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Numa recorrente busca por uma identidade e sua reafirmação, diversos obstáculos são
impostos às pessoas trans e travestis ao longo de suas vidas, pois contradizemos e
desafiamos a normatividade dos corpos hegemônicos que transitam livremente e
impõem suas regras aos que divergem com eles. A reprodução de um sistema
excludente para esses corpos conta, também, com construções arquitetônicas muito bem
pensadas e delimitadas. Como afirma Paul B. Preciado (2009) sobre as ¿tecnologias de
gênero¿, estas servem mais como inspetores de nossas identidades transfugas do que de
nossas necessidades fisiológicas. Quais espaços esses corpos conseguem ocupar? Como
essas identidades controversas ao dia a dia podem ser vistas e normalizadas?
Criar diálogos entre vivências regulamentadas e as que sofrem com o impacto dessas
regulamentações é abrir espaço e facilitar a uma pessoa trans e travesti seu direito de ir e
vir, que apesar de constitucional é desconhecido por nós. Abordar essa questão no
campo artístico é reconhecer a contribuição da arte e da cultura para a construção de
uma sociedade mais justa e democrática.