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Língua Portuguesa
INSTRUÇÕES GERAIS
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Língua Portuguesa
TEXTO
FERNANDO MOURA
TEXTO 1
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4. Infere-se do texto que, em votação política com voto múltiplo, por exemplo, o prin-
cípio da maioria é aplicado, por respeitar, também, o princípio democrático do valor
igual dos indivíduos.
5. Dado o emprego da partícula “se” em “(...) que se deve aplicar a regra da maioria tanto
para eleições de governantes quanto para tomada de decisões por colegiados”, não é
possível determinar, de modo preciso, o agente da locução verbal “deve aplicar”.
6. O período “O mestre italiano assevera que a regra da maioria permite que cada cidadão
possua direito de voto proporcional à sua posição no jogo democrático” poderia ser cor-
retamente reescrito da seguinte forma: “O mestre italiano abona que a regra da maioria
consente que cada um dos cidadãos possuam direito de voto proporcional a sua posi-
ção no jogo democrático”.
7. Nos trechos “(...) todos os cidadãos que tenham alcançado a maioridade etária” e “(...)
todos aqueles que gozam dos direitos políticos devem ser livres para votar”, o vocábulo
“que”, nas duas ocorrências, desempenha a função sintática de sujeito nas orações em
que se insere.
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TEXTO 2
O que me tranquiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta. O que
for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração de milímetro além
do tamanho de uma cabeça de alfinete. Tudo o que existe é de uma grande exatidão. Pena
é que a maior parte do que existe com essa exatidão nos é tecnicamente invisível. Apesar da
verdade ser exata e clara em si própria, quando chega até nós se torna vaga, pois é tecnica-
mente invisível. O bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição.
Clarice Lispector. In: A descoberta do mundo (1967).
10. Quanto à tipologia, o texto classifica-se em narrativo, uma vez que se conta uma histó-
ria pessoal que não se baseia apenas na materialidade, mas também nos sentimentos
e na compreensão do próprio mundo do narrador-personagem.
11. O trecho “Apesar da verdade ser exata e clara em si própria, quando chega até nós se torna
vaga, pois é tecnicamente invisível” fere, em rigor, o padrão culto da língua portuguesa.
12. Sem alteração do seu sentido original e da sua correção gramatical, os dois primeiros
períodos do texto poderiam ser assim reescritos: “O que me tranquiliza é que tudo o que
existe; existe com uma precisão absoluta; aquilo que for da dimensão de uma cabeça
de alfinete não transbordará nem uma fração de milímetro além do tamanho de uma
cabeça de alfinete”.
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14. No trecho “Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão nos é tecnica-
mente invisível”, pode-se empregar a forma “existem”, sem prejuízo para a correção
gramatical e para a coerência textual.
15. Em “O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração
de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete”, o verbo “transborda” está na
terceira pessoa do singular para concordar com o pronome demonstrativo “O”.
GRAMÁTICA
ELIANE FONTANA
SELFIES
1 Muita gente se irrita, e tem razão, com o uso indiscriminado dos celulares. Fossem
só para falar, já seria ruim. Mas servem também para tirar fotografias, e com isso somos
invadidos no Facebook com imagens de gatos subindo na cortina, focinhos de cachorro
farejando a câmera, pratos de torresmo, brownie e feijoada.
5 Se depender do que vejo com meus filhos — dez e 12 anos —, o tempo dos “selfies” está
de todo modo chegando ao fim. Eles já começam a achar ridícula a mania de tirar retratos de
si mesmo em qualquer ocasião. Torna-se até um motivo de preconceito para com os colegas
“Fulaninha? Tira fotos na frente do espelho.” Hábito que pode ser compreensível, con-
tudo. Imagino alguém dedicado a melhorar sua forma física, registrando seus progressos
10 semanais. Ou apenas entregue, no início da adolescência, à descoberta de si mesmo.
A bobeira se revela em outras situações: é o caso de quem tira um “selfie” tendo ao
fundo a torre Eiffel, ou (pior) ao lado de, sei lá, Tony Ramos ou Cauã Reymond.
Seria apenas o registro de algo importante que nos acontece — e tudo bem. O proble-
ma fica mais complicado se pensarmos no caso das fotos de comida. Em primeiro lugar,
15 vejo em tudo isso uma espécie de degradação da experiência.
Ou seja, é como se aquilo que vivemos de fato — uma estadia em Paris, o jantar num
restaurante — não pudesse ser vivido e sentido como aquilo que é.
Se me entrego a tirar fotos de mim mesmo na viagem, em vez de simplesmente viajar,
posso estar fugindo das minhas próprias sensações. Desdobro o meu “self” (cabe bem a
20 palavra) em duas entidades distintas: aquela pessoa que está em Paris, e aquela que tira
a foto de quem está em Paris.
Pode ser narcisismo, é claro. Mas o narcisismo não precisa viajar para lugar nenhum.
A complicação não surge do sujeito, surge do objeto. O que me incomoda é a torre Eiffel;
o que fazer com ela? O que fazer de minha relação com a torre Eiffel?
25 Poderia unir-me à paisagem, sentir como respiro diante daquela triunfal elevação de
ferro e nuvem, deixar que meu olhar atravesse o seu duro rendilhado que fosforesce ao
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sol, fazer-me diminuir entre as quatro vigas curvas daquela catedral sem clero e sem
paredes.
Perco tempo no centro imóvel desse mecanismo, que é como o ponteiro único de
30 um relógio que tem seu mostrador na circunferência do horizonte. Grupos de turistas se
fazem e desfazem, há ruídos e crianças.
Pego, entretanto, o meu celular: tiro uma foto de mim mesmo na torre Eiffel. O mundo
se fechou no visor do aparelho. Não por acaso eu brinco, fazendo uma careta idiota; dou
de costas para o monumento, mas estou na verdade dando as costas para a vida.
35 Não digo que quem tira a foto da cerveja deixe de tomá-la logo depois. Mas intervém
aí um segundo aspecto desse “empobrecimento da experiência”. Tomar cerveja não é o
bastante. Preciso tirar foto da cerveja. Por quê?
Talvez porque nada exista de verdade, no mundo contemporâneo, se não for na for-
ma de anúncio, de publicidade. Não estou apenas contando aos meus seguidores do
40 Facebook que às 18h42 de sábado estava num bar tomando umas. Estou dizendo isso
a mim mesmo. Afinal, os meus seguidores do Facebook, sei disso, não estão assim tão
interessados no fato.
Não basta a sede, não basta o prazer, não basta a vontade de beber. Tenho de cons-
tituí-la como objeto publicitário. Preciso criar a mediação, a barreira, o intervalo entre o
45 copo e a boca.
Vejam, pergunto a meus seguidores inexistentes, “não é sensacional?”. Eis uma cer-
veja, a da foto, que nunca poderá ser tomada. A foto do celular imortaliza o banal, morrerá
ela mesma em algum arquivo que apagarei logo depois.
Não importa; fiz meu anúncio ao mundo. Beber a cerveja continua sendo bom. Mas
50 talvez nem seja tão bom assim, porque de alguma forma a realidade não me contenta.
A imagem engoliu minha experiência de beber; já não estou sozinho. Mesmo que
ninguém me veja, o celular roubou minha privacidade; é o meu segundo eu, é a minha
consciência, não posso andar sem ele, sabe mais do que nunca saberei, estará ligado
quando eu morrer.
55 Talvez as coisas não sejam tão desesperadoras. Imagine-se que daqui a cem anos,
depois de uma guerra atômica e de uma catástrofe climática que destruam o mundo civi-
lizado, um pesquisador recupere os “selfies” e as fotos de batata frita.
Marcelo Coelho. Disponível em: <https://m.folha.uol.com.br>
16. No trecho “não basta a vontade de beber” (l. 43), o termo destacado exerce função sin-
tática de objeto direto da forma verbal “basta”.
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17. Na linha 6, o pronome anafórico “Eles” tem a função coesiva de retomar o termo “meus
filhos” (l. 5).
18. No trecho “Desdobro o meu ‘self’ (cabe bem a palavra) em duas entidades distintas:
aquela pessoa...” (l. 19-20), a substituição do sinal de dois pontos por um travessão
antecedendo a palavra “aquela” mantém correta a pontuação do período.
19. Em “daqui a cem anos,” (l. 55), a substituição de “a” por “há” mantém a correção
gramatical do trecho.
20. Em “fazer-me diminuir entre as quatro vigas” (l. 27), a palavra “me” transfere ao con-
texto a ideia de reflexividade do verbo “deixar” e é sujeito da forma infinitiva.
21. No trecho “há ruídos e crianças”, o verbo “há” pode ser substituído por “existe”, sem
prejuízo para a correção gramatical e para a coerência textual.
22. A expressão “mesmo que” (l. 51) estabelece uma relação de adversidade no período
e pode ser substituída, sem prejuízo para as relações gramaticais, por “entretanto”,
“apesar de” e “ainda que”.
23. Em “O problema fica mais complicado se pensarmos no caso das fotos de comida” (l. 13
e 14) e em “Se depender do que vejo” (l. 4), as duas ocorrências da palavra “SE”, nas
duas orações, podem ser caracterizadas com a mesma função.
24. A palavra “catástrofe” (l. 56) é acentuada pela mesma regra que justifica a acentuação
dos vocábulos “ridícula” (l. 6) e “relógio” (l. 30).
25. Em “Poderia unir-me à paisagem” (l. 25), o acento grave pode ser retirado sem prejuízo
para a correção gramatical e para a coerência textual.
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GRAMÁTICA
CLAITON NATAL
ESCUTATÓRIA
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26. No último período do primeiro parágrafo, a fim de que o período obedeça às regras de
colocação pronominal, o pronome pode ser empregado nas seguintes posições: se vai
matricular e vai matricular-se.
27. Na linha 4, o vocábulo “que” classifica-se como conjunção e introduz o sujeito da oração
“Diz o Alberto Caeiro”.
29. O emprego da vírgula imediatamente após o segundo travessão (l. 22) justifica-se pela
mesma regra gramatical da empregada imediatamente “aplauso” (l. 23).
30. Nas linhas 28, 29 e 30, o elemento “que” possui, em todas as ocorrências, a proprie-
dade de retomar palavras ou expressões que o antecedem.
31. No trecho “No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus” (l. 32), a retirada
do sinal indicativo de crase no vocábulo “às” prejudicaria a correção gramatical do texto.
32. Sem prejuízo dos sentidos e da correção gramatical do texto, o trecho “Há quem não
ouça até que lhe cortem as orelhas” (l. 33 e 34) poderia ser reescrito da seguinte
maneira: Há quem não ouça até que cortem as suas orelhas.
33. A inserção de uma vírgula imediatamente após “de ouvir” (l. 34) mantém a correção
gramatical do trecho.
35. A alteração da forma verbal “mora” (l. 11) para o plural – moram – não comprome-
teria a correção gramatical do período em que tal forma aparece, mas modificaria
seu sentido original.
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REDAÇÃO OFICIAL
LUCAS LEMOS
36. O seguinte trecho seria adequado, quanto à concisão, à clareza e à correção, para
constar em documento de resposta à solicitação feita pela empresa Lemos.
Segue o documento de liberação dos produtos mencionados no documento Xx/2020
enviado a esta Agência.
38. Informações como o nome do órgão ou setor expedidor e o endereço postal devem
constar no cabeçalho ou no rodapé do documento de resposta ao documento da Lemos,
sendo insuficiente sua menção apenas no envelope de endereçamento.
39. No fecho do documento que for utilizado pela ANVISA para responder ao expediente da
Lemos, deve-se empregar o termo “Respeitosamente”.
40. Situação hipotética: A Lemos enviou seu documento a uma autoridade incompetente
para apreciar a solicitação nele constante e, por isso, a pessoa que o recebeu deve
encaminhá-lo ao setor competente para as devidas providências.
Assertiva: Nessa situação, o encaminhamento deverá ser feito por meio de ofício de
encaminhamento.
41. O seguinte parágrafo de conclusão para o documento a ser enviado à Lemos não aten-
derá às recomendações constantes no MRPR quanto à concordância do pronome
possessivo:
Colocamo-nos à vossa disposição para o esclarecimento de eventuais dúvidas.
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43. Ao final do documento a ser enviado em resposta à Lemos, deverão constar a assina-
tura, o nome e o cargo do emissor do documento.
45. Sabendo-se que redação oficial é a maneira pela qual o poder público redige atos nor-
mativos e comunicações e que o MRPR dispõe sobre o padrão de documentos adotado
por órgãos do Poder Executivo, é correto inferir que a Lemos pode adotar padrão pró-
prio para suas comunicações com a ANVISA.
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FOLHA DE RESPOSTAS
1. 16. 31.
2. 17. 32.
3. 18. 33.
4. 19. 34.
5. 20. 35.
6. 21. 36.
7. 22. 37.
8. 23. 38.
9. 24. 39.
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