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Cascais
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Cascais
Área 97,40 km²
População 210 889[1] hab. (2016)
Densidade populacional
N.º de freguesias 4
Presidente da Carlos
câmara municipal Carreiras(PSD/CDS)
Distrito Lisboa
Província Estremadura
Municípios de Portugal
1Geografia
o 1.1Divisão administrativa
o 1.2Hidrografia
1.2.1Linhas de água
1.2.2Águas balneares
o 1.3Clima
o 1.4Paisagem
o 1.5Património natural e espaços verdes
1.5.1Parques urbanos
1.5.2Quintas
2Ecologia
o 2.1Flora
2.1.1Flora terrestre
2.1.2Flora marinha
3Geologia
4História
o 4.1Pré-história
o 4.2Idade Antiga
4.2.1A época romana
4.2.2A época visigótica
4.2.3A época árabe
o 4.3Idade Média
4.3.1A reconquista e desenvolvimento de Cascais
4.3.2A questão da autonomia
o 4.4Idade Moderna
4.4.1Período dos Descobrimentos
4.4.2A invasão espanhola
4.4.3A restauração da independência: novas fortificações
4.4.4O Terramoto de 1755 em Cascais
4.4.5Transição para o século XIX
o 4.5Idade Contemporânea
4.5.1A afirmação enquanto local de ócio
4.5.2O projeto do Estoril: da Riviera Portuguesa à Costa do Sol
4.5.3Século XX
o 4.6Topónimo
o 4.7Heráldica
5Demografia
6Economia
7Transportes e mobilidade
8Equipamentos e serviços
o 8.1Educação
o 8.2Saúde
o 8.3Administração, prevenção e segurança pública
o 8.4Forças de segurança
o 8.5Bombeiros
o 8.6Água e saneamento
o 8.7Limpeza e resíduos sólidos
9Política
o 9.1Eleições autárquicas
o 9.2Eleições legislativas
o 9.3Cidades-irmãs
10Cultura
o 10.1Património edificado
10.1.1Património arqueológico
10.1.2Património arquitetónico
10.1.2.1Arquitetura religiosa
10.1.2.2Fortificações marítimas
10.1.2.3Arquitetura de veraneio
10.1.2.3.1Cascais
10.1.2.3.2Monte Estoril
10.1.2.3.3Estoril
10.1.2.3.4São João do Estoril
10.1.2.3.5Parede
10.1.2.3.6Carcavelos
10.1.2.4Arquitetura modernista
10.1.2.5Outros edifícios
o 10.2Museus
10.2.1Bairro dos Museus
o 10.3Gastronomia
o 10.4Eventos
11Desporto
o 11.1Clubes
o 11.2Escalada
11.2.1Blocos na Baía do Mexilhoeiro
11.2.2Arribas do Farol da Guia
12Referências
13Ver também
14Ligações externas
Geografia[editar | editar código-fonte]
Alcabideche
São Domingos
de Rana
Cascais e Estoril
Carcavelos e Parede
Hidrografia[editar | editar código-fonte]
Ver também: Categoria:Hidrografia de Cascais
Existem várias linhas de água em Cascais, divididas por duas regiões hidrográficas, que
possuem importância por marcarem, juntamente com a Serra de Sintra, a orografia do
concelho. A maioria delas são de curta extensão e não possuem caudal durante a maior
parte do ano. Para além dos cursos de água, existem também três áreas de interesse
hidrogeológico para a recarga e proteção de aquíferos. No quadrante ocidental do
concelho encontra-se o Sistema Aquífero de Pisões-Atrozela. A delimitação deste sistema
foi efectuada numa cooperação entre o Instituto da Água e o Centro de Geologia da
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, sendo o único aquífero existente no
norte da Área Metropolitana de Lisboa.[11] Para além deste aquífero, existe também o
Maciço Subvulcânico de Sintra e as áreas de Calcários e Arenitos do Cretácico da região
de Cascais.
Está também presente em território concelhio uma albufeira de águas públicas
classificadas de utilização protegida, a do Rio da Mula, situada na Malveira da Serra e
pertencente à bacia hidrográfica do mesmo rio.
Linhas de água[editar | editar código-fonte]
Galeria ripícola bem conservada e leito natural da ribeira das Vinhas, em Alvide.
De passado agrícola, o concelho foi outrora pontilhado por quintas onde os seus
propietários buscavam aliar o caráter de recreio e lazer à função agrícola. Situavam-se em
zonas do interior do concelho, onde os solos eram férteis e os recursos naturais
abundantes, tendo desaparecido progressivamente a favor da urbanização de diversas
zonas e com o declínio da atividade agrícola, sendo fragmentadas e hoje praticamente
reduzidas às às áreas de habitação e suas dependências. [27] As mais afamadas devem a
sua notoriedade à produção do Vinho de Carcavelos, hoje produzido nas Quintas da
Ribeira e dos Pesos (Caparide), da Samarra (Livramento) e na Quinta do
Marquês(Oeiras).
Por entre as freguesias cascalenses, destacam-se, em São Domingos de Rana, as quintas
históricas da Ribeira, dos Chainhos, da Torre da Guilha, de Rana e da Estrangeira; em
Carcavelos as do Barão, da Alagoa, a Quinta Nova (ou de Santo António, ou dos
Ingleses), a de São Miguel das Encostas, e a de Santa Maria do Mar; em Cascais a Quinta
da Charneca; no Estoril a Quinta Patiño; e finalmente em Alcabideche as quintas de Vale
de Cavalos, do Marquês de Angeja, de Santa Rita (nas Almuinhas Velhas), de Nossa
Senhora da Lapa (Alcoitão), de Manique, do Pisão de Baixo, do Casal de Porto Covo e do
Casal de Assamassa.[28]
Ecologia[editar | editar código-fonte]
Flora[editar | editar código-fonte]
Flora terrestre[editar | editar código-fonte]
O concelho de Cascais inclui-se no Reino Holártico e na região biogeográfica
mediterrânica.[29][30] A sua flora divide-se por duas unidades principais, a primeira das quais
se encontra na Serra de Sintra, um maciço granítico, e a outra a sul, na área mais
aplanada da Plataforma de Cascais cujos solos são de natureza calcária. Nas encostas
graníticas da serra, dão-se florestações de pinheiro e eucalipto, bem como espécies
invasoras como as acácias e pitósforos-ondulados. Restam alguns indivíduos dispersos
de sobreiro e medronheiro, com uma sub-coberta de tojais e urzais, assim como
formações de carvalhiça.[21]
Vegetação na zona do Cabo Raso, de dunas litorais com presença de Juniperus Turbinata.
Na vertente sul, em vales e vertentes desabrigadas e acima dos 250 m, persistem núcleos
de carvalho-negral que podem misturar-se com sobreiros. Na zona de sienitos, dar-se-ia
uma ocupação potencial dessa mesma espécie, algo impedido pela intervenção humana
(pela arroteia e depois pela florestação de espécies exóticas), o que torna os bosquetes de
carvalho-negral resquiciais e propicia o crescimento de giestais, tojais e arrelvados vivazes
de baracejo. A noroeste, nas encostas graníticas mais húmidas e sombrias, acima dos 300
m e com clima mais atlântico, surgem pequenos núcleos de carvalho-alvarinho que são
normalmente pontuais e de porte arbustivo. Nestes locais, a paisagem é dominada por
povoamentos de pinheiro e matagais de carvalhiça juntamente com tojais e arrelvados de
baracejo. Já nas margens das ribeiras serranas, ocorrem salgueirais-pretos muito
fragmentados e amiais com trepadeiras (Rubus ulmifolius e Hedera iberica)
e sabugueiros bem conservados.
As arribas da costa, fustigadas pelos ventos marítimos carregados de sais, são de grande
particularidade quanto às suas comunidades. Assim, é possível observar espécies
endémicas da família das plumbagináceas (Limonium spp. e Armeria spp.). Nas arribas de
substrato calcário, caso do Cabo Raso e Abano, surgem limónios (Limonium
multiflorum e L. virgatum) e raízes-divinas, enquanto que nas arribas de substrato granítico
(a partir da Praia da Grota) florescem comunidades exclusiva deste território compostas
por endemismos como o cravo-romano e a cravina-de-sintra. Completam estas
comunidades os sabinais com carrascos, com um aspecto típico de “almofada” adaptado
às condições edafoclimáticas.[21]
No concelho, os táxones de interesse para a preservação incluem Aceras
anthropophorum, Anacamptis pyramidalis, Armeria pseudoarmeria, Asplenium
hemionitis, Centaurea africana, Cepalanthera longifolia, Coincya cintrana, Dianthus
cintranus ssp. cintranus, Herniaria maritima, Iberis procumbens ssp. microcarpa, Iris
lusitanica, Iris subbiflora, Jonopsidium acaule, Juncus valvatus, Limonium
multiflorum, Limonium dodartii ssp. lusitanicum, Myrica faya, Omphalodes
kuzinskyanae, Ophrys bombyliflora, Ophrys fusca ssp. fusca, Ophrys lutea, Ophrys
scolopax, Ophrys speculum ssp. lusitanica, Ophrys tenthredinifera, Orchis
coriophora, Orchis italica, Serapias lingua, Serapias strictiflora, Serapias parviflora, Silene
cintrana, Silene longicilia, Verbascum litigiosum, Thymus villosus e Ulex densus.[10]
As espécies usadas para ornamentação por todo o concelho são variadas e incluem
a alfarrobeira, ameixoeira-dos-jardins, amoreira, araucária-de-norfolk, carvalho-alvarinho, c
asuarina, choupos-brancos e negros, cipreste-comum, cipreste-de-monterey, eucaliptos, fi
gueira-da-austrália, freixo, ginkgo, grevíleas, jacarandás, ligustros, lódão-bastardo, mélias,
nespereiras, olaias, paineiras, palmeiras-da-califórnia e das canárias, pimenteiras-
bastardas, pinheiros-de-alepo e mansos, plátanos, salgueiro-chorão, sobreiros, tamariz, tíli
as-prateadas, tipuanas e zambujeiros.[31]
Flora marinha[editar | editar código-fonte]
As populações nas duas grandes manchas de recifes rochosos dentre 0 e 10 metros de
profundidade são compostas de Fucus spiralis, Cystoseira usneoides, Corallina
elongata, Lithophyllum incrustans, Lithophyllum lichenoides, Ceramium spp., Osmundea
pinnatifida, Ulva intestinalis, Ulva rigida, Ulva prolifera e Ulva obscura.
Geologia[editar | editar código-fonte]
Afloramentos rochosos nas Penhas do Marmeleiro, em Murches.
História[editar | editar código-fonte]
Pré-história[editar | editar código-fonte]
A presença humana no atual território do concelho de Cascais dá-se pela primeira vez
na pré-história, em cerca de 2000 a.C., com a presença de alguns povos
nómadas do Paleolítico Inferior. Estabelecendo-se em povoados, teriam feito uso de
objetos de sílex e quartzito, juntando-se, no Paleolítico Superior, objetos feitos também a
partir de osso, que se traduziram em numerosos utensílios recolhidos na zona costeira
do Guincho, entre as quais uma mó neolítica. O primeiro povoado desta origem conhecido
no concelho situava-se na atual Alameda do Casino, no Estoril, com alguns materiais
recolhidos por Félix Alves Pereira. Porém, é na zona da Parede que se dão as
descobertas mais transcendentes. No Murtal foi reconhecido outro povoado por Leonel
Ribeiro, sendo descoberto outro novo assentamento em 1953, no decorrer de escavações
na zona do Bairro Octaviano (Parede). Concluídas em 1957, estas permitiram verificar que
a sua parte inferior consistia de uma camada de terras intacta, com diversos materiais
arqueológicos. A este sítio, considerado por Manuel Afonso do Paçocomo «o documento
mais antigo e precioso de Cascais», deu-se o nome de Parede I. Outros materiais
arqueológicos aí encontrados, mais tardios e sob o nome de Parede II, levam a crer que os
primitivos habitantes do concelho vivessem da agricultura e da criação de gado, bem como
da caça e da pesca.[32] Sobre estas primeiras populações, outras se instalariam, desta vez
muito mais prósperas e conhecedoras da metalugia do cobre, possuindo cerâmicas várias
e decoradas a primor, ao lado de uma série de artefactos de calcário, bem como botões,
contas, etc.
Das grutas artificiais de São Pedro do Estoril, hoje desaparecidas pela ação da erosão, resta um
memorial acompanhado de um placar informativo.
Sabe-se que estes povos possuíam um culto muito especial pelos seus mortos, levados a
enterrar em dolmens ou grutas naturais, e ao lado de quem colocavam armas e utensílios
da sua propriedade, recipientes com alimentos e objetos de adorno e simbolismo religioso.
Neste sentido, os mais importantes sítios arqueológicos do concelho são as grutas
artificiais de Alapraia e de São Pedro do Estoril, datadas da transição do Neolítico
Final para o Calcolítico. São monumentos de inumação coletiva, utilizados
como necrópoles durante várias centenas de anos,[33] que juntamente com outros locais
de Sintra, Lisboa e Palmela, constituem um dos mais importantes surtos da pré-história
portuguesa de todos os tempos.[32]
Deste período até à invasão romana, pouco é conhecido, como refere Afonso do Paço:
«O que não sabemos com rigor, no momento presente, como tudo evolucionou até à
chegada dos Romanos. Presentemente conhecemos pouco, na região de Lisboa, Sintra e
Cascais, do período que medeia entre o grande surto dos metalúrgicos do campaniforme e
a chegada dos primeiros invasores do Lácio.»
Esta ascensão, exigida pelos chefes das principais famílias de Cascais (homens-bons),
permitia que os cascalenses pudessem eleger por si os seus juízes e governadores. Em
troca, estes comprometem-se a pagar ao suserano uma quantia adicional de 200 libras
anuais, para além dos direitos tradicionais já devidos ao monarca. O imposto referido na
carta régia permite atestar a relevância das atividades levadas a cabo na póvoa marítima [6],
e o conteúdo da carta só se compreende em função do grande desenvolvimento
demográfico de Cascais.[34] Porém, o foral não é claro quanto aos deveres dos súbditos,
como também não o é quanto ao território que constituiria o termo da vila ou mesmo
quanto à sua própria independência [12] (assim, e aparentemente, só o povoado foi
considerado autónomo[34]).
A questão da autonomia[editar | editar código-fonte]
A 8 de abril de 1370, com um documento de D. Fernando, que doa o Castelo de
Cascais como feudo a Gomes Lourenço de Avelar pela sua contribuição nas lutas
contra Castela, clarifica-se que a vila era até então parte do termo de Sintra, e isenta-a
dessa sujeição[12]:
«damos a ele dito Gomes Lourenço e a todos os seus sucessores […] o nosso castelo e
lugar de Cascais que é termo de Sintra, o qual lugar de Cascais de nosso movimento
próprio e da nossa certa ciência fazemos isento e isentamo-lo e tiramo-lo e dessujeitamo-
lo de Sintra em que esteve até ao tempo de ora. E queremos e mandamos que daqui em
diante seja per si e haja jurisdição alta e baixa como a qualquer castelo e lugar que não é
sujeito a cidade, nem a vila, nem a castelo
Limites aproximados do termo de Cascais nos séculos XIV-XVcomparados com os atuais.
Tal situação pode ser explicada pela oposição dos homens-bons da vila de Sintra, que
viam no porto de Cascais parte importante do seu concelho, bem como pela falta de mão-
de-obra decorrente da Peste Negra de 1348 e pela eventual incapacidade dos homens-
bons de Cascais de assegurarem o pagamento devido ao rei.[6] Assim, não é clara a
questão da independência de Cascais entre 1364 e 1370. Independentemente disto, a
autonomia de Cascais não seria total: por integrar a vila e seu termo num feudo senhorial,
implicou a doação de toda a jurisdição cível e crime, com exceção do direito de apelo para
o rei nos feitos crimes; da jurisdição sobre os marítimos, da responsabilidade do monarca;
da liberdade de atuação dos corregedores no novo senhorio e ainda dos direitos reais
sobre dízimas de mercadorias de navios que fossem descarregadas e transacionadas em
Cascais. A importância da vila leva à construção do seu castelo, anterior a 1370, para o
reforço de uma estrutura defensiva improvisada que se instalara no local onde se fixara a
população.
Para além desta questão, a carta de D. Fernando delimita pela primeira vez o termo de
Cascais. Os seus limites, semelhantes aos atuais, seriam então, a sul e poente, o Oceano
Atlântico; a norte, a foz do Rio Touro [atual ribeiro da Mata], o sítio de Barbas de Rei, a
Penha da Hera [depois Penedo da Hera], o açude da Azenha do Tarambulho, Janes, o
caminho do Rio Tortulho, a Estrada de Lisboa, as Portas de Manique (Capa Rota, atual
Centro Empresarial de Sintra) e a vereda que se prolongava pela estrada de Sintra até Rio
de Mouro; e como fronteira a nascente «daí em diante pelo Rio [atual Ribeira da Laje] ao
mar».[6]
Com tudo isto, a carta régia de 1370 apenas definia o termo, sem nada prescrever sobre a
organização do concelho. Aparentemente, o município de Cascais continuava a reger-se
pelo diploma régio de 1364, de D. Pedro I. Cartas subsequentes, relativas ao feudo, em
nada se pronunciaram quanto aos moldes definidores do município.
Enquanto feudo, os de Avelar seriam os Senhores de Cascais, titulares de todos os seus
terrenos até 1373, altura em que a vila de Cascais é invadida por Castela, sendo a sua
população encarcerada e a vila roubada. São nesse ano sucedidos pelos de Vilhena (com
D. Henrique Manuel de Vilhena como Senhor de Cascais entre 1373 e 1384 e entre 1385 e
1386). Na crise de 1383–85, Cascais manteve-se fiel a D. Beatriz, algo que viria a justificar
a doação da vila, por D. João I, ao Dr. João das Regras:
«[…] Sabei que nós, por desserviço que recebemos do conde D. Henrique, porquanto
sendo nosso vassalo se partiu de nós e se foi para nossos inimigos, o privamos da vila de
Cascais»
Por esta época, o crescimento da vila é constante, e esta desenvolvera-se para fora das
muralhas do castelo, com arrabaldes sobre a falésia junto à Ribeira das Vinhas, na área da
Rua do Poço Novo e dos Becos Tortos e Esconso, no arrabalde denominado Vila Nova.
No seu conjunto, o termo registava cerca de 700 habitantes, que na vila eram 200 a 300. [5]
Mapa de 1572 com desenho da zona costeira até Lisboa (então denominada Costa de Santo
António). Esta é a representação mais antiga que se conhece do litoral de Cascais. [5]
Forte de Santo António da Barra ou do Estoril, cuja construção se iniciou em 1590, e considerada a
principal fortificação entre a Cidadela de Cascais e o Forte de São Julião da Barra.
Foi na Freguesia e Concelho de Cascais que nasceu a 13 de Março de 1701 José Pereira
da Silva, pai da avó paterna de Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, 1.° Visconde de
Correia Botelho.
A 14 de Março de 1745, o Marquesado de Cascais reverteu para a Coroa por extinção da
linha principal.
O Terramoto de 1755 em Cascais[editar | editar código-fonte]
Igreja de Nossa Senhora da Assunçãoem Cascais. O terramoto seria responsável pelo
desaparecimento da segunda paróquia de Cascais, a da Ressurreição de Cristo, que acabaria por
ser integrada na de Nossa Senhora da Assunção.
Uma antiga zona agrícola na ribeira de Manique, a pouca distância de Caparide, localidade onde
ainda se produz vinho de Carcavelos.
Palácio dos Duques de Loulé, exemplo da arquitetura de veraneio que se começava a observar por
Cascais.
A prática dos banhos de mar, pela qual se dá a popularidade da zona, remonta aos
religiosos que residiam no Convento do Estoril e a alguns liberais que haviam sido presos
na vila durante o miguelismo. A partir daí, dá-se um primeiro período de desenvolvimento
desta nova moda, assente em pressupostos terapêuticos, cujos principais responsáveis
foram entusiastas como o Visconde da Luz. A burguesia e as suas excursões marítimas
até esta região ajudaram para que os banhos de mar se impusessem enquanto forma de
ócio. Porém, a verdadeira razão por detrás da descoberta das praias de Cascais para
estes usos seria outra, a reconstrução das estradas para Oeiras(entre 1859 e 1864) e
para Sintra, que ajudaram a suportar o surto de vilegiatura a que por aqueles tempos se
assistia.[5]
É com isto que Cascais se torna rapidamente um destino de cariz elitista, tal como outras
praias da margem norte do Tejo, chegando a alcançar o estatuto de praia da Corte em
setembro de 1867 graças à Rainha D. Maria Pia e, mais tarde, por D. Luís. Em alternativa
às praias, a vila possuía o Passeio Visconde de Nossa Senhora da Luz (atualmente um
jardim), onde era possível contactar com a natureza e dispôr de ocasiões sociais, ao qual
se seguiu (a partir de 1869) o Teatro Gil Vicente e várias outras associações recreativas,
humanitárias, desportivas e culturais.
Apesar disto, ainda eram patentes as sérias carências urbanísticas com as quais a vila se
padecia a nível de alojamentos, algo que levou a Câmara Municipal a investir na reforma
dos sistemas de esgotos, abastecimento de água, recolha de lixo, iluminação pública e da
rede viária.[5] Tal seria a razão por detrás da edificação de novas habitações que pudessem
cumprir com as condições exigidas pelos vilegiaturistas, dando origem àquela que seria a
imagem de marca do concelho: a arquitetura de veraneio.
A Família Real estabelece a sua presença em Cascais a partir de 1870 graças à reforma
da antiga casa do Governador da Cidadela, que se converte no Paço de Cascais e onde a
Corte se passou a instalar em meados de setembro. D. Carlos entra oficialmente na vila no
dia 28 de setembro, data do seu aniversário, e nela fica até à abertura da temporada
do Teatro Nacional de São Carlos. A sua paixão pelo mar levou-o a realizar prospeções
regulares na costa da Guia, na foz do Tejo e em Sesimbra e a montar na Cidadela de
Cascais o primeiro laboratório de biologia marítima em Portugal, equipado com um sistema
de tanques em que mantinha vivas as espécies capturadas nas suas campanhas
oceanográficas iniciadas em Cascais.[5]
A nova época de desenvolvimento que Cascais atravessava, enquanto capital do lazer,
implicava também pontos importantes no desporto, assumindo um grande protagonismo
na sua introdução e promoção. Várias eram as modalidades introduzidas e praticadas:
vela (com a primeira regata na baía em 1871), remo, natação, ténis (praticado pela
primeira vez no país em 1882) e futebol (primeiro desafio público entre portugueses em
1888, na Parada).[5]
À época, e para além dos banhos de mar, eram de grande relevância os banhos termais,
levando à inauguração de diversos edifícios destinados a esta prática. Deste modo,
crescem em popularidade os sítios dos Banhos da Poça (sobranceiro à praia da Poça), as
Termas do Estoril, inseridas na quinta de José Viana da Silva Carvalho e pelas quais
Santo António do Estoril continuava a ser recomendado., mas com o seu expoente
máximo na vila da Parede, onde se ergue o Sanatório de Sant’Ana. A fama das termas de
Santo António do Estoril, ainda populares em 1910, levam a que Daniel Delgado alcunhe a
zona como a «Riviera de Portugal», exaltando as suas virtudes naturais [5]:
«se todos estes dons da natureza fossem judiciosamente empregues, com a devida
atenção às necessidades e confortos dos doentes ingleses e outros, o Estoril tornar-se-ia
muito em breve no melhor centro de águas cloretadas de sódio para o tratamento do
reumatismo crónico e da gota, durante o inverno»
Passeio D. Maria Pia, junto à Cidadela de Cascais.
Casa de Santa Maria, da autoria de Jorge O'Neill, sobranceira à Praia de Santa Marta e à Marina de
Cascais.
Enquanto isto, Cascais sofria várias renovações destinadas à melhoria dos espaços
públicos. Em 1890 é completado o Passeio Maria Pia, junto à esplanada do Paço Real,
seguida da inauguração da nova Praça de Touros e da Avenida Valbom, que liga a
estação ao centro da vila. Segue-se a Esplanada Príncipe Real D. Luís Filipe e, no ano de
1899, a inauguração da Avenida D. Carlos I, de acesso à Cidadela. Surgem também
alguns dos melhores exemplos da arquitetura de veraneio, com a Torre de São
Sebastião e da Casa de Santa Maria, de Jorge O’Neill, hoje musealizadas; da Casa de
São Bernardo, do Conde de Arnoso; ou das habitações dos Marqueses do Faial, de
Joaquim da Silva Leitão, do Conselheiro Luís Augusto Perestrelo de Vasconcelos e de
Francisco Augusto Trindade Baptista.[5]
Continua também, por esta altura, a reestruturação em função da indústria do lazer, com o
aumento do número de empresas de aluguer de carruagens, de casinos e de hotéis. O
desporto também reforça a sua importância, e Cascais assiste em 1893 à primeira
corinthian race portuguesa, impondo-se como o principal campo de regatas nacional. Tais
eventos continuariam com a Taça Vasco da Gama (a primeira regata internacional
promovida em Portugal), a primeira competição entre bulb-keels e a primeira regata
oceânica, entre a vila e Leixões. Entretanto, para além dos desportos de mar, também se
realizaram na Parada três importantes gincanas automóveis, que garantiram à vila
destaque na história da modalidade.[5]
Com tudo isto, Cascais torna-se num ponto de passagem obrigatório, graças à presença
de individualidades como o Rei do Sião ou o Presidente da República Francesa, Émile
Loubet, em 1897 e 1905, respetivamente. Esta tendência não se viu contrariada nem
mesmo com o assassinato de D. Carlos, que ajudara a vila a ganhar a sua fama, sendo
então que se consolida enquanto estância balnear com a alcunha de «Riviera de
Portugal».[5] A prática dos banhos em Cascais viria depois a ser praticada também pelos
Presidentes da República, com o exemplo máximo de Óscar Carmona, que transforma a
Cidadela de Cascais na sua residência oficial.
Por ocasião das Comemorações do Quarto Centenário da Descoberta do Caminho
Marítimo para a Índia em 1898, foi criado o título de Conde de Cascais.
O Grande Casino Internacional, no Monte Estoril, foi a primeira infraestrutura do género na zona.
Procede-se também à urbanização de terrenos até então usados para atividades agrícolas
ou pecuárias, surgindo novos núcleos como o Bairro Marechal Carmona e o Bairro dos
Pescadores, em Cascais, ou o Bairro Octaviano, na Parede. Pela mesma altura, existiam
projetos de urbanização dos Parques Palmela e Gandarinha e da Quinta de Santa Clara,
que vieram a ser pontilhados de vivendas. Em 1949, dá-se início à construção da primeira
fase do Bairro da Federação das Caixas de Previdência, inaugurado no ano seguinte e
estava já planeada a expansão dos bairros Marechal Carmona e dos Pescadores, na
mesma zona. As infraestruturas também foram alvos de fortes investimentos, inaugurando-
se em 1940 o Parque Municipal de Cascais, que recebeu o nome de Marechal Carmona.
No mesmo ano, os Paços do Concelho passam a funcionar no Palácio dos Condes da
Guarda, e mais tarde, surgem o Hospital Condes de Castro Guimarães, o edifício da Lota
e da Guarda Fiscal e, em 1952, o novo Mercado de Cascais.[5] Este desenvolvimento deu-
se não só no centro administrativo mas por todas as freguesias, sendo a razão pela qual
se forma a nova freguesia da Parede, a 1953. Em Alvide, surge um novo bairro destinado
a famílias com baixos rendimentos, é ampliado o Bairro Marechal Carmona e urbanizada a
zona envolvente ao novo Mercado de Cascais, bem como a Quinta da Bela Vista,
em Sassoeiros. Posteriormente, outros planos e construções seriam postos em marcha
para o Bairro Irene, o Areeiro, a Amoreira, a Madorna, Birre, Fontainhas e Pampilheira,
sendo todas estas áreas testemunhos da voracidade com a qual se processa a expansão
urbanística concelhia.[5]
Edifício do Teatro Municipal de Cascais, no Monte Estoril, inaugurado em 1986.
Topónimo[editar | editar código-fonte]
A origem do topónimo Cascais é incerta, contudo, José Leite de Vasconcelos avança no
seu Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa a probabilidade de que
derive do substantivo cascal, referindo-se assim a um amontoado de cascas. Estes seriam
montes de conchas e detritos calcários de crustáceos abundantes na então pequena
aldeia de pescadores.[5] Esta mesma hipótese é afirmada com rotundidade por J. Diogo
Correia na sua Toponímia do concelho de Cascais.[37] Os restantes topónimos do concelho
apresentam influências variadas, sobretudo herdados das diferentes épocas de ocupação
por povos históricos, caso dos árabes (Alcabideche, Almuinhas Velhas, Talaíde) e dos
romanos (Bicesse, Caparide, Mealha, Tires). Para além destes, também é significativa a
presença de topónimos alusivos aos seus ocupantes posteriores ou às suas terras de
origem, como é o caso da Biscaia ou da Galiza, e de antigos casais cujo nome deriva dos
apelidos dos seus proprietários (Abucharda, Azarujinha, Douroana, Janes, Mato Romão,
Monte Leite). De forma semelhante, a partir de regionalismos foram atribuídos diversos
nomes a terras concelhias (Atibá, Birre, Cadaveira, Cassanito, Cobre, Quenena, Rebelva).
Por fim, os restantes nomes de lugar fazem referência às características próprias dos
sítios onde se inserem as povoações (caso da Amoreira, Arneiro,
Busano, Murtal, Parede ou Zambujeiro).[37]
Heráldica[editar | editar código-fonte]
O Brasão de Cascais remonta aos trabalhos do arqueólogo Affonso Dornellas, em 1930,
por disposição do Ministério do Interior. Nos quatro anos posteriores, seriam desenvolvidos
vários esboços que acabariam por não ser aprovados na sessão da Comissão
Administrativa da Câmara Municipal, a 15 de junho de 1934. O desenho do selo foi
também remetido em abril desse ano. [46]
O selo da vila é encabeçada por uma coroa mural em prata, seguida de um escudo onde
se inclui um castelo vermelho. Este simboliza a primeira sentinela de defesa da entrada
do Tejo e, portanto, Lisboa. A cor vermelha tem como significados a vida, alegria, sangue
e força, bem como a guerra, os ardis e a vitória. O campo de armas é dominado pela cor
cinza, e remetem para a humildade e riqueza enquanto qualidades naturais da região. No
seu umbigo, por debaixo do castelo, encontram-se uma capa de rochedos sobrepostos à
cor preta, por debaixo do qual se encontra um ondado de prata e verde sobreposto de uma
rede amarela, que simboliza a vida ativa e o sustento dos seus habitantes. [46]
Demografia[editar | editar código-fonte]
Ao longo das últimas décadas, e a par do que se observou nos restantes concelhos da
área metropolitana, Cascais sofreu um forte aumento populacional em conjunto com a
melhoria das suas acessibilidades e o aumento do ritmo de construção. Na década de 90,
este aumento populacional foi de 11,3%, que aumentou para 21% entre 2001 e 2011 —
um crescimento absoluto de 35.746 habitantes. Se a urbanização e consolidação de novos
núcleos populacionais se deu originalmente ao longo da costa, são na atualidade as
freguesias do interior que experienciam com maior intensidade esse crescimento,
apresentando um aumento populacional superior à media concelhia. [22]
Número de habitantes[47]
186 187 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201
4 8 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os
censos se realizaram.)
O crescimento anual médio no concelho tem apresentado uma diminuição ao longo das
décadas, bem como o crescimento natural anual. Na década de 70, o aumento da
população é explicado pela taxa de crescimento migratório anual médio, mas regista
também desde então uma constante diminuição. O ligeiro crescimento entre 1991 e 2001 é
justificado pela imigração registada nessa década em todo o país. [22]
1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
2 4 4 14 24 34 28 25 32
0-14 Anos 6 426 8 046 9 920
965 878 706 469 310 763 106 801 655
1 2 3 14 21 24 22 21
15-24 Anos 4 894 5 888 8 108 9 726
845 626 229 125 351 478 689 727
4 6 7 10 14 21 31 47 73 82 96 115
25-64 Anos
574 513 046 069 987 721 647 660 371 993 436 383
= ou > 65 12 17 25 36
588 761 772 1 086 1 709 2 409 3 775 6 535
Anos 013 717 757 714
> Id.
45 86 113 68 166
desconh
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no
concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente
à designada população residente)
Percentagens
Potencialmente
66,7 66,9 70,1 69,8
ativos
A mortalidade infantil viu uma redução significativa desde os anos de 1970, graças à
melhoria das condições de vida e dos cuidados de saúde materno-infantis, observado
também a nível nacional.
As taxas de natalidade e de fecundidade vieram a reduzir-se, mais uma vez a par com o
panorama nacional.[22]
Taxas brutas
Economia[editar | editar código-fonte]
Cascais destaca-se dos restantes concelhos da Grande Lisboa por ser aquele onde o
setor terciário representa 82% da atividade económica, sobretudo em comércio e serviços,
enquanto que o setor secundário representa 17% da atividade económica, e o primário
apenas 1%. Na Grande Lisboa, as áreas de negócios com o maior número efetivo de
empresas nela sediadas são a construção civil, a mediação imobiliária, a consultoria para
negócios e gestão, a contabilidade e auditoria, a consultoria fiscal, aluguer de veículos
ligeiros, transportes rodoviários de mercadorias, serviços de apoio a empresas, engenharia
e técnicas afins, sociedades gestoras de participações sociais não financeiras, e
finalmente, a restauração, com restaurantes de tipo tradicional e cafés. [22]
Entre 1991 e 2001, a indústria sofreu uma progressiva redução do número de
estabelecimentos na última década, dando-se uma continuidade do processo de
desindustrialização. Tal observa-se em diversas indústrias (tais como as extrativas, as
indústrias de madeira e cortiças, de fabrico de produtos, metalúrgicas e transformadoras
não extrativas) embora se tenha notado um ligeiro aumento do número de
estabelecimentos do tecido industrial (graças às indústrias têxteis e na indústria de pasta,
papel e cartão e seus derivados, na fabricação de máquinas e de equipamentos não
extrativos e na fabricação de equipamentos elétricos e de óptica). [22]
Cresceram também os estabelecimentos ligados ao setor terciário, comércio e serviços e
daqueles ligados à área da construção devido ao aumento do parque habitacional do
concelho e às intervenções nas infraestruturas e equipamentos públicos. O mesmo se
processou nas áreas de alojamento e restauração, consequência da dinâmica do turismo
no concelho. No sector primário, quase inexistente, também se assistiu a um crescimento
do número de empresas, que se deveu a um aumento da procura de empresas
vocacionadas para a área de manutenção de jardins, espaços verdes e viveiros, bem
como à existência da localização de sedes deste setor.[22]
Em termos da população ativa, cerca de 80% encontra-se empregada no setor comércio e
serviços, e cerca de 20% no setor secundário. Os grupos profissionais que vêm registando
o maior aumento efetivo são os especialistas das profissões intelectuais e científicas e os
quadros superiores de administração pública, dirigentes e quadros superiores de
empresas. Tal refletiu-se na evolução do grau de escolaridade de 1991 a 2001, uma vez
que se assistiu a um aumento de 4,4% da população com cursos médios e cursos
superiores, que perfez 17,8% do total da população em 2001. Nos restantes graus de
ensino também foi observado um aumento significativo nomeadamente no 2º e 3º ciclo de
ensino básico, (29,1% da população residente em 2001). Quanto aos indivíduos sem
qualquer nível de instrução e 1º ciclo de ensino básico, apesar de se assistir a uma
crescimento efetivo em qualquer destes dois níveis, de 1991 a 2001, houve um
decréscimo do valor de representatividade na população (de 12,8% para 11,7% e de
30,17% para 22,4% da população residente, respetivamente). [22]
Copulado a estes valores, destaca-se o ligeiro aumento percentual da população ativa
desempregada, que subiu de 4,8% para 5,3% em 2001. [22]
Scotturb, empresa privada que presta serviço público de transporte rodoviário por
todo o concelho e também para os concelhos limítrofes;
MobiCascais, operador de titularidade pública responsável por ligações rodoviárias
no concelho, bem como pela rede de partilha de bicicletas, veículos e de parques de
estacionamento municipais;
Vimeca/Lisboa Transportes, empresa privada de transporte coletivo rodoviário com
términos nas zonas limítrofes do concelho;
Comboios de Portugal, empresa pública de transporte ferroviário que liga o
concelho a Oeiras e Lisboa através da Linha de Cascais.
A mobilidade interna no concelho é assegurada pelos serviços prestados pela Scotturb,
organizados de forma a que ambos os extremos da maioria das suas carreiras sejam em
estações ferroviárias. Destas, a que maior oferta apresenta (49%) é a de Cascais. No seu
todo, a oferta de transporte público coletivo rodoviário em Cascais apresenta-se pouco
atrativa, pela baixa oferta, transversalidade das ligações, parca informação disponível aos
passageiros e, nalguns casos, percursos sinuosos. [22]
Período de ponta da manhã (07:00–09:00), com mais de metade das carreiras com
menos de 2 circulações por hora (63%);
Período do corpo do dia (09:00–17:00), com 80% das carreiras com um máximo de
1 circulação por hora;
Período de ponta da tarde (17:00–20:00), semelhante ao período de ponta da
manhã;
Período da noite (20:00–00:00);
Período da madrugada (00:00–07:00), que juntamente com o período anterior
apresenta frequências inferiores a 1 autocarro por hora.
Por todo o concelho estão licenciados cerca de 220 táxis de três empresas (Rádio Táxis
Costa do Sol, Cooperativa de Táxis D. Pedro I e Auto Táxis Vasquinho), distribuidos por 55
praças de taxis que se concentram sobretudo nos centros urbanos de Cascais, Estoril (por
motivos turísticos) e Parede (pelo elevado dinamismo comercial do seu centro). A maioria
das deslocações em taxi são efetuadas pelos residentes nas freguesias
de Alcabideche (26%) e São Domingos de Rana (19%), e cerca de 62% das viagens
efetuadas dentro do concelho são internas a uma mesma freguesia, reflexo da deficiente
oferta de transportes coletivos de proximidade.[22]
O transporte ferroviário estrutura-se atualmente na oferta dos serviços Urbanos de
Lisboa da CP, organizados em duas famílias, Cascais Semi-Rápido e Cascais Todas. O
primeiro apenas se realiza em horas de ponta aos dias úteis, enquanto que o último é
realizado fora destes períodos. Estes asseguram a mobilidade intra e interconcelhia,
parando em todas as estações do concelho. Na década de 2010, estes serviços foram
sofrendo uma redução paulatina da oferta, que em 2011 se estruturava em quatro famílias,
no concelho de Cascais: Cascais Rápido (serviço nas horas de ponta, com paragens
até São Pedro do Estoril), Cascais Semi-Rápido (com paragens até Carcavelos e serviços
fora das horas de ponta), São Pedro (serviço nas horas de ponta, com paragens
em Parede e Carcavelos) e Cascais Todas.[22]
Saúde[editar | editar código-fonte]
O concelho é servido por uma rede pública de cuidados integrados composta por 4
equipamentos de cuidados diferenciados (Hospital Dr. José de Almeida, Hospital de
Sant'Ana, Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão e Centro Hospitalar de Lisboa
Ocidental), 6 equipamentos de cuidados primários (Agrupamento de Centros de Saúde de
Cascais), 43 farmácias, 5 equipamentos de emergência pré-hospitalar e ainda
equipamentos de respostas não hospitalares. São complementados por uma rede de
respostas não hospitalares (clínicas e hospitais privados, associações não lucrativas) e um
conjunto de respostas sociais dirigidas a problemáticas específicas na área da saúde. [22]
Administração, prevenção e segurança pública[editar | editar código-
fonte]
No concelho de Cascais existem 8 equipamentos administrativos sob a tutela da
administração central: o Tribunal da Comarca de Cascais, o Estabelecimento Prisional do
Linhó e o Estabelecimento Prisional de Tires (um dos três estabelecimentos prisionais
destinados exclusivamente a mulheres), o Notário e a Conservatória do Registo Predial,
todos sob a tutela do Ministério da Justiça; existem também as Repartições de Finanças
de Cascais (01 e 02), sendo estes tutelados pelo Ministério das Finanças; e por último, o
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que está sob a tutela do Ministério da Administração
Interna.
Forças de segurança[editar | editar código-fonte]
Quatro forças de segurança desenvolvem a sua atividade no concelho: a Guarda Nacional
Republicana, a Polícia de Segurança Pública, a Polícia Municipal e a Polícia Marítima,
todas elas com áreas de intervenção delimitadas. [22]
No caso da GNR, a área de intervenção corresponde à freguesia de Alcabideche, o que
corresponde a 40% do território do concelho. Além do Quartel de Alcabideche, e a cargo
desta força de segurança, existe o Posto da Brigada de Trânsito de Carcavelos e o Posto
da Brigada Fiscal de Cascais. [22]
A PSP tem a seu cargo a restante área do concelho (56% do território exceto a linha de
costa, que pertence à área de intervenção da Polícia Marítima), com sete esquadras
(Cascais, Estoril, Polícia Turística de Cascais, Trajouce, São Domingos de
Rana, Carcavelos e Parede) e um Departamento de Esquadra de Trânsito destinado a
acidentes e reboques. [22]
A Polícia Marítima tem a sua sede no antigo edifício da Alfândega, junto à Capitania do
Porto de Cascais, encontrando-se a lancha da marinha na Marina de Cascais, dando apoio
ao patrulhamento dos 23km de costa entre Carcavelos e norte do Abano. [22]
No caso da Polícia Municipal, a área de intervenção desta força de segurança municipal é
a totalidade do concelho, estando sedeada num único edifício na freguesia de Cascais e
partilhando com a PSP o parque municipal de viaturas. [22]
Bombeiros[editar | editar código-fonte]
Cascais está dotada de cinco corporações de bombeiros divididas por cada uma das
antigas freguesias, salvo na freguesia de São Domingos de Rana, cuja área de
intervenção é dividida pela Associação dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e São
Domingos de Rana e pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Parede.
Entre todas elas, existe um total de 690 bombeiros efetivos e 114 viaturas, traduzindo-se
num rácio de 1 bombeiro por cada 297 habitantes. O tipo de ocorrência com maior
expressão em todas as freguesias é o transporte de doentes. [22]
Água e saneamento[editar | editar código-fonte]
Política[editar | editar código-fonte]
Eleições de 2017
Viva Cascais
Órgão (PPD/PSD.CDS- PS CDU B.E PAN
PP)
Câmara Municipal 6 4 1 0 0
Assembleia Municipal 19 11 3 2 2
dos quais: eleitos directamente 16 10 3 2 2
Eleições autárquicas[editar | editar código-fonte]
Data % V % V % V % V % V % V % V
APU/CD PSD-
PS CDS-PP PPD/PSD PRD IND
U CDS
31,52
1976 3 21,80 2 20,15 2 18,01 2
'
7,6
2013 21,57 3 11,24 1 42,72 6 1
0
%
Dat
a
PC CD APU/CD PR PS PA
PS PSD UDP AD FRS BE PàF
P S U D N N
197 34,5 18,9 18,6 17,9
2,36
6 6 5 9 8
Cidades-irmãs[editar | editar código-fonte]
Cidades-irmãs é uma iniciativa do Núcleo das Relações Internacionais, que busca
a integração entre a cidade e demais municípios nacionais e estrangeiros. A integração
entre os municípios é firmada por meio de convênios de cooperação, que têm o objetivo de
assegurar a manutenção da paz entre os povos, baseada
na fraternidade, felicidade, amizade e respeito recíproco entre as nações. Oficialmente,
possui as seguintes cidades-irmãs:[51]
Cultura[editar | editar código-fonte]
Património edificado[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista de património edificado em Cascais
Situada junto à costa, muito do seu património monumental relaciona-se com a defesa e a
navegação. Como tal, em termos de arquitectura destacam-se os muitos fortes, situadas
entre a praia do Abano e São Julião da Barra (já em Oeiras) e que foram, até ao século
XIX, de extrema importância para a defesa de Lisboa. Além destes, destacam-se as
muitas ruínas romanas e visigóticas (vilas e necrópoles), igrejas e capelas, bem como
casas senhoriais da antiga nobreza portuguesa que, a partir dos finais do século XIX,
começou a utilizar esta costa como área de veraneio.
Património arqueológico[editar | editar código-fonte]
Áreas de interesse arqueológico presentes em Cascais.
Chalet Barros
Estoril[editar | editar código-fonte]
Chalet Barros
Casal de São Roque
Casa António José Viana Silva de Carvalho
Cocheiras de Santos Jorge
Casa Eugénio de Freitas Bandeira de Mello
Casa Nossa Senhora da Conceição
Casal de Santa Luísa
Chalet Santos
Vila Ramos Simões
Casa das Três Marias
Casa de São Nuno
Chalet Brito
Casa Bernardino de Carvalho
Vivenda Alda
Chalet Pinheiro e Silva
Casa Eugénio Augusto Ribeiro de Castro
Vivenda Rose
Casa Conde da Azarujinha
Casa da Torre
Vila Laura
Vivenda Manon
Casa de São Paulo
Casal Novo
Parede[editar | editar código-fonte]
Hotel Palácio
Casino do Estoril
Casal de Monserrate
Casa José Espírito Santo Silva
Edifício dos Telefones
Casa dos Cedros
Edifício dos Correios
Casa de São Francisco
Casa dos Arufes
Casas geminadas da Rua de Inglaterra, n.º 500 e 504
Casa Claridade
Casa Vale Florido e Boavida
Edifício do Rádio Clube Português/Clube Nacional de Ginástica
Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão
Bairro das Caixas (Parede)
Outros edifícios[editar | editar código-fonte]
Marégrafo de Cascais
Azenha de Atrozela
Quinta de Manique ou Casa da Quinta de Manique ou Palácio de Manique ou Casa
da Quinta do Marquês das Minas ou Quinta do Marquês de Minas
Quinta da Torre D'Aguilha
Estação Ferroviária de Cascais
Teatro Municipal Mirita Casimiro
Museus[editar | editar código-fonte]
Desde 2015[55], a vila de Cascais conta com o Bairro dos Museus, com a integração de
diversos equipamentos e parques que contam com programação e bilhética integrada.
Conferências do Estoril
EDP Cool Jazz
Estoril Jazz
Estoril Open
Lisbon & Estoril Film Festival
Lumina Cascais
MUSA Cascais
OUT///FEST
Semanas de Música do Estoril
Desporto[editar | editar código-fonte]
Cascais possui uma particular vocação para as práticas desportivas em espaços naturais
aquáticos e terrestres graças à Serra de Sintra e à sua costa, cuja qualidade que
converteu o concelho num dos principais centros nacionais de desportos náuticos, em
especial nas modalidades de vela, windsurf, kitesurf, surf, bodyboard e canoagem. Todas
as freguesias do concelho possuem espaços artificiais de cariz desportivo (especializados
ou monodisciplinares e ainda outras aptas para espetáculos desportivos), sendo que do
total de 423 instalações, metade destas se encontram na freguesia de Cascais e Estoril, e
mais de 71% estão concentradas nas zonas do litoral. As instalações especializadas
destacam-se pela sua diversidade e quantidade (29), sendo estratégicas no panorama da
oferta desportiva metropolitana, com a maior representação de campos de golfe (6),
centros hípicos (5) e centros náuticos (4). Para além destas, existem ainda instalações
especiais como são o Estádio António Coimbra da Mota, o Autódromo Fernanda Pires da
SIlva e os hipódromos de Cascais e da Quinta da Marinha.[22]
Existem também espaços de caráter mais informal e recreativo, para a prática de
escalada, skate e patinagem, diversos circuitos de manutenção, ciclovias, pedovias e
circuitos pedestres, minigolfes e espaços de jogos tradicionais. Finalmente, na praia de
Carcavelos, é possível a prática de desportos como o futebol e o vólei. Com tudo isto,
porém, o concelho encontra-se com um défice de área desportiva útil por habitante por riba
dos 50%. As modalidades mais praticadas no concelho correspondem a desportos
individuais, fitness, desportos coletivos e desportos de combate. [22]
Clubes[editar | editar código-fonte]
Grau
Nome do setor Número de Vias Grau Máximo
Mínimo
Ocidente 16 IV 6c
Tubo 7 IV 7b+
Bloco Escadas 14 3 7c
Bloco 5 3 7a+
Alcatifa 12 4 6c
Farol 10 5+ 7a+
Referências
1. ↑ «População residente estimativa». Cascais. Consultado em 2016 Verifique data
Ir para:a b
em: |acessodata= (ajuda)
2. ↑ em grafia antiga, Cascaes
3. ↑ Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas
da CAOP 2013» (XLS-ZIP). Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013.
Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013
4. ↑ Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das
freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28 de janeiro de
2013.
5. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak Henriques, João Miguel
(2014). Cascais: 650 anos de história (PDF). Cascais: Câmara Municipal de
Cascais. ISBN 978-972-637-258-5
6. ↑ Ir para:a b c d e f g h i 500 anos do Foral Manuelino de Cascais (PDF). Col: Coleção Memórias
Digitais de Cascais. Cascais: Câmara Municipal de Cascais. 2014. ISBN 978-972-637-267-
7
7. ↑ Taxa turística de um euro cobrada em Cascais a partir de hoje in Diário de Notícias, 1 de
fevereiro de 2017.
8. ↑ Ir para:a b c d e «Geologia | Hidrologia | Clima — ICNF». www2.icnf.pt. Consultado em 23 de
janeiro de 2018
9. ↑ Ir para:a b Ramos Pereira, Ana (2003). «1. O relevo da Área Metropolitana de Lisboa e área
submersa adjacente». Atlas da Área Metropolitana de Lisboa (PDF). III. Geografia Física e
Ambiente. Lisboa: Área Metropolitana de Lisboa
10. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j 2. CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA, PAISAGÍSTICA E AMBIENTAL (PDF).
[S.l.]: Direcção Municipal de Planeamento do Território e da Gestão Urbanística, Câmara
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11. ↑ Ir para:a b c d e f g Revisão do Plano Diretor Municipal (PDF). Reserva Ecológica Nacional. I -
Delimitação. [S.l.]: Câmara Municipal de Cascais. 2015
12. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j d'Encarnação, José (1979). História e geografia de Cascais (PDF).
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13. ↑ Ir para:a b «GeoCascais». geocascais.cascais.pt. Consultado em 11 de dezembro de 2017
14. ↑ «Água - Abastecimento, qualidade, ribeiras e praias | Cascais
Ambiente». www.cascaisambiente.pt. Consultado em 11 de dezembro de 2017
15. ↑ «2.º relatório» (PDF). Cascais Ambiente. Caracterização biofísica das ribeiras do concelho
de Cascais. 2015
16. ↑ «Praia do Tamariz | Cascais Ambiente». www.cascaisambiente.pt. Consultado em 11 de
dezembro de 2017
17. ↑ «Alterações da linha de costa suspendem uso balnear na Bafureira e Abano | Câmara
Municipal de Cascais». www.cm-cascais.pt. Consultado em 11 de dezembro de 2017
18. ↑ SNIRH. «SNIRH > Dados Sintetizados». snirh.apambiente.pt. Consultado em 12 de
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19. ↑ «Praia grande do Guincho | Cascais Ambiente». www.cascaisambiente.pt. Consultado em
11 de dezembro de 2017
20. ↑ «Praia da Parede | Cascais Ambiente». www.cascaisambiente.pt. Consultado em 11 de
dezembro de 2017
21. ↑ Cascais Estrutura Ecológica – Estudo Preliminar (PDF). Cascais: Cascais
Ir para:a b c d e f g
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