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Proje To S Agro Industria Is Parte 2
Proje To S Agro Industria Is Parte 2
Junho de 2001
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Uma Introdução à Preparação e Avaliação de Projetos Agroindustriais
Parte II – Análise Financeira1
Prefácio
1
Economista Agrícola, PhD.; Professor do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal
de Viçosa; Brasil; e-mail: carthur@mail.ufv.br
2
Traduzido do Original em Inglês por Michelle Oliveira
2
da empresa não ser bem sucedida. Por estas razões, formulações e análises
adequadas tornam-se instrumentais para o sucesso de qualquer programa de
desenvolvimento agroindustrial.
Este texto tem por objetivo constituir-se em uma ferramenta para orientar o
processo de preparação e avaliação de projetos agroindustriais. Ele apresenta os
conceitos relevantes e descreve procedimentos metodológicos normalmente
seguidos por profissionais, doadores, organizações internacionais, e instituições de
crédito, ao prepararem e avaliarem projetos agroindustriais. O texto é um material
auxiliar do software “AgriVenture”, distribuído pela Food and Agriculture Organization
(FAO) da Organização das Nações Unidas (ONU) como parte de seu projeto de
disponibilizarão de acesso ao conhecimento básico designado por INPhO
(www.fao.org\inpho).
O trabalho está dividido em 2 partes separadas. Esta segunda parte trata dos
assuntos relacionados à avaliação financeira de projetos agroindustriais, enquanto
que a Parte I descreve os principais conceitos e aspectos metodológicos
relacionados à preparação de um projeto agroindustrial.
3
Introdução à Preparação e Avaliação de Projetos Agroindustriais
Parte II – Avaliação Financeira
1. Introdução
4
encontrados nos manuais da UNIDO já citados com freqüência, e em referencias de
Engenharia Econômica, tais como WHITE et al (25).
Uma estrutura conveniente para a discussão da análise financeira de projetos
de investimento provém da UNIDO (21). Empregando-se esta estrutura, a avaliação
é organizada em 2 seções: “análise da lucratividade do investimento” e “análise
financeira”. Ambas as análises devem ser realizadas, já que elas são
complementares. A primeira reflete os próprios méritos e deficiências do projeto, e
exclui os custos financeiros; a última inclui os custos financeiros. As duas
abordagens vão requerer a construção de uma planilha representando o de fluxo de
caixa projeto.
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TABELA 1
Fluxo de Caixa para a Análise da Lucratividade do Investimento:
Formato Básico
Ano
ITEM 0 1 2 ... n
1. Investimentos
2. Receitas
3. Custos (incluindo depreciação)
4. Lucros tributáveis (2-3)
5. Impostos
6. Lucro líquido (4-5)
7. Depreciação
8. Fluxo Líquido de Caixa (-1+6+7)
9. Fluxo de Caixa Acumulado
6
- o valor presente líquido
- a taxa interna de retorno
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TABELA 2
Fluxo de Caixa Operacional para uma Fábrica de Produção de Queijo em Pequena Escala (Valores em Reais; US$ 1 =
R$ 1.85)
Item Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Investimento Inicial
Capital Fixo -68066
Capital de Giro -10852
Receitas totais 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288
Custos totais 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054
Lucro líquido 21233 21233 21233 21233 21233 21233 21233 21233 21233 21233
Imposto de Renda 6370 6370 6370 6370 6370 6370 6370 6370 6370 6370
Lucros líquidos 14863 14863 14863 14863 14863 14863 14863 14863 14863 14863
Depreciação 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554
Fluxo de Caixa -68066 7566 18418 18418 18418 18418 18418 18418 18418 18418 18418
Líquido
Fluxo de Caixa -68066 -60500 -42083 -23665 -5248 13170 31587 50005 68422 86840 105257
Acumulado
8
2. Análise da Lucratividade do Investimento
R = ((NP + I ) / K) x 100
9
Este é outro indicador estático e intuitivo, que é usado para expressar a
quantidade de tempo necessária para um projeto gerar ganhos de caixa suficientes
para permitir a recuperação do investimento inicial. O cálculo deste indicador é bem
direto, como descrito abaixo:
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alternativos, aqueles com menores tempos de recuperação são geralmente
preferidos, pois quanto maior indicador, maiores os riscos associados ao
investimento proposto. Não obstante, existem alguns problemas que limitam o valor
do indicador de tempo de recuperação de capital em análises financeiras. Conforme
apontam CARTER et al (5), este indicador ignora o valor do dinheiro no tempo, é
incapaz de distinguir projetos com o mesmo tempo de retorno de capital, e pode
levar a um investimento excessivo em projetos de curto prazo.
t=0
onde NPV é o valor presente líquido, NCF é o fluxo de caixa liquido no ano 1, n é o
número de anos considerados no fluxo de caixa, e i é a taxa de juros (taxa de
desconto).
11
Projetos para os quais o valor presente líquido é maior ou igual a zero são
consideráveis aceitáveis. No exemplo apresentado na TABELA 2, o VPL calculado,
usando uma taxa de juros anual de 10 %, é R$ 35,236. Portanto, este projeto seria
recomendado se o VPL fosse empregado como critério de decisão. Para os
propósitos de comparação de investimentos alternativos, aquele com o maior VPL
seria o recomendado.
0= NCFt / (1+i)t
t=0
12
0 = NCF0 + NCF1 X + NCF2 X2 + NCF3 X3 .... + NCFt Xt
Portanto, para calcular a TIR, teríamos que encontrar uma raiz positiva para a
expressão polinomial acima, usando qualquer um dos conhecidos procedimentos
iterativos para essa finalidade. Um método simples, porém tedioso e trabalhoso, é
definir uma taxa de desconto inicial e calcular o VPL correspondente. Se o VPL for
maior que zero, a taxa deve ser aumentada e vice-versa. O processo é repetido até
que se encontre uma taxa que produza um VPL suficientemente próximo de zero;
esta taxa de desconto é a TIR.
Deve ser notado que os resultados dos cálculos da VPL e da TIR não vão
sempre levar a recomendações de investimento semelhantes, quando comparações
entre projetos estão sendo realizadas. Isto ocorre principalmente no caso de projetos
com diferentes horizontes de planejamento, diferentes escalas de investimento, ou
entre projetos mutuamente exclusivos. Os leitores são aconselhados a consultar a
literatura especializada para obter maiores detalhes quanto ao uso da TIR e do VPL
como critérios de seleção de projeto. Uma discussão inicial pode ser encontrada em
CARTER et al (5).
13
2.5. Considerando os efeitos da inflação
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freqüentemente aponta-se que a análise de sensibilidade (a ser discutida adiante)
pode tratar adequadamente dos efeitos de mudanças em preços relativos durante o
horizonte de planejamento, na avaliação do projeto.
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Figura 1
Gráfico do Ponto de Nivelamento
Ponto de Nivelamento
Area de Lucro
Area de
prejuizo
$
RT = V + F
onde
RT = Receitas totais
V = Custos variáveis totais
F = Custos Fixos
Para uma empresa com um único produto, as receitas são dadas pelo
número total de unidades vendidas multiplicado pelo preço e cada unidade. Os
custos variáveis são calculados pela multiplicação do custo variável médio (custo de
variável unitário) pelo número de unidades produzidas. A equação do ponto de
nivelamento então se torna:
P.Q = Ca. Q + F
onde
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P = preço de venda da unidade
Ca = custo variável da unidade
Q = número de unidades produzidas
Q = F / (P-Ca)
TR.u = V.u + F
u = F / (TR-V)
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A expressão usada para calcular o ponto de nivelamento em unidades
monetárias é
TRbep = F / (1 – (CV/TR))
3. Análise financeira
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entre as entradas e saídas anuais de caixa durante o horizonte de planejamento.
Certamente, se os fluxos de caixa líquidos não estão adequadamente equilibrados, a
implementação e operação da empresa serão afetadas.
TABELA 3
Fluxo de Caixa para Análise de Liquidez: Formato Básico
Ano
ITEM 0 1 2 ... n
1. Receitas de vendas
2. (-) Custos totais
3. (-) Juros pagos
4. (=) Lucro antes do imposto de
renda
5. (-) Imposto de renda
6. (+) Depreciação
7. (-) Prestações do pagamento
8. (=) Balanço líquido de caixa
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projeto pode gerar receitas suficientes para recuperar o serviço da dívida esperado e
outros custos, enquanto fornece um retorno aos empreendedores.
Tabela 4
Fluxo de Caixa para Planejamento Financeiro – Indústria de Queijo
Item Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Receitas totais 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288
Custos totais 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054
Juros 6607 6128 5395 4600 3737 2800 1784 682
Lucro liquido antes dos 14627 15105 15838 16634 17497 18433 19449 20552 21233 21233
impostos
Imposto de renda 4388 4532 4751 4990 5249 5530 5835 6165 6370 6370
Depreciação 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554
Prestação do pagamento do 4056 8625 9358 10154 11017 11953 12969 14072
empréstimo
Balanço de caixa líquido 9737 5503 5283 5044 4785 4504 4199 3869 18418 18418
Pode ser visto que o projeto tem um nível adequado de liquidez. Todas as
saídas de caixas são cobertas, e um excedente é gerado em todos os anos dentro
do horizonte de planejamento.
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em que alterações nestas variáveis irão afetar os indicadores financeiros do projeto
deve ser determinada, e as ferramentas de análises de sensibilidade e de risco
podem ser usadas para tal.
21
sensibilidade do projeto em se alterar em relação a uma variável chave, maior o grau
de incerteza ligado ao projeto em questão.
TABELA 5
Análise de Sensibiliade para o Projeto da Fábrica de Produção de Queijo
Taxas Internas de Retorno
% Investimento Fixo Receitas Custos
Mudança
-20% 26% - 24%
-15% 25% 0% 23%
-10% 23% 7% 22%
-5% 21% 14% 21%
0% 20% 20% 20%
5% 19% 26% 19%
10% 18% 31% 18%
15% 16% 37% 17%
20% 15% 42% 17%
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retorno no eixo vertical. Cada linha do gráfico “Aranha” corresponde a uma das
variáveis chaves analisadas. Quando mais inclinada a linha, mais sensível é o
projeto a mudanças naquela variável.
FIGURE 2
Análise de Sensibilidade - Gráfico “Aranha”
50%
Taxa Interna de Retorno
40%
30%
20%
10%
0%
-20% -10% 0% 10% 20%
% Mudança
23
afetam a sensibilidade do projeto em uma grande extensão, o grau de precisão nas
estimativas não precisa ser elevado.
24
- Selecione as variáveis relevantes, preferencialmente com a realização de
uma análise de sensibilidade, e identifique aquelas com maiores respostas
em termos de impactos no projeto.
- Repita o processo várias vezes, até que uma distribuição de freqüência para
os critérios de avaliação escolhidos possa ser construída.
25
Figura 3
Distribuição de Freqüência para a Taxa Interna de Retorno – Indústria de
Processamento de Queijo
0,12
0,1
PROBABILITY
0,08
0,06
0,04
0,02
0
,3
,0
,7
,4
,1
,8
,5
,2
,9
,6
11
13
14
16
18
19
21
23
24
26
IRR (%)
5. Referências Bibliográficas
26
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Washington, 1994
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18. SILVA, C.A.B. & FERNANDES, A. R.; Decision Support Systems for Small Scale
Agroindustrial Investment Promotion in Rural Areas. The Electronics Journal on
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