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TEXTO BASE: MORE, Carmen LO et al.

Contribuições do pensamento sistêmico à


prática do psicólogo no contexto hospitalar. Psicologia em Estudo, v. 14, p. 465-473,
2009.
RESUMO:

O texto traz uma breve contextualização histórica da psicologia hospitalar,


pontuando as mudanças ocorridas no exercício da profissão de psicólogo a partir da
década de 50, quando a prática do acompanhamento psicológico sai dos consultórios
particulares para ocupar o espaço hospitalar. Esse profissional que antes atuava de
forma isolada precisou adequar-se para atuar em equipe. A visão biomédica na prática
do cuidado passou por modificações, o foco deixou de ser a patologia para um olhar
desse indivíduo em suas necessidades biopsicossociais. Essa mudança de paradigma
imprimiu à profissão de psicólogo algumas adequações que vão desde a formação
acadêmica ao uso de técnicas e a necessidade da formação continuada com a busca
constante de novos trabalhos científicos.
Essa visão da pessoa hospitalizada a partir da clínica ampliada, permitiu o
desenvolvimento da “escuta contextualizada”, que foi a condição de considerar o
outro e as diferentes possibilidades de olhar o processo saúde-doença o que,
consequentemente, ampliou, também, as formas de intervenção. Nessa compreensão
da queixa, pensar o sujeito de forma sistêmica trouxe a ideia de que as interações a
que o indivíduo está exposto é parte importante no processo do adoecer e é a partir
dessa condição que ele deve ser cuidado.
Com esse olhar sistêmico, temos a construção de um hospital que se constitui
como um espaço aberto, uma vez que busca a humanização do atendimento, em que
este ultrapassa as paredes do hospital e contempla também a dinâmica familiar,
interferindo nas tomadas de decisões da equipe interdisciplinar. O grande desafio para
a equipe que trabalha no hospital é manter esse olhar mais amplo do funcionamento
do indivíduo com a objetividade necessária para que o tratamento seja eficaz. De fato,
o profissional de saúde no hospital afeta e é afetado todo o tempo. Em relação às
questões do subsistema paciente-família e rede de apoio, os principais temas a serem
observados são: a dependência física, psíquica e sócio-econômica advindas da
doença; a identidade institucional que ocupa o lugar da identidade pessoal; medo do
desconhecido.
Em suma, a proposta do texto é levantar as principais questões relacionadas à
atuação do Psicólogo no hospital. A participação desse profissional é fundamental
nessa construção de uma prática de cuidado que vai além de diagnóstico e
prognóstico. A intervenção psicológica nesse contexto precisa ser coerente com essa
proposta de humanização no atendimento hospitalar.

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