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31-maio a 3-junho-2004
UNESP – Campus de Ilha Solteira
CUSTOS (R$)
25.000
seu valor está entre 0,7 e 1,3.
20.000
Nota: Jaques Antoine Charles Bresse (1822-1883),
CATmínimo
nascido em Vienne, Isère, professor de 15.000
Deconômico
não é continuo, o diâmetro econômico pode ser 0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550
fórmula da Associação Brasileira de Normas Técnicas Figura 1. Custo anual do sistema elevatório de água
– ABNT, citados por [7]: em função do diâmetro da tubulação.
φ = 1,46.X 0, 25 . Q (Forccheimer) (2) No mesmo trabalho, também se verificou que os
custos do sistema com motores à diesel foram
φ = 1,3.T 0, 25 . Q (ABNT) (3)
superiores aos à eletricidade em todas as modalidades
em que: de tarifas de energia elétrica. Efetuando-se uma
φ – diâmetro da tubulação, em m; análise de sensibilidade do modelo, o autor verificou
Q – vazão do sistema, em m3/s; que somente haveria um maior custo anual total do
X – número de horas de trabalho da instalação por ano sistema à eletricidade, em relação ao diesel, se o
divido por 8760; comprimento da linha de alta tensão fosse superior a
T – número de horas de trabalho da instalação por dia 14186 m.
divido por 24.
O objetivo deste trabalho foi desenvolver um
Nota: Philipp Forchheimer (1852-1933), natural de modelo para cálculo da velocidade de escoamento
Vienna, Áustria, professor de Hidráulica em econômica, obtendo-se o diâmetro econômico,
Aachen e Graz. utilizando a equação de Swamee para o fator de atrito,
Além destas, outros pesquisadores desenvolveram através da minimização do custo anual total. A
fórmulas ou modelos para o cálculo do diâmetro velocidade de escoamento econômica pode ser
econômico, podendo-se citar: Camp [2], Cuomo e utilizada como referência para o dimensionamento de
Villela [4], Babbitt [1], Deb [5], Lencastre [6], Coiado sistemas de irrigação e/ou abastecimento de água de
e Rivelli [3] e Zocoler [9]. um modo geral. Também teve o proposto de aplicá-lo
O modelo de Zocoler [9] permite a estimativa e numa condição normal de abastecimento para
minimização do custo anual total de um sistema comparação entro o diâmetro existente e os calculados
elevatório de água acionado com motores à combustão pelo modelo.
interna ou com motores à eletricidade. No caso de
motores à eletricidade, considera, também, as Metodologia
modalidades de tarifação da energia elétrica e os
A velocidade econômica de escoamento decorre do
descontos especiais concedidos aos consumidores
cálculo do diâmetro da tubulação de recalque que
rurais. A aplicação do modelo a um sistema elevatório
proporciona o menor custo anual total (CAT) do
de água para irrigação, que demandava uma vazão de
sistema, ou seja, o diâmetro quando dCAT/dφ = 0. O
245,19 m3/h e cuja tubulação de recalque original de
CAT é resultado da soma do custo anual fixo (CAF)
aço galvanizado possuía diâmetro 216,4 mm (diâmetro
com o custo anual variável (CAV).
equivalente), mostrou que o diâmetro teórico mais
econômico seria 265,5 mm (Figura 1), quando o No custo anual fixo são consideradas a amortização
acionamento fosse à eletricidade, na modalidade de anual (AMA) e a remuneração anual (REA) do capital
tarifação verde e com desconto especial para irrigantes investido nos componentes do sistema, ou sejam,
noturnos, condição que foi considerada mais tubos, bombas, acessórios em geral, motores (à
vantajosa para o consumidor. eletricidade ou à combustão), comandos de partida,
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64.π.φ.ν 8
0,125 DM – demanda de potência medida (kW), obtida pela
+ equação:
4.Q Q.γ
−16 DM = .h f (11)
1000.η mb (1)
e 5,74 em que:
f = ln + − (8)
φ ηmb(1) – rendimento esperado do conjunto motor
0,9
3, 7. 4.Q
9,5. elétrico e bomba hidráulica (1a
π.φ.ν aproximação)
6
2500.π.φ.ν FAC = CM a .TC c (12)
4.Q em que:
em que: TCc – tarifa de consumo convencional ($/kWh);
ν – viscosidade cinemática (m2/s); CMa – consumo de energia elétrica medido no ano
e – rugosidade absoluta interna da tubulação (m). (kWh), obtido por:
Q.γ.t a
O custo anual de bombeamento do sistema quando CM a = .h f (13)
as bombas forem acionadas por motores à eletricidade 1000.η mb (1)
foi calculado pela equação: em que:
CABO = FAD + FAC + AJA (9) ta – tempo de funcionamento do sistema elevatório no
em que: ano (h);
FAD – faturamento anual da demanda ($); ii) Tarifação convencional com o desconto:
FAC – faturamento anual de consumo ($);
FAD – idem à equação 10
AJA – ajuste anual referente ao fator de potência ($),
considerado nulo quando a instalação possui FAC = TC c .[CM he .(1 - fdtc) + CM hc ] (14)
banco de capacitores para elevar o fator ao em que:
nível mínimo exigido pela concessionária de fdtc – fração de desconto sobre a tarifa de consumo
energia elétrica para sua isenção. (0,70, 0,80 ou 0,90, conforme a região do
Os dois primeiros membros da eq.(9) são calculados país);
em conformidade com a modalidade de tarifação da CMhe – consumo de energia elétrica medido no
energia elétrica, ou seja, se convencional ou horo- horário especial para irrigantes (23 às 5h)
sazonal, além da concessão ou não do desconto no ano (kWh);
especial sobre a tarifa de consumo para o subgrupo A4 CMhc – consumo de energia elétrica medido no
– consumidores rurais irrigantes com medidor horário complementar ao especial para
exclusivo para a irrigação, conforme a Portaria no 105 irrigantes no ano (kWh).
de 3 de abril de 1992 do DNAEE. O consumo de energia elétrica medido no horário
Assim, em consonância ao escopo do trabalho, especial para irrigantes no ano é obtido pela equação:
foram definidas equações para cálculo do FAD e FAC Q.γ.t he
CM he = .h f (15)
para as modalidades: convencional sem e com o 1000 .η mb(1)
desconto especial para irrigantes e horo-sazonal verde em que:
sem e com o desconto especial para irrigantes. the – tempo de funcionamento do sistema no horário
i) Tarifação convencional sem o desconto: especial para irrigantes no ano (h);
FAD = DM.TD c .(12 − d) + 0,10.d.DM.TD c (10) O consumo de energia elétrica medido no horário
complementar ao especial para irrigantes no ano é
em que:
obtido pela equação:
TDc – tarifa de demanda convencional ($/kW);
Q.γ.t hc
d – número de meses completos por ano que o sistema CM hc = .h f (16)
elevatório fica desligado e, com isso, ocorre 1000 .η mb(1)
faturamento de demanda correspondente a 10% da em que:
maior demanda medida nos últimos 11 meses, ou thc – tempo de funcionamento do sistema no horário
seja, a DMmáx (OBS: 0 ≤ d ≤ 11 sempre); fora de ponta no ano (h);
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iii) Tarifação horo-sazonal verde sem o desconto: período úmido é obtido pela equação:
Q.γ.t fpu
FAD = [DM.TD v + (DM − DC).TU v ].(12 − d) + CM fpu = .h f (20)
(17) 1000 .η mb(1)
0,10.d.DM.TD v
em que:
em que:
tfpu – tempo de funcionamento do sistema no horário
DC – demanda contratada com a concessionária de
fora de ponta no período úmido (h).
energia elétrica (kW);
TDv – tarifa de demanda verde ($/kW); O consumo medido no horário de ponta no período
TUv – tarifa de ultrapassagem de demanda verde seco é obtido por:
($/kW), que somente é aplicada se: (i) a Q.γ.t ps
CM ps = .h f (21)
demanda medida for superior a 10% da 1000 .η mb(1)
demanda contratada, quando a demanda
em que:
contratada for superior a 100kW, (ii) a
tps – tempo de funcionamento do sistema no horário de
demanda medida for superior a 20% da
ponta no período seco (h);
demanda contratada, quando a demanda
contratada for de 50 kW a 100 kW. Portanto, O consumo medido no horário fora de ponta no
o termo (DM – DC).TUv da eq.(17) não é período seco é obtido pela equação:
aplicado se o contrato for adequado, fato Q.γ.t fps
CM fps = .h f (22)
considerado no desenvolvimento do modelo. 1000 .η mb(1)
FAC = CM pu .TC vpu + CM fpu .TC vfpu + em que:
(18) tfps – tempo de funcionamento do sistema no horário
CM ps .TC vps + CM fps .TC vfps
fora de ponta no período seco (h);
em que:
CMpu – consumo medido (kWh) no horário de ponta iv) Tarifação horo-sazonal verde com o desconto:
(17 às 21h ou definido pela concessionária) FAD – idem à equação 17
no período úmido;
FAC = CM pu .TC vpu +
[CM fpcu + CM heu .(1 − fdtc ) ].TC vfpu +
CMfpu – consumo medido (kWh) no horário fora de
ponta (horas complementares à de ponta) no (23)
período úmido; CM ps .TC vps +
CMps – consumo medido (kWh) no horário de ponta [CM fpcs + CM hes .(1 − fdtc ) ].TC vfps
no período seco;
em que:
CMfps – consumo medido (kWh) no horário fora de
CMheu – consumo medido (kWh) no horário especial
ponta no período seco;
para irrigantes no período úmido;
TCvpu – tarifa de consumo verde no horário de ponta
CMfpcu – consumo medido (kWh) no horário fora de
no período úmido ($/kWh);
ponta complementar ao horário especial para
TCvfpu – tarifa de consumo verde no horário fora de
irrigantes no período úmido;
ponta no período úmido ($/kWh);
CMhes – consumo medido (kWh) no horário especial
TCvps – tarifa de consumo verde no horário de ponta
para irrigantes no período seco;
no período seco ($/kWh);
CMhecs – consumo medido (kWh) no horário fora de
TCvfps – tarifa de consumo verde no horário fora de
ponta complementar ao horário especial
ponta no período seco ($/kWh).
para irrigantes no período seco;
O consumo medido no horário de ponta no período
O consumo medido no horário especial para
úmido é obtido pela equação:
irrigantes no período úmido é obtido pela equação:
Q.γ.t pu Q.γ.t heu
CM pu = .h f (19) CM heu = .h f (24)
1000 .η mb(1) 1000 .η mb(1)
em que: em que:
tpu – tempo de funcionamento do sistema no horário de theu – tempo de funcionamento do sistema elevatório
ponta no período úmido (h). no horário especial para irrigantes no período
O consumo medido no horário fora de ponta no úmido (h);
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O consumo medido no horário fora de ponta facilitar a derivação, definindo-se então os que estão
complementar ao horário especial para irrigantes no operando com a variável φ:
período úmido é obtido pela equação:
K1 =
(1 − R ).r (28)
Q.γ.tf fpcu (1 + r )PA − 1
CM fpcu = .h f (25)
1000 .η mb(1)
K2 =
(1 + r )PA − 1 (29)
em que: PA n
tfpcu – tempo de funcionamento do sistema elevatório ∑ (1 + r ) + 1
n =1
no horário fora de ponta complementar ao
horário especial para irrigantes no período Q.γ.c o .c u .t a
K3 = (30)
úmido (h); 735.η b (1)
O consumo medido no horário especial para 16.Q 2 .L
irrigantes no período seco é obtido pela equação: K4 = (31)
π 2 .2.g
Q.γ.t hes
CM hes = .h f (26) Q.γ Q.γ
1000 .η mb(1) K5 = .(12 − d) + 0,1.d. (32)
1000.η mb (1) 1000.η mb (1)
em que:
Q.γ
thes – tempo de funcionamento do sistema elevatório no K6 = (33)
1000.η mb (1)
horário especial para irrigantes no período seco
(h);
Como o fator de atrito “f” da fórmula de perda de
O consumo medido no horário fora de ponta carga (eq.7) também é função do diâmetro, foram
complementar ao horário especial para irrigantes no isolados os seguintes elementos, considerados
período seco é obtido pela equação: constantes, para facilitar a sua derivação:
Q.γ.t fpcs 8
CM fpcs = .h f (27) 64.π.ν
1000 .η mb(1) K 7 = (34)
4.Q
em que:
e
tfpcs – tempo de funcionamento do sistema no horário K8 = (35)
fora de ponta complementar ao horário especial 3,7
para irrigantes no período seco (h); 5,74
K9 = 0 ,9
(36)
No modelo somente foram consideradas as perdas 4.Q
na tubulação de recalque. Todavia, caso as perdas de π.ν
carga localizadas e da tubulação de sucção (que na
2500.π.ν
maioria dos casos são pequenas o suficiente para K 10 = (37)
4.Q
serem desprezadas em relação às do recalque) tiverem
que ser consideradas, basta acrescentar ao Substituindo-se as constantes K7, K8, K9 e K10 na
comprimento da tubulação de recalque (L) a parte eq.8, tem-se:
equivalente a elas (método dos comprimentos 0,125
K
−16
virtuais).
f = K 7 .φ 8 + 9,5.ln 8 + K 9 .φ 0 ,9 − K 10 .φ 6 (38)
Na primeira aproximação não foi considerado o φ
custo anual de manutenção e reparos, que é calculado
Finalmente, fazendo-se as substituições, a equação
considerando-o uma fração (m) do investimento inicial
geral do custo anual total (CAT) e a sua derivada em
no sistema, pois o investimento inicial somente
relação ao diâmetro da tubulação de recalque
considerou a tubulação de recalque.
(dCAT/dφ) para minimização do custo anual total dos
Sendo que a velocidade econômica de escoamento é sistemas à combustão e à eletricidade nas duas
decorrente do diâmetro da tubulação de recalque modalidades de tarifação e nos dois tipos de aplicação
quando dCAT/dφ = 0, e devido à numerosa quantidade (sem desconto e com desconto para irrigantes), são
de equações e elementos nelas presentes, foram obtidas pelas equações:
isolados os elementos considerados constantes para
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