Você está na página 1de 3

Professor: Ricardo Jordão

Disciplina: Cadeia de Suprimentos e Logística Curso: Administração (7º Semestre)

1. Leia o texto abaixo e responda as seguintes questões:

O Brasil não tem planejamento em infraestrutura de transporte, afirma Conselheiro Consultivo da ABOL (*)

Aeroportos com pequena capacidade para transporte de cargas, e terminais portuários ineficientes e operando com
excesso de burocracia. Esse é o atual cenário dos setores de infraestrutura e transporte no país segundo Paulo
Resende(**).

Em entrevista à Agência CNT de Notícias, Resende comenta os principais problemas que dificultam o
desenvolvimento do transporte no Brasil. Apresenta dados e mostra como o governo brasileiro investe pouco na área
e peca pela falta de planejamento dos projetos. A situação, destaca, é contrária aos procedimentos adotados em
potências como a China.

Confira:

Quais os principais problemas que o Brasil enfrenta na área de infraestrutura?


Começando pelas rodovias, há um problema que é a alta dependência deste modal. O Brasil tem quase 1 milhão e 700
mil km de rodovias, envolvendo as esferas federal, municipal e estadual, e menos de 14% são asfaltadas. A
administração está nas mãos do poder público, que faz poucos investimentos. A maioria das cargas é transportada pelo
modal rodoviário, o que provoca um grande desgaste nas estradas e reduz a qualidade delas.

Em relação às ferrovias, a questão fundamental é a baixa densidade ferroviária ou a ausência de corredores


ferroviários. Existe um vazio ferroviário no Brasil, principalmente nas fronteiras agrícolas do Centro-Oeste, Norte e
Nordeste. A participação das ferrovias em nossa matriz de transporte deveria ser, no mínimo, de 38%. Outra questão é
o fato de a maioria dos trilhos transportarem minério de ferro. É preciso transportar cargas com maior valor agregado.

E como está a situação dos portos e aeroportos?


Nos portos, encontramos um nível de ineficiência muito grande. O porto brasileiro é ineficiente, quando comparado
com referências mundiais, como Cingapura e Roterdã, na Holanda, por exemplo. Nossos portos são ineficientes por
falta de investimentos históricos. Além da falta de modernização, existe a influência política, que é muito grande, e a
questão da burocracia. Esses três elementos se associam à concentração portuária, ou seja, poucos portos com muito
volume movimentado, como Santos (SP) e Paranaguá (PR).

Nos aeroportos, o transporte de cargas é quase inexistente. Ele representa menos de 1% da matriz de transporte do
Brasil, com grande concentração nos terminais de Guarulhos (SP) e Viracopos (SP). Temos uma baixíssima qualidade
nos serviços. De um modo geral, os quatro modais precisam de muito investimento.

O Brasil está investindo menos que o esperado em infraestrutura?


Países emergentes e desenvolvidos chegam a investir até 8% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em logística de
transportes. O Brasil jamais passou dos 2%, mesmo nos períodos de pico. A média dos últimos 30 anos é de apenas
0,8% do PIB. Isso coloca o Brasil na última posição entre os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Se fôssemos considerar os investimentos necessários para os próximos dez anos, o Brasil deveria investir, segundo os
nossos levantamentos, US$ 80 bilhões por ano, durante dez anos. Mas se pegarmos a média da última década, o valor
total não chega a US$ 200 bilhões. Significa que o Brasil investiu menos de 25% que o necessário.
Isso quer dizer que os investimentos não estão acompanhando o crescimento da economia...
Não, não estão. O resultado dessa falta de investimentos é a queda de competitividade. O Brasil é um país cada vez
menos competitivo, tanto no cenário global, como no nacional. Isso significa que o brasileiro está pagando mais caro
pelo que consome.

A China, por exemplo, investe um percentual maior do PIB em infraestrutura, existe mais planejamento...
O Brasil não tem planejamento em infraestrutura de transporte e, na China, existe um conceito que poderia ser adotado
aqui – a elaboração do projeto executivo antes da licitação. Essa mudança resolveria uma das nossas grandes mazelas
ligadas à corrupção. O Brasil é o país dos aditivos, ninguém quer saber o detalhamento do projeto. Os brasileiros
entram às cegas na concorrência ou licitação e, depois, quando vão desenvolver o projeto executivo, enfrentam
dificuldades e precisam ficar aditivando os orçamentos.

Essa é uma prática brasileira que precisa acabar. Na China, os projetos não são executados antes que se conheçam as
suas dificuldades ou variáveis técnicas.

Existe algum outro exemplo que mostre como os chineses são mais eficientes nesse sentido?
Podemos traçar uma comparação com as ferrovias. Os chineses, do pré-projeto ao início da operação de um sistema
sobre trilhos, gastam 60% do tempo planejando e 40% realizando a obra. No Brasil, apenas 20% do prazo é dedicado
ao planejamento e os 80% restantes são para a execução do projeto. Os brasileiros não planejam, vivem de surpresa.
Os chineses evitam enfrentar estes problemas no decorrer do empreendimento.

O Programa de Investimentos em Logística (PIL) do governo federal é um avanço para melhorar o setor de
infraestrutura no país?
Sim. Antigamente, existia um pensamento no Brasil de que o orçamento público seria suficiente para arcar com as
demandas de infraestrutura e logística do país. Isso foi um erro histórico. O Plano de Logística traz o investidor
privado para o papel de ator principal nesse novo movimento. A gente só espera que o governo não decepcione os
investidores, quebrando contratos ou mudando regras a todo o tempo. O governo precisa entender que o investidor
estrangeiro joga com regras sólidas de mercado, sinais de instabilidade não vão trazer investimentos privados para o
país.

* Associação Brasileira de Operadores Logísticos


** Paulo Resende é Conselheiro Consultivo da ABOL.

Questões:
a) Apresente as vantagens e desvantagens dos modais de transportes apresentados no texto.
Resposta:

Rodoviário: De acordo com o texto acima mais o de apoio esse tipo de transporte é o mais usado no Brasil por
contar uma boa capacidade de carga, é veloz, é confiável e possui uma perfeita disponibilidade, porém nem todas as
estradas estão adequadas para tal modal e também este tipo de transporte consegue desgastar bastante as estradas,
gerando mais impostos (pedágio e etc) para a manutenção da mesma.

Aeroviário: Este modal tem a velocidade ao seu favor e a segurança, porém seus altos custos geram o pouco uso do
mesmo, ou seja, é mais usado quando é necessário um transporte a longa distância e para levar produtos eletrônicos,
pericíveis ou medicamentos.

Hidroviário: As vantagens do mesmo são a capacidade de carga que o mesmo suporta e um custo baixo justamente
por tal feito, porém ele é lento, está ultrapassado e muito burocrático, pois além de termos muita carga concentrada
em poucos portos o fator político também interfere neste modal.

Ferroviário: O modal possui um custo médio interessante quando juntamos o custo fixo com o variável e suporta
grandes cargas, porém a falta de investimento em linhas ferroviárias impossibilita o uso constante deste meio de
transporte e o torna ainda mais ineficiente.

b) Apresente possíveis soluções para minimizar os problemas apresentados em cada um dos modais de transportes.
Resposta:

No transporte rodoviário seria necessário investir em todas as estradas para a mais fácil locomoção e o governo
poderia impor taxas mais realistas ao pedágios para que este tipo de modal não fique tão caro.
Já no aeroviário poderiam se usar aeronaves com um custo mais baixo e consequetemente com menos capacidade
para distribuir as entregas no país assim como nos portos. Exemplo: uma aeronave grande chega com toda a carga e
esta é dividida e passada para aeronaves menores que vão distribuir por todo o território nacional.
O hidroviário deveria se modernizar, poderíamos abrir novos portos para não sobrecarregar os já
existentes e o governo poderia ajudar este modal a ser menos burocrático.
E por fim o ferroviário deveria ser melhor investido pois o mesmo seria um ótimo meio de
transporte com um custo interessante e que não está sendo bem aproveitado.

c) Imagine que você é um administrador logístico de uma fazenda de soja situada no Centro-Oeste. Seu principal
cliente é uma empresa holandesa na cidade Roterdã, na Holanda. Quais os principais desafios que você encontrará
para transportar a carga até o seu cliente?
Resposta:
O principal desafio é falta de escolha pois se houvesse um transporte ferroviário já iria facilitar bastante, porém
como não há, precisaria ensacar esta soja, para fim de transportar por modal rodoviário até os portos ou até mesmo
aos aeroportos. Porque as duas opções? Simples, deveria analisar com o cliente a pressa para receber esta carga,
pois com o hidroviário ele demoraria mais para receber, há uma insegurança, pois a soja é perecível e também ainda
precisaria de uma logística quando chegasse na europa para que o mesmo a recebesse, porém seria mais barato. Já o
aeroviário é mais rápido, mais seguro e a logística pós aterrissar em solo europeu, seria menor porém o custo seria
mais alto.

d) A China é um exemplo a ser seguido? Por quê?


Resposta:
Sim, pois a China se planeja muito bem antes de executar um projeto e investe boa parte do seu PIB em
infraestrutura, sendo assim o Brasil devia aprender com eles já que aqui não há tanto investimento assim e os
orçamentos de projetos sempre ultrapassam o que foi cotado, graças a falta de preparo e a corrupção que que vemos
acontecendo direto nestes projetos.

e) Estamos em 2020. Na sua opinião esse artigo está atualizado? Se sim ou se não, responda por quê?
Resposta:
Sim, porque a não muito tempo atrás a greve dos caminhoneiros parou o país, nos mostrando ainda mais como
dependemos do modal rodoviário no nosso país e mesmo assim não vimos nenhuma atitude dos políticos com relação
a investimento a outros modais ou até mesmo modernização dos já existentes, ou seja, estamos parados no tempo e
enquanto não acordarmos o Brasil não terá um sistema logístico tão bom como deveria ter.

Obs.: utilize o artigo de apoio para esta atividade postado em “Materiais Complementares”

Você também pode gostar