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Engenharia de Métodos

Profª Fernanda Paola Butarelli


• Engenharia de Produto
• “Como esse produto pode ser redesenhado
para manter a qualidade e reduzir os custos
de fabricação?”
Melhoria de
Processo • Melhorar os Métodos de Fabricação
• “Como a fabricação deste produto pode ser
melhorada?”
Elementos que serão trabalhados

SÍMBOLO ATIVIDADE

PROCESSAMENTO

TRANSPORTE

INSPEÇÃO

ESPERA

ESTOCAGEM
Podemos classificar as operações em três tipos:

• Atividades que agregam valor: Atividades que


transformam os materiais ou as informações em
produtos que o cliente deseja, ou seja, paga por
Conceito de eles porque enxergam valor.
• Atividades necessárias: Consomem recursos, não
Valor contribuem diretamente para o produto ou serviço,
Agregado mas são altamente necessárias.
• Desperdício: Atividades que consomem recursos,
tempo e espaço, mas não contribuem diretamente
para produzir o que o cliente deseja. Podem ser
eliminados e não comprometem o resultado.
Melhoria de Processo

INSPEÇÃO

Auto-inspeção
• O operador inspeciona os produtos que ele mesmo processa.
• Reduz o repasse de problemas para outros setores
Inconveniente:
• Operador não ser criterioso consigo mesmo;
Melhoria de Processo

INSPEÇÃO

• Inspeção sucessiva
• O operador inspeciona os produtos que passaram pela operação
anterior, antes de eles próprios o utilizarem como matéria-prima.
• Reduz a utilização de peças com problemas
Melhoria de Processo

INSPEÇÃO

• Auto-inspeção Reforçada
• Consiste na inspeção reforçada com o uso de dispositivos que
automaticamente detectam defeitos ou erros
• Surgimento do Poka-yoke!
POKA – YOKE (SISTEMA À PROVA DE FALHAS)
• Poka yoke é uma ferramenta Lean que se refere a um processo “à prova
de erros”

Objetivo: prevenir falhas humanas e mecânicas

• Proporciona importantes resultados na redução dos desperdícios,


retrabalhos, reprocessos, melhoria da qualidade e redução de
acidentes.
POKA – YOKE (SISTEMA À PROVA DE FALHAS)
POKA – YOKE (SISTEMA À PROVA DE FALHAS)

Para que o molde superior não seja colocado do lado errado colocam-
se pinos de diâmetros diferentes em cada um dos lados.
POKA – YOKE (SISTEMA À PROVA DE FALHAS)

Implementou-se um batente para detectar peças com defeito, que são


segregadas do fluxo.
POKA – YOKE (SISTEMA À PROVA DE FALHAS)

No nosso cotidiano também existem Poka-Yokes:

• Fogão à gás;
• Microondas;
• Máquina de Lavar;
• Levantamento vidro carro;
TRANSPORTE

Melhoria de • Melhorias reais


consistem na
Processo eliminação da função
transporte tanto
quanto possível;
• Primeiro
aprimoramento de
layouts, depois as
operações;
Melhoria de Processo - Transporte

• Sequenciamento lógico no
projeto de layout;
• Analisar os maiores fluxos
para que estejam em áreas
de mais fácil acesso;
• Etapas interligadas devem
estar próximas;
A automatização do
transporte, implementando
esteiras, carrinhos de
transporte, elevadores,
empilhadeiras, etc, pode
agilizar o processo.

Porém a automação
transfere os custos de
transporte da mão de
obra para as máquinas.
• ESPERAS

Melhoria de • Período de tempo em que não acontece


nenhum processamento, inspeção ou
Processo transporte
• Tipos:
• Espera de Processo – um lote inteiro
aguarda para ser processado
• Espera de Lote – o tempo que as peças
de um lote aguardam enquanto são
processadas as outras do lote
Melhoria de Processo
ESPERAS • Causa: fluxo desbalanceado entre
processos
• Solução:
• Exemplo: 1 processo com 2 etapas • Balanceamento da capacidade de
• Tamanho do lote: 5 peças produção
• Sincronização

A B
Capacidade Capacidade
2 pç/min 1 pç/min
Operação de Setup

• Consiste preparação das


máquinas e equipamentos
para a produção de
determinado produto
• Exemplo: Mudança do carro
A para o carro B na linha de
produção
Operação de Setup

• Definição formal de setup: “é o tempo


decorrente desde a saída da última
peça boa do setup anterior até a
primeira peça do próximo setup”.
• É o tempo decorrido após a finalização
de um processo até a inicialização do
próximo processo, para que a máquina
ou linha de produção passe por uma
preparação e ajustes.
• As atividades mais comuns são remoção
e ajustes de matrizes, ferramentas, etc.
Troca Rápida de Ferramentas
ESTÁGIO
PRELIMINAR: ESTÁGIO 1: ESTÁGIO 2: ESTÁGIO 3:
Não é feita Separação setup Conversão do Otimização em
distinção entre interno e setup setup interno em todos os
setup interno e externo setup externo aspectos
setup externo

- Listas de Verificação; - Otimização de layout;


- Aquisição de - Organização
- Listas de verificação materiais/ferramentais
- Desconhecimento de ferramentais
EXT para atividades; reservas; EXT
todas atividades de setup; - Melhoria da estocagem;
- Cronoanálise para - Preparação
- Despadronização das - Comunicação com
tempo de cada EXT antecipada dos
atividades; programação
atividade; ferramentais;
- Alto tempo de setup;
- Padronização de
atividades;
- Formação de equipe
para setup externo - Redução de ajustes;
INT - Redução de transporte
desnecessário;
INT - Mecanização;
INT - Organização dos
materiais
Operação de Setup

• Problemas relativos ao setup:


• Perda de volume de produção – tempo de máquina parada
• Queda de eficiência da máquina e do operador
• Custo de matéria-prima perdida em ajustes e testes
• Custo de oportunidade do material de seria produzido caso o setup fosse
menor
• Necessidade de aumentar os lotes de produção
• Maior lead-time devido às esperas (do lote e do processo)
Operação de Setup: Melhoria

TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS

• Técnica que permite a redução dos tempos de setup


• Pode-se, assim, aumentar a produção e reduzir os lotes
• O que se busca é a redução do tempo de máquina parada
• Principal insight: diferenciação entre setup interno e setup externo
• Implantação da TRF leva à sensação de “por que nunca fizemos isso antes?”
TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS

• Tipos de Setup
• Setup Interno – operações que podem ser executadas somente quando a
máquina estiver parada, como a fixação e remoção das matrizes
• Setup Externo - operações que devem ser concluídas enquanto a máquina
estiver funcionando, como o transporte de matrizes, da montagem à
estocagem ou no sentido inverso
Troca Rápida • Separação das Operações de Setup Internas e
Externas
de
• Distinção do que será realizado com a máquina
Ferramentas em funcionamento e com a máquina parada
• Atividades tipicamente externas:
• Preparação e transporte de matrizes,
gabaritos, dispositivos de fixação,
ferramentas e materiais
• Estima-se redução de 30 a 50% do setup
(SHINGO, 1996)
Troca Rápida
de • Converter Setup Interno em Externo
Ferramentas • Técnica mais poderosa da TRF
• Envolve:
• Reexame das operações para verificar se
qualquer das etapas foi equivocadamente
classificada como interna
• Encontrar meios de converter setups internos
em externos (pré-aquecimento de moldes,
padronização de matrizes e engates)
• Estes princípios foram desenvolvidos no
início do desenvolvimento da engenharia de
métodos (tempos e movimentos)
Princípios de • A maioria deles ainda hoje é utilizada
Economia de • Classificação:
• Relacionados à Utilização do Corpo Humano.
Movimentos • Relacionados com o arranjo físico do local de
Trabalho.
• Relacionado com o projeto das ferramentas e
equipamentos.
Princípios de Economia de
Movimentos

Utilização do Corpo Humano

• Simultaneidade dos Movimentos das Mãos e dos


Braços
• As duas mãos devem iniciar e terminar no
mesmo instante os seus movimentos.
• As duas mãos não devem permanecer inativas
ao mesmo tempo, exceto durante os períodos de
descanso.
• Os movimentos dos braços devem ser
executados em direções opostas e simétricas,
devendo ser feitos simultaneamente.
Utilização do Corpo Humano

• Dispêndio Mínimo de Energia


• Deve ser empregado o movimento manual que
corresponde à classificação mais baixa de
movimentos e com o qual seja possível executar
Princípios de satisfatoriamente o trabalho.
Economia de 1 Movimento dos dedos
Movimentos 2 Movimento dos dedos e pulsos
3 Movimento dos dedos, pulsos e ante-braço
4 Movimento dos dedos, pulsos, ante-braço e braço
5 Movimento dos dedos, pulsos, ante-braço, braço e
ombro
Utilização do Corpo Humano

Princípios de • Ritmo
Economia de • A aquisição de um ritmo é essencial à execução
fácil e automática do trabalho.
Movimentos
Disposição do Posto de Trabalho

• Ordem na Área de Trabalho


• Deve existir lugar definitivo e fixo para todas as
Princípios de ferramentas e materiais.
• Ferramentas, materiais e controles devem se
Economia de localizar perto do local de uso.
Movimentos • Materiais e ferramentas devem ser localizados,
de forma a permitir a melhor sequência de
movimentos.
Disposição do Posto de Trabalho

• Utilização da Gravidade
Princípios de • Deverão ser usados depósitos e caixas
alimentadoras por gravidade, para distribuição
Economia de de material o mais perto do local de uso.
Movimentos • A distribuição da peça processada, deve ser feita
por gravidade sempre que possível.
Disposição do Posto de Trabalho

• Conforto e Iluminação do Posto de Trabalho


• Deve-se proporcionar a cada trabalhador as
melhores condições de iluminação para o seu
Princípios de trabalho.
• A altura do local de trabalho e da banqueta que
Economia de lhe corresponda devem ser tais, que
possibilitem ao operário trabalhar em pé ou
Movimentos sentado, tão facilmente quanto possível.
• Deve-se fornecer a cada trabalhador uma
cadeira do tipo e altura, tais que permitam boa
postura para os trabalhos.
Projeto das ferramentas e equipamentos
• Localização dos Controles
• Devem-se localizar alavancas e volantes em
posições tais que o operador possa manipulá-los
Princípios de com alteração mínima da posição do corpo
Economia de • Liberdade das mãos
• As mãos devem ser aliviadas de todo o trabalho
Movimentos que possa ser executado mais
convenientemente por um dispositivo, um
gabarito, ou um mecanismo acionado a pedal.
1. Pode-se reduzir o número de vezes que o
material é movimentado?

2. Pode-se encurtar a distância percorrida?


Roteiro
para
análise de 3. As caixas para movimentação dos materiais
são adequadas? Suas condições de limpeza são
operações aceitáveis?
4. Existe espera na entrega do material para o
operador?
Manuseio de Materiais
5. Pode-se reduzir ou eliminar os transportes
desnecessários?
6. Será possível a eliminação da necessidade
Roteiro para de movimentação de materiais através de
um rearranjo dos locais de trabalho ou
análise de através de combinações de operações?
operações 7 . Pode-se melhorar o transporte com
alguma automação?
Ferramentas, dispositivos e gabaritos

1. As ferramentas empregadas são as mais


Roteiro adequadas para este tipo de trabalho?
para 2. As ferramentas estão em boas condições?
3. Podem ser introduzidos novas ferramentas
análise de ou dispositivos de tal forma que possa ser
operações usado um operador menos qualificado na
execução da tarefa?
Ferramentas, dispositivos e gabaritos

4. No uso de ferramentas e dispositivos,


ambas as mão são empregadas em
Roteiro para trabalhos produtivos?
análise de 5. Pode-se usar alimentadores automáticos?
operações 6. Pode-se simplificar o projeto do produto?
Máquina

Operação
1. Podem-se eliminar a operação?
Roteiro 2. Podem-se combinar operações?
3. Pode-se aumentar a velocidade?
para
4. Podem duas ou mais operações ser
análise de combinadas em uma única?
operações 5. Pode-se mudar a sequência de operações?
6. Pode-se reduzir os refugos e perdas?
Máquina

7. Pode a peça ser pré-posicionada para a


operação seguinte?
Roteiro 8. Pode-se reduzir ou eliminar as
para interrupções?
análise de 9. Pode-se combinar uma operação com uma
inspeção?
operações 10. As condições de manutenção da máquina
são adequadas?
Máquina
Operador
1. O operador é qualificado física e
mentalmente para a execução da operação?
Roteiro 2. Pode-se eliminar fadiga através de uma
mudança nas ferramentas, dispositivos,
para layout ou condições de trabalho?
análise de 3. É o salário adequado para tal espécie de
operações trabalho?
4. A supervisão é satisfatória?
5. Pode a eficiência do operador ser
aumentada por instrução?
Roteiro para análise de operações
Condições de Trabalho

1. As condições de iluminação, calor e ventilação são satisfatórias?


2. As instalações são adequadas?
3. Há o risco desnecessário na operação?
4. O operador pode trabalhar alternando sentado e em pé?
5. O período de trabalho e os intervalos para descanso são tais que
proporcionem maior economia?
6. A conservação e limpeza da fábrica são satisfatórias?
1. Selecionar o trabalho a estudar

A melhoria de
2. Analisar o método atual
métodos pode
ser conseguida 3. Criticar sistematicamente o método atual

seguindo-se
seis etapas 4. Conceber um novo método

fundamentais: 5. Implementar o novo método

6. Controlar a implementação e avaliar os resultados


alcançados
PASSO 1: Selecionar o trabalho a estudar
Buscar trabalhos “ricos”
em perdas.
• Perdas fundamentais
segundo o Lean: Onde houver desperdício RELACIONADO
• Superprodução ÀS 7 PERDAS FUNDAMENTAIS há
• Transporte possibilidade de melhoria.
• Processamento
• Movimentação
• Espera
• Defeitos
• Estoque
PASSO 1: Selecionar o trabalho a estudar

• Atividades que causem interrupção constante no fluxo produtivo (quebra


de ritmo)
• Atividades com alto grau de especialização da MO (difícil execução
• Atividades com excesso de tempo não produtivo (espera, movimentação)
• Atividades que geram muito acidente, absenteísmo e turnover;
• Trabalhos que gerem muita hora-extra (imprevistos constantes;
• Excesso de problemas de qualidade;
• Trabalhos de longa duração e exaustivos
PASSO 2: Analisar o método atual

Deve-se buscar informação sobre máquinas e equipamentos

DEVE-SE REGISTRAR COMO OCORRE O TRABALHO (SEQUÊNCIA, TEMPOS,


FREQUÊNCIA, DISTÂNCIAS, ETC)

De acordo com o processo que está sendo estudado, utilizar uma ou mais
técnicas de registro: mapofluxograma, gráfico de fluxo do processo,
diagrama espaguete, gráfico das duas mãos e gráfico homem-máquina;
O objetivo inicial deve ser ELIMINAR
TUDO que não agrega valor !!!

PASSO 3: Criticar
sistematicamente
o método atual Pode-se utilizar o roteiro para
análise de operações;
PASSO 4: Conceber um novo método

• As atividades que não puderem ser eliminadas, participarão da concepção


do novo método. A melhoria consiste em:
• COMBINAR OU REORDENAR;
• SIMPLIFICAR DE FORMA A MINIMIZAR AS INEFICIÊNCIAS DO MÉTODO
ANTERIOR;
• A implementação do projeto de
PASSO 5: trabalho consiste em por em
prática o novo método.
Implementar • Padronizar;
o novo • Treinar;
• Implementar;
método • Acompanhar;
Deve-se comparar o método
ANTERIOR COM O PROJETADO e
verificar como ficaram os resultados;
PASSO 6: Controlar
a implementação e Verificar necessidade de ajustes e
adaptações;
avaliar os resultados
alcançados Comparação dos indicadores de
desempenho e resultados alcançados
com o método atual e o antigo
método;

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