Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
DA REVISTA ÂMBITO
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 1/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
Anúncio
ABSTRACT
Legal Hermeneutics is the branch of General Theory of Law, aimed at the study and
development of the methods and principles of the interpretation activity. The purpose of
Hermeneutics as the theoretical domain is to provide rational and secure basis for an
interpretation of normative statements. Etymologically, the term hermeneutic comes
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
from Hermes. In ancient Greece, Hermes was a mythical character who, through his
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 2/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
ability to understand and reveal, intermediated the message of the gods to men. To
correctly interpret and apply the law, properly framing the fact to a standard, it is
indispensable that the interpreter well understands the precept to determine accurately
its content and scope. This article has as a simple presupposition, to contribute, to
nourish and to nourish the professionals of the Right to formulate in a legal arena their
denunciatory, accusative, defensive, recursal and sentential arguments. In PART 1, of this
Article, the INTERPRETATIVE SYSTEMS AND MEANS will be analyzed. In PART 2, we will analyze
the LEGAL HERMENEUTICS. PART 2: THE LAW OF INTRODUCTION TO THE RULES OF BRAZILIAN
LAW – LINDB, approved by DECREE-LAW No. 4,657, DE 04/09/1942, and its amendments.
RENÉ DELLAGNEZZE
RENÉ DELLAGNEZZE, Doctorate in Constitutional Law at the University of Buenos Aires – UBA,
Argentina (www.uba.ar). Law graduate by the University of Mogi das Cruzes – UMC (1980)
(www.umc.br) and Master of Laws at SALESIANO CENTER UNIVERSITY OF SÃO PAULO –
UNISAL (2006) (www.unisal.com.br). Professor of Law Degree and Postgraduate in Public
Law and Public International Law at UNIVERSITY ESTACIO DE SÁ, Campus ESTACIO /
FACITEC, Brasília, Distrito Federal (www.estacio.br/brasilia). Former Professor of
International Law at METHODIST UNIVERSITY OF SÃO PAULO – UMESP (www.metodista.br).
Contributor of the ÂMBITO JURÍDICO Magazine (www.ambito-juridico.com.br) and UFJF /
DEFENSE – Center for Strategic Research Paulino Soares de Souza, FEDERAL UNIVERSITY
OFJUIZ DE FORA – UFJF (www.defesa.ufjf.br); Researcher of SALESIANO UNIVERSITY CENTER
OF SÃO PAULO – UNISAL. He is currently the General Attorney of IMBEL – INDÚSTRIA DE
MATERIAL BÉLICO DO BRASIL (www.imbel.gov.br), a Federal Government Owned Company,
under the Ministry of Defense. He has experience as a Business Attorney for 36 years, and,
as Professor, with an emphasis in Public Law, mainly in the following areas of law:
Constitutional Law, International, Corporate and Administrative, Labor, Tax, Commercial.
Published several articles and books, among others, the one named “200 Anos da
Indústria de Defesa no Brasil” (200 Years of Defence Industry in Brazil and Sovereignty)
and the other called “O Quarto Poder do Estado” (The Fourth Power of State), both by
Cabral Publisher (www.editoracabral.com.br). Contact: rene@imbel.gov.br;
renedellagnezze@yahoo.com.br.
SUMÁRIO
Introdução
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 3/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
-19%
Curso de Prescrição e
Curso de Semiologia Clínica
Acompanhamento Terapêutic…
2 A Ciência do Direito;
3 Os Sistemas Interpretativos;
4 As Escolas Hermenêuticas;
10 Métodos Interpretativos;
11 Interpretação Constitucional;
12 Antinomia jurídica;
14 Conclusão.
15 Referências Bibliográficas.
Introdução.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 4/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
Estante Virtual
Estante Virtual
Como se sabe, há duas teses sob constantes e aprofundados debates que tentam
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
definir a origem do homem e do Universo. A Tese da Criação, ou Criacionismo,
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
consolidada na Escritura Sagrada, no Livro de Gênesis, e a Tese da Evolução das
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 5/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
A Antiguidade. Período que começa com a utilização da escrita e termina com a queda
de Roma, capital do Império Romano do Ocidente, no ano de 476 d.C., tendo como
pontos importantes, o desenvolvimento da agricultura e pecuária, o surgimento do
escravismo, das cidades-Estados e de sistemas políticos monárquicos, a democracia
nas polis (ou cidades gregas), as religiões monoteístas e as ciências.
A Idade Média. Período que corresponde ao período que vai do Século V d.C., até a
queda de Constantinopla, a capital do Império Romano do Oriente, no ano de 1453,
tendo como pontos importantes, o aparecimento dos impérios feudais (economia
agrícola de subsistência com mão de obra servil), e a evolução do cristianismo e do
islamismo.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 6/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
Nesta rápida radiografia histórica, muitos povos, muitas nações e Impérios dominaram
o cenário mundial de forma soberana, seja por razões militares, seja por razões
comerciais ou econômicas. É bem verdade que o mundo ancestral estava na Europa, no
Mar Mediterrâneo, Oriente Médio, Índia e China. Predominaram nestes tempos remotos,
entre outras, as civilizações da mesopotâmia, egípcia, fenícia, cretense, grega, hebraica,
hindu, babilônica, chinesa, assíria, grega, romana e persa.
1.2 O Conhecimento.
O Conhecimento, em nossa visão, teve três momentos históricos para a sua difusão no
seio da humanidade.
A Era da informação, também conhecida como era digital, é o nome dado ao período
que vem após a era industrial, mais especificamente após a década de 1980; embora
suas bases tenham começado no princípio do Século XX e, particularmente, na década
de 1970, com invenções tais como o microprocessador, a fibra óptica e o computador
pessoal, a rede de computadores, também conhecida pelo acrônimo www, que é a sigla
ou abreviatura para World Wide Web, que significa rede de alcance mundial.
PUBLICIDADE
Livro - Introdução
ao Estudo do…
R$ 49,90
Livro - Teoria
Pura do Direito
R$ 30
Livro - Um lugar
O termo saber tem hoje, por força das coisas e pela realidade do uso, um sentido bem
mais amplo que ao termo ciência. Hoje em dia, é considerado saber, todo um conjunto
de conhecimentos
Este metodicamente
site usa cookies para adquiridos,
melhorar sua experiência. mais ou menos
Presumiremos sistematicamente
que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 8/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
-19%
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 10/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
O fundamento do Conhecimento Religioso é a fé, como já citado. Não é preciso ver para
crer, e a crença ocorre mesmo que as evidências apontem no sentido contrário. As
verdades religiosas são registradas em livros sagrados ou são reveladas por seres
espirituais, por meio de alguns iluminados, santos ou profetas. Essas verdades são,
quase sempre, definidas e não permitem revisões mediante reflexão ou experimentos.
Portanto, o conhecimento religioso é um conhecimento mítico, dogmático ou ainda
espiritual, apoia-se em doutrinas que contem proposições sagradas. O Conhecimento
Religioso é revelado pela Fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser
confirmado ou negado. Depende da formação moral das crenças de cada indivíduo.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 11/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
1.3 A Hermenêutica.
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 12/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
A Lógica é parte da Filosofia que trata das formas do pensamento em geral (dedução,
indução, hipótese, inferência etc.) e das operações intelectuais que visam à
determinação, do que é verdadeiro ou não, ou do que seja uma proposição válida ou
inválida, no interior de um argumento.
Já a Lógica jurídica é ligada à idéia que fazemos do Direito, e se adapta a ela. “Por essa
razão, uma reflexão sobre a evolução do Direito, parece ser uma preliminar
indispensável ao exame das técnicas de raciocínio, próprias desta disciplina, que os
juristas qualificam tradicionalmente de Lógica Jurídica”[2].
PUBLICIDADE
Quem “interpreta“, entende, por um lado do prisma, o que quer dizer, vê o sentido e o
valor do texto, de acordo com sua linguagem, seus próprios valores, suas próprias
experiências. Desta forma, há de se aceitar que, a hermenêutica não é uma ciência
objetiva, exata e absoluta. Nem o precisa ser. Diga-se, a Ciência do Direito constitui um
conjunto ordenado e sistemático de princípios e regras que tem por tarefa, definir e
sistematizar o ordenamento jurídico (Direito Positivo ou Direito Posto, vale dizer,
Este site usa cookies
produzido para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pelo Estado)[3] .
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 13/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
Graças ao conhecimento dos princípios que determinam a correlação entre as leis dos
diferentes tempos e lugares, sabe-se qual o complexo de regras em que se enquadra
um caso concreto. Estrema-se do conjunto a que parece aplicável ao fato. O trabalho
não está concluído. Toda lei é uma obra humana e aplicada por homens; portanto,
imperfeita na forma e no fundo, e dará duvidosos resultados práticos, se não
verificarem, como esmero o sentido e o alcance das suas prescrições. Incumbe ao
intérprete àquela difícil tarefa. Procede à análise e também a reconstrução ou síntese.
Examina o texto em si, o seu sentido, o significado de cada vocábulo. Faz depois obra de
conjunto, compara-o com outros dispositivos da mesma lei, e com os de leis diversas,
do país, ou de fora. Inquire qual o fim da inclusão da regra no texto, e examina este
tendo em vista o objetivo da Lei toda e dos Direitos em geral. Determina por este
processo o alcance da norma jurídica e, assim realiza, de modo completo, a obra
moderna da hermenêutica.
Sugere Maximiliano que o processo de interpretação não pode ser reduzido a uma
Este site usa
simples cookies para
descoberta domelhorar
sentidosua experiência.
desejado peloPresumiremos
autor da lei, que
mas,você está
que, ok com
deve isso, mas
inserir-se novocê
pode cancelar
processo sociológico se desejar.do
de adaptação Aceitar Leiaao
Direito, Mais
Aceitar
contexto
Leia
social que mais
permanece em
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 14/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
constante mutação. Dessa forma, a interpretação não é vista por ele, nem como uma
expressão da vontade do julgador, nem como um esclarecimento do pensamento do
legislador, mas, como uma atividade executada de acordo com as necessidades
sociais.
PUBLICIDADE
Nesse sentido, sustenta que, sob qualquer dos seus aspectos, a interpretação é antes,
sociológica, que individual, o que pode revelar, inexoravelmente, ter sido ele influenciado
pelas Teorias Sociológicas, que haviam ganhado força no plano internacional de sua
época.
2 A Ciência do Direito.
2.1 O Direito é uma ciência social e tem como objetivo, o estudo das normas que
disciplinam a conduta do homem em sociedade, visando a harmonia do convívio e ao
bem comum. Os romanos, que foram os maiores juristas da Antiguidade afirmavam: Ubi
societas, ibi jus, o que quer dizer, “Onde houver sociedade, aí haverá Direito”. “A palavra
Direito, bem como o próprio nome diz, no sentido amplo da Ciência do Direito, vem dos
romanos antigos, e é a soma da palavra DIS (muito) + RECTUM (reto, justo, certo), ou
seja, Direito, em sua origem, significa o que é muito justo, o que tem justiça[5]
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 15/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
2.3 O Direito Subjetivo. É o poder de ação. Diz, então, que, subjetivamente, o Direito é a
faculdade de alguém fazer ou deixar de fazer alguma coisa, de acordo com a regra de
ação, ou seja, de acordo com a norma. A esse poder de ação, a essa faculdade de agir,
denomina-se facultas agendi (faculdade de agir).
2.5 O Direito Positivo. Considera-se Direito Positivo, o direito temporal e espacial, ou seja,
o conjunto de regras escritas ou costumeiras em vigor, num determinado país, e em
certo período. A designação “Direito Positivo” vem da expressão latina jus in civitate
positum (Direito nos Estados).
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 16/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
Direito Financeiro
Direito do Consumidor
Direito Penal
Direito do Trabalho
Direito Eleitoral
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 17/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
3 Sistemas Interpretativos.
PUBLICIDADE
Considera-se somente a Lei. Tem-se a ideia de que esta é clara e exprime precisamente
a vontade do legislador. O intérprete não pode achar um significado, senão, o expresso
no texto legal, tornando-se assim, seu escravo, tendo que aceitar a norma, tal como
está feita, e não a corrigir, a pretexto de interpretá-la. Há duas subdivisões:
Extremada. Prima-se a lei como clara, exprimindo precisamente tudo aquilo que o
legislador logrou em pensar. Para Laurent[10] a letra é “a fórmula do pensamento” e
“dizer que esse pensamento será outro que não aqele expresso no texto claro e formal, é
acusar o legislador de uma leviandade que não se lhe pode imputar.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 18/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
Mais flexível que o Sistema Dogmático Exegético, admite uma interpretação ampla,
preconizando às necessidades sociais. É realizada através da aplicação de métodos
para corrigir as imperfeições da lei. Reconhece-se que há nesta, vícios, que devem ser
corrigidos pelo aplicador.
Interpretação Lógica. Considera a conexão dos vários sentidos das locuções, expressões
e orações do direito. Para haver lógica, deve haver conexão e sentido entre as
expressões de todo o ordenamento. Quase sempre esse método toma posse do
gramatical.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 19/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
-13%
Há nesse sentido duas atitudes bem distintas em meio aos propugnadores de livre
pesquisa, que se poderia chamar de romântica e a propriamente científica. Na primeira,
os magistrados, em suas sentenças, procediam de total liberação às peias legais, tendo
em suas decisões, uma coloração das suas próprias ideias políticas ou cunho dos seus
pendores sentimentais. Já, a segunda, prevalece de uma orientação totalmente
científica, norteando-se o aplicador, pelos princípios fundamentais do Direito.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 20/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
Livro - Introdução
ao Estudo do…
R$49.90
Livro - Teoria
Pura do Direito
R$30
Livro - Curso de
Filosofia do…
R$49.80
Estante Virtual
A idéia principal dos juristas dessa Escola consiste no fato de que o intérprete deve
apenas buscar a chamada mens legislatoris, ou seja, a vontade do legislador, o que ele
queria dizer ao elaborar a lei. Desse modo, não importará se a sociedade mudou ou
Este site usa
evoluiu, cookies para melhorar
a interpretação sua experiência.
será sempre Presumiremos
aquela voltada que vocêàestá
ao passado, ok com
época daisso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 21/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
elaboração da norma. Por essa razão, o método utilizado era normalmente o gramatical
ou literal, pois, para esses teóricos as palavras carregavam a vontade originária do
legislador.
Essa Escola não aceitava quaisquer outras fontes, senão, a própria lei, e esta
representava todo o Direito existente. Havia o endeusamento das codificações que
eram consideradas obras perfeitas e completas, não se aventando a possibilidade de
lacunas ou a atividade criativa da jurisprudência. O inconveniente óbvio dessa ideia, é o
de que o Direito, nem sempre acompanha a sociedade, que está em constante
evolução, fazendo com que as normas se tornem, muitas vezes, obsoletas e arcaicas,
presas ao tempo de sua criação.
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 22/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
Ressalte-se que, o intérprete não tem qualquer poder inventivo ou integrador, devendo
manter-se no âmbito do texto legal, pois, essa Escola Histórico-Evolutiva também não
admitia, assim como a Escola da Exegese, que o Sistema Jurídico fosse omisso, não
fazendo, portanto, quaisquer referências às lacunas.
Para essa Escola também deve ocorrer a busca da mens legislatoris (pensamento do
legislador), ou seja, a procura da vontade do legislador, tanto assim, que há a
investigação da chamada “occasio legis” (ocasião da lei), que é o conjunto de fatos que
acarretaram a criação da norma, ou como registrou Carlos Maximiliano[12], é “o
complexo de circunstâncias específicas atinentes ao objeto da norma, que constituíram
o impulso exterior à emanação do texto; causas mediatas e imediatas, razão política e
jurídica, fundamento dos dispositivos, necessidades que levaram a promulgá-los; fatos
contemporâneos da elaboração; momento histórico, ambiente social, condições
culturais e psicológicas sob as quais a lei surgiu e que diretamente contribuíram para a
promulgação; conjunto de motivos ocasionais que serviram de justificação ou pretexto
para regular a hipótese; enfim, o mal que se pretendeu corrigir e o modo pelo qual se
Este site usa
projetou cookies paraou
remediá-lo, melhorar
melhor,sua
asexperiência.
relações de Presumiremos
fato que o que você está
legislador ok com
quis isso, mas você
organizar
juridicamente.”pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 23/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
Ressalte-se, porém, que o intérprete não tinha o condão de contrariar o texto legal, mas
tão só, explicá-lo ou integrá-lo (completá-lo), quando necessário. A livre investigação
só teria cabimento no caso de lacuna das fontes formais do Direito, e não, quando a
norma fosse considerada injusta.
PUBLICIDADE
Livro - Lições de
História do…
R$ 50
Livro - Ciência do
Direito, Norma,…
R$ 63,96
Livro - Introdução
ao Estudo do…
R$ 49,90
Estante Virtual
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 24/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
Esta última facção mais radical, foi a que se tornou mais conhecida, tendo como
representante maior, o jurista alemão, Hermann U. Kantorowicz (1877-1940)[14], com a
publicação do livro Der Kampf um die Rechtswissenschaft (A Luta pela Ciência do
Direito), e assim, sustentava que, “se o texto da lei tem um único sentido e sua aplicação
está em harmonia com o sentimento da comunidade, o juiz deve utilizá-lo, devendo
deixá-lo de lado, se for de interpretação duvidosa, ou se sua convicção, levá-lo à
conclusão de que o legislador não teve em mente, a hipótese surgida com o caso
concreto”.
Ao deixar de lado o texto legal, segundo essa teoria mais exacerbada, o juiz decidiria
como se fosse o legislador, do modo como acredita que teria sido feita a norma para
aquele caso concreto. Em última hipótese, o juiz recorreria ao “sentimento da
comunidade”, representado pelas convicções predominantes em certo tempo e lugar
sobre aquilo que é justo.
O Direito Livre fixou a sua atenção no papel do juiz, colocando sobre seus ombros a
responsabilidade de realizar justiça, teve seu aspecto positivo na medida em que
ressaltou a importância da atuação jurisdicional para o Direito e, a partir do momento
em que colocou em foco a questão da Justiça. Entretanto, como é facilmente verificável,
essa Escola peca por ser tão radical, quanto a Escola exegética, e sua maior crítica,
refere-se a excessiva liberdade conferida ao juiz, que pode fazer com que este, se deixe
levar por sentimentalismos, passando a julgar com “intuição” e não com argumentos
sólidos, o que abalaria um dos nossos princípios jurídicos mais importantes que é a
segurança jurídica, constituindo uma ameaça à ordem jurídica vigente e um convite ao
arbítrio.
5.1 Conceito de aplicação ou integração. Ao aplicar a lei, o intérprete faz com que, de
princípio puramente ético, a lei passe a integrar-se na realidade dos fatos sócio
jurídicos. A Aplicação ou Integração do Direito, consiste no enquadramento de um caso
concreto em norma jurídica adequada. Estabelecida esta norma jurídica, e tendo
incidido, em meio à vida real, algum problema com ela, relacionado à solução a ser
dada, encerra três fases distintas. Concerne ao conhecimento da hermenêutica, isto é,
do conjunto de regras que norteiam a arte de averiguar o Direito contido nas leis e nas
demais formas de que o mesmo se reverte; Respeita à utilização dessas regras, com
referências ao conhecimento da norma que se tenha em vista, fase esta da mera
interpretação do Direito; E, a fase final da integração dos resultados do trabalho
interpretativo, no caso concreto, com fito de lhe dar a melhor solução jurídica.
5.2 Havendo lei expressa a respeito, o problema não oferece maior dificuldade e sendo o
Este site usa
assunto cookies
não para em
previsto melhorar suasão
lei, três experiência. Presumiremos
as principais que você
orientações: (a) está ok com
Diante isso,
da lei mas você
omissa
pode
ou obscura, o juiz cancelar
deverá se desejar. Aceitar
simplesmente Leia Mais
declarar o autorAceitar
Leia
carecedor demais
direito, por falta
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 25/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
de fundamento; (b) O juiz deverá remeter o caso à autoridade competente para fazer
leis, solicitando a elaboração da norma aplicável; (c) O juiz deverá julgar o pedido com
base nos recursos supletivos para o conhecimento do direito, já enumerados em lei, já
consagrados pela doutrina.
PUBLICIDADE
6.1 É a aplicação de um conjunto de princípios jurídicos que a lei estabelece, para certo
fato, a outro fato não regulado, mas, juridicamente semelhante ao primeiro. Casos
análogos já regulados, por um processo de abstração, extrai-se a regra que vale para
aqueles, alargando-a até compreender os casos não previstos que apresentem, no
entanto a mesma essência jurídica.
6.2 A Analogia não se confunde com a indução, nem com a interpretação entre a
analogia e a indução. Vale lembrar que esta (indução) consiste em estender, em
generalizar para todos os casos da mesma natureza, aquilo que é válido para um só
deles, ao passo que a primeira (analogia) se limita a estender o que é válido para certo
caso a outro que lhe seja similar.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 26/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
A interpretação extensiva não faz, senão, reconstruir a vontade legislativa existente para
a relação jurídica que só, por inexata formulação, parece, à primeira vista, excluída,
enquanto a analogia, se encontra em presença de uma lacuna, de um caso não
previsto, e procura superá-la através de casos afins.
6.4 Não é admissível a analogia em dois casos: (a) no das leis de caráter criminal,
exceto as hipóteses em que a analogia beneficie o réu; (b) nas de ius singulare, (lei
singular) cujo caráter excepcional, conforme a communis opinio doctorum, (opinião
comum dos doutores), não comportar a decisão de semelhante a semelhante.
7.1 Na falta de outras normas, portanto, sem situações análogas, o juiz buscará decidir o
direito conforme os costumes da região. O costume no Direito é considerado uma
norma aceita como obrigatória pela consciência do povo, sem que o Poder Público a
tenha estabelecido. O costume jurídico é norma jurídica obrigatória, imposta ao setor da
realidade que regula, possível de imposição pela autoridade pública e, em especial,
pelo Poder Judiciário. Nesse sentido, o costume de um dado povo, é fonte do direito,
pois, pode ser aplicado pelo Poder Judiciário, uma vez que, o próprio costume constitui
uma imposição da sociedade.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 27/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
-43%
7.3 O nosso Direito não encontra no costume a sua principal fonte, mas, sim, na lei. A
tradição jurídica remonta ao Direito Romano, da mesma forma como ocorre em quase
todos os povos do Ocidente, como por exemplo, a França, Itália, Espanha Portugal,
Alemanha, Bélgica e outros. A base do Direito destes países é a Lei escrita e não o
costume. Registre-se que o Sistema Romano-germânico ou também conhecido como
Civil Law, é o Sistema Jurídico mais disseminado no mundo, baseado no Direito Romano,
utilizado também pelo Brasil, e se fundamenta na Lei, como a principal fonte do Direito.
7.4 Entretanto, na Grã Bretanha e nos Estados Unidos da América, tem como fonte do
seu Direito, o Costume e na jurisprudência, firmado pelas decisões das Cortes de
Justiça. O Direito destes dois países é conhecido como Direito Consuetudinário (que
vem do latim consuetudo e quer dizer costume) ou Direito Comum, ou ainda, como o
Sistema Jurídico dos países da Common Law.
7.5 Assim, os Costumes são normas que não provêm da atividade legislativa ou das
autoridades políticas, mas, da consolidação dos usos tradicionais de um povo ou de
uma comunidade. No Direito existem três tipos de costumes, sendo eles: (a)
Costumes Secundum legem (De acordo com os costumes da Lei): sua utilização
encontra amparo na lei. Quando não há acordo entre as partes em um processo
judicial, o juiz poderá decidir com base neste tipo de costume; (b) Costumes Praeter
legem (Costumes não abrangido pela Lei): se utiliza quando não há previsão legal. O
jurista resolve a lacuna que há na legislação por meio da aplicação deste tipo de
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
costume; (c) Costumes Contra legem (Costumes contra a Lei): este se classifica como
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 28/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
contrário a lei. Trata-se de prática realizada pela sociedade como nova forma de
conduta, porém que contradizem a lei, no entanto são recorrentes quando a aplicação
da lei em desuso.
Como exemplo de Costume, pode-se citar: (a) respeitar a fila, não é um mero hábito,
pois, há uma norma social que exige de todos respeitem essa conduta. Quando alguém
fura uma fila, todos compreendem que não se trata apenas de romper um padrão usual
de conduta, mas, que existe o descumprimento de uma obrigação; (b) união Estável,
que surgiu da observação de que na sociedade brasileira existe um grande número de
famílias que se formam a partir da união do homem e da mulher, fora do matrimônio. E,
como o Direito estuda os fenômenos sociais ocorridos com frequência na sociedade,
obrigou o legislador a elaborar a Lei do Concubinato, conforme disposição do art. 1.726 e
1.727, do Código Civil Brasileiro; (c) cheque pós-datado, vulgarmente conhecido como
pré-datado. O costume, neste caso, descaracterizou o cheque como ordem de
pagamento à vista, e o Poder Judiciário não pôde deixar de conhecer deste fenômeno
imposto pela grande maioria das pessoas em seus atos de comércio. Pode-se dizer que
o uso e o costume de emitir cheque pós-datado criou o instituto do cheque como
promessa de pagamento, diferente do regulamento legal, que é a ordem de
pagamento à vista.
PUBLICIDADE
8.2 Entende-se por Princípios Gerais do Direito, as exigências do ideal de justiça a ser
concretizado na aplicação do Direito, entre as quais, podem ser destacadas, como a
equidade, que deve dosar a decisão, a ética, a moral, a solidariedade humana, a
dignidade da pessoa, aos fins sociais da norma legal, na sua aplicação de determinada
causa, e aos demais atributos que vigore no Ordenamento Jurídico.
8.3 E bem verdade que a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, (LINDB),
aprovada pelo Decreto-Lei nº 4.657, de 04/09/1942, estabelece no seu art. 4º, que,
quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e
os princípios gerais de direito. A rigor, a jurisprudência não se configura como norma
obrigatória, prevista na LINDB, mas, apenas, indica o caminho predominante em que os
Tribunais entendem de aplicar a lei, suprindo, inclusive, eventuais lacunas desta última.
Por exemplo, o que diz respeito à justa causa, a interpretação que se dá a cada caso,
constitui valiosa forma de auxílio na análise do tema, pois, a lei não esclarece como é
que se verifica a falta grave praticada pelo empregado.
8.4 Para a Teoria Clássica, a jurisdição é ato de mera aplicação do Direito e o juiz é
escravo da lei, dela não se podendo afastar. Cabe-lhe aplicá-la tal como está redigida,
e assim, o magistrado é uma “máquina de subsumir”.
Dessa Teoria, resulta que o juiz não pode ser elevado à órgão ordenador da ordem
Este site e
social, usa
a cookies para melhorar
jurisprudência, suanão
a rigor, experiência.
pode ser Presumiremos
identificadaque vocêfonte
como está ok
docom isso, mas
direito. você
O juiz é
pode cancelar
mero intermediário, que faz se desejar. Aceitar
a passagem do Leia Mais
texto Aceitar
legal para
Leia
o caso mais
concreto, e não será
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 30/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
8.6 José Joaquim Gomes Canotilho (1941)[18], jurista portugues, Professor catedrático da
Faculdade de Direito de Coimbra, Portugal, e Professor visitante da Faculdade de Direito
da Universidade de Macau, nos ensina que os princípios são normas compatíveis com
vários graus de concretização, conforme os condicionalismos fáticos e jurídicos,
enquanto que as regras impõem, permitem ou proíbem uma conduta, de forma
imperativa, que é ou não cumprida. No caso de conflito, os princípios podem ser
harmonizados, pesados conforme seu peso e seu valor em relação a outros princípios.
Já as regras, se têm validade, devem ser cumpridas exatamente como prescritas, pois
não permitem ponderações. Se não estão corretas, devem ser alteradas. Isso
demonstra que a convivência dos princípios é conflitual – coexistem -, enquanto a das
regras é antinômica – excluem-se.
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 31/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
8.9 Todos os princípios, a priori, têm o mesmo valor e peso. Na hipótese de dois ou mais
princípios colidirem, deve ser ponderado no caso concreto qual o princípio que deve
prevalecer para fazer Justiça. Não se resolve o conflito eliminando um dos princípios, do
rol dos princípios. Também não se estabelece uma regra geral, pela qual um princípio
prevalece diante de outro, e tampouco, se estabelece uma regra de exceção, pela qual,
em tese, um princípio prevalece, mas, que, em certos casos, pode prevalecer o outro.
Assim, a rigor, não existe uma precedência absoluta de um princípio diante de outro,
mas uma precedência condicionada.
8.10 Robert Alexy (1945)[20], que é um dos mais influentes filósofos alemães
contemporâneos na Ciência do Direito, Professor da Universidade de Kiel, Alemanha,
afirma que a solução da colisão consiste antes em que, tendo em conta as
circunstâncias do caso, se estabelece uma relação de precedência condicionada entre
os princípios. A determinação da relação de precedência condicionada consiste em
que, tomando em conta o caso, se indicam as condições sob quais, um princípio
precede ao outro. Sob outras condições a questão da precedência pode ser
solucionada da forma inversa. A colisão pode ser pela ponderação no caso concreto,
mas a lei da colisão, elaborada por Alexy, sustenta que se as condições em dois casos
diferentes são iguais, deve prevalecer em ambos os casos o mesmo Princípio. Porém se
as condições concretas são diferentes pode prevalecer no conflito dos mesmos
princípios, o outro princípio. Assim a solução da colisão de princípios se dá no caso
concreto mediante a ponderação. Para avaliar, qual princípio é, no caso concreto, o
mais justo utiliza-se, para tanto, o princípio da proporcionalidade, como critério da
ponderação.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 32/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
8.10.1 Dessa forma, afirma o jurista que na colisão de princípios se pondera os princípios
em colisão. No caso concreto será analisado se a aplicação de ambos os princípios é
adequada e necessária, e se realmente for, será analisada, a proporcionalidade em
sentido estrito.
8.11 Na mesma linha, Ronald Dworkin (1931-2013)[21] que foi um Filósofo do Direito norte
americano e Professor na University College London e na New York School Of Law, ensina
que quando dois princípios entram em colisão, ganha aplicação aquele princípio que,
pelas circunstâncias concretas do caso, mereça primazia sem que isso importe na
invalidade do princípio oposto. Diversamente, se duas regras entram em conflito, afirma
Dworkin, uma delas definitivamente não pode ser considerada válida. A colisão dos
princípios, portanto, segundo Dworkin, resolve-se na dimensão de peso; já o conflito
entre regras resolve-se no plano da validade (1).
8.11.1 Os princípios, conforme Dworkin, apenas contêm motivos que falam a favor de uma
decisão, de tal forma que, num caso concreto, apresentando-se um princípio que exija
aplicação, podem existir outros princípios que, colocando-se numa posição contrária,
por circunstâncias específicas do caso, acabem tendo maior peso ou primazia sobre
aquele primeiro princípio e, afastando-o, ganhem aplicação (2). De toda forma,
completa Dworkin, isso não significa que o princípio preterido não mais pertença ao
Sistema jurídico, pois, em um próximo caso, ou por já não existirem aquelas
circunstâncias contrárias, ou por terem perdido o seu peso, o princípio anteriormente
preterido pode tornar-se decisivo para o caso e, então, ganhar primazia sobre os
princípios que lhe eram contrários (3).
8.12 Dessa forma, dado a importância dos princípios que regem a Ciência do Direito,
conforme Ataliba, seja pelo princípio de proporcionalidade como critério de
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
ponderação defendido por Alexy, seja pelo critério de seu peso e seu valor em relação a
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 33/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
8.13 Por essa razão, considerando que a Constituição Federal é a fonte de todo o
Ordenamento Jurídico Brasileiro, e uma vez observado o critério de peso, entendemos
que não remanescem dúvidas que os princípios constitucionais prevalecem em relação
a outros Princípios do Direito, razão pela qual, no seu pautar, a Administração Pública
não pode realizar atos que não estejam amparados em lei, resultante do devido
processo legislativo, em homenagem ao estado de direito, consignado no art. 5º, II, da
Constituição Federal.
8.14 É bem verdade que a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, (LINDB),
aprovada pelo Decreto-Lei nº 4.657, de 04/09/1942, estabelece no seu art. 4º, que
quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e
os princípios gerais de direito. Assim, caberá ao intérprete analisar, dentro das fontes do
Direito, qual deverá ser utilizada preferencialmente, para aplicação correta ao caso
concreto, objetivando o alcance da segurança jurídica e da Justiça.
PUBLICIDADE
livre-arbitrio
Aceitar e
nem
Leiapode
mais ser contrária
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 34/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
ao conteúdo expresso da norma. Ela deve levar em conta a moral social vigente, o
regime político Estatal e os Princípios Gerais do Direito. Além disso, a mesma equidade
“não corrige o que é injusto na lei, mas, completa o que a Justiça não alcança.
9.2 Sem a presença da equidade no Ordenamento Jurídico, a aplicação das leis criadas
pelos legisladores e outorgadas pelo Chefe do Executivo acabariam por se tornar muito
rígidas, o que beneficiaria grande parte da população; mas, ao mesmo tempo,
prejudicaria alguns casos específicos, aos quais, a lei não teria como alcançar. Vale
dizer, o legislador permite ao juiz aplicar a norma com equidade, ou seja, temperar seu
rigor naqueles casos em que a aplicação da mesma (a lei) levaria ao sacrifício de
interesses individuais que o legislador não pôde explicitamente proteger em sua norma.
É, portanto, uma aptidão presumida do magistrado.
9.3.1 Assim, na concepção de justiça defendida por Rawls, procura-se resolver o conflito
pela distribuição de bens sociais entre as pessoas. Rawls, nesta perspectiva, considera
que as pessoas são seres racionais e razoáveis, isto é, que possuem interesses próprios
de acordo com a concepção de bem que formulam para as suas vidas, mas que, ao
mesmo tempo, dispõem-se, em função do sentido de justiça que possuem, a ponderar
umas com as outras, sobre quais, os justos termos de cooperação, devem nortear o
convívio social e a distribuição dos benefícios sociais. Dessa forma, conforme sugere
Rawls, as pessoas chegam a um acordo sobre os princípios de justiça, pelo consenso ou
pelo ajuste equitativo.
9.5 Na perspectiva da justiça como equidade sugerida por Rawls, o legislador pátrio já
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
apontou no Ordenamento Jurídico, as inserções para aplicação da equidade, que, a
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
título de exemplo, citamos o art. 140, do Código de Processo Civil Brasileiro – CPC e dos
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 35/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
artigos 108, IV, e §2º e o 172, IV, do Código Tributário Nacional – CTN, in verbis:
PUBLICIDADE
Compre 5 Pague 4
GRUDADO
CPC…
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
_______________________________________________________________
CTN…
I – a analogia;
IV- a equidade;
(…) site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
Este
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 36/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
Art. 172 A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: […]
9.6 Por outro lado, a Equidade é dos gêneros chamados análogos, que quer dizer, dos
que apresentam vários significados semelhantes e relacionados uns com os outros.
Cinco são as suas acepções mais importantes: (a) a do princípio similar e anexo ao da
justiça; (b) a de virtude ou hábito prático informado por esse princípio; (c) a de direito
de agir de modo conforme a essa virtude; (d) a de ato de julgar conforme o ditame do
mesmo principia; e (e) a de jurisprudência em geral.
PUBLICIDADE
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 37/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
9.9 A equidade pode ser dividida em legal e judicial. A equidade Legal é aquela que se
contém no próprio texto da lei; a equidade Judicial é aquela que expressa
implicitamente o que o legislador incumbe o magistrado de levar a efeito.
9.10 Outra divisão da equidade. A equidade é aquela em que traz três categorias: (a)
civil é aquela que se funda exclusivamente em determinação contida na lei; (b) natural
é a que se baseia no direito natural que tem o juiz de distribuir justiça equanimente; e,
(c) cerebrina (substância do cérebro) é a falsa equidade, sentimentalista, anticientífica,
tirânica, que por sua vez deve ser banida.
9.13 Por fim, em face do respeito pelo direito de cada pessoa, adequando-se a norma ao
caso concreto, pelo que se considera justo, é que, na apreciação e no julgamento justo,
em virtude do senso de justiça imparcial, visando a igualdade no julgamento, é que se
utiliza-se a equidade, para auxiliar no julgamento imparcial, com pedidos idênticos.
Assim, a equidade encontra-se nas regras gerais contidas nos artigos 4º e 5º, da LINDB,
aprovada pelo Decreto nº 4.657, de 04/09/1942, bem como, nos seguintes dispositivos
jurídicos: artigo 212, §3º, da Constituição Federal (CF); artigos 413, 479, 928, parágrafo
único, 944, parágrafo único; e 953, parágrafo único, todos do Código Civil Brasileiro (CC),
e artigo 140, parágrafo único, do Código de Processo Civil Brasileiro (CPC); e, artigos 108,
IV, e §2º e 172, IV, do Código Tributário Nacional (CTN).
10 Métodos Interpretativos.
10.1 Os Métodos da Hermenêutica foram definidos por Friedrich Carl von Savigny (1779-
1861), jurista alemão do Século XIX, fundador da Escola Histórica do Direito, que
desmembrou a concretização da interpretação pelo Método Teleológico, lógico,
histórico e sistemático. O ilustre doutrinador, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Prof.
Dr. Luís Roberto Barroso[24], sintetizando os métodos de interpretação, define que “a
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 38/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
Compre 5 Pague 4
GRUDADO PAPEL DE PAREDE
10.3 Paulo de Barros Carvalho[25], Mestre e Doutor pela PUIC-SP, entende que “a
hermenêutica fornece tão somente os instrumentos de interpretação dos enunciados
jurídicos com fins de construção do sentido da norma jurídica, ou seja, a norma jurídica
não está na lei, mas na cabeça do intérprete, que a constrói (a norma) baseado nos
textos jurídicos enunciados na vasta legislação existente, mediante a utilização de
determinados métodos previamente selecionados pelo intérprete”. Não existe “vontade”
ou “espírito” na lei, mas sim a vontade do legislador na época da criação da lei, da qual,
se pode construir uma norma jurídica baseada na realidade contemporânea de cada
intérprete da lei ao criar a norma jurídica aplicável a cada caso.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 39/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
10.5 A doutrina jurídica compartilha que qualquer preceito normativo deve ser
interpretado em harmonia com os princípios gerais de um Ordenamento Jurídico. Tércio
Sampaio explica ainda, a questão, por um exemplo representativo, se buscássemos no
todo do Ordenamento Jurídico, um conceito de empresa nacional, ele mudaria
dependendo do contexto normativo analisado? Sim, portanto, há de se cuidar às
especificidades de cada conteúdo expresso, numa ou noutra norma, além do cuidado
com o âmbito de aplicabilidade da lei específica.
10.6 Por fim, uma outra forma de interpretação consagrada é a interpretação histórica,
que busca o sentido inicial do conceito jurídico ou da norma. Ela o faz através de
precedentes normativos, justificativas de elaboração de leis, jurisprudência. Cabe
enfatizar, concluindo que, uma tendência atual do Direito é distanciar-se do
entendimento da letra da lei e aproximar-se do propósito da norma. Por isso, a
proliferação de interpretações principiológicas, que apareceram no contexto normativo,
pós Constituição Federal de 1988. Segue adiante um conjunto de Métodos
interpretativos, classificados sucintamente:
10.6.1 Gramatical. Também pode ser denominada como textual, literal, filológica, verbal
ou semântica. Busca, a partir do texto normativo, atribuir o conteúdo semântico das
palavras, ou seja, revela o significado dos enunciados lingüísticos. O ponto de partida do
processo de interpretação normativa se dá através da interpretação gramatical,
todavia, o intérprete que repousar, demasiadamente, sua linha de raciocínio nesta
forma de interpretação, correrá o risco de conduzir a aplicação jurídica à injustiça
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 40/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
10.6.2 Autêntico. É aquela que provém do legislador que redigiu a regra a ser aplicada,
de modo que demonstra no texto legal qual a mens legis que inspirou o dispositivo legal.
10.6.3 Doutrinário. É dado pela Doutrina, ou seja, pelos cientistas jurídicos, estudiosos do
Direito que inserem os dispositivos legais em contextos variados, tal como relação com
outras normas, escopo histórico, entendimentos jurisprudenciais incidentes e demais
complementos exaustivos de conhecimento das regras.
10.6.3 Literal. Busca o sentido do texto normativo, com base nas regras comuns da
língua, de modo a se extrair dos sentidos oferecidos pela linguagem ordinária os
sentidos imediatos das palavras empregadas pelo legislador.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 41/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
10.6.6 Teleológico. Ciência das causas finais, que se baseia na idéia de finalidade;
ciência que admite a existência de uma causa primordial. Busca os fins sociais e bens
comuns da norma, dando-lhe certa autonomia em relação ao tempo que ela foi feita.
Tratando-se de hermenêutica jurídica, o termo significa a interpretação do Direito (seu
objeto), que pode e deve, passar por uma leitura constitucional e política.
10.7 Os Casos omissos. É quando não se encontra na lei solução para o caso concreto, e,
neste caso, cabe ao jurista a interpretar o texto legal, socorrendo-se da Analogia e dos
Princípios Gerais do Direito. Para o juiz, sendo omisso o texto, e se não puder solucionar o
caso nem pela Analogia e nem pelos Princípios Gerais do Direito, ele se valerá de uma
terceira alternativa, que é a criação de uma norma para solucionar a controvérsia,
como se fosse um legislador.
PUBLICIDADE
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 42/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 43/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
seria descobrir o verdadeiro significado das normas e guiar-se por ele na sua aplicação.
Ou seja, o legislador constitucional é o soberano e o juiz é aquele que pronuncia as
palavras da lei.
PUBLICIDADE
Compre 5 Pague 4
GRUDADO PAPEL DE PAREDE
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 44/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
O que realmente importa para o intérprete é a situação que a norma escolheu regular.
Interpretação constitucional é, portanto, concretização; aquilo que não aparece de
forma clara como conteúdo da Constituição é que deve ser determinado pela
incorporação da realidade, de cuja ordenação se trata. Em resumo, o conteúdo da
norma só se torna completo com a interpretação que, no entanto, não pode realizar-se
apenas com as pretensões contidas nas normas, ainda mais, porque o texto
constitucional aparece com conteúdos genéricos e indeterminados, é preciso também
levar em consideração as peculiaridades das relações concretas que essa norma
pretende regular.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 45/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 46/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
Todavia, por mais que se busquem decisões judiciais seguras ou corretas, jamais será
possível desvendar por que existem veredictos contraditórios sobre um mesmo assunto,
proferidos por um mesmo juiz, com base em fatos e elementos normativos idênticos. O
motivo é simples, pois, a interpretação jurídica é o reencontro gradual do espírito
humano consigo próprio.
Por outro lado, por intermédio da fundamentação, as partes saberão se o juiz analisou
corretamente a prova, se cometeu algum vício, se deixou de analisar alguma questão
de fato ou direito, garantindo assim, ao jurisdicionado, que não haverá arbitrariedade
da decisão proferida pelo Estado-juiz. Confira-se posicionamento firmado no Supremo
Tribunal Federal, por meio do julgamento do Recurso Extraordinário n. 540.995, acerca
da decisão fundamentada:
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 47/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
No Estado Democrático de Direito (art. 5º, II, CF) tem-se como característica, que o
Estado-juiz, deve sempre motivar a sua decisão tomada, em linguagem clara e
acessível, o que corresponde com a lógica jurídica, encontrada na Constituição, quando
se estabelece o princípio da fundamentação das decisões judiciais como dever do juiz
(art. 93, IX, CF).
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 48/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
11.5.5 Princípio da Máxima Efetividade. Tem como objetivo priorizar a produção dos
efeitos da Constituição diante da realidade social. Exemplo: art. 37, CF, inciso VII, direito
de greve dos funcionários públicos. O STF já decidiu sobre a matéria, no Mandado de
Injunção, MI 585, reconhecendo que o direito não pode ser sonegado diante da omissão
legislativa, prevendo a aplicação do direito de greve dos funcionários utilizando as
regras do direito de greve no âmbito privado, Lei nº 7.783, de 28/06/1989;
EMENTA: MANDADO DE INJUNÇÃO. DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS. ARTIGO 37,
VII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Configurada a mora do Congresso Nacional na
regulamentação do direito sob enfoque, impõe-se o parcial deferimento do writ para
que tal situação seja comunicada ao referido órgão.
(MI 585, Relator (a): Min. ILMAR GALVÃO, Tribunal Pleno, julgado em 15/05/2002, DJ 02-
08-2002 PP-00059 EMENT VOL-02076-01 PP-00030).
PUBLICIDADE
Compre 5 Pague 4
GRUDADO
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 49/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
12 Antinomia Jurídica.
12.1 Antinomia jurídica. A Antinomia Jurídica é uma contradição real ou aparente entre
normas dentro de um Sistema Jurídico, dificultando-se assim, sua interpretação e
reduzindo a segurança jurídica no território e tempo de vigência daquele Sistema.
Conforme o entedimento de Tércio Sampaio Ferraz Jr[30], “a antinomia jurídica é um
tipo de antinomia pragmática”. Pode ocorrer entre duas normas, dois princípios jurídicos
ou entre uma norma e um princípio aplicado a um caso particular.
12.3 Para reconhecer uma antinomia jurídica, é necessário verificar a contradição, total
ou parcial, entre duas ou mais normas, ambas emanadas por autoridades competentes
e no mesmo âmbito jurídico, de forma a gerar nos sujeitos e profissionais de Direito, uma
posição insustentável pela ausência ou inconsistência de critérios aptos à permitir-lhes
uma saída nos quadros de um ordenamento dado
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 50/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
12.3.2 As Antinomias Jurídicas Aparentes. São aquelas em que se percebe uma solução
interpretativa do conflito, devendo o magistrado e o profissional do Direito como um
todo, utilizar de determinados critérios lógicos, doutrinários e até normativos para
resolvê-lo.
12.3.2.1 É importante notar que, raramente, alguma lista de critérios a serem observados
para resolver uma antinomia entre duas normas, terá consenso absoluto da
comunidade jurídica. Diversos autores buscaram em suas obras, criar doutrinas para a
definição de critérios, separados por ordem de importância, para esta situação. Em
geral, é possível traçar a origem destas doutrinas a três critérios básicos, a serem
aplicados em diferentes situações:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 51/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
13.1 Direito Internacional Privado. As normas são interpretadas com as regras próprias de
interpretação do Direito Internacional Privado. O pilar fundamental que subsiste na
interpretação de Tratados Internacionais é o Princípio Geral da Boa-fé, como primeira
norma. Como segunda norma deve-se atender ao contexto geral dos Tratados. As
normas de conflito interno são aquelas que se encontram sistematizadas na
Constituição Federal e no Código Civil Brasileiro. As regras gerais obedecem às regras
do art. 9º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB, aprovada pelo
Decreto-Lei nº 4.657, de 04/09/1942, com as alterações da Lei nº 12.376, de 30/12/2010 e
pela Lei nº 13.655, de 25/04/2018, in verbis:
PUBLICIDADE
Estante Virtual
Estante Virtual
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 52/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
13.1.1 Normas de conflito de fonte internacional. É aceito pela doutrina que o aplicador do
Direito Internacional Privado terá que atender à letra da lei. Dois princípios essenciais
nesta interpretação dos Tratados Internacionais: (a) Princípio da boa-fé; (b) Princípio
segundo o qual deve-se atender ao contexto geral dos Tratados: âmbito ou teor criativo
consagrado no tratado; elemento teológico ou finalístico.
13.1.2 Normas de conflito de Fonte Interna. Nesta matéria da interpretação das normas
de conflito, o legislador tenderá a aplicar as regras gerais consagradas no art. 9º, da Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB, Decreto-Lei nº 4.657, de
04/09/1942. No entanto, não se pode esquecer que o Direito Internacional Privado é um
direito especial, relativamente ao Direito Privado comum, por isso, não se pode ignorar
esta especialidade na sua interpretação, assim, como não se pode ignorar o fato de as
normas de conflitos serem normas abertas aos outros sistemas jurídicos.
13.3 A lacuna. Existe quando o legislador não regulou uma questão porque não a previne,
mas, se a tivesse previsto, regularia por se tratar de um caso que deve cair sob a tutela
da Ordem Jurídica. Caso omisso. É o caso posto à margem do Direito, que o legislador
não regulou porque entendeu que deveria ser excluída da tutela da Ordem Jurídica.
Será admissível em Direito Internacional Privado a integração de lacunas? A doutrina é
unânime na admissibilidade da integração de lacunas no Direito Internacional Privado.
Quando houver uma lacuna, o juiz poderá a criar uma norma de conflito, tendo em
conta os princípios gerais do Direito Internacional Privado.
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 53/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar,
quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros
provas que a lei brasileira desconheça.
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do
texto e da vigência.
PUBLICIDADE
Livro - Introdução
ao Estudo do…
R$49.90
Livro - Teoria
Pura do Direito
R$30
Livro - Curso de
Filosofia do…
R$49.80
Estante Virtual
13.6 A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB (Antiga Lei de Introdução
ao Código Civil – LICC). No Brasil a principal fonte do Direito Internacional Privado é a Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei nº 4.657, de 09/09/1942,
alterado pela Lei nº 12.376, de 30/12/2010). Outras Fontes: A Constituição Federal de 1988
(arts. 5º, XXXI, LI, LII, 12, 49, I, 84, VIII, 102, I, h/EC 45), além do Código de Processo Civil, CPC (
art. 21 a 26, 37 a 41 e 237).
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 54/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
13.8 Direito Internacional Público. Direito dos Tratados. O Decreto nº 7030, de 14/09/2009,
promulga a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, concluída em 23 de maio
de 1969. A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, concluída em 23 de maio
de 1969, com reserva aos Artigos 25 e 66, apensa por cópia ao presente Decreto, será
executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém. Observância, Aplicação e
Interpretação dos Tratados.
13.8.1 Regras Básicas para observância dos Tratados. (A) Pacta sunt servanda (“os
pactos devem ser respeitados” ou mesmo “os acordos devem ser cumpridos”), art. 26;
(B) Direito interno e a observância dos tratados – art. 27.
13.8.2. Entradaem vigor e aplicação provisória dos Tratados: a entrada em vigor (ou
vigência) dos tratados ocorre nos planos espacial e temporal.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 55/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
(a) Efeito difuso de reconhecimento de uma situação jurídica objetiva. Trata-se do caso
em que um Tratado entre duas ou algumas partes, por criar situação jurídica objetiva,
produz sobre toda a sociedade internacional, o mero efeito de exortação ao
reconhecimento. Em outras palavras, produz sobre terceiros Estados a observância
daquela situação jurídica nova entre as partes. Assim, um Tratado que modifica o curso
da linha limítrofe entre dois Estados cria situação jurídica objetiva nova, cuja
observância por parte de terceiros se impõe, ainda que para simples efeito de se saber
do que virá a ser, doravante, a nova cartografia da região.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 56/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
(d) Regras de um Tratado tornadas obrigatórias para os terceiros Estados por força do
Este site usainternacional,
Costume cookies para melhorar suaNada
(art. 38). experiência.
impede Presumiremos que você
que uma regra está ok
contida numcom isso, mas você
Tratado
pode
Internacional, se cancelar
tome se desejar.
obrigatória para Aceitar Leia Mais
Estado,
um terceiro Aceitar
Leia mais
em virtude dessa norma ter
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 57/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
13.8.4 No Plano Temporal. A Convenção de Viena de 1969, trata do assunto no art. 24, § 1º,
estabelecendo que o Tratado entra em vigor: (a) na forma e na data nele previstas; (b)
no momento da manifestação dos Estados (efeito ex nunc ou pro futuro). Pode o
Tratado ser aplicado provisoriamente, conforme dispõe o art. 25, no entanto, o Brasil fez
reservas a esse dispositivo.
13.10 Regras de Interpretação da Convenção de Viena de 1969: (a) Regra Geral – art. 35.
a.1. Boa-fé; a.2. sentido comum dos termos do Tratado; a.3. Contexto; a.4. Objeto e
finalidade (teleológico); (b) interpretação de Tratados autenticados em duas ou mais
línguas – art. 33; (c) Meios Suplementares de Interpretação – art. 32.
13.11. Posição do Supremo Tribunal Federal – STF. Inicialmente cumpre destacar que o §2º,
do art. 5º, da Constituição Federal do Brasil de 1988 determina que os direitos e
garantias expressos na Constituição, não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos Tratados Internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte. O referido § 2º, do art. 5º, da CF, determina que os direitos
e garantias expressos na Constituição, não excluem direitos decorrentes dos Tratados e
Convenções Internacionais.
Por outro lado o §3º, do art. 5º, da Constituição Federal do Brasil de 1988, determina que
os Tratados e Convenções Internacionais sobre Direitos Humanos que forem aprovados,
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às Emendas Constitucionais. Diga-se que,
para os Tratados Internacionais, o Brasil adota a Teoria dualista, reconhecendo-se o
Direito Internacional, bem como o Direito Nacional, em obediência à soberania
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
consignada no art. 1º, da Constituição Federal.
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 58/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
14 Conclusão
Graças ao conhecimento dos princípios que determinam a correlação entre as leis dos
diferentes tempos e lugares, sabe-se qual o complexo de regras em que se enquadra
umsite
Este caso
usaconcreto. Estrema-se
cookies para doexperiência.
melhorar sua conjunto aPresumiremos
que parece aplicável ao fato.
que você está O isso,
ok com trabalho
mas você
não está concluído. Toda leise
pode cancelar é desejar.
uma obra humana
Aceitar e aplicada
Leia Mais
Aceitarpor
homens;
Leia mais portanto
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 59/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 60/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
15 Referências Bibliográficas.
ALEXY, Robert. Theorie der Grundrechte. Baden-Baden: Suhrkamp. 4 ed. 2001, Uma Teoria
da Argumentação Jurídica.
ATALIBA, Geraldo. República e Constituição, 2ª ed., São Paulo, Malheiros Editores, 2004.
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p
438.
BRANCATO, Ricardo Teixeira. Instituições de Direito Público e de Direito Privado, SP, 2009,
p.7.
CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 17. ed. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2008, p. 66.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
CANOTILHO, J. J.pode cancelar
Gomes. se desejar.
Direito Aceitar Leia
constitucional Mais
. Coimbra, Aceitar
Leia
Almedina, mais
1993.
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 61/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
CARVALHO, Paulo de Barros. “Direito Tributário: Linguagem e método”, 5ª ed. São Paulo :
Noeses, 2013.
CASTRO, Flávia Lages de. História do Direito Geral e do Brasil, Rio de Janeiro, 2008, Lumen
Juris, p.2
PUBLICIDADE
FRANÇA, Limongi. Hermenêutica Jurídica. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 1997, p.14.
FERRAZ JNIOR, Tércio Sampaio – Introdução ao Estudo do Direito, São Paulo, Editora Atlas,
1ª edição/3ª tiragem, 1990.
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito. 3ª ed., São Paulo: Atlas,
2001, p. 203.
FERRAZ JNIOR. Tercio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito. São Paulo: Editora Atlas
S.A., 2003.
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 62/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 23ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003. p.
368.
PERELMAN, Chaïm. Lógica Jurídica: nova retórica. Tradução de Verginia K. Pupi. São Paulo:
Martins Fontes, 2000.
REZEK, José Francisco. Direito dos tratados. Rio de Janeiro: Forense, 1984, p. 402-410.
[1] DELLAGNEZZE, René. Soberania. O Quarto Poder do Estado. Cabral Editora e Livraria
Universitária. Taubaté – SP. 2011. p. 27-29.
[2] PERELMAN, Chaïm. Lógica Jurídica: nova retórica. Tradução de Verginia K. Pupi. São
Paulo: Martins Fontes, 2000.
[3] Ferraz Júnior, Tércio Sampaio – Introdução ao Estudo do Direito, São Paulo, Editora
Atlas, 1ª edição/3ª tiragem, 1990.
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 63/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
PUBLICIDADE
-19% -6%
[4] MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e Aplicação do Direito, 13ª Edição, Ed. Forense,
1993, p.9 e 10.
[5] CASTRO, Flávia Lages de. História do Direito Geral e do Brasil, Rio de Janeiro, 2008,
Lumen Juris, p.2.
[6] BRANCATO, Ricardo Teixeira. Instituições de Direito Público e de Direito Privado, SP,
2009, p.7.
[7] SPINOZA, Baruch de. Tratado político. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2013, p 37.
[8] NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 23ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003. p.
368.
[10] FRANÇA, Limongi. Hermenêutica jurídica. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 1997, p.14.
Denominado Sistema francês por sua ligação ao Código de Napoleão. França remete
aos autores Mourlon (1869) e Laurent (±1878), seguidos por vários outros, como
principais representantes da orientação extremada desse sistema interpretativo que
considera que “A letra é ‘a fórmula do pensamento’ e ‘dizer que esse pensamento será
outro que não aquele exposto no texto claro e formal, é acusar o legislador de uma
leviandade que não se lhe pode imputar.
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 64/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
[15] CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 17. ed. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2008, p. 66.
[17] ATALIBA, Geraldo. República e Constituição, 2ª ed., São Paulo, Malheiros Editores,
2004.
[20] ALEXY, Robert. Theorie der Grundrechte. Baden-Baden: Suhrkamp. 4 ed. 2001, Uma
Teoria da Argumentação Jurídica.
PUBLICIDADE
[25] CARVALHO, Paulo de Barros. “Direito Tributário: Linguagem e método”, 5ª ed. São
Paulo : Noeses, 2013.
[26] FERRAZ JUNIOR. Tercio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito. São Paulo: Editora
Atlas S.A., 2003.
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 65/66
08/09/2021 15:09 A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Intrepretativos - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualid…
[29] BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 5 ed. São Paulo: Saraiva,
2010, p 438.
[30] FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito. 3ª ed., São Paulo:
Atlas, 2001, p. 203.
[31] BOBBIO, Norberto. Teoria Geral do Direito. Martins Fontes, 2007. 219 – 259, p.
[32] REZEK, José Francisco. Direito dos tratados. Rio de Janeiro: Forense, 1984, p. 402-410.
[33] Carlos Maximiliano Hermenêutica e Aplicação do Direito, 13ª Edição, Ed. Forense,
1993, p.9 e 10 (Maximiliano, 1993)
PUBLICIDADE
RENÉ DELLAGNEZZE
© 2021 - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualidade. Todos os direitos reservados
World Trade Center – 9º Andar - Av. das Nações Unidas, 12551 - São Paulo | CNPJ: 32.384.579/0001-20
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você
pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
Aceitar
Leia mais
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-1-sistemas-e-meios-intrepretativos/ 66/66