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Patrimônio Material

Arq. Andrey De Freitas


Arq. Bruno Cezar Pozzobon
Arq. Gabriela de Oliveira Cancillier
Patrimônio Material - Ementa
Apresentar os principais conceitos de Patrimônio material, passando brevemente pela
atuação do IPHAN na preservação do patrimônio brasileiro. Sobre São Francisco do Sul e o
Centro Histórico Paisagístico Tombado, tratar de como se deu o tombamento e os valores
atribuídos, abarcando as ações desenvolvidas com a finalidade de desenvolvimento e
valorização do patrimônio cultural. Os desafios que envolvem o gerenciamento do
patrimônio, juntamente com a forma com que o IPHAN atua sobre a área tombada
também serão aspectos a serem apresentados e complementados com a visita técnica
pelo Centro Histórico e Paisagístico.

Objetivos: Proporcionar noções básicas sobre patrimônio material e a trajetória de sua


preservação no Brasil, de modo a tornar claros os desafios que envolvem a tarefa de
preservar e sua importância enquanto instrumento de fortalecimento de identidades dos
lugares, das cidades e dos indivíduos. Isso abrange a realidade de São Francisco e a
compreensão das dinâmicas que envolvem a atuação no dia a dia, de acordo com as
necessidades atuais.
O que é preservação?

 Preservação é o ato de manter os testemunhos das manifestações


culturais e ambientais que possibilitam a uma sociedade reconhecer a
sua identidade, valorizando-a e estabelecendo referencias para a
construção de seu futuro (DPH-SP).
O que é patrimônio?

 De acordo com o Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro


de 1937:

“Artigo 1º - Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o


conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no País e cuja
conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a
fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional
valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.”
O que é patrimônio?

 Constituição Federal de 1988 foi fundamental para a


ampliação da noção de patrimônio cultural.

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens


de natureza material e imaterial, tomados individualmente
ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à
ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais
espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico.
Por que preservar?

 Deixar testemunho das lutas e conquistas


de nossos antepassados, como forma de
reflexão do passado e construção do
futuro;
 Reforçar as identidades locais, as
características que tornam os lugares
únicos, devido às suas peculiaridades;
 Criar sentimento de pertencimento da
população, estimulando a apropriação em
relação a seus aspectos culturais, o que
garantiria a sua permanência;
VOCÊ CONSEGUE DIZER COM CERTEZA SE SÃO CIDADES
DIFERENTES?
E ESSAS, SÃO CIDADES DIFERENTES?
Patrimônio Material

 Bens Imóveis:
O acervo arquitetônico, urbanístico e natural protegido, e
outros bens de natureza irremovível;
 Bens Móveis:
Os que podem ser transferidos de um a outro local sem
problemas maiores. Ex.: obras de arte, de literatura, os
mobiliários, utensílios e documentos.
 Bens Integrados:
Bens que por sua natureza não se enquadram na categoria
de bem móvel nem na de bem imóvel, participando todavia
de ambas; reúnem todos aqueles que de tal modo se acham
vinculados à superfície construída – interna ou externa – e
que dela não podem ser destacados. Ex.: retábulos e altares
de igrejas, pinturas murais, os tetos e forros pintados,
painéis azulejados, guarda-corpos e outros ornatos.
Tombamento

 O tombamento é um ato administrativo realizado pelo


Poder Público com o objetivo de preservar, por intermédio
da aplicação de legislação específica, bens de valor
histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de
valor afetivo para a população, impedindo que venham a
ser destruídos ou descaracterizados.

 O tombamento pode se dar em três esferas:


 Municipal: bens que possuem importância municipal
ou regional;
 Estadual: bens que possuem importância em nível
estadual;
 Federal: bens que possuem importância em nível
federal.
Tombamento

 Livros do Tombo:
 Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: onde são
inscritos os bens culturais em função do valor arqueológico,
relacionado a vestígios da ocupação humana pré-histórica ou
histórica; de valor etnográfico ou de referência para determinados
grupos sociais; e de valor paisagístico, englobando tanto áreas
naturais, quanto lugares criados pelo homem aos quais é atribuído
valor à sua configuração paisagística.
 Livro do Tombo Histórico: onde são inscritos os bens culturais em
função do seu valor histórico. É formado pelo conjunto dos bens
móveis e imóveis existentes no Brasil e cuja conservação seja de
interesse público por sua vinculação a fatos memoráveis da história
do Brasil.
 Livro do Tombo das Belas Artes: onde são inscritos os bens culturais
em função do seu valor artístico e de caráter não utilitário.
 Livro do Tombo das Artes Aplicadas: onde são inscritos os bens
culturais em função do seu valor artístico, associado à sua função
utilitária.
Vídeo – Patrimônio Material, com Dalmo Vieira Filho.
 Arquiteto e Urbanista;
 Especialista na Área de
Proteção e Valorização do
Patrimônio Cultural
(UFBA/IPHAN/UNESCO);
 Possui cursos de Extensão e
Especialização na Alemanha
e Portugal;
 Professor do Curso de
Arquitetura e Urbanismo da
UFSC;
 Arquiteto do IPHAN.
Atuação do IPHAN

 Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro


de 1937
 Cria o Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional
(SPHAN), atual Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN);
 Organiza a proteção do
patrimônio histórico e artístico
nacional – regulamenta o
“tombamento” que é o mais
antigo instrumento de proteção
do patrimônio de natureza
material do Brasil.
Atuação do IPHAN

 1º momento (1937 – 1968):


 Práticas pautadas na nação e na identidade nacional,
visando “à construção da ‘nação brasileira’, por meio
da produção de discursos em busca das raízes e
origens da nação” (CHUVA, 2011, p. 8);
 Arquitetura do período colonial escolhida como a
herança mais forte da cultura brasileira;
 Construção da nação se dá principalmente a partir de
uma identidade artística;
 Os tombamentos no período “[...] foram realizados
tendo em vista antes o número expressivo de bens
excepcionais que neles se concentravam que
propriamente o conjunto enquanto objeto de
interesse da proteção” (FONSECA, 2009, p. 198).
A cidade de Ouro Preto (MG) como referência máxima do barroco brasileiro, tombada em 1938.
A Igreja São Francisco de Assis, na Pampulha (Belo Horizonte, MG), tombada pelo IPHAN em 1948,
projeto de Oscar Niemeyer, como exemplar representativo da arquitetura moderna brasileira,
considerada legítima herdeira da arquitetura colonial.
Fortaleza São José da Ponta Grossa, Florianópolis (SC), tombada em 1938.
Palácio dos Príncipes, Joinville (SC), primeiro bem protegido que remonta à história do processo migratório
para o Brasil, tombado em 1939.
Atuação do IPHAN

 2º momento (1968 – 1979):


 A atuação segue praticamente
como o momento anterior;
 Inicia-se as discussões sobre a
possibilidade de tombamento
de exemplares da arquitetura
eclética a partir da atribuição
de valor estético.
 Criação do Centro Nacional de
Referência Cultural (CNRC), em
1975, insere às discussões a
noção de referência cultural e
assim novas formas de
atribuição de valor são
incorporadas nas ações de
preservação, colocando em
evidência outros contextos
culturais representativos da
nação.
Conjunto arquitetônico e paisagístico “Ver-o-
Peso”, Belém (PA), tombado em 1977
Atuação do IPHAN

 3º momento (a partir de 1979):


 A partir da década de 1980 a instituição altera a
sua prática, passando a atribuir valor as áreas
urbanas a partir de seu valor documental;
 Cidade concebida como documento dos processos
sociais de produção, uso e transformação do
espaço;
 CONSTRUÇÃO DA NAÇÃO – pensada a partir da
história da ocupação do território
 Nessa concepção, os aspectos estético-estilísticos
e fachadistas deixam de ser os critérios de
atribuição de valor privilegiados.
Atuação do IPHAN

“A grande mudança na prática de seleção de áreas urbanas-patrimônio ocorre na


década de 80. Os critérios que a informam deixam definitivamente de lado a
questão estética e passam a fundamentar-se no valor histórico do objeto. Ocorre,
na realidade, uma mudança de conceitos. De cidade-monumento, relíquia e
paradigma da civilização material que a nação brasileira foi capaz de construir, a
área urbana-patrimônio passa a cidade-documento, objeto rico em informações
sobre a vida e a organização social do povo brasileiro nas várias fases da sua
história [...]. Em suma, a área urbana-patrimônio passa a ser percebida como
documento histórico, um ‘objeto cultural vinculado também à história, à etnografia,
à arqueologia, ao urbanismo e a outras disciplinas’ além da história da arte e da
arquitetura, como era usual.” (SANT’ANNA, 1995, p.209).
A cidade de Laguna (SC), tombada em 1985, é considerada marco conceitual desse novo momento da
prática preservacionista federal
Conjunto arquitetônico e urbanístico de Antônio Prado (RS), tombado em 1990.
Centro Histórico e Paisagístico de São Francisco do
Sul (SC), tombado em 1987.
Conjunto de Alto Paraguaçú, Itaiópolis (SC), tombado em 2015
Casa de Chico Mendes e seu acervo, Xapuri (AC),
tombada em 2011
São Francisco do Sul – breve histórico

 1504 - a embarcação L’Espoir, comandada pelo navegador normando


Binot Paulmier de Gonneville, aporta por essas terras até então
exploradas somente pela população nativa;
 Após Gonneville, diversos outros navegadores europeus chegaram ao
litoral do estado de Santa Catarina buscando descobrir uma passagem
para o Oceano Pacífico, na tentativa de alcançar às Índias;
 Devido à indefinição da demarcação do Tratado de Tordesilhas,
ocorreram movimentações tanto de espanhóis como de portugueses nas
terras do sul;
 Os espanhóis, convictos de seus direitos, resolveram fundar uma
povoação em São Francisco por volta de 1553, permanecendo na ilha
até meados de 1555;
São Francisco do Sul – breve histórico

 Fim da União Ibérica (1640) – Portugal passa a olhar com mais interesse
para as terras situadas entre São Vicente e o Prata:
 Fundação de São Francisco (1658), Nossa Senhora do Desterro
(1666) e Laguna (1777) - apoio aos navios portugueses que seguiam
até a desembocadura do rio da Prata;
 Cidades com objetivo de ordem estratégica e não econômica;

“São cidades que vivem em função do movimento de seus portos dando o apoio
necessário aos navios portugueses que seguem a longa viagem até a
desembocadura do Rio da Prata, em busca do intenso comércio ali existente”
(CHUVA; PESSÔA, 1995, p. 54).
São Francisco do Sul – breve histórico

 Elevada à categoria de Vila em 1660;


 Elevada à categoria de Paróquia em 1665;
 Elevada à categoria de cidade em 1847;
 Economia de subsistência no período inicial;
 Programa de imigração – ao longo do século XIX;
 Crescimento produção agrícola e industrial do interior catarinense;
 Segunda metade do século XIX e início do XX – estreitamento dos laços
com o interior do Estado: Estrada Dona Francisca e ramal ferroviário da
São Paulo-Rio Grande;
 Porto a todo vapor;
São Francisco do Sul – breve histórico

 A grande demanda de exportação no início do século XX ocasiona a


ampliação e remodelação do porto de São Francisco, proporcionando a
construção de armazéns para a estocagem da produção, sendo grande
exemplo a estrutura da Hoepcke & Cia;
 Em 1905 é iniciada a construção do ramal que ligaria São Francisco à
estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, sendo inaugurado em 1910 e
trazendo novas perspectivas para o local;
São Francisco do Sul – breve histórico

 Sentimento de prosperidade vivenciado em


São Francisco do Sul;
 Renovação urbana;
“Precisamos tirar da cidade essa feição de uma
cidade adormecida, cujos beiraes se parecem com
pálpebras cerradas; as platibandas dão-lhes uma
feição risonha, alteiam os edifícios, modernizam-os,
tornando-os altivos, encantadores e interessantes”
(A Razão, São Francisco do Sul, 12 fevereiro 1921,
p.3 apud BAUER, 2008, p.46).
 Apesar das inúmeras modificações na área, o
traçado urbano foi preservado, assim como o
parcelamento no interior das quadras.
 Crescente demanda do porto;
São Francisco do Sul – breve histórico

 1927 – início das obras do novo porto;


 A partir da década de 1940 a cidade experimentou um processo de
estagnação econômica;
 Esse processo de estagnação, impediu um grande crescimento da
cidade e evitou a descaracterização da área urbana através dos
processos de verticalização das edificações;
 A partir da década de 1970 a atividade portuária retoma seu
crescimento e desde então vem ganhando maior representatividade.
Centro Histórico e Paisagístico de São Francisco do Sul

 1985 - pedido de abertura do processo de tombamento pelo Prefeito


José Schmidt;
 Processo administrativo nº 1163-T-85/SPHAN;
 Embasado no estudo e pareceres técnicos realizados pela historiadora
Marcia Regina Romeiro Chuva e pelo arquiteto José Simões de Belmont
Pessôa, e no parecer do conselheiro Alcídio Mafra de Souza;
 Aprovação do tombamento pelo Conselho Consultivo em janeiro de
1987;
 Inscrição do conjunto em 16 de outubro de 1987:
 Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico – nº 101,
fls. 50 à 55;
 Livro do Tombo Histórico – volume II, nº 518, fls. 02 à 05.
Poligonal de tombamento do Centro Histórico e Paisagístico de São Francisco do Sul
O Centro Histórico e
Paisagístico de São
Francisco do Sul é
delimitado pela área entre a
orla da Baía Babitonga e os
morros da Caixa D’água e da
Rádio, “onde encontramos
as referências no tecido
urbano que contam, sobre a
história do assentamento,
mais do que os
monumentos” (CHUVA;
PESSÔA, 1995, p. 60).
Centro Histórico e Paisagístico de São Francisco do Sul

 Valores atribuídos ao sítio:


 Valor documental
A possibilidade de entender São Francisco do Sul a partir de uma
abordagem histórica, juntamente com sua leitura urbana, é o que
possibilita a sua identificação como documento histórico do país. Verificar
que o traçado urbano de outrora permanece bastante íntegro é uma forma
de entender tanto o processo de formação da cidade como o processo de
ocupação do território sul brasileiro (CHUVA; PESSÔA, 1995, p. 53).
Centro Histórico e Paisagístico de
São Francisco do Sul
 Valores atribuídos ao sítio:
 Relação com o mar
São Francisco do Sul “[...] desde a sua criação até
hoje manteve sua tradição, pois a relação de seus
habitantes com o mar é, na realidade, toda e sua
verdadeira história” (SOUZA, 1987, p. 63)

“Vemos o mar intervindo diretamente no dia a dia


das pessoas, constituindo um “cotidiano coletivo”
que dá corpo a uma forma de vida, de
mentalidade. Compreender essa particularidade
de São Francisco é um meio de compreender sua
realidade. É a maneira de trazer, ao nível do
consciente, elementos que participam do
inconsciente daquela população, numa tentativa
de produzir um auto-conhecimento enquanto
conjunto ao mesmo tempo individual e cultural,
econômico e social. É um processo de
formalização consciente do espaço em que se vive
em busca de reproduzi-lo no sentido de uma
melhoria da qualidade de vida” (CHUVA; PESSÔA,
1995, p.56).
Centro Histórico e Paisagístico de São Francisco do Sul

 Valores atribuídos ao sítio:


 Relação com o mar
“É uma ideia de vida marítima, intrínseca aos habitantes, que perpassa a cultura
local: seus prédios novos ou antigos, suas ruas; a certeza de, a cada passo, avistar a
baía, a cada esquina que se dobra ver o mar num vazio entre dois prédios, ou numa
rua que dentro dele termina” (CHUVA; PESSÔA, 1995, p.66).
Centro Histórico e Paisagístico de São Francisco do Sul

 Valores atribuídos ao sítio:


 Frontispício marítimo
“É sobre a diretriz da orla marítima que emergem com maior clareza os vestígios da
lenta arrumação do quadro de vida material em São Francisco e, identificada a
praia como geradora da ocupação do sítio, vemos, com clareza, toda a ordenação
do tecido urbano, onde inexiste a predominância da arquitetura de um
determinado período sobre o outro, sendo norma a diversidade arquitetônica, que
bem configura o universo da evolução cotidiana, através da qual a cidade se
formou (SOUZA, 1987, p. 63-64).
Pintura de Basílio Ferrari, 1911.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

A execução de obras ou colocação de objetos em bens tombados e seus


entornos, sejam eles tombados individualmente ou integrantes de um
conjunto, é regida pelos Arts. 17 e 18 do Decreto-Lei 25/37, que prevê a
autorização prévia do IPHAN.

Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruidas, demolidas ou mutiladas, nem,
sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional, ser reparadas,
pintadas ou restauradas, sob pena de multa de cincoenta por cento do dano causado.

Parágrafo único. Tratando-se de bens pertencentes á União, aos Estados ou aos municípios, a
autoridade responsável pela infração do presente artigo incorrerá pessoalmente na multa.

Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se
poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibílidade, nem
nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objéto,
impondo-se nêste caso a multa de cincoenta por cento do valor do mesmo objéto.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

PORTARIA Nº 420, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2010.

Dispõe sobre os procedimentos a serem observados para a concessão de


autorização para realização de intervenções em bens edificados
tombados e nas respectivas áreas de entorno.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul
PORTARIA Nº 420, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2010.

Categorias de intervenções:

• Reforma Simplificada;

• Reforma ou Reparação e Construção Nova;

• Restauração;

• Equipamento Publicitário e Sinalização Turística e Funcional; e

• Instalações Provisórias.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

 Reforma Simplificada – Consideradas obras de


conservação ou manutenção, tais como:
 Pintura e reparos em revestimentos;

 Substituição de materiais de revestimentos de piso, parede ou forro;

 Substituição do tipo de telha ou manutenção da cobertura do bem, desde que


não implique em modificação da inclinação;

 Manutenção de instalações elétricas, hidrossanitárias, de telefone e alarme;

 Substituição de esquadrias por outras do mesmo modelo, com ou sem


mudança de material;

 Inserção de pinturas artísticas em muros e fachadas.


Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

 Reforma e Construção Nova

 Serão consideradas obras de reforma toda e qualquer intervenção que


implique na demolição ou construção de novos elementos tais como
ampliação ou supressão de área construída; modificação da forma do
bem em planta, corte ou elevação; modificação de vãos; aumento de
gabarito, e substituição significativa da estrutura ou alteração na
inclinação da cobertura.

 Serão consideradas construções novas as propostas de construção de


edifício em terreno vazio ou em lote com edificação existente, desde
que separado fisicamente desta.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

 Restauração

 Tem por objetivo restabelecer a unidade do bem cultural, respeitando


sua concepção original, os valores de tombamento e seu processo
histórico de intervenções. Bens tombados individualmente
enquadram-se obrigatoriamente nesta categoria, caso a intervenção
proposta não seja relativa aos serviços enquadráveis em equipamento
publicitário/sinalização o Reforma simplificada.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

 Equipamento Publicitário ou de Sinalização

 São considerados equipamentos publicitários letreiros, anúncios,


faixas ou banners nas fachadas de edificações, lotes vazios ou
logradouros públicos.

 O equipamento de sinalização pode ter fins turísticos ou funcionais,


configurando-se como uma comunicação efetuada por meio de placas
de sinalização, com mensagens escritas ordenadas e/ou pictogramas.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

 Instalações Provisórias

 São assim consideradas aquelas instalações de caráter não


permanente, passíveis de montagem, desmontagem e transporte, tais
como stands, barracas para feiras, circos e parques de diversões,
iluminação decorativa para eventos, banheiros químicos, tapumes,
palcos e palanques.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

Documentos necessários para TODAS intervenções:

 Formulário de requerimento de autorização de intervenção


devidamente preenchido;

 Cópia do CPF ou CNPJ do requerente; e

 Cópia de documento que comprove a posse ou propriedade do imóvel


pelo requerente, tais como escritura, contrato de locação, contas de
luz ou de água ou talão de IPTU.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

Equipamento Publicitário ou Sinalização:

 Descrição ou projeto do equipamento publicitário ou da sinalização,


contendo, no mínimo, indicação do local onde ele será instalado,
dimensões gerais e descrição dos materiais a serem utilizados.

Reforma/Construção Nova:

 Anteprojeto da obra contendo, no mínimo, planta de situação,


implantação, plantas de todos os pavimentos, planta de cobertura,
corte transversal e longitudinal e fachadas, diferenciando partes a
demolir, manter e a construir, conforme normas da ABNT.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

Equipamento Publicitário ou Sinalização:

 O Código Brasileiro de Trânsito, no seu Art. 2º, prevê que o uso das
vias terrestres urbanas e rurais deve ser regulamentado “de acordo
com as peculiaridades locais e as circunstâncias especiais”:

 Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os


logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que
terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com
circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as
circunstâncias especiais.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul
Restauração:
 Anteprojeto da obra contendo, no mínimo, planta de situação, implantação,
plantas de todos os pavimentos, planta de cobertura, corte transversal e
longitudinal e fachadas, diferenciando partes a demolir, manter e a construir,
conforme normas da ABNT;

 Levantamento de dados sobre o bem, contendo pesquisa histórica,


levantamento planialtimétrico, levantamento fotográfico, análise tipológica,
identificação de materiais e sistema construtivo;

 Diagnóstico do estado de conservação do bem, incluindo mapeamento de


danos, analisando-se especificamente os materiais, sistema estrutural e
agentes degradadores;

 Memorial descritivo e especificações;

 Planta com a especificação de materiais existentes e propostos.


Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul
Etapas:
 I – recebido o requerimento devidamente instruído, o Iphan analisará o
anteprojeto da obra e emitirá parecer técnico aprovando-o ou desaprovando-
o;

 II – aprovado o anteprojeto, caberá ao requerente encaminhar para aprovação


o projeto executivo correspondente, no prazo de seis meses;

 III – recebido e analisado o projeto executivo, o Iphan emitirá novo parecer


técnico aprovando-o ou desaprovando-o;

 IV – somente após aprovado o projeto executivo, o requerente será autorizado


pelo Iphan a executar a obra;

 V – a inobservância do prazo do inciso II acarretará o cancelamento da


aprovação do anteprojeto e o conseqüente indeferimento do requerimento,
seguido do arquivamento do processo.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

Solicitações facultativas ao cidadão:


 Informação Básica

 O IPHAN informa os critérios a serem observados para a realização da


intervenção no bem ou em sua área de entorno.

 A solicitação deverá ser apresentada por meio de requerimento,


conforme formulário próprio, fornecido pelo Iphan, acompanhado de
cópia do CPF ou CNPJ do requerente.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul
Solicitações facultativas ao cidadão:
 Consulta prévia (para reforma/construção/restauração)

 I – formulário de requerimento devidamente preenchido;

 II – cópia do CPF ou CNPJ do requerente;

 III – cópia de documento que comprove a propriedade ou posse do


bem, tais como escritura, contrato de locação, contas de luz ou de
água ou talão de IPTU;

 IV – estudo preliminar, contendo planta de situação, implantação,


plantas de todos os pavimentos, planta de cobertura, corte transversal
e longitudinal e fachadas, representando partes a demolir e a
construir;

 V – memorial descritivo.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

Análise pelo IPHAN

 Competirá à Coordenação Técnica ou Divisão Técnica de cada


Superintendência Estadual, após a devida análise, decidir sobre os
requerimentos de autorização de intervenção.

 A análise será formalizada por meio de parecer técnico que ao final


concluirá pela aprovação ou desaprovação da proposta de intervenção
ou projeto.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

Análise pelo IPHAN

 Aprovado o projeto, é facultado ao requerente encaminhar para visto


do Iphan tantas vias do original aprovado quantas forem necessárias
para aprovação em outros órgãos públicos.

 Desaprovado o projeto e sendo ele passível de correção, a via do


requerente será devolvida para, caso seja do seu interesse, sejam
feitas as adequações necessárias, devendo a outra via ser mantida no
processo.

 As adequações solicitadas pelo Iphan deverão ser


apresentadas em novo projeto.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul
Prazos de validade da proposta de intervenção:

 I – 1 (um) ano, para Reforma Simplificada, Colocação de Equipamento


Publicitário ou Sinalização e Instalações Provisórias;

 II – 2 (dois) anos, para Reforma/Construção Nova e Restauração.

 Findo o prazo fixado de validade da proposta de intervenção ou projeto e não


finalizada a obra, o requerente deverá solicitar prorrogação do prazo, que será
concedida pelo Iphan, desde que não haja modificações com relação ao projeto
aprovado.

 O pedido de prorrogação deve ser apresentado 30 dias antes do vencimento da


validade da aprovação anterior.

 A aprovação será automaticamente cancelada se, findo o prazo de validade da


proposta de intervenção ou projeto, a intervenção não tiver sido iniciada ou, se
iniciada, tiver sua execução totalmente paralisada por período superior a
sessenta dias.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

Recursos:

 O prazo para interposição de recurso é de quinze dias, contados da data em


que o requerente tiver sido comunicado da decisão.

 O recurso poderá ser interposto utilizando-se formulário próprio, cujo modelo


consta na Portaria.

 O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a


reconsiderar, no prazo de cinco dias, o encaminhará ao Superintendente
Estadual.

 Nos processos de Reforma/Construção Nova e Restauração, da decisão


proferida pelo Superintendente Estadual caberá recurso ao Presidente do
Iphan, no prazo de 15 (quinze) dias.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

PORTARIA Nº 187, DE 11 DE JUNHO DE 2010.

Dispõe sobre os procedimentos para apuração de infrações


administrativas por condutas e atividades lesivas ao patrimônio cultural
edificado, a imposição de sanções, os meios defesa, o sistema recursal e a
forma de cobrança dos débitos decorrentes das infrações.
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul

Infrações administrativas:

 Definidas nos artigos 13, 17, 18, 19, 20 e 22 do Decreto-Lei nº25, de


30 de novembro de 1937.

 I – Destruir, demolir ou mutilar coisa tombada (art. 17 do Decreto-Lei


nº 25/37):

 Multa de cinqüenta por cento sobre o valor do dano e reparação


do dano;

 II – Reparar, pintar ou restaurar coisa tombada sem prévia autorização


do Iphan (art. 17 do Decreto-Lei nº 25/37):

 Multa de cinqüenta por cento sobre o valor do dano e reparação


do dano;
Escritório Técnico do IPHAN em São Francisco do Sul
Infrações administrativas:

 Definidas nos artigos 13, 17, 18, 19, 20 e 22 do Decreto-Lei nº25, de


30 de novembro de 1937.

 III – Realizar na vizinhança de coisa tombada construção que lhe impeça


ou reduza a visibilidade, sem prévia autorização do Iphan (art. 18 do
Decreto-Lei nº 25/37):

 Multa de cinqüenta por cento sobre o valor da obra irregularmente


construída e demolição da obra;

 IV – Colocar sobre a coisa tombada ou na vizinhança dela equipamento


publicitário, como anúncios e cartazes, sem prévia autorização do Iphan
(art. 18 do Decreto-Lei nº 25/37):

 Multa de cinqüenta por cento sobre o valor do equipamento


publicitário irregularmente colocado e retirada do equipamento;
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Infrações administrativas:

 Sem prejuízo da penalidade de multa, haverá o embargo da obra,


assim considerada qualquer intervenção em andamento sem
autorização do Iphan, inclusive a colocação de equipamento
publicitário, em bem edificado tombado.
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As intervenções na vizinhança de bem tombado não devem prejudicar-lhe a


visibilidade; o que significa modificar a compreensão da coisa tombada.

O conceito de visibilidade somente pode ser entendido de forma ampla,


abrangendo não só as hipóteses em que a construção obstrui ou se interpõe
à visão do bem tombado, mas também nos casos em que a intervenção não
se harmoniza com a visão do monumento no conjunto e no ambiente onde
está inserido.

Portanto, compreende não só a tirada de vista da coisa tombada, como


também a afetação da sua ambiência, incluída a paisagem adjacente e tudo
mais que contraste ou afronte a harmonia de suas relações com seu sentido
histórico, sua autenticidade constitutiva e sua inserção no cenário no qual
está implantado.
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São instrumentos de fiscalização:

 I – Notificação para Apresentação de Documentos - NAD;

 II – Auto de Infração – AI;

 III – Termo de Embargo – TE.


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A NAD será expedida quando:

 I - for constatada, em bem tombado edificado e/ou em seu entorno,


em conjunto ou individualmente, a realização de intervenção cujo
projeto não tenha sido aprovado pelo Iphan e não seja possível, de
plano, constatar a ocorrência do dano, ou:

 II – houver incerteza sobre autoria ou algum elemento que componha


a materialidade de infração ao patrimônio cultural edificado e seja
necessária a apresentação de informações complementares por parte
do notificado.
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Prazos da NAD:

 O prazo para o notificado apresentar as informações e/ou


documentos requeridos na NAD será de 5 (cinco) dias, podendo ser
prorrogado por igual período.

 O não cumprimento da notificação no prazo estabelecido pressupõe a


ocorrência do dano e acarretará o embargo da obra, seguido da
lavratura do AI.
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Auto de Infração:
 Constatada a ocorrência de infração às normas de proteção ao
patrimônio cultural edificado, será lavrado o respectivo AI, do qual
deverá ser dada ciência ao autuado, assegurando-se o contraditório e
a ampla defesa.

 Para cada AI deverá ser preenchido um Laudo de Constatação ou


Diagnóstico do Estado de Conservação, se bem edificado tombado
individualmente.

 No caso de recusa do autuado ou seus prepostos em dar ciência da


NAD ou do AI, o fato deverá ser certificado no verso do documento.

 No caso de ausência do autuado ou seu preposto, a NAD ou o AI


deverão ser enviados pelos Correios, para o domicílio do autuado,
com Aviso de Recebimento (AR).
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Termo de Embargo:
 Constatada a existência de obra irregular em andamento, será
determinado o embargo dela, com a lavratura do respectivo Termo de
Embargo.

 Uma via do Termo de Embargo deverá ser afixada de modo visível no


bem, dando ciência a qualquer cidadão sobre as conseqüências
penais quanto a eventual descumprimento da ordem.
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Processo administrativo :
 O processo administrativo inicia-se de ofício, por meio da emissão da
NAD ou lavratura do AI, ou ainda a partir da prática de qualquer outro
ato que vise aplicar medidas decorrentes do poder de polícia.

 O processo administrativo deverá necessariamente ser instruído com


cópia do Relatório de Fiscalização e com o Laudo de Constatação ou o
Diagnóstico do Estado de Conservação, conforme o caso.

 Depois de certificado o recebimento do AI pelo autuado, ou por seu


representante, o processo administrativo correlato, devidamente
instruído nos termos do art. 17, será encaminhado à Autoridade
Julgadora.
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Defesa:
 O autuado poderá, no prazo de 15 (quinze) dias, oferecer defesa
contra o AI.

 A defesa deverá ser protocolada na unidade administrativa


responsável pela autuação – Superintendência ou Escritório Técnico.

 Com a defesa, o autuado deverá juntar os documentos que julgar


convenientes.

 O prazo para defesa poderá ser excepcionalmente prorrogado por


igual período, pelo Superintendente Estadual, desde que
tempestivamente requerido e devidamente justificado pelo autuado.
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Defesa:
 A defesa do autuado poderá ser feita por ele diretamente, ou por
intermédio de representante legal, sendo obrigatória, nesta hipótese,
a apresentação do correspondente instrumento de mandato.

 Apresentada a defesa, será verificada sua tempestividade com


aposição de certidão nos autos.

 Para fins de verificação da tempestividade, considera-se protocolada a


defesa na data de postagem, quando enviada pelos Correios.

 Não havendo apresentação de defesa no prazo legal, este fato será


certificado pela Autoridade Julgadora no respectivo processo
administrativo.
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Autoridade Julgadora:
 Compete à Autoridade Julgadora decidir em primeira instância sobre
os Autos de Infração lavrados pelos agentes de fiscalização,
confirmando-os ou não, cabendo-lhe ainda, caso julgue procedente a
autuação, indicar o valor da multa, nos termos da legislação aplicável.

 Recebido o processo administrativo e transcorrido o prazo para


defesa, competirá à Autoridade Julgadora verificar a regularidade
formal.
 As incorreções ou omissões do AI não acarretarão sua nulidade,
quando deste constarem elementos suficientes para determinar a
infração e possibilitar a defesa do autuado.

 O erro no enquadramento legal é irregularidade formal que não


acarreta a nulidade do AI e pode ser corrigido de ofício pela
Autoridade Julgadora.
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Autoridade Julgadora:
 Vindo aos autos novas informações e/ou documentos solicitados pela
Autoridade Julgadora, o autuado será intimado para sobre eles
manifestar-se, no prazo de 10 (dez) dias.

 Não havendo outros atos instrutórios a serem praticados, a


Autoridade Julgadora requererá à Coordenação Técnica o
preenchimento da Ficha de Avaliação, a partir da qual é calculada a
multa.

 Confirmado o AI e fixado o valor da multa, o autuado será intimado


para pagá-la no prazo de 10 (dez) dias ou, querendo, apresentar
recurso, que tem efeito suspensivo daquela.

 O recurso será dirigido à Autoridade Julgadora, a qual, se não


reconsiderar a decisão no prazo de 5 (cinco) dias, o encaminhará ao
Superintendente Estadual.
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Recurso:
 Da decisão proferida pelo Superintendente Estadual caberá recurso
ao Presidente do IPHAN, no prazo de 10 (dez) dias.

 O recurso será dirigido ao Superintendente Estadual, que o


encaminhará.

 Da decisão proferida pelo Presidente não cabe recurso.


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Termo de compromisso:
 Poderá o Iphan, alternativamente à imposição de penalidade, firmar
termo de compromisso de ajuste de conduta, visando à adequação da
conduta irregular às disposições legais.

 O pedido para formalização do termo de compromisso não será


conhecido quando apresentado após o julgamento do AI.

 O termo de compromisso será firmado pelo Superintendente


Estadual, após manifestação prévia da Coordenação Técnica e da
Procuradoria Federal junto ao Iphan.

 Quando o valor da multa for superior a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil


reais), a minuta do termo de compromisso deverá ser previamente
submetida à aprovação do Depam e do Procurador-Chefe da
Procuradoria Federal junto ao Iphan.
Ações desenvolvidas no Centro Histórico e Paisagístico de
São Francisco do Sul

PROGRAMA MONUMENTA
QUAIS OS DESAFIOS PARA O CENTRO HISTÓRICO E
PAISAGÍSTICO DE SÃO FRANCISCO DO SUL?
Vídeo – Restauração da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário – Pirenópolis
 A construção da igreja que seria consagrada a Nossa Senhora do Rosário iniciou-se no ano
de 1728;
 Em estilo colonial, a matriz tem os alicerces de cantaria (pedra) e as paredes feitas de taipa
de pilão (barro socado). Apenas as paredes mais altas das torres são feitas de adobe (tijolo
cozido ao sol). Na parte frontal, a taipa é reforçada por uma gaiola de madeira (aroeira),
externa e internamente;
 A igreja foi construída de forma que, a qualquer hora do dia, o sol ilumine a sua fachada.
A torre do lado do nascente foi construída em 1763. Até essa época, só existia a torre
onde se encontra o sino;
 A Igreja foi restaurada em 1996 – 1999;
 Em 2002 a Igreja sofreu um incêndio que consumiu o telhado e toda a parte interna do
monumento. No mesmo ano iniciaram-se as obras de salvamento emergencial do edifício;
 O início das obras de restauração aconteceu em 2003 e, em 2004, foi aberta a
exposição Canteiro Aberto;
 A reconstrução da Igreja Matriz
iniciou em 2003, sendo reinaugurada
em 30 de março de 2006.
Referências bibliográficas
 BAUER, Letícia. Pesquisa histórica sobre São Francisco do Sul (1880 – 1930). In:
LUCA, Virginia Gomes de; MARTINS, Marina Canãs (Coord.). Estudos,
levantamentos e consultorias sobre o centro histórico de São Francisco do
Sul/SC. IPHAN, 2008.
 CHUVA, Marcia Regina Romeiro; PESSÔA, José Simões de Belmont. Centro
Histórico de São Francisco do Sul. In: PESSÔA, José Simões de Belmont. Caderno
de Documentos 2. Estudos de Tombamento. Rio de Janeiro: IPHAN, 1995.
 CHUVA, Marcia Regina Romeiro. Entre vestígios do passado e interpretações da
História: introdução aos estudos sobre patrimônio cultural no Brasil. In:
CUREAU, Sandra; KISHI, Sandra; SOARES, Inês; LAGE, Claudia (Org.). Olhar
Multidisciplinar sobre a efetividade da proteção do patrimônio cultural. Belo
Horizonte: Fórum, 2011, p. 37-49.
 FONSECA, Maria Cecília Londres. O patrimônio em processo: Trajetória da
política federal de preservação no Brasil. 3ª ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009.
 SANT’ANNA, Marcia. Da cidade-monumento à cidade documento - a trajetória
da norma de preservação de áreas urbanas no Brasil (1937-1990). 1995.
Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Faculdade de Arquitetura,
Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1995.
 SOUZA, Alcídio Mafra de Souza. Parecer do Processo nº 1.163-T-85. In: Processo
nº 1.163-T-85. Centro Histórico e Paisagístico de São Francisco do Sul. Rio de
Janeiro: Arquivo Central do Iphan. 1987. Documento impresso.
Arq. Andrey De Freitas
patrimoniocultural@saofranciscodosul.sc.gov.br
Arq. Bruno Cezar Pozzobon
bruno.pozzobon@iphan.gov.br
Arq. Gabriela de Oliveira Cancillier
gabriela.cancillier@iphan.gov.br

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