casa segura

A Abinee participa, ao lado de outras nove entidades, do

orientar proprietários de imóveis residenciais sobre a nece

Trabalho de conscien
risco de a

D
esrespeito às normas de segurança, uso Além da falta de conformidade com os
de produtos de baixa qualidade, di- parâmetros normativos vigentes, as instalações
mensionamento incorreto, sobrecarga, antigas não foram dimensionadas para as atuais
ausência de manutenção e até mesmo o necessidades de consumo (que aumentou nos
emprego de mão-de-obra desqualificada. Esses últimos anos devido à expansão dos produtos
são os principais problemas que afetam a maior eletrônicos) e ainda sofreram os efeitos do des-
parte das instalações elétricas no Brasil. E as con- gaste natural dos materiais.
seqüências todos sabem: risco de acidentes. A pesquisa feita pelo Procobre confirmou
Não por acaso, as estatísticas do Corpo de que 50% das residências com mais de vinte anos
Bombeiros apontam que as instalações elétricas não passaram por nenhum tipo de reforma ou
inadequadas aparecem como a segunda princi- manutenção nas instalações elétricas. E o mais
pal causa de incêndio em todo o país. preocupante: 88,4% dos moradores considera-
Estudo do Instituto Brasileiro do Cobre ram essas instalações seguras ou aceitáveis.
(Procobre) em imóveis residenciais na cidade “A instalação elétrica é a parte menos visível
de São Paulo mostra que as instalações compro- de uma construção. Os usuários não vêem pas-
metidas em termos de segurança e desempenho sar a corrente elétrica, porque ela fica escondida.
foto: Isabela Martini energético são mais E como a maioria deles é leiga, não enxerga os
freqüentes em cons- riscos dos sérios acidentes elétricos que podem
truções antigas. acontecer”, comenta Lima.
“Muitas instala-
ções, mesmo tendo Iniciativa pioneira
sido bem executa- Preocupados com a gravidade da situação,
das, não atendem um grupo de entidades (Abempi, Abinee,
aos pré-requisitos Abrasip, Corpo de Bombeiros, Mapfre Seguros
das normas de se- Brasil, Procobre, Qualifio, Secovi, Sindicel e
gurança atuais por- Sindinstalação) idealizou o Casa Segura, um
que foram feitas de programa que nasceu com o propósito de
acordo com padrões orientar proprietários das moradias sobre a
anteriores”, explica necessidade de melhorar a qualidade das insta-
Sérgio Lima, diretor lações elétricas, de modo a diminuir os riscos
da Área de Material de acidentes, valorizar os imóveis e promover a
Elétrico de Instala- economia energética. Tudo isso baseado no uso
Sérgio Lima ção da Abinee. da racional e seguro da energia elétrica.

Revista Abinee
18 maio/2006
o Casa Segura, um programa lançado com o objetivo de
essidade de melhorar a qualidade das instalações elétricas
ntização busca reduzir
acidentes
O grupo realizou um censo sobre as edifi-
cações residenciais em São Paulo com mais de
vinte anos de existência, chegando ao número
de 16 mil edifícios nestas condições. Deste
universo, foi estabelecida uma amostra de 150
prédios para um programa piloto.
A primeira providência do Casa Segura é
fazer a avaliação das instalações elétricas desta
amostra, realizada por profissionais habilitados,
com a emissão de um relatório que orientará os
responsáveis pelas edificações sobre a necessi-
dade ou não de se fazer uma ação corretiva ou
preventiva, ajudando na tarefa de administrar
o condomínio com mais eficiência e melhores
resultados.
Este exame abrange as condições dos princi-
pais componentes da parte comum da instalação
elétrica (incluindo entrada de energia, centro
de medição, quadro geral de distribuição e de
comando de bombas e prumadas).
Muitas avaliações já foram feitas e os resultados
entregues aos síndicos e moradores. Entre as ocor-
rências mais comuns estão a ausência do fio terra
(condutor de proteção), o uso de disjuntores acima
da capacidade máxima para proteger os circuitos,
um número insuficiente de tomadas para a neces-
sidade dos usuários, cabos sub-dimensionados e
falta de medidas de segurança fundamentais como
pára-raios e o dispositivo DR.
“O programa Casa Segura é uma iniciativa
pioneira e válida. Significa um primeiro passo
para conscientizar a população. Mas o ideal
seria ampliar a sua abrangência estendendo
PREVENÇÃO CONTRA CHOQUES
E CURTO - CIRCUITOS
O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de
São Paulo informa que a maioria dos incêndios ainda é
causada pelo mau uso da rede elétrica das edificações
e por isso faz algumas recomendações:
1. Faça o aterramento nos circuitos elétricos dimensiona-
dos, para evitar os choques elétricos e danos nos aparelhos
eletrodomésticos;
2. Execute as instalações elétricas conforme a norma NBR
5410 da ABNT (Instalações Elétricas de Baixa Tensão);
3. Utilize os disjuntores do tipo DR (dispositivo de prote-
ção a corrente diferencial-residual) nos circuitos elétricos,
especialmente em áreas molhadas como cozinhas, banheiros
e áreas de serviço.
4. Não execute instalações elétricas provisórias ou precárias
(gambiarras), evitando sobrecarga da rede e possível curto-
circuito;
5. Quando for realizar reparos nas instalações elétricas,
procure sempre um profissional habilitado e credenciado;
6. Não utilize benjamins ou outro tipo de extensão nas
tomadas, também para impedir sobrecarga ou curto-
circuito.
7. Realize periodicamente manutenção preventiva nas ins-
talações elétricas, pois elas possuem vida útil limitada.
Revista Abinee
maio/2006 19
casa segura
PARCEIROS DO PROGRAMA
• Abempi - Associação Brasileira das Empresas de Engenharia
de Manutenção Predial e Industrial
• Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica
• Abrasip – Associação Brasileira de Engenharia de
Sistemas Prediais
• Corpo de Bombeiros
• Mapfre Seguros Brasil
• Procobre - Instituto Brasileiro do Cobre
• Qualifio – Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios
e Cabos Elétricos
• Secovi – Sindicato da Habitação
• Sindicel – Sindicato da Ind. de Condutores Elétricos, Laminação
e Trefilação de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo
• Sindinstalação – Sindicato da Indústria de Instalação
do Estado de São Paulo
artigo técnico
Chuveiro Elétrico, sinônimo
D
esenvolvido há cerca de 60 anos, o chuveiro
elétrico é um dos eletrodomésticos com maior
presença na sociedade, instalado em quase todas
as residências, desde as mais simples e longínquas
localidades do país, até as mais nobres, nas regiões
metropolitanas.
Por ser o sistema de aquecimento dominante, o chuvei-
ro elétrico vem sendo difamado pelos seus concorrentes,
aquecimento solar e a gás, na tentativa de abocanhar parte
do mercado.
Genuinamente brasileiro, o chuveiro é um produto
seguro, eficiente, moderno e econômico. Seguro, atende, e
muitas vezes supera, todas as especificações determinadas
por normas. Eficiente, não desperdiça energia, em fun-
ção de sua concepção. Moderno, mesmo tendo décadas
de vida no Brasil, está sendo introduzido com sucesso e
em escala considerável nos países da Europa e do Leste
Asiático, onde surgem cada vez mais fábricas deste tipo
de produto. Econômico, consome energia somente quan-
do está em uso. Estas qualidades que não são totalmente
atendidas pelos outros sistemas de aquecimento de água,
sejam solar ou a gás.
Revista Abinee
20 maio/2006
o programa para outras capitais e cidades do
interior, visando dar segurança às residências
de todo o país”, avalia Sérgio Lima.
Segundo o diretor da Abinee, os proprietá-
rios dos imóveis devem procurar profissionais
credenciados (seja técnico, engenheiro ou em-
presa especializada) para verificar o estado das
instalações elétricas e adequá-las conforme as
normas de segurança. “Ao contratar os servi-
ços, os usuários não devem se limitar somente
ao grupo do programa. O importante é que
o laudo e as adequações sejam feitos por um
técnico, que se responsabilize pelo projeto”,
salienta.
Embora o programa Casa Segura seja fun-
damental, sua ação infelizmente se restringe
Além destas qualidades, que por si já são uma grande
vantagem do chuveiro elétrico sobre outros sistemas, há
um outro grande diferencial: a economia de água, bem
cada vez mais escasso no planeta.
Nenhum outro sistema de aquecimento é tão econô-
mico em relação ao consumo de água quanto o chuveiro
elétrico. A vazão de água é de três litros por minuto,
um volume suficiente para um banho confortável e sem
desperdícios. Qualquer outro sistema utiliza pelo menos
o dobro chegando, em alguns casos, a mais que quatro
vezes esta vazão.
Ao contrário do que se imaginava no passado, o chu-
veiro elétrico não é o vilão do consumo de energia elétrica,
ele consome menos energia elétrica que um sistema de
aquecimento solar no inverno.
Um sistema de aquecimento solar, mesmo fora do
inverno, para ser mais econômico que o chuveiro, precisa
ser dimensionado adequadamente, sendo que algumas
vezes é inviável sua instalação.
Seja qual for o modo de instalação, o aquecimento solar
deixa muito a desejar quando o assunto é o desperdício de
água potável, ponto este ignorado por seus defensores.
 aos segmentos da população com certo padrão
aquisitivo. “Precisamos criar soluções para os
casos das construções precárias, rudimentares,
que são imensa maioria no país. Uma proposta
seria oferecer kits de projetos básicos, nos quais
estariam especificados os materiais mínimos
necessários para cada tipo de aplicação. Fun-
cionaria como uma espécie de receituário”, diz
Sérgio Lima.
Na opinião do diretor da Abinee, para as
normas de segurança serem de fato respeitadas
o melhor caminho é torná-las obrigatórias,
como se faz em países desenvolvidos. “Mas esta
exigência é inviável num país com extensão ter-
ritorial e gravíssimos problemas sociais, como
o Brasil”, argumenta.
A saída,
p or t a nt o , é
educar a po-
pulação, mostrando que as instalações elétricas
são perigosas e devem ser tratadas com maior
responsabilidade. É um processo evolutivo que
envolve o esforço não só dos fabricantes e en-
tidades (Inmetro, Ipem e outros), mas também
do poder público, como prefeituras e concessio-
nárias. “O Casa Segura deu o primeiro alerta.
Agora é preciso pensar em soluções adequadas
às diferentes realidades sociais”, conclui Lima.
O programa lançou um site na internet
para divulgar a iniciativa:
www.programacasasegura.org.br

* Carlos Alexandre Cella

o de economia e segurança
O sistema de aquecimento a gás, obviamente, não
consome energia elétrica diretamente, mas consome ener-
gia importada, com garantia de abastecimento duvidosa,
além da certeza de elevação de seu preço. É também um
grande desperdiçador de água, jogando fora quase tanta
água quanto o sistema de aquecimento solar.
O aquecimento a gás tem em relação aos dois outros
sistemas, chuveiro e solar, a desvantagem de importar
tanto o gás necessário ao seu funcionamento quanto o
próprio aparelho, remetendo divisas e gerando empregos
fora do país.
É importante destacar que, em 1989, em função do
protocolo assinado entre o Ministério de Minas e Energia
e a Abinee, teve início o Programa Brasileiro de Etique-
tagem (PBE), em chuveiros elétricos (um dos primeiros
produtos). A etiquetagem é uma modalidade de Avaliação
de Conformidade, coordenada pelo INMETRO e PRO-
CEL, que considera também a eficiência energética e o
consumo de energia.
No site do INMETRO estão relacionados, na Tabela de
Consumo de Energia, os produtos etiquetados. Entre eles
estão os chuveiros, que têm a verificação da conformidade
realizada pelo IPT-SP.
Desde 2003, a NBR 15001 apresenta a metodologia
para medição de eficiência energética de aparelhos elé-
tricos fixos de aquecimento instantâneo de água, além
de definir como limite mínimo o índice de 95%, o que
é plenamente atendido pelos chuveiros elétricos.
Em função de suas inegáveis vantagens de economia de
água, facilidade na instalação, baixo custo, disponibilidade
imediata de utilização e consumo de água e energia somen-
te durante o seu uso, além do Brasil, o chuveiro elétrico é
fabricado e/ou comercializado em um grande número de
países como Inglaterra, Alemanha, Irlanda, Rússia, Gré-
cia, Colômbia, Venezuela, Peru, Chile, Argentina, Costa
Rica, Nicarágua, Guatemala, Porto Rico, México, Angola,
África do Sul, Nigéria, Egito, Índia, Tailândia, Filipinas,
Indonésia, Malásia, Austrália, China.
No Brasil, os fabricantes têm buscado a evolução cons-
tante do chuveiro elétrico, preocupando-se, sempre, com
a segurança dos usuários, com a eficiência dos produtos e
com o desenvolvimento de novas tecnologias.
* Diretor do Grupo Setorial de Aparelhos Elétricos Fixos de
Aquecimento Instantâneo de Água para Fins Domiciliares
da Abinee

Revista Abinee
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