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Anais do 3o Congresso Temático de Dinâmica e Controle da SBMAC

31-maio a 3-junho-2004
UNESP – Campus de Ilha Solteira

Modelo para Determinação do Diâmetro e Velocidade de


Escoamento Econômica em Sistemas Elevatórios de Água

João L. Zocoler Francisco C. Baggio Filho


Depto de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos, FEIS, UNESP, Graduado em Agronomia, FEIS, UNESP
15385-000, Ilha Solteira, SP 15385-000, Ilha Solteira, SP
E-mail: zocoler@agr.feis.unesp.br xikobaggio@terra.com.br

Luís A.F. Oliveira, Fernando B.T. Hernandez


Depto de Matemática, FEIS, UNESP, Depto de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos, FEIS, UNESP,
15385-000, Ilha Solteira, SP 15385-000, Ilha Solteira, SP
E-mail: lafo@fqm.feis.unesp.br E-mail: fbhtang@agr.feis.unesp.br

especificamente. As principais são: comprimento da


Resumo: O presente trabalho teve o objetivo de
tubulação e tipo de material, desnível topográfico,
desenvolver um modelo para cálculo da velocidade de necessidade de vazão, pressão no final da adutora e
escoamento econômica, obtendo-se o diâmetro comprimento da linha elétrica de alta tensão, se o
econômico, utilizando a equação de Swamee para o bombeamento for com motores à eletricidade. Por sua
fator de atrito, através da minimização do custo anual vez, o diâmetro da tubulação de recalque é uma
total. A aplicação do modelo numa condição normal variável que acarreta intensa variação nos custos do
de abastecimento, mostrou que o diâmetro da sistema e não está atrelada, teoricamente, aos atributos
condição real, 250 mm, comparado ao calculado pelo físicos do local [9].
modelo na condição correspondente à tarifação
Fazendo o bombeamento com velocidade de
praticada na propriedade, 284,1 mm, implica na
escoamento baixa, resulta num diâmetro relativamente
necessidade de geração, transmissão e distribuição de
elevado, implicando em maiores gastos na tubulação e
uma energia elétrica extra, devida a maior perda de
menores com bombas, motores e energia para acioná-
carga causada pelo diâmetro original, de
los, devido às menores alturas manométricas. Se, ao
aproximadamente 30800 kWh/ano. Isto significa que,
contrário, o bombeamento for com velocidade alta, o
em um ano, o consumidor gastaria R$ 2804,00 a mais
diâmetro será relativamente baixo, elevando a altura
somente com o custo de bombeamento.
manométrica e, conseqüentemente, maiores gastos
com bombas, motores e energia. A escolha do
Palavras-chave: energia, bombeamento, custos, diâmetro adequado deve ser feita, portanto, mediante
otimização.
avaliação econômica [3], procurando o custo anual
Introdução total mínimo, em termos de valor presente,
considerando o custo anual fixo, decorrente do
Os sistemas elevatórios de água remontam à investimento inicial, e o custo anual variável,
antiguidade e são utilizados para muitas atividades decorrente do bombeamento e manutenção,
humanas, seja para dessedentar homens e animais, principalmente [10].
seja para produção de alimentos, seja para a produção
Com base no critério do custo total mínimo,
industrial. A análise econômica de tais sistemas
algumas fórmulas foram desenvolvidas, sendo que,
assume grande importância, uma vez que o capital
provavelmente, a mais difundida seja a de Bresse,
neles empregado é freqüentemente elevado e seus
aplicada para operação contínua:
custos podem viabilizar ou não as atividades
produtivas que o utilizam. φ = K.Q 0,5 (Bresse) (1)
Os custos de um sistema elevatório de água são em que:
influenciados por muitas variáveis, todavia, a maioria φ – diâmetro da tubulação de recalque (m);
está atrelada aos atributos físicos do local, o que as Q – vazão (m3/s);
tornam constantes quando se trata de um caso K – constante que depende, basicamente, da relação de
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custos da unidade de potência para o conjunto 40.000

Custo Anual Total (R$)


elevatório, incluindo unidades de reserva, 35.000 Custo Anual Váriável (R$)
conservação e custeio, e da unidade de Custo Anual Fixo (R$)
30.000

comprimento da tubulação assentada. Em geral,

CUSTOS (R$)
25.000
seu valor está entre 0,7 e 1,3.
20.000
Nota: Jaques Antoine Charles Bresse (1822-1883),
CATmínimo
nascido em Vienne, Isère, professor de 15.000

Matemática em Paris. 10.000

Quando o funcionamento da instalação de recalque 5.000

Deconômico
não é continuo, o diâmetro econômico pode ser 0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550

calculado pela fórmula de Forchheimer ou pela DIÂMETRO (mm)

fórmula da Associação Brasileira de Normas Técnicas Figura 1. Custo anual do sistema elevatório de água
– ABNT, citados por [7]: em função do diâmetro da tubulação.
φ = 1,46.X 0, 25 . Q (Forccheimer) (2) No mesmo trabalho, também se verificou que os
custos do sistema com motores à diesel foram
φ = 1,3.T 0, 25 . Q (ABNT) (3)
superiores aos à eletricidade em todas as modalidades
em que: de tarifas de energia elétrica. Efetuando-se uma
φ – diâmetro da tubulação, em m; análise de sensibilidade do modelo, o autor verificou
Q – vazão do sistema, em m3/s; que somente haveria um maior custo anual total do
X – número de horas de trabalho da instalação por ano sistema à eletricidade, em relação ao diesel, se o
divido por 8760; comprimento da linha de alta tensão fosse superior a
T – número de horas de trabalho da instalação por dia 14186 m.
divido por 24.
O objetivo deste trabalho foi desenvolver um
Nota: Philipp Forchheimer (1852-1933), natural de modelo para cálculo da velocidade de escoamento
Vienna, Áustria, professor de Hidráulica em econômica, obtendo-se o diâmetro econômico,
Aachen e Graz. utilizando a equação de Swamee para o fator de atrito,
Além destas, outros pesquisadores desenvolveram através da minimização do custo anual total. A
fórmulas ou modelos para o cálculo do diâmetro velocidade de escoamento econômica pode ser
econômico, podendo-se citar: Camp [2], Cuomo e utilizada como referência para o dimensionamento de
Villela [4], Babbitt [1], Deb [5], Lencastre [6], Coiado sistemas de irrigação e/ou abastecimento de água de
e Rivelli [3] e Zocoler [9]. um modo geral. Também teve o proposto de aplicá-lo
O modelo de Zocoler [9] permite a estimativa e numa condição normal de abastecimento para
minimização do custo anual total de um sistema comparação entro o diâmetro existente e os calculados
elevatório de água acionado com motores à combustão pelo modelo.
interna ou com motores à eletricidade. No caso de
motores à eletricidade, considera, também, as Metodologia
modalidades de tarifação da energia elétrica e os
A velocidade econômica de escoamento decorre do
descontos especiais concedidos aos consumidores
cálculo do diâmetro da tubulação de recalque que
rurais. A aplicação do modelo a um sistema elevatório
proporciona o menor custo anual total (CAT) do
de água para irrigação, que demandava uma vazão de
sistema, ou seja, o diâmetro quando dCAT/dφ = 0. O
245,19 m3/h e cuja tubulação de recalque original de
CAT é resultado da soma do custo anual fixo (CAF)
aço galvanizado possuía diâmetro 216,4 mm (diâmetro
com o custo anual variável (CAV).
equivalente), mostrou que o diâmetro teórico mais
econômico seria 265,5 mm (Figura 1), quando o No custo anual fixo são consideradas a amortização
acionamento fosse à eletricidade, na modalidade de anual (AMA) e a remuneração anual (REA) do capital
tarifação verde e com desconto especial para irrigantes investido nos componentes do sistema, ou sejam,
noturnos, condição que foi considerada mais tubos, bombas, acessórios em geral, motores (à
vantajosa para o consumidor. eletricidade ou à combustão), comandos de partida,
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transformadores, casa de bombas e infra-estrutura a e b – coeficientes de ajuste de regressão


geral. multiplicativa entre o diâmetro da
No CAV são considerados, basicamente, o custo tubulação de recalque e seu custo
anual de bombeamento (CABO) e o custo anual de (Zocoler, 1994);
manutenção e reparos (CAMR). R – valor residual do sistema;
r – taxa anual de juros;
Para a obtenção do diâmetro econômico, o modelo
n – expoente polinomial (número natural);
foi desenvolvido em duas etapas, denominadas:
PA – período de amortização ou vida útil da
Primeira e Segunda Aproximação.
tubulação (anos).

Primeira Aproximação O primeiro termo da eq.(5) corresponde à


amortização anual unitária do sistema e o segundo à
Na primeira aproximação, o custo anual fixo foi
remuneração anua unitária do capital.
definido somente em função do diâmetro da tubulação
de recalque, que influi diretamente na altura Com o propósito de facilitar a derivação da função,
manométrica do sistema e, conseqüentemente, na o custo anual de bombeamento (CABO, em $) foi
potência da bomba, motor e demais componentes definido somente em relação à perda de carga, uma
necessários para o seu acionamento (componentes vez que a altura geométrica de elevação da água (hg) e
ativos), além, evidentemente, de influir no dispêndio a carga piezométrica necessária no final da tubulação
com a energia e com a manutenção e reparos dos de recalque (hp) são valores constantes na função, e,
mesmos, ou seja, no custo anual variável. Todavia, o somadas à perda de carga (hf), resultam na altura
investimento na bomba, motor e demais componentes manométrica total (H).
ativos não foram considerados no custo anual fixo (na Sendo assim, o custo anual de bombeamento da
primeira aproximação) porque é pouco precisa a perda de carga do sistema quando as bombas forem
relação funcional entre o preço e a potência da bomba, acionadas por motores à combustão foi calculado pela
quando não se tem definido o modelo ou série equação:
comercial de bombas homólogas utilizadas no sistema, Q.γ.c o .c u .t a
fato atribuído à ampla variação da altura manométrica CABO = .h f (6)
735.η b (1)
possível na primeira aproximação. Exemplo: o modelo
em que:
de bomba multicelular apresenta preço
Q – vazão do sistema (m3/s);
consideravelmente superior ao modelo unicelular
γ – peso específico da água (N/m3);
padrão mesmo que as potências absorvidas por ambas
ηb(1) – rendimento da bomba hidráulica (1a
sejam semelhantes.
aproximação);
No entanto, com a primeira aproximação do co – consumo unitário do motor à combustão, que em
diâmetro econômico, a altura manométrica terá uma geral vale 0,000225 m3/cv.h;
menor amplitude de variação na segunda cu – custo unitário do combustível ($/m3);
aproximação, fato que possibilita a definição da série ta – tempo anual de funcionamento do sistema (h);
(ou modelo) de bomba a ser utilizada no sistema e, hf – perda de carga ocorrida na tubulação de recalque
conseqüentemente, uso de uma relação funcional mais (m), que pode ser calculada pela equação:
precisa para estimativa do custo anual fixo.
16.Q 2 .L f
Sendo assim, o custo anual fixo (CAF, em $ - hf = . (7)
unidades monetárias) na primeira aproximação foi π 2 .2.g φ 5
calculado pela equação: em que:
g – aceleração da gravidade, considerada 9,80 m/s2;
L.a.φ b .(1 − R ).r L.a.φ b .(1 + r ) − 1
PA
CAF = + (5) f – fator de atrito, obtido pela fórmula de Swamee
(1 + r )PA − 1  PA n
∑ (1 + r )  + 1
(1993), permite o cálculo de “f” tanto para o
 n =1  escoamento laminar como para o escoamento
em que: turbulento, podendo ser obtido por:
L – comprimento da tubulação de recalque (m);
φ – diâmetro da tubulação de recalque (m);
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 64.π.φ.ν  8 
0,125 DM – demanda de potência medida (kW), obtida pela
  +  equação:
 4.Q   Q.γ
 −16  DM = .h f (11)
      1000.η mb (1)
     
   e 5,74    em que:
f =  ln +  −  (8)
φ ηmb(1) – rendimento esperado do conjunto motor
     
0,9
3, 7.  4.Q 
9,5.       elétrico e bomba hidráulica (1a
    π.φ.ν     aproximação)
  6  
  2500.π.φ.ν    FAC = CM a .TC c (12)
    
  4.Q   em que:
em que: TCc – tarifa de consumo convencional ($/kWh);
ν – viscosidade cinemática (m2/s); CMa – consumo de energia elétrica medido no ano
e – rugosidade absoluta interna da tubulação (m). (kWh), obtido por:
Q.γ.t a
O custo anual de bombeamento do sistema quando CM a = .h f (13)
as bombas forem acionadas por motores à eletricidade 1000.η mb (1)
foi calculado pela equação: em que:
CABO = FAD + FAC + AJA (9) ta – tempo de funcionamento do sistema elevatório no
em que: ano (h);
FAD – faturamento anual da demanda ($); ii) Tarifação convencional com o desconto:
FAC – faturamento anual de consumo ($);
FAD – idem à equação 10
AJA – ajuste anual referente ao fator de potência ($),
considerado nulo quando a instalação possui FAC = TC c .[CM he .(1 - fdtc) + CM hc ] (14)
banco de capacitores para elevar o fator ao em que:
nível mínimo exigido pela concessionária de fdtc – fração de desconto sobre a tarifa de consumo
energia elétrica para sua isenção. (0,70, 0,80 ou 0,90, conforme a região do
Os dois primeiros membros da eq.(9) são calculados país);
em conformidade com a modalidade de tarifação da CMhe – consumo de energia elétrica medido no
energia elétrica, ou seja, se convencional ou horo- horário especial para irrigantes (23 às 5h)
sazonal, além da concessão ou não do desconto no ano (kWh);
especial sobre a tarifa de consumo para o subgrupo A4 CMhc – consumo de energia elétrica medido no
– consumidores rurais irrigantes com medidor horário complementar ao especial para
exclusivo para a irrigação, conforme a Portaria no 105 irrigantes no ano (kWh).
de 3 de abril de 1992 do DNAEE. O consumo de energia elétrica medido no horário
Assim, em consonância ao escopo do trabalho, especial para irrigantes no ano é obtido pela equação:
foram definidas equações para cálculo do FAD e FAC Q.γ.t he
CM he = .h f (15)
para as modalidades: convencional sem e com o 1000 .η mb(1)
desconto especial para irrigantes e horo-sazonal verde em que:
sem e com o desconto especial para irrigantes. the – tempo de funcionamento do sistema no horário
i) Tarifação convencional sem o desconto: especial para irrigantes no ano (h);
FAD = DM.TD c .(12 − d) + 0,10.d.DM.TD c (10) O consumo de energia elétrica medido no horário
complementar ao especial para irrigantes no ano é
em que:
obtido pela equação:
TDc – tarifa de demanda convencional ($/kW);
Q.γ.t hc
d – número de meses completos por ano que o sistema CM hc = .h f (16)
elevatório fica desligado e, com isso, ocorre 1000 .η mb(1)
faturamento de demanda correspondente a 10% da em que:
maior demanda medida nos últimos 11 meses, ou thc – tempo de funcionamento do sistema no horário
seja, a DMmáx (OBS: 0 ≤ d ≤ 11 sempre); fora de ponta no ano (h);
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iii) Tarifação horo-sazonal verde sem o desconto: período úmido é obtido pela equação:
Q.γ.t fpu
FAD = [DM.TD v + (DM − DC).TU v ].(12 − d) + CM fpu = .h f (20)
(17) 1000 .η mb(1)
0,10.d.DM.TD v
em que:
em que:
tfpu – tempo de funcionamento do sistema no horário
DC – demanda contratada com a concessionária de
fora de ponta no período úmido (h).
energia elétrica (kW);
TDv – tarifa de demanda verde ($/kW); O consumo medido no horário de ponta no período
TUv – tarifa de ultrapassagem de demanda verde seco é obtido por:
($/kW), que somente é aplicada se: (i) a Q.γ.t ps
CM ps = .h f (21)
demanda medida for superior a 10% da 1000 .η mb(1)
demanda contratada, quando a demanda
em que:
contratada for superior a 100kW, (ii) a
tps – tempo de funcionamento do sistema no horário de
demanda medida for superior a 20% da
ponta no período seco (h);
demanda contratada, quando a demanda
contratada for de 50 kW a 100 kW. Portanto, O consumo medido no horário fora de ponta no
o termo (DM – DC).TUv da eq.(17) não é período seco é obtido pela equação:
aplicado se o contrato for adequado, fato Q.γ.t fps
CM fps = .h f (22)
considerado no desenvolvimento do modelo. 1000 .η mb(1)
FAC = CM pu .TC vpu + CM fpu .TC vfpu + em que:
(18) tfps – tempo de funcionamento do sistema no horário
CM ps .TC vps + CM fps .TC vfps
fora de ponta no período seco (h);
em que:
CMpu – consumo medido (kWh) no horário de ponta iv) Tarifação horo-sazonal verde com o desconto:
(17 às 21h ou definido pela concessionária) FAD – idem à equação 17
no período úmido;
FAC = CM pu .TC vpu +
[CM fpcu + CM heu .(1 − fdtc ) ].TC vfpu +
CMfpu – consumo medido (kWh) no horário fora de
ponta (horas complementares à de ponta) no (23)
período úmido; CM ps .TC vps +
CMps – consumo medido (kWh) no horário de ponta [CM fpcs + CM hes .(1 − fdtc ) ].TC vfps
no período seco;
em que:
CMfps – consumo medido (kWh) no horário fora de
CMheu – consumo medido (kWh) no horário especial
ponta no período seco;
para irrigantes no período úmido;
TCvpu – tarifa de consumo verde no horário de ponta
CMfpcu – consumo medido (kWh) no horário fora de
no período úmido ($/kWh);
ponta complementar ao horário especial para
TCvfpu – tarifa de consumo verde no horário fora de
irrigantes no período úmido;
ponta no período úmido ($/kWh);
CMhes – consumo medido (kWh) no horário especial
TCvps – tarifa de consumo verde no horário de ponta
para irrigantes no período seco;
no período seco ($/kWh);
CMhecs – consumo medido (kWh) no horário fora de
TCvfps – tarifa de consumo verde no horário fora de
ponta complementar ao horário especial
ponta no período seco ($/kWh).
para irrigantes no período seco;
O consumo medido no horário de ponta no período
O consumo medido no horário especial para
úmido é obtido pela equação:
irrigantes no período úmido é obtido pela equação:
Q.γ.t pu Q.γ.t heu
CM pu = .h f (19) CM heu = .h f (24)
1000 .η mb(1) 1000 .η mb(1)
em que: em que:
tpu – tempo de funcionamento do sistema no horário de theu – tempo de funcionamento do sistema elevatório
ponta no período úmido (h). no horário especial para irrigantes no período
O consumo medido no horário fora de ponta no úmido (h);
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O consumo medido no horário fora de ponta facilitar a derivação, definindo-se então os que estão
complementar ao horário especial para irrigantes no operando com a variável φ:
período úmido é obtido pela equação:
K1 =
(1 − R ).r (28)
Q.γ.tf fpcu (1 + r )PA − 1
CM fpcu = .h f (25)
1000 .η mb(1)
K2 =
(1 + r )PA − 1 (29)
em que:  PA n
tfpcu – tempo de funcionamento do sistema elevatório ∑ (1 + r )  + 1
 n =1 
no horário fora de ponta complementar ao
horário especial para irrigantes no período Q.γ.c o .c u .t a
K3 = (30)
úmido (h); 735.η b (1)
O consumo medido no horário especial para 16.Q 2 .L
irrigantes no período seco é obtido pela equação: K4 = (31)
π 2 .2.g
Q.γ.t hes
CM hes = .h f (26) Q.γ Q.γ
1000 .η mb(1) K5 = .(12 − d) + 0,1.d. (32)
1000.η mb (1) 1000.η mb (1)
em que:
Q.γ
thes – tempo de funcionamento do sistema elevatório no K6 = (33)
1000.η mb (1)
horário especial para irrigantes no período seco
(h);
Como o fator de atrito “f” da fórmula de perda de
O consumo medido no horário fora de ponta carga (eq.7) também é função do diâmetro, foram
complementar ao horário especial para irrigantes no isolados os seguintes elementos, considerados
período seco é obtido pela equação: constantes, para facilitar a sua derivação:
Q.γ.t fpcs 8
CM fpcs = .h f (27)  64.π.ν 
1000 .η mb(1) K 7 =   (34)
 4.Q 
em que:
e
tfpcs – tempo de funcionamento do sistema no horário K8 = (35)
fora de ponta complementar ao horário especial 3,7
para irrigantes no período seco (h); 5,74
K9 = 0 ,9
(36)
No modelo somente foram consideradas as perdas  4.Q 
 
na tubulação de recalque. Todavia, caso as perdas de  π.ν 
carga localizadas e da tubulação de sucção (que na
2500.π.ν
maioria dos casos são pequenas o suficiente para K 10 = (37)
4.Q
serem desprezadas em relação às do recalque) tiverem
que ser consideradas, basta acrescentar ao Substituindo-se as constantes K7, K8, K9 e K10 na
comprimento da tubulação de recalque (L) a parte eq.8, tem-se:
equivalente a elas (método dos comprimentos 0,125
  K   
−16
virtuais). 
f = K 7 .φ 8 + 9,5.ln 8 + K 9 .φ 0 ,9  − K 10 .φ 6   (38)
Na primeira aproximação não foi considerado o    φ   
custo anual de manutenção e reparos, que é calculado
Finalmente, fazendo-se as substituições, a equação
considerando-o uma fração (m) do investimento inicial
geral do custo anual total (CAT) e a sua derivada em
no sistema, pois o investimento inicial somente
relação ao diâmetro da tubulação de recalque
considerou a tubulação de recalque.
(dCAT/dφ) para minimização do custo anual total dos
Sendo que a velocidade econômica de escoamento é sistemas à combustão e à eletricidade nas duas
decorrente do diâmetro da tubulação de recalque modalidades de tarifação e nos dois tipos de aplicação
quando dCAT/dφ = 0, e devido à numerosa quantidade (sem desconto e com desconto para irrigantes), são
de equações e elementos nelas presentes, foram obtidas pelas equações:
isolados os elementos considerados constantes para
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i) sistema à combustão: dCAT


= (K 1 + K 2 ).L.a.bφ b −1 −
f dφ
CAT = (K 1 + K 2 ).L.a.φ b + K 3 .K 4 . (39)
φ5  K 4 .K 5 .TD v + 
 
dCAT  K 4 .K 6 .t pu .TC vpu + 
= (K 1 + K 2 ).L.a.bφ b −1 − 5.f .φ − 6 .(K 3 .K 4 ) +  
dφ 5.f .φ −6 . K 4 .K 6 .t fpu .TC vfpu +  + (46)
(40)  
 K 4 .K 6 .t ps .TC vps + 
df −5
.φ .(K 3 .K 4 )
dφ  K .K .t .TC 
 4 6 fps vfps 
ii) sistema à eletricidade na tarifação convencional  K 4 .K 5 .TD v + 
sem o desconto:  
 K 4 .K 6 .t pu .TC vpu + 
CAT = (K 1 + K 2 ).L.a.φ b + df −5  
.φ . K 4 .K 6 .t fpu .TC vfpu + 
(41) dφ  
(K 4 .K 5 .TD c + K 4 .K 6 .t a .TC c ). f
 K 4 .K 6 .t ps .TC vps + 
φ5  K .K .t .TC 
 4 6 fps vfps 
dCAT
= (K 1 + K 2 ).L.a.bφ b −1 −
dφ iv) sistema à eletricidade na tarifação horo-sazonal
5.f .φ .(K 4 .K 5 .TD c + K 4 .K 6 .t a .TC c ) + (42)
−6 verde com o desconto:
CAT = (K 1 + K 2 ).L.a.φ b +
.φ .(K 4 .K 5 .TD c + K 4 .K 6 .t a .TC c )
df −5
dφ  K 4 .K 5 .TD v + 
 
 K 4 .K 6 .t pu .TC vpu + 
ii) sistema à eletricidade na tarifação convencional  
com o desconto:  K 4 .K 6 .t fpcu .TC vfpu + 
  f (47)
CAT = (K 1 + K 2 ).L.a.φ b +  4 6 heu
K .K .t .(1 − fdtc ).TC vfpu + . 5
 K 4 .K 5 .TD c +   K .K .t .TC + φ
  f (43)  4 6 ps vps 
 K 4 .K 6 .t hc .TC c + . 5  K 4 .K 6 .t fpcs .TC vfps + 
 K .K .t .(1 − fdtc).TC  φ  
 4 6 he c  K 4 .K 6 .t hes .(1 − fdtc).TC vfps 
 
dCAT
= (K 1 + K 2 ).L.a.bφ b −1 − dCAT
= ( K 1 + K 2 ).L.a.bφ b −1 −
dφ dφ
 K 4 .K 5 .TD c +   K 4 .K 5 .TD v + 
−6
   
5.f .φ . K 4 .K 6 .t hc .TC c + + (44)
 K 4 .K 6 .t pu .TC vpu + 
 K .K .t .(1 − fdtc).TC   
 4 6 he c
 K 4 .K 6 .t fpcu .TC vfpu + 
 K 4 .K 5 .TD c +  −6  
df −5   5.f .φ . K 4 .K 6 .t heu .(1 − fdtc ).TC vfpu +  +
.φ . K 4 .K 6 .t hc .TC c +   K .K .t .TC + 
dφ  K .K .t .(1 − fdtc).TC 
 4 6 he c 
 4 6 ps vps 
 K 4 .K 6 .t fpcs .TC vfps + 
 
iii) sistema à eletricidade na tarifação horo-sazonal  K 4 .K 6 .t hes .(1 − fdtc ).TC vfps 
 
verde sem o desconto:
 K 4 .K 5 .TD v + 
CAT = (K 1 + K 2 ).L.a.φ b +  
 K 4 .K 6 .t pu .TC vpu + 
 K 4 .K 5 .TD v +   
 
 K 4 .K 6 .t pu .TC vpu +   K 4 .K 6 .t fpcu .TC vfpu + 
  f df −5  
(45) .φ . K 4 .K 6 .t heu .(1 − fdtc ).TC vfpu + 
 K 4 .K 6 .t fpu .TC vfpu + . 5 dφ (48)
 φ  K .K .t .TC + 
 K 4 .K 6 .t ps .TC vps +   4 6 ps vps 
 K .K .t .TC   K 4 .K 6 .t fpcs .TC vfps + 
 4 6 fps vfps   
 K 4 .K 6 .t hes .(1 − fdtc ).TC vfps 
 
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Nas equações 40, 42, 44 ,46 e 48 não foram f


(K 1 + K 2 ).K 6 .K 4 . .C ub +
explicitadas as equações de “f” e de “df/dφ”. φ5
Tomando-se a eq.38, sua derivada em relação ao (50)
 f b 
diâmetro da tubulação de recalque (df/dφ) é obtida por:  K 6 .K 4 . 5 .C ub + L.a.φ .m
 φ 
−K 8 K9
+ 0,9. em que:
φ 2
φ 0 ,1
− 6.K 10 .φ 5 Cub – custo unitário dos componentes ativos do
K8
+ E.φ 0, 9
sistema ($/kW);
φ
8.K 7 .φ 7 − 152. 17
  K8   m – fração do custo do sistema que é gasto anualmente
ln + K 9 .φ 0 ,9  − K 10 .φ 6  (49)
df   φ   para sua manutenção e reparos.
= 0,125.
dφ  
0, 875
O segundo termo da eq.(50) corresponde ao custo
 
anual de manutenção e reparos do sistema (CAMR)
 9,5 
 7K .φ 8
+ 16  que influi no cálculo do diâmetro econômico.
   K8   
 ln + K 9 .φ 0 ,9  − K 10 .φ 6   O custo unitário dos componentes ativos do sistema
   φ   
(Cub) é calculado da seguinte maneira para o sistema à
Portanto, igualando-se as equações 40, 42, 44 ,46 e combustão e à eletricidade, respectivamente:
48 a zero, obtém-se o diâmetro econômico da Pb + Pmcc
tubulação de recalque na primeira aproximação. C ub = (51)
Pot mr

Segunda Aproximação Pb + Pme + Pcp + Pte + Pae


C ub = (52)
Na segunda aproximação são incluídos os Pot mr
componentes “ativos” do sistema que apresentam em que:
expressiva participação no investimento inicial, como Pb – preço de aquisição da bomba hidráulica ($);
a bomba e o motor (à combustão ou à eletricidade) Pmcc – preço de aquisição do motor à combustão
acompanhado dos acessórios para seu acionamento, e completo, ou seja, com todos componentes
que influem diretamente na otimização do sistema. para sua operação (bomba injetora, tanque de
Estes componentes alteram o custo anual fixo do combustível, bateria, comando de partida,
sistema e por serem, juntamente com a tubulação de sistema de arrefecimento, etc...);
recalque, a parcela mais significativa do investimento Pme – preço de aquisição do motor elétrico ($);
inicial, permitem com melhor precisão a inclusão do Pcp – preço do comando de partida ($);
custo anual de manutenção e reparos do sistema. Pte – preço do transformador elétrico ($);
Outro aspecto a ser considerado é que devido a Pcp – preço dos acessórios elétricos, tais como cabos,
definição da série (ou modelo) de bomba a ser conectores, separadores, banco de capacitores,
utilizada, o rendimento do conjunto motobomba (ou só etc...($);
bomba para o sistema à combustão) apresenta um Potmr – potência desenvolvida pelos componentes na
valor mais preciso em relação ao utilizado na primeira faixa de melhor rendimento (kW).
aproximação, em que se inseria um valor esperado, Sendo assim, a derivada da eq.(50), que deve ser
todavia, incerto. Sendo assim, em todos termos do incluída nas equações 40, 42, 44 ,46 e 48, se torna:
CAT em que estão presentes as constantes K5 e K6,  df − 5 
devem ser substituídos os valores do rendimento (K 1 + K 2 ).K 6 .K 4 .C ub . − 5.φ − 6 .f + .φ  +
 dφ 
esperado na primeira aproximação (ηmb(1)), menos (53)
  df −5  
K 6 .K 4 .C ub . − 5.φ .f + .φ  + L.a.b.φ b −1 .m
−6
preciso, pelo rendimento esperado na segunda
  d φ  
aproximação (ηmb(2)), mais preciso.
Considerando o exposto, em relação às equações 39, Novamente, igualando-se as equações 40, 42, 44 ,46
41, 43, 45 e 47 são acrescentados, também, os e 48, acrescidas da eq.(53), a zero, obtém-se o
seguintes termos: diâmetro econômico da tubulação de recalque na
segunda aproximação.
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Como se pode perceber, a resolução manual destas 0,00053;


equações é um processo muito trabalhoso e - Coeficiente de determinação (R2): 98,85%.
impraticável. Porém, com o desenvolvimento do iv) Dados para o sistema à combustão:
programa computacional (planilhas eletrônicas - Tipo de combustível: óleo diesel;
integradas) PRODIVE – Programa para cálculo do - Preço do combustível: $1,57/L;
Diâmetro e Velocidade Econômica de escoamento – - Consumo unitário de combustível: 0,225 L/cv/h;
este processo se torna rápido. - Tempo anual de operação: 2400 h;
Sendo assim, o modelo desenvolvido foi aplicado, - Rendimento esperado para a bomba hidráulica
via PRODIVE, a um sistema elevatório de água para (segunda aproximação): 79%.
suprimento de um equipamento de irrigação do tipo v) Dados para o sistema à eletricidade na tarifação
pivô central de 90,94 ha, já implantado, em uma convencional (sem e com desconto):
propriedade agrícola do município de Itapura (SP). - Número de dias por ano de operação do sistema:
Deste modo, foi possível efetuar uma comparação 120;
entre o diâmetro/velocidade de escoamento observado - Tempo de operação diário do sistema: 20 h;
e o calculado pelo modelo. - Número de meses por ano sem operar o sistema:
4;
Aplicação do Modelo - Tarifa de demanda convencional: $9,78/kW;
- Tarifa de consumo convencional:
O modelo desenvolvido foi aplicado, via PRODIVE,
$0,14298/kWh;
a um sistema elevatório de água para suprimento de
- Tempo de operação diário do sistema entre 23 e
um equipamento de irrigação do tipo pivô central de
5h (horário especial com desconto para
90,94 ha, já implantado, em uma propriedade agrícola
irrigantes): 6 h;
do município de Itapura (SP). Deste modo, foi possível
- Fração de desconto sobre a tarifa de consumo
efetuar uma comparação entre o diâmetro/velocidade
para irrigantes entre 23 e 5h: 0,70;
de escoamento observado e o calculado pelo modelo.
- Rendimento esperado para o conjunto
Os dados do sistema elevatório, necessários para motobomba (2a aproximação): 75%.
aplicação do modelo são os seguintes:
vi) Dados para o sistema à eletricidade na tarifação
i) Dados hidráulicos básicos: horo-sazonal verde (sem e com desnconto):
- Vazão do sistema: 341 m3/h; - Número de dias de operação do sistema no
- Comprimento da tubulação de recalque: 1452 m; período seco: 100;
- Material: aço galvanizado com junta elástica - Tempo de operação diário do sistema fora da
(rugosidade absoluta = 0,0002 m); ponta no período seco: 20 h;
- Altura geométrica de elevação: 23,2 m; - Tempo de operação diário do sistema na ponta
- Carga piezométrica necessária no final da no período seco: 0 h;
tubulação de recalque: 45,8 m; - Número de dias de operação do sistema no
- Rendimento esperado para o conjunto período úmido: 20;
motobomba (1a aproximação): 70%. - Tempo de operação diário do sistema fora da
ii) Dados econômicos básicos: ponta no período úmido: 20 h;
- Taxa anual de juros: 8,75%; - Tempo de operação diário do sistema na ponta
- Valor residual do sistema: 10%; no período úmido: 0 h;
- Período de amortização do sistema: 15 anos; - Número de meses por ano sem operar o sistema:
- Gasto anual com manutenção e reparos: 2% do 4;
investimento inicial. - Tarifa de demanda horo-sazonal verde:
iii) Dados da regressão multiplicativa entre o $8,60/kW;
diâmetro da tubulação de recalque (φ em metros) - Tarifa de consumo horo-sazonal verde fora da
se seu custo unitário instalado ($/m): ponta no período seco: $0,08048/kWh;
Preço = a.φb - Tarifa de consumo horo-sazonal verde na ponta
- Sendo: a = 436,59 e b = 1,19223; no período seco: $0,76598/kWh;
- Nível mínimo de significância da regressão: - Tarifa de consumo horo-sazonal verde fora da
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ponta no período úmido: $0,07115/kWh; Em relação à velocidade econômica, verifica-se que


- Tarifa de consumo horo-sazonal verde na ponta a do sistema com acionamento da bomba hidráulica
no período úmido: $0,75339/kWh; por motor a diesel apresentou o menor valor (0,94
- Tempo de operação diário do sistema entre 23 e m/s), fato atribuído tanto ao maior custo anual de
5h no período seco (horário especial com bombeamento, como ao maior custo anual fixo dos
desconto para irrigantes): 6 h; componentes ativos do sistema na composição do
- Tempo de operação diário do sistema entre 23 e custo anual fixo total e, conseqüentemente, no custo
5h no período úmido (horário especial com anual total. Sendo assim, o diâmetro econômico neste
desconto para irrigantes): 6 h; sistema foi o maior verificado (357,4 mm).
- Fração de desconto sobre a tarifa de consumo Em relação à modalidade de tarifação da energia
para irrigantes entre 23 e 5h: 0,70; elétrica, pode-se notar que, devido a não utilização do
- Rendimento esperado para o conjunto sistema no horário de ponta, o custo anual de
motobomba (2a aproximação): 75%. bombeamento na tarifação horo-sazonal verde
Os resultados da aplicação do modelo podem ser apresentou uma menor participação no custo anual
vistos na Tabela 1. total. Com isto, o diâmetro da tubulação ficou menor,
aliado ao fato do custo fixo dos componentes ativos do
Tabela 1. Diâmetro econômico e velocidade de sistema não ter maior participação do que o da
escoamento econômica do sistema nos tubulação de recalque na composição do custo anual
diferentes tipos de acionamento da fixo total e, conseqüentemente, no custo anual total.
bomba hidráulica e tarifação de energia Quando a tubulação de recalque é bastante extensa,
elétrica. sua participação no custo anual fixo total é
majoritária, no intervalo do diâmetro econômico do
Tipo de 1a aproximação 2a aproximação sistema, em relação ao dos componentes ativos do
Sistema D (mm) v (m/s) D (mm) v (m/s) sistema. Este raciocínio também é aplicado dentro de
cada modalidade quando se aplica o desconto para
Combustão:
363,0 0,92 357,4 0,94 irrigantes noturnos (Portaria 105 de 1992 do
diesel
DNAEE).
Eletricidade:
Comparando-se o diâmetro da condição real, 250
TC – 310,2 1,25 308,2 1,27
sem desconto mm, com o calculado pelo modelo na condição
Eletricidade: correspondente à tarifação praticada na propriedade,
TC – 301,3 1,33 300,9 1,33 284,1 mm, houve a necessidade de geração,
com desconto transmissão e distribuição de uma energia elétrica
Eletricidade: extra, devida a maior perda de carga causada pelo
THS verde – 287,4 1,46 289,8 1,44 diâmetro original, de aproximadamente 30800
sem desconto kWh/ano. Isto significa que, em um ano, o consumidor
Eletricidade: gastaria R$ 2804,00 a mais somente com o custo de
THS verde – 280,1 1,54 284,1 1,49 bombeamento. Sendo assim, a tubulação de recalque
com desconto
deveria ser constituída de um trecho de 1150 m de
diâmetro 300 mm e outro trecho de 302 m de diâmetro
Conforme a Tabela 1, verifica-se que a diferença
250 mm para equivaler ao econômico.
entre a primeira e segunda aproximação foi pequena,
fato atribuído, em parte, pela semelhança entre o
rendimento esperado na primeira aproximação e o Conclusões
esperado na segunda aproximação; e, também, porque Conforme a proposição do trabalho, pode-se
o custo anual fixo dos componentes ativos do sistema, concluir que:
presentes somente na segunda aproximação, - O modelo desenvolvido permitiu o cálculo do
apresentou a mesma tendência que o custo anual fixo diâmetro e velocidade econômica para cada tipo
da tubulação de recalque apresentou no custo anual de acionamento da bomba hidráulica do sistema
total na primeira aproximação. elevatório, modalidade de tarifação da energia
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elétrica e benefício ou não do desconto especial 46).


para irrigantes noturnos;
[5] DEB, A.K. Optimization in design of pumping
- A aplicação do modelo permitiu verificar que o systems. Journal of the environmental
diâmetro utilizado pelo consumidor, 250 mm, engineering division - ASCE, v.104, n.EE1,
em relação ao econômico, 284,1 mm, provoca p.127-136, Feb. 1978.
num consumo extra de energia elétrica de
30800 kWh/ano. [6] LENCASTRE, A. Hidráulica geral. Lisboa,
1983. 654p.
Referências [7] NEVES, E.T. Custo de hidráulica. 7.ed. Porto
[1] BABBITT, H.E. Abastecimento de água. Trad. Alegre: Globo, 1982. 577p.
de Z.C.Branco. São Paulo: Edgard Blücher;
[8] SWAMEE, P.K. Design of a submarine pipeline.
Brasília: INL, 1973. 592p.
Journal of the Transport Engineering Division
[2] CAMP, T.R. Water distribution. In: DAVIS, - ASCE, v.119, n.1, p.159-170, 1993.
C.V. Handbook of applied hydraulics. New
[9] ZOCOLER, J.L. Modelo para dimensionamento
York: McGraw-Hill, 1952. cap.20, p.881-944.
econômico de sistemas de recalque em projetos
[3] COIADO, E.M.; A. RIVELLI JUNIOR., A. hidroagrícolas. Piracicaba, 1998. 107p. Tese
Influência da evolução do custo da energia (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura
elétrica no diâmetro econômico de uma instalação “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo.
de recalque de água de abastecimento. Revista
[10] ZOCOLER, J.L. Modelo matemático para
Brasileira de Engenharia - Caderno de
cálculo dos custos e otimização de sistemas de
Recursos Hídricos, v.11, n.2, p.27-48, dez. 1993.
bombeamento. Ilha Solteira, 2003. 189p. Tese
[4] CUOMO, A.R.; VILLELA, S.M. (livre docência) - Faculdade de Engenharia,
Dimensionamento econômico de tubulações em Universidade Estadual Paulista.
recalque. São Carlos: EESC, 1961. (Publicação

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