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Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) - Graduação

A BUSCA PELA INSERÇÃO DO CORPO TRANS ATRAVÉS DA


PRODUÇÃO DE UM LIVRO DE ARTISTA: TERÃO DE ME VER
Autoria MARCOS RAFAEL PEREIRA ARYCE
Coautoria -
Orientação Paulo Henrique Duarte Feitoza
Palavras-chave Espaço; Tecnologia de Gênero; Fotografia; Livro de Artista.

Numa recorrente busca por uma identidade e sua reafirmação, diversos obstáculos são
impostos às pessoas trans e travestis ao longo de suas vidas, pois contradizemos e
desafiamos a normatividade dos corpos hegemônicos que transitam livremente e
impõem suas regras aos que divergem com eles. A reprodução de um sistema
excludente para esses corpos conta, também, com construções arquitetônicas muito bem
pensadas e delimitadas. Como afirma Paul B. Preciado (2009) sobre as ¿tecnologias de
gênero¿, estas servem mais como inspetores de nossas identidades transfugas do que de
nossas necessidades fisiológicas. Quais espaços esses corpos conseguem ocupar? Como
essas identidades controversas ao dia a dia podem ser vistas e normalizadas?

O objetivo dessa pesquisa é, através do campo artístico, questionar sobre as tecnologias


de gênero que dividem o uso dos banheiros por corpos femininos ou masculinos. A arte
vêm como lugar de enunciação e visibilidade para identidades trans, usando de suas
ferramentas numa tentativa de levar esses corpos para o campo de visão do espectador
contra a suposta normalidade. Realizaremos fotografias em 10 banheiros de acesso
público ou privado em Goiânia que serão artisticamente modificadas. A partir dessas
fotografias, criaremos um livro de artista de 7x12 cm impresso em papel couché,
dividido em cinco categorias referentes aos componentes do banheiro que o fazem ser
de fato um banheiro: porta com identificação de gênero, mictório, cabine com vaso
sanitário, pia, lixo. As categorias serão divididas por relatos coletados em entrevistas
semi-estruturadas e feitas após aprovação do CEP, abordando sobre esse minuto crucial
do encontro de corpos dissidentes em um espaço comum.

Criar diálogos entre vivências regulamentadas e as que sofrem com o impacto dessas
regulamentações é abrir espaço e facilitar a uma pessoa trans e travesti seu direito de ir e
vir, que apesar de constitucional é desconhecido por nós. Abordar essa questão no
campo artístico é reconhecer a contribuição da arte e da cultura para a construção de
uma sociedade mais justa e democrática.

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