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OSTEARTRITE

CASTOR JORDÃO COBRA *

SÉRGIO IGNACIO D. RüIZ **

A sinonímia desta enfermidade ar- na parte central da cartilagem (a


ticular é das maiores, existindo cer- menos irrigada e mais exposta às
ca de 100 denominações a ela atri- pressões) e constam de estriação,
buídas. Entre outras, citaremos: os- degeneração e destruição de áreas
teartrose, artrite degenerativa, ar- irregulares. N a periferia, b e m irri-
trite senil, artrite deformante, doen- gada, se origina o osteófito, que
ça articular degenerativa, reumatis- constitui processo reacional.
m o crônico hipertrófico, condrartro- A osteartrite pode permanecer as-
se, artrite hipertrófica, reumatismo sintomática durante muito tempo,
degenerativo, osteartrite hipertrófi- sobrevindo a dor, e m função de al-
ca degenerativa. g u m fator desencadeante (traumá-
tico, emocional ou climático) ou
Conceito — A osteartrite é doen- m e s m o espontaneamente. Começa
ça degenerativa crônica das articu- insidiosamente com dor local ou pro-
lações : caracteriza-se por alteração pagada, contínua ou intermitente,
estrutural e erosão das superfícies muitas vezes exacerbada pela ativi-
cartilaginosas articulares, prolifera- dade funcional da articulação afe-
ção óssea marginal e eburnização tada e acompanhada de limitação
das extremidades ósseas dentro das de movimentos. Pode ser mono, pau-
articulações. Os três fatores etioló- ci ou poliarticular, ocorrendo de pre-
gicos mais importantes relacionados ferência nas grandes articulações,
com a osteartrite são a idade, a so- embora seja t a m b é m muito freqüen-
brecarga funcional e as condições es- te nas pequenas articulações inter-
táticas. Ela incide mais freqüente- falangianas distais das mãos (nódu-
mente nos indivíduos de constituição
los de Heberden). A evolução é crô-
pícnica e nas articulações com so-
nica e não leva à ancilose. Se exis-
brecarga de peso ou dotadas de
te redução da amplitude dos movi-
grande atividade (coluna lombar,
mentos é devida ao obstáculo m e -
joelhos). É considerada doença de
cânico dos osteófitos.
"desgaste" e aparece com maior fre-
qüência a partir dos 40 anos. N ã o ETIOPATOGENIA
apresenta sintomas gerais, n e m mo-
dificações de ordem laboratorial. En- A causa fundamental da osteartri-
tretanto, através do exame radioló- te é desconhecida. Atualmente, sa-
gico observam-se fenômenos carac-
terísticos, como: diminuição do es-
Trabalho da Secção de Reumatologia
paço articular, conseqüente a alte-
da Cadeira de Terapêutica Clínica da
rações da cartilagem; osteófitos; os- Fac. Med. da Univ. de São Paulo (Ser-
teoporose; eburnificação das extre- viço do Prof. Cantídio de Moura Cam-
midades ósseas. As lesões iniciam-se pos).
* Chefe.
** Médico voluntário.
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be-se apenas ser doença degenerati- quanto ao desenvolvimento de lesões


va, ligada a processo de envelheci- ostearticulares.
mento dos tecidos articulares, que se
pode iniciar ou agravar e m conse- 5) Defeitos posturais — Os defei-
qüência de traumas. Estudos ne- tos posturais (relacionados com a
croscópicos indicam que as altera- escoliose, a lordose, a cifose, o genu
ções degenerativas da cartilagem são varum, o genu valgum, o pé plano)
as anormalidades anatômicas mais podem levar à constituição de lesões
precoces e que há relação nítida en- osteartríticas.
tre gravidade de tais alterações e
a idade do paciente. Embora seja 6) Infecção focai — Embora se-
desconhecida a etiologia da ostear- jam numerosos os autores que pro-
trite, existem fatores que têm sido curam relacionar a osteartrite com
responsabilizados pelo seu apareci- as infecções focais, é mais provável
mento. Entre eles julgamos dignos que estas últimas não constituam
de estudo os seguintes: fatores etiológicos importantes.

1) Predisposição — Alguns auto- 7) Climatério — O significado do


res afirmam que há predisposição climatério, apontado por alguns au-
hereditária, observada e m certas fa- tores como causa de osteartrite, re-
mílias, que apresentariam cartila- sume-se, talvez, principalmente, na
gens de qualidade congênitamente própria idade e na obesidade, já re-
inferior. Estudos estatísticos têm feridas.
mostrado que nas mulheres é mais
alta a incidência dos nódulos de He- ANATOMIA PATOLÓGICA
berden, o que representaria predis-
Os sinais anátomo-patológicos
posição ligada ao sexo.
mais precocemente observados nesta
forma de reumatismo são invaria-
2) Idade — Já dissemos que a os-
velmente pequenas erosões e irregu-
teartrite aparece com mais freqüên-
laridades nas superfícies articulares.
cia a partir dos 40 anos; entretan-
O processo degenerativo inicia-se
to, e m alguns indivíduos de idade
fundamentalmente na porção central
próxima dos 20 anos, podem ser de-
da cartilagem, que é menos nutrida.
monstradas alterações da cartilagem
A cartilagem começa a perder o bri-
articular dos joelhos; por outro la-
lho e a côr. Estas alterações da
do, as m e s m a s alterações estão pre-
substância intersticial hialina da
sentes e m 80 a 9 0 % de pessoas de
cartilagem permitem que as fibrilas
idade superior a 60 anos.
estruturais da matriz normal homo-
gênea se tornem aparentes (fibrila-
3) Obesidade — A obesidade con-
diciona sobrecarga para as articula- ção). Subseqüentemente, as ulcera-
ções, aumentando-lhes o trauma de- ções se estendem e m direção aos
corrente do exercício das funções bordos da cartilagem e mais pro-
fundamente na sua intimidade. A
habituais.
superfície cartilaginosa pode mos-
4) Traumatismo — É um dos fa- trar largas erosões e fendas que pe-
tores mais b e m caracterizados na netram no osso epifisário. Conglo-
determinação da osteartrite. A le- merados de células e ocasionalmente
são micro ou macrotraumática tem fragmentos macroscópicos de carti-
as m e s m a s conseqüências finais, lagem se separam e deslocam-se pa-
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ra o espaço articular (constituindo ções, cujos revestimentos se fazem


os chamados "ratos" ou "camundon- parcial ou totalmente de fibrocarti-
gos" articulares, que podem sofrer lagem (por exemplo, a articulação
metaplasia óssea). Vários elementos sacro-iiíaca e acrômio-clavicular) e
reacionais, secundários a este pro- t a m b é m nos ligamentos interespi-
cesso, podem ser observados e m ou- nhosos, levando a vários graus de
tros componentes da articulação. rigidez da coluna vertebral. As al-
M e s m o com lesões precoces há cres- terações da membrana sinovial não
cimento ativo das células primitivas são evidentes e consistem principal-
na periferia, onde cartilagem e ín- mente de densidade aumentada do
tima sinovial aderem n u m a zona de tecido da subíntima e raros peque-
tecido de transição. Nesta sede fre- nos focos de células inflamatórias.
qüentemente ocorre metaplasia, com
formação de cartilagem ou de osso. QUADRO CLÍNICO
Proliferações marginais podem tam-
A osteartrite pode ser assintomá-
bém originar-se na junção do pe-
tica m e s m o e m presença de exten-
riósteo com a cápsula sinovial fibro-
sas lesões articulares. Não há febre,
sa, assim como do osso subcondral.
mal-estar, perda de peso, caquexia,
De qualquer modo, este desenvolvi-
leucocitose, aumento da hemossedi-
mento do chamado esporão ósseo,
mentação, n e m outros indícios de
labiamento ou esteófito representa
doença sistêmica. Os sinais físicos
fase nitidamente avançada da artro-
dependem das articulações atingidas.
patia degenerativa. Quando se ini-
ciam as alterações da matriz carti- A dor é o sintoma dominante e
laginosa, a lamela calcificada que geralmente se localiza na articula-
separa a cartilagem do osso subcon- ção, se b e m que, e m alguns casos,
dral tende a tornar-se mais espessa possa ser referida, como às vezes
e densa e pode m e s m o ser redupli- acontece na osteartrite da coxofemo-
cada. E m certos casos de destruição ral, e m que o doente acusa dor no
grave da cartilagem, a medula epi- joelho. A dor aumenta com os mo-
fisária às vezes mostra sinais de ir- vimentos e caracteristicamente me-
ritação, com vascularização aumen- lhora com o repouso; é mais fre-
tada e crescimento de células do en- qüente nas articulações submetidas
dósteo e fibrócitos medulares. Este a esforço, como a coluna vertebral
tecido de granulação pode romper inferior, as coxofemorais e os joe-
a lamela calcificada para invadir fo- lhos. Atribui-se a dor à proliferação
cos de degeneração na cartilagem. óssea marginal, à pressão sobre o
Freqüentemente encontram-se cistos osso subcondral exposto ou à fibro-
de detritos que podem originar, ao site de partes moles periarticulares,
exame radiológico, alterações trans- que pode acompanhar o processo de-
lúcidas na área subcondral. generativo. Poderia, ainda, originar-
O estádio final da doença se ca- -se na união da sinovial com a car-
racteriza por completa perda da car- tilagem, ou próximo dela, de acordo
tilagem hialina das superfícies arti- com a distribuição das fibrilas ner-
culares, que fica substituída por osso vosas. A dor não é proporcional ao
eburnificado e esclerosado. Não grau das lesões orgânicas e conse-
ocorrem verdadeiras anciloses, em- qüentes alterações radiológicas.
bora se encontrem pontes ósseas e
Freqüentemente a dor se acom-
calcificações e m algumas articula-
panha de rigidez, especialmente de-
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pois de repouso, e tende a melhorar


seos. N a coluna vertebral os osteó-
com a movimentação.
fitos podem constituir, quando asso-
Os derrames articulares são rela- ciados, imagens radiológicas que fre-
tivamente raros na osteartrite e, qüentemente se c h a m a m "bicos de
quando existem, podem vir acompa- papagaio"; com o progresso da hi-
nhados de sinais inflamatórios. pertrofia óssea tais formações po-
dem passar a constituir verdadeiras
A tumefação típica do osso, que
pontes de ligação entre duas vérte-
existe nos côndilos femorais e nos
bras. Nas primeiras fases — quan-
nódulos de Heberden, é devida a rea-
do existe somente degeneração car-
ção do periósteo com aposição de
tilaginosa, sem proliferação — só é
osso ou a atividade do pericôndrio,
visível radiològicamente certa dimi-
com neoformação de cartilagem que
nuição do espaço articular, que nun-
mais tarde se ossifica.
ca chega à obliteração; às vezes se
É pouco freqüente a atrofia mus- observa também condensação sub-
cular; quando presente, é pouco condral, com eburnificação, além de
acentuada e se limita aos segmentos osteoporose e m áreas contíguas. Os
próximos à articulação doente. corpos livres intra-articulares, já re-
A osteartrite não demonstra ten- feridos, também chamados "ratos"
dência a acarretar ancilose das ar- articulares, são achados radiológicos
ticulações comprometidas. A limi- freqüentes.
tação de movimentos pode ser devi-
da à dor ou a causas mecânicas, tais » DIAGNÓSTICO
como a retração da cápsula ou a A osteartrite pode, em regra, ser
proliferação óssea marginal. prontamente distinguida das artro-
A crepitação é u m sinal muito patias inflamatórias e infecciosas,
freqüente da artropatia degenera- pela inexistência de manifestações
tiva. gerais e pela ausência de sinovite.
E m geral não existe atrofia muscu-
Pode observar-se o aparecimento
lar. A o contrário dos vários tipos
de desvios de eixo, conseqüentes ao
de artrite, a evolução desta doença
desaparecimento irregular da carti-
é lentamente progressiva através de
lagem, de influências mecânicas dos
anos e décadas e não se caracteriza
osteófitos ou do peso que suportam
por remissões e exacerbações; entre-
algumas articulações. Isto se obser-
tanto, episódios mais ou menos agu-
va nos dedos com nódulos de Heber-
dos podem seguir-se ao uso exces-
den e nos pés com hallux valgus.
sivo ou a traumas das articulações
As parestesias, tais como formiga- atingidas.
mento e adormecimento, são habi-
A verificação de alterações oste-
tuais, sobretudo nas mãos e, por
artríticas de estádios precoces é di-
vezes, constituem a queixa essencial
fícil pelo exame clínico. A presença
do paciente.
de desconforto articular na ausên-
São importantes os sinais radioló- cia de alterações articulares degene-
gicos, representados inicialmente pe- rativas evidentes cria difícil proble-
los chamados labiamentos marginais m a de diagnóstico diferencial. E m
e, mais tardiamente, pela osteocon- tais circunstâncias outras causas de
densação e pela hipertrofia óssea, desconforto do esqueleto devem ser
de que resulta a formação de osteó- cuidadosamente excluídas. Dores ar-
fitos, t a m b é m chamados esporões ós- ticulares intermitentemente progres-
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sivas, aliviadas pelo repouso e com m e articular na artropatia degene-


sinais físicos mínimos de doença ar- rativa torna clara a natureza deste
ticular e m indivíduos de meia idade, processo.
sem evidência de doença geral, de-
TRATAMENTO
vem levar-nos a considerar a possi-
bilidade deste diagnóstico. O aspec- Não se conhece terapêutica espe-
to da osteartrite avançada, entretan- cífica. Portanto, esta forma de reu-
to, é característico, especialmente matismo deve ser tratada sintoma-
quando afeta as menores articula- ticamente, assim como devem ser
ções dos dedos, com aumento nodoso evitadas as sobrecargas das articula-
firme ou duro, que leva eventual- ções afetadas. Exceto e m relação à
mente a deformidades e a certa li- osteartrite coxofemoral (malum co-
mitação do movimento. Devemos xae senilis) que, freqüentemente,
ser cautelosos ao atribuir sintomas termina e m incapacidade funcional
esqueléticos a alterações degenera- grave e a pequeno número de pa-
tivas das articulações, particular- cientes com predisposição constitu-
mente da coluna vertebral, para evi- cional aparentemente acentuada, os
tar a omissão de diagnóstico de doen- resultados clínicos dessa orientação
ça superposta, tais como neoplasia mostram-se satisfatórios.
maligna metastática, osteoporose e
infecções intercorrentes. É impor- Preparação psicológica do pacien-
tante lembrar que o aparecimento te — É importante dar ao paciente
súbito de sintomas e m articulações — que, com freqüência, tem grande
previamente assintomáticas requer temor de se tornar inutilizado — a
u m a explicação. Deve fazer-se men- verdadeira perspectiva da sua afec-
ção à freqüência com que lesões de- ção fundamentalmente benigna; não
generativas da coluna vertebral pro- é prudente, n e m correto, afirmar ou
duzem sintomas e m áreas distantes, insinuar que nada mais pode ser fei-
freqüentemente sem dor local. E m to por êle e que por isso não deve
geral se admite a existência do fe- voltar à consulta. E m alguns pacien-
nômeno de dor referida de origem tes, conflitos neuróticos coexistentes
vertebral. e a conseqüente tensão muscular
A osteartrite e a artrite reuma- parecem agravar os distúrbios fun-
tóide são diferentes e não devem cionais da osteartrite. E m tais ca-
ser confundidas. Desde que o início sos a resolução de problemas emo-
da artrite reumatóide pode ocorrer cionais e a obtenção de relaxamento
depois dos 40 anos, quando os pro- muscular podem produzir benefícios
cessos degenerativos são mais co- evidentes.
muns, as duas doenças podem coe-
xistir. Às vezes, quando a ostear- Repouso — As medidas terapêu-
trite atinge não somente as arti- ticas mais racionais são aquelas que
culações interfalangianas terminais propiciam repouso do órgão afetado.
dos dedos (nódulos de Heberden), Os meios para atingir esse objetivo
mas também as interfalangianas pro- devem ser aplicados a cada articula-
ximais, a deformidade das últimas ção individualmente, com atenção
pode simular de algum modo a in- especial às suas funções peculiares
chação fusiforme destas articulações de sustentação de peso e de movi-
na artrite reumatóide. O caráter mento. N o caso de u m a articulação
nodoso e duro do aumento de volu- periférica do m e m b r o superior, e m
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geral é suficiente u m a tala simples. cargas anormais sobre as articula-


E m articulações da porção baixa da ções das partes inferiores da coluna
coluna vertebral, pernas e pés, po- e membros inferiores.
dem ser necessárias medidas adicio-
nais para aliviar a sobrecarga e a Medicamentos — O alívio da dor
sustentação de peso. O suporte pa- e do espasmo muscular, nesta doen-
ra vários órgãos pode ser consegui- ça, consegue-se usualmente pelo uso
do por meio de correias, cintos, sus- dos salicílicos (por exemplo, o ácido
pensórios ou pelo uso de bengalas acetilsalicílico nas doses de 0,6 a 0,9
e muletas. Para a osteartrite mais g, três a cinco vezes por dia). A
grave, quer das articulações coxo- fenilbutazona se emprega ocasional-
femorais, quer da extremidade infe- mente, m a s a sua toxicidade torna
rior da coluna vertebral, pode ser duvidosa a justificação do seu uso
necessário o repouso com ou sem nessa doença. A administração si-
tração. multânea de u m sedativo brando, tal
como o fenobarbital, pode ser útil
Fisioterapia — As medidas fisio- e m pacientes portadores de tensão
terápicas são preciosas na correção nervosa considerável. Os hormônios
de vícios de postura, que agem co- sexuais não se têm mostrado efici-
m o fatores etiológicos de osteartri- entes no tratamento da osteartrite.
te, assim como são úteis no trata- A cortisona e o A C T H aliviam os
mento da própria osteartrite. Du- sintomas e m alguns pacientes, mas
rante fases especialmente dolorosas, não são suficientemente ativos, a
tais medidas devem limitar-se às ponto de justificar o seu uso roti-
aplicações de calor e m forma sim- neiro. A administração intra-arti-
ples, preferivelmente compressas cular de hidrocortisona e m doses de
quentes, envoltório de toalhas quen- 25 a 50 m g garante melhora local
tes ou raios infravermelhos, acom- temporária dos sintomas na maio-
panhados de massagens suaves dos ria dos pacientes e pode ser com-
tecidos periarticulares e dos mús- plemento terapêutico útil nos casos
culos. Depois de poucos dias, quan- de articulações excessivamente dolo-
do a lesão se torna mais branda, a rosas. Outros elementos glandula-
movimentação passiva deve ser ini- res ou vitaminas somente devem ser
ciada, antes da volta gradual aos empregados quando se demonstrar
exercícios ativos e à função normal. deficiência específica.
A roentgenterapia tem sido preco-
nizada para o alívio da dor, m a s os Cirurgia — Enquanto os proces-
seus benefícios não estão compro- sos descritos acima podem e m geral
vados e o seu emprego para este ser empregados no controle dos sin-
fim na osteartrite não se justifica, tomas e incapacidade decorrente da
desde que se pode obter alívio sa- osteartrite, a artroplastia pode às
tisfatório por meios mais seguros. vezes ser indicada ou necessária e m
articulações intensamente deforma-
Dieta —• A ingestão alimentar de- das. Tal processo se destina à cor-
ve seguir padrão normal, a não ser reção de distúrbios mecânicos e con-
que sejam aconselháveis restrições seqüente melhora da movimentação
calóricas. U m a vez que a obesidade e da dor. Ocasionalmente, procede-
-se à abertura de articulações tais
constitui circunstância agravante co-
como do joelho, para remoção de
m u m , freqüentemente se indica re-
osso hipertrófico e alisamento das
dução de peso para diminuir sobre-
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BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA
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