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Saúde e Segurança Aplicadas ao Trabalho

CFC 2017

RESUMO BIBLIOGRÁFICO
PARTE I
 O homem: um ser biopsicossocial

O homem é um ser biopsicossocial e espiritual. Biológico, porque é um organismo vivo; psicológico, porque possui a
capacidade de pensar e sentir; social, porque é um ser em relação e espiritual, porque possui uma relação com o transcendente".
Considerados esses três potenciais, podemos afirmar que toda pessoa é considerada um complexo biopsicossocial.
Coexistindo simultaneamente, um ou outro potencial pode se sobressair conforme respostas às condições de vida que o indivíduo
vivencia.
Dessa forma, tanto reflete no ambiente, como o ambiente age sobre ele, sendo necessário, para que tenha equilíbrio, que o
mesmo esteja bem em todos os seus sistemas, o que poderíamos então definir como o estado de “felicidade”: o bem-estar e
equilíbrio nos planos psicológicos, biológico, social e espiritual.
Vendo por esse ângulo, o corpo é a expressão das experiências vividas e desejadas. Os aspectos psicológicos e sociais
afetam diretamente o aspecto biológico, o corpo. Então, a preocupação com a satisfação, com as necessidades e, por
conseguinte, com o bem-estar é o foco contemporâneo, pessoal e dos segmentos público e privado, como determinante para a
vida do ser humano, como homem e profissional.
 A NATUREZA DO TRABALHO DO PROFISSIONAL DA ÁREA DE EGURANÇA PÚBLICA: CONSCIÊNCIA DA
NATUREZA E DAS EXIGÊNCIAS DO SEU TRABALHO

O trabalho não pode ser considerado apenas a soma das partes – exigência, carga, organização, dentre outros. Ao
contrário, o trabalho deve ser considerado a partir das pequenas unidades que o compõem, suas formas de arranjo, suas
particularidades, tomando-o como conseqüência de cada pequeno processo. Essa valorização das partes como forma de
conhecê-las e também de entender suas formas de integração faz do trabalho um sistema aberto bastante complexo a ser
desvelado. Uma das unidades do sistema de trabalho é o homem, o trabalhador. Se as partes ou unidades são subsistemas
dentro do sistema maior que compõem o trabalho, o trabalhador é também um subsistema.

Os trabalhadores da segurança pública constituem, no Brasil, o grupo de maior risco para a morte violenta e para lesões e
traumas relacionados a agressões, sendo também um grupo de alta propensão a determinados tipos de doenças físicas como
enfermidades cardiovasculares, distúrbios de metabolismo, problemas osteomusculares e gastrointestinais. No campo da
saúde mental, os policiais são acometidos frequentemente de estresse ocupacional e pós-traumático e depressões, levando
um percentual significativo deles a pensar em suicídio.

Assim, as instituições policiais-militares e seus integrantes são destacados de forma relevante na tarefa constitucional de
preservação da ordem pública, uma vez que a função do policial-militar objetiva, resumidamente, reduzir os índices de violência,
mas também eles - os policiais-militares - como indivíduos, estão expostos às diversas formas de violência. No próprio juramento
de compromisso à profissão, é submetido a defender a sociedade com o risco da própria vida o que, literalmente, acontece, sendo
assim, uma profissão que por sua própria natureza já compromete a segurança de vida do profissional que a exerce.
Essas formas de violência o expõem a risco de morte, acidentes e a outras condições que o deixam vulnerável e suscetível
a sentimentos de ansiedade e angústia, podendo afetar a cada um de forma diferente, dependendo de inúmeras variáveis,
inclusive as relativas à sua história pessoal e às circunstâncias atuais profissionais, sociais, financeiras, entre outras.

Mas independente dessas variáveis, o trabalho policial precisa ser realizado onde e quando for necessário, com exposição
às condições as mais variáveis, as quais podem ser fonte de desgaste físico. São exemplo disso, sua jornada de trabalho que
comporta trocas de turnos, exposição ao frio, ao calor, a agentes poluentes, a ruídos excessivos.

Os deveres impostos ao policial-militar em sua prática profissional, englobam a relação e convivência com a violência
urbana em todas as suas variedades de expressão, mas também com situações angularmente opostas e ter que responder de
forma adequada a cada uma delas, implicando assim, na capacidade que o policial deve ter de se adaptar facilmente às situações,
inclusive do ponto de vista emocional. Não podemos desconsiderar que situações de conflito mobilizam sentimentos e emoções
nas pessoas envolvidas e o alcancem dessa adaptação, demanda energia e equilíbrio.

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