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Licenciatura em Engenharia Hidráulica

Analise Matemática II

Trabalho em Grupo

Tema: Elementos da Teoria de Campo

DISCENTES: DOCENTE:

ABUCAR Alzira Chapala Dr. CANTIOLE Pedro Joaquim

BAHULE Delio Amos Dr. CUNA Paulino Manuela Adercio

MATLOMBE Daniel Dr. FRANQUE Luís Domingos

NGALO Guifte Samuel Bulaque Dr. MATHE Cláudio Zacarias


Songo, Setembro de 2015

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Licenciatura em Engenharia Hidráulica

Analise Matemática II

Trabalho em Grupo

Tema: Elementos da Teoria de Campo

DISCENTES: DOCENTE:

ABUCAR Alzira Chapala Dr. CANTIOLE Pedro Joaquim

BAHULE Delio Amos Dr. CUNA Paulino Manuela Adercio

MATLOMBE Daniel Dr. FRANQUE Luís Domingos

NGALO Guifte Samuel Bulaque Dr. MATHE Cláudio Zacarias

Songo, Setembro de 2015

Resumo
O capítulo estuda o cálculo de campos vectoriais (esses campos são funções que
associam vectores a pontos do espaço). Em particular, define-se a integral de linha (que
pode ser utilizada para determinar o trabalho efectuado por um campo de força agindo
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sobre um objecto que se move ao longo de uma curva) e também define-se a integral de
superfície (que pode ser usada para determinar a vazão de um fluido através de uma
superfície). As conexões entre esses novos tipos de integrais e as integrais
unidimensionais, duplas e triplas em maior dimensão do teorema fundamental do cálculo,
Teorema de Stokes e Teorema de Divergente.

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Índice
1 Introdução........................................................................................................................5
2 Conclusão......................................................................................................................12
3 Bibliografia.....................................................................................................................14

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1 Introdução

O presente trabalho cujo tema “Elementos da Teoria de Campo” ira consistir na


demonstração de definições e teoremas relativos aos seguintes pontos: Noção dos
campos escalar e vectorial; noção de gradiente de uma função, divergência, fluxo,
rotacional e circulação de um campo vectorial; teorema de divergência; teorema de
Stokes; e campos solenoidal, conservativo e harmónicos. Após se tratar sobre um
determinado assunto, vem um exemplo para elucidar sobre a aplicação dos mesmos.

Objectivos
 Achar o fluxo e circulação de um campo vectorial, aplicando os teoremas de
Ostrogradski – Gauss e de Stokes, respectivamente; e
 Conhecer as noções básicas da teoria de campo.

Metodologia

Como metodologia, foi usada para a realização do presente trabalho, investigações


profundas e intersecções de resultados pesquisados pelos membros do grupo a fim de
sintetizar e resumir os teoremas e bem como as definições. Acerca das obras utilizadas
para o efeito do trabalho, foram algumas em formato físico e electrónico.

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2 Elementos da Teoria de Campo

a) Noção de campo escalar

[Definição] 1. O campo escalar é determinado pela funçã o escalar do ponto


u=F ( P )=F (x , y , x ), onde P( x , y , z) é um do espaço. As superfícies F ( x , y , z )=C, onde
C=constante, chama-se superfícies de níveis do campo escalar.

b) Noção de campo vectorial


[Definição] 1. Seja D um conjunto em R2 (uma regiã o plana). Um campo vectorial em R2 é
uma funçã o F que associa a cada ponto (x, y) em D um vector bidimensional F (x , y ). Podemos
escreve-lo em termos de suas funçõ es componentes P e Q da seguinte forma:

F ( x , y ) =P ( x , y ) i+Q ( x , y ) j

Ou, de forma mais compacta

F=Pi+Qj

Observe que P e Q sã o funçõ es de duas variá veis e sã o chamadas, algumas vezes, campos
escalares, para distingui-los dos campos vectoriais.

[Definição] 2. Seja E um subconjunto em R3. Um campo vectorial em R3 é uma funçã o F que


associa a cada ponto (x, y, z) em E um vector tridimensional F (x , y , z ).

F ( x , y , z )=P ( x , y , z ) ⃗i +Q ( x , y , z ) ⃗j+ R ( x , y , z ) k⃗

c) Noção de Gradiente de uma função

[Definição] 1. Chama-se gradiente de uma funçã o derivá vel z=f ( x , y ) em P( x , y ) ah um


vector cujas projecçõ es sobre os eixos das coordenadas sã o as correspondentes derivadas
parciais desta funçã o, isto é:

∂U ∂U
grad z= (x , y ) i⃗ + (x , y) ⃗j
∂x ∂y

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Por analogia, determina-se o grad de uma funçã o de 3 variá veis no ponto P( x , y , z):

∂u ∂u ∂u
grad u= ( P) i⃗ + (P) ⃗j+ ( P) ⃗k
∂x ∂y ∂z

[Exemplo] Achar e construir o grad da funçã o z=x 2 y no ponto P (1;1).

Solução:

∂z
(1 ; 1 )=2
∂x

∂z
( 1; 1 ) =1
∂y

grad z=2 i⃗ + ⃗j

d) Divergência de um campo vectorial

∂ P ∂Q ∂ R
[Definição] 1. Se F=P ⃗i +Q ⃗j + R k⃗ é um campo vectorial em R3e existem , e
∂ x ∂ y ∂z
, entã o o

divergente de F é a funçã o de três variá veis definida por

∂ P ∂Q ∂ R
¿ F= + +
∂x ∂ y ∂z

o divergente de F pode ser escrito simbolicamente como o produto escalar ∇ e F:

¿ F=∇ ∙ F

[Exemplo] Seja F ( x , y , z )=xzi+ xyzj− y 2 k , encontre ¿ F.

Solução:

∂ ∂ ∂
¿ F=∇ ∙ F= ( xz ) + ( xyz ) + (− y 2) =z+ xz
∂x ∂y ∂z

e) Fluxo de um campo vectorial

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[Definição] 1. Denomina-se fluxo do campo vectorial contínuo F (P) através da superfície S,
no sentido determinado pelo vector unitá rio da normal n⃗ (cos α , cos β , cos γ ) a esta superfície, a
integral
❑ ❑ ❑

∬ F ∙ ⃗n dS=∬ a n dS=∬ ( a x cos α +a y cos β+ az cos γ ) dS


S S S

Ou

∬ F ∙ |∇∇gg∙ p| dA
R

Se S é uma superfície fechada, que limita o volume V, e o n⃗ é o vector unitá rio da normal
externa ah superfície S, será valida a formula de Ostrogradski – Gauss, cuja forma vectorial é
❑ ❑

∯ an dS=∭ ¿ a dV
S (V )

[Exemplo] Escreva a integral dupla que calcula o fluxo exterior do campo


F=( y x 2) i+
⃗ (−2 ) ⃗j+ ( xz ) ⃗k através da superfície S cortada do cilindro y 2 + z 2=4 e pelos planos
x=0 e x=1

Soluções:

∬ F ∙ |∇∇gg∙ p| dA
R

y 2+ z 2=4 ⇒ y 2 =4 ⇒ y=± 2
{ z=0

dg ⃗ dg ⃗ dg ⃗
R={ 0 ≤ x ≤1 ,−2 ≤ y ≤ 2 }, g= y 2=+ z 2−4 , ∇ g= i+ j+ k =2 y ⃗j+2 z ⃗k
dx dy dz

|∇ g ∙ p|=2 z
∇ 2 y i⃗ +2 z ⃗k y ⃗ ⃗
= = j+ k
|∇ g ∙ p| 2z z
1 2 1 1
−2 y −( 2 )2 −(−2 )2
0 −2 0
( )
∫ ∫ ( z + xz )dydx =∫ 2 z +2 xz −( 2 z −2 xz)dx=∫ 4 xzdx=2 z
0

f) Rotacional de um campo vectorial

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[Definição] 1. Se F=P ⃗i +Q ⃗j + R k⃗ é uma campo vectorial em R3 e as derivadas parciais de P, Q
e R existem, entã o o rotacional de F é o campo vectorial em R3 definido por:

rot F= ( ∂∂ Ry − ∂∂Qz )i⃗ +( ∂∂ Pz − ∂∂ Rx ) ⃗j+( ∂Q −


∂P ⃗
∂x ∂y )
k

Ou seja

rot F=∇ × F

[Exemplo] seja F ( x , y , z )=xz i⃗ + xyz ⃗j− y 2 k⃗ , determine o rotacional de F.

Solução:

i⃗ ⃗j ⃗k

rot F=∇ × F=

∂x
xz
| ∂
∂y ∂z

xyz − y 2
=
|[∂ ( 2) ∂
∂y
− y − ( xyz ) i⃗ −
∂z
∂ ( 2) ∂
∂y ] [
− y − ( xz) ⃗j +
∂z

∂x ] [ ∂
∂z ]
( xyz )− ( xz ) ⃗k=(−2 y−

g) Circulação de um campo vectorial

[Definição] 1. A integral linear do vector contínuo a sobre a curva parcialmente regular C eh


determinada pela fó rmula:
❑ ❑ ❑

∫ adr=∫ a s ds=∫ a x dx +a y dy +a z dz
C C C

E representa o trabalho do campo a ao longo da curva C (a s eh a projecçã o do vector a sobre a


tangente a C).

Se a curva C eh fechada, a integral linear se chama circulaçã o do campo vectorial a ao longo do


contorno C.

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h) Teorema de divergência (ou de Ostrogradski - Gauss)

[Definição] 1. Seja E uma regiã o só lida simples e seja S a superfície fronteira de E, orientada
positivamente (para fora). Seja Fum campo vectorial cujas funçõ es componentes tenham
derivadas parciais contínuas em uma regiã o aberta que contenha E. Entã o

❑ ❑

∬ F ∙ dS=∭ ¿ FdV
S E

[Exemplo] Determine o fluxo do campo vectorial F ( x , y , z )=zi+ yj + xk sobre a esfera unitá ria
x 2+ y 2+ z 2=1

Solução: Primeiro calcularemos o divergente de F.

∂ ∂ ∂
¿ F= (z)+ ( y )+ (x)=1
∂x ∂y ∂z

A esfera unitá ria S é a fronteira da bola unitá ria B dada por x 2+ y 2+ z 3 ≤1. Entã o, o teorema do
Divergente dá 98 o fluxo como

❑ ❑ ❑

∬ F ∙ dS=∭ ¿ F dV =∭ 1 dV =V ( B )= 43 π ( 1 )3= 43π


S S B

i) Teorema de Stokes

[Definição] 1. Seja S uma superfície orientada, lisa por partes, cuja fronteira é formada por
curva C fechada, simples, lisa por partes, com orientaçã o positivo.

Seja F um campo vectorial cujas componentes tem derivadas parciais contínuas em regiã o
aberta de R3 que contem S. Entã o
❑ ❑

∫ F ∙ d r=¿ ∬ rot F ∙ d S ¿
C S

[Exemplo] Calcule ∫ F d r , onde F ( x , y , z )=− y 2 ⃗i+ x ⃗j+ z 2 ⃗k e C é a curva da intersecçã o do plano


C

y + z=2 com o cilindro x 2+ y 2=1. (oriente C no sentido anti-horá rio quando visto de cima.)
Solução:
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i⃗ ⃗j k⃗
rot F=


|

∂x
− y2


∂y
x

∂z
z2
|=( 1+2 y ) k

❑ 2π 1 2π

∫ Fdr=∬ rot F ∙ dS=∬ ( 1+2 y ) dA=∫ ∫ ( 1+2 r sinθ ) rdrdθ=∫


C S D 0 0 0
( 12 + 23 sin θ ) dθ= 12 ( 2 π )+ 0=π
j) Definição dos campos solenoidal, conservativo (ou potencial ou ainda
irrotacional) e Harmónico (ou Laplaciano)

[Definição] 1. Um campo vectorial a⃗ ( r⃗ ) chama-se potencial, se a⃗ =grad U , onde f ( r⃗ ) é uma


funçã o escalar diferenciá vel (Potencial do campo). Para que um campo seja potencial, dado em
um campo simplesmente conexo que se deriva continuamente, é necessá rio e suficiente que a⃗
seja irrotacional, isto é, que rot a⃗ =0, neste caso existe um potencial U determinado pela
equaçã o dU =a x dx+ a y dy+ a z dz , se o potencial U é uma funçã o uniforme, temos:

∫ ⃗a d r⃗ =U ( B )−U ( A ) ;
AB

Em particular a circulaçã o do vector a⃗ será igual a zero:


∮ a⃗ d r⃗ =0
C

Um campo vectorial derivado a⃗ ( r⃗ ) chama-se solenoidal, se em cada ponto do campo ¿ a⃗ =0,


neste caso o fluxo do vector através de qualquer superfície fechada será igual a zero.
Se o campo é ao mesmo tempo potencial e solenoidal, entã o ¿ ( ∇ U )=0 e a funçã o potencial U é

2 ∂2 ∂2 ∂ 2
harmó nica, isto é, satisfaz a equaçã o de Laplace, ou seja ∆ U =0 onde ∆=∇ = + + éo
∂ x2 ∂ y 2 ∂z 2
operador de Laplace.
E sabendo que V =6 xy z 2
[Exemplo] Determinar as componentes do campo eléctrico ⃗
Solução:
∂ ∂ ∂
E x=
⃗ ( 6 xy z 2 )=6 y z 2 i⃗ , ⃗
E y= ( 6 xy z 2 ) ⃗j=( 6 x z 2 ) ⃗j, ⃗
E z= ( 6 xy z 2 )=12 xyz ⃗k
∂x ∂y ∂z

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[Definição] 2. É o campo vectorial no qual a integral curvilínea ∫ V dr nã o depende do


AB

caminho que une A e B e depende apenas da posiçã o dos mesmos pontos A e B. A circulaçã o
num campo conservató rio é sempre igual a zero. Um campo conservató rio é sempre
irrotacional:

rot V =0

Unidades das derivadas parciais das coordenadas do campo, em coordenadas cartesianas sã o:

∂V ∂ Vy ∂ Vy ∂Vz ∂ Vz ∂ Vx
= , = , =
∂ y ∂x ∂z ∂ y ∂x ∂z

Potencial de um campo conservativo, se um campo conservativo fixar-se o ponto inicial A ( r 0 ¿


e fazer variar o final B(r ), a integral:

❑ r

∫ V ( r ) dr
AB
( denota−se por ∫ V ( r ) dr
ro
)
É uma funçã o escalar de r:

∫ V ( r ) dr=φ ( r ) ,e o campo escalar φ(r )


ro

Chama-se funçã o potencial ou potencial do campo V (r ) . O potencial de um campo esta


determinado, excepto para uma constante aditiva arbitrá ria que depende do limite inferior r 0 ;
a diferença dos potenciais é:

r2
φ (r 2)=φ(r 1 )=∫ V ( r ) dr
r1

A relaçã o entre o gradiente a integral curvilínea e o potencial se V (r )=∇ U (r ), entã o U (r ) é o


potencial do campo V (r ) e vice-versa.
O cá lculo do potencial U de um campo conservativo V=V X i+V Y j+ V Z k ,dado em coordenadas
cartesianas, é equivalente ao problema do cá lculo da funçã o U se é conhecida sua diferencial

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total: dU =V X d x +V y d y +V z d z . E M (V ¿ ¿ x , V y , V z )¿ devem satisfazer a condiçã o (1); determina-
se U do sistema de equaçõ es:

∂U ∂U ∂U
=V x , =V y , =V z .
∂x ∂y ∂z

Na prá tica o potencial se calcula integrando sobre uma poligonal formada por segmentos
paralelos aos eixos de coordenadas.

r
U =∫ Vdr=U ¿ ¿
ro

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3 Conclusão

Pois, ter chegado ao fim do trabalho o grupo chegou a conclusão do quão eh fundamental
o conhecimento sobre vectores, integrais seja ela simples, duplas ou triplas. Que os
teoremas e as definições relacionam-se duma forma intuitiva gerando uma cadeia de
conhecimentos. Para o caso de integrais de superfície o grupo constatou de que é
possível e menos complexo calcular a vazão de um fluido a partir da superfície.

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4 Bibliografia

 STEWART James, Calculo B, Vol. 2. 6º Edição, Cengage learning;

 B.P.Demidovitch, Problemas e Exercícios de Analise Matemática, editora Mir,


Moscovo, 1984

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