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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO


CAMPUS WEST SHOPPING

MARCUS VINICIUS GUEDES BARACHO


202001474862/NOITE

RESENHA CONFLITO DAS LEIS PENAIS NO TEMPO

RIO DE JANEIRO
2020
O conflito de lei no tempo acontece quando uma lei é revogada por
outra, isto é, quando uma lei modifica ou regula, de forma diferente, a matéria
versada pela lei anterior, seja em decorrência da ab-rogação (revogação total
da lei anterior) ou pela derrogação (revogação parcial da lei anterior), podem
surgir conflitos entre as novas disposições e as relações jurídicas já
consolidadas sob a égide da velha norma revogada.
Salienta-se que, se uma lei presente ou futura, atingir fatos passados,
estaria seriamente maculada a segurança dos indivíduos, pois o que antes era
permitido, futuramente pode ser proibido, e o indivíduo, que efetuou
determinada relação com outro, sob o respaldo da lei, na época,
ficaria prejudicado, se, futuramente a lei condenasse essa relação e seus
efeitos. Dessa forma a regra geral é que as leis não retroagem, ou seja, não
atingem fatos que ocorreram antes de sua vigência.
Contudo, a própria Ordem Jurídica elenca três situações em que a lei
poderá retroagir: em relação às leis de Direito Penal, quando forem beneficiar o
réu, caso em que a lei nova não considera crime a conduta pelo qual o mesmo
está sendo acusado, ou esteja previsto uma pena maior para a conduta; em
relação às regras de interpretação, quando auxiliarem na busca do real
significado, mas se for trazer algum conceito novo, não deverá retroagir, e, em
relação às leis abolitivas, ou seja, quando for excluído determinada instituição
social ou jurídica, sendo essas já incompatíveis com a moral e a ética social.

Em relação à nova lei, seus efeitos poderão ser imediatos quando se


tratarem de normas processuais, relacionadas aos processos judiciais, normas
cogentes, ou seja, são aquelas taxativas, que devem ser cumpridas
independentes da vontade dos envolvidos, não podendo as partes abrir mão de
que quaisquer de seus preceitos sejam aplicados, e normas de Ordem Pública,
que impõem aplicação obrigatória.
Sendo assim, o princípio da anterioridade da lei penal impõe uma
conclusão, a lei penal é irretroativa, disciplinando as relações jurídicas nascidas
depois do início de sua vigência. À vista dessas normas, extraem-se as
conclusões:
a)A lei penal incidente é da época do fato (tempus regit actum) e deixa
de vigorar a regra se, por ser mais benigna, manifestar:
b) A retroatividade é a projeção da lei em período anterior ao início de
sua vigência.
c) A ultra-atividade é a projeção da lei em período posterior ao termo
final de sua vigência.
Em Direito Penal, esses institutos são governados pelo princípio de
tratamento menos severo para o delinqüente. A mesma lei, em virtude dessa
orientação, pode ser retroativa ou ultra-ativa, dependendo das características
do caso concreto. Seguindo o princípio da irretroatividade.

Jurisprudência: conflito de lei penal no tempo

A Constituição da República reconhece, no art. 5º inciso XL, como


garantia fundamental, o princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica.
Desse modo, o advento de lei penal mais favorável ao acusado impõe sua
imediata aplicação, mesmo após o trânsito em julgado da condenação. 2) Na
hipótese de conflito entre leis penais no tempo, ocorrendo novatio legis in
mellius, esta deverá, necessariamente, retroagir para ser aplicada ao fato
cometido antes do período de sua vigência, nos termos do art. 5º , XL , da
Constituição da República, e do art. 2º , parágrafo único , do Código Penal . 3)
Ausente prova de que a conduta do apelante se enquadra nos requisitos
previstos na legislação vigente (Lei Federal 12.651 /12 e Lei Estadual
20.922/13), que estabeleceu, após a condenação deste, critérios mais
rigorosos para a definição do elemento normativo "floresta de preservação
permanente" constante do tipo penal previsto no art. 38 da Lei 9.605 /98, sua
absolvição é medida que se impõe.

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