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Impacto social da

ciência e tecnologia
no campo da saúde

Realização: Colaboração:
Expediente

EBOOK:
Coordenação: Ana Carolina Calçado e Mikael Soares
Conteúdo: Maristela Meireles
Projeto Gráfico: João Gabriel Reis

REALIZAÇÃO:

Associação Wylinka
Presidente: Ana Carolina Calçado Lopes Martins
Vice-Presidente: Elimar Pires Vasconcellos

Associação Samaritano
Thaís Junqueira

Instituto Sabin
Fábio Deboni

COLABORAÇÃO:

Núcleo de Política e Gestão Tecnológica da Universidade de São Paulo


Guilherme Ary Plonsky

COLABORAÇÃO:
Erik Cavalcante
ÍNDICE
1. Apresentação ................................................... 4

2. Impacto Social da Ciência e Tecnologia............. 6


3. Tendências e Movimentos no Campo da Saúde.. 16
4. Soluções de Impacto em Saúde na Ciência
Brasileira ............................................................. 25

5. Conclusões e Recomendações .......................... 33


1. APRESENTAÇÃO
Como a pesquisa brasileira pode gerar Tech Saúde, em parceria com a Associação
impacto social no sistema de saúde? Como a Samaritano e o Instituto Sabin. Mapeamos
tecnologia e a ciência podem nos ajudar a um total de 63 tecnologias dentro da acade-
vencer as grandes lacunas de prevenção, mia brasileira e do ecossistema de C&T com
diagnóstico e tratamento para as populações potencial para resolver desafios em duas
da base da pirâmide? Motivados por essas grandes frentes:
questões, realizamos em 2019 o projeto Deep

Prevenção e tratamento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis: as DCNT –


como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e doenças respiratórias – são
responsáveis por 71% das mortes globais. No Brasil, suas principais causas são a
baixa prática de atividade física e a má alimentação.

Análises clínicas, exames de rotina e diagnóstico por imagem: aproximada-


mente 3/4 da população brasileira não têm acesso à rede de planos de saúde
privados. Além disso, o número de unidades públicas para atender essa mesma
população diminuiu 33% em 4 anos. Os fatores de renda e distância geográfica
somados à baixa disponibilidade de equipamentos na rede pública são
também responsáveis pelo baixo acesso à medicina diagnóstica no país.
.

Dessas 63 tecnologias, as mais promissoras Nos próximos capítulos, você vai compreen-
foram estudadas em profundidade gerando der também como a tecnologia tem impac-
um report de oportunidades disponibilizado tado os sistemas de saúde no mundo inteiro
aos parceiros do projeto. Nesse e-book, esta- e como a inovação pode superar os grandes
mos compartilhando com o ecossistema desafios dos países em desenvolvimento. As
alguns insights extraídos da análise desse análises realizadas durante esse mapeamen-
conjunto de tecnologias como: seu estágio de to apontam caminhos para melhorar o
desenvolvimento, o foco em problemas acesso às soluções desenvolvidas dentro das
sociais e no sistema público de saúde e a sua instituições de ciência pesquisa, como:
aderência às tendências mundiais e às etapas
de atenção à saúde (da prevenção ao trata-
mento).

a necessidade de investimento e parcerias público-privadas;


o desenvolvimento do empreendedorismo acadêmico, capacitando atores
para melhor compreender as demandas sociais;
o fomento de testes em escala e dos processos de validação em campo;
a modelagem de negócios mais voltados para a base da pirâmide.

Por fim, apontamos seis áreas de oportunida- conhecimento estratégico dentro do ecossis-
des e algumas diretrizes para fazer florescer o tema de inovação e saúde.
real impacto da ciência e tecnologia no setor
de saúde brasileiro. Esperamos que você Boa leitura!
aproveite o material e compartilhe esse
5
2. IMPACTO SOCIAL DA
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
O potencial da pesquisa em saúde no Brasil
A maioria da população do Brasil é coberta Os fatores que impulsionam a demanda por
pelo sistema público de saúde. Mais de 9% de inovação e tecnologias em tratamento, pre-
nosso PIB é gasto em saúde e esse percentual venção e gestão dos sistemas de saúde são:
tende a aumentar com o envelhecimento da
população. A maior necessidade não atendi- envelhecimento da população mundial;
da é a assistência médica básica e acessível aumento das doenças crônicas;
em escala. altíssimo custo dos sistemas de saúde.

O Global Innovation Index (GII) de 2019 se Apesar de mostrar que o Brasil ainda enfrenta
dedicou à saúde motivado pela crescente desafios importantes para a geração de
relevância global do tema. O relatório ressalta inovação, o relatório do GII 2019 ressaltou a
o aumento da inovação em tecnologia relevância da pesquisa científica brasileira em
médica em todo o mundo, com a convergên- saúde.
cia de tecnologias digitais e biológicas, apon-
tando o impacto destes fatores para países
em desenvolvimento.

O BRASIL NO GII 2019

lugar no ranking lugar entre bem avaliado


66º mundial de ino-
vação
4º os países em
desenvolvimento
em pesquisas e
capital humano

lugar em das publicações


28º qualidade de
inovação
45,3% brasileiras são
relacionadas à saúde

das publicações mundiais sobre saúde são brasileiras sendo os


2,4% maiores destaques para a área de odontologia (11,8%), biologia
e agricultura (6,5%) e imunologia e microbiologia (4%)

Somado a isso, o Brasil possui um ecossiste- Veja alguns números que demonstram o
ma significativo de startups e pesquisadores potencial da pesquisa brasileira em saúde até
na área de TICs e mais políticas públicas nas o momento.
áreas de inovação e de saúde estão sendo
desenvolvidas nos últimos anos.

7
Fluxo de demandas, tecnologias e
financiamentos para a saúde
A figura mostra a relação entre os atores fluxo de demandas de desenvolvimento de
dentro do sistema de inovação em saúde e o tecnologias e financiamentos.

Agentes e interações no SSI Saúde – Brasil


Demanda
Regulação SUS Hosp./clínicas privados Demandantes privados
Anvisa

Indústria
ANS Universidades e
Multinacionais Nacionais Públicas ins utos de pesquisa
Oferta/Ciência e Tecnologia
INPI

Finep CNPq FAPs


BNDES

Financiamento público

Fluxo de demanda Fluxo Tecnológico/Inovativo Fluxo de financiamento

Fonte: Sistema Setoriais de Inovação e Infraestrutura de Pesquisa no Brasil, 2016 - IPEA


(Adaptação Wylinka)

A pesquisa brasileira vive um momento deli- A tendência de baixa de investimento público


cado e extremamente importante. Depois de no setor pode abrir portas para maior intera-
aproximadamente duas décadas de investi- ção com instituições privadas. Junto desse
mentos e incentivos, chegamos a um ponto movimento, começamos a amadurecer sobre
de reflexão, em que consideramos os resulta- demonstração de resultados e o alinhamento
dos alcançados até agora e a contribuição da de expectativas, buscando pautar ações em
ciência brasileira para a sociedade em termos que todos os atores envolvidos saiam ganhan-
de desenvolvimento econômico e social. do. No Mapa de Negócios de Impacto 2019 da

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Pipe Social, foi observado que negócios que mento de empreendimentos sustentáveis,
usam tecnologia tendem a ter mais oportuni- devido às expectativas de curto prazo e ao
dades de investimento. O desafio para entendimento incompleto dos desafios da
spin-offs acadêmicos é o capital de risco que área de saúde.
se mostra inadequado e prejudica o desen-

Aumentando o impacto da pesquisa


na sociedade
Estamos em um momento de reflexão e As pesquisas para o desenho desse mape-
construção de estratégias para aumentar os amento mostram alguns caminhos possí-
resultados do investimento em inovação e veis:
acelerar a transformação do conhecimento
em avanço social e econômico.

A descontinuidade do investimento público em ciência e pesquisa no


Brasil prejudica os resultados em inovação. O acesso a recursos privados e
a continuidade do investimento atrelado a objetivos estratégicos podem
contribuir para reversão do quadro.

Acesso a
recurso

Tendências internacionais indicam o aumento do acesso a infraestrutura


compartilhada de laboratório (coworkings da ciência) como alternativas
complementares ao venture capital para o desenvolvimento das spin-offs
acadêmicas.

Laboratórios
Colaborativos

A maior aproximação com o mercado pode aumentar as fontes de recur-


sos e potencializar os resultados da inovação.

Conexão
Academia-Empresa

Os avanços da tecnologia médica elevam seu potencial de escala e acessi-


bilidade quando trabalhados em conjunto com as Tecnologias de Infor-
mação e Comunicação (big data, inteligência artificial, IoT, etc).

TICS na Saúde

9
Como a tecnologia pode contribuir
para vencer grandes desafios sociais?
De forma geral, grande parte das inovações Seguindo essa lógica, muitas vezes as gran-
tecnológicas são pensadas para atender mer- des empresas se perdem em um ciclo robus-
cados desenvolvidos. O ciclo do produto to e oneroso de inovação incremental até que
busca em seguida o barateamento, objeti- o valor percebido pelos consumidores deixa
vando atender também os mercados emer- de acompanhar as funcionalidades embarca-
gentes e consumidores com menor poder de das no produto.
compra.

o às ais
i d nt
d ev eme
so cr
g res ias in
Proolog
Desempenho do produto

n
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Deenvelhecimento a ndad cado
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Tempo

O Dilema da Inovação, proposto por Clayton exigente. Conforme o produto ganha


M. Christensen, mostra porque as pequenas escala entre esses novos consumidores,
empresas têm vantagens competitivas e seu desempenho aumenta em ritmo cons-
maior potencial de disrupção: sendo meno- tante, levando à superação do produto
res e mais ágeis, elas desenvolvem produtos líder de mercado.
focados no essencial para o público menos

10
O Dilema da Inovação e o
Impacto Social
Novos movimentos dentro do capitalismo mas ambientais -, mas sim de criar solu-
apontam a insustentabilidade nos padrões ções focadas em necessidades específicas
de consumo de um mundo com sete bilhões dos mercados emergentes, como fazem os
de pessoas. Stuart Hart, autor de O Capitalis- negócios de impacto - empreendimentos
mo na Encruzilhada, aponta que não se trata que geram crescimento econômico junto
apenas de baratear os mesmos produtos e com ou por meio do desenvolvimento
serviços - reforçando desigualdades e proble- socioambiental.

LÓGICA TRADICIONAL: DISRUPÇÃO PELA BoP

Início do ciclo de Inovação em produto


produto: novas considerando atributos
Mercados necessidades BoP essenciais: demandas não
Estabelecidos atendidas

TECHS TECHS
e valor percebido
Barateamento

performance
Aumento de

BoP Fim do ciclo Mercados Substituição


de produto Estabelecidos de produtos
estabelecidos

Processo de disrupção tecnológica focado na base da pirâmide (BoP: Base of Pyramid)

11
CASE EMBRACE E A INOVAÇÃO NA BoP

O que é: solução para evitar a morte de bebês prematuros em países subdesenvolvidos.

O problema: nos países subdesenvolvidos, o nascimento prematuro é uma causa


comum de morte de recém nascidos. As incubadoras são insuficientes, caras, têm
manutenção onerosa e são difíceis de operar.

O insight: A equipe da Embrace passou alguns dias em campo no Nepal para entender
o que acontecia com os nascimentos prematuros. Descobriram: (i) que a maior parte
dos bebês prematuros nasciam nas áreas rurais e (ii) que a maior parte dos bebês
nunca chegariam a tempo a um hospital. Para salvar o maior número de vidas, a solu-
ção deveria funcionar perfeitamente nas zonas rurais a um baixo custo.

O produto: a solução se tratava de uma incubadora semelhante a um saco de dormir


feita com material de mudança de fase, que libera calor para manter a temperatura
ideal dos corpos dos bebês por quatro horas. O produto podia ser recarregado apenas
com água quente, a um custo de apenas 25 dólares. A incubadora convencional tinha
um custo de 20 mil dólares.

A tecnologia: o produto utiliza uma cera inovadora (usada em trajes espaciais) que
mantém a temperatura do corpo das crianças sem precisar de eletricidade para ser
aquecida. Pode ser esterilizado com água fervente, sendo leve e fácil de carregar e
distribuir.

Centros de Pesquisa: EMPREENDEDOR: Demanda Social:


NASA Embrace Team taxa de mortalidade
de bebês prematuros

NECESSIDADES NÃO ATENDIDAS


SOLUÇÃO COM TECNOLOGIA 1. Alto custo das incubadoras
BANCO DE TECNOLOGIAS: EMBARCADA: tradicionais
Cera de Aquecimento Incubadora Embrace 2. Falta de estrutura
hospitalar nas zonas rurais
SOLAR EAR

O que é: solução para democratizar o acesso a aparelhos auditivos e baterias por pesso-
as de baixa renda.

O problema: o valor do tratamento e dos aparelhos especializados ainda são uma


barreira para a inclusão da maioria dos deficientes auditivos em todo o mundo. No
Brasil, 77% das pessoas que precisam não tem acesso à aparelhos de audição devido ao
alto custo dos equipamentos e das baterias.

O insight: as baterias à base de energia solar são recarregáveis gerando economia para
os usuários e menos geração de resíduos no meio ambiente. Além disso, a empresa
possui programa de capacitação e emprego de deficientes auditivos na fabricação dos
aparelhos, fortalecendo a sua inclusão no mercado de trabalho.

O produto: a empresa fundada na África por um empreendedor canadense desenvol-


veu um aparelho de audição de baixo custo, utilizando tecnologia de ponta e baterias
recarregáveis com a luz solar.

A tecnologia: o empreendedor veio para o Brasil e desenvolveu parceria com a USP e


Instituto CEFAC para aprimoramento dos carregadores solares e baterias, que também
podem ser carregadas à luz de lâmpadas comuns, garantindo a vida útil do aparelho
em dias de chuva.

DEMANDA SOCIAL:
FONTE: EMPRESA: inclusão de
Centros de Pesquisa Solar Ear deficientes
auditivos

SOLUÇÃO COM TECNOLOGIA


BANCO DE TECNOLOGIAS: EMBARCADA: NECESSIDADES NÃO ATENDIDAS
Baterias recarregáveis 1. Aparelho recarregável 1. Alto custo de aparelhos
à luz solar 2. Produção com time de 2. Alto custo de baterias
deficientes auditivos
O que move as demandas de saúde
no Brasil?
Pensando no potencial de aplicação da
tecnologia e ciência brasileiras, nos pergunta-
“Se os gastos continuarem
mos: quais são as necessidades do sistema
brasileiro que mais demandam soluções
evoluindo com a mesma taxa
atualmente? dos últimos anos, poderão
chegar a representar 20-25%
Estudos do Instituto Coalizão Saúde, formado do PIB, tornando o sistema
por representantes da cadeia produtiva do insustentável (a média dos
setor, traçou três objetivos dentro de uma países desenvolvidos é de
visão de futuro para melhorias no sistema de
10% do PIB).”
saúde no Brasil:

envelhecimento da população mundial; As 9 forças que pressionam o sistema: de um


aumento das doenças crônicas; lado a demanda (sociedade) e de outro, a
altíssimo custo dos sistemas de saúde. oferta (sistema):

Falta de hábitos Cobertura ampla


saudáveis do sistema

Acesso limitado
Foco na doença e à informação do
não na saúde paciente

FALTA DE Acesso limitado à


Tripla carga de PROMOÇÃO E informação para o
doenças PREVENÇÃO ALTA EXPECTATIVA paciente
E INFORMAÇÃO
LIMITADA

AUMENTO DA
CARGA DE
Envelhecimento DOENÇAS Expectativa maior

SOCIEDADE
da população do que a entrega

Oferta não Descasamento


Baixa qualidade acompanha
da informação entre custos e Recurso não
evolução da capacidade de segue o paciente Judicialização
SUSTENTABILIDADE limita tecnologia
demanda

Baixa utilização
SISTEMA
Falta sinergia
de big data e
analytics USO DE entre esferas
DADOS E
INOVAÇÃO GOVERNANÇA
Baixo uso
de modelos LIMITADOS POUCO EFETIVA Falta de clareza
inovadores dos papéis do
público e do
privado
Investimento
BAIXO FOCO NO ALOCAÇÃO
limitado em DE RECURSOS Baixo
p&d DESFECHO
INADEQUADAS alinhamento do
PRÁTICAS setor privado
Regulação DE GESTÃO
pouco ágil INEFICIENTES Baixa
Falta de aplicação de
transparência tecnologia
entre os elos da Hospitais
cadeia Modelo de abaixo
pagamento Novos da escala
não focado Conhecimento Falta de formatos ideal
FONTE: Coalizão Saúde na saúde de gestão Distribuicão transparência pouco
pouco de papéis de explorados
valorizado aquém do desempenho

14
Pensando especificamente no vencimento dessas lacunas com base
na tecnologia, identificamos duas diretrizes importantes de trabalho:

O maior desafio dos sistemas de


saúde dos países em desenvolvimento*
é promover acesso aos cuidados
básicos de forma barata e escalável.
A descentralização dos sistemas, a falta de infraestrutura e de profissionais
fora dos grandes centros e a fragmentação da gestão local prejudica o
acesso a itens básicos de prevenção, diagnóstico e tratamento.

O investimento em tecnologia
de ponta deve cuidar para que
não haja mais desigualdade de
acesso entre ricos e pobres
O desenvolvimento da tecnologia de ponta na medicina ao longo dos anos
contribuiu para o encarecimento da manutenção do sistema, criando uma
tendência de maior avanço nos mercados estabelecidos, o que reforça a
desigualdade do acesso aos serviços. Acreditamos que a aproximação das
demandas sociais com a ciência e pesquisa podem fortalecer a criação de
soluções de impacto social que minimizem a desigualdade de acesso aos
avanços da saúde.

* fazendo um paralelo com os findings levantados no GII, podemos considerar países em


desenvolvimento como os classificados em Upper-middle Income e Lower-middle Income.

15
3. TENDÊNCIAS E
MOVIMENTOS NO
CAMPO DA SAÚDE
Drivers de mudança e necessidades
da população

Ao longo do tempo, é possível observar a deli- ça. Observando os grandes drivers apontados
mitação de novos desenhos na organização nos estudos globais sobre saúde e bem estar,
social. A forma cada vez mais consistente podemos encontrar seis forças que estão
desses novos desenhos mostram a transfor- moldando as necessidades por inovação no
mação das necessidades da população, mercado e na sociedade:
podendo ser chamados de drivers de mudan-

O envelhecimento e aumento da população mundial;


A revolução da informação e ressignificação dos papéis de autoridade e influêcia;
O grande aumento nos custos com saúde no mundo inteiro;
A alta incidência de obesidade e padrões de má alimentação;
O aumento dos transtornos mentais como depressão e ansiedade;
O aumento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis.

Inovações que estão moldando o futuro

Se por um lado o corpo social se move por geram) novas necessidades e comportamen-
grandes drivers, por outro lado, as inovações e tos. No campo da saúde, algumas vertentes
tecnologias se inserem no nosso cotidiano, tecnológicas têm influenciado a movimenta-
numa via de mão dupla: ao mesmo tempo ção do mercado:
atendem demandas, elas alimentam (ou

Tecnologias Tecnologias da Tecnologias


Médicas Informação e da Engenharia
Comunicação

• Engenharia Genética • Wearebles e Aplicativos • Impressão 3D


• Células Tronco • Inteligência Artificial • Nanotecnologia
• Medicina Regenerativa • BigData • Drones
• Imunoterapia • Medical IoT
• Medicina de Precisão • Telemedicina

17
Tendências sobre comportamento
e mercado

Apesar do grande avanço trazido pelas tecno- muitos cases, associadas a melhor gestão e
logias médicas de ponta, percebemos que o maior alcance da informação.
seu potencial de impacto se amplia na
medida em que se associam às outras áreas A associação dessas tecnologias dentro de
tecnológicas, especialmente à de informação soluções inovadoras, também impulsionadas
e comunicação (também chamadas de TIC). pelos drivers de mudança, estão estabelecen-
do novos padrões de comportamento das
As soluções disruptivas que ampliam o pessoas dentro dos sistemas de saúde.
acesso e barateiam os custos estão, em

TECNOLOGIAS
MÉDICAS

- Engenharia Genética
- Células Tronco TENDÊNCIAS: como a inovação
- Medicina Regenerativa
- Imunoterapia
na saúde está mudando nosso
- Medicina de Precisão comportamento

TICS
O paciente e a Saúde Integrada;
- Wearables e Aplicativos
Descentralização dos pontos de cuidado;
- Inteligência Artificial Mudança de Mindset: o que é ser
- BigData saudável?
- Medical IoT A Ascensão do autociodado e da
- Telemedicina
prevenção;
Gestão Unificada de Dados no Sistema de
ENGENHARIA Saúde
Médico do Futuro: foco na experiência do
paciente e humanização dos cuidados
- Impressão 3D
- Nanotecnologia
- Drones

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O Paciente e a Saúde Integrada:
Os cuidados com a saúde passam de uma do estabilizar ou reverter o quadro quando
perspectiva especializada para uma perspec- possível fazê-lo sem cirurgias.
tiva integrativa. Nesse sentido, um paciente
hipertenso com problemas cardíacos, por Essa perspectiva leva em conta também fato-
exemplo, não deve consultar somente um res externos ligados ao estilo de vida do
cardiologista ou decidir o tratamento apenas paciente, promovendo mais bem estar e
pelas alternativas especializadas – como se dando a ele mais participação e autonomia a
submeter a cirurgias –, mas também conside- respeito de seu tratamento. A integração é
rar a participação de outros profissionais facilitada pelas tecnologias de troca de infor-
cujas especialidades influenciam sua condi- mação entre os especialistas e o registro mais
ção cardíaca. Ou seja, poderá fazer acompa- eficiente do histórico do paciente. Também
nhamento psicológico e psiquiátrico visando as evoluções no campo da genética podem
reverter a condição de hipertensão, contar potencializar os tratamentos integrais ao
com o auxílio de profissionais de nutrição e mapear a probabilidade do desenvolvimento
educador físico para atrelar uma rotina sau- de determinadas doenças nos pacientes.
dável ao tratamento medicamentoso visan-

19
A Descentralização dos Pontos
de Cuidado:
A evolução das TIC (como a telemedicina, a e distantes dos grandes centros (cria valor em
inteligência artificial, o big data e os weara- países subdesenvolvidos).
bles) permitiu diagnósticos à distância, maior
grau de precisão dos pareceres, o monitora-
mento de batimentos cardíacos e dos níveis De um lado, temos a população com acesso
de substância no corpo dos pacientes, além ao sistema de saúde que se beneficia de
da gestão integrada dos dados, gerando inte- tecnologias de autodiagnóstico e do trata-
ligência para o sistema e histórico de trata- mento e monitoramento fora dos hospitais, o
mento dos pacientes. que aumenta a qualidade de vida do pacien-
te, menos dependente da infraestrutura hos-
Essa descentralização dos pontos de cuidado pitalar. De outro lado, temos as populações
com a saúde é, ao mesmo tempo, uma que carecem de recursos básicos para a reali-
tendência dentro dos mercados estabeleci- zação de exames e consultas, seja pela distân-
dos (aumenta o valor gerado em países cia geográfica como pelo custo da infraestru-
desenvolvidos) como também uma deman- tura, que passam a ter acesso a especialistas,
da antiga das populações menos favorecidas medicamentos e ferramentas de diagnóstico
e monitoramento.

20
Mudança de Mindset: o que é
ser saudável
Essa tendência diz respeito à forma como as Além disso, o aumento das doenças mentais
pessoas têm se relacionado com sua saúde e como depressão e ansiedade jogam luz a
bem estar. Uma série de transformações padrões de comportamento e estilo de vida
sociais e culturais externas ao campo da prejudiciais e insustentáveis. Esses questiona-
saúde impactam profundamente, ainda que mentos sobre bem estar e qualidade de vida
de formas particulares em determinados trazem novas reflexões sobre os limites da
territórios (grandes centros x zonas rurais, por doença e saudabilidade e sobre a influência
exemplo), o conceito de saudabilidade e o das relações sociais, dos níveis de felicidade e
relacionamento entre profissionais e pacien- dos ambientes na percepção do indivíduo
tes. sobre “ser saudável”.

É importante ressaltar que a revolução da Nesse novo cenário, emergem exemplos de


informação ocasionou mudanças nos papéis pessoas que preferem abdicar de tratamen-
sociais. Dessa forma, o paciente conta com tos desgastantes física e emocionalmente
outros meios para reunir informações e tomar para preservar sua rotina de atividades e con-
decisões sobre sua condição. Inicia-se então vívio social ou de pessoas que adotam hábi-
um processo de co-construção entre profis- tos mais saudáveis e a psicoterapia para auxi-
sional e paciente sobre diagnóstico e trata- liar no tratamento de doenças crônicas.
mento.

21
A Ascensão do Autocuidado
e da Prevenção
O setor do bem-estar cresce e se integra cada Além desses, observa-se o surgimento dos
dia mais com o setor da saúde. Muitas pesso- aplicativos para a gestão de tratamentos de
as passaram a valorizar mais as experiências doenças crônicas como a diabetes e a hiper-
do que a compra de bens de consumo. Nesse tensão, empoderando pacientes e facilitando
sentido, entram em cena as atividades físicas, o acompanhamento médico pelo registro de
a preocupação com a alimentação, o bem histórico. A autonomia dos pacientes por
estar emocional e as práticas de relaxamento meio do acesso à informação de forma rápida
como o mindfulness. O acesso a esse tipo de e em qualquer lugar tem, por um lado permi-
serviço se populariza rapidamente devido ao tido a melhora na qualidade de vida de
uso de aplicativos que levam a prática do pacientes crônicos e, por outro, favorecido a
bem estar para os smartphones da popula- prevenção, a reeducação e a mudança de
ção. As técnicas de gamification usadas hábitos.
nesses serviços aumentam também o grau
de engajamento dos usuários e permite
registro da evolução de suas ações.

22
Gestão Unificada de Dados
no Sistema de Saúde
Com a entrada das TIC nas soluções para a Além disso, a gestão unificada permite troca
saúde durante as últimas décadas, vimos o mais eficiente de informação entre setores
crescimento veloz do volume de informação dentro do sistema de saúde, gerando não só
gerado pelos sistemas de saúde. Soma-se a a visão integrada da saúde dos pacientes mas
isso, o aumento das populações como um também o acompanhamento dos ciclos de
todo e o seu envelhecimento, o que coloca atenção à saúde por setor. Assim, o monitora-
cada vez mais pacientes recorrentes para mento de resultados é facilitado, o que gera
dentro dos sistemas. A expansão dessa com- mais eficiência no planejamento de médio e
plexidade se dá não só pelo volume de dados longo prazo.
dos usuários como também pela adesão a
novas tecnologias de tratamento de ponta. Nessa perspectiva, ganham força os modelos
Com isso, as soluções de gestão de informa- de prestação de serviços fee-for-value, onde o
ção são cada vez mais necessárias para que o investimento em saúde é feito a partir dos
gerenciamento do sistema de saúde como resultados para o paciente. Nesse modelo,
um todo seja mais eficiente e eficaz. troca-se o foco dos procedimentos unitários -
consultas, exames, cirurgias, etc - para o resul-
A gestão unificada de dados, seja em um país tado de um pacote integrado de serviços,
ou grande território, permite maior planeja- permitindo ao paciente mais assertividade
mento estratégico de agentes públicos e nos investimentos e ao sistema mais agilida-
privados para a alocação de recursos em pre- de e eficiência na entrega de resultados.
venção, diagnóstico e tratamento, atacando
problemas específicos por perfil de popula-
ção, sazonalidade e localidades.

23
Médico do Futuro: foco na experiência
do paciente e humanização dos
cuidados
As mudanças que temos acompanhado nos Outra vertente dentro do viés de capacitação
sistemas de saúde geram uma grande está na mudança de papéis dos médicos e
demanda de capacitação de mão de obra. profissionais da saúde. Com a entrada da
Com a integração das tecnologias de softwa- tecnologia na cadeia, as funções que passam
re e hardware às tecnologias médicas, é a ser desempenhadas pelas máquinas
necessário que médicos e pesquisadores aumentam a necessidade de experiências
possam integrar suas expertises em times ou humanizadas para os pacientes. É preciso
em formações multidisciplinares. Como equilibrar a entrada da tecnologia com o
exemplo, podemos citar os avanços na desenvolvimento de novos papéis para os
impressão em 3D de órgãos para transplan- recursos humanos que são liberados das tare-
tes. fas técnicas e de precisão. Essa mudança de
perspectiva pode caminhar para papéis estra-
Também será demandando aos pesquisado- tégicos com foco em soluções para o sistema
res e profissionais maior visão de mercado e ou também para a humanização da experi-
empreendedorismo, de forma que melhor ência dos pacientes garantindo maior bem
compreendam as demandas e participem estar, acolhimento e cuidado emocional.
ativamente do desenho de soluções.

24
4. SOLUÇÕES DE
IMPACTO EM SAÚDE
NA CIÊNCIA BRASILEIRA
Em 2019, o time da Wylinka realizou um área de saúde para o projeto Deep Tech
mapeamento pesquisas e tecnologias na Saúde. Os objetivos foram:

Auxiliar a Associação Samaritano a encontrar projetos na


academia brasileira para atender demandas sociais na área
de tratamento e prevenção das DCNTs – doenças crônicas
não transmissíveis – como doenças cardiovasculares, diabe-
tes, doenças respiratórias, câncer, entre outras.

Ajudar o Instituto Sabin a encontrar soluções que trazem


maior eficiência, rapidez e acessibilidade na área de exames
de sangue de rotina.

Em seis meses de mapeamento, determina- alguns insights a respeito do conjunto estu-


do por critérios prioritários levantados com os dado. Os relatórios completos com a lista de
clientes, chegamos a um conjunto de 63 tecnologias e detalhes sobre as soluções mais
tecnologias. A busca englobou tanto projetos promissoras fazem parte da entrega do proje-
em nível de pesquisa básica até tecnologias to à Associação Samaritano e ao Instituto
já aplicadas no mercado. Nesse capítulo, Sabin.
iremos compartilhar

LEGENDA

Pesquisa básica: Trabalho experimental ou teórico realizado principalmente para adquirir


novos conhecimentos sobre os fundamentos de fenômenos e fatos observáveis, sem aplica-
ção clara definida. [1]

Pesquisa aplicada: É uma investigação original realizada para adquirir novos conhecimen-
tos. É, no entanto, dirigido principalmente para um objetivo específico e prático. Possui visão
clara do problema e abordagem para sua solução, porém ainda não é possível realizar um
teste funcional, em ambiente laboratorial ou real. [1]

Protótipo: Pesquisa está na fase de direcionamento para a produção de novos produtos ou


processos. Já consegue realizar algum tipo de teste funcional em pequena escala, em
ambiente laboratorial ou real. [1]

Escalonamento: Pesquisa já possui elementos de experimentações e demonstrações bem


sucedidas em escalas menores e/ou de laboratório. Nesta etapa, está em busca da constru-
ção e consolidação de uma operação bem sucedida de uma unidade de produção industrial.
[2]

Mercado: Nesta etapa a tecnologia se encontra validada, em pleno funcionamento. A tecno-


logia já se encontra no mercado, através de produtos, processos ou serviços aptos para
comercialização.  

[1] Manual, Frascati. "Guidelines for collecting and reporting data on Research and Experimental Development." URL: http://www. oecd.
org/sti/frascati-manual2015-9789264239012-en. htm (2015).
[2] Bisio, A.; Kabel, R. L. Scale up of chemical processes – conversation from laboratory scale tests to sucessful comercial size desing. Wiley
Interscience Publication: New York, 1985.

26
Conjunto de Tecnologias e seus estágios
de desenvolvimento:

tecnologias
mapeadas

15
A maior parte das pesquisas estudadas
se encontram em fase de pesquisa
Protótipo básica. Porém, 33 das tecnologias já
10 1 demonstram encaminhamento para
20 Pesquisa
Escalonamento aplicação (Pesq. Aplicada, Prova de
Básica Conceito e Escalonamento). Por fim, 10
delas já se encontram totalmente
Mercado
transferidas.

17 Pesquisa
Aplicada

Foco na base da pirâmide:


A falarmos sobre o impacto da ciência, refor- esse viés de aplicação. Das 63, apenas 15 aten-
çamos a importância de que a acessibilidade deram totalmente a esse critério. Ou seja,
seja um parâmetro integrado à tecnologia ainda há bastante espaço para crescimento e
desde a sua concepção. Por isso, o mapea- sensibilização dos pesquisadores sobre o
mento avaliou quantas delas nasceram com impacto social do seu trabalho.

Tecnologias desenvolvidas
24% para a base da pirâmide

Outras
tecnologias

76%

27
Onde essas pesquisas estão localizadas?

O mapeamento das 63 tecnologias refletiu a Colômbia, Rússia, Turquia e Estados Unidos,


concentração da pesquisa brasileira nas insti- porém, publicadas em português. Uma
tuições do sudeste, com grande destaque tecnologia brasileira não teve seu local identi-
para o estado de São Paulo que detém quase ficado. Não foram mapeadas soluções no
50% das tecnologias identificadas no Brasil. O Norte do Brasil. .
conjunto também integra 5 tecnologias da

Sudeste: 39 tecnologias
• SP = 28
• MG = 9
• RJ = 2
Nordeste: 9 tecnologias
• PB = 3
• CE = 2
• PE = 2
• BA = 1
• PI = 1
• RN = 1
Sul: 8 tecnologias
• RS = 4
• PR = 3
• SC = 1
Concentração de Tecnologias Centro-Oeste: 1 tecnologia
• DF = 1

28
Alinhamento com tendências mundiais

As seis tendências apresentadas anterior- rios mundiais de tendências na área da


mente refletem a evolução de uma série de saúde, propomos a matriz a seguir, na qual as
inovações tecnológicas e científicas, tanto no inovações são apresentadas em relação a sua
campo da medicina, quanto da engenharia e área de conhecimento e base científica: .
das TICs. A partir da leitura de diversos relató-

HARD
SCIENCE

• Células Tronco e Medicina • Nanotecnologia


Regenerativa • Impressão 3D
• Imunoterapia & Vacinas • Telemedicina • Virtual Reality
• Engenharia Genética (prevenção e • Medical IoT • Augmented Reality
personalização)
BASE CIENTÍFICA

• Monitoramento • Artificial Intelligence


• Medicina de Precisão por smartphone
• Wearables
• THC e psicoativos
• Novos tratamentos para saúde • Blockchain
mental • Big Data

BIO, MED & TIC &


PSICOLOGIA ÁREAS DO SABER ÁREAS DO SABER
ENGENHARIA
BASE CIENTÍFICA

• Points-of-Care: tratamentos além


• Tratamento de Saúde Integral dos hospitais
• Medicina Sistêmica - 4Ps (Preventiva- • Sistemas unificados de saúde
Preditiva-Personalizada-Participativa) • Serviços digitais de exercícios físicos
• Modelo Fee for Value • Serviços digitais de alimentação
• Humanização de Processos • Serviços digitais de Mindfulness
• Personalização do Tratamento • Serviços de reeducação para saúde
• Foco na experiência do paciente • Ambientes integrados de saúde
e bem estar

SOFT
SCIENCE

29
Fazendo um paralelo das tecnologias mapeadas e analisando
seus descritivos, podemos observar o seguinte comportamento
no conjunto das 63 soluções:

HARD SCIENCE

22 17 11
11 5
4
4 6
4
5 4
1 2 3
1

BIO, MED & TIC &


PSICOLOGIA ENGENHARIA

2
4
1
1 4
1 5 7

SOFT SCIENCE

LEGENDA:

Pesquisa Pesquisa Protótipo Escalonamento Mercado


Básica Aplicada

30
Os quatro passos para um planeta saudável:

O GII 2019 mapeou o impacto das novas O impacto também aumenta pela geração
tecnologias digitais e médicas nas fases de de dados sobre os determinantes sociais dos
diagnóstico, tratamento, resultados e bem quadros de saúde, melhorando a gestão de
estar. Essa análise mostra como as tecnolo- tratamentos e prevenção. Em relação aos
gias da informação de fato estão contribuin- resultados alcançados, é importante mostrar
do para a maior autonomia dos pacientes na como os dados e a tecnologia tendem a apro-
geração e transmissão de dados. Além disso, ximar os sistemas das necessidades reais da
a incorporação das habilidades técnicas nas população e a trabalhar com uma aborda-
ferramentas tecnológicas de diagnóstico e gem mais baseada no valor gerado do que
tratamento contribui muito para ampliação nos processos da saúde. .
do alcance do sistema de saúde, aumentan-
do também sua viabilidade.

Current innovations in the four steps to a healthy planet

Diagnosis Treatment Outcome Wellness

• Two-way data • Focused factories • Real-world evidence • Prevention incentives


transmission from (industrialization)
the patient • Value-based care • Interventions for social
• Digital therapeutics determinants of health
• Wearable tech for
monitoring • AI for treatment selection

• AI for diagnosis, • Data on social


reducing skill needed determinants of health

• Telehealth, reducing • Drug discovery in silica


need for proximity
• Faster global trials

• Cell and gene therapies

• Oncology advances

• Precision medicine

Fonte: Global Innovation Index 2019

31
Levando em consideração os quatro passos do. Uma mesma tecnologia pode atender
para um planeta saudável proposto pela mais de um passo, como tecnologias pra
avaliação do GII 2019, pudemos perceber o exames de diagnósticos e acompanhamento.
seguinte comportamento no grupo estuda- .

10
7

10 7

8
8

7
3 1
1
31 Tecnologias 3
30 Tecnologias
49% 3
48% 5

3
2

8 Tecnologias 8 Tecnologias

13% 13%

Diagnosis Treatment Outcome Wellness

32
5. CONCLUSÕES
E RECOMENDAÇÕES
A avaliação das tecnologias e as entrevistas DeepTech Saúde. Vamos compartilhar, em
com pesquisadores levou nosso time a uma linhas gerais, as conclusões dessa análise do
série de recomendações para os parceiros do conjunto de 63 projetos mapeados.

A maior parte das tecnologias mapeadas se encontra em estágio inicial ou


1 ainda não está inserida no mercado. Isso pode demonstrar barreiras e dificul-
dades no desenvolvimento das pesquisas do setor.

2
Uma pequena parcela das tecnologias mapeadas foi projetada com foco na
base da pirâmide ou na atenção primária, apesar de apresentarem potencial
para essa aplicação. Isto nos indica pouco conhecimento ou baixo interesse de
pesquisadores e empreendedores nestes mercados.

A maior dificuldade na aplicação dessas tecnologias na base da pirâmide é


3 falta de infraestrutura adequada para sua aplicação, envolvendo desde a
carência de equipamentos até condições gerais, como acesso à internet.

A avaliação quanto a rapidez de entrada no mercado e efetividade do grupo


4 de tecnologias são relativas. Embora grande parte do grupo seja promissor
nesses aspectos, ainda carecem de testes em ambiente real. Isso se deve ao
fato de poucas dessas tecnologias estarem, hoje, inseridas no mercado.

A pesquisa aprofundada entre as soluções de maior destaque apontou algu-


5 mas necessidades-chave para seu desenvolvimento e para o estabelecimento
de parcerias com setor privado, como por exemplo:

Aporte de capital;
Direcionamento do modelo de negócios para aplicação à base da pirâmide
e atenção primária;
Parceria para testes e validações em campo;
Utilização direta da tecnologia na cadeia através de licenciamento.

34
Áreas de oportunidade para aplicação da
ciência na saúde

Baseados nas conclusões do mapeamento e cial de aplicação das tecnologias, especial-


ao contexto levantado junto aos pesquisado- mente na realidade da atenção primária e ao
res e empreendedores, deixamos aqui algu- sistema público de saúde:
mas recomendações para aumentar o poten-

Criação de instrumentos que financiem o estágio entre o protótipo e o produ-


1 to final, que são as fases iniciais e mais arriscadas da pesquisa.

2
Mobilização do investimento privado na prestação de serviços públicos, viabili-
zados com contratos de compartilhamento de riscos incorporado.

Criação de veículos de acesso à ciência brasileira para o desenvolvimento de


3 soluções inovadoras para os principais desafios da saúde incentivado por
demandas públicas ou privadas.

Fomentar mais interação entre as áreas de Ciências da Vida e TICs, desenvol-


4 vendo abordagens mais voltadas à assistência médica em escala.

Fomento à cultura de inovação e empreendedorismo na academia para difu-


5 são e tradução da pesquisa em aplicações comercialmente viáveis.

Estímulo a estudos sobre potencial de aplicação de tecnologias em ambientes


6 com poucos recursos, populações na base da pirâmide e rede de atenção
primária à saúde.

35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Coalizão Saúde – Instituto Coalizão Saúde

ESTRATÉGIA NACIONAL DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO 2016 2022 –


MCTIC

GLOBAL INNOVATION INDEX 2019 Creating Healthy Lives—The Future of Medi-


cal Innovation (2019)

Global Wellnes Economy Monitor (2018) – Global Wellness Institute

Health and Healthcare in the Fourth Industrial Revolution Global Future Coun-
cil on the Future of Health and Healthcare 2016-2018 (2019) – World Economic
Forum

Healthtech Mining Report (2018) – District

INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE: Bases para o Futuro dos Pequenos Negócios


(2012) - Sebrae

PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O ENFRENTAMENTO DAS DOENÇAS


CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT) NO BRASIL 2011-2022 – Ministério da
Saúde

Saving lives, spending less: A strategic response to noncommunicable diseases


(2018) - World Health Organization (WHO)

SISTEMAS SETORIAIS DE INOVAÇÃO E INFRAESTRUTURA DE PESQUISA NO


BRASIL (2016) – FINEP, CNPQ, IPEA

36
Realização: Colaboração:

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