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INTOXICAÇÃO POR

INTRODUÇÃO Esse alcalóide se liga a membranas celulares, dificultanto a


sua dosagem toxicológica.
É um rodenticida, não utilizado somente para roedores, mas
também para coelhos, carnívoros silvestres, esquilos. A estricnina é relativamente estável, podendo persistir no
alimento ou no ambiente por um período relativamente
A sua utilização é proibida, pois não existem antídotos. longo.
Entretanto, ainda é possível encontrá-lo clandestinamente
em alguns países TOXICIDADE
Sua fonte bruta é a “noz vômica” (alcalóide obtido das Dose letal oral aguda é variada nas diversas espécies. Além
sementes da árvore Strychnos nux vomica---utilizada como disso, a dose tóxica é variável de acordo com os indivíduos.
ingrediente em medicamentos Gastrointestinais (tônico ou Podem provocar emese, pois possui ação irritante ao
estomacal amargo). estômago, assim como o ANTU. (animais de estômago vazio
= vômito. Animais de estômago cheio = maior chance de
absorção).

PATOGENIA
Após a ingestão, esse agente toxico é rapidamente
absorvido no trato gastrintestinal, sendo amplamente
distribuído pelos tecidos, portanto, pequenas quantidades
da estricnina podem ser detectadas no sangue. A absorção
desse alcaloide também pode ocorrer na mucosa nasal e
por exposição dérmica.
Fonte comercial: sulfato de estricnina---pesticidas na
concentração de 0,5 a 1% em iscas granuladas coloridas ou Quando a estricnina é ingerida, ela chega ao TGI e é
peletizadas, e até mesmo pó. rapidamente absorvida (pequenas quantidades ingeridas
podem causar pouquíssimos ou nenhum efeito ao animal,
sendo rapidamente eliminado do organismo).

Após a sua absorção pelo TGI, esse tóxico vai


principalmente para os rins, fígado e cérebro, sendo
biotransformado no fígado, excretado pelos rins (dentro de
24 horas).

A base da terapia dessa intoxicação é o uso de suportes


para salvarmos o paciente (cães e gatos) dentro de 24
horas, que é o tempo de metabolização da estricnina.
Cães, gatos e aves silvestres são envenenados por ingestão
de roedores ou aves envenenadas por estricnina, ou iscas A estricnina causa convulsões tônicas (tetânicas), por
competição com a glicina espinhal (que é um
de outros animais ou propositalmente.
neurotransmissor inibitório dos impulsos motores
TOXICOLOGIA espinhais) por seus receptores nos neurônios motores
desregulando os impulsos motores espinhais, ou seja, faz
As sementes da árvore Strychnos nux vomica são amargas. um antagonismo competitivo e reversível.
Para disfarçar isso, é utilizado o sulfato (pó branco
insolúvel em éter, solúvel em álcool, clorofórmio, glicerol),
que possui sabor doce, a fim de atrair os animais para
ingeri-lo.
DIAGNÓSTICO
→ Hematologia e bioquímico (CK- creatinoquinase e
mioglobinúria). Pela asfixia e trauma ► acidose metabólica

→ Análise química: obtidas pela urina, conteúdo gástrico


ou líquidos da lavagem e tecido hepático.

→ Necropsia: lesões específicas ausentes ou mínimas:

• Hemorragias suct., IM;


• Unhas quebradas, devido a violência das
convulsões;
• Alimento ou iscas no estômago;
• Cianose -----asfixia;
• Rigor mortis rápido – alto gasto de ATP.

Diagnóstico diferencial=tétano

Pode ocorrer uma sntomatologia supra-espinhal (cérebro), TRATAMENTO


por inibição de receptores supraespinais de GABA (nos Para o tratamento é feito uma terapia múltipla:
neurônios cerebrais), podendo levar a convulsões tônicas
crônicas. → Desintoxicação: antes de desintoxicar o animal, devemos
tratar as convulsões tônicas, para isso, sedar o animal
SINAIS CLÍNICOS (Diazepam), via retal (posteriormente IV para mantê-lo
sedado) para relaxar o animal até que ocorra a
As alterações clínicas produzidas por essa intoxicação
metabolização do tóxico em (24 horas). Posteriormente,
ocorrem geralmente de 10min a 2 horas após a ingestão da
com o animal sedado, deve-se fazer uma lavagem gástrica
estricnina.
e administração de carvão ativado.
Os sinais premonitórios são:
OBS: O vômito não deve ser provocado, para não sofrer
• Nervosismo, intranquilidade, vômito, tremores e estímulos e promover mais convulsões tônicas.
abalos musculares → resposta à ruídos e luz
Além disso, podemos promover a diurese líquida,
súbita.
aumentando a excreção do tóxico (furosemida ou manitol);
Os sinais precoces são:
Se com a hipóxia, pode-se acidificar urina com cloreto de
• Convulsões tônicos (tetânicas) agudas (15min a 2h amônio, para ionizar a estricnina e excreção será mais
da ingestão); rápida.
• Sensibilidade a estímulos externos;
→Suporte: Sedativos (Diazepan); anestésicos
• Vômito pode ser difícil nessa fase.
(Pentobarbital) e relaxantes musculares
Os sinais avançados: (Metocarbamol:150mg/Kg e depois 90mg/Kg). Muitas
vezes é necessário respiração mecânica, além disso, deve-
• Convulsões tetânicas contínuas (posição de
se manter o animal em um ambiente sem estímulos
cavalete), fácies repuxadas;
externos
• Temperatura pode estar elevada (devido a
contração muscular; OBS: não há tratamento específico!!
• Conscientes até próximo da morte;
• Mioglobinúria. PROGNÓSTICO
OBS: a morte ocorre por parada respiratória devido o O prognóstico é bom quando tratado prontamente e o
comprometimento do músculo diafragmático. suporte é mantido por 24 a 48 horas.

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