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RIO DE JANEIRO
2020
O conflito de lei no tempo acontece quando uma lei é revogada por
outra, isto é, quando uma lei modifica ou regula, de forma diferente, a matéria
versada pela lei anterior, seja em decorrência da ab-rogação (revogação total
da lei anterior) ou pela derrogação (revogação parcial da lei anterior), podem
surgir conflitos entre as novas disposições e as relações jurídicas já
consolidadas sob a égide da velha norma revogada.
Salienta-se que, se uma lei presente ou futura, atingir fatos passados,
estaria seriamente maculada a segurança dos indivíduos, pois o que antes era
permitido, futuramente pode ser proibido, e o indivíduo, que efetuou
determinada relação com outro, sob o respaldo da lei, na época,
ficaria prejudicado, se, futuramente a lei condenasse essa relação e seus
efeitos. Dessa forma a regra geral é que as leis não retroagem, ou seja, não
atingem fatos que ocorreram antes de sua vigência.
Contudo, a própria Ordem Jurídica elenca três situações em que a lei
poderá retroagir: em relação às leis de Direito Penal, quando forem beneficiar o
réu, caso em que a lei nova não considera crime a conduta pelo qual o mesmo
está sendo acusado, ou esteja previsto uma pena maior para a conduta; em
relação às regras de interpretação, quando auxiliarem na busca do real
significado, mas se for trazer algum conceito novo, não deverá retroagir, e, em
relação às leis abolitivas, ou seja, quando for excluído determinada instituição
social ou jurídica, sendo essas já incompatíveis com a moral e a ética social.