Coincya cintrana, Dianthus
cintranus ssp. cintranus, Herniaria maritima, Iberis procumbens ssp. microcarpa, Iris
lusitanica, Iris subbiflora, Jonopsidium acaule, Juncus valvatus, Limonium
multiflorum, Limonium dodartii ssp. lusitanicum, Myrica faya, Omphalodes
kuzinskyanae, Ophrys bombyliflora, Ophrys fusca ssp. fusca, Ophrys lutea, Ophrys
scolopax, Ophrys speculum ssp. lusitanica, Ophrys tenthredinifera, Orchis
coriophora, Orchis italica, Serapias lingua, Serapias strictiflora, Serapias parviflora, Silene
cintrana, Silene longicilia, Verbascum litigiosum, Thymus villosus e Ulex densus.[10]
As espécies usadas para ornamentação por todo o concelho são variadas e incluem
a alfarrobeira, ameixoeira-dos-jardins, amoreira, araucária-de-norfolk, carvalho-alvarinho, c
asuarina, choupos-brancos e negros, cipreste-comum, cipreste-de-monterey, eucaliptos, fi
gueira-da-austrália, freixo, ginkgo, grevíleas, jacarandás, ligustros, lódão-bastardo, mélias, 
nespereiras, olaias, paineiras, palmeiras-da-califórnia e das canárias, pimenteiras-
bastardas, pinheiros-de-alepo e mansos, plátanos, salgueiro-chorão, sobreiros, tamariz, tíli
as-prateadas, tipuanas e zambujeiros.[31]
Flora marinha[editar | editar código-fonte]
As populações nas duas grandes manchas de recifes rochosos dentre 0 e 10 metros de
profundidade são compostas de Fucus spiralis, Cystoseira usneoides, Corallina
elongata, Lithophyllum incrustans, Lithophyllum lichenoides, Ceramium spp., Osmundea
pinnatifida, Ulva intestinalis, Ulva rigida, Ulva prolifera e Ulva obscura.

Geologia[editar | editar código-fonte]
Afloramentos rochosos nas Penhas do Marmeleiro, em Murches.

Pormenor do corte geológico da Estrada da Malveira.

O concelho de Cascais possui uma grande diversidade de formações geológicas, de


características litológicas, idades e espessuras diferentes, variadas inclinações e direções
das camadas geológicas, com morfologia e estruturas diversificadas.
A maioria do concelho de Cascais é moldado pelo Maciço Eruptivo de Sintra, de especial
importância em termos geológico, orográfico e climático. [10] De forma elíptica alongada,
seguindo um eixo este-oeste, consiste num conjunto de rochas magmáticas, com um
núcleo de rochas sieníticas, envolvidas por um anel granítico e um anel gabro diorítico
descontínuo. Encontram-se os seus afloramentos nas zonas a norte e noroeste do
concelho, com granitos, gabros, dioritos e sienitos. O maciço data de há 82–75 milhões de
anos (final do Cretácico), fazendo ascender correntes de magma que arrefecem no interior
da crosta terrestre, dando origem às rochas já referidas. Devido a isto, os estratos mais
antigos do Jurássico Superior e do Cretácico foram deformados e metamorfizados, o que
origina uma série de filões de rochas paralelos e perpendiculares ao maciço, compostos
de basalto, traquibasalto, riolítico e rochas alteradas não identificadas. [22]
Os materiais de maior antiguidade, com 140 milhões de anos, datam do Cretácico
Inferior (formações de Maceira, Rodízio, Cabo Raso e Guincho), tendo a sua origem em
rochas sedimentares como calcários, arenitos, margas e pelitos. A maioria corresponde a
formações calcárias fossilíferas e por algumas margas e grés, apresentando uma
inclinação máxima de 50º na zona de encosto com o maciço granítico, diminuindo
gradualmente a sua inclinação. [10][22]
As formações do Jurássico Superior afloram a sul e sudeste do Maciço Eruptivo de Sintra,
e consistem sobretudo de calcários (calcários compactos metamorfizados, calcoxistos e
calcários margosos). Estas formações podem ser observadas na arriba litoral e no corte da
Estrada da Malveira. A sua inclinação máxima é de 60º, que diminui à medida que se
afasta do maciço.[22]
Nas zonas a leste surgem afloramentos do Complexo Vulcânico de Lisboa, resultante da
ascensão de magma à superficie com um vulcanismo efusivo, sendo que entre os níveis
vulcânicos é possível encontrar por vezes paleossolos. Estas ascensões devem-se à
progressiva abertura do oceano Atlântico, que causou uma distensão e adelgaçamento da
crosta terrestre. Sobretudo presentes no Complexo são os basaltos em diversas formas,
como chaminés, das quais ainda restam relevos residuais no Cabeço de Mouro, Alto de
Bicesse ou Pau Gordo. Estes afloramentos apresentam espessuras muito variáveis, com
uma espessura máxima de 400m.[22]
Os materiais mais recentes, a Formação de Areolas da Estefânia e a Formação de
Entrecampos datam do Miocénico (há 20 milhões de anos) e surgem na parte oriental do
concelho, numa orientação norte–sul, de Sassoeiros a São Julião da Barra.[22]
Por fim, os aluviões surgem paralelos às linhas de água, consistindo de litologias
sedimentares muito recentes, pouco consolidadas e muito heterogéneas litologicamente. [22]

História[editar | editar código-fonte]
Pré-história[editar | editar código-fonte]

Entrada das grutas artificiais de Alapraia.

A presença humana no atual território do concelho de Cascais dá-se pela primeira vez
na pré-história, em cerca de 2000 a.C., com a presença de alguns povos
nómadas do Paleolítico Inferior. Estabelecendo-se em povoados, teriam feito uso de
objetos de sílex e quartzito, juntando-se, no Paleolítico Superior, objetos feitos também a
partir de osso, que se traduziram em numerosos utensílios recolhidos na zona costeira
do Guincho, entre as quais uma mó neolítica. O primeiro povoado desta origem conhecido
no concelho situava-se na atual Alameda do Casino, no Estoril, com alguns materiais
recolhidos por Félix Alves Pereira. Porém, é na zona da Parede que se dão as
descobertas mais transcendentes. No Murtal foi reconhecido outro povoado por Leonel
Ribeiro, sendo descoberto outro novo assentamento em 1953, no decorrer de escavações
na zona do Bairro Octaviano (Parede). Concluídas em 1957, estas permitiram verificar que
a sua parte inferior consistia de uma camada de terras intacta, com diversos materiais
arqueológicos. A este sítio, considerado por Manuel Afonso do Paçocomo «o documento
mais antigo e precioso de Cascais», deu-se o nome de Parede I. Outros materiais
arqueológicos aí encontrados, mais tardios e sob o nome de Parede II, levam a crer que os
primitivos habitantes do concelho vivessem da agricultura e da criação de gado, bem como
da caça e da pesca.[32] Sobre estas primeiras populações, outras se instalariam, desta vez
muito mais prósperas e conhecedoras da metalugia do cobre, possuindo cerâmicas várias
e decoradas a primor, ao lado de uma série de artefactos de calcário, bem como botões,
contas, etc.

Das grutas artificiais de São Pedro do Estoril, hoje desaparecidas pela ação da erosão, resta um
memorial acompanhado de um placar informativo.
Sabe-se que estes povos possuíam um culto muito especial pelos seus mortos, levados a
enterrar em dolmens ou grutas naturais, e ao lado de quem colocavam armas e utensílios
da sua propriedade, recipientes com alimentos e objetos de adorno e simbolismo religioso.
Neste sentido, os mais importantes sítios arqueológicos do concelho são as grutas
artificiais de Alapraia e de São Pedro do Estoril, datadas da transição do Neolítico
Final para o Calcolítico. São monumentos de inumação coletiva, utilizados
como necrópoles durante várias centenas de anos,[33] que juntamente com outros locais
de Sintra, Lisboa e Palmela, constituem um dos mais importantes surtos da pré-história
portuguesa de todos os tempos.[32]
Deste período até à invasão romana, pouco é conhecido, como refere Afonso do Paço:
«O que não sabemos com rigor, no momento presente, como tudo evolucionou até à
chegada dos Romanos. Presentemente conhecemos pouco, na região de Lisboa, Sintra e
Cascais, do período que medeia entre o grande surto dos metalúrgicos do campaniforme e
a chegada dos primeiros invasores do Lácio.»

Idade Antiga[editar | editar código-fonte]


A época romana[editar | editar código-fonte]
A época romana evidencia uma exploração intensiva do território e da própria Cascale,
graças aos complexos industriais aí identificados e às uillas exumadas, que se explicam
pela grande proximidade geográfica com a grande urbe de Olisipo. Apesar disto, o
território concelhio consistia de povoados dispersos (sobretudo pelas áreas de Cascais,
Estoril, Alcabideche e São Domingos de Rana), de vilas e casais isolados e sem um
núcleo urbano de relevo que permitisse um desenvolvimento mais acelerado destas áreas.
[34]

Este período permite também caracterizar melhor os diversos sítios arqueológicos do


concelho, sendo que alguns deles foram continuamente ocupados, caso dos Casais
Velhos, uma vila situada na Rua de São Rafael, na Charneca, e que foi encontrada nas
escavações de Afonso do Paço e Fausto de Figueiredo de 1945. Consiste de um conjunto
de estruturas tardo-antigas (séculos III/VI), dominadas por um importante edifício termal,
composto do frigidário, de uma sala tépida de transição (tepidário) e do prefúrnio,
destinado ao aquecimento do ar que circulava sob o pavimento e da própria água dos
tanques, de configuração semicircular. Nas proximidades foi identificado um tanque de
grandes dimensões, possivelmente o natatio, que era abastecido por um aqueduto a partir
de uma nascente. Da pars rustica, com dois compartimentos, foram identificadas duas
pequenas tinas revestidas a opus signinum, juntamente com conchas de búzio, o que
levou alguns especialistas a crer que os habitantes desta villa se dedicassem à indústria
da tinturaria de tecidos e/ou curtumes.[35]
Outras estruturas encontradas consistiram num lagar e em diversas sepulturas de
inumação pertencentes a três áreas de necrópoles às quais se encontram associados os
principais achados, com várias moedas atribuídas a vários imperadores, desde Constâncio
II (r. 337–361) a Arcádio (r. 395–408).[35]
Outras vilas romanas foram achadas em Freiria (São Domingos de Rana), implantada
numa das encostas do vale, entre o Outeiro e Polima, junto da ribeira de Polima
(subsidiária à ribeira da Laje, numa área de abundantes recursos hídricos e de elevado
potencial agrícola) e mais recentemente, em Miroiço. Também se destacam
as cetárias romanas da Rua Marques Leal Pancada, em Cascais, descobertas em 1992, e
ligadas à indústria romana de salga e transformação de pescado e derivados piscícolas.
Estas cetárias dão crédito à presença de uma fábrica de conservas de derivados
piscícolas a laborar junto à praia de Cascais durante a segunda metade do século I e finais
do II. No final da sua produção, os seus tanques foram preenchidos com areia, e mais
tarde e sobre eles construídas as estruturas do desaparecido Castelo de Cascais.[36]
O domínio romano também se fez sentir ao nível da toponímia. É o caso da aldeia
de Caparide (proveniente do latim cappar aris ou cappari ou capparis, para a alcaparra ou
alcaparreira) ou de Bicesse (de bicessis, palavra de raiz latina que na sua origem se
referia a um conjunto de vinte asses).[37] Por outro lado, algumas inscrições de índole
funerária são também testemunho deste legado.[38]
A época visigótica[editar | editar código-fonte]
A ocupação visigótica de Cascais tem o seu maior manifesto no Cemitério Visigótico de
Alcoitão,[39] bem como na necrópole tardo-romana e medieval de Talaíde.[40][12]
A época árabe[editar | editar código-fonte]
Da ocupação árabe de Cascais encontramos influência nos vários topónimos do concelho
(como Alcabideche ou Alcoitão). Estes atestam uma presença forte por todo o território
cascalense, através da fundação e robustecimento de novas póvoas. Sabe-se deste
período que a população do interior era eminentemente rural, graças aos escritos de Ibn
Mucana[12], cujos poemas refletem sobre o quotidiano de então na zona de Alcabideche,
que se afirma como o primeiro povoado de relativa importância de todo o concelho. [34] As
condições naturais do território eram desfavoráveis, permitindo apenas a criação
de açores como aves de caça, o que explica o domínio da vila de Sintra sobre qualquer
outro povoado da zona.[34]
A descoberta de diversos cadáveres em 1987 no Arneiro, em Carcavelos, levaram à
identificação de quinze enterramentos que, pelas suas características, permitiram aferir
que os indivíduos aí enterrados possuíam origem berbere.[41]
Idade Média[editar | editar código-fonte]
A reconquista e desenvolvimento de Cascais[editar | editar código-fonte]

Portas do Castelo de Cascais.

As zonas da estremadura portuguesa onde se incluem Sintra e Lisboa integram-se


no Reino de Portugal em 1147. Embora sem mudanças nas dinâmicas territoriais, a
conquista favorece o povoamento dos territórios mais a sul do reino. Assim, este período
traduz-se numa grande época de fundação e/ou consolidação de póvoas marítimas que
garantissem condições para a fixação da povoação, o escoamento das produções, que
permitissem sustentar um comércio marítimo em desenvolvimento ao mesmo tempo
servindo uma função de defesa da costa.
Ao sítio da atual vila acorrem lavradores, pescadores e outros mareantes, fazendo surgir
uma pequena aldeia que vai crescendo progressivamente até ser referenciada pela
primeira vez, a 11 de maio de 1282, quando D. Dinis transmitiu ao concelho de Tavira as
normas de conduta usadas pelo alcaide do mar de Lisboa. [6] Estes ter-se-iam fixado no
«Alto do Longo» ou «Monte Lombo», a noroeste do atual centro da vila, antes de se
fixarem junto ao mar. O porto de Cascais transformara-se por então numa importante via
de escoamento da produção agrícola de Sintra para Lisboa, bem como numa importante
base de abastecimento de pescado para Lisboa. No eclesiástico, seria a 10 de dezembro
de 1253 que Cascais se integraria na paróquia de São Pedro de Penaferrim, situação que
se manteria até 1523.[6]
Este desenvolvimento leva a que as várias embarcações destinadas à capital, de diversas
proveniências, fizessem escala em Cascais, tornando o seu já concorrido porto de escala
numa espécie de antecâmara da cidade.
Seriam estes os fatores a levar à ascensão de Cascais à categoria de vila, a 7 de junho de
1364[6]:
Cascais seja vila sobre si e fora da sujeição de Sintra
Dom Pedro, pela graça de Deus, rei de Portugal e do Algarve, a quantos esta carta virem
faço saber que os homens-bons de Cascais me enviaram dizer que fosse minha mercê de
os fazer isentos da sujeição de Sintra, cuja aldeia era, e lhes outorgasse que o dito logo de
Cascais fosse vila por si e houvesse por si jurisdição e juízes para fazer direito e justiça, e
os outros oficiais que fossem compridoiros para bom regimento desse lugar; e que eles
dariam a mim em cada ano 200 libras mais, além daquilo que me rendiam os meus direitos
que eu havia do dito logo. 
E eu, vendo o que me enviaram dizer e pedir, e tendo que é serviço de Deus e meu e
guarda da minha terra, porque aquele lugar está em aquela costa do mar, e querendo
fazer graça e mercê aos moradores do dito lugar de Cascais, tenho por bem e mando que
o dito lugar de Cascais seja isento da sujeição de Sintra cuja aldeia era, e que seja vila por
si e que haja jurisdição do cível e do crime como hão as outras vilas do meu senhorio que
assim são isentas. E mando que elejam seus juízes para fazerem direito e justiça, e façam
seus oficiais segundo é costume de fazer nas outras vilas do dito meu senhorio. E eles
devem dar a mim em cada ano, daqui em diante, as ditas 200 libras, além do que eu i hei.
 Carta da Vila, 1364

Esta ascensão, exigida pelos chefes das principais famílias de Cascais (homens-bons),
permitia que os cascalenses pudessem eleger por si os seus juízes e governadores. Em
troca, estes comprometem-se a pagar ao suserano uma quantia adicional de 200 libras
anuais, para além dos direitos tradicionais já devidos ao monarca. O imposto referido na
carta régia permite atestar a relevância das atividades levadas a cabo na póvoa marítima [6],
e o conteúdo da carta só se compreende em função do grande desenvolvimento
demográfico de Cascais.[34] Porém, o foral não é claro quanto aos deveres dos súbditos,
como também não o é quanto ao território que constituiria o termo da vila ou mesmo
quanto à sua própria independência [12] (assim, e aparentemente, só o povoado foi
considerado autónomo[34]).
A questão da autonomia[editar | editar código-fonte]
A 8 de abril de 1370, com um documento de D. Fernando, que doa o Castelo de
Cascais como feudo a Gomes Lourenço de Avelar pela sua contribuição nas lutas
contra Castela, clarifica-se que a vila era até então parte do termo de Sintra, e isenta-a
dessa sujeição[12]:
«damos a ele dito Gomes Lourenço e a todos os seus sucessores […] o nosso castelo e
lugar de Cascais que é termo de Sintra, o qual lugar de Cascais de nosso movimento
próprio e da nossa certa ciência fazemos isento e isentamo-lo e tiramo-lo e dessujeitamo-
lo de Sintra em que esteve até ao tempo de ora. E queremos e mandamos que daqui em
diante seja per si e haja jurisdição alta e baixa como a qualquer castelo e lugar que não é
sujeito a cidade, nem a vila, nem a castelo
Limites aproximados do termo de Cascais nos séculos XIV-XVcomparados com os atuais.

Tal situação pode ser explicada pela oposição dos homens-bons da vila de Sintra, que
viam no porto de Cascais parte importante do seu concelho, bem como pela falta de mão-
de-obra decorrente da Peste Negra de 1348 e pela eventual incapacidade dos homens-
bons de Cascais de assegurarem o pagamento devido ao rei.[6] Assim, não é clara a
questão da independência de Cascais entre 1364 e 1370. Independentemente disto, a
autonomia de Cascais não seria total: por integrar a vila e seu termo num feudo senhorial,
implicou a doação de toda a jurisdição cível e crime, com exceção do direito de apelo para
o rei nos feitos crimes; da jurisdição sobre os marítimos, da responsabilidade do monarca;
da liberdade de atuação dos corregedores no novo senhorio e ainda dos direitos reais
sobre dízimas de mercadorias de navios que fossem descarregadas e transacionadas em
Cascais. A importância da vila leva à construção do seu castelo, anterior a 1370, para o
reforço de uma estrutura defensiva improvisada que se instalara no local onde se fixara a
população.
Para além desta questão, a carta de D. Fernando delimita pela primeira vez o termo de
Cascais. Os seus limites, semelhantes aos atuais, seriam então, a sul e poente, o Oceano
Atlântico; a norte, a foz do Rio Touro [atual ribeiro da Mata], o sítio de Barbas de Rei, a
Penha da Hera [depois Penedo da Hera], o açude da Azenha do Tarambulho, Janes, o
caminho do Rio Tortulho, a Estrada de Lisboa, as Portas de Manique (Capa Rota, atual
Centro Empresarial de Sintra) e a vereda que se prolongava pela estrada de Sintra até Rio
de Mouro; e como fronteira a nascente «daí em diante pelo Rio [atual Ribeira da Laje] ao
mar».[6]
Com tudo isto, a carta régia de 1370 apenas definia o termo, sem nada prescrever sobre a
organização do concelho. Aparentemente, o município de Cascais continuava a reger-se
pelo diploma régio de 1364, de D. Pedro I. Cartas subsequentes, relativas ao feudo, em
nada se pronunciaram quanto aos moldes definidores do município.
Enquanto feudo, os de Avelar seriam os Senhores de Cascais, titulares de todos os seus
terrenos até 1373, altura em que a vila de Cascais é invadida por Castela, sendo a sua
população encarcerada e a vila roubada. São nesse ano sucedidos pelos de Vilhena (com
D. Henrique Manuel de Vilhena como Senhor de Cascais entre 1373 e 1384 e entre 1385 e
1386). Na crise de 1383–85, Cascais manteve-se fiel a D. Beatriz, algo que viria a justificar
a doação da vila, por D. João I, ao Dr. João das Regras:
«[…] Sabei que nós, por desserviço que recebemos do conde D. Henrique, porquanto
sendo nosso vassalo se partiu de nós e se foi para nossos inimigos, o privamos da vila de
Cascais»

Por esta época, o crescimento da vila é constante, e esta desenvolvera-se para fora das
muralhas do castelo, com arrabaldes sobre a falésia junto à Ribeira das Vinhas, na área da
Rua do Poço Novo e dos Becos Tortos e Esconso, no arrabalde denominado Vila Nova.
No seu conjunto, o termo registava cerca de 700 habitantes, que na vila eram 200 a 300. [5]
Mapa de 1572 com desenho da zona costeira até Lisboa (então denominada Costa de Santo
António). Esta é a representação mais antiga que se conhece do litoral de Cascais. [5]

Idade Moderna[editar | editar código-fonte]


Período dos Descobrimentos[editar | editar código-fonte]
Foi na baía de Cascais que desembarcou no regresso da sua primeira viagem
à América Cristóvão Colombo, a 4 de Março de 1493.
Foi na baía de Cascais que, perdido dos outros navios da esquadra de torna-viagem,
desembarcou Nicolau Coelho a 10 de Julho de 1499,[42] chegando ao Palácio de Sintra com
a boa notícia da chegada à Índia, que veio desencadear o regozijo geral e grandes
recompensas.
Seria em 1514 que o concelho de Cascais se deixaria de reger totalmente pelo Foral de
Sintra, de 9 de janeiro de 1154, no âmbito de reformas instauradas no sistema de forais e
levadas a cabo durante o reinado de D. Manuel I. Estas contribuíram para a centralização
do poder régio, ao nível jurídico, político e fiscal, e focavam-se sobretudo na atualização
dos encargos e isenções fiscais dos municípios. Assim, os novos forais carecem do
caráter político e diferenciador que havia sustido o poder local, o que explica que as
disposições relativas a privilégios e direitos fossem secundarizadas ou eliminadas dos
novos textos e que as menções a topónimos e questões locais escasseassem. Pelo seu
teor, o novo foral permite desenhar uma imagem da economia local, cujas atividades eram
diversificadas (produção de vinho, legumes, frutas, cera, mel e alguns cereais – como o
trigo e a cevada – num período também marcado pela pesca – atividade fortemente
regulamentada – e a criação de gado, para além da moagem, da exploração da pedra e da
caça).[5]
Em 1527, por ocasião do primeiro numeramento global da população do reino, Cascais
contava já com cerca de 600 a 1000 habitantes na vila e 1200 a 1900 no resto do
concelho. Destes, apenas um quarto populava a área amuralhada, pelo que a Vila Nova se
espraiava pelo vale ou baixa até à Ribeira das Vinhas. Nos finais do século XVI, um terço
da população tinha passado a habitar na outra margem da ribeira. Os núcleos
populacionais mais importantes eram, depois de Cascais, Caparide, com 26
fogos; Manique, com 22; Almuinhas Velhas, com 19; e Carcavelos, com 14. Tal progresso
decorre na criação das paróquias de Nossa Senhora da Assunção, de São Vicente de
Alcabideche e de São Domingos de Rana, altura em que deixam de estar sujeitas à
paróquia de São Pedro de Penaferrim[6], quando a Confraria de Nossa Senhora da Guia
decidiu mandar edificar em Cascais uma ermida sob a invocação da sua padroeira.
O Farol da Guia, que pertencia à irmandade com o mesmo nome, já existia em 1537, de
forma a avisar os navegantes dos perigos da costa. Esta estrutura é também mencionada
por Damião de Góis, em 1554.[5][12]
Deste período de desenvolvimento urbano podem ainda ver-se vestígios nalguns prédios
da antiga malha urbana de Cascais, na Capela de São Sebastião ou na Ermida de Nossa
Senhora da Guia, com portal manuelino tardio e lápide tumular de 1577. Fora dela,
destacam-se os elementos arquitetónicos reaproveitados na Igreja de Alcabideche, prova
da sua vetusta fundação, à semelhança dos fechos de abóbodas da Igreja de São
Domingos de Rana. A Capela de Nossa Senhora da Conceição da Abóboda, que preserva
a mais bela pedra armoriada do concelho, data de 1579, assim como a Igreja e Convento
de Santo António do Estoril, fundada em 1527 pelos frades franciscanos sobre a ermida de
São Roque, com sepultura de Roque Lopes, piloto da Carreira das Índias. [5]
Foi na baía de Cascais que Luís Vaz de Camões desembarcou vindo do Oriente em 1569,
por haver peste em Lisboa, razão pela qual lhe foi erguida uma estátua de calcário no
centro da vila.
A 17 de agosto de 1574, o rei D. Sebastião envia uma correspondência ao Papa
informando-o da sua intenção de ir ao Algarve para «mandar proceder nas coisas de
África». Seria assim que, em junho de 1578, desembarcariam na vila os 3000
soldados alemães que contratara, partindo depois com o rei para o norte de África, onde
se veio a travar a batalha de Alcácer Quibir.[5]
A invasão espanhola[editar | editar código-fonte]

Forte de Santo António da Barra ou do Estoril, cuja construção se iniciou em 1590, e considerada a
principal fortificação entre a Cidadela de Cascais e o Forte de São Julião da Barra.

Na madrugada de 30 de Julho de 1580, o exército espanhol, comandado pelo Duque de


Alba, desembarcou na Laje do Ramil (cabo de Sanxete), daí atacando Cascais com o
objetivo de prosseguir para a capital de modo a colocar D. Filipe II no trono de Portugal.
Os 1500 homens que resistiram, por mal preparados e pouco apetrechados, foram
ineficazes na defesa do território, em grande parte pelo facto de o local escolhido para o
desembarque a ter surpreendido e desorganizado. A fortaleza da vila foi tomada no dia
seguinte, altura em que as forças espanholas ordenam a morte do seu defensor e do
Alcaide-Menor do Castelo em nome de D. António, Prior do Crato, respectivamente
D. Diogo de Meneses, o qual tem a sua estátua em frente da Cidadela, e Henrique Pereira
de Lacerda, a 2 de Agosto, numa mostra de poder frente aos adversários de D. Filipe. [12]
Posteriormente, a 19 de maio de 1587, a vila é novamente atacada a comando de
Sir Francis Drake, mas a esquadra inglesa não consegue desembarcar na vila. A 1589, e
novamente com presença inglesa, consegue tomar Cascais, que é saqueada
violentamente e incendiada.[5]

Baluarte da Cidadela de Cascais.

O Rei D. Filipe I de Portugal, consciente das deficiências defensivas na zona, empreende


uma estratégia de fortificação da costa, sendo ordenado a Frei Vicenzio Casale o
levantamento da planta de Cascais e de uma carta da costa até São Julião da Barra, que
seria entregue em fevereiro de 1590. Datam de então as principais estruturas defensivas
da costa, como a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, resultante do abaluartamento da
Torre de Santo António, ou o Forte de Santo António da Barra, também gizado por Casale.
[5]

A restauração da independência: novas fortificações[editar | editar código-fonte]


Após a Restauração da Independência nacional, em 1640, foi levado a cabo um reforço na
fortificação da barra do Tejo, região pela qual se havia consumado o domínio estrangeiro.
Sob a alçada de D. António Luís de Meneses, Conde de Cantanhede, ampliaram-se e
restauraram-se as fortificações existentes, levantando-se ainda mais de uma dezena de
baluartes entre o Guincho e Carcavelos, todos eles completados até ao final da década de
1640 em virtude da simplicidade da sua traça. Os Fortes de São Jorge de Oitavos e
de Santa Marta, hoje musealizados, são importantes exemplos deste conjunto de
edificações. De todas elas, a mais emblemática é a Cidadela de Cascais, que, integrando
a Torre de Santo António e a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, permite reforçar a
defesa da costa cascalense.[5]
Todas as construções levadas a cabo evitariam, pela sua proximidade umas das outras,
um possível desembarque espanhol após as guerras da Catalunha e dos Trinta Anos,
enquanto se aguardavam reforços.[12] Em termos diplomáticos, D. João IV incumbe o
1.º Marquês de Cascais, D. Álvaro de Castro, de apresentar as condolências pela morte
de Luís XIII de França.
Após a Guerra da Restauração, e com o início das obras do Convento de Mafra, a
exploração da pedra em Cascais ganha particular importância. Seria de Janes que se
extrairia o mármore preto usado na sua construção, e do concelho seria também natural
um dos principais mestres de pedreiros do convento, o famoso Barambilha, António
Martins.[12][43]
«Foi este humilde obreiro quem, de facto, descobriu o maravilhoso mármore preto que se
admira nos altares da Basílica de Mafra e de outras admiráveis misturadas. Saliente-se
que entre as inúmeras variedades de granito cor-de-rosa e cinzento-azulado das pedreiras
da Malveira da Serra e mármores da Torre da Guilha, houve, também em São Domingos
de Rana, segundo Pinho Leal uma pedreira de belo mármore vermelho. (…) De Cascais, é
igualmente, todo o mármore preto que ornamenta a ara que em 1529 se fez para a capela-
mor da Igreja de Nossa Senhora da Graça, igualmente na capital. (…) e o granito com que
foi feita a base do monumento a D. Pedro I»

Foi na Freguesia e Concelho de Cascais que nasceu a 13 de Março de 1701 José Pereira
da Silva, pai da avó paterna de Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, 1.° Visconde de
Correia Botelho.
A 14 de Março de 1745, o Marquesado de Cascais reverteu para a Coroa por extinção da
linha principal.
O Terramoto de 1755 em Cascais[editar | editar código-fonte]
Igreja de Nossa Senhora da Assunçãoem Cascais. O terramoto seria responsável pelo
desaparecimento da segunda paróquia de Cascais, a da Ressurreição de Cristo, que acabaria por
ser integrada na de Nossa Senhora da Assunção.

O dia 1 de novembro de 1755 marca a data de um dos mais importantes acontecimentos


na história de Portugal, quando um violento terramoto devasta de forma especialmente
intensa a zona de Lisboa. De acordo com Frei António do Espírito Santo, que descreveu
no ano seguinte os efeitos do cataclismo na vila, o tremor de terra iniciou-se pelas nove
horas e quinze minutos, fazendo-se sentir por nove minutos e transformando «a grande
povoação [em] um insensível e frio cadáver do que havia sido e uma desfeita cena do que
já não era». Em 1758, o Cura da Ressurreição de Cristo, António Inácio da Costa Godinho,
não hesitaria registar que «de todas as terras foi esta a que experimentou maior ruína»,
pois todos os edifícios do concelho sofreram com o abalo, como as Igrejas da
Ressurreição, da Assunção e da Misericórdia e o Convento de Nossa Senhora da
Piedade, em Cascais, o Convento de Santo António, no Estoril, ou as Igrejas de São
Domingos de Rana, de São Vicente de Alcabideche e de Nossa Senhora dos Remédios,
em Carcavelos. O posterior maremoto fez avançar o oceano terra adentro por várias
vezes, dando origem a centenas de feridos, dos quais se registaram oficialmente duzentas
e duas mortes no concelho, sobretudo nas paróquias da vila, e que formavam uma parte
significante dos 5109 habitantes que se registaram em 1736. [5]
Manuel Marçal da Silveira, Reitor de Nossa Senhora da Assunção, descreve o estado da
vila três anos após o fatídico dia[5]:
«a vila toda ficou arruinada até ao chão. Não há casa que ou não caísse em terra ou não
ficasse abalada e ameaçando ruína. Os templos, a ponte, a Cidadela e seus quartéis, tudo
está demolido e feito em pó. A maior parte da vila habita ainda em barracas […], a ponte
está com um só arco em pé e se não passa por ela e tudo em a última ruína, sem que se
reparasse ainda nada»

O evento revela também o contributo da vila no esforço de reconstrução da capital, que se


serviria novamente de pedra de Cascais.[12] Os últimos vestígios da destruição provocada
pelo terramoto só desapareceram definitivamente da malha urbana na primeira metade do
século XX, como foi o caso dos escombros do Palácio dos Marqueses de Cascais até
darem lugar à casa do Conde de Monte Real, junto à curva da atual Avenida D. Carlos I. [5]
Transição para o século XIX[editar | editar código-fonte]

Uma antiga zona agrícola na ribeira de Manique, a pouca distância de Caparide, localidade onde
ainda se produz vinho de Carcavelos.

Mudanças administrativas surgem em 1759, quando se dá uma alteração nas fronteiras do


concelho. Inicialmente, pelo facto da sua fronteira oriental ser o Rio de Mouro, o termo de
Cascais incluía uma pequena parte do reguengo de Oeiras, área denominada de
«reguengo de a par de Oeiras». Mudanças administrativas surgem em 1759, quando um
alvará de 11 de agosto define que a área conhecida como Bucicos (o reguengo de a par
de Oeiras) se deve unir a outras áreas cascalenses para formar a vila de Carcavelos,
continuando, no entanto, sobre a alçada da mesma donatária. Assim, a área do concelho
passa a ser limitada pela Ribeira de Carcavelos(Ribeira das Marianas), e o concelho perde
as localidades de Arneiro, Carcavelos, Rebelva, São Domingos de Rana e Sassoeiros,
assim como a Torre da Guilha e restantes lugares entre a mesma ribeira e a costa.
Aquando da morte da última donatária de Cascais e Carcavelos, em 1764, esta área passa
a integrar o concelho de Oeiras. Na mesma altura, Cascais ganha a sua independência
jurídica com a atribuição do seu primeiro juiz de fora.
O ano de 1774 viu a fundação da Real Fábrica de Lanifícios de Cascais, um negócio que
na década seguinte já contava com 500 operários e reconhecimento internacional. Os
finais do século XVIII destacam-se pela crescente fama do vinho de Carcavelos, por então
também conhecido como «Lisbon Wine». A sua produção espalhava-se não apenas pelas
colinas suaves ou lombos próximos do mar na zona de Carcavelos, mas por uma área
mais extensa, que incluía a vila da Parede, o Murtal, o Livramento e a Galiza.
Idade Contemporânea[editar | editar código-fonte]
Cascais é ocupada, a 30 de novembro de 1807, pelas tropas francesas de Junot, uma
situação que se manteria até 2 de setembro de 1808 em virtude da assinatura
da Convenção de Sintra e do avanço da esquadra britânica pelo Tejo. Um ano mais tarde,
seria constituida entre os fortes de São Domingos de Rana e de São João das Maias a 3.ª
Linha de Torres, com vista a uma eventual evacuação das tropas inglesas, da qual faziam
ainda parte mais de uma dezena de fortificações provisórias – os redutos – unidas por
linha de trincheiras.[5]
As lutas liberais fazem servir como prisão a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, onde
foram encarcerados os opositores de D. Miguel, e sendo alcunhada de «o Inferninho». A
vila e o termo continuam a sofrer as consequências do Terramoto de 1755, do qual ainda
não conseguiram recuperar totalmente. Assim, assiste-se a um período de decadência
acentuado pela extinção de ordens religiosas e pela retirada do Regimento de Infantaria
19, enquanto a população, espalhada por pequenas aldeias, se dedica sobretudo à
agricultura.
A afirmação enquanto local de ócio[editar | editar código-fonte]

Palácio dos Duques de Loulé, exemplo da arquitetura de veraneio que se começava a observar por
Cascais.

A prática dos banhos de mar, pela qual se dá a popularidade da zona, remonta aos
religiosos que residiam no Convento do Estoril e a alguns liberais que haviam sido presos
na vila durante o miguelismo. A partir daí, dá-se um primeiro período de desenvolvimento
desta nova moda, assente em pressupostos terapêuticos, cujos principais responsáveis
foram entusiastas como o Visconde da Luz. A burguesia e as suas excursões marítimas
até esta região ajudaram para que os banhos de mar se impusessem enquanto forma de
ócio. Porém, a verdadeira razão por detrás da descoberta das praias de Cascais para
estes usos seria outra, a reconstrução das estradas para Oeiras(entre 1859 e 1864) e
para Sintra, que ajudaram a suportar o surto de vilegiatura a que por aqueles tempos se
assistia.[5]
É com isto que Cascais se torna rapidamente um destino de cariz elitista, tal como outras
praias da margem norte do Tejo, chegando a alcançar o estatuto de praia da Corte em
setembro de 1867 graças à Rainha D. Maria Pia e, mais tarde, por D. Luís. Em alternativa
às praias, a vila possuía o Passeio Visconde de Nossa Senhora da Luz (atualmente um
jardim), onde era possível contactar com a natureza e dispôr de ocasiões sociais, ao qual
se seguiu (a partir de 1869) o Teatro Gil Vicente e várias outras associações recreativas,
humanitárias, desportivas e culturais.
Apesar disto, ainda eram patentes as sérias carências urbanísticas com as quais a vila se
padecia a nível de alojamentos, algo que levou a Câmara Municipal a investir na reforma
dos sistemas de esgotos, abastecimento de água, recolha de lixo, iluminação pública e da
rede viária.[5] Tal seria a razão por detrás da edificação de novas habitações que pudessem
cumprir com as condições exigidas pelos vilegiaturistas, dando origem àquela que seria a
imagem de marca do concelho: a arquitetura de veraneio.

Panorama da marina e Palácio da Cidadela de Cascais.

A Família Real estabelece a sua presença em Cascais a partir de 1870 graças à reforma
da antiga casa do Governador da Cidadela, que se converte no Paço de Cascais e onde a
Corte se passou a instalar em meados de setembro. D. Carlos entra oficialmente na vila no
dia 28 de setembro, data do seu aniversário, e nela fica até à abertura da temporada
do Teatro Nacional de São Carlos. A sua paixão pelo mar levou-o a realizar prospeções
regulares na costa da Guia, na foz do Tejo e em Sesimbra e a montar na Cidadela de
Cascais o primeiro laboratório de biologia marítima em Portugal, equipado com um sistema
de tanques em que mantinha vivas as espécies capturadas nas suas campanhas
oceanográficas iniciadas em Cascais.[5]
A nova época de desenvolvimento que Cascais atravessava, enquanto capital do lazer,
implicava também pontos importantes no desporto, assumindo um grande protagonismo
na sua introdução e promoção. Várias eram as modalidades introduzidas e praticadas:
vela (com a primeira regata na baía em 1871), remo, natação, ténis (praticado pela
primeira vez no país em 1882) e futebol (primeiro desafio público entre portugueses em
1888, na Parada).[5]

Estação ferroviária do Estoril, antes da sua reforma e da eletrificação da Linha de Cascais.

Outro grande marco do desenvolvimento do concelho foi o projeto de ligação à capital


através do caminho de ferro. Tal parece ter sido impulsionado pela instalação sazonal da
Família Real, e em 1887 receberia uma autorização para a sua concretização
pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses. Antes da sua posta em
marcha, em 30 de setembro de 1889, a ligação a Cascais era feita em carreiras de chars à
bancs e ripperts de José Florindo de Oliveira, que tardavam cerca de cinco horas para
efetuar o percurso. O caminho de ferro, inicialmente em serviço a partir de Pedrouços, foi
construído com inusitada rapidez, e seria depois alargado à estação de Alcântara-
Mar (1890) e finalmente a Lisboa (Cais do Sodré, 1895). Esta infraestrutura marcou um
antes e depois na fisionomia do concelho, assumindo-se enquanto o mais poderoso
instrumento de desenvolvimento e levando à ocupação do litoral cascalense, altura em que
passa a ganhar destaque. É apenas na sua sequência que surgem os projetos de
urbanização e de desenvolvimento das áreas do Monte Estoril(1888), de São João do
Estoril e da Parede (1890) e de Cai Água (1905).[5]
Entretanto, e pela mesma altura, Carcavelos era protagonista de um importante evento, a
instalação da Falmouth, Gibraltar and Telegraph Company após a obtenção da concessão
pelo governo português para o estabelecimento do cabo submarino para transmissão
de mensagens telegráficas entre o Reino Unido, Portugal, Gibraltar e a Colónia da Coroa
de Malta. Neste sentido, em 1872 os descendentes do Morgado da Alagôa vendem a
Quinta Nova de Santo António, onde se instala a companhia, que no ano seguinte
transfere a concessão para a Eastern Telegraph Company. Esta seria a base de uma nova
relação de intenso contato entre portugueses e britânicos, com uma grande influência
desta última comunidade, nomeadamente na divulgação de novos hábitos e de práticas
desportivas como o futebol, o ténis, o críquete, o rugby ou o ciclismo. Em nome do
progresso alargaram-se, assim, definitivamente os horizontes da comunidade rural local. O
local onde se estabeleceram as companhias, em mercê da sua influência, ganhou a
alcunha de Quinta dos Ingleses, sendo atualmente o local de funcionamento da Saint
Julian's School.[5]
A zona de Carcavelos voltaria a pertencer a Cascais em 26 de setembro de 1895, quando
é extinto o concelho de Oeiras, e ao qual se juntariam também as freguesias
de Carnaxide, Oeiras e São Julião da Barra. Com o restabelecimento desse concelho, a 13
de janeiro de 1898, estas localidades voltariam a formar parte de Oeiras, mas Carcavelos
manter-se-ia definitivamente enquanto parte de Cascais.

Fachada do Hospital de Sant'Ana.

À época, e para além dos banhos de mar, eram de grande relevância os banhos termais,
levando à inauguração de diversos edifícios destinados a esta prática. Deste modo,
crescem em popularidade os sítios dos Banhos da Poça (sobranceiro à praia da Poça), as
Termas do Estoril, inseridas na quinta de José Viana da Silva Carvalho e pelas quais
Santo António do Estoril continuava a ser recomendado., mas com o seu expoente
máximo na vila da Parede, onde se ergue o Sanatório de Sant’Ana. A fama das termas de
Santo António do Estoril, ainda populares em 1910, levam a que Daniel Delgado alcunhe a
zona como a «Riviera de Portugal», exaltando as suas virtudes naturais [5]:
«se todos estes dons da natureza fossem judiciosamente empregues, com a devida
atenção às necessidades e confortos dos doentes ingleses e outros, o Estoril tornar-se-ia
muito em breve no melhor centro de águas cloretadas de sódio para o tratamento do
reumatismo crónico e da gota, durante o inverno»
Passeio D. Maria Pia, junto à Cidadela de Cascais.

Casa de Santa Maria, da autoria de Jorge O'Neill, sobranceira à Praia de Santa Marta e à Marina de
Cascais.

Enquanto isto, Cascais sofria várias renovações destinadas à melhoria dos espaços
públicos. Em 1890 é completado o Passeio Maria Pia, junto à esplanada do Paço Real,
seguida da inauguração da nova Praça de Touros e da Avenida Valbom, que liga a
estação ao centro da vila. Segue-se a Esplanada Príncipe Real D. Luís Filipe e, no ano de
1899, a inauguração da Avenida D. Carlos I, de acesso à Cidadela. Surgem também
alguns dos melhores exemplos da arquitetura de veraneio, com a Torre de São
Sebastião e da Casa de Santa Maria, de Jorge O’Neill, hoje musealizadas; da Casa de
São Bernardo, do Conde de Arnoso; ou das habitações dos Marqueses do Faial, de
Joaquim da Silva Leitão, do Conselheiro Luís Augusto Perestrelo de Vasconcelos e de
Francisco Augusto Trindade Baptista.[5]
Continua também, por esta altura, a reestruturação em função da indústria do lazer, com o
aumento do número de empresas de aluguer de carruagens, de casinos e de hotéis. O
desporto também reforça a sua importância, e Cascais assiste em 1893 à primeira
corinthian race portuguesa, impondo-se como o principal campo de regatas nacional. Tais
eventos continuariam com a Taça Vasco da Gama (a primeira regata internacional
promovida em Portugal), a primeira competição entre bulb-keels e a primeira regata
oceânica, entre a vila e Leixões. Entretanto, para além dos desportos de mar, também se
realizaram na Parada três importantes gincanas automóveis, que garantiram à vila
destaque na história da modalidade.[5]
Com tudo isto, Cascais torna-se num ponto de passagem obrigatório, graças à presença
de individualidades como o Rei do Sião ou o Presidente da República Francesa, Émile
Loubet, em 1897 e 1905, respetivamente. Esta tendência não se viu contrariada nem
mesmo com o assassinato de D. Carlos, que ajudara a vila a ganhar a sua fama, sendo
então que se consolida enquanto estância balnear com a alcunha de «Riviera de
Portugal».[5] A prática dos banhos em Cascais viria depois a ser praticada também pelos
Presidentes da República, com o exemplo máximo de Óscar Carmona, que transforma a
Cidadela de Cascais na sua residência oficial.
Por ocasião das Comemorações do Quarto Centenário da Descoberta do Caminho
Marítimo para a Índia em 1898, foi criado o título de Conde de Cascais.

O Grande Casino Internacional, no Monte Estoril, foi a primeira infraestrutura do género na zona.

Folheto de promoção às estâncias de lazer do Estoril.

O projeto do Estoril: da Riviera Portuguesa à Costa do Sol[editar | editar código-


fonte]
Em 1914, já com Cascais plenamente consolidada como destino turístico nacional, inicia-
se a revolução turística do vizinho Estoril por forma a internacionalizar a região. Tal deve a
sua existência ao empresário Fausto Cardoso de Figueiredo, que juntamente com o seu
cunhado, Augusto Carreira de Sousa, adquire a Quinta do Viana e convidam o arquiteto
Henri Martinet para traçar um ambicioso projeto com equipamentos coletivos ao nível do
lazer, com ênfase nas vertentes médicas e climáticas. Este projeto incluía a construção de
três hotéis, novas termas, casino, teatro, palácio de desportos, edifício para banhos de
mar, estabelecimentos comerciais, galerias cobertas e amplo jardim, dispostos em
território virado para o mar.[5]
Pouco tempo depois, a 18 de setembro de 1915, assiste-se à fundação da nova freguesia
do Estoril, com sede em São João, e composta pelas «povoações do Estoril, S. João do
Estoril, Cai-Água, Livramento, Alapraia e Galiza, do concelho de Cascais, que, para tal
efeito, são desanexadas das paróquias de Cascais, Alcabideche e S. Domingos de Rana».
Porém, o pano de fundo dominado pela Primeira Grande Guerra dificulta a execução do
projeto. Em janeiro de 1916 foi colocada a primeira pedra do Casino e das Termas, com
inauguração em 1918. Foram estas as duas forças motoras que alavancaram o progresso
do projeto, especialmente após a legalização e concessão do jogo, em 1927. No ano
seguinte, a revista Casino já aplicava o termo Costa do Sol ao eixo Cascais–Estoril, um
termo oficializado em maio de 1935 e que passou a abranger a costa do concelho,
da Parede a Cascais.[5] As iniciativas de dinamização da zona, embora largamente de
origem privada, contavam também com apoios públicos: assim, a partir de 1922, surge
a Comissão de Iniciativa para Fomento da Indústria de Turismo de Cascais (mais
tarde Comissão de Iniciativa e Turismo do Concelho de Cascais e Junta de Turismo de
Cascais).
Em 1930, a inauguração do Palace Hotel (atual Hotel Palácio) dota o concelho de uma
infraestrutura de nível internacional, e no mesmo ano, o modesto apeadeiro do Estoril já
havia sido renovado de modo a alojar o terminal do Sud Expresso, que assegurava a
ligação a Paris. Segue-se a abertura do novo casino, em 1931, com um plano distinto do
inicial e de cariz modernista. A estreia dos novos equipamentos fez com que o concelho
continuasse a captar visitantes, mas iniciando uma nova centralidade no Estoril, da qual
o Monte Estoril e São João se ressentiriam pela crescente subalternização e, no caso da
última localidade, pelo encerramento dos Banhos da Poça. Por outro lado, em 1922, a
modesta localidade de Cai-Água assume uma nova dinâmica graças à instalação
da Colónia Balnear Infantil de O Século. Em 1926, por petição dos seus habitantes, passa
a denominar-se São Pedro do Estoril.[5]
Na Parede, o desenvolvimento urbano segue as mesmas linhas, e a vila passa a ser um
destino privilegiado para o tratamento de diversos males físicos graças às características
da sua praia e exposição solar. O seu número de visitantes aumenta, por isso, de forma
exponencial, e transforma o tabuleiro (uma maca montada sobre um carrinho de quatro
rodas) num dos ícones da região.[5]
Por Cascais, procedia-se nesta altura à realização de importantes reformas urbanísticas,
como foi o encanamento da ribeira das Vinhas, que melhorou a salubridade no centro da
vila. Em 1927, a Torre de São Sebastião, o seu recheio e parque anexo são legadas ao
município pelo Conde de Castro Guimarães, com a condição de que sejam transformadas
em museu, biblioteca e jardim públicos. Assim, em 1931, nasce o novo Museu-Biblioteca
Condes de Castro Guimarães.[5]
Por 1936, acudem ao concelho vários refugiados da Guerra Civil Espanhola, sendo de
importância o acidente de avião ocorrido nesse ano na Quinta da Marinha, que vitimou o
General Sanjurjo, que instalara o seu quartel-general no concelho. Posteriormente, a II
Guerra Mundial traz ao concelho vários estrangeiros, especialmente após a Invasão de
França, em 1940, e onde esperavam embarcar para a América. [5]Entre estes encontravam-
se várias personalidades da época, exemplo de Calouste Gulbenkian, Vinicius de
Morais, Antoine de Saint-Exupéry, Thomas Mann, John Maynard Keynes, Edward
Murrow, Leslie Howard, Alexander Alekhine, Indira Nehru, Robert Rothschild, Isabelle
d’Orléans e Sara Guggenheim, cuja presença foi registada nos boletins de alojamento de
hotéis, pensões e casas particulares do concelho.
Ao mesmo tempo, Cascais serve de palco para o desenvolvimento de atitivdades de
espionagem, contra-espionagem, recolha de informações e vigilância mútua, e das quais
se preservam registos no Arquivo Histórico Municipal. É de destaque a criação, em 1941,
de uma figura emblemática da ficção escrita e, mais tarde, cinematográfica: James Bond.
A personagem de Ian Fleming surgiu quando o autor servia de agente especial ao serviço
dos aliados, no Estoril.[5]
Ultrapassada a guerra, a vila de Cascais assumiu-se enquanto local de exílio da realeza
europeia, com a chegada dos Condes de Barcelona, do Rei Humberto II de Itália,
de Carlos II da Roménia, do Almirante Horty e, posteriormente, dos Arquiduques
da Áustria-Hungria.[5]
Século XX[editar | editar código-fonte]
A chegada a meados do século XX é definida pela crescente urbanização do concelho. Em
1935 é definida oficialmente a região da Costa do Sol, e com ela, o seu novo plano de
urbanização supervisado por um gabinete do governo. Coordenado por Alfred Agache até
ao final do primeiro mandato de Duarte Pacheco, e mais tarde por Etienne de Gröer, que
definiu a construção de uma via panorâmica de fruição ao longo do litoral (a Estrada
Marginal) e por uma via rápida que estruturasse o interior e permitisse o desenvolvimento
de aglomerados urbanos ao longo do seu percurso (a A5). Em particular, a construção da
atual EN6 levou à transformação da vila de Cascais, procedendo-se a uma uma profunda
remodelação da malha antiga da vila. Assim, encana-se a ribeira das Vinhas e demolem-
se alguns edifícios históricos, caso do Casino da Praia ou do mercado de ferro.

Parque Marechal Carmona

Procede-se também à urbanização de terrenos até então usados para atividades agrícolas
ou pecuárias, surgindo novos núcleos como o Bairro Marechal Carmona e o Bairro dos
Pescadores, em Cascais, ou o Bairro Octaviano, na Parede. Pela mesma altura, existiam
projetos de urbanização dos Parques Palmela e Gandarinha e da Quinta de Santa Clara,
que vieram a ser pontilhados de vivendas. Em 1949, dá-se início à construção da primeira
fase do Bairro da Federação das Caixas de Previdência, inaugurado no ano seguinte e
estava já planeada a expansão dos bairros Marechal Carmona e dos Pescadores, na
mesma zona. As infraestruturas também foram alvos de fortes investimentos, inaugurando-
se em 1940 o Parque Municipal de Cascais, que recebeu o nome de Marechal Carmona.
No mesmo ano, os Paços do Concelho passam a funcionar no Palácio dos Condes da
Guarda, e mais tarde, surgem o Hospital Condes de Castro Guimarães, o edifício da Lota
e da Guarda Fiscal e, em 1952, o novo Mercado de Cascais.[5] Este desenvolvimento deu-
se não só no centro administrativo mas por todas as freguesias, sendo a razão pela qual
se forma a nova freguesia da Parede, a 1953. Em Alvide, surge um novo bairro destinado
a famílias com baixos rendimentos, é ampliado o Bairro Marechal Carmona e urbanizada a
zona envolvente ao novo Mercado de Cascais, bem como a Quinta da Bela Vista,
em Sassoeiros. Posteriormente, outros planos e construções seriam postos em marcha
para o Bairro Irene, o Areeiro, a Amoreira, a Madorna, Birre, Fontainhas e Pampilheira,
sendo todas estas áreas testemunhos da voracidade com a qual se processa a expansão
urbanística concelhia.[5]
Edifício do Teatro Municipal de Cascais, no Monte Estoril, inaugurado em 1986.

Já na década de 60, surgiriam novos planos de obras baseados em estudos anteriores, e


com vista à construção de novos núcleos urbanos
em Trajouce, Abóboda, Birre, Cobre, Galiza, Alapraia, São Domingos de Rana, Outeiro de
Polima e toda a área compreendida entre São João e São Pedro (Areias), bem como o
núcleo de Matos Cheirinhos. O fornecimento de energia eléctrica atesta de forma
expressiva esta evolução, que começa em 1957 com Bicesse, Alcoitão, Torre e Birre e
acaba em 1969, com o fornecimento de energia ao Cabreiro.[5]
Com o ano de 1964, quando se assinalaram os 600 anos da elevação de Cascais à
categoria de vila, o concelho foi feito Membro-Honorário da Ordem Militar de Nosso
Senhor Jesus Cristo, a 27 de junho.[44] A 11 de outubro desse mesmo ano, inaugura-se
o Aeródromo da Costa do Sol – Conde de Monte Real e, no ano seguinte, estaria em
funcionamento o Hotel Estoril-Sol, o edifício dos Serviços Municipalizados de Águas e
Saneamento de Cascais e seria estreada a primeira peça do Teatro Experimental de
Cascais, Esopaida, com encenação de Carlos Avilez.[5] Para além destas obras, foram
executadas outras, de cariz mais social, caso do Centro de Medicina e Reabilitação da
Misericórdia de Lisboa, em Alcoitão, da primeira Aldeia de Crianças S.O.S. do país,
em Bicesse, e do Liceu de São João do Estoril.

Divisão que serviu de escritório de Salazar no Forte de Santo António da Barra.

Nesta década, em 1968, a história do concelho fica marcada por um importante


acontecimento: a queda do Presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar, enquanto
passava férias no Forte de Santo António da Barra e que marcaria o inevitável processo de
decadência do seu regime. No decorrer desse período, algumas das reuniões
preparatórias do processo revolucionário deram-se, em 1973 e 74, em São Pedro do
Estoril e Cascais.
A chegada da década de 70 traz novos desafios à urbanização do concelho, e à
semelhança do resto da área metropolitana, milhares de retornados escolhem o concelho
para fixar a sua nova residência. Assim, entre 1973 e 1981, dá-se um crescimento de 17
000 habitantes no concelho, valor apesar de tudo inferior àquele registado noutros
concelhos da AML. No entanto, Cascais não se veria alheia do novo fenómeno dos bairros
clandestinos, quase sempre sem saneamento e infraestruturas básicas, que passam a
ocupar antigos terrenos agrícolas.
Paralelamente a isto, a história das últimas décadas do século XX fica marcada sobretudo
pela inauguração e beneficiação de infraestruturas e equipamentos, começando com a
fundação da CERCICA (Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas
de Cascais) em 1975, seguido pelo projeto do Museu do Mar. Em 1982 é doada a Torre de
São Patrício, onde se aloja atualmente a Casa-Museu Verdades de Faria.
O ano de 1983 fica marcado pelas cheias de 18 de novembro, que inundaram toda a Baixa
de Cascais, ficando muitos estabelecimentos comerciais total ou parcialmente inutilizados,
e com um balanço final de dez mortes e 1800 famílias desalojadas nos concelhos
afetados.[45]
A década de 90 traz consigo a formalização do Parque Natural de Sintra-Cascais, a 11 de
março de 1994, e cuja comissão instaladora se formara dez anos antes. Antes, em 1991,
completou-se o último troço da A5 e inaugurou-se, ainda, o primeiro centro comercial
regional em Portugal, o CascaiShopping. Em 1999 era inaugurada a Marina de Cascais e,
em maio de 1997, é aprovado o primeiro Plano Diretor Municipal da vila.

Vista costeira do centro de Cascais.

Topónimo[editar | editar código-fonte]
A origem do topónimo Cascais é incerta, contudo, José Leite de Vasconcelos avança no
seu Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa a probabilidade de que
derive do substantivo cascal, referindo-se assim a um amontoado de cascas. Estes seriam
montes de conchas e detritos calcários de crustáceos abundantes na então pequena
aldeia de pescadores.[5] Esta mesma hipótese é afirmada com rotundidade por J. Diogo
Correia na sua Toponímia do concelho de Cascais.[37] Os restantes topónimos do concelho
apresentam influências variadas, sobretudo herdados das diferentes épocas de ocupação
por povos históricos, caso dos árabes (Alcabideche, Almuinhas Velhas, Talaíde) e dos
romanos (Bicesse, Caparide, Mealha, Tires). Para além destes, também é significativa a
presença de topónimos alusivos aos seus ocupantes posteriores ou às suas terras de
origem, como é o caso da Biscaia ou da Galiza, e de antigos casais cujo nome deriva dos
apelidos dos seus proprietários (Abucharda, Azarujinha, Douroana, Janes, Mato Romão,
Monte Leite). De forma semelhante, a partir de regionalismos foram atribuídos diversos
nomes a terras concelhias (Atibá, Birre, Cadaveira, Cassanito, Cobre, Quenena, Rebelva).
Por fim, os restantes nomes de lugar fazem referência às características próprias dos
sítios onde se inserem as povoações (caso da Amoreira, Arneiro,
Busano, Murtal, Parede ou Zambujeiro).[37]
Heráldica[editar | editar código-fonte]
O Brasão de Cascais remonta aos trabalhos do arqueólogo Affonso Dornellas, em 1930,
por disposição do Ministério do Interior. Nos quatro anos posteriores, seriam desenvolvidos
vários esboços que acabariam por não ser aprovados na sessão da Comissão
Administrativa da Câmara Municipal, a 15 de junho de 1934. O desenho do selo foi
também remetido em abril desse ano. [46]
O selo da vila é encabeçada por uma coroa mural em prata, seguida de um escudo onde
se inclui um castelo vermelho. Este simboliza a primeira sentinela de defesa da entrada
do Tejo e, portanto, Lisboa. A cor vermelha tem como significados a vida, alegria, sangue
e força, bem como a guerra, os ardis e a vitória. O campo de armas é dominado pela cor
cinza, e remetem para a humildade e riqueza enquanto qualidades naturais da região. No
seu umbigo, por debaixo do castelo, encontram-se uma capa de rochedos sobrepostos à
cor preta, por debaixo do qual se encontra um ondado de prata e verde sobreposto de uma
rede amarela, que simboliza a vida ativa e o sustento dos seus habitantes. [46]
Demografia[editar | editar código-fonte]
Ao longo das últimas décadas, e a par do que se observou nos restantes concelhos da
área metropolitana, Cascais sofreu um forte aumento populacional em conjunto com a
melhoria das suas acessibilidades e o aumento do ritmo de construção. Na década de 90,
este aumento populacional foi de 11,3%, que aumentou para 21% entre 2001 e 2011 —
um crescimento absoluto de 35.746 habitantes. Se a urbanização e consolidação de novos
núcleos populacionais se deu originalmente ao longo da costa, são na atualidade as
freguesias do interior que experienciam com maior intensidade esse crescimento,
apresentando um aumento populacional superior à media concelhia. [22]

Número de habitantes[47]

186 187 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201
4 8 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1

6 6 8 9 14 15 22 29 42 59 92 141 153 170 206


575 738 436 463 308 251 932 641 177 617 907 498 294 683 479

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os
censos se realizaram.)

O crescimento anual médio no concelho tem apresentado uma diminuição ao longo das
décadas, bem como o crescimento natural anual. Na década de 70, o aumento da
população é explicado pela taxa de crescimento migratório anual médio, mas regista
também desde então uma constante diminuição. O ligeiro crescimento entre 1991 e 2001 é
justificado pela imigração registada nessa década em todo o país. [22]

Taxas de crescimento anual médio

1970–1981 1981–1991 1991–2001

Taxa de crescimento anual médio 4,2 0,8 1,1

Taxa de crescimento anual natural médio 0,7 0,5 0,3

Taxa de crescimento migratório anual


3,5 0,3 0,8
médio

A taxa de mortalidade apresenta um comportamento incerto, sendo porém mais baixa do


que a registada a nível nacional em 2001. Nesse mesmo ano, a região de Lisboa e Vale do
Tejo (onde Cascais se insere) apresentou valores superiores aos nacionais (10,3% vs.
10,2% respetivamente), algo que reflete o envelhecimento gradual da população. De facto,
o crescimento populacional observado em Cascais foi diferente segundo os escalões
etários, retratando um «envelhecimento no topo e na base» da pirâmide de idades que se
deve à baixa natalidade e à maior longevidade da população. No município, por cada 100
idosos existiam aproximadamente 100 jovens no ano de 2001. [22]

Número de habitantes por Grupo Etário[48]

1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011

2 4 4 14 24 34 28 25 32
0-14 Anos 6 426 8 046 9 920
965 878 706 469 310 763 106 801 655

1 2 3 14 21 24 22 21
15-24 Anos 4 894 5 888 8 108 9 726
845 626 229 125 351 478 689 727

4 6 7 10 14 21 31 47 73 82 96 115
25-64 Anos
574 513 046 069 987 721 647 660 371 993 436 383

= ou > 65 12 17 25 36
588 761 772 1 086 1 709 2 409 3 775 6 535
Anos 013 717 757 714

> Id.
45 86 113 68 166
desconh

(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no
concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente
à designada população residente)

Grupos funcionais do concelho de Cascais

Grupos/Anos 1970 1981 1991 2001

0–14 24 310 34 763 28 106 25 801

15–64 61 785 94 722 107 471 119 125

65+ 6 535 12 013 17 717 25 757

Total 92 630 141 153 294 170 683


498

Percentagens

Jovens 26,2 24,6 18,3 15,1

Potencialmente
66,7 66,9 70,1 69,8
ativos

Idosos 7,1 8,5 11,6 15,1

A mortalidade infantil viu uma redução significativa desde os anos de 1970, graças à
melhoria das condições de vida e dos cuidados de saúde materno-infantis, observado
também a nível nacional.
As taxas de natalidade e de fecundidade vieram a reduzir-se, mais uma vez a par com o
panorama nacional.[22]

Taxas brutas

1970 1981 1991 2001

Taxa de natalidade 15,1 13,6 12,5 12,8

Taxa de mortalidade 7,7 6,9 9,2 9,6

Taxa de mortalidade infantil clássica 26,5 18,2 4,7 4,6

Taxa de fecundidade geral 54 51 46,1 49,4

Economia[editar | editar código-fonte]
Cascais destaca-se dos restantes concelhos da Grande Lisboa por ser aquele onde o
setor terciário representa 82% da atividade económica, sobretudo em comércio e serviços,
enquanto que o setor secundário representa 17% da atividade económica, e o primário
apenas 1%. Na Grande Lisboa, as áreas de negócios com o maior número efetivo de
empresas nela sediadas são a construção civil, a mediação imobiliária, a consultoria para
negócios e gestão, a contabilidade e auditoria, a consultoria fiscal, aluguer de veículos
ligeiros, transportes rodoviários de mercadorias, serviços de apoio a empresas, engenharia
e técnicas afins, sociedades gestoras de participações sociais não financeiras, e
finalmente, a restauração, com restaurantes de tipo tradicional e cafés. [22]
Entre 1991 e 2001, a indústria sofreu uma progressiva redução do número de
estabelecimentos na última década, dando-se uma continuidade do processo de
desindustrialização. Tal observa-se em diversas indústrias (tais como as extrativas, as
indústrias de madeira e cortiças, de fabrico de produtos, metalúrgicas e transformadoras
não extrativas) embora se tenha notado um ligeiro aumento do número de
estabelecimentos do tecido industrial (graças às indústrias têxteis e na indústria de pasta,
papel e cartão e seus derivados, na fabricação de máquinas e de equipamentos não
extrativos e na fabricação de equipamentos elétricos e de óptica). [22]
Cresceram também os estabelecimentos ligados ao setor terciário, comércio e serviços e
daqueles ligados à área da construção devido ao aumento do parque habitacional do
concelho e às intervenções nas infraestruturas e equipamentos públicos. O mesmo se
processou nas áreas de alojamento e restauração, consequência da dinâmica do turismo
no concelho. No sector primário, quase inexistente, também se assistiu a um crescimento
do número de empresas, que se deveu a um aumento da procura de empresas
vocacionadas para a área de manutenção de jardins, espaços verdes e viveiros, bem
como à existência da localização de sedes deste setor.[22]
Em termos da população ativa, cerca de 80% encontra-se empregada no setor comércio e
serviços, e cerca de 20% no setor secundário. Os grupos profissionais que vêm registando
o maior aumento efetivo são os especialistas das profissões intelectuais e científicas e os
quadros superiores de administração pública, dirigentes e quadros superiores de
empresas. Tal refletiu-se na evolução do grau de escolaridade de 1991 a 2001, uma vez
que se assistiu a um aumento de 4,4% da população com cursos médios e cursos
superiores, que perfez 17,8% do total da população em 2001. Nos restantes graus de
ensino também foi observado um aumento significativo nomeadamente no 2º e 3º ciclo de
ensino básico, (29,1% da população residente em 2001). Quanto aos indivíduos sem
qualquer nível de instrução e 1º ciclo de ensino básico, apesar de se assistir a uma
crescimento efetivo em qualquer destes dois níveis, de 1991 a 2001, houve um
decréscimo do valor de representatividade na população (de 12,8% para 11,7% e de
30,17% para 22,4% da população residente, respetivamente). [22]
Copulado a estes valores, destaca-se o ligeiro aumento percentual da população ativa
desempregada, que subiu de 4,8% para 5,3% em 2001. [22]

Transportes e mobilidade[editar | editar código-fonte]

Terminal rodoviário de Cascais.

O concelho de Cascais possui diversos serviços de transporte público coletivo, que


cobrem 89% do concelho, mas de baixa aderência quanto ao modo rodoviário (16% a
17%) por parte da população (com cobertura territorial de 29% a 34% nos períodos de
ponta e 10% no corpo do dia) devido às pobres frequências. [22] Os serviços são
assegurados por quatro operadores:

 Scotturb, empresa privada que presta serviço público de transporte rodoviário por
todo o concelho e também para os concelhos limítrofes;
 MobiCascais, operador de titularidade pública responsável por ligações rodoviárias
no concelho, bem como pela rede de partilha de bicicletas, veículos e de parques de
estacionamento municipais;
 Vimeca/Lisboa Transportes, empresa privada de transporte coletivo rodoviário com
términos nas zonas limítrofes do concelho;
 Comboios de Portugal, empresa pública de transporte ferroviário que liga o
concelho a Oeiras e Lisboa através da Linha de Cascais.
A mobilidade interna no concelho é assegurada pelos serviços prestados pela Scotturb,
organizados de forma a que ambos os extremos da maioria das suas carreiras sejam em
estações ferroviárias. Destas, a que maior oferta apresenta (49%) é a de Cascais. No seu
todo, a oferta de transporte público coletivo rodoviário em Cascais apresenta-se pouco
atrativa, pela baixa oferta, transversalidade das ligações, parca informação disponível aos
passageiros e, nalguns casos, percursos sinuosos. [22]

Serviços mobiCascais: carreira busCas Estoril e um posto de aluguer de bicicletas.

As ligações rodoviárias interconcelhias concentram-se à volta das estações ferroviárias


(Cascais, Estoril, Parede e Carcavelos) e em Talaíde, com fortes afinidades com a
localidade de Paço de Arcos. Estas ligações servem-se sobretudo das principais vias de
comunicação interconcelhias, concorrendo por isso com o transporte individual, mas
apresentando uma frequência máxima de 2 circulações por sentido/hora em horas de
ponta, sendo significativamente menores nos restantes períodos do dia. [22]
A oferta de transporte rodoviário divide-se em vários períodos:

 Período de ponta da manhã (07:00–09:00), com mais de metade das carreiras com
menos de 2 circulações por hora (63%);
 Período do corpo do dia (09:00–17:00), com 80% das carreiras com um máximo de
1 circulação por hora;
 Período de ponta da tarde (17:00–20:00), semelhante ao período de ponta da
manhã;
 Período da noite (20:00–00:00);
 Período da madrugada (00:00–07:00), que juntamente com o período anterior
apresenta frequências inferiores a 1 autocarro por hora.
Por todo o concelho estão licenciados cerca de 220 táxis de três empresas (Rádio Táxis
Costa do Sol, Cooperativa de Táxis D. Pedro I e Auto Táxis Vasquinho), distribuidos por 55
praças de taxis que se concentram sobretudo nos centros urbanos de Cascais, Estoril (por
motivos turísticos) e Parede (pelo elevado dinamismo comercial do seu centro). A maioria
das deslocações em taxi são efetuadas pelos residentes nas freguesias
de Alcabideche (26%) e São Domingos de Rana (19%), e cerca de 62% das viagens
efetuadas dentro do concelho são internas a uma mesma freguesia, reflexo da deficiente
oferta de transportes coletivos de proximidade.[22]
O transporte ferroviário estrutura-se atualmente na oferta dos serviços Urbanos de
Lisboa da CP, organizados em duas famílias, Cascais Semi-Rápido e Cascais Todas. O
primeiro apenas se realiza em horas de ponta aos dias úteis, enquanto que o último é
realizado fora destes períodos. Estes asseguram a mobilidade intra e interconcelhia,
parando em todas as estações do concelho. Na década de 2010, estes serviços foram
sofrendo uma redução paulatina da oferta, que em 2011 se estruturava em quatro famílias,
no concelho de Cascais: Cascais Rápido (serviço nas horas de ponta, com paragens
até São Pedro do Estoril), Cascais Semi-Rápido (com paragens até Carcavelos e serviços
fora das horas de ponta), São Pedro (serviço nas horas de ponta, com paragens
em Parede e Carcavelos) e Cascais Todas.[22]

Equipamentos e serviços[editar | editar código-fonte]


Educação[editar | editar código-fonte]
Os equipamentos educativos no concelho são regidos pela Carta Educativa de Cascais,
tendo como objetivo considerar as ofertas educativas-formativas existentes e por
satisfazer, de modo a otimizar a utilização dos recursos educativos tendo em conta o
desenvolvimento demográfico e socioeconómico do município. [22] Elaborada pela primeira
vez em 2002, a sua última revisão foi levada a cabo em 2016, com a colaboração do
Centro de Sistemas Urbanos e Regionais (CESUR) do Instituto Superior Técnico (IST-UL).
[49]

Hospital de Cascais Dr. José de Almeida, em Alcabideche.

Saúde[editar | editar código-fonte]
O concelho é servido por uma rede pública de cuidados integrados composta por 4
equipamentos de cuidados diferenciados (Hospital Dr. José de Almeida, Hospital de
Sant'Ana, Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão e Centro Hospitalar de Lisboa
Ocidental), 6 equipamentos de cuidados primários (Agrupamento de Centros de Saúde de
Cascais), 43 farmácias, 5 equipamentos de emergência pré-hospitalar e ainda
equipamentos de respostas não hospitalares. São complementados por uma rede de
respostas não hospitalares (clínicas e hospitais privados, associações não lucrativas) e um
conjunto de respostas sociais dirigidas a problemáticas específicas na área da saúde. [22]
Administração, prevenção e segurança pública[editar | editar código-
fonte]
No concelho de Cascais existem 8 equipamentos administrativos sob a tutela da
administração central: o Tribunal da Comarca de Cascais, o Estabelecimento Prisional do
Linhó e o Estabelecimento Prisional de Tires (um dos três estabelecimentos prisionais
destinados exclusivamente a mulheres), o Notário e a Conservatória do Registo Predial,
todos sob a tutela do Ministério da Justiça; existem também as Repartições de Finanças
de Cascais (01 e 02), sendo estes tutelados pelo Ministério das Finanças; e por último, o
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que está sob a tutela do Ministério da Administração
Interna.
Forças de segurança[editar | editar código-fonte]
Quatro forças de segurança desenvolvem a sua atividade no concelho: a Guarda Nacional
Republicana, a Polícia de Segurança Pública, a Polícia Municipal e a Polícia Marítima,
todas elas com áreas de intervenção delimitadas. [22]
No caso da GNR, a área de intervenção corresponde à freguesia de Alcabideche, o que
corresponde a 40% do território do concelho. Além do Quartel de Alcabideche, e a cargo
desta força de segurança, existe o Posto da Brigada de Trânsito de Carcavelos e o Posto
da Brigada Fiscal de Cascais. [22]
A PSP tem a seu cargo a restante área do concelho (56% do território exceto a linha de
costa, que pertence à área de intervenção da Polícia Marítima), com sete esquadras
(Cascais, Estoril, Polícia Turística de Cascais, Trajouce, São Domingos de
Rana, Carcavelos e Parede) e um Departamento de Esquadra de Trânsito destinado a
acidentes e reboques. [22]
A Polícia Marítima tem a sua sede no antigo edifício da Alfândega, junto à Capitania do
Porto de Cascais, encontrando-se a lancha da marinha na Marina de Cascais, dando apoio
ao patrulhamento dos 23km de costa entre Carcavelos e norte do Abano. [22]
No caso da Polícia Municipal, a área de intervenção desta força de segurança municipal é
a totalidade do concelho, estando sedeada num único edifício na freguesia de Cascais e
partilhando com a PSP o parque municipal de viaturas. [22]
Bombeiros[editar | editar código-fonte]
Cascais está dotada de cinco corporações de bombeiros divididas por cada uma das
antigas freguesias, salvo na freguesia de São Domingos de Rana, cuja área de
intervenção é dividida pela Associação dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e São
Domingos de Rana e pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Parede.
Entre todas elas, existe um total de 690 bombeiros efetivos e 114 viaturas, traduzindo-se
num rácio de 1 bombeiro por cada 297 habitantes. O tipo de ocorrência com maior
expressão em todas as freguesias é o transporte de doentes. [22]
Água e saneamento[editar | editar código-fonte]

Albufeira do Rio da Mula.

A exploração e gestão do sistema municipal de captação, tratamento e distribuição de


água para consumo público, bem como de drenagem de águas residuais do concelho cabe
à empresa Águas de Cascais desde o ano 2000, e por um período de 25 anos. A empresa
assumiu os acordos da Câmara Municipal de Cascais no fornecimento de água, com a
EPAL, e, na recolha e tratamento de águas residuais, com a SANEST. Atualmente, a
captação de água para consumo público é feita através da aquisição de água à EPAL
(87%), de captações concelhias (12,4%) e de água adquirida a outros concelhos (0,6%).
Em Cascais, a captação de água é feita nas galerias de minas na Malveira da Serra e Vale
de Cavalos, pelos furos da Biscaia, Pisão, Atrozela, Pau Gordo, Cardosas, Quinta da
Marinha, Murches e pela albufeira do Rio da Mula. Toda a água é dirigida para 25
reservatórios com capacidade global de 90.146 m³, à qual se acrescenta a capacidade
máxima da albufeira do Rio da Mula (340.000 m³).[22]
O sistema de drenagem das águas residuais domésticas é separativo (com águas
residuais domésticas separadas das águas pluviais) e efetuado através de coletores com
uma extensão total de 735 km, que drenam os efluentes desde os ramais domiciliários aos
coletores principais, geralmente segundo o eixo dos arruamentos. Estes, por sua vez, são
depois conduzidos para um conjunto de emissários da Águas do Vale do Tejo, e
finalmente, para o intercetor geral e para a estação de tratamento preliminar da Guia.[22]
A Águas do Vale do Tejo foi fundada em 2015 e sucedeu à SANEST na concessão do
Sistema Multimunicipal de Saneamento da Costa do Estoril. É na ETAR da Guia que tem
lugar a recolha, tratamento e rejeição final das águas residuais urbanas dos cerca de
800.000 habitantes da Costa do Estoril (Cascais, Oeiras, Sintra e Amadora). As águas
residuais tratadas são depois enviadas para o emissário submarino, que as dissipa no
mar, a cerca de 3 km da costa e 45 m de profundidade. [22]
Limpeza e resíduos sólidos[editar | editar código-fonte]
As funções de limpeza urbana e recolha de resíduos sólidos cabem à Empresa de
Ambiente de Cascais. E.M., S.A. (Cascais Ambiente), para as quais originalmente foi
criada, a 11 de novembro de 2005. O tratamento destes resíduos é feito pela TRATOLIXO
– Tratamento de Resíduos Sólidos, EIM, detida pela Associação de Municípios de
Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra e em atividade desde 1991. Serve 900 000 habitantes
espalhados por uma área de 753 km2, e possui infraestruturas na freguesia de São
Domingos de Rana (Ecoparque de Trajouce).[50] Desde 2009, é feito o aproveitamento
energético do biogás proveniente do aterro, selado em 2005, no qual o metano gerado é
encaminhado para um motor-gerador de produção de eletricidade, e posteriormente
reencaminhado para a Rede Elétrica Nacional.[22]

Política[editar | editar código-fonte]

O Palácio dos Condes da Guardaaloja atualmente os Paços do Concelho.

O concelho de Cascais é administrado por uma câmara municipal composta por um


presidente e dez vereadores. Existe uma assembleia municipal, que é o órgão deliberativo
do município, constituída por 37 deputados (dos quais 33 eleitos diretamente).
O cargo de Presidente da Câmara Municipal é atualmente ocupado por Carlos Carreiras,
reeleito nas eleições autárquicas de 2017 pela coligação Viva Cascais (composta
pelo PPD/PSD e pelo CDS-PP), tendo maioria absoluta de vereadores na câmara (6 - 5 do
PSD e 1 do CDS-PP). Existem ainda quatro vereadores eleitos pelo PS e um eleito
pela CDU (PCP-PEV). Na Assembleia Municipal, a lista mais representada é novamente a
coligação Viva Cascais, com 16 deputados eleitos (dos quais 4 formam a bancada do
CDS-PP) e 3 presidentes de Juntas de Freguesia (maioria absoluta), seguindo-se o PS
(10; 1), a CDU (3; 0), o Bloco de Esquerda (2; 0) e o PAN (2; 0). O Presidente da
Assembleia Municipal é Pedro Mota Soares, do CDS-PP.

Eleições de 2017
Viva Cascais
Órgão (PPD/PSD.CDS- PS CDU B.E PAN
PP)
Câmara Municipal 6 4 1 0 0
Assembleia Municipal 19 11 3 2 2
dos quais: eleitos directamente 16 10 3 2 2
Eleições autárquicas[editar | editar código-fonte]

Data % V % V % V % V % V % V % V
APU/CD PSD-
PS CDS-PP PPD/PSD PRD IND
U CDS

31,52
1976 3 21,80 2 20,15 2 18,01 2
'

1979 19,71 2 25,44 2 48,57 5

1982 19,17 2 25,72 3 20,35 2 29,80 4

1985 12,89 1 23,51 3 10,45 1 41,66 5 7,17 1

1989 25,07 3 20,34 2 10,00 1 39,51 5

1993 43,18 6 13,15 1 9,95 1 28,63 3

1997 42,04 5 11,52 1 7,06 1 31,76 4

2001 29,30 3 9,19 1 52,20 7

2005 27,13 3 9,25 1 49,48 7

2009 26,66 3 9,19 1 PSD- PSD- 53,04 7


CDS CDS

7,6
2013 21,57 3 11,24 1 42,72 6 1
0

2017 29,09 4 7,45 1 45,94 6

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

%
Dat
a
PC CD APU/CD PR PS PA
PS PSD UDP AD FRS BE PàF
P S U D N N
197 34,5 18,9 18,6 17,9
2,36
6 6 5 9 8

197 21,5 48,2


2,47 22,32
9 0 4
AD AD
198 50,1 23,7
FRS 1,61 18,97
0 3 5
AP
U
UDP
198 31,2 26,2 16,7
- 20,49
3 7 3 0
PSR

198 17,6 31,0 11,4 19,4


1,25 15,60
5 5 0 0 5

198 18,0 CD 53,6


4,91 1,17 12,36 5,83
7 1 U 8

199 25,1 52,1 2,4


5,58 8,91 0,46
1 7 7 6

199 38,5 34,9 12,5 0,1


0,51 8,84
5 2 6 3 4

199 37,8 32,3 11,6 0,1


8,87 4,88
9 2 9 3 6

200 33,3 42,0 10,3


6,11 4,59
2 6 9 5

200 38,7 28,0 12,5


6,81 8,39
5 0 5 1

200 32,2 30,6 13,5 6,71 10,0


9 5 4 6 9
201 22,3 39,9 17,5
6,51 5,05 1,60
1 8 4 8

201 28,5 10,2 43,7


PàF PàF 6,85 2,15
5 4 6 0

Cidades-irmãs[editar | editar código-fonte]
Cidades-irmãs é uma iniciativa do Núcleo das Relações Internacionais, que busca
a integração entre a cidade e demais municípios nacionais e estrangeiros. A integração
entre os municípios é firmada por meio de convênios de cooperação, que têm o objetivo de
assegurar a manutenção da paz entre os povos, baseada
na fraternidade, felicidade, amizade e respeito recíproco entre as nações. Oficialmente,
possui as seguintes cidades-irmãs:[51]

  Campinas, no Brasil, desde 2012;[52]


  Santana, Cantagalo, São Tomé e Príncipe
  Biarritz, Pirenéus Atlânticos, França
  Atami, Chizuoca, Japão
  Sal, Ilha do Sal, Cabo Verde
  Wuxi, Jiangsu, China
  Benguela, Benguela, Angola
  Bubaque, Região de Bolama, Guiné-Bissau
  Xai-Xai, Gaza, Moçambique
  Gaza, Distrito de Gaza, Palestina
  Salvador, Bahia, Brasil
  Guarujá, São Paulo, Brasil
  Vitória, Espírito Santo, Brasil

Cultura[editar | editar código-fonte]
Património edificado[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista de património edificado em Cascais
Situada junto à costa, muito do seu património monumental relaciona-se com a defesa e a
navegação. Como tal, em termos de arquitectura destacam-se os muitos fortes, situadas
entre a praia do Abano e São Julião da Barra (já em Oeiras) e que foram, até ao século
XIX, de extrema importância para a defesa de Lisboa. Além destes, destacam-se as
muitas ruínas romanas e visigóticas (vilas e necrópoles), igrejas e capelas, bem como
casas senhoriais da antiga nobreza portuguesa que, a partir dos finais do século XIX,
começou a utilizar esta costa como área de veraneio.
Património arqueológico[editar | editar código-fonte]
Áreas de interesse arqueológico presentes em Cascais.

Aspeto da Villa romana de Freiria.

 Cemitério visigótico de Alcoitão


 Cetárias romanas de Cascais
 Grutas de Porto Covo
 Grutas do Poço Velho
 Grutas de São Pedro do Estoril
 Necrópole eneolítica de Alapraia
 Poço Velho
 Povoado pré-histórico da Parede
 Ruínas do antigo posto de turismo de Cascais
 Villa romana do Alto do Cidreira
 Villa romana dos Casais Velhos
 Villa romana de Freiria
 Villa romana de Miroiço
 Villa romana de Miroiços
 Villa romana do Outeiro de Polima
Património arquitetónico[editar | editar código-fonte]
Arquitetura religiosa[editar | editar código-fonte]

 Capela de Nossa Senhora da Nazaré


 Capela de Nossa Senhora da Graça
 Capela de Nossa Senhora da Conceição da Abóboda
 Capela de Nossa Senhora da Conceição dos Inocentes
 Capela de Nossa Senhora da Piedade
 Capela de Nossa Senhora da Vitória
 Ermida de São Sebastião
 Igreja de Nossa Senhora da Assunção (Igreja Matriz de Cascais)
 Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes
 Igreja de São Domingos de Rana
Vista do Farol e Casa de Santa Maria

Fortificações marítimas[editar | editar código-fonte]

 Bases da muralha que ligavam os dois baluartes da Praia da Ribeira


 Bateria Alta ao norte da Praia da Água Doce
 Cidadela de Cascais, incluindo a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz de Cascais e
a Torre de Santo António de Cascais
 Cortinas de Atiradores
 Farol de Santa Marta
 Farol da Guia
 Forte Novo (troço de muralha)
 Forte de Crismina
 Forte do Guincho
 Forte de Oitavos ou Forte de São Jorge
 Forte de Nossa Senhora da Guia
 Forte de Nossa Senhora da Conceição (restos das muralhas)
 Forte de São Teodósio ou Forte da Cadaveira
 Forte de São Pedro do Estoril (Forte da Poça)
 Fonte de São João ou Cantinho de São João
 Forte de Santo António da Barra ou Forte Velho
 Forte de Santa Marta
 Vigia do Facho
Arquitetura de veraneio[editar | editar código-fonte]
A arquitetura de veraneio em Cascais surge a partir de 1870, após a instalação da Família
Real no Palácio do Governador da Cidadela e da sua consequente definição enquanto
destino turístico. Foi-se esparaiando pelo Monte Estoril até atingir a Parede, e o conjunto
existente na atualidade permite diferenciar as várias opções estéticas que marcaram um
período que se estendeu por cem anos, de 1870 a 1970. [53]
Cascais[editar | editar código-fonte]

Entrada do palácio-museu dos Condes de Castro Guimarães.


Casas na Avenida Dom Carlos I.

Casa Lancastre, junto à Praia da Conceição.

 Casa Palmela (Conceição Velha), na Alameda Duquesa de Palmela, n.º 1


 Casa dos Marqueses de Faial, na Alameda Duquesa de Palmela, n.º 175
 Casa do Duque de Loulé (actual Hotel Albatroz), na Rua Frederico Arouca, n.º 159
 Casa António de Lencastre (actual Hotel Albatroz), na Rua Frederico Arouca, n.º
94
 Torre de São Sebastião (actual Museu Condes de Castro Guimarães), na Avenida
Humberto II de Itália
 Casa de Santa Maria, na Avenida Humberto II de Itália / Ponta de Santa Marta
 Casa Costa e Silva ou Condes de Ficalho, na Rua Guilherme Gomes Fernandes /
Avenida Emídio Navarro, n.º 211
 Casa de Nossa Senhora da Conceição, na Rua Guilherme Gomes Fernandes, n.º
59
 Casa Leitão, na Avenida D. Carlos I, n.º 92
 Casa Trindade Baptista, na Avenida D. Carlos I, s/n
 Casa Luís Augusto Perestrelo de Vasconcelos, na Avenida D. Carlos I, s/n
 Casa dos Condes de Monte Real, na Avenida D. Carlos I, s/n
 Casa Ferreira Pinto Basto, na Rua Visconde da Luz, n.º 25 / Travessa Visconde da
Luz
 Chalets da Rua da Vista Alegre, n.ºs 1, 3 e 5
 Vila Eulália, na Avenida Emídio Navarro, n.º 82 ou 16
 Chalet no Largo da Misericórdia, n.º 7
 Chalets do Largo da Estação, n.ºs 2 e 4
 Casas da Rua Afonso Sanches, n.ºs 59 e 65
 Casa da Rua da Bela Vista, n.º 126
 Casa de Sant’Ana, na Avenida Emídio Navarro, n.º 350 / Rua dos Bem Lembrados
 Casas geminadas, na Avenida Emídio Navarro, n. º 136, 128 e 116
 Casa de Santa Maria, na Travessa Visconde da Luz, n.º 18
 Casas na Avenida Valbom, n.ºs 13 e 15
 Casa D. Nuno, na Travessa da Conceição, s/n
 Casa Seixas (actual sede da Capitania do Porto de Cascais), na Rua Fernandes
Thomaz, n.º 2
 Casa Eduardo Perestrelo de Vasconcelos ou Casa Vasco da Gama, com pedra de
armas de Perestrelo, na Rua João Luís de Moura, n.º 10 / Avenida Vasco da Gama,
s/n
Monte Estoril[editar | editar código-fonte]
Casa-Museu Verdades de Faria, no Monte Estoril.

 Chalet D. Maria Pia


 Casa Malvina
 Torre de São Patrício
 Casa Monsalvat

Chalet Barros

Estoril[editar | editar código-fonte]

 Chalet Barros
 Casal de São Roque
 Casa António José Viana Silva de Carvalho
 Cocheiras de Santos Jorge
 Casa Eugénio de Freitas Bandeira de Mello
 Casa Nossa Senhora da Conceição
 Casal de Santa Luísa
 Chalet Santos
 Vila Ramos Simões
 Casa das Três Marias
 Casa de São Nuno

Fachada da Vila Laura, em São João do Estoril.


Casa da Torre.

São João do Estoril[editar | editar código-fonte]

 Chalet Brito
 Casa Bernardino de Carvalho
 Vivenda Alda
 Chalet Pinheiro e Silva
 Casa Eugénio Augusto Ribeiro de Castro
 Vivenda Rose
 Casa Conde da Azarujinha
 Casa da Torre
 Vila Laura
 Vivenda Manon
 Casa de São Paulo
 Casal Novo
Parede[editar | editar código-fonte]

 Casa José Nunes da Mata


 Casa Teresa Gutiérrez
 Casa Francisco Libório da Silva
 Roseiral
 Casa Alfredo César de Meneses e Vasconcellos
 Casa Joaquim Ribeiro da Cunha
 Casa Condessa d'Edla
 Casa Manuel de Azevedo Gomes (Casa das Pedras)
 Vila Estefânia
 Casa Camilo Dionísio Álvares
 Regina
 Vila Saldanha
 Casa Jerónimo Neto (Colégio da Bafureira)
 Quinta de Santa Teresinha
 Vivenda Ladimiro
 Maria José
 Casal de São José
 Conjunto de Casas Leite da Costa Maia
Carcavelos[editar | editar código-fonte]
 Chalet da Companhia do Cabo Submarino
 Casa da Quinta da Alagoa
 Casa da Cartaxeira
 Casa Saraiva de Lima
 Ermelinda
 Casa Valentim Nunes Campos
 Vivenda Germano Rola
 Roseiral

Edifício dos Correios, Estoril, gizado por Adelino Nunes.

Fachada do Hotel Palácio, no Estoril.

Arquitetura modernista[editar | editar código-fonte]


A arquitetura modernista surge em Cascais na década de 30 do século XX, focando-se
sobretudo no Estoril, que recebe os mais emblemáticos edifícios públicos e privados desta
nova corrente estética. Estes imóveis dão resposta a uma alteração de gosto que passa a
favorecer uma arquitetura mais funcional e com novas conceções de espaço inspiradas
em modelos internacionais.[54]

 Hotel Palácio
 Casino do Estoril
 Casal de Monserrate
 Casa José Espírito Santo Silva
 Edifício dos Telefones
 Casa dos Cedros
 Edifício dos Correios
 Casa de São Francisco
 Casa dos Arufes
 Casas geminadas da Rua de Inglaterra, n.º 500 e 504
 Casa Claridade
 Casa Vale Florido e Boavida
 Edifício do Rádio Clube Português/Clube Nacional de Ginástica
 Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão
 Bairro das Caixas (Parede)
Outros edifícios[editar | editar código-fonte]
 Marégrafo de Cascais
 Azenha de Atrozela
 Quinta de Manique ou Casa da Quinta de Manique ou Palácio de Manique ou Casa
da Quinta do Marquês das Minas ou Quinta do Marquês de Minas
 Quinta da Torre D'Aguilha
 Estação Ferroviária de Cascais
 Teatro Municipal Mirita Casimiro
Museus[editar | editar código-fonte]

 Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal


 Quinta do Barão, incluindo o solar, jardins e adega.
 Museu da Música Portuguesa
Bairro dos Museus[editar | editar código-fonte]

Casa das Histórias Paula Rego, projetada por Eduardo Souto de Moura.

Desde 2015[55], a vila de Cascais conta com o Bairro dos Museus, com a integração de
diversos equipamentos e parques que contam com programação e bilhética integrada.

 Forte de São Jorge de Oitavos


 Farol Museu de Santa Marta
 Casa de Santa Maria
 Palácio dos Condes de Castro Guimarães  (Torre de São Sebastião)
 Casa Duarte Pinto Coelho
 Parque Marechal Carmona
 Casa das Histórias Paula Rego
 Museu do Mar Rei Dom Carlos I
 Arquivo Histórico Municipal de Cascais
 Igreja de Nossa Senhora da Assunção
 Centro Cultural de Cascais
 Cidadela de Cascais
 Fortaleza de Nossa Senhora da Luz
 Marégrafo de Cascais
 Museu da Vila - Palácio dos Condes da Guarda
 Parque Palmela
 Museu da Música Portuguesa
 Espaço Memória dos Exílios
 Casa Reynaldo dos Santos e Irene Quilhó dos Santos
Gastronomia[editar | editar código-fonte]
Os pratos característicos cascalenses guardam relação com o peixe e o marisco,
destacando-se o ensopado de peixe, o robalo grelhado, o linguado, o bacalhau seco, o
arroz de marisco, a lagosta grelhada, os caranguejos estufados ou o polvo à lagareiro. No
campo dos doces tradicionais, encontram-se as Areias de Cascais, pequenos biscoitos
elaborados com uma massa simples de manteiga polvilhada com açúcar. O concelho é
também produtor de vinho de Carcavelos (das primeiras regiões demarcadas mundiais) e
de Colares, fazendo-o porém em muito baixa quantidade. [22]
Eventos[editar | editar código-fonte]

 Conferências do Estoril
 EDP Cool Jazz
 Estoril Jazz
 Estoril Open
 Lisbon & Estoril Film Festival
 Lumina Cascais
 MUSA Cascais
 OUT///FEST
 Semanas de Música do Estoril

Desporto[editar | editar código-fonte]
Cascais possui uma particular vocação para as práticas desportivas em espaços naturais
aquáticos e terrestres graças à Serra de Sintra e à sua costa, cuja qualidade que
converteu o concelho num dos principais centros nacionais de desportos náuticos, em
especial nas modalidades de vela, windsurf, kitesurf, surf, bodyboard e canoagem. Todas
as freguesias do concelho possuem espaços artificiais de cariz desportivo (especializados
ou monodisciplinares e ainda outras aptas para espetáculos desportivos), sendo que do
total de 423 instalações, metade destas se encontram na freguesia de Cascais e Estoril, e
mais de 71% estão concentradas nas zonas do litoral. As instalações especializadas
destacam-se pela sua diversidade e quantidade (29), sendo estratégicas no panorama da
oferta desportiva metropolitana, com a maior representação de campos de golfe (6),
centros hípicos (5) e centros náuticos (4). Para além destas, existem ainda instalações
especiais como são o Estádio António Coimbra da Mota, o Autódromo Fernanda Pires da
SIlva e os hipódromos de Cascais e da Quinta da Marinha.[22]
Existem também espaços de caráter mais informal e recreativo, para a prática de
escalada, skate e patinagem, diversos circuitos de manutenção, ciclovias, pedovias e
circuitos pedestres, minigolfes e espaços de jogos tradicionais. Finalmente, na praia de
Carcavelos, é possível a prática de desportos como o futebol e o vólei. Com tudo isto,
porém, o concelho encontra-se com um défice de área desportiva útil por habitante por riba
dos 50%. As modalidades mais praticadas no concelho correspondem a desportos
individuais, fitness, desportos coletivos e desportos de combate. [22]
Clubes[editar | editar código-fonte]

 Cascais Water Polo Club


 Grupo Dramático e Sportivo de Cascais
 Grupo Desportivo Estoril Praia
 G.D.R. Fontainhas de Cascais
 Clube Naval de Cascais
 Grupo Recreativo de Mato-Cheirinhos
 União Recreativa e Desportiva de Tires
 Grupo Musical e Desportivo 9 de abril Trajouce
 Grupo Sportivo de Carcavelos
 Clube de Futebol de Sassoeiros
 Grupo de Instrução Musical e Desportivo da Abóboda
 Associação Torre
 Malveira da Serra
 Grupo de Solidariedade Musical e Desportiva de Talaíde (Futebol)
Escalada[editar | editar código-fonte]
Cascais tem vários pontos de Escalada Desportiva e Bouldering, sendo um dos pontos
mais conhecidos junto ao Farol da Guia com uma vista privilegiada para o mar.
Blocos na Baía do Mexilhoeiro[editar | editar código-fonte]
A Baía do Mexilhoeiro é um local para a prática de Bouldering e conta com mais de 44 vias
espalhadas por vários blocos.[56]
Arribas do Farol da Guia[editar | editar código-fonte]
As Arribas do Farol da Guia é um local de Escalada Desportiva que se destaca pela
rocha Calcária e localização, a poucos metros do Oceano Atlântico. A grande maioria das
vias montadas está virada para o mar e tem os seus pontos fixos no topo da arriba,
acessível pelo caminho junto ao farol.[57] Este local conta com mais de 98 vias em 10
sectores cujo grau vai de 3 a 8a+ (segundo a cotação francesa). As vias montadas na
Guia encontram-se todas indicadas com o nome da via e cotação proposta diretamente
pintados na rocha.

Resumo dos sectores montados na Guia[57][58]

Grau
Nome do setor Número de Vias Grau Máximo
Mínimo

Ocidente 16 IV 6c

Tubo 7 IV 7b+

Escadas 11 III 7c+

Bloco Escadas 14 3 7c

Bloco 5 3 7a+

Alcatifa 12 4 6c

Farol 10 5+ 7a+

Corta Unhas 6 5 6b+

Cantinho dos Teimosos 13 5 8a+


Guia Nova 7 6a 7c

Referências
1. ↑     «População residente estimativa».  Cascais. Consultado em 2016 Verifique data
Ir para:a b

em: |acessodata= (ajuda)
2. ↑ em grafia antiga, Cascaes
3. ↑ Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas
da CAOP 2013»  (XLS-ZIP).  Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013.
Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013
4. ↑ Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das
freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28 de janeiro de
2013.
5. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak Henriques, João Miguel
(2014). Cascais: 650 anos de história  (PDF). Cascais: Câmara Municipal de
Cascais.  ISBN  978-972-637-258-5
6. ↑ Ir para:a b c d e f g h i 500 anos do Foral Manuelino de Cascais  (PDF). Col: Coleção Memórias
Digitais de Cascais. Cascais: Câmara Municipal de Cascais. 2014. ISBN 978-972-637-267-
7
7. ↑ Taxa turística de um euro cobrada em Cascais a partir de hoje in Diário de Notícias, 1 de
fevereiro de 2017.
8. ↑ Ir para:a b c d e «Geologia | Hidrologia | Clima — ICNF».  www2.icnf.pt. Consultado em 23 de
janeiro de 2018
9. ↑ Ir para:a b Ramos Pereira, Ana (2003). «1. O relevo da Área Metropolitana de Lisboa e área
submersa adjacente». Atlas da Área Metropolitana de Lisboa  (PDF). III. Geografia Física e
Ambiente. Lisboa: Área Metropolitana de Lisboa
10. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j 2. CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA, PAISAGÍSTICA E AMBIENTAL (PDF).
[S.l.]: Direcção Municipal de Planeamento do Território e da Gestão Urbanística, Câmara
Municipal de Cascais
11. ↑ Ir para:a b c d e f g Revisão do Plano Diretor Municipal  (PDF).  Reserva Ecológica Nacional. I -
Delimitação. [S.l.]: Câmara Municipal de Cascais. 2015
12. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j d'Encarnação, José (1979). História e geografia de Cascais  (PDF).
Cascais: Publigráfica
13. ↑ Ir para:a b «GeoCascais».  geocascais.cascais.pt. Consultado em 11 de dezembro de 2017
14. ↑ «Água - Abastecimento, qualidade, ribeiras e praias | Cascais
Ambiente».  www.cascaisambiente.pt. Consultado em 11 de dezembro de 2017
15. ↑ «2.º relatório»  (PDF). Cascais Ambiente.  Caracterização biofísica das ribeiras do concelho
de Cascais. 2015
16. ↑ «Praia do Tamariz | Cascais Ambiente».  www.cascaisambiente.pt. Consultado em 11 de
dezembro de 2017
17. ↑ «Alterações da linha de costa suspendem uso balnear na Bafureira e Abano | Câmara
Municipal de Cascais». www.cm-cascais.pt. Consultado em 11 de dezembro de 2017
18. ↑ SNIRH. «SNIRH > Dados Sintetizados». snirh.apambiente.pt. Consultado em 12 de
dezembro de 2017
19. ↑ «Praia grande do Guincho | Cascais Ambiente».  www.cascaisambiente.pt. Consultado em
11 de dezembro de 2017
20. ↑ «Praia da Parede | Cascais Ambiente». www.cascaisambiente.pt. Consultado em 11 de
dezembro de 2017
21. ↑               Cascais Estrutura Ecológica – Estudo Preliminar  (PDF). Cascais: Cascais
Ir para:a b c d e f g

Natura. 2009. p.  9


22. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj Revisão do Plano Diretor
Municipal  (PDF). Relatório dos Estudos de Caracterização. [S.l.]: Câmara Municipal de
Cascais. 2014
23. ↑ Ir para:a b c d e f Menezes de Sequeira, Eugénio; Magalhães Ramalho, Miguel
(2010). Património Natural e Geológico  (PDF). Col: Roteiros do Património de Cascais. 01.
Cascais: Câmara Municipal de Cascais
24. ↑ GeoCascais. Rede Ecológica Metropolitana (Temas/Município/Plano Diretor
Municipal/Ordenamento/Estrutura Ecológica)
25. ↑ «Parques e jardins | Cascais Ambiente».  ambiente.cascais.pt. Consultado em 14 de junho
de 2018
26. ↑ «Parques Infantis | Cascais Ambiente». ambiente.cascais.pt. Consultado em 14 de junho
de 2018
27. ↑ «Quintas Históricas | Câmara Municipal de Cascais».  www.cascais.pt. Consultado em 14
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28. ↑ «Quintas Históricas | Câmara Municipal de Cascais».  www.cascais.pt. Consultado em 14
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Ver também[editar | editar código-fonte]


 Arquivo Histórico Municipal de Cascais
 Parque Natural de Sintra-Cascais
 Prémio Branquinho da Fonseca de Conto Fantástico
 Lista de Presidentes da Câmara Municipal de Cascais

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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 Câmara Municipal de Cascais


 Bibliotecas Municipais de Cascais
 Website oficial do Turismo de Cascais
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 Associação de Radioamadores da Linha de Cascais
 Junta de Freguesia de Cascais e Estoril
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