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NOVOS RUMOS DA GEOGRAFIA BRASILEIRA MILTON SANTOS ganizaidor EDITORA HUCITEC Sio Paulo, 1982 sdiscutivel 0 peso jogado, pelos recursos naturais, pelos enclaves do apital jd oxistentes no interior no territério e pela presenga das réprias “Areas vazias” (basta lembrer a vinculagao entre especule- do de terras e a circulago do capital). A questo territorial ainda 2 faz presente especificamente na estrutura agréria ¢, consequente- nente, nas vatiadas formas de luta pelo acesso A terra, Isto para nfo alar no problema da disparidade regional enquanto manifestagio specifica deste processo. Em suma, a evidéncia ¢ a atualidade de uestdo territorial ¢ um fato inconteste. Por iiltimo, a articulagao entre a proposta tedrica apresentada, seu caminhamento € concrecdo em estudos substantivos, encontra fun- jamento nao s6 no trabalho cientifico como no proprio movimento acial. Conhecer a particularidade brasileira & pressuposto de qualquer olitica conseqiiente, A geografia pode auxiliar nesta tarefa, Sio Paulo, maio de 1980 150 ALGUNS PROBLEMAS ATUAIS DA CONTRIBUIGAO MARXISTA A GEOGRAFIA * Milton Santos Em algumes linhes gentilmente ferozes com as quais criticou certos trabalhos de um colega, Jean Dresch (1948:93) oferecia um esbogo de programa para uma geografia marxista: "Como compreender as formas de produgio ¢ as relagdes de produglo, as estruturas das sociedades ditas tradicionais ¢ suas transformegées, se fazemos abs- tragio das condigées modernas de produgdo e de troca? (...) Como explicar o espago agricola atual sem levar em conta, ao mesmo tempo, 0s fatores téenioos e, igualmente, os fatores econémicos proprios uma produgéo de tipo capitalista que determinaram # ocupagdo agri- cola do mundo, os tipos de produgéo © o mercado dos produtos agricolas? ‘Algumas paginas antes, nesse mesmo artigo cléssico (1948:91) Jean Dresch jé havia chamado a atengfo para a separagdo entre fa geografia humana e a geografia econémica: “Esta titima se reduz a uma andlise freqiientemente cansative da produgdo, a uma enume- ago de produtos e de ntimeros, sem relagio com os produtores”, Quanto a geografia humana ele indica a prética corrente: *Estudar -se4, minuciosamente, o habitat. A casa ou a cidade aparecem como hnogBes abstiatas, mais ou menos isoladas da estrutura cconémica, das técnicas de produgio ¢ de intercimbio, das relagGes sociais”. Jé entéo (1948:93) Jean Dresch se exprimia desta maneira: “Uma interpretagio marxista no pode se limitar ao emprego de uma termi- * Tratesg de uma redaglo muito preliminar, para ser submetida 2 critica antes de ume versio mais definitive, Setembro’ de 1981. 131 nologia formal ¢ néo € pelo simples fato de que qualificamos uma sociedade como ‘feudal’ que a estamos explicando” Passados mais de trés decénios, ainda prossegue o debate, que as vezes primério, sobre se Marx teria ou ndo tratado do espago em sua vaste obra, enquanto uma geografia inspirada no marxismo pros- segue 0 seu caminho, adquire novas adesées, renova o estudo de certos conceitos, cria e incorpora novas categorias de andlise. E aqui, justamente, onde ela pode mostrar-se mais fecunda. Mas, para cheget 4 esse resultado, parece-nos indispensével assumir, pelo menos, duas atitudes. NECESSIDADE DO TRABALHO EMPIRICO A primeira ¢ a mais importante ¢ a de estar sempre atento a0 decurso da histéria, eo desabrochar de novas realidades, com a reno- vagio dos fatos. © trabalho empirico indispensével. Trata-se, de fato, de um tra- balho tedrico-empitico. £ preciso ir recolher no real o que ele é, pega por pega, mecanismo por mecenismo, ilacIo por ilagio, e desse con- junto das coisas e das relagdes que as animam, examinado & luz de ‘conjuntos maiores, extrair significagdes que, sendo particulares 20 caso estudado, tragam igualmente, ainda que escondida em seu bojo, ‘uma dimenséo universal, e encerrem um germe ou ume promessa de abstragio factualmente construfda. E exatamente desse modo que nao se deixam estiolar as teorias, que se impede a hipéstase e a mumificacdo dos conceitos, que se des- cobrem novas categoriss. Toda teoria, assim chamada pelos que a seguem e utilizam, que nfo se valer desse método, seré tanto mais perniciosa quanto mais difun- dida e tanto mais suicida quanto mais renitente nesse equivoco. A adverttncia de Maza Zavala (1977:20) aos economistas marxis- tas é geralmente vélida, Para ele, o marxismo tem de ser utilizedo “em fungfo da realidade e nBo como uma explicagio absoluta e dogmética’. A TEORIZACAO COMO INCORPORACAO, RENOVADORA A segunda atitude, nfo menos importante, consiste em saber incor porar, donde venham, aportes que ajudem & compreensio dessa rea lidade em termos totais. As acusagdes de ecletistho, que mutes vezes 132 escutamos de um lado e de outro, so, multas vezes, formas larvadas de dogmatismo e até mesmo de ignorfncia. Quando as realidades do mundo se complicam © novas disciplinas cientificas se estebelecem pare tentar explicar os contornos até entéo inexistentes da hist6ri recusar a utilizagio de tais ensinamentos estupidez pura e simples. Nao importa que no busquem sua fonte de inspiragéo no marxismo. Ao contrdrio, Pois nio hd disciplina que se renove de dentro. A busca de um onfeudamento cm conceitos codigos, somente por questo de fidelidade ao j& escrito, ameaca de estiolamento seja qual for a dis- ciplina do saber. Pare Tuan José Sebreli, “a verdadeira tradigo do marxismo criador nao esté em varrer por motivos politicos o pensa- mento ndo-marxista em sua totalidade, mas em assimilé-lo com 0 devido instrumental eritico”, Esse instrumental critico somente pode provir de um conhecimento abalizado das categorias ¢ de um dominio igualmente assentado da histéria, sobretudo dos seus dados presentes. Fora daf, o risco & grande de cheger a conclusdes que afastam do real em vez de permitir sua interpretagfo. Pois esta nfo provém do simples manuseio de cita- gdes, mas da sintese pessoal que de categorias universais e fatos multiformes faz 0 pesquisador, em um trabalho que é, a0 mesmo tempo, de criago ¢ de critica. CONTRA 0 DOGMATISMO io basta jogar com categorias marxistas de forma dogmética como se 05 fatos, ontem ou hoje, se pudessem dar de uma vez por todas. A discuss0 que, desse jeito, ainda se faz sobre, por exemplo, homem © natureza, forgds e relagdes de produgio, modos de produgao e que- jandos é, apesar dos esforgos de estilo de alguns autores, aborrecida ¢ superfetatéria, Nao acrescenta nada a coisa nenhuma, Alids, subtrai Porque sc 0 tom magistral impresso ao discurso e a sinfonia das citagées a vezes impressionam os desprevenidos, apenas [he presen- teiam com uma freseologia, externa aos temas fundamentais. Este rogar de assuntos atrasa a’ formulago de um pensamento sisudo, porque o Amago das quesides nem sequer & tocado. Tal forma de dogmatismo verbalizante toma as vezes o jeito de uma vulgarizaglo que em vez de vulgatizar se vulgariza, quando, por exemplo, 0 uso de conceitos alheios nfo ve roveste das cautelae de eetilo. Marx mostrou-se severo com os adversérios, mas quanto aos amigos se eximiu de denunciar esse lapso, reconhecido em Lassalle, Terdo os marxistas, marxélogos ou marxizantes que reproduzir, dogmati- camente, 0 comportamento do fundador? Nao cremos. Mesmo sem dar nomes, 0 melhor é vergastar 0 equivoco e convocar quem, por 133 acaso, se pera em desvios para o caminho da reflexio desapres- sada e séria. ‘Nas citcunstincias atuais, a geografia tem muito a luerar da he- range marxista, Gilles Sautter, alids um geégrafo insuspeito de coni- yéneia com esta corrente de idéias, 0 disse de forma clara e extre- mamente direta, Mas a Geografia tem muito a oferecer para avango da teoria marxista como um todo. Para isso se impe que também entre os gedgrafos marxistes haja debate franco, interno 8s categorias & tealidade, para que a nossa contribuigo seja respeithvel, respeitada, stil, utilizada, Nao € este © secreto desejo de todo intelectual que trabalhe? CONTRA 0 CONGELAMENTO DOS CONCEITOS A literatura marxista, apologética ou critica, concede, em geral, maior atengdo u cerlas Calegorias que a outras, Entre as que recebem uum tratamento menos adequado e menos freqiiente acham-se as questdes que interessam diretamente & produgdo do espago & sua evolugdo, como, por exemplo, a circulacio. Esta néo € objeto dos esforgos de popularizagio que se verificam em outras dreas. Isso explica a dificuldade maior de acesso a tais categorias e 0 atraso cotrelativo quando se trata de aplicé-las a uma andlise espacial. Quanto a0 consumo, € uma categoria que também nao obteve um cuidado particular e € pouco explorada na anélise macrogeogréfica. Cumpre reconhecer que, durante muito tempo, 0 matxismo apenas fez progresso em torno das eategorias desenvolvidas pelo proprio Marx, ou, mais precisamente, categorias marxistas tal como apresen- tadas pelos seus exegetas mais hegeménicos, Destes dir-se-ia, assin como 0 préprio Marx escreveu em sua tese doutoral (p. 217 da edicio venezuelana), que so “copistas de uma s6 c6pia”. B pena. Pois, durante a vide de Marx, 0 consumo nfo possula um papel to fundamental como o que hoje ele tem no conjunto do processo produtivo capitalist. Ere a produgéo propriamente dita, junto com a citculaso, que assegurava a reprodugéo do capital ¢ 0 desenvolvimento do sistema, Por isso, Marx lhe consagrou, em sua obra, o melhor de sua imaginecdo e dos seus esforgos. ‘Ainda aqui, todavia, € indispensdvel levar em conta as novas con- dig6es histéricas, tanto infra-estruturais quento supra-estruturals que hoje presidem a essa instincia produtiva e o seu papel fundamental no processo da produgéo propriamente dita ¢ no da realizagio € acumulagio do capital a uma escala geogréfica que, ao'mesmo tempo, consagra a mundializagéo do processo produtivo e a utilizagao, pelo 154 capital, de todas as fragBes de territ6rio em todos os pafses. O fendmeno ¢ nominalmente o mesmo, mas sua natureza mudou, Trater se, entio, de outra coisa ‘As ligdes de Marx permanecem, sem chivida, vélidas, no essencial, mas as novas realidades histéricas exigem um tratamento especifico para uma categoria cuja importincia se tornou essencial A explicagdo do processo produtivo em sua significaco como modalidade de poder: @ atraves das multiplas formas de circulagao de bens € servigos que as firmas se afirmam através de éreas de mercado mais ou menos vasias, que so a medida do seu poder de mercado e do seu poder politico, REAL-TOTAL COMO CATEGORIA ESSENCIAL A aplicagio correta do método marxista A geografia supée que se parta do real, para exorcizar todo risco de ceder & ideologia; que seja a totalidade o instrumento de conhecimento do realindividual- concreto, isto é, da coisa individual; que a dialética seja o meio de chegar & reconstrugdio da génese ¢, desse modo, apontar para o futuro; que seja 0 contexto, e nao as relagdes de causa e efeito, o guia na reconstituigao da gerago dos fenémenos; que tempo e espa- 0 no aparecam como categorias isoladas, nem se separe a esséncia do processo, da fungio e da forme. Assim, nogées como as de valor de uso e valor de troca ganham novo relevo. Nenhum enfoque que deixe de lado a noo de totalidade permi- tiré uma correta nogdo da realidade. Por isso sugerimos uma melhor utilizagfo do conceito de formacdo econémica e social nos estudos geogréficos , mesmo, propusemos a introdugfo, na literatura cor- respondente, da categoria de formacio sécio-espacial (1977), Nosso apelo nfo ficou sem eco. Além de iniimetos trabalhos empfticos que, sob essa inspiracdo, foram escritos, expandese também, e nessa dire- fo, uma literatura tedrica, Destacamos, entre outros estudos nessa mesma linha, os de Ruy Moreira (1979), e de Richard Peet (1979), Nogées como modo de produglo, forgas produtivas, relagdes de produgdo, lita de classes ete., que com insisténcia aparecem no lin- guajar dos marxistas restam, apenas, sonoridades ineficazes, se nfo reexaminadas, a partir do concreto, dentro de um miétodo onde as categories filoséficas acima enunciadas se combinem, Nio basta tomar um apenas desses enfoques. Nem um par deles, Mas todos, ainda que muitos no aparegam explicitamente no dis- 135 curso, Um contexto que nfo seja a totalidade pode fazer penser na causalidede apenss ou em uma qualquer anélise de sistemes; no ‘basta opor forma e conteddo, temos de levar em conta o tempo que passa e as fungdes que mudam; a nogo de espago e tempo 6 & valida quando tempo é igual a espaco, através do tempo real das sociedades tornado empltico pela praxis; o reel que se impde 90 ideoldgico nfo é a reslidade isolada, mas 0 real imerso na totalidade © dela extraindo seu significado; o real, alids, deve também ser con- siderado dialeticamente, isto ¢, como contendo sue propria contra- digdo; a nogéo de crescimento desigual e combinado pode, assim, ser trabathada sistematicamente, A dialética no espago supée que sejam seperadas, conforme j& propusemos (1977) as categorias de pai- sagem e de espago propriamente dito, & maneira da oposicio comple- mentar entre natura naturata e natura naturans, a natureza resultado, produzida, e a natureza se produzindo, isto é, em processo. So nogées insepardveis, na idéia como na realidade, dat sua cfcia na elaboracdo teérica e na reconstrucéo do real. Seré, enfim, fa partir desses materiais (e de outros aqui esquecidos ou nfo exp! citamente indicados) que se chegaré, como queria Piaget, a uma epis- temologia genética, onde a génese (e a evolugio) nos sejam dadas pelo conhecimento do proceso produtivo — que € a forma como 0 homem exerce sua vida em sociedade — e que esta, considerada em sentido amplo, seja 0 largo contexto de onde se extract as signifi- cages. Sendo pode-se cair no erro grave que Marx apontou em Prou- dhon: “ele queria ser a sintese, mas é, apenas, um erro composto. ..” FIM_AO DISCURSO PELO DISCURSO. Finalmente, temos que por fim a0 discurso pelo discurso. Toda disciplina cientifica tem o seu discutso, ¢ deve, tanto mais, possutlo quando se trate de uma disciplina politica. Se nfo o tem, deve inventé-lo, assim como os nossos maiores 0 fizeram, na pas sagem do século (ver Michel Boucher, Naissance du discours géo- graphique, Espaces-Temps, N° 12, 1979) ou reinventé-lo, como ja fof feito algumas vezes ¢ agora estamos, de novo, procurando fazé-lo. Mas © discurso cientifico para ser mais que um simples discurso, isto 6, para ser cientificamente valido e politicamente eficaz, tem que ser penetrado de historia, isto 6, penetrado pelo tempo corrente € conereto. Isso significa que os conceitos, tomados postulados e até mesmo dogmas! — pelo transcurso do tempo, tem que ser constantemente 136 venovados. # assim, também, que as ciéncias se renovam. Essa renc- vacdo somente pode set obtida quando se encontra ou descobre a significagdo teel do Presente, através das coisas que estéo diante dos nossos olhos e so um desafio & nossa capacidade de entendi- mento € de critica. Sendo, cafmos no dogmatismo ou no charlata smo, Ainda que involuntariamente, o que, aliés, pode ser ainda pior. Creio que a geografia brasileira esté, neste exato momento, cor- rendo um grande risco: pois estamos em uma fase onde tude se reconstréi Dois grandes debates, desse mrodo, se impéem. 1. 0 que se costume chamar de debate de idéias, seja a postu: lagdo e 0 confronto de sistemas de referéncia; 2. 0 que se costume chamar de trabalho empftico, que inclui tode forma de contato direto com 0 real: os trabelhos de campo, a interpretago de dados fatuais, « releitura de interpretactes anteriores. Logo veremos que ambos devem completar-se ¢ que, se isso no & feito, todo passo adiante nio € um progresso, mas um retrocesso. (O' debate de idéias nfo pode ser uma guerra de citagGes, uma rinka de palavras, uma luta entre conceitos cristalizados, como, &s vezes, ¢ desgragadamente, se pratica. Se as idéias néo se renovam, E que seus autores esto atrasados. Se estes autores dispdem de audién- cia, eles ndo apenas se atrasam, mas arrastam no atraso os seus seguidores. Novas idéias so, de um lado, concregdes abstratas das novas realidades, isto 6, das realidades ou aparéncias empiticas emergentes, isto é, um retrato da atualidade e, de outro lado, pars que tenham contetido cientificn, e eficécia politica, devem, obtigatoriamente, ser acompanhadas dos instrumentos de trabalho elaborados no mesmo movimento revelador, isto é, devem indicer claramente a separagio sistemética de categorias de andlise aplic4veis empiricamente. Sem isso, ficase no discurso, as vezes rico de virtudes plésticas, mas co, no raro pretensioso, ¢ freaiientemente, dogmético ¢, por isso mesmo, sentenciosamente fechado a um debate sério enriquecedor. Um debate sério é aquele onde as querelas no sio jamais de pessoas, mas de suas idéias e onde as citagées séo, quando cabem, apenas ilustrativas ¢ no autotitdrias, sem dar lugar a recursos aut6- nomos de retdrica, isto é, & retérica como meio ¢ como fim, au a des- vios do tema proposto, deixando de lado o verdadeiro debate, Este somente € resguardado, na limpidez que se exige para que seja fruti- fero, na medida em que a preocupacio dos que discutem é a busca da verdade, que ném por isso deve deixar de ser apaixonada. 137 Anexo 1 PRINCIPIOS MARXISTAS APLICAVEIS AO ESTUDO DO ESPAGO “... tude © que um resultado da produgdo € também uma precondigio da produgio". Teoria da MaisValia, VN, 5, 465 “.. onda precondigio de produgio 6, ao mesmo tempo, seu resultado € tum dos seus resultados uparece ‘simulteneamente como’ sua precondisio”. Addenda, 5, XV, 919 da as relagdes de produeio, as queis independem de vontade dos hoinens sio apropriadas (correspondem) a um dado estégio de desenvolvimento das forgas materisis de produgto (...) a totalidade dessas relagdes de produgio constitui a estrutura econ6rica da Sociedade, o real fundamento de que emerge uma superestruture legel e politi Imrodusdo & Critica da Economia Politica fos restos dos meios de trabelho tm e mesme importincia para julgar a formes evontuiicas © socials de idas, como a eatratura dos eaqueletoe ara conhecer a organizagdo das antiges espécies animals" Capital, T. 1, Cap. Ud ‘A. produgio tem sues préprias condigSes ¢ suas préprias premissas que constituem seus ftores. Estes sltimas podem sparecer, logo de inicio, como dados naturais (...) © processo produlivo transforma ‘os dados naturais em ddados hist6ricos e ce eles apsrecem, por um tempo, como premissas naturals da produgio, foram, em outro momento, o resultado hisi6rico”, Contribuigio 4 Critica da Economia Politica J. J. Goblot (1967, agosto, p. 45) que o comenta diz que, os homens se enconiram sempre “diante de uma natureza que hisiGrica e de uma histéria que & natural” e 0 que pode aparecer camo panto de partida deve ser também, to mesmo tempo, concebido como um resultado. Anexo 2 Dentre tantos livros publicados nesse diego, muitos nos escapam, Datos aqui ‘uma lista, forgosamente incomplets, de obras editades em diversos paises ¢ ‘que do ponto de vista nos parecem interessantes: Y. Lacoste, La géographie, G2 sert, dabord, a faire la guerre, Maspero, Paris, 1976; L. Gambi, Question! i geografig, Edizioni Scientifiche Italiane, Napoli, 1964; ‘Dresch, Guglielmo, Valverde, Santos, Tricart, Reflexdes sobre a geograjia, Edigdes A.G.B., Sd0 Paulo, 1980: L. Gabi. Una geografia per la storia, Einaudi, Torino, 1973 G. Lusso, Economia e ferrtorio, F. Angell, Milano, 1974; Jacobekli, Ricoveri, farcelloni, Tortora, Idealogia ¢ terrtorio, La Nuove Sinistra, Roma, 1973; instituto Gramsci, Uomo e Societd. Ecologia e rapporti sociali, Editosi Riunit, Rome, 1972; G. Dematieis, 1 metodi della geografia; M. Quaini, Marxismo & geogratia, Le Nuove Italia, Firenze, 1975 (traduride para o portugués por Lillana Laghné Femandes, Mério Antonio Eufrasio e Moacyr Marques, Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1979; Geografia e sociedade, Diversos Autores, Editors 158 Voues, 1980; Kevin Cox ed) Urbanization and Conflict in Market Societies, Methuen, Londres, 1978, A. Broadbent, Planning and Profit in the Urban Economy, Methven, Londres, 1977; M. Kosck, Verso una dialettica della natura, Lanpugnani Nigr, Milano, 1975; Merino Folin, La cludad del capital y otros exeritos, Ediciones G. Gili $. ., México, 1377; Derek Gregory, Ideology, Science and Human Geography, Hutchinson, Londres; D. Harvey, Social Justice and the City, Arno, Londres, 1973 (uduzido para 0 portugues por Armando Corte da Silva, HUCITEC, $é0 Paulo, 1980); Murray Bookchin, The Limits of the City, Harper and Row, Nova York, 1974; Richard Peet, editor, Radical Geography, Marouta Press, Inc, Chicago, 1977; Alein Seott, The Urban Land Nexus and the State, Pion, Londres, 1980; Nelson Werneck Sodré, Iniroduggo & geografia. Geografia ¢ ideologia, Vores, PetrSpolis, 1976; Milton’ Santos, Por uma géografia nova, HUCITEC, Séo Peulo, 1978; 2° edigéo, 1980). Dever, também, ser incluldos nesss lista, pela importante contribuigo que oferecem, os livros de Henci Lefebvre, La production de Vespace, "Anthropos, Pati, 1974; La révolution urbaine, Geilimerd, Paris, 1970; La pensée marxiste et la ville, Casterman, Petis, 1972; Le droit’ a (a vile, 1, Anthropos, Paris, 1968; Espace et politique, Le'droit@ 'a ville 1, Anthropos, Paris, 1872, entre outros. ‘Também 0 livro de Alain Lipietz, Le copltal e1 son espace, Maspero, Par 1977 ¢- coleténes orgonizada por Reginaldo Forti, Marxismo e urbanismo capitalista da casa e da cidade no Brasil industrial, Alfa Omega, Sio Paulo, 1973 (com preféclo de Francisco de. Oliveira). Sem esquecer, naturelmente, Lojking, Le maraisme, tat et la question urbaine (Paris, 1977, egora sduzido para o portugues; Michael Dear e Allen J. Scott, Urbanization and Urbanization Planning in Capitalist Society, Methuen, Londres ¢ Nove York, 1981 e Sonia Basris, La construccién social del espacio, Caracas, 1979. ‘Ainda quanto a contribuigdo brasileira, hé um bom miimero de bons estudos ros Anais do IV Encontro da Associagtio dos Gedgrafos Brasileiros, Rio de Taneiro, 1981, Verificar, também, uma boa bibliografia na Revista de Cultura Vozes, Ano 14, Vol. LXXIV. N° 4, maio 1980. Anexo 3 Embora nem todas as publicagSee arroladss agui sejam de obedigneia marx deve ser saudado como um grande esforyo de renovardo, na andlise espacial, © aparecimento de revistas como Antipode, nos Estados Unidos; Herodote, Eapaces-Temps, Espace e Lutte Remica, Place, Terrtoires 3 Prendre, na Franca; Zone, na Holands; Union of Socialist Geographers Newsletter, no Canad Terrtério, Livre e Espago e Debate, em Sto Paulo, no Brasil, pats onde o Boletim Paulista de Geografia foi © primeiro da renovagdo da disciplina, A revista Antipode j6 teve, também, ume edigdo brittnica ¢ Herodore se publice, {quelmente, em italiano, Devese, também, acrescentar a essa lista 0 periédico Transition, Quaterly Journal of the Socially and Ecologically Responsible Geographers, publicado nos Estados Unidos, Mas a vontede de abrir caminho de dentro da tice tradicional, inclui revistas como Area, na Inglaterra LEspace Cfographique e Geopoint, na Frenga. A astinale, igual catston do O-RE-D.L.N. (Noles et Documents de. Recherche, ‘de Geographie, Université Laval, Quebec) e um ndmero especie de Géographie de Quebec sobre o “Materialismo Histérico em Geogral f direglo de Rodolphe de Koninck 139)

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