HISTÓRIA

PRÉ-VESTIBULAR
LIVRO DO PROFESSOR

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detentor dos direitos autorais.

I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. —

Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]
696 p.

ISBN: 978-85-387-0574-1

1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.

CDD 370.71

Disciplinas Autores
Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales
Márcio F. Santiago Calixto
Rita de Fátima Bezerra
Literatura Fábio D’Ávila
Danton Pedro dos Santos
Matemática Feres Fares
Haroldo Costa Silva Filho
Jayme Andrade Neto
Renato Caldas Madeira
Rodrigo Piracicaba Costa
Física Cleber Ribeiro
Marco Antonio Noronha
Vitor M. Saquette
Química Edson Costa P. da Cruz
Fernanda Barbosa
Biologia Fernando Pimentel
Hélio Apostolo
Rogério Fernandes
História Jefferson dos Santos da Silva
Marcelo Piccinini
Rafael F. de Menezes
Rogério de Sousa Gonçalves
Vanessa Silva
Geografia Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio
Felipe Silveira de Souza
Fernando Mousquer

Projeto e
Produção
Desenvolvimento Pedagógico

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 As Revoluções
Liberais
Os movimentos liberais surgiram decorrentes
do fracasso da Santa Aliança, tendo destaque três
movimentos: Revolução de 1820, Revolução de 1830 e
Revolução de 1848. Todas ocorreram em solo europeu,
a primeira em Portugal, com repercussão no Brasil; a
segunda e a terceira inciaram na França, mas ganha-
ram dimensões maiores pelo resto da Europa.
Aqui estudaremos as revoluções de 1830 e a de
1848, pois a revolução de 1820 será estudada dentro
do contexto da história do Brasil.
O contexto revolucionário
Com a queda de Napoleão Bonaparte no ano de
1815, na batalha de Waterloo, os países vitoriosos
formaram o que chamamos de Congresso de Viena,
com a finalidade de penalizar a França e, dentre
outras medidas, promover a restauração do Antigo
Regime nas nações afetadas pelo ideal revolucioná-
rio francês. A Europa conservadora caracterizada
pelos regimes absolutistas voltava a ser o centro
das atenções. O próprio Congresso de Viena resta-
beleceu o conservadorismo na Europa, que a pouco
tempo havia sido varrida pelos ideais de Igualdade,
Liberdade e Fraternidade da Revolução Francesa.
Porém, ideais não desapareceriam completamen-
te, em meados do século XIX, novos movimentos
liberais surgiriam e tomariam o cenário europeu
invocando a queda do regime absolutista.
Como exemplo do retorno do conservadoris-
mo, no caso francês, o rei Luís XVIII, da família
dos Bourbons, retomando o trono, antes dominado
por Napoleão Bonaparte. Porém, como já falamos,
movimentos liberais surgiriam no século XIX com o
objetivo único de derrubar este conservadorismo im-
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plantado no pós-queda de Napoleão Bonaparte. Um
dos exemplos de movimento liberal foi a Revolução de
1830, que buscava, a partir dos ideais da Revolução
Francesa, os princípios básicos do Liberalismo e do
Nacionalismo. Outro movimento que se destacou foi
a Revolução de 1848, que esteve como destaque no
advento do pensamento socialista, idealizado por
Marx e Engels no seu Manifesto Comunista.
A Revolução de 1830
Foi durante o reinado de Luís XVIII (1814-1824)
que três grandes grupos políticos encontravam-se na
disputa pelo poder no cenário francês. O liberal, que
reunia os bonapartistas e os republicanos defenden-
do os ideais da Revolução Francesa; o ultrarrealista,
liderado pelo conde de Artois, buscando restaurar o
Antigo Regime e os privilégios perdidos da nobreza; e
o último grupo político que buscava a sua aparição no
cenário francês era o constitucionalista, representado
pela alta burguesia, buscando a defesa da carta cons-
titucional outorgada pelo rei Luís XVIII. Esta carta era
catarcterizada pela formação de uma Câmara dividida
em duas partes (Câmaras dos pares e dos deputados).
Os primeiros eram nomeados pelo rei, já os segundos
eram escolhidos pelo voto censitário. Uma outra ca-
racterística desta constituição era o fortalecimento do
poder executivo, responsável de elaborar as leis.
No ano de 1824 o rei Luís XVIII veio a falecer,
deixando o trono para o seu irmão, o conde de Artois,
que passou a ser chamado de Carlos X (1824 – 1830),
tendo apoio político do clero e dos latifundiários. De-
vido a uma imensa crise econômica por volta do ano
de 1827, o rei Carlos X decidiu aumentar os impostos,
causando um descontentamento das classes. Esta
crise veio a afetar os setores industriais e, principal-
mente, o comércio francês. Este descontentamento
levou a população francesa a realizar protestos contra
as decisões tomadas pelo rei Carlos X.
1

Lembre-se que, nessa data, ocorreu a primeira
grande crise do sistema capitalista mundial. A
crise de 1929 foi a terceira do sistema capitalista,
porém teve os maiores efeitos sobre a população
mundial.
Com a ascensão do rei Carlos X (1824 - 1830)
retornou o absolutismo de direito divino, favorecendo
a nobreza e prejudicando a burguesia. Após a vitória
da oposição na Câmara dos Deputados, o rei Carlos X
promoveu a criação das chamadas Ordenações de
Julho. Estas ordenações eram caracterizadas por
medidas contrárias ao interesse burguês. Uma das
medidas era a suspensão da liberdade de imprensa,
a dissolvição da câmara dos deputados; e a elevação
do censo eleitoral, diminuindo o número de pessoas
que poderiam votar, já que o voto era censitário.
Estas medidas não foram atendidas por todos, como
por exemplo, os jornais não obedeceram à censura
imposta pelo governo de Carlos X, e a população
tomou as ruas, promovendo a formação de barrica-
das. Era dado início ao movimento revolucionário
de 1830, que era caracterizado pelos seus três dias
gloriosos, onde podemos destacar o último, quando
os manifestantes tomaram o palácio das Tulherias,
obrigando o rei Carlos X a fugir.
Com esses problemas durante o seu governo,
Carlos X decidiu fugir com medo de um radicalismo
por parte da pequena burguesia e do proletariado
urbano, como tinha sido na Revolução de 1789.
A alta burguesia instalava no poder da França
um rei burguês, Luís Felipe (1830-1848), que iniciou
um programa de união entre os políticos liberais e
os banqueiros, denominado Sistema de Matternich.
Nesse momento, iniciava-se a monarquia de Julho.
O governo do rei burguês ficou caracterizado
pelo fortalecimento do poder legislativo, determinou
o retorno da liberdade de imprensa e baixou o censo
eleitoral, ampliando com isso o número de votantes
dentro da população francesa. A crise econômica
recuou, graças aos investimentos promovidos pelo
seu governo no setor industrial. A alta burguesia
foi a parcela da sociedade francesa que mais
saiu privilegiada no governo de Luís Felipe, pois
a mesma passou a deter o controle de ferrovias,
bancos, minas de carvão e ferro.
Nesse período uma nova força política aparecia
no cenário francês, era a classe operária, que mos-
traria toda a sua força mais tarde, no movimento de
1848. No período em que Luís Felipe se manteve no
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governo, ele reprimiu as manifestações duramente,
destacando os levantes nas cidades industriais de
Lyon e de Paris.
O período entre
as duas revoluções
No ano de 1834 ocorreu em Lion, na França, um
movimento de operários contra o governo francês,
como já foi falado. No ano de 1847, a Europa foi as-
solada por uma grave crise agrícola-industrial, que
logicamente atingiu a França. Esta crise teve como
consequência o aumento do desemprego, gerando
um subconsumo e um aumento na superprodução.
Resumindo a história, a França, como vários países
na Europa, encontrava-se numa situação caótica,
cenário excelente para um novo levante revolucio-
nário. Este cenário revolucionário ganhou espaço na
França graças ao agravamento das desigualdades
sociais e ao aparecimento de um novo grupo e suas
reivindicações, os socialistas. Ao lado desta parcela
da classe operária, juntar-se-ia a pequena burgue-
sia, que se encontrava insatisfeita com o reinado de
Luís Felipe, totalmente voltado para atender a alta
burguesia. Duas peças importantes neste jogo foram
Luis Blanc (socialista) e Ledru-Rollin (republicano).
Os encontros eram feitos no que foi denominado de
banquetes. Em fevereiro, o ministro Guizot proibiu um
dos banquetes, provocando a ira dos participantes,
eclodindo o movimento de 1848.
A Revolução de 1848
A crise econômica ainda era um dos motivos
do movimento revolucionário, além do desconten-
tamento da burguesia e do proletariado. A Guarda
Nacional foi convocada para conter o movimento,
porém a guarda aderiu às manifestações. A revolta
iniciada com a proibição dos banquetes ficou fora de
controle levando o rei Luís Felipe a abdicar no dia 24
de fevereiro de 1848.
A Revolução de 1848 teve uma “pitada de
tempero” maior que a de 1830, caracterizado pelo
surgimento do pensamento socialista.
O governo de Luís Felipe voltou-se para aten-
der as necessidades da alta burguesia. Isso gerou
um total descontentamento da oposição formada
por bonapartistas, socialistas, nacionalistas, entre
outros. Após a queda do rei Luís Felipe foi insta-
lado um governo provisório, unindo a oposição no
poder da França.
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Como característica específica do movimento
deste ano, foi fundada a Segunda República Francesa,
 dando também a liberdade de imprensa e a anistia para
presos políticos. Foram criadas as oficinas nacionais,
responsáveis por tentar solucionar o problema econô-
mico francês, gerando emprego para grande parte da
população desempregada. Neste mesmo período, foi
convocada uma Assembleia Constituinte e criado o Mi-
nistério do Trabalho. Porém, este se mostraria incompe-
tente para superar os problemas da crise. O movimento
de 1848 influenciou na eclosão de vários movimentos
na região da Europa Centro-Oriental, dando origem à
denominação de “primavera dos povos”.
A revolução dentro da revolução (junho de 1848)
foi o movimento liderado pelos socialistas, com a
tentativa de subir ao poder na França sozinhos, pois
a burguesia já ocupava a maioria do Congresso, e de
lá mandava acabar com as oficinas nacionais, reper-
cutindo muito mal perante a população francesa.
Neste mesmo ano (1848), Marx e Engels cria-
vam o Manifesto Comunista, com as ideias do pen-
samento socialista, baseado na luta de classes. Este
livro é o segundo mais lido no mundo, perdendo
apenas para a Bíblia católica.
As manifestações foram duramente reprimidas
pelo general Cavaignac, que recebeu plenos poderes da
Assembleia. Com as manifestações contidas, no ano de
1848, foram convocadas eleições para a presidência da
República francesa. No mesmo ano era escolhida a figura
de Luís Napoleão Bonaparte, sobrinho de Napoleão I.
mânica. Esta confederação era marcada pela forte
politização da classe média e popular, difundindo os
ideais democráticos e liberais. Os alemães criaram o
chamado Zollverein, um tipo de liga aduaneira, libe-
rando o comércio de mercadorias entre os Estados
alemães participantes desse grupo. Essa política
despertou um sentimento nacionalista que culminou
no início dos movimentos em prol da unificação do
território dos povos de origem germânica.
No caso da Bélgica, conseguiu a Independência
em relação a Holanda no ano de 1831, caracterizada
pela soberania nacional de ideal liberal. Já no caso da
Polônia, região dominada pela Rússia, deu-se início
ao movimento de emancipação deste território. Este
governo chegou a ser instalado na região de Varsóvia,
possuindo características nacionalistas e liberais.
Porém, a Rússia conseguiu contornar a situação e
aproveitando-se da instabilidade política polonesa
esmagou o movimento de emancipação.
Na Áustria, o movimento liberal ocorreu em março
de 1848 e contou com a participação de operários e da
pequena burguesia, buscando o direito de voto e a que-
da do primeiro ministro austríaco, Metternich. A união
da aristocracia com a burguesia promoveu o fim do
movimento, sufocando a rebelião e consequentemente
a subida de um novo primeiro ministro, Schwarzenberg,
que logo fechou a constituinte, forçou a abdicação do
rei Fernando I em nome de Francisco José, e restaurou
o sistema absolutista naquela região.

Algumas repercussões pela

Europa
No ano de 1831, várias rebeliões ocorreram na
Península Itálica, dentre as quais podemos destacar as
das regiões de Módena e Parma. As tropas austríacas
foram responsáveis por sufocar as rebeliões, acarretar
a fuga de vários rebeldes daquela região. Um exemplo
desses rebeldes foi o jovem Giuseppe Mazini, fundador
da associação política “Jovem Itália”, que reivindicava
a unidade territorial e a renovação nacional no ano revo-
lucionário (1848). A península Itálica ainda não estava
unificada, e sim, dividida em vários governos. Influen-
ciado pelo movimento de 1848, surgiu um movimento
secreto denominado Carbonara (os Carbonários), que
pregava a unificação italiana e a expulsão da Áustria
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do territória italiano.
Na Alemanha existia uma confederação formada
por vários governos denominada Confederação Ger-
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 A França de
Luís Napoleão Bonaparte
Após a rebelião de 1848 ser contida, a nova Cons-
tituição francesa determinou eleições diretas para
presidente, e a vitória esmagadora foi de Luís Napoleão
Bonaparte, membro do Partido da Ordem. Esse mesmo
partido ocupou a maioria das cadeiras da Assembleia
Legislativa e determinou a criação de duas leis que vieram
a atingir os menos favorecidos da sociedade francesa. A
primeira lei editada pela Assembleia Legislativa falava
que só teria direito a votar o indivíduo que comprovasse
sua residência fixa por mais de três anos, o que era im-
possível para o trabalhador, já que este migrava constan-
temente em busca de melhores condições de trabalho. A
outra lei aumentava os impostos cobrados em relação as
publicações dos jornais, o que elevava o preço do produto,
dificultando a circulação de jornais associados às ideias
socialistas e a compra dos mesmos pelas camadas menos
privilegiadas.
Luís Napoleão (1848-1870) pensava em se manter
no poder, porém a constituição da França não permitia a
reeleição. Logo, Luís Napoleão dissolveu a Assembleia
Legislativa e prendeu os seus principais líderes. Era
dado neste momento um golpe de Estado que ficou
conhecido como Golpe do 18 Brumário, fazendo uma
alusão ao episódio que levou ao poder o seu tio Napo-
leão Bonaparte. Vale aqui ressaltar, que o golpe desta
vez, havia sido aplicado no dia 2 de dezembro de 1851,
dando plenos poderes a Napoleão. Ressalto que Luís
Napoleão Bonaparte teve o apoio da parcela burguesa
que não fazia parte do partido da Ordem e também
das camadas mais pobres da sociedade francesa. Em
dezembro de 1852 foi promovido um plebiscito que
anulou a contituição da Segunda República Francesa,
e deu início ao Segundo Império Francês.
Napoleão III (Luís Napoleão Bonaparte) foi
apoiado por várias camadas da sociedade francesa,
como a burguesia, a igreja e o exército. Novamente,
a França decolava economicamente na Europa. Com
grandes avanços nos setores da metalurgia, no se-
tor têxtil, na agricultura, nos transportes e outros,
a França voltava a ser uma potência europeia como
na época de Napoleão I. A política externa francesa
foi baseada na expansão do domínio de territórios
nos continentes africano e asiático, destacando a
construção do canal de Suez. Napoleão III promoveu
o apoio a vários movimentos nacionalistas como, por
exemplo, o da região dos Balcãs. Porém, três episó-
dios levaram o governo de Napoleão III à ruína. O
primeiro, associado direto ao processo da unificação
italiana, que fez a França retirar o apoio dado ao papa
nas guerras de unificação. Já o segundo retratou
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uma intervenção Francesa no México. O terceiro e mais
importante foi no episódio da sucessão do governo
espanhol. A intromissão napoleônica desagradou
ao governo prussiano, o que acarretou mais tarde a
Guerra Franco-Prussiana (1870 - 1871), que culminou
na unificação, da Alemanha, após a vitória esmagadora
na batalha de Sedan. Depois da unificação, a França
foi humilhada, pois o rei da Alemanha, Guilherme I,
foi coroado dentro do palácio de Versalhes, símbolo da
realeza francesa. Além desta humilhação, a França, pelo
tratado de Frankfurt, teve que pagar uma indenização
de guerra à Prússia de 5 bilhões de francos, além de
perder os territórios de Alsácia-Lorena, regiões ricas
em carvão.
Um governo provisório se instalou na França
logo após a queda de Napoleão III. Duas facções
disputavam o poder francês: os monarquistas, que
eram a favor da rendição aos prussianos, e os re-
publicanos, que defendiam a continuação da luta
contra os prussianos. A vitória ficou nas mãos dos
monarquistas, acarretando a retirada de vários
canhões das mãos da guarda nacional, composta
principalmente de trabalhadores descontentes com
o resultado das eleições. Não tardou muito para um
novo movimento explodir na França, no ano de 1871:
a famosa Comuna de Paris. Possuindo ideais socia-
listas, este movimento ergueu várias barricadas pela
cidade, e organizou um governo paralelo ao francês.
Entre várias medidas adotadas pela Comuna estava
a separação da igreja perante o Estado, a instituição
do ensino laico gratuito, obrigatório e profissional.
As indústrias passaram a ser dirigidas por operários
qualificados. Em maio de 1871 a Comuna de Paris
foi contida graças ao grande empenho do governo
republicano que encontrava-se sitiado em Versalhes.
Muitos dos seus membros foram executados e, como
consequência deste movimento, a terceira República
foi instalada na França e duraria até o início da pri-
meira Guerra Mundial (1914).
1. (Fuvest) “Considerados em seu conjunto, são a parte
mais baixa da sociedade. Ocupam uma posição interme-
diária entre o trabalhador e o aristocrata: ao empregar o
primeiro, e ao ser empregado do segundo, insensivel-
mente contraem os vícios do tirano e do escravo. São os
tiranos dos que estão abaixo deles, são os aduladores
dos que estão acima deles: usurários por necessidade
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e hábito, aproveitam a debilidade do trabalhador e
exploram tudo o que podem da vaidade do aristocrata.
 Desde logo, as classes médias são as destruidoras da
liberdade e da felicidade em todos os países”.
(LE GUARDIAN, 23 de março de 1833.)
a) Qual o tema deste texto de 1833?
b) Relacione o texto com o momento histórico no qual
foi elaborado.
`` Solução:
a) Revolução Industrial. O tema relaciona a posição da
burguesia na primeira metade do século XIX.
b) Decadência do Antigo Regime e ascensão do Libe-
ralismo burguês.
2. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre a
Comuna de Paris.
I. Ocorreu como desdobramento imediato da crise pro-
vocada pela queda de Napoleão III e a consumação
da derrota francesa ante a Prússia em 1871.
II. Apresentou importantes medidas de cunho popular-
progressista, visando a dissolver o exército permanen-
te, separar a Igreja do Estado, instituir o ensino gratuito
e entregar as fábricas à direção dos trabalhadores.
III. Constituiu o exemplo histórico europeu mais bem-
sucedido, no século XIX, de conquista do poder
pela burguesia liberal.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas I e III.
`` Solução: D
Tanto o item I como o II estão corretos. Já o item III não
encontra-se correto porque o movimento não foi bem
sucedido, sendo esmagado pelas forças republicanas
francesas no mês de maio de 1871, a maioria dos seus
participantes foram mortos.
3. O desenvolvimento da siderurgia na França estava
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interligado ao fornecimento de ferro e a uma efetiva
rede de transportes que realizassem este processo.
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Diga qual a principal região francesa fornecedora de
ferro para o desenvolvimento da siderurgia.
`` Solução:
A principal região fornecedora de ferro e principal-
mente carvão para o desenvolvimento da siderurgia
na França era Lorena, território anexado pela Alema-
nha após a sua unificação, determinado pelo tratado
de Frankfurt. O meio de transporte que facilitou
todo o processo foi a ferrovia, que interligou várias
regiões europeias.
1. (FGV) Leia as afirmações a seguir, sobre a Restauração
na França, e assinale a alternativa correta.
I. Durante a Restauração (1789 - 1815), os Bourbon
buscaram reinstalar o Absolutismo, sofrendo, por
isso, uma resistência popular de caráter republicano
e ações de terror contra a nobreza.
II. O parlamento francês, na primeira fase da Restauração,
foi composto por três forças políticas: a ultrarrealista, a
constitucional e a liberal.
III. Na tentativa de consolidar uma transição, durante a
Restauração, foi instituído o voto censitário.
IV. A vitória da Revolução Liberal, nas jornadas de ju-
lho, não representou o triunfo do Liberalismo sobre
o Absolutismo.
V. Luís XVIII e Carlos X ficaram conhecidos como os “reis
da restauração”, enquanto Luís Felipe de Orléans, como
o“rei dos banqueiros” nesse processo.
a) Apenas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas III, IV e V estão corretas.
c) Apenas I, IV e V estão corretas.
d) Apenas II, III e V estão corretas.
e) Todas estão corretas.
2. (Unirio) As revoluções que eclodiram em diversos
países da Europa, no ano de 1848, caracterizaram-se
basicamente pela(o):
a) restauração do poder das monarquias tradicionais
e absolutas.
b) descentralização política e administrativa empreendida
pela Santa Aliança nesses países.
c) difusão das idéias liberais e nacionalistas.
d) fortalecimento político e econômico da nobreza fun-
diária.
5
 e) enfraquecimento dos movimentos operários e so-
cialistas.
3. Quais as ideologias que influenciaram as revoluções
europeias de 1830 e 1848?
4. (Cesgranrio) “Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!”
Com essa frase, que se tornou famosa, Marx e Engels
começavam o Manifesto Comunista no fervilhar de um
período de profundas agitações em toda a Europa, no
período entre 1830 e 1848. Acerca dessa conjuntura,
podemos afirmar que:
a) as barricadas de 1848, em Paris, exigiam mudanças
sociais na França e culminaram com a queda da
monarquia de Luiz Bonaparte.
b) com a formação do II Reich, em 1830, os estados
alemães unificados começaram a atender aos an-
seios nacionalistas dos movimentos sociais.
c) as vitórias do movimento cartista inglês criaram as
bases para o surgimento do “Labour Party”, intérprete
das demandas operárias na vida política nacional.
d) a consolidação da internacional socialista, em 1848, uni-
ficando os vários partidos social-democratas europeus,
colocou em xeque os governos democrata-cristãos.
e) a atuação dos “déspotas esclarecidos” contra o avan-
ço do nacionalismo e do liberalismo reafirmou os com-
promissos do Congresso de Viena.
1. (Cesgranrio) A história política da Europa, durante o
século XIX, foi marcada por uma sucessão de “ondas”
revolucionárias caracterizadas especificamente numa
das opções a seguir. Assinale-a.
a) O Congresso de Viena representou a consoli-
dação da obra revolucionária na implantação da
sociedade burguesa.
b) Os movimentos revolucionários de 1830 marcaram o
processo de Restauração, liderados pela aristocracia.
c) As “ondas” revolucionárias corresponderam ao avanço
dos cercamentos dos campos – os “enclosures” – que
liberaram a população camponesa para as cidades.
d) Os movimentos de 1848 contaram com a participação
das camadas populares e com a forte influência das
ideias socialistas.
e) Os movimentos de 1870, na Itália e na Alemanha,
deixaram a questão nacional em segundo plano,
priorizando a conquista da ordem democrática.
2. (Unirio) Os movimentos revolucionários que ocorreram
em parte da Europa, entre 1830 e 1848, foram influen-
ciados pelo avanço de ideias:
6
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a) monárquicas.
b) socialistas.
c) liberais.
d) sindicalistas.
e) comunistas.
3. (PUC-SP) A “Primavera dos Povos”, como foram batizadas
as Revoluções de 1848 na Europa, trouxeram uma novida-
de para o panorama político europeu. Pela primeira vez:
a) a ideia de Revolução foi conjugada com o ideal
liberal de uma sociedade cuja organização fosse
fundada num pacto social.
b) o regime republicano era instaurado sob o patrocínio
exclusivo da burguesia, uma vez que os trabalhadores
abdicaram da participação na reordenação política.
c) o proletariado fazia sua aparição política com rei-
vindicações classistas e propostas de mudança da
ordem social.
d) o internacionalismo proletário foi experimentado, ten-
do sido o motivo para a simultaneidade das revolu-
ções em toda a Europa.
e) a proposta de um centralismo democrático na estru-
turação do partido Liberal foi testada, tendo como re-
sultado a efetiva conquista do poder por esse grupo.
4. (UFPR) As ideias de liberdade e de Independência, difun-
didas pela Revolução Francesa, ganharam a Europa e o
mundo no século XIX. Nesse século eclodiram revoltas e
movimentos, uns de reivindicações social e outros em defe-
sa da nacionalidade, isto é, de afirmação nacional. Indique
alguns desses movimentos reveladores dos sentimentos
nacionais.
5. A expressão Revoluções Burguesas refere-se a múlti-
plas transformações ocorridas na Europa. A alternativa que
condiz com a citada expressão é:
a) domínio da atividade comercial e crescente urbaniza-
ção da sociedade europeia ao final da Idade Média.
b) processo de expansão comercial comandado pela
burguesia e pelos Estados nacionais europeus ao
longo da Época Moderna.
c) movimentos diversos que determinaram mudanças
de natureza social, econômica e jurídico-política,
encontrando sua expressão clássica na Inglaterra
do século XVII e na Revolução Francesa.
d) revoluções responsáveis pela implantação do Parla-
mentarismo na França e pela condução de Luís XVI
ao poder da Inglaterra.
EM_V_HIS_011
e) revoluções comandadas por Kerensky e Lênin,
respectivamente, em março e outubro de 1917 na
Rússia Czarista.
 6. A evolução demográfica no decorrer dos séculos XIX
e XX permite tecer várias considerações:
I. O relativo equilíbrio entre nascimentos e mor-
tes foi rompido nos países desenvolvidos, já
no século passado, e posteriormente nos pa-
íses subdesenvolvidos, como resultado das
transformações provocadas pelo processo de
industrialização e urbanização.
II. A mortalidade no mundo subdesenvolvido declinou
após a Segunda Guerra Mundial, mas os índices de
mortalidade infantil ainda são muito elevados.
III. Os índices de esperança de vida ao nascer já são
equivalentes entre os países subdesenvolvidos
industrializados e os de industrialização clássica.
IV. Uma característica marcante das últimas décadas
foi a redução do número de filhos nos países de-
senvolvidos capitalistas e socialistas, transformação
que não foi alcançada pelos “países emergentes”.
São verdadeiras apenas as afirmações?

7. ”A Revolução de Fevereiro foi um ataque de surpresa,

apanhando desprevenida a velha sociedade, e o povo
proclamou esse golpe inesperado como um feito de
importância mundial que introduzia uma nova época.”
(...)
“No umbral da Revolução de Fevereiro, a República
social apareceu como uma frase, como uma profecia.
Nas jornadas de junho de 1848 foi afogada no sangue
do proletariado de Paris, mas ronda os subsequentes
atos da peça como um fantasma.”

(MARX, Karl. O 18 Brumário e Cartas a Kugelmann.

Rio de Janeiro: Paz e Terra, 5. ed., p. 20 e 110.)

O documento anterior refere-se à situação política e

social da França entre 1848, época das insurreições dos
trabalhadores parisienses e 1851, quando foi golpeada
a República e reinstalado o Império. A ideia da luta de
classes como motor da história, sustentada por Marx, teria
sua fundamentação definitiva quando, no mesmo ano de
1848, lançou com Engels o Manifesto Comunista.
a) Compare, do ponto de vista das classes sociais, a Re-
volução de 1848 e a Revolução Francesa de 1789.
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b) Justifique, através de um argumento, a frase “A Re-

volução de fevereiro foi (...) um feito de importância
mundial que introduzia uma nova época.”
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 7.
a) 1848 marcou uma onda revolucionária inspirada em
Nacionalismo, Republicanismo e Ideais Socialistas;
1. D 1789 foi uma Revolução Burguesa.
2. C b) É o “momento” da formação do socialismo científico,
inclusive deixando de lado os ideais reformistas.
3. Nacionalismo, liberalismo e socialismo.
4. C

1. D
2. B
3. C
4. As lutas nacionalistas podem ser observadas nas
independências da Grécia e Bélgica e na tentativa de
Independência da Polônia.
5. C
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6. I e II.

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