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ANTROPOLOGIA E SOCIOLOGIA JURÍDICA – PROFESSORA KÁTIA SALOMÃO

Aluna: Anna Carolina Menegat


1º A Noturno

1- a) O texto “Para ordem econômica, o STF deve ser um tribunal de direita ou de esquerda?’, escrito por
Rodrigo de Oliveira Kaufmann se inicia com uma comparação entre o que se entende ser “de direita” ou “de
esquerda”, definindo a direita como o pensamento que apoia a restrição do poder do Estado, garantindo maior
liberdade econômica e a esquerda como uma visão que destaca a importância do Estado e sua intervenção na
sociedade.
Dessa forma, o autor busca analisar qual a posição política que as decisões do STF refletem,
concluindo que existem poucos julgamentos que objetivam a proteção da autonomia privada (inferindo que é
um tribunal de esquerda). Cita os exemplos da livre iniciativa no caso de instalação de farmácias, sobre o
fiador no caso dos contratos de locação, sobre a assunção do custo previdenciário pelo Estado nos casos de
licença maternidade das funcionárias de empresas privadas etc.
O autor finaliza afirmando que a ação jurisdicional como realizadora da justiça social paga um preço
caro, já que “estrangula” a iniciativa privada e reduz princípios como a livre iniciativa e a autonomia
negacional e propõe que, para o País se desenvolver economicamente, é necessária a limitação da ação do
Estado.

b) Essa medida de solução proposta por Kaufmann se aproxima claramente do pensamento liberal
proposto pelo Capitalismo, que trata da normalização da exploração da mão de obra do trabalhador, pois visa
o lucro dos grandes proprietários das empresas privadas. Chega a ser lógico que não é interessante para esses
investidores que o Estado proteja o trabalhador para que esse receba um salário digno ou direitos amparados
pelo Estado, afinal essa assistência ameaça a exploração promovida pela “livre iniciativa”.
Assim, o dono de uma grande empresa prefere ter mão de obra barata para que possa explorar o
trabalhador. Um salário pequeno com grande carga horária de trabalho e contando com o dever de promover a
menor assistência possível facilita que seus lucros sejam cada vez maiores, além de impedir que o funcionário
se desenvolva intelectualmente e assim permaneça alienado, sujeito à esse ciclo de exploração. É o que Marx
explica claramente em seus conceitos de luta de classes (burguesia x proletariado) e a mais valia, que é
justamente a base de exploração do sistema capitalista em que relaciona a força de trabalho, o tempo de
realização e o lucro obtido, já que o esforço desprendido pelo operário não é revertido em valores monetários
reais, levando a alienação e desvalorização dos trabalhadores.
Finalmente, o STF é o guardião da Constituição Federal, que é o instrumento de garantia de nosso
estado social de direitos. Em seus primeiros artigos, é garantida a promoção Estatal dos direitos básicos, o que
não é realizado pela esfera privada. Dessa forma, seria inconstitucional que o STF decidisse de forma
diferente senão em razão dos direitos fundamentais do cidadão.

2- Marx encara o direito moderno como um instrumento à serviço coletivo de uma classe, que é a classe
dominante (burguesa ou capitalista), sendo um meio através do qual a burguesia realiza sua dominação e
controla a economia criando “normas” de acordo com seus interesses. Além disso, Marx prevê a substituição
dessa classe dominante, prevendo a ditadura do proletariado, onde a natureza se inverteria: ao invés de atender
aos interesses da burguesia, seria um instrumento do proletariado na luta contra a reação.
Atualmente, muitos magistrados já se demonstram prontos a representar a classe operária explorada,
promovendo uma reforma dialética com base na justiça social. Com um fundo de sonho igualitário, Marx
acredita que no futuro o direito perecerá, pois não será mais instrumento de uma classe sobre outra e servirá
ao progresso da humanidade, em que não haverá direito separados nem propriedades distintas.
Em minha opinião, os direitos e deveres dos sujeitos são “formas” necessárias para que as mercadorias
possam ser trocadas por meio de contratos, incluindo até mesmo a troca da força de trabalho pelo salário.
Assim, o homem se tornou “livre” para vender o seu tempo laboral e, dessa forma, surgiu um dos meios de
dominação da classe burguesa, pois, ao retirar os meios de produção das mãos dos trabalhadores e separar a
sociedade donos das máquinas x operários, o sistema capitalista obriga as pessoas a venderem sua força de
trabalho ou morrerem de fome. A tal “liberdade” foi uma imposição da burguesia, os trabalhadores foram
obrigados a ser “livres” para virarem “escravos” assalariados.

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