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HISTÓRIA DO DIREITO

Aluna: Anna Carolina Menegat – 1ºA Noturno

4. O Romanismo nos Primórdios das Idéias Jurídicas no Brasil


A presença do romanismo na cultura jurídico brasileira se deu por meio de uma
abordagem antropológica e posteriormente do aspecto jurídico normativo, se estendendo
da cultura luso-européia no Brasil Colônia até a formação da identidade jurídica cultural
na República Velha.
No plano da jusfilosofia, devemos refletir acerca da formação do pensamento jurídico
nacional (iniciada principalmente nas faculdades de direito) para entender a estrutura
teórica jurídica nacional. Isso possibilita visualizar a presença do Direito Romano como
um objeto de diálogo histórico e fundamentação dogmática das nossas primeiras idéias
jurídicas.
Tratando do período colonial, refletimos sobre a presença do jesuíta na formação do
quadro de pessoas intelectuais da sociedade, e finalizar considerando sobre a obra de
Tomás Antonio Gonzaga, o primeiro representante do pensamento jurídico do Brasil.
4.1. O legado dos jesuítas
Na obra Filsofia Juridica no Brasil, Gonzaga inicia fazendo uma reflexão sobre a
inefetividade do desenvolvimento de alguma teoria juridica no período colonial em
nosso território. Para o autor, o poder dos colonizadores era realmente restritivo e
castrador das liberdades, exercendo um papel de ocupação e de colonização, que
dificultava o desenvolvimento da cultura nacional. Ou seja, o processo de consciência
nacional se inicia com o trabalho dos jesuítas e se estendeu até as Reformas de Pombal,
com a entrada do Iluminismo Racionalista na política trazida por Portugal ao Brasil.
Porém, a atividade dos jesuítas não foi somente ruim, pois esses deram contribuições à
cultura greco-romana para o nosso direito.
As Reformas de Pombal desencadearam o decaimento da escolástica jesuítica e
proporcionaram novos processos pedagógicos que se baseavam menos na tradição e
mais no uso crítico da razão. Porém, no Brasil, na época da expulsão dos Jesuítas, o
ensino nas colônias era caótico e se reduzia à pouquíssimos professores. Assim, como
não havia ensino superior, quem queria cursar se dirigia à Europa.
O Iluminismo, assim, tem seu importante papel dialético na formação da nossa
consciência jurídica e se manifestou na Inconfidência Mineira, por meio dos ideais de
liberdade para a pátria e para o homem. É importante lembrar que os principais nomes
da Inconfidência foram bacharéis em Direito pela universidade de Coimbra e traziam
novas idéias para cá, baseadas nas reformas Iluministas do Estatuto dessa Insituição.
Um exemplo desses é o Tomás Antonio Gonzaga.
Dessa forma, por largos séculos, o ensino jesuíta no Brasil teve por objetivo formar mão
de obra para atender aos interesses da Coroa, o que explica o surgimento tardio de
cursos superiores no país, podendo os aristocratas se dirigirem até a Europa para obter o
ensino superior, principalmente o Direito em Coimbra. No Brasil, a criação dos cursos
de ciências jurídicas teve a pretensão de ser um dos elementos da independência do
país. Mas foi em vão, afinal os livros e materiais eram trazidos de Portugal. Foi após
expulsão da Companhia de Jesus das colônias portuguesas e consequente esforço de
eliminação do método de ensino empregado pelos inacianos após a reforma pombalina
que conseguimos iniciar uma identidade jurídica cultural brasileira. Contudo, esse
ensino deixou marcas históricas nos cursos de ciências jurídicas brasileiras em seus
primórdios, mais precisamente no período Imperial.

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