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05/10/2020
Abaetetuba- PA
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SALLES, Heloisa Maria Moreira Lima; FAULSTICH, Enilde; CARVALHO, Orlene
Lúcia; RAMOS, Ana Adelina Lopo. ENSINO DE LINGUA PORTUGUESA PARA
SURDOS. Caminhos para a Prática Pedagógica. Brasília: MEC, SEESP, 2004.
p. 18-48
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“A leitura deve ser uma das principais preocupações no ensino de
português como segunda língua para surdos, tendo em vista que constitui uma
etapa fundamental para a aprendizagem da escrita. Nesse processo, o professor
deve considerar, sempre que possível, a importância da língua de sinais como
um instrumento no ensino do português. [...] É por meio dela que se faz a leitura
do mundo para depois se passar à leitura da palavra em língua portuguesa. A
língua de sinais deverá ser sempre contemplada como língua por excelência de
instrução em qualquer disciplina, especialmente na de língua portuguesa, o que
coloca o processo ensino/aprendizagem numa perspectiva bilíngue.” (p. 20-21)
“Assim, entende-se que 'o sentido não está no texto, mas se constrói a
partir dele' (Koch, op. cit.: 25), dependendo das experiências, dos conhecimentos
prévios, enfim, da 'visão' de mundo que cada participante traz consigo do evento
em que o texto se realize. [...] Em outras palavras, o texto é processo, enquanto
é concebido pelo autor, e produto, no momento de finalização por este, passando
a ser processo novamente quando exposto às possíveis leituras e
interpretações.” (p. 24)
“[...] No caso do ensino para surdos, o texto, assim concebido, parece ser
de importância capital, tendo em vista que, embora os surdos não tenham o
português como língua materna, estão inseridos em boa parte dessa cultura
linguística: os nomes das ruas, das praças, das lojas, a propaganda, o extrato
bancário, o cartão de crédito, de aniversário, de natal, constituem apenas uma
pequena parte do grande universo que são as práticas sociais fundadas no
letramento. E o texto escrito é ferramenta básica de comunicação entre surdos
e ouvintes. Apresentar propostas metodológicas para o ensino de textos em
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português para surdos requer, portanto, a articulação dessas práticas em
atividades contextualizadas.” (p. 25)
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surdo tem apresentado na sua produção textual em português é exatamente a
de fazer as ligações entre palavras, segmentos, orações, períodos e parágrafos,
ou seja, a de organizar sequencialmente o pensamento em cadeias coesivas na
língua portuguesa. [...]” (p. 34)
“[...] a cada evolução tecnológica que surge e traz consigo uma maneira
nova de se comunicar, um novo gênero aparece. Entendidos desse modo, os
gêneros são práticas sociais, como, por exemplo: bilhetes, convites, telegramas,
sedex, fichas de cadastro, e-mails, chats, debates, cheques, cartões diversos
(postal, agradecimento, apresentação, natal, aniversário, outros), cartas,
receitas culinárias, bula de remédio, artigos de jornal e revista, entrevistas,
verbetes de dicionários e de enciclopédias, charges, propagandas, publicidades,
quadrinhos, músicas, poemas, resumos, resenhas, ensaios científicos, crônicas,
contos, livros em geral etc.” (p. 37)