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Instituto Universal Brasileiro

Administração
Luiz Fernando Diniz Naso
José Carlos Diniz Naso
Inês Diniz Naso

Gerente Geral
Modesto Pantaléa

Diretora Geral
Irene Rodrigues de Oliveira Teixeira Ribeiro

Coordenação
Roseli Anastácio Silva
Waldomiro Recchi

Editoração
Marcos Prado de Carvalho

Revisão de Texto
Marcia Moreira de Carvalho

Autor
Eduardo Latorre

Impressão
IUBRA - Indústria Gráfica e Editora Ltda.
Rodovia Estadual Boituva - Iperó, km 1,1
Campos de Boituva - Boituva - SP
CEP 18550-000

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SUMÁRIO
MÓDULO 2 – VOLUME 4
DOENÇAS OCUPACIONAIS

Aula 1 – INTRODUÇÃO A DOENÇAS OCUPACIONAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


Carcinogenicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Doenças Ocupacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Veja se Aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Aula 2 – AGENTES PATOGÊNICOS E ETIOLÓGICOS CAUSADORES DE DOENÇAS OCU-


PACIONAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Benzeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Sílica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Amianto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Agrotóxicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Doenças Mentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Veja se Aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

Aula 3 – DOENÇAS OCUPACIONAIS E A ACGIH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23


Limites Ocupacionais (TVLs) e Índices de Exposição Biológica (BEIs) . . . . . . . . . . . . 23
Classificação de Carcinogenicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Brasil e a ACGIH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Veja se Aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Aula 4 – IDENTIFICAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27


Rotulagem Preventiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
FISPQ e FDSR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Veja se Aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

Aula 5 – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL . . . . . . . . 32


Aspectos Mínimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Exames Médicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Veja se Aprendeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

Veja se Aprendeu – Respostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
DOENÇAS OCUPACIONAIS

A s doenças ocupacionais podem ser produzidas ou desencadeadas pelo exercício peculiar a


determinada atividade ou em função de condições especiais em que o trabalho é realizado.
Caberá ao profissional técnico em segurança do trabalho identificar essas condições, apresentando
aos empregadores propostas para um melhor gerenciamento dessas atividades desencadeadoras de
algumas moléstias. Percebe-se a grande responsabilidade que o futuro técnico em segurança no tra-
balho possui diante das empresas e dos seus colaboradores.

Aula 1
Damos a Introdução a Doenças Ocupacionais, tratando sobre o surgimento do trabalho em
observação e essas doenças, além das definições de doenças profissionais e doenças do trabalho.
Aula 2
Tratamos de alguns Agentes Patogênicos e Etiológicos Causadores de Doenças Ocupacionais,
que podem desencadear doenças do trabalho e profissional como leucemia, silicose dentre outras.
Aula 3
Fala de Doenças Ocupacionais e a ACGIH,, uma organização não governamental voltada para a
promoção da saúde ocupacional e que estabelece os limites ocupacionais para os agentes químicos e
físicos (TLVs), além de índices de exposição biológica (BEIs).
Aula 4
Tratamos sobre a Identificação de Produtos Perigosos e o quanto é importante a rotulagem
preventiva utilizando-se do Diagrama de Hommel, além das especificações contidas na Ficha de Infor-
mações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ).
Aula 5
Estabelece as diretrizes para a obrigatoriedade da instalação do Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional (PCMSO), de acordo com a NR-7.

SAIBA MAIS

O site Ocupacional (www.ocupacional.com.br/ocupacional) disponibiliza informações a respeito


da medicina ocupacional e segurança do trabalho, com conselhos de assistência jurídica, palestras etc.

Doenças Ocupacionais 3 Instituto Universal Brasileiro


GLOSSÁRIO

Domissanitário. Termo utilizado para identificar os saneantes destinados a uso domiciliar.

Etiológico. Que investiga a causa e origem de algo.

Insalubre. Lugar que não é bom para a saúde.

Monitoramento. Atividade sistemática, contínua ou repetitiva, planejada para implementar, se necessá-


rio, medidas corretivas.

Neoplasia. Processo patológico que resulta no desenvolvimento de um neoplasma.

Neoplasma. Crescimento anormal, incontrolado e progressivo de tecido, mediante proliferação celular; tumor.

Patológico. Que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo.

Peculiar. Especial, privativo, próprio de uma pessoa ou de uma coisa.

Conceitos importantes

Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). São tratados multilaterais abertos, de


caráter normativo, que podem ser ratificados sem limitação de prazo por qualquer Estado-membro. Até 18 me-
ses da adoção de uma convenção, cada Estado-membro tem obrigação de submetê-la à autoridade nacional
competente (no Brasil, o Congresso Nacional) para aprovação. Após aprovação, o Governo (presidente da Repú-
blica) promove a ratificação do tratado, o que importa na incorporação automática de suas normas à legislação
nacional. Após a ratificação, o Estado-membro deve adotar medidas legais ou outras que assegurem a aplica-
ção da convenção em prazos determinados, incluindo o estabelecimento de sanções apropriadas, mantendo
serviços de inspeção que zelem por seu cumprimento. Em geral, é prevista consulta prévia às entidades mais
representativas de empregadores e trabalhadores.

GHS. Trata-se do acrônimo para The Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals
- Sistema Harmonizado Globalmente para a Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos. Uma abordagem
lógica e abrangente para: definição dos perigos dos produtos químicos; criação de processos de classificação que
usem os dados disponíveis sobre os produtos químicos; e a comunicação da informação de perigo em rótulos.

Nexo causal. Em segurança do trabalho, nexo causal é a relação da doença ocupacional com o ambiente
de trabalho. Ele é importante no sentido de mapear os riscos existentes no ambiente de trabalho, pois o simples
nexo entre ambiente e doença obriga o empregador a promover medidas de controle no ambiente.

Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP). Metodologia que tem como objetivo identificar
quais doenças e acidentes estão relacionados com a prática de uma determinada atividade profissional pelo
INSS. Com ele, quando o trabalhador adquirir uma doença inteiramente relacionada à atividade profissional, fica
qualificado o acidente de trabalho. Com isso, é a empresa que deverá provar que as doenças e os acidentes de
trabalho não foram causados pela atividade desenvolvida pelo trabalhador, ou seja, o ônus da prova passa a ser
do empregador e não mais do empregado.
Doenças Ocupacionais 4 Instituto Universal Brasileiro
rísticas definidas e requeridas (por exemplo,
Aula 1 processo de transformação primária do aço).
INTRODUÇÃO A DOENÇAS Sendo assim, os prevencionistas devem ficar
OCUPACIONAIS atentos a alguns métodos e processos produti-
vos ou de trabalho que podem gerar moléstias
Introdução ocupacionais.
O que são doenças ocupacionais? Existe
diferença entre doença do trabalho e profis-
sional? Historicamente, as doenças ocupa-
cionais começaram a ser observadas mais in-
tensamente pelo médico italiano Bernardino
Ramazzini através do livro De morbis artificum
diatriba (1700), considerado como o primeiro
tratado sistematizado sobre doenças ocupa-
cionais. Ele procurava relacionar os riscos à
saúde diante da exposição aos produtos quí-
micos, tais como vapores, fumos, poeiras, den-
tre outros agentes encontrados por trabalha-
dores em 52 ocupações.
Ramazzini acreditava que o ambiente de
trabalho afetava a saúde dos trabalhadores e
costumava perguntar a seus pacientes: Qual a
sua ocupação? (que arte exerce?). Ele procura-
va relacionar as atividades profissionais com as
doenças desenvolvidas e relatadas pelos traba-
Vamos tratar nesta disciplina sobre as doen- lhadores. Veja um trecho de seu livro:
ças ocupacionais, doenças do trabalho e profis-
sional, suas diferenças e condições de agressivi- Seminus, até em pleno inverno, ao fabri-
dade aos trabalhadores. carem vasos de vidro, os operários permane-
O artigo 1º, inciso III, da portaria nº 3.275 cem junto aos fumegantes fornos; forçoso é
de 1989 do Ministério do Trabalho determina que se prejudique a acuidade da visão ao di-
que é atividade do profissional em segurança rigi-la constantemente para as chamas ou o
do trabalho analisar os métodos e os processos vidro em fusão. Os olhos suportam o primeiro
de trabalho, identificando os fatores de riscos de ímpeto incandescente, mas logo depois cho-
acidentes no trabalho, as doenças profissionais e ram seu infortúnio, ficam lacrimejantes, debi-
do trabalho e a presença de agentes ambientais lita-se sua natural constituição que é aquosa,
agressivos ao trabalhador, propondo a sua elimi- consumida e esgotada pelo excessivo calor.
nação ou seu controle. Por isso experimentam uma sede insaciável
Primeiramente, o que são métodos ou que os incita, de ordinário, a tomar vinho, que
processos produtivos ou de trabalho? Método o bebem imoderadamente, e com maior pra-
é a maneira de se fazer algo para obter um de- zer do que a água, pois julgam a água mais
terminado resultado. Cada operário é treinado nociva que o vinho para quem se esquenta
no método de trabalho, isto é, na maneira de demasiadamente, seja qual for a causa, e re-
executar a tarefa específica, para desempenhar cordam casos frequentes de insolações em
as atividades rotineiras. Já os processos produ- indivíduos que morreram subitamente por te-
tivos ou de trabalho são a combinação de de- rem tomado bebida fria.
terminados fatores (máquinas, equipamentos e
pessoas) que levam à transformação de certas Bernardino Ramazzini
entradas (matérias-primas, peças e componen- De morbis artificum diatriba, 1700
tes) em produtos (manufatura) com caracte-
Doenças Ocupacionais - Aula 1 5 Instituto Universal Brasileiro
Os agentes mutagênicos são subs-
PARA REFLETIR tâncias que interagem com o DNA e causam
mutações. Os agentes teratogênicos são
Caros alunos, observem o relato dramá- substâncias que ocasionam malformações
tico do médico italiano quanto às condições congênitas. Mutações gênicas são trocas
de trabalho daquela época. Muita coisa mu- na sequência do DNA de um gene.
dou, contudo, muitos ambientes de trabalho
ainda proporcionam situações idênticas ou
quase idênticas. Diante desse quadro, até a Carcinogenicidade
ingestão de água acarretava a morte súbita
de alguns trabalhadores.

Com o passar do tempo, ingressamos no


período da Revolução Industrial (século XVIII),
período em que muitos outros problemas de
doenças foram descobertos e reconhecidos,
pois as condições de trabalho eram extrema-
mente insalubres.
Através da observação e dos questio-
namentos de profissionais sérios e engajados
com o bem-estar das pessoas, nasceu a medi-
cina do trabalho. Em hipótese alguma, o pro-
fissional não pode deixar o trabalhador sem
alguma resposta.
Este material é um complemento da dis-
ciplina anterior: higiene ocupacional e ergono-
mia. Portanto, procure seguir as nossas orienta-
ções, consultando a legislação e a bibliografia Carcinogenicidade é a capacidade de
de referência, sobretudo aquelas publicações substâncias químicas ou outro fator ambien-
dispostas gratuitamente pela internet, como as tal induzir o aparecimento de neoplasias
da Fundacentro, além das Normas Regulamen- malignas. Diversas substâncias presentes no
tadoras do Ministério do Trabalho. meio ambiente têm o potencial de alterar a
estrutura do genoma e/ou a expressão da in-
formação genética, aumentando o risco para
SAIBA MAIS o desenvolvimento de câncer.
O câncer é uma doença relativamente
A lei nº 8.213 de 1991 (Planos de Bene- comum no mundo. Nos países desenvolvidos,
fícios da Previdência Social), em seu artigo atualmente em média, cerca de uma pessoa
20, considera como acidente no trabalho as em cinco morre de câncer. Os termos câncer,
seguintes entidades mórbidas: a doença pro- neoplasias malignas ou tumores malignos
fissional e a doença do trabalho. Existe dife- são sinônimos e caracterizam um grupo de
rença entre os termos doença ocupacional, doenças com distribuição mundial e que se
doença do trabalho e doença profissional? constitui em importante causa de óbito en-
Antes de tratarmos sobre esse assunto, você tre indivíduos na idade produtiva. A primei-
saberia dizer o que é carcinogenicidade, ra evidência consistente da causalidade em
agentes mutagênicos ou teratogênicos, con- câncer teve origem na observação clínica de
ceitos muito importantes para o desenvolvi- seres humanos, relacionando um determina-
mento da matéria. do tipo de neoplasia a um carcinogênico ocu-
pacional.
Doenças Ocupacionais - Aula 1 6 Instituto Universal Brasileiro
corantes, principalmente na indústria de couro,
O tempo decorrido entre a exposição a têxtil e plásticos. Atualmente, a produção de ben-
um determinado agente e a detecção clínica zidina, seu uso ou importação são proibidos em
do tumor pode variar em função de uma sé- muitos países. A Agência Internacional de Pesqui-
rie de fatores ligados ao agente, ao tipo, ao sa em Câncer (IARC) classifica a benzidina como
tempo da exposição e ao trabalhador. Isso é carcinógeno humano, com base no aumento do
chamado de efeito latente, e a duração desse risco para câncer de bexiga urinária.
tempo é chamada de tempo de latência.
Em 1775, o médico bri-
Do ponto de vista biológico, o desenvolvi- tânico Percivall Pott (1714 -
mento do câncer ocorre devido a uma série de 1788) descreveu a ocorrência
eventos, culminando com a perda da capacidade de um tipo de câncer de bol-
de regulação do ciclo celular. Mas existem fatores sa escrotal entre seus pacien-
de risco para o câncer? Se afirmativo, quais situa- tes que tinham em comum
ções podem contribuir para o desenvolvimento o trabalho de limpadores de
dessa doença tão grave? Os processos de produ- chaminés desde muito jovens.
ção podem contribuir para o surgimento delas?
A resposta é afirmativa, segundo o INCA (Institu-
to Nacional do Câncer). Acompanha-se a expo-
sição das populações a fatores de risco, como o SAIBA MAIS
tabagismo, a dieta inadequada, a vida sedentária
e a exposição a substâncias carcinogênicas no O Brasil foi signatário da Convenção
trabalho e na comunidade. 139 (Câncer Profissional) da OIT (Organização
O câncer pode se manifestar também nos Internacional do Trabalho), obrigando-se a
trabalhadores expostos a diversas substâncias substituir as substâncias e agentes canceríge-
consideradas carcinogênicas (ou suspeitas) das nos, aos quais os trabalhadores poderão estar
quais são manuseadas diariamente pelo mundo expostos durante seu trabalho, por substân-
afora. Muitas vezes essa tarefa não é tão simples, cias ou agentes não cancerígenos, ou agentes
ou seja, relaciona-se com o exercício de um traba- menos nocivos. Entretanto, ainda são manu-
lho ou com a exposição a determinados agentes seadas nos ambientes de trabalho substân-
químicos, por exemplo, o benzeno. Em meados cias consideradas cancerígenas, sendo obser-
da década de 1990, cerca de quatro milhões de vadas pelo anexo 13 da NR-15.
substâncias químicas estavam registradas na
Chemical Abstracts Service (CAS). Os agentes cancerígenos constituem um
problema difícil na prática da higiene ocupacio-
nal. Para reconhecer o problema, é essencial um
PARA REFLETIR constante estudo e acesso a fontes confiáveis de
informação. Como referência, podemos contar
O Anexo 13-A da NR-15 (Atividades e com as informações publicadas pelos seguintes
Operações Insalubres) tem como objetivo re- órgãos públicos e privados:
gulamentar ações, atribuições e procedimen-
tos de prevenção da exposição ocupacional • TST – Tribunal Superior do Trabalho;
ao benzeno, visando à proteção da saúde do • MPT – Ministério Público do Trabalho;
trabalhador, visto tratar-se de um produto • ABHO – Associação Brasileira de Higienis-
comprovadamente cancerígeno. tas Ocupacionais;
• ACGIH – American Conference of Govern-
Segundo a Ficha de Informação Toxicológica mental Hygienists;
da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de • IARC – International Agency for Research
São Paulo), a benzidina (C12H12N2) foi utilizada por on Cancer - Agência Internacional de Pesquisa em
muito tempo como intermediário na produção de Câncer;
Doenças Ocupacionais - Aula 1 7 Instituto Universal Brasileiro
• MTE – Ministério do Trabalho e Emprego; As doenças ocupacionais, para se mani-
• FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat festarem, levam um certo tempo (lapso tem-
Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho; poral). Dificilmente um trabalhador irá adquirir
• INCA - Instituto Nacional de Câncer. câncer de pele diante de uma única exposição
solar. Para isso acontecer, certamente deverão
Considerando-se que a carcinogênese é ocorrer diversas exposições e por um determi-
um processo altamente complexo, do qual parti- nado tempo.
cipam fatores de riscos herdados e ambientais re- Assim, nesses caso, qual seria, então, o dia
lacionados à condição social, aos hábitos alimen- do acidente? De acordo com a lei nº 8.213 de
tares, ao estilo de vida, à ocupação e à exposição 1991, em seu artigo 23, considera-se como dia
a agentes físicos e químicos, a contribuição mais do acidente a data do início da incapacidade
expressiva da toxicologia para a redução da inci- laborativa para o exercício da atividade habi-
dência do câncer se faz por intermédio da identi- tual, ou o dia da segregação compulsória, ou o
ficação dos fatores de riscos de natureza química. dia em que for realizado o diagnóstico, valendo
A avaliação toxicológica permite identificar para este efeito o que ocorrer primeiro.
substâncias químicas potencialmente cancerígenas E como será caracterizada a doença
e torna possível implementar medidas regulatórias ocupacional? Segundo o artigo 337 do decre-
para reduzir a exposição humana a elas. De um modo to nº 3.048 de 1999, o acidente de trabalho
geral, o câncer decorre da associação entre a exposi- será caracterizado tecnicamente pela perícia
ção a substâncias cancerígenas e trabalhadores com médica do INSS, mediante a identificação do
características genéticas peculiares. A contribuição da nexo entre o trabalho e o agravo: o acidente
exposição ocupacional é um ponto factível de contro- e a lesão; a doença e o trabalho; a causa mor-
le e de redução máxima, o que a torna um ponto par- tis e o acidente.
ticularmente vulnerável para medidas de intervenção. A legislação brasileira adotou a Classifica-
ção de Schilling para firmar o nexo causal entre
a doença e o trabalho desenvolvido.
Doenças Ocupacionais
Em 1984, o professor britânico Richard
Schilling (1911-1997) propôs classificar as
doenças relacionadas ao trabalho em três
grupos:

• Grupo I. Doenças em que o traba-


lho é causa necessária, tipificadas pelas
doenças profissionais e pelas intoxicações
agudas de origem ocupacional. Exem-
plo: asbestose, causada pela exposição ao
amianto.

A doença ocupacional engloba as doenças • Grupo II. Doenças em que o traba-


profissional e do trabalho. Quando se diz que um lho pode ser um fator de risco, contributivo,
trabalhador adquiriu uma doença ocupacional, mas não necessário, exemplificadas pelas
poderá ser qualquer uma das duas, ou ambas. Por doenças comuns, mais frequentes ou mais
exemplo, um trabalhador da construção civil expos- precoces em determinados grupos ocupa-
to sob condições hiperbáricas (trabalhos em tubu- cionais e para as quais o nexo causal é de
lões) e a radiações não ionizantes (luz do sol). Neste natureza eminentemente epidemiológica.
caso, a descompressão realizada em desacordo com A hipertensão arterial e as neoplasias ma-
a legislação vigente poderá acarretar sérios danos lignas (cânceres), em determinados grupos
ao trabalhador (embolia) e também desenvolver ocupacionais ou profissionais, constituem
câncer de pele devido à exposição intensa ao sol. exemplos típicos.
Doenças Ocupacionais - Aula 1 8 Instituto Universal Brasileiro
• Grupo III. Doenças em que o traba- Doença profissional
lho é provocador de um distúrbio latente, ou
agravador de doença já estabelecida ou pree- A doença profissional é produzida ou de-
xistente, ou seja, com causa, tipificadas pelas sencadeada pelo exercício do trabalho peculiar
doenças alérgicas de pele e respiratórias e pe- a determinada atividade. Dessa forma, uma en-
los distúrbios mentais, em determinados gru- tidade mórbida será considerada como doença
pos ocupacionais ou profissionais. profissional se houver a ocorrência do nexo cau-
sal entre a doença produzida ou desencadeada
(dano) mais a atividade profissional específica.
Como dissemos, as doenças consideradas
SAIBA MAIS profissionais são aquelas desenvolvidas pelo
exercício de uma determinada atividade profis-
O Tribunal Superior do Trabalho dis- sional, por exemplo, o mal dos caixões.
ponibilizou um vídeo sobre a Classificação
de Schilling. Basta acessar este link: https:// Mal dos caixões?
youtu.be/kFWhrZeF8tI.

Assim, nesta apostila, iremos tratar de algu-


mas substâncias e/ou condições de trabalho con-
siderados pela ciência como possíveis causado-
res de danos graves aos trabalhadores expostos,
deixando de lado qualquer pretensão de esgotar
o tema que é extremamente amplo.
Com esses apontamentos, o futuro técni-
co em segurança do trabalho deverá conduzir
as suas conclusões com o objetivo de proteger a
integridade física dos trabalhadores, através do
monitoramento ambiental e biológico. Sim, apesar do seu nome estranho, ela é
uma espécie de doença descompressiva (tam-
Monitoramento do ambiente. Consiste bém conhecida como DD, mal dos mergu-
na avaliação de agentes no ambiente de traba- lhadores, mal de descompressão, doença dos
lho para quantificar a exposição dos trabalha- mergulhadores). É o nome dado à variedade
dores e avaliar o risco à saúde, comparando os de sintomas experimentados por uma pessoa
resultados com referências apropriadas. exposta a uma redução da pressão do ar que
rodeia o seu corpo. Os gases dissolvidos no san-
Monitoramento biológico. Consiste gue formam bolhas que obstruem as vias san-
na avaliação de agentes químicos ou seus guíneas causando dor e outros sintomas. Bolhas
metabólitos em tecidos, secreções, excre- de ar podem formar-se quando uma pessoa
ções, ar exalado ou qualquer combinação passa de um ambiente de alta pressão para um
destes para avaliar o risco à saúde quando ambiente de baixa pressão, o que ocorre duran-
comparado com referências apropriadas. te a emersão em um mergulho. Assim, somente
os trabalhadores que exercem suas atividades
Vigilância à saúde. Consiste no exa- laborativas expostos a essas condições poderão
me médico periódico de trabalhadores ex- adquirir esse tipo de doença: mergulhadores,
postos com o objetivo de proteger a saúde operários da construção civil e trabalhos em
e prevenir o aparecimento de doenças re- tubulões pressurizados. O Anexo 6 da NR-15
lacionadas com o trabalho. A detecção de apresenta diversas tabelas para serem observa-
doenças já instaladas está fora do escopo das quanto à descompressão dos trabalhadores
desta definição. expostos a essas condições.

Doenças Ocupacionais - Aula 1 9 Instituto Universal Brasileiro


Num primeiro momento, podemos dizer ► Nexo Técnico Epidemiológico Pre-
que o nexo causal está estabelecido, pois exis- videnciário
te uma presunção relativa entre a atividade
desenvolvida pelo trabalhador (mergulhador) De acordo com a frequência de um
e a doença adquirida (mal dos caixões). Essa mesmo evento (por exemplo, câncer de
presunção possibilita a inversão do ônus da pele) ocorrido em cada setor econômico
prova, ou seja, no caso da ocorrência de uma (por exemplo, setor de cultivo de cana-de-
doença profissional, a empresa deverá com- -açúcar), uma doença que não era conside-
provar a inexistência do nexo causal. rada com relação ao trabalho poderá pas-
sar do auxílio-doença previdenciário para
auxílio-doença acidentário, de acordo com
SAIBA MAIS o Nexo Técnico Epidemiológico Previden-
ciário (NTEP).
O ônus da prova incumbe ao autor O artigo 21 da lei nº 8.213 de 1991
quanto ao fato constitutivo do seu direito, aponta que a perícia médica do Instituto
contudo, em algumas situações, essa con- Nacional do Seguro Social (INSS) considera-
dição (doença profissional) inverte, caben- rá caracterizada a natureza acidentária da
do agora ao réu (empresa) provar que o incapacidade quando constatar ocorrên-
dano não ocorreu durante a realização de cia de nexo técnico epidemiológico entre
um determinado trabalho. o trabalho e o agravo, decorrente da rela-
ção entre a atividade da empresa do em-
Uma possível ação de indenização para pregado e a entidade mórbida motivadora
reparar os danos morais e materiais poderá ser da incapacidade elencada na Classificação
ajuizada pelo trabalhador que foi acometido Internacional de Doenças (CID), em confor-
de uma doença profissional. E não é somente midade com o que dispuser o regulamento.
isso, uma ação regressiva (INSS) e outra crimi- Por outro lado, a empresa ou o emprega-
nal poderá ser iniciada, objetivando a conde- dor poderão requerer a não aplicação do
nação dos responsáveis pela prática criminosa nexo técnico epidemiológico, cuja decisão
(lesão corporal). caberá recurso, com efeito suspensivo, da
Quando um empregado sofre um aciden- empresa, do empregado doméstico ou do
te do trabalho por culpa do empregador, ele segurado ao Conselho de Recursos da Pre-
começa a receber os benefícios previdenciários vidência Social.
decorrentes desse evento. Com isso, são gera- Num primeiro momento, a legislação
das despesas para os cofres públicos. reconhece o nexo (para algumas doenças)
entre o trabalho desenvolvido e o agravo.
Num segundo plano, caso a empresa enten-
SAIBA MAIS da que a doença adquirida pelo trabalhador
não possui relação com o trabalho realiza-
A ação regressiva acidentária é o do, a empresa deverá recorrer à Previdência
instrumento judicial pelo qual o Poder Pú- Social com o objetivo de excluir a aplicação
blico federal busca o ressarcimento dos va- desse nexo.
lores despendidos pelo Instituto Nacional A empresa deverá demonstrar a ine-
do Seguro Social (INSS), com prestações xistência de correspondente nexo entre o
sociais acidentárias pagas aos trabalha- trabalho e o agravo. O INSS informará ao
dores, nos casos de acidentes do trabalho segurado sobre a contestação da empresa
que estes sofreram em virtude de descum- para que este, querendo, possa impugná-
primento das normas de segurança, higie- -la, sempre que a instrução do pedido evi-
ne e saúde do trabalho por parte dos seus denciar a possibilidade de reconhecimento
empregadores. de inexistência do nexo entre o trabalho e
o agravo.
Doenças Ocupacionais - Aula 1 10 Instituto Universal Brasileiro
Doença do trabalho nente. Essas síndromes são resultados da combi-
nação da sobrecarga das estruturas anatômicas
A doença do trabalho é aquela adquirida ou do sistema osteomuscular com a falta de tempo
desencadeada em função de condições especiais para sua recuperação.
em que o trabalho é realizado e com ele se relacio- A sobrecarga pode ocorrer seja pela utili-
ne diretamente. Diferentemente da doença profis- zação excessiva de determinados grupos mus-
sional, a do trabalho poderá ser desenvolvida por culares em movimentos repetitivos com ou sem
exposições aos agentes físicos, químicos, biológi- exigência de esforço localizado, seja pela perma-
cos, ergonômicos e os psicossociais. Neste caso, a nência de segmentos do corpo em determina-
doença considerada do trabalho não é exclusiva das posições por tempo prolongado, particular-
de uma atividade profissional, como é o caso do mente quando essas posições exigem esforço ou
ruído e das Lesões por Esforços Repetitivos (LER). resistência das estruturas musculoesqueléticas
O ruído é o agente ambiental mais encon- contra a gravidade.
trado nos ambientes de trabalho, portanto, qual-
quer trabalhador que estiver exposto a intensida-
des sonoras acima dos limites de tolerância sem a PARA REFLETIR
devida proteção poderá sofrer danos irreversíveis
à sua saúde. Por exemplo, operadores de tráfego Pela definição acima, chegamos à con-
aéreo, mecânicos de manutenção, ajudantes de clusão de que qualquer atividade profissional
produção, operadores de máquinas etc. que esteja sob essas condições poderá desen-
As Lesões por Esforços Repetitivos (ou volver a chamada LER/DORT. Por exemplo, tra-
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao balhadores numa linha de produção de corte e
Trabalho – DORT), de acordo com o INSS, é uma desossa de animais. A NR-36 (Segurança e Saú-
síndrome relacionada ao trabalho, caracterizada de no Trabalho em Empresas de Abate e Pro-
pela ocorrência de vários sintomas concomitan- cessamento de Carnes e Derivados) determina
tes ou não, tais como: dor, sensação de peso, fa- a implementação de medidas de controle que
diga, de aparecimento insidioso, geralmente nos evitem que os trabalhadores, ao realizar suas
membros superiores, mas podendo acometer atividades, sejam obrigados a efetuar de forma
membros inferiores. As LER foi regulamentada contínua e repetitiva: movimentos bruscos de
por meio da Instrução Normativa nº 98 INSS/DC impacto dos membros superiores; uso excessi-
de 2003, que aprovou a Norma Técnica INSS/DSS vo de força muscular; frequência de movimen-
606/98. A necessidade de concentração e aten- tos dos membros superiores que possam com-
ção do trabalhador para realizar suas atividades prometer a segurança e saúde do trabalhador.
e a tensão imposta pela organização do trabalho
são fatores que interferem de forma significativa Assim, as formas de prevenção adotadas pela
para a ocorrência das LER/DORT. legislação procura evitar o desenvolvimento das le-
No Brasil, as LER/DORT foram primeiramen- sões supramencionadas. Outras atividades podem
te descritas como tenossinovite ocupacional. Fo- desenvolver síndromes como as apontadas acima,
ram apresentados, no XII Congresso Nacional de surgindo em condições especiais de trabalho.
Prevenção de Acidentes do Trabalho (1973) casos
de tenossinovite ocupacional em lavadeiras, lim- Não se esqueçam: a segurança do traba-
padoras e engomadeiras, recomendando-se que lho também faz parte da gestão das empresas,
fossem observadas pausas de trabalho daqueles apesar de muitos (empresários, diretores, ge-
que operavam intensamente com as mãos. No rentes, encarregados, os próprios trabalhado-
campo social, sobretudo na década de 1980, os res) não enxergarem dessa forma. Veja como é
sindicatos dos trabalhadores em processamento importante uma empresa cuidar da saúde e da
de dados travaram uma luta pelo enquadramen- segurança de seus trabalhadores. Os reflexos
to da tenossinovite como doença do trabalho. poderão ir além de uma simples comunicação
Frequentemente esses fatores são causas de acidente no trabalho à Previdência Social.
de incapacidade laboral temporária ou perma-
Doenças Ocupacionais - Aula 1 11 Instituto Universal Brasileiro
VEJA SE APRENDEU

1. Leia as seguintes afirmativas sobre carcinogenicidade e, depois, assinale a alternativa correta.

I. Carcinogenicidade é a capacidade de substâncias químicas ou outro fator ambiental induzir o


aparecimento de neoplasias malignas.
II. Os termos câncer, neoplasias malignas ou tumores malignos são sinônimos.

a) ( ) Todas estão corretas


b) ( ) Apenas I é correta
c) ( ) Apenas II é correta
d) ( ) Todas estão incorretas

2. O tempo decorrido entre a exposição a um determinado agente e a detecção clínica do tumor


pode variar em função de uma série de fatores ligados ao agente, ao tipo, ao tempo da exposição e ao
trabalhador. Isso é chamado de:
a) ( ) efeito estufa.
b) ( ) nexo causal.
c) ( ) efeito latente.
d) ( ) mutação gênica.

3. Leia as seguintes afirmações.

I. Doença ocupacional engloba as doenças profissional e do trabalho.


II. Doença profissional é o mesmo que doença do trabalho.
III. Doença profissional é aquela desenvolvida pelo exercício de uma determinada atividade pro-
fissional.
IV. Doença do trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais
em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

Qual das afirmações está incorreta?

a) ( )I
b) ( ) II
c) ( ) III
d) ( ) IV

4. Complete a frase abaixo e, depois, assinale a alternativa correta.

De acordo com a frequência de um mesmo evento ocorrido em cada setor econômico, uma
doença que não era considerada com relação ao trabalho poderá passar do auxílio-doença previden-
ciário para auxílio-doença acidentário, de acordo com o ___________________.

a) ( ) nexo causal
b) ( ) tempo de latência
c) ( ) ônus da prova
d) ( ) nexo técnico epidemiológico
Doenças Ocupacionais - Aula 1 12 Instituto Universal Brasileiro
- Fabricação de material refratário
Aula 2 para fornos, chaminés e cadinhos,
AGENTES PATOGÊNICOS E recuperação de resíduos.
ETIOLÓGICOS CAUSADORES - Fabricação de mós, rebolos, sapo-
DE DOENÇAS OCUPACIONAIS náceos, pós e pastas para polimento
de metais.
- Moagem e manipulação de sílica
Introdução na indústria de vidros e porcelanas.
- Trabalho em pedreiras.
- Trabalho em construção de túneis.
- Desbastes e polimento de pedras.

Vibrações
(Afecções dos Indústria metalúrgica, construção
músculos, naval e automobilística; mineração;
tendões, ossos, agricultura (motosserras); instru-
articulações, mentos pneumáticos; ferramentas
vasos sanguíneos vibratórias, elétricas e manuais; con-
periféricos ou dos dução de caminhões e ônibus.
nervos periféricos)

- Mineração, construção de túneis,


exploração de pedreiras (detona-
ção, perfuração).
- Engenharia pesada (fundição de
Ruído e afecção
ferro, prensa de forja); trabalho com
auditiva
Vamos conferir nesta aula algumas doenças máquinas que funcionam com po-
apontadas pela legislação brasileira como sendo tentes motores a combustão.
- Utilização de máquinas têxteis.
desencadeadas nos ambientes de trabalho. A - Testes de reatores de aviões.
Previdência Social, através do decreto nº 3.048 de
1999, em seu Anexo II, e a Listas A e B, apresentou - Instalações petroquímicas onde se
uma diversidade de agentes patogênicos causa- produz benzeno.
- Indústria química ou de laborató-
dores de doenças profissionais e do trabalho. rio.
O Anexo II vincula o agente patogênico às Benzeno - Produção de cola sintética.
atividades profissionais desenvolvidas. Por exem- - Usuários de cola sintética na fabri-
plo, os trabalhadores de uma pedreira estão ex- cação de calçados, artigos de couro
postos à sílica livre. Já as Listas A e B apontam para ou borracha e móveis.
- Produção de tintas.
a relação agente patogênico e as doenças que os
trabalhadores poderão desenvolver. Por exemplo,
o trabalhador de uma pedreira exposto à sílica livre Lista A
poderá apresentar uma doença chamada silicose.
O Anexo II e as respectivas listas são bem ex- Agentes etiológi-
tensas, por isso, disponibilizamos a seguir apenas Doenças casualmente relaciona-
cos ou fatores de
das com os respectivos agentes
um trecho do que vamos apresentar nesta aula. risco de natureza
ou fatores de risco
ocupacional
Anexo II
- Neoplasia maligna dos brônquios
Agentes e do pulmão.
Trabalhos que contêm o risco - Outras doenças pulmonares obs-
patogênicos
- Extração de minérios (trabalhos no trutivas crônicas (inclui asma obs-
subsolo e a céu aberto). Sílica livre trutiva, bronquite crônica, bronqui-
- Decapagem, limpeza de metais, te obstrutiva crônica).
Sílica livre - Silicose.
foscamento de vidros com jatos de
areia e outras atividades em que se - Pneumoconiose associada com tu-
usa areia como abrasivo. berculose (sílica-tuberculose).

Doenças Ocupacionais - Aula 2 13 Instituto Universal Brasileiro


Vibrações plásticos, corantes e detergentes. O benzeno po-
(afecções dos - Síndrome de Reynaud (síndrome derá ser encontrado também no carvão mineral
músculos, dos dedos brancos). que é matéria-prima das indústrias de siderurgia
tendões, ossos, - Outros transtornos articulares não (produção de aço).
articulações, classificados em outra parte: dor ar-
vasos sanguíneos ticular.
periféricos ou dos - Síndrome cervicobraquial.
nervos periféricos)
- Perda da audição provocada pelo
ruído.
- Outras percepções auditivas anor-
mais: alteração temporária do limiar
Ruído e afecção
auditivo, comprometimento da dis-
auditiva
criminação auditiva e hiperacusia.
- Hipertensão arterial.
- Ruptura traumática do tímpano
(pelo ruído).
- Leucemias.
- Transtorno mental orgânico ou sin-
Benzeno tomático não especificado (tolueno Indústria petroquímica
e outros solventes aromáticos neu-
rotóxicos).

Lista B

Agentes etiológicos ou fatores de


Doença
risco de natureza ocupacional
Atividades realizadas por pessoal de
saúde, que propiciam contato dire-
Tuberculose to com produtos contaminados ou
com doentes cujos exames bacte-
riológicos são positivos.

Agora, caro aluno, vamos apresentar alguns Carvão mineral


agentes patogênicos e etiológicos capazes de
provocar doenças muito graves aos trabalhado-
res expostos. SAIBA MAIS

A revista Proteção (setembro de 2015)


Benzeno trouxe, como reportagem de capa, os 20
anos do Acordo Nacional sobre o Benzeno,
Um dos agentes químicos mais agressi- em que foi possível definir um conjunto de
vos aos trabalhadores é o benzeno (C6H6), uma ações, atribuições e procedimentos para a
substância química do tipo hidrocarboneto prevenção da exposição ocupacional à subs-
(átomos de hidrogênio e carbono) aromático, tância (gestão). Essa regulamentação ocor-
altamente inflamável, cujo vapor é mais denso reu por causa da exposição ao produto dos
que o ar. Ele é aromático porque possui um aro- trabalhadores nas décadas de 1980 e 1990.
ma agradável, e obtido de materiais orgânicos Na ocasião, mais de 2 mil trabalhadores da
(naturalmente encontrado), tais como petróleo Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista), em
e carvão mineral. Cubatão, foram diagnosticados com leuco-
Industrialmente, o benzeno é muito utiliza- penia devido à exposição ao benzeno.
do pela indústria petroquímica na fabricação de
Doenças Ocupacionais - Aula 2 14 Instituto Universal Brasileiro
Podemos obter mais informações a respeito
de qualquer substância, além do benzeno, na Fi-
SAIBA MAIS
cha de Segurança dos Produtos Químicos (FISPQ),
normalizada pela ABNT através da NBR 14725. A leucemia é uma
doença maligna dos gló-
As fornecedoras de benzeno só poderão co- bulos brancos (leucóci-
mercializar o produto para empresas cadastradas. tos), geralmente de ori-
O Anexo 13-A (Benzeno) da NR-15 determina que gem desconhecida. Tem
todas as empresas que produzem, transportam, ar- como principal caracte-
mazenam, utilizam ou manipulam o produto benze- rística o acúmulo de cé-
no, e suas misturas líquidas contendo 1% ou mais de lulas jovens anormais na medula óssea, que
volume, devem cadastrar seus estabelecimentos no substituem as células sanguíneas normais. A
DSST (Divisão de Saúde e Segurança do Trabalho). medula é o local de formação das células san-
guíneas e ocupa a cavidade dos ossos, sendo
Para esse cadastramento, a empresa deve- popularmente conhecida por tutano. Nela
rá apresentar ao DSST as seguintes informações: são encontradas as células que dão origem
• Identificação da empresa (nome, ende- aos glóbulos brancos, aos glóbulos vermelhos
reço, CGC, ramo de atividade e Classificação (hemácias ou eritrócitos) e às plaquetas.
Nacional de Atividade Econômica - CNAE);
• Número de trabalhadores por estabe- Fonte: INCA – Instituto Nacional do Câncer José
lecimento; Alencar Gomes da Silva
• Nome das empresas fornecedoras de
benzeno, quando for o caso; Segundo a ACGIH (American Conference of Go-
• Utilização a que se destina o benzeno; vernmental Industrial Hygienists), o limite de exposi-
• Quantidade média de processamento ção da gasolina é de 300 ppm; além disso, é irritante
mensal; aos olhos e ao trato respiratório superior, compro-
• Documento-base do PPEOB (Programa de metendo o sistema nervoso central. Por isso, está
Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno). disponibilizado no mercado um instrumento portá-
til para detecção de vapores de benzeno.

SAIBA MAIS

O Programa de Prevenção da Exposição


Ocupacional ao Benzeno (PPEOB) é um programa
destinado a empresas que utilizam benzeno em
suas atividades e que apresentam inviabilidade
técnica e econômica de sua substituição. Deve ser
elaborado de acordo com o Anexo 13-A da NR-15.

Doenças causadas pela exposição


ao benzeno

Os trabalhadores expostos a vapores de


benzeno e aos produtos que o contêm (por
exemplo, a gasolina) poderão adquirir uma doen-
ça muito grave como a leucemia, além de outras
(alterações cromossomiais, imunológicas, neuro-
lógicas, dermatológicas e auditivas). Detector de vapores de benzeno

Doenças Ocupacionais - Aula 2 15 Instituto Universal Brasileiro


ta utilizando qualquer
A Fundacentro também desenvolveu item de proteção indivi-
um manual sobre a exposição ao benzeno de- dual como óculos, luvas
nominado Efeitos da exposição ao benzeno ou respirador semifacial
para a saúde. Esse manual é leitura obrigató- durante o abastecimen-
ria para todos os prevencionistas. to de veículos. Verifique
em sua cidade se esses
O benzeno ingressa em nosso organismo trabalhadores conhecem os efeitos do ben-
através da respiração e da pele, e a sua absorção zeno presente na gasolina, e também se eles
varia entre 10% e 50%, dependendo da dose. O fazem uso de algum Equipamento de Prote-
quadro abaixo demonstra como a absorção do ção Individual.
benzeno acontece nas diversas partes do corpo
humano. Por exemplo, em relação ao braço de um Observe que este poderá ser mais um ramo
trabalhador, em contato com o benzeno ou outra de atividades que vocês poderão atuar como
substância que o contém, é absorvido 10 vezes técnicos em segurança do trabalho (prestação
mais rápido do que em contato com o pé. de serviços), pois, na sua grande maioria, há um
grande desconhecimento dessas condições. Ve-
remos em outras apostilas a obrigatoriedade por
parte de todos os empregadores que possuam
empregados (independe da quantidade) na ela-
boração de Programas de Prevenção aos Riscos
Ambientais (PPRA). Contudo, para a exposição ao
benzeno, as empresas deverão desenvolver e im-
plementar medidas adequadas de proteção aos
trabalhadores expostos, através do PPEOB (Pro-
grama de Prevenção da Exposição Ocupacional
ao Benzeno).

Valor de Referência Tecnológico


Absorção do benzeno em diversas partes do corpo
Fonte: Fundacentro As descobertas sobre os efeitos do benze-
no à saúde humana preocuparam os especia-
Segundo pesquisas, o benzeno pode ser listas e, dessa forma, o Ministério do Trabalho e
mais rapidamente absorvido se estiver presente Emprego, que em 1995, criou o Anexo 13-A pre-
em uma mistura, como a gasolina ou solventes sente na NR-15, através da portaria SSST nº 14.
orgânicos. Estes são geralmente divididos em Essa legislação, além de considerar essa subs-
dois grupos: os hidrocarbonetos e os oxigena- tância cancerígena, criou uma categoria de va-
dos. Por sua vez, os hidrocarbonetos podem ser lor de referência tecnológico.
subdivididos em dois tipos: alifáticos e aromáti- O Valor de Referência Tecnológico (VRT) se
cos; enquanto que os oxigenados englobam os refere à concentração de benzeno no ar conside-
álcoois, acetatos, cetonas, éteres etc. rada exequível do ponto de vista técnico, defini-
do em processo de negociação tripartite. O VRT
deve ser considerado como referência para os
PARA REFLETIR programas de melhoria contínua das condições
dos ambientes de trabalho. O cumprimento do
Caro aluno, quantos profissionais que VRT é obrigatório e não exclui risco à saúde.
trabalham em postos de gasolina utilizam O princípio da melhoria contínua parte do
Equipamentos de Proteção Individual? Você reconhecimento de que o benzeno é uma subs-
conhece algum frentista que faça o seu uso? tância comprovadamente carcinogênica, para a
Dificilmente vamos encontrar um frentis- qual não existe limite seguro de exposição. To-
Doenças Ocupacionais - Aula 2 16 Instituto Universal Brasileiro
dos os esforços devem ser dispendidos continua-
mente no sentido de buscar a tecnologia mais
adequada para evitar a exposição do trabalhador
ao benzeno.
A gasolina é uma substância comum, pos-
suindo em sua composição elementos capazes
de causar sérios danos à saúde das pessoas, con-
tudo a maioria dos trabalhadores brasileiros des-
consideram esses riscos.
Futuro técnico em segurança do trabalho,
de acordo com o que acabamos de aprender, per-
ceberam a gravidade dessa substância?

Construção civil
Sílica
O principal risco apresentado é o da si-
A sílica (SiO2) é um mineral encontrado de licose, doença profissional irreversível que
forma abundante na natureza. Todo material ro- pode causar até a morte. A inobservância de
choso pode conter sílica. Encontramos esse ma- medidas preventivas nos ambientes de traba-
terial nos serviços de mineração, cerâmica e vi- lho resultou em elevado número de trabalha-
dro, metalúrgica, fundição e siderurgia, química, dores afetados, alguns casos de morte, que le-
construção civil. varam tanto a população quanto empresários
e autoridades a se mobilizarem na busca de
solução do problema.
A silicose é, portanto, uma pneumoco-
niose causada pela deposição de partículas de
sílica livre cristalizada nos pulmões, que leva ao
endurecimento do tecido pulmonar. Esta doen-
ça é irreversível, sem cura, mesmo após o tra-
balhador ter interrompido as suas atividades
nos ambientes contaminados. Sua prevenção
já era preconizada desde o século XVI, quando
se insistia na melhoria da ventilação das minas,
alegando que a poeira penetrava nos pulmões
gerando falta de ar.
Mineração Esta doença pode ser desencadeada após
curto espaço de tempo, quando a concentra-
ção de partículas inaladas é alta; pode, ainda,
as concentrações mais baixas ter um desenvol-
vimento lento e progressivo, atingindo o mes-
mo quadro grave e irreversível após vários anos
de exposição.
Às vezes, as primeiras manifestações apre-
sentam discretas alterações como tosse sem ca-
tarro, ou catarro no período da manhã, dores no
tórax sem localização definida. Esse trabalhador
terá, em consequência, episódios repetidos de
bronquite, e outros sintomas tais como tonturas,
falta de ar, cansaço aos esforços físicos e transpi-
Siderurgia ração excessiva.
Doenças Ocupacionais - Aula 2 17 Instituto Universal Brasileiro
A falta de ar aos esforços físicos é o que ca-
racteriza a doença, chegando, no seu estado avan-
çado, a incapacitar o trabalhador para desenvolver
SAIBA MAIS
suas atividades. Concomitantemente, o trabalhador
poderá ter complicações pulmonares como bron- A Revista Brasileira de Saúde Ocupa-
quite, pneumonia, tuberculose etc. Com a evolução cional (RBSO) é uma ótima opção de leitura
da doença, os pulmões perdem sua elasticidade, para o nosso aprimoramento. É um periódico
levando a sérias alterações secundárias do coração. científico publicado pela Fundacentro e de
A silicose se apresenta em um processo acesso aberto. A revista visa incrementar o
evolutivo, mesmo após afastamento do trabalha- debate técnico-científico entre pesquisado-
dor do ambiente contaminado, dada a impossi- res, educadores, legisladores e profissionais
bilidade de se remover a sílica do organismo do do campo da saúde e segurança do trabalho.
trabalhador; por isso a importância do diagnós-
tico precoce. Neste contexto, podem ser prejudi-
cados todos os trabalhadores expostos à poeira Também de leitura obrigatória, recomen-
que contém sílica, principalmente nas mulheres, damos o manual Sílica: manual do trabalha-
podendo prejudicar a gravidez. dor, elaborado também pela Fundacentro.

A NR-22 (Seguran-
ça e Saúde Ocupacional Amianto
na Mineração) apresen-
ta algumas condições Outra substância extremamente agressiva
de segurança que de- é o amianto, também conhecido como asbesto:
vem ser observadas pe- fibra mineral natural que, por suas propriedades
los empregadores quan- físico-químicas (alta resistência mecânica e às al-
do houver exposição a tas temperaturas, boa qualidade isolante, durabi-
poeiras minerais: lidade, flexibilidade, indestrutibilidade, resistente
• Em toda mina, deve estar disponível ao ataque de ácidos, bactérias etc.), abundância
água em condições de uso, com o propósito na natureza e, principalmente, de baixo custo
de controle da geração de poeiras nos postos tem sido largamente utilizado na indústria.
de trabalho, onde rocha ou minério estiver De acordo com o Anexo 12 da NR-15,
sendo perfurado, cortado, detonado, carrega- entende-se por amianto a forma fibrosa dos
do, descarregado ou transportado. silicatos minerais pertencentes aos grupos de
• As operações de perfuração ou corte rochas metamórficas das serpentinas, isto é,
devem ser realizadas por processos umidifica- a crisotila (asbesto branco); e dos anfibólios,
dos para evitar a dispersão da poeira no am- isto é, a actinolita, a amosita (asbesto mar-
biente de trabalho. rom), a antofilita, a crocidolita (asbesto azul),
• Caso haja impedimento de umidifica- a tremolita ou qualquer mistura que contenha
ção, em função das características mineraló- um ou vários destes minerais.
gicas da rocha, impossibilidade técnica ou O Brasil é o terceiro maior produtor e o
quando a água acarretar riscos adicionais, de- segundo maior exportador de amianto, notada-
vem ser utilizados dispositivos ou técnicas de mente da variedade crisotila. A maior parte da
controle, que impeçam a dispersão da poeira produção brasileira é comercializada interna-
no ambiente de trabalho. mente e destina-se principalmente à fabricação
• As superfícies de máquinas, instala- de telhas onduladas, chapas de revestimento,
ções e pisos dos locais de trânsito de pessoas tubos e caixas-d'água. Na indústria de automó-
e equipamentos devem ser periodicamente veis, o amianto é usado em produtos de fricção
umidificados ou limpos, de forma a impedir a (freios, embreagens). Em menor quantidade, é
dispersão de poeira no ambiente de trabalho. possível encontrar amianto em produtos têxteis,
filtros, papel, papelão e isolantes térmicos.
Doenças Ocupacionais - Aula 2 18 Instituto Universal Brasileiro
o custo das telhas de fibrocimento sem amianto
é aproximadamente 50% maior que o das telhas
contendo amianto, o que tem sido responsável
pela baixa aceitação do produto; porém, no caso de
proibição da extração e comercialização do amian-
to, não restaria outra alternativa ao consumidor.

Limites permitidos pela legislação


e condições de segurança

De acordo com o item 12 do Anexo 12 da


Telhas onduladas NR-15, o limite de tolerância para fibras respirá-
veis de amianto crisotila é de 2,0 f/cc. Entende-
se por fibras respiráveis de amianto aquelas com
diâmetro inferior a 3 micrômetros, comprimento
maior que 5 micrômetros e relação entre compri-
mento e diâmetro superior a 3:1.
O empregador deverá fornecer gratuita-
mente toda vestimenta de trabalho que pode-
rá ser contaminada por amianto, não podendo
esta ser utilizada fora dos locais de trabalho. To-
dos os trabalhadores que desempenham ou te-
nham funções ligadas à exposição ocupacional
ao amianto serão submetidos a exames médicos
previstos na NR-7, por ocasião da admissão, de-
Indústria de automóveis missão e anualmente, e, obrigatoriamente, ser
realizados exames complementares, incluindo,
A ACGIH entende que todas as formas de além da avaliação clínica, telerradiografia de tó-
amianto são causadoras de câncer de pulmão, rax e prova de função pulmonar (espirometria).
possuindo um limite de exposição de 0,1 f/cc (fi- As empresas ficam obrigadas a informar
bras por centímetro cúbico). Cinco estados brasi- aos trabalhadores examinados, em formulário
leiros (São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rio próprio, os resultados dos exames realizados.
Grande do Sul e Pernambuco) criaram leis especí- Cabe ao empregador, após o término do contra-
ficas proibindo a produção e comercialização de to de trabalho envolvendo exposição ao amian-
produtos contendo a substância. to, manter disponível a realização periódica de
exames médicos de controle dos trabalhadores
Substitutos do amianto durante 30 anos. Estes exames deverão ser reali-
zados com a seguinte periodicidade:
Como consequência da proibição quase ge- • A cada 3 anos para trabalhadores com pe-
neralizada da utilização do amianto, têm surgido ríodo de exposição de 0 a 12 anos;
numerosos materiais como seus possíveis substi- • A cada 2 anos para trabalhadores com pe-
tutos. No entanto, nenhum deles se mostrou tão ríodo de exposição de 12 a 20 anos;
versátil como o amianto. • Anual para trabalhadores com período de
Na fabricação de telhas de fibrocimento, que exposição superior a 20 anos.
responde por 97% do consumo de amianto crisotila
no Brasil, o material pode ser substituído por uma Os programas de prevenção já previstos
mistura de fibras sintéticas (PVA ou PP) e celulose. em lei (como os cursos da CIPA) devem conter
Devido ao custo desses insumos (importados da informações específicas sobre os riscos de ex-
China, Japão, Rússia, Chile e Tasmânia), assim como posição ao amianto.
ao maior consumo de energia elétrica (o dobro),
Doenças Ocupacionais - Aula 2 19 Instituto Universal Brasileiro
e o creosoto, um composto formado por hi-
drocarbonetos aromáticos, ácidos e alcatrão,
SAIBA MAIS muito utilizado na preservação da madeira.
Outras substâncias são promotoras de tumor,
O Ministério Público do Trabalho (MPT) como o DDT, o clordane e o lindane. Em hu-
lançou uma matéria interessante em 2013 manos, compostos derivados do arsênio e
sob o tema A morte lenta e silenciosa dos inseticidas têm sido classificados pela IARC
empregados da Eternit, retratando o drama como cancerígenos.
dos trabalhadores expostos ao amianto nesta
fábrica em Osasco (SP).
SAIBA MAIS

Agrotóxicos O DDT (sigla de diclorodifeniltri-


cloroetano) é o primeiro pesticidada mo-
No Brasil, o uso de agrotóxicos (fungicidas, derno que começou a se popularizar em
herbicidas, inseticidas, pesticidas) começou a se plena Segunda Guerra Mundial, quando
difundir em meados da década de 1940. No final os sistemas agrários sofreram um profun-
da década de 1960, o consumo se acelerou em do impacto no que diz respeito ao controle
função da isenção de impostos. Atualmente, o de pragas na agricultura. Esse produto aca-
país ocupa o primeiro lugar como consumidor bou sendo rotulado como de baixo custo
mundial de agrotóxicos. Utilizados principal- e eficiente, e o descobridor das qualidades
mente na agricultura, mas também na pecuária, inseticidas do DDT, o químico suíço Paul
na conservação de madeira, de alimentos, na Müller (1899-1965) acabou ganhando o
produção de flores e como domissanitários (in- prêmio Nobel de Medicina em 1948.
seticidas domésticas).
Vejamos algumas medidas de proteção a
serem aplicadas durante a utilização dos agro-
tóxicos:

substituição de agentes da-


• intervenções no processo
nosos à saúde, alterações no
produtivo
processo de produção
controle de contaminantes
Medida • controle de agentes de rísco
químicos, calor, ruído, vibra-
de no ambiente do trabalho
ções, radiações
engenharia
proteção de máquinas e
• segurança de máquinas
equipamentos
• adequações dos ambientes iluminação, ventilação, as-
e postos de trabalho pectos ergonômicos
• controle de acesso e permanência de pessoas em áreas de risco
• sinalização dos ambientes de trabalho
• controle dos caminhos disponíveis para deslocamentos de
pessoal nos ambientes de trabalho
Medidas
Uso de agrotóxico • controle de jornadas e escalonamentos de trabalho
administrativas
• organização de CIPA (Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes)
A população rural constitui o grupo popu- • estabelecimento de programas de controle médico
lacional mais diretamente exposto, muitas vezes • organização de treinamentos
desde a infância, porém toda a população pode • adoção de determinadas práticas de trabalho (comporta-
ter contato com agrotóxicos, seja pela ocupação, Medidas
mento individual no trabalho)

pela alimentação ou pelo ambiente. individuais • equipamentos de proteção individual

Alguns compostos testados em ani- • medidas de higiene pessoal

mais evidenciaram carcinogenicidade, como Fonte: Aspectos de prevenção e controle de acidentes


os organocloradados, derivados do enxofre; no trabalho com agrotóxicos. Fundacentro, 2005.
Doenças Ocupacionais - Aula 2 20 Instituto Universal Brasileiro
Agentes etiológicos ou
Doenças fatores de riscos de natu-
PARA REFLETIR reza ocupacional
Transtorno mental orgânico ou sin-
Problemas relacionados com
tomático não especificado e trans-
O dia 3 de dezembro é considerado o tornos mentais e comportamentais
o emprego e com o desem-
prego: condições difíceis de
Dia Mundial da Luta contra os Agrotóxi- devido ao uso do álcool (alcoolismo
trabalho
cos. Essa data foi escolhida em memória das crônico relacionado com o trabalho)

vítimas do Desastre de Bhopal, na Índia, em Sensação de estar acabado (Sín-


drome de Burnout ou Síndrome Ritmo de trabalho penoso
1984, quando houve um vazamento de cerca do Esgotamento Profissional)
de 40 toneladas de gases letais de uma fábrica Transtorno do Ciclo Vigília-Sono Trabalhos em turnos ou tra-
de pesticidas. O desastre provocou a morte de devido a fatores não orgânicos balho noturno
milhares de pessoas.
Burnout é um tipo de estresse ocupacional
Existem vários tipos de classificação para os que acomete profissionais envolvidos com qual-
agrotóxicos, uma delas é dada de acordo com a quer tipo de cuidado em uma relação de aten-
praga a ser combatida, sendo assim: ção direta, contínua e altamente emocional. As
profissões mais vulneráveis são geralmente as
• Bactericidas são pesticidas usados no que envolvem serviços, tratamento ou educação.
controle de bactérias nocivas ao plantio; Atualmente, a definição mais aceita do burnout é
• Inseticidas, no controle de insetos; a fundamentada na perspectiva social-psicológi-
• Herbicidas, no controle de ervas daninhas; ca, sendo esta constituída de três dimensões:
• Fungicidas, no controle de fungos; • Exaustão emocional;
• Acaricidas, no controle de ácaros. • Despersonalização;
• Baixa realização pessoal no trabalho.
As baixas doses e as exposições múlti-
plas desses produtos desregulam o sistema
imunológico e são responsáveis por mutações OBSERVE ESTE CASO
no DNA que podem levar ao câncer (Revista
Proteção. Fundacentro, 2015). Em 2015, a Seção de Dissídios Individuais I
(SDI-I) do Tribunal Superior do Trabalho condenou
a Companhia Industrial de Celulose e Papel (CICP),
Sergipe, a indenizar uma trabalhadora que fazia lava-
SAIBA MAIS gem de banheiro, controle e operação de algumas
máquinas e esgotamento de água nas áreas mais
A Convenção 184 da OIT (Organização perigosas. Foi constatado que o ruído excessivo,
Internacional do Trabalho), relativa à seguran- exigência de esforço físico e velocidade pela grande
ça e saúde na agricultura, também foi ratifica- quantidade de trabalho, e por sofrer ameaças cons-
da pelo governo brasileiro. tantes de demissão, passou a se sentir mal, com cri-
ses de desmaios, e depois desenvolveu transtornos
psicológicos. A empresa foi condenada a ressarcir a
Doenças Mentais trabalhadora por danos morais e materiais.

Uma outra forma de manifestação das Procuramos apresentar algumas condições


doenças ocupacionais são os transtornos men- especiais que podem resultar em lesões muito sérias
tais. As condições de trabalho podem desenvol- aos trabalhadores se expostos sem a devida prote-
ver em algumas pessoas doenças mentais. ção. Não tivemos a pretensão de esgotar o tema, pois
O decreto nº 3.048 de 1999 tratou de ele é demasiadamente extenso. Mais uma vez, pro-
reconhecer os transtornos mentais e do com- cure observar os métodos e os processos de trabalho
portamento relacionados ao trabalho, como na sua empresa, identifique as condições perigosas,
segue: avalie os riscos, pesquise, estude, faça a diferença.
Doenças Ocupacionais - Aula 2 21 Instituto Universal Brasileiro
VEJA SE APRENDEU

1. O benzeno é um dos agentes químicos mais agressivos aos trabalhadores, cujo vapor é mais
denso que o ar. Assinale a alternativa que apresenta o material que pode apresentar benzeno em sua
composição.
a) ( ) Algodão
b) ( ) Açúcar refinado
c) ( ) Antena parabólica
d) ( ) Gasolina

2. Assinale a alternativa que apresenta uma das doenças graves que pode causar em trabalhado-
res expostos ao benzeno.
a) ( ) Hepatite C
b) ( ) Leucemia
c) ( ) Resfriado
d) ( ) Silicose

3. Leia as seguintes afirmativas sobre sílica.

I. Podemos encontrar a sílica nos serviços de mineração, cerâmica e de vidro.


II. O principal risco apresentado pela sílica é o da silicose.
III. A silicose é uma doença que apresenta cura, sem risco de morte.
IV. A silicose leva ao endurecimento do tecido pulmonar.

Qual a única afirmativa incorreta.


a) ( ) I
b) ( ) II
c) ( ) III
d) ( ) IV

4. Outra substância extremamente agressiva ao trabalhador é o amianto, também conhecido


como asbesto. Ele pode ser encontrado na fabricação de telhas onduladas, caixas-d’água e também na
indústria automobilística. Há possibilidade de substituição deste material. Assinale a alternativa que
apresenta um substituto para o amianto.
a) ( ) Mistura de fibras sintéticas e celulose
b) ( ) Sílica
c) ( ) Manganês
d) ( ) Benzeno

5. Burnout é um tipo de estresse ocupacional que acomete profissionais envolvidos com qual-
quer tipo de cuidado em uma relação de atenção direta, contínua e altamente emocional. Qual das
alternativas abaixo apresenta uma das três dimensões desse tipo de estresse:
a) ( ) Exaustão emocional
b) ( ) Despersonalização
c) ( ) Baixa realização pessoal no trabalho
d) ( ) Todas as alternativas estão corretas

Doenças Ocupacionais - Aula 2 22 Instituto Universal Brasileiro


o seguro e o inseguro e dão um direcionamento
Aula 3 para entender o nível de exposição aos riscos am-
DOENÇAS OCUPACIONAIS bientais. Atualmente, a lista de TLVs inclui mais de
E A ACGIH 600 substâncias químicas e agentes físicos.

Introdução
SAIBA MAIS

Devido às diferenças fisiológicas, meta-


bólicas e bioquímicas entre os trabalhadores,
alguns podem desenvolver efeitos adversos
mesmo em concentração abaixo do TLV, en-
quanto outros podem não ser afetados mes-
mo em concentração acima do TLV.

Já algumas substâncias, de acordo com a


ACGIH, possuem indicadores biológicos de ex-
posição ou biomarcadores denominados de BEIs.
Há dezenas de índices biológicos para produtos
químicos importantes na indústria.
Outro instrumento mundialmente reconhe-
cido pelos profissionais prevencionistas são as in- Na legislação brasileira, para os indica-
formações apresentadas pelo catálogo da ACGIH dores BEIs, existe a denominação IBMP (Índice
(American Conference of Governmental Industrial Biológico Máximo Permitido).
Hygienists - Conferência Governamental Ameri-
cana de Higienistas Industriais), que estabelece Os TLVs e os BEIs são desenvolvidos como
os limites ocupacionais para os agentes químicos diretrizes para ajudar no controle de riscos à saú-
e físicos (TLVs - Threshold Limit Values), além de de, destinados à prática de higiene ocupacional
índices de exposição biológica (BEIs - Biological nos ambientes de trabalho durante as jornadas
Exposure Indice), os quais servem para orientação de trabalho e devem ser interpretados e aplica-
e controle de riscos à saúde. dos apenas por uma pessoa treinada.
A ACGIH é uma organização voltada à pro-
moção da saúde ocupacional e ambiental, que
tem contribuído substancialmente para o desen- Classificação de Carcinogenicidade
volvimento e aperfeiçoamento da proteção da
saúde dos trabalhadores. Ela é uma instituição As informações de carcinogenicidade de
não governamental cujos membros são higienis- substâncias normalmente são fornecidas segun-
tas ocupacionais ou outros profissionais de segu- do um código de classificação, atualizados perio-
rança e saúde ocupacional dedicados a promover dicamente. Um deles é o da ACGIH, que classifica
a saúde e a segurança no ambiente de trabalho. as substâncias em cinco grupos:

A1 – Carcinogênico humano confirmado.


Limites Ocupacionais (TLVs) e O agente é carcinogênico para o ser humano, com
Índices de Exposição Biológica (BEIs) base em evidências de estudos epidemiológicos.

Os TLVs se referem à concentração de con- A2 – Carcinogênico humano suspeito. Da-


taminantes na qual se acredita que a maioria dos dos obtidos de seres humanos são considerados
trabalhadores podem estar repetidamente ex- qualitativamente adequados, porém são confli-
postos, diariamente, sem desenvolver efeitos ad- tantes ou insuficientes para classificar o agente
versos à saúde. Não são uma linha divisória entre como carcinogênico humano confirmado; ou o
Doenças Ocupacionais - Aula 3 23 Instituto Universal Brasileiro
agente é carcinogênico em experimentos animais, Veja alguns exemplos de substâncias carcino-
em doses, por vias de administração, em locais, ti- gênicas e sua classificação de acordo com a ACGIH:
pos histológicos, ou por mecanismos que possam
ser considerados relevantes para a exposição do Agente químico ACGIH BEIs
trabalhador. A notação A2 é usada principalmen- Benzeno A1 Leucemia
te quando há evidências limitadas de carcinoge- Irritação dos olhos e do
nicidade no homem e evidências suficientes de trato respiratório superior
Gasolina A3
carcinogenicidade nas experiências em animais, e comprometimento do
com relevância para os seres humanos. sistema nervoso central
Fibrose pulmonar e câncer
Sílica A2
A3 – Carcinogênico animal confirma- do pulmão
do com relevância desconhecida para seres
humanos. O agente é carcinogênico em expe- As exposições aos carcinogênicos devem ser
rimentos com animais, em doses relativamen- mantidas no mínimo. Os trabalhadores expostos
te altas, por vias de administração, em locais, aos carcinogênicos A1, por exemplo, sem um limite
tipos histológicos, ou por mecanismos que de exposição (TLV), devem estar adequadamente
podem não ser considerados relevantes para protegidos para eliminar ao máximo possível qual-
a exposição do trabalhador. Os estudos epi- quer exposição a eles. Para os carcinogênicos A1
demiológicos disponíveis não confirmam um com TLV, e para os carcinogênicos A2 e A3, a expo-
aumento do risco de câncer em seres humanos sição do trabalhador, por qualquer via de absorção,
expostos. As evidências disponíveis não suge- deve ser cuidadosamente controlada, sendo man-
rem que este agente seja um provável causa- tida abaixo do TLV, nos níveis mais baixos possíveis.
dor de câncer em seres humanos, exceto em A ACGIH acredita que as partículas insolú-
condições excepcionais de via de ingresso no veis, ou fracamente solúveis, mesmo que biologi-
organismo ou de níveis de exposição. camente inertes, podem causar efeitos adversos,
recomendando-se que as concentrações ambien-
A4 – Não classificável como carcinogê- tais sejam mantidas abaixo de 3 mg/m³ para par-
nico humano. Agentes que, acredita-se, pos- tículas respiráveis, e de 10 mg/m³ para partículas
sam ser carcinogênicos para o ser humano, inaláveis, até que seja estabelecido um limite de
mas cujos dados existentes são insuficientes exposição (TLV) para uma substância específica.
para formular essa afirmação conclusivamente.
Experiências in vitro em laboratório ou estu-
dos com animais não fornecem indicações de Brasil e a ACGIH
carcinogenicidade suficientes para classificar o
agente em uma das outras categorias.

A5 – Não suspeito como carcinogênico


humano. Não se acredita que o agente seja car-
cinogênico para os seres humanos, com base em
pesquisas epidemiológicas bem conduzidas em
seres humanos. Estes estudos dispõem de quan-
tidade suficiente de históricos confiáveis, de se-
guimento da exposição por longo período, de
doses suficientemente altas, bem como de um
controle estatístico adequado para concluir que
a exposição ao agente não representa um risco
significativo de câncer para o ser humano; ou a
evidência que sugere a ausência de carcinoge- O Brasil reconhece a aplicação dos limites
nicidade em experimentos animais é suportada de exposição apontados pela ACGIH através da
por dados mecanísticos. NR-9 (Programa de Prevenção de Riscos Ambien-
Doenças Ocupacionais - Aula 3 24 Instituto Universal Brasileiro
tais) e da NR-22 (Segurança e Saúde Ocupacio- As doenças trazidas neste material não es-
nal na Mineração). De acordo com o item 9.3.5.1, gotam o assunto. O tema é muito vasto, podendo
letra c, da NR-9: ser explorado pelos alunos dispostos a avançar
nos seus conhecimentos técnicos. O avanço da
Quando os resultados das avaliações tecnologia e das diversas formas cada vez mais
quantitativas da exposição dos trabalha- diferentes transformam rapidamente o mundo
dores excederem os valores dos limites do trabalho. Procure sempre estar atento a essas
previstos na NR-15 ou, na ausência destes, mudanças, pois a ciência e as pessoas estão em
os valores limites de exposição ocupacio- constante transformação.
nal adotados pela American Conference of
Governmental Industrial Higyenists – ACGIH,
ou aqueles que venham a ser estabelecidos SAIBA MAIS
em negociação coletiva de trabalho, desde
que mais rigorosos do que os critérios téc- ACGIH & ABHO
nico-legais estabelecidos.
Uma das melhores formas de manter-
A vantagem de aplicarmos os limites de se atualizado dos avanços que acontecem
exposição observados pela ACGIH é que eles na área de saúde e segurança no trabalho
são revistos anualmente. Já no caso brasileiro, é acompanhar de perto as publicações da
a NR-15 (Atividades e Operações Insalubres) ACGIH. A instituição reúne estudos e expe-
foi pouco modificada desde a sua criação, em riências realizados em diversos países, por
1978. Os limites da ACGIH são muito mais res- um longo período de tempo, considerados
tritivos que os da NR-15, ou seja, mais benéfi- uma referência na atualização de dados so-
cos aos trabalhadores. bre riscos no ambiente de trabalho.
Em 1946, a organização ofereceu a
A Fundacentro disponibiliza em seu adesão plena a todo o pessoal de higiene in-
site o Manual para interpretação de in- dustrial dentro das agências, bem como aos
formações sobre substâncias químicas, profissionais de higiene industrial governa-
de leitura obrigatória, para download. mental de outros países.
Atualmente, a ACGIH concentra as
suas energias em 11 comitês em uma va-
riedade de tópicos: segurança e saúde
SAIBA MAIS agrícola, instrumentos de amostragem de
ar, bioaerossóis, limites de exposição bio-
A Associação Brasileira de Higie- lógica, computação, ventilação industrial,
nistas Ocupacionais (ABHO) publicou agentes infecciosos, empresas de pequeno
uma edição do Livreto TLVs e BEIs, com porte, TLVs das substâncias químicas, limi-
um guia de avaliação e controle dos ris- tes de exposição ocupacional dos agentes
cos ambientais nos locais de trabalho químicos (TLVs) e físicos.
adotado pela NR-9 na ausência de limites Todas as recomendações ou diretrizes
da NR-15, além de mais de 700 limites de são destinadas à prática de higiene industrial
exposição (TLVs) para agentes químicos nos ambientes de trabalho durante as jorna-
e físicos; e mais de 50 índices biológicos das de trabalho e devem ser interpretadas e
de exposição (BEIs), cobrindo mais de 80 aplicadas pelo profissional habilitado. A As-
substâncias. Informa, ainda, os principais sociação Brasileira de Higienistas Ocupacio-
efeitos críticos à saúde dos agentes quí- nais traduziu a versão do inglês para o por-
micos e se estes são considerados carci- tuguês e pode ser obtida através do site da
nogênicos para a saúde, de acordo com ABHO que permite o acesso livre a artigos e
a ACGIH. notícias atuais.

Doenças Ocupacionais - Aula 3 25 Instituto Universal Brasileiro


VEJA SE APRENDEU

1. A ACGIH é uma organização não governamental voltada à promoção da saúde ocupacional e


ambiental, que estabelece os limites ocupacionais para os agentes químicos e físicos (TLVs) e os índices
de exposição biológica (BEIs). Com estas informações, leia as seguintes afirmativas:

I. Referem-se à concentração de contaminantes na qual se acredita que a maioria dos trabalha-


dores podem estar repetidamente expostos.
II. Indicadores de índices biológicos de exposição.
III. Dão um direcionamento para entender o nível de exposição aos riscos ambientais.

Qual dessas afirmativas apresenta a definição correta de BEIs?


a) ( ) I
b) ( ) II
c) ( ) III
d) ( ) Todas estão corretas

2. As informações de carcinogenicidade de substâncias normalmente são fornecidas segundo


um código de classificação, atualizado periodicamente. A ACGIH é um deles, a qual classifica as subs-
tâncias em cinco grupos. O que indica a classificação A2?
a) ( ) Não classificável como carcinogênico humano
b) ( ) Carcinogênico humano confirmado
c) ( ) Não suspeito como carcinogênico humano
d) ( ) Carcinogênico humano suspeito

3. Complete a frase a seguir e, depois, assinale a alternativa correta.

As exposições aos carcinogênicos devem ser mantidas no _____________.

a) ( ) mínimo
b) ( ) máximo
c) ( ) limite
d) ( ) problema

4. O Brasil reconhece a aplicação dos limites de exposição apontados pela ACGIH por meio de
Normas Regulamentadoras. Uma delas é a:
a) ( ) NR-2
b) ( ) NR-4
c) ( ) NR-9
d) ( ) NR-10

Doenças Ocupacionais - Aula 3 26 Instituto Universal Brasileiro


ou gráficas, relativas a um produto químico, que
Aula 4 deve ser afixada, impressa ou anexada à embala-
IDENTIFICAÇÃO DE gem que contém o produto.
PRODUTOS PERIGOSOS A rotulagem preventiva deve conter os se-
guintes elementos:
Introdução
• Identificação e composição do produto
químico;
• Pictograma(s) de perigo;
• Palavra de advertência;
• Frase(s) de perigo;
• Frase(s) de precaução;
• Informações suplementares.

Para isso, podemos utilizar a metodologia


do Diagrama de Hommel, muito utilizado pelas
empresas e mundialmente conhecido pelo códi-
go NFPA 704 (National Fire Protection Association).
Trata-se de uma simbologia expressando tipos
A NR-26 (Sinalização de Segurança) deter- de risco em graus que variam de 0 a 4, cada qual
mina que as empresas adotem cores para a segu- especificado por uma cor (branco, azul, vermelho
rança, a fim de indicar e advertir os trabalhadores e amarelo) que representam, respectivamente,
sobre os riscos existentes. As cores utilizadas nos riscos específicos, riscos à saúde, risco a incêndio
locais de trabalho para identificar os equipamen- (inflamabilidade) e reatividade.
tos de segurança, delimitar áreas, identificar tubu-
lações empregadas para a condução de líquidos
e gases e advertir contra riscos devem atender ao
disposto nas normas técnicas oficiais. Inflamabilidade
O produto químico utilizado no local de
trabalho deve ser classificado quanto aos pe-
rigos para a segurança e a saúde dos trabalha- Risco à
saúde Reatividade
dores de acordo com os critérios estabelecidos
pelo Sistema Globalmente Harmonizado de
Riscos
Classificação e Rotulagem de Produtos Quí-
específicos
micos (GHS - Globally Harmonized System of
Classification and Labelling of Chemicals), da Or-
ganização das Nações Unidas (ONU).
A classificação de substâncias perigosas Diagrama de Hommel
deve ser baseada em lista de classificação harmo-
nizada ou com a realização de ensaios exigidos
pelo processo de classificação.

Rotulagem Preventiva

A rotulagem preventiva do produto quí-


mico classificado como perigoso à segurança e
saúde dos trabalhadores deve utilizar procedi-
mentos definidos pelo GHS. É um conjunto de Frascos para agentes químicos com a rotulagem do Diagra-
elementos com informações escritas, impressas ma de Hommel

Doenças Ocupacionais - Aula 4 27 Instituto Universal Brasileiro


Quando utilizamos o Diagrama de Hommel na
rotulagem de produtos, ela é de grande utilidade, pois
permite, num simples relance, que se tenha ideia so-
PARA REFLETIR
bre o risco representado pela substância ali contida.
O Diagrama de Hommel não é o único
sistema de rotulagem das substâncias quími-
PARA REFLETIR cas. Os painéis de segurança devem fazer par-
te da gestão de transporte dos agentes quí-
Uma observação muito importante a ser co- micos, conforme a portaria nº 204 de 1997 do
locada quanto à utilização do Diagrama de Hom- Ministério dos Transportes.
mel é que este não indica qual é a substância quí-
mica em questão, mas apenas os riscos envolvidos;
ou seja, quando considerado apenas o Diagrama FISPQ e FDSR
de Hommel sem outras formas de identificação,
este método de classificação não é completo. O fabricante ou, no caso de impor-
tação, o fornecedor no mercado nacional
Veja a seguir a descrição de cada risco pre- deve elaborar e tornar disponível a Ficha de
sente nas cores do Diagrama de Hommel: Informações de Segurança de Produtos
Químicos (FISPQ) para todo produto quími-
Risco de incêndio co classificado como perigoso. O formato e
4 - Extremamente inflamável
(abaixo de 22 ºC) conteúdo da ficha com dados de segurança
Risco à saúde 3 - Inflamável (abaixo de 37,8 ºC)
4 - Mortal 2 - Combustível (abaixo de 37,8 ºC) do produto químico devem seguir o estabe-
3 - Muito perigoso
2 - Perigoso
1 - Não inflamável (abaixo de 37,8 ºC)
0 - Não queimará (acima de 93,4 ºC)
lecido pelo GHS.
Também pode haver a Ficha com Dados
0
1 - Levemente perigoso
0 - Normal
de Segurança de Resíduos Químicos (FDSR),
3 1 é um documento normalizado pela ABNT pela
NBR 14725. De acordo com o decreto nº 2.657
COR Reatividade

Risco específico
4 - Pode detonar
3 - Choque e calor
de 1998 (que promulga a Convenção nº 170 da
Oxidante OXY podem detonar OIT), as fichas devem ser recebidas pelos em-
Ácido ACID 2 - Reage violentamente
Álcalis ALK 1 - Instável sob calor pregadores que utilizam produtos químicos,
Corrosivo COR 0 - Estável / não reage
Não use água W tornando-se um documento obrigatório para
Radioativo comercialização de qualquer produto quími-
Descrição dos riscos do Diagrama de Hommel co. Estas fichas se tornaram instrumentos de
comunicação dos perigos e possíveis riscos,
O produto químico não classificado como levando em consideração o uso previsto dos
perigoso à segurança e saúde dos trabalhadores produtos químicos.
conforme o GHS deve dispor de rotulagem pre- O empregador deve assegurar o acesso
ventiva simplificada que contenha, no mínimo, a dos trabalhadores às fichas com dados de se-
indicação do nome, a informação de que se trata gurança dos produtos químicos que utilizam
de produto não classificado como perigoso e re- no local de trabalho. Os trabalhadores devem
comendações de precaução. receber treinamento:

• Para compreender a rotulagem preven-


SAIBA MAIS tiva e a ficha com dados de segurança do pro-
duto químico.
Os produtos notificados ou registrados
como saneantes (produtos de limpeza), na Anvi- • Sobre os perigos, riscos, medidas pre-
sa, estão dispensados do cumprimento das obri- ventivas para o uso seguro e procedimentos
gações de rotulagem preventiva estabelecidas. para atuação em situações de emergência com
o produto químico.
Doenças Ocupacionais - Aula 4 28 Instituto Universal Brasileiro
3 – Composição e informações sobre os
ingredientes
PARA REFLETIR Esta seção informa se o produto químico
é uma substância ou uma mistura. No caso de
A FISPQ não leva em conta todas ser uma substância, o nome químico ou comum
as situações que possam ocorrer em um será informado. No caso de ser uma mistura, a
ambiente de trabalho, constituindo ape- natureza química do produto será informada.
nas parte da informação necessária para
a elaboração de um programa de saúde, 4 – Medidas de primeiros-socorros
segurança e meio ambiente. Esta seção informa medidas de primei-
ros-socorros a serem tomadas de forma deta-
A NBR 16725 atende ao artigo 7º do lhada, e também indicação de quais as ações
decreto nº 2.657 de 1998, que promulgou a devem ser evitadas.
Convenção 170 da Organização Internacio-
nal do Trabalho (OIT ), que exige a existên- 5 – Medidas de combate a incêndio
cia de uma Ficha com Dados de Segurança Esta seção informa quais são os meios de ex-
de Resíduos (FDSR), bem como a Ficha de tinção apropriados e os que não são recomendados.
Informação de Segurança de Produtos Quí-
micos (FISPQ). Entenda melhor cada uma 6 – Medidas de controle para derrama-
destas fichas. mento ou vazamento
Essa sessão contém as informações rela-
FISPQ – Ficha de Informações de Segurança tivas: às instruções específicas de precauções
sobre Produtos Químicos pessoais; aos procedimentos a serem adota-
dos em relação à proteção ao meio ambiente;
Quando a empresa adquire o produto aos procedimentos de emergência e aciona-
químico, a FISPQ deve vir junto. Ela é um mento de alarmes; e aos métodos de limpeza,
direito de quem adquire o produto e deve coleta, neutralização e descontaminação do
ficar à disposição de todos os que traba- ambiente ou meio ambiente.
lham com o produto. Para facilitar o conhe-
cimento sobre esse documento, os itens es- 7 – Manuseio e armazenamento
tão separados em 16 seções nas quais estão Procedimentos de segurança no manu-
descritos cada tópico com sua referida uti- seio e armazenamento. Deve contemplar as
lidade e usualidade. Confira os tópicos da ações de segurança, prevendo também ações
FISPQ: em caso de contato acidental com o produto.

1 – Identificação do produto e da em- 8 – Controle de exposição e proteção


presa individual
Esta seção informa o nome comercial do São indicados parâmetros de controle para
produto conforme utilizado no rótulo de pro- substâncias e ingredientes, limites de tolerância
duto químico, o nome da empresa fabricante e/ou indicadores biológicos ou outros limites.
com telefone e endereço.
9 – Propriedades físicas e químicas
2 – Identificação de perigos Essa sessão inclui informação detalhada sobre
Esta seção apresenta de forma clara e o produto químico, incluindo sua aparência e cor.
brevemente os perigos mais importantes e
efeitos do produto (efeitos adversos à saúde 10 – Estabilidade e reatividade
humana, efeitos ambientais, perigos físicos Esta seção indica: estabilidade química;
e químicos) e, quando apropriados, perigos reatividade; possibilidade de reações perigosas;
específicos. É como se fosse uma visão geral condições a serem evitadas; materiais incompa-
sobre emergência. tíveis; produtos perigosos da decomposição.
Doenças Ocupacionais - Aula 4 29 Instituto Universal Brasileiro
11 – Informações toxicológicas mentos específicos nos casos de emergência,
Essa seção é utilizada principalmente por além daquelas sobre segurança, saúde e meio
médicos, toxicologistas e profissionais da área de ambiente. A FDSR constitui-se numa forma de o
segurança do trabalho. É fornecida uma descrição gerador disponibilizar dados essenciais sobre os
concisa, completa e compreensível dos vários efei- perigos dos resíduos no transporte, manuseio,
tos toxicológicos no corpo humano, bem como os destinação e armazenagem.
dados disponíveis para identificar esses efeitos. Não se trata apenas de mais uma norma. A
FDSR é obrigatória para os resíduos considera-
12 – Informações ecológicas dos perigosos (Classe I da NBR 10004) ou pelas
Fornecer informações para avaliar o impacto regulamentações de transporte desses produtos
ambiental da substância ou mistura quando libe- e suas instruções complementares, bem como
rada ao meio ambiente. Essas informações visam para os materiais por eles contaminados, como
auxiliar em casos de vazamentos/derramamentos, embalagens, filtros etc.
bem como nas práticas de tratamento de resíduos. A NBR 16725 define resíduo químico como:

13 – Considerações sobre tratamento e Substância, mistura ou material remanes-


disposição cente de atividades de origem industrial, servi-
Esta seção informa sobre os métodos reco- ços de saúde, agrícola e comercial, a ser destina-
mendados para tratamento e disposição segura do conforme legislação ambiental vigente, tais
dos produtos, e esses devem ser ambientalmente como utilização em outro processo, reproces-
aprovados. samento/recuperação, reciclagem, coprocessa-
mento, destruição térmica e aterro.
14 – Informações sobre transporte
Contém informações sobre códigos e classi- Se compararmos a FDSR com a FISPQ,
ficações de acordo com regulamentações nacio- perceberemos que a primeira apresenta os
nais e internacionais para transporte dos produtos. mesmos requisitos da segunda, mas distribuí-
dos em apenas 13 itens (ao invés dos 16 itens
15 – Regulamentações da FISPQ). A FDSR deve conter informações
Contém informações sobre as regulamenta- menos detalhadas e específicas sobre o resí-
ções especificamente aplicáveis ao produto químico. duo, tendo em vista que é muito mais comple-
xa sua classificação, bem como a obtenção de
16 – Outras informações informações precisas sobre suas propriedades
Esta seção fornece qualquer outra informa- e características.
ção que possa ser importante do ponto de vista Um exemplo disso é o item relativo às
da segurança, saúde e meio ambiente, mas não propriedades físico-químicas que, no caso da
especificamente pertinente às seções anteriores. FDSR, apresenta apenas oito itens, a saber: as-
Por exemplo, necessidades especiais de treina- pecto, pH, ponto de fulgor, solubilidade, limi-
mento, o uso recomendado e possíveis restrições te de explosividade, incompatibilidade quími-
ao produto químico podem ser indicados. ca, reatividade e estabilidade. Certamente, a
FISPQ dos constituintes dos resíduos será uma
FDSR – Ficha com Dados de Segurança de fonte importante de informações para a ela-
Resíduos Químicos boração da FDSR.

Desde 2012, tornou-se obrigatória a ela- O importante é que com a FDSR e a FISPQ
boração da Ficha com Dados de Segurança de aumenta-se o fluxo de informações sobre os resí-
Resíduos Químicos (FDSR) e rotulagem, insti- duos. E para que elas sejam de boa qualidade, são
tuída pela norma ABNT NBR 16725. A partir de fundamentais o estudo das normas NBR 16725 e
então, os geradores desses resíduos passaram a NBR 10004 e o esforço de conhecer melhor os re-
ter de fornecer a ficha com informações sobre síduos e seus processos geradores.
medidas de precaução no manuseio e procedi-
Doenças Ocupacionais - Aula 4 30 Instituto Universal Brasileiro
VEJA SE APRENDEU

1. As empresas devem adotar cores para a segurança, com a finalidade de indicar e advertir os
trabalhadores sobre riscos existentes. Sobre sinalização de segurança, a Norma Regulamentadora que
determina este procedimento é a:
a) ( ) NR-15.
b) ( ) NR-26.
c) ( ) NR-9.
d) ( ) NR-4.

2. Os produtos químicos utilizados no local de trabalho devem ser classificados quanto aos peri-
gos para a segurança e a saúde dos trabalhadores. Para isso, utilizam-se os critérios estabelecidos pelo
GHS (Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos). Um
desses critérios é a rotulagem preventiva nas embalagens dos produtos químicos. Assinale a alternati-
va que apresenta um dos elementos dessa rotulagem preventiva.
a) ( ) Identificação e composição do produto químico.
b) ( ) Palavra de advertência.
c) ( ) Frase(s) de perigo.
d) ( ) Todas as alternativas estão corretas.

3. Uma das metodologias para rotulagem preventiva é a utilização do Diagrama de Hommel, que
se trata de uma simbologia que expressa os tipos de risco em graus que variam de 0 a 4, especificados
por uma cor. O que representa a simbologia branca do respectivo diagrama?
a) ( ) Risco específico
b) ( ) Risco à saúde
c) ( ) Risco a incêndio
d) ( ) Reatividade

4. Observando o modelo de Diagrama de Hommel, assinale a alternativa que não indica um


exemplo de produto químico que se enquadra na obrigatoriedade de rotulagem preventiva.
a) ( ) Oxidantes
b) ( ) Ácidos
c) ( ) Saneantes
d) ( ) Corrosivos

5. Sobre a Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), assinale a alterna-


tiva correta.
a) ( ) O fabricante ou fornecedor de produtos químicos deve elaborar e tornar disponível a FISPQ.
b) ( ) O formato e conteúdo da FISPQ devem seguir o estabelecido pela GHS.
c) ( ) A FISPQ se tornou um instrumento de comunicação dos perigos e possíveis riscos dos pro-
dutos químicos.
d) ( ) Todas as alternativas estão corretas.

Doenças Ocupacionais - Aula 4 31 Instituto Universal Brasileiro


Aspectos Mínimos
Aula 5
PROGRAMA DE CONTROLE Embora o PCMSO não possua um modelo a
MÉDICO DE SAÚDE ser seguido, nem uma estrutura rígida, recomen-
OCUPACIONAL da-se que alguns aspectos mínimos sejam con-
templados e constem do documento:
Introdução
• Identificação da empresa. Razão social,
endereço, CGC, ramo de atividade de acordo com
Quadro 1 da NR-4 e seu respectivo grau de risco,
número de trabalhadores e sua distribuição por
sexo, e ainda horários de trabalho e turnos.

• Definição de critérios e procedimentos.


Com base nas atividades e processos verificados,
com auxílio do PPRA (Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais) e mapeamento de risco, de-
finir critérios e procedimentos a serem adotados
nas avaliações clínicas.

• Programação anual dos exames clínicos


e complementares. Específicos para os riscos de-
tectados, definindo-se explicitamente quais traba-
lhadores ou grupos de trabalhadores serão sub-
A NR-7 (portaria nº 3.214 de 1978): metidos a que exames e quando.

Estabelece a obrigatoriedade da ela- • Outras avaliações médicas especiais.


boração e implementação, por parte de to- Além disso, também podem ser incluídas, op-
dos os empregadores e instituições que ad- cionalmente, no PCMSO, ações preventivas
mitam trabalhadores como empregados, do para doenças não ocupacionais como: campa-
Programa de Controle Médico de Saúde nhas de vacinação, diabetes, hipertensão ar-
Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de terial, prevenção do câncer ginecológico, pre-
promoção e preservação da saúde do con- venção de DST/HIV, prevenção e tratamento do
junto dos seus trabalhadores. alcoolismo entre outros.

O PCMSO monitora, por meio de exames,


a saúde dos trabalhadores, e tem por objetivo Exames Médicos
identificar precocemente qualquer desvio que
possa comprometer a saúde dos trabalhadores. O PCMSO deve incluir, entre outros, a rea-
Ele deverá ser instalado com base nos riscos à lização obrigatória dos exames médicos: ad-
saúde dos trabalhadores. missional; periódicos; do retorno ao trabalho;
Assim, o mínimo que se requer é um estu- de mudança de função; demissional. Já os exa-
do in loco para reconhecimento prévio dos riscos mes médicos cujas atividades envolvem riscos,
ocupacionais existentes, ou seja, o reconheci- além dos exames complementares, deverão ser
mento de riscos deve ser feito através de visitas executados e interpretados com base nos crité-
aos locais de trabalho para análise dos procedi- rios apresentados no Quadro I (Parâmetros para
mentos produtivos, postos de trabalho, informa- Controle Biológico da Exposição Ocupacional a
ções sobre ocorrências de acidentes de trabalho alguns Agentes Químicos) e no Quadro II (Parâ-
e doenças ocupacionais, atas de CIPA, mapas de metros para Monitorização da Exposição Ocupa-
risco dentre outros. cional a Alguns Riscos à Saúde) da NR-7.
Doenças Ocupacionais - Aula 5 32 Instituto Universal Brasileiro
Quadro I
Parâmetros para Controle Biológico da Exposição Ocupacional a Alguns Agentes Químicos

Agente Indicador Biológico Método


VR IBMP Amostragem Interpretação Vigência
Químico Mat. Biológ. Análise Analítico
P-aminofenol
Urina 50 mg/g creat. CG FJ EE
e/ou
Anilina Até 2%
metahemo-
Sangue 5% E FJ0-1 SC+
globina
E ou
Arsênico Urina Arsênico Até 10 ug/g creat. 50 ug/g creat. FS + T-6 EE
EAA
Cádmio Urina Cádmio Até 2 ug/g creat. 5 ug/g creat. EAA NC T-6 SC
Sangue Chumbo e ác. Até 40 ug/100 ml 60 ug/100 ml EAA NC T-1 SC
delta amino
Chumbo inor-
Urina levulínico ou Até 4,5 mg/g creat. 10 mg/g creat. E NC T-1 SC
gânico
zincoproto-
Sangue porfirina Até 40 ug/100 ml 100 ug/100 ml HF NC T-1 SC
Chumbo 100 ug/g
Urina Chumbo Até 50 ug/g creat. EA A FJ 0-1 EE
tetraetila creat.
Cromo
Urina Cromo Até 5 ug/g creat. 30 ug/g creat. EA A FS EE
hexavalente
Carboxihemo-
Diclorometano Sangue Até 1% NF 3,5% NF E FJ 0-1 SC+
globina
Dimetilforma- N-metilforma- 40 mg/g CG ou
Urina FJ EE P-18
mida mida creat. CLAD
Dissulfeto de Ác. 2-tio-tia- CG ou
Urina 5 mg/g creat. FJ EE P-25
carbono zolidina CLAD

O Quadro I apresenta os parâmetros para


controle biológico de alguns agentes químicos. Amostragem
Veja, a seguir, a interpretação das siglas presen- • FJ - Final do último dia de jornada de tra-
tes no Quadro I: balho (recomenda-se evitar a primeira jornada
da semana);
VR - Valor de Referência da Normalida- • FS - Final do último dia de jornada da se-
de. Valor possível de ser encontrado em pessoas mana;
não expostas ocupacionalmente. • FS+ - Início da última jornada da se-
IBMP - Índice Biológico Máximo Permi- mana;
tido. É o valor máximo do indicador biológico • PP+ - Pré e pós a quarta jornada de traba-
para o qual se supõe que a maioria das pessoas lho da semana;
ocupacionalmente expostas não corre risco de • PU - Primeira urina da manhã;
dano à saúde. A ultrapassagem deste valor sig- • NC - Momento de amostragem "não crí-
nifica exposição excessiva. tico": pode ser feita em qualquer dia e horário,
NF – Não Fumantes. desde que o trabalhador esteja em trabalho
contínuo nas últimas quatro semanas sem afas-
Método Analítico tamento maior que quatro dias;
• E - Espectrofotometria Ultravioleta/Visível; • T-1 - Recomenda-se iniciar a monitoriza-
• EAA - Espectrofotometria de Absorção ção após um mês de exposição;
Atômica; • T-6 - Recomenda-se iniciar a monitoriza-
• CG - Cromatografia em Fase Gasosa; ção após seis meses de exposição;
• CLAD - Cromatografia Líquida de Alto • T-12 - Recomenda-se iniciar a monitori-
Desempenho; zação após doze meses de exposição;
• IS - Eletrodo Íon Seletivo; • 0-1 - Pode-se fazer a diferença entre pré
• HF - Hematofluorômetro. e pós-jornada.

Doenças Ocupacionais - Aula 5 33 Instituto Universal Brasileiro


Interpretação A periodicidade de avaliação dos indicado-
• EE - O indicador biológico é capaz de indi- res biológicos do Quadro I deverá ser, no mínimo,
car uma exposição ambiental acima do limite de semestral, podendo ser reduzida a critério do mé-
tolerância, mas não possui, isoladamente, signifi- dico coordenador, ou por notificação do médico
cado clínico ou toxicológico próprio, ou seja, não agente da inspeção do trabalho, ou mediante ne-
indica doença, nem está associado a um efeito ou gociação coletiva de trabalho.
disfunção de qualquer sistema biológico;
• SC - Além de mostrar uma exposição ex- Monitoramento da exposição
cessiva, o indicador biológico tem também sig- ocupacional
nificado clínico ou toxicológico próprio, ou seja,
pode indicar doença, estar associado a um efeito Reveja definições importantes:
ou uma disfunção do sistema biológico avaliado; Monitoramento. Atividade sistemática,
• SC+ - O indicador biológico possui signi- contínua ou repetitiva, planejada para imple-
ficado clínico ou toxicológico próprio, mas, na mentar, se necessário, medidas corretivas re-
prática, devido à sua curta meia-vida biológica, lacionadas à saúde.
deve ser considerado como EE. Monitoramento biológico. Consiste na
avaliação de agentes químicos ou seus meta-
Vigência bólitos em tecidos, secreções, excreções, ar
• P-12 - A inspeção do trabalho passará a exalado ou qualquer combinação destes para
exigir a avaliação deste indicador biológico 12 avaliar o risco à saúde quando comparado
meses após a publicação desta norma; com referências apropriadas.
• P-18 - A inspeção do trabalho passará a
exigir a avaliação deste indicador biológico 18 Recomenda-se executar a monitorização bio-
meses após a publicação desta norma; lógica no coletivo, ou seja, monitorar os resultados do
• P-24 - A inspeção do trabalho passará a grupo de trabalhadores expostos a riscos quantitati-
exigir a avaliação deste indicador biológico 24 vamente semelhantes, de acordo com as recomenda-
meses após a publicação desta norma. ções do Quadro II da NR-7, como podemos ver a seguir.

Quadro II
Parâmetros para Monitorização da Exposição Ocupacional a Alguns Riscos à Saúde
(Alteração dada pela Portaria SIT 223/2011)

Exame Critério de
Risco Periodicidade Método de Execução Observações
Complementar Interpretação

Ruído Vide Anexo I do Quadro II

Vide Anexo II do Quadro


Classificação
Aerodispersoides Telerradiografia do tórax Admissional e anual II Técnica preconizada
Internacional da OIT
fibrogênicos Espirometria Admissional e bienal pela American Thoracic
para radiografias
Society, 1987

Admissional e trienal, se expo- Vide Anexo II do Quadro II


Classificação
Aerodispersoides Telerradiografia do tórax sição < 15 anos Técnica preconizada
internacional da OIT
não fibrogênicos Espirometria Bienal, se exposição > 15 anos pela American Thoracic
para radiografias
Admissional e bienal Society, 1987

Radiografias de articu- Ver anexo "B"


Condições
lações coxofemorais e Admissional e anual do Anexo 6 da
hiperbáricas
escápulo-umerais NR-15

Radiações Hemograma completo


Admissional e anual
ionizantes e contagem de plaquetas

Apenas em homens;
Hormônios sexuais
Testosterona total ou Admissional e anual
femininos
plasmática livre LH e FSH

Hemograma completo e
Benzeno Admissional e anual
plaquetas

Doenças Ocupacionais - Aula 5 34 Instituto Universal Brasileiro


VEJA SE APRENDEU

1. A NR-7 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do Programa de Con-


trole Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Sobre este programa, leia as seguintes afirmativas e,
depois, assinale a alternativa correta.

I. O objetivo do PCMSO é a promoção e preservação da saúde dos trabalhadores.


II. O PCMSO monitora, por meio de exames, a saúde dos trabalhadores.

a) ( ) Todas estão corretas


b) ( ) Apenas I é correta
c) ( ) Apenas II é correta
d) ( ) Todas estão incorretas

2. Deve-se considerar alguns aspectos mínimos na elaboração do PCMSO. Assinale a alternativa


que não indica um destes aspectos.
a) ( ) Identificação da empresa
b) ( ) Definição de critérios e procedimentos
c) ( ) Confraternizações
d) ( ) Programação anual dos exames clínicos e complementares

3. Complete a seguinte frase e, depois, assinale a alternativa correta.

O PCMSO estipula que devem ser realizados exames médicos cujas atividades envolvem riscos,
com base nos critérios apresentados no __________ e no __________ da NR-7.

a) ( ) Quadro I / Quadro II
b) ( ) Anexo I / Anexo II
c) ( ) Quadro III / Quadro IV
d) ( ) Anexo III / Anexo IV

4. Leia as seguintes afirmativas sobre monitoração de exposição ocupacional.


I. Recomenda-se executar a monitoração biológica no coletivo.
II. O Quadro I da NR-7 apresenta os parâmetros para a monitoração da exposição ocupacional.

Assinale a alternativa correta.

a) ( ) Apenas I é correta
b) ( ) Apenas II é correta
c) ( ) Todas estão corretas
d) ( ) Todas estão incorretas

Doenças Ocupacionais - Aula 5 35 Instituto Universal Brasileiro


VEJA SE APRENDEU – RESPOSTAS

AULA 1
INTRODUÇÃO A DOENÇAS OCUPACIONAIS

1. Leia as seguintes afirmativas sobre carcinogenicidade e, depois, assinale a alternativa correta.


I. Carcinogenicidade é a capacidade de substâncias químicas ou outro fator ambiental induzir o
aparecimento de neoplasias malignas.
II. Os termos câncer, neoplasias malignas ou tumores malignos são sinônimos.

a) ( x ) Todas estão corretas


b) ( ) Apenas I é correta
c) ( ) Apenas II é correta
d) ( ) Todas estão incorretas

2. O tempo decorrido entre a exposição a um determinado agente e a detecção clínica do tumor


pode variar em função de uma série de fatores ligados ao agente, ao tipo, ao tempo da exposição e ao
trabalhador. Isso é chamado de:
a) ( ) efeito estufa.
b) ( ) nexo causal.
c) ( x ) efeito latente.
d) ( ) mutação gênica.

3. Leia as seguintes afirmações.


I. Doença ocupacional engloba as doenças profissional e do trabalho.
II. Doença profissional é o mesmo que doença do trabalho.
III. Doença profissional é aquela desenvolvida pelo exercício de uma determinada atividade pro-
fissional.
IV. Doença do trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais
em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

Qual das afirmações está incorreta?

a) ( ) I
b) ( x ) II
c) ( ) III
d) ( ) IV

4. Complete a frase abaixo e, depois, assinale a alternativa correta.


De acordo com a frequência de um mesmo evento ocorrido em cada setor econômico, uma
doença que não era considerada com relação ao trabalho poderá passar do auxílio-doença previden-
ciário para auxílio-doença acidentário, de acordo com o nexo técnico epidemiológico.

a) ( ) nexo causal
b) ( ) tempo de latência
c) ( ) ônus da prova
d) ( x ) nexo técnico epidemiológico

Doenças Ocupacionais 36 Instituto Universal Brasileiro


AULA 2
AGENTES PATOGÊNICOS E ETIOLÓGICOS CAUSADORES DE DOENÇAS OCUPACIONAIS

1. O benzeno é um dos agentes químicos mais agressivos aos trabalhadores, cujo vapor é mais
denso que o ar. Assinale a alternativa que apresenta o material que pode apresentar benzeno em sua
composição.
a) ( ) Algodão
b) ( ) Açúcar refinado
c) ( ) Antena parabólica
d) ( x ) Gasolina

2. Assinale a alternativa que apresenta uma das doenças graves que pode causar em trabalhado-
res expostos ao benzeno.
a) ( ) Hepatite C
b) ( x ) Leucemia
c) ( ) Resfriado
d) ( ) Silicose

3. Leia as seguintes afirmativas sobre sílica.

I. Podemos encontrar a sílica nos serviços de mineração, cerâmica e de vidro.


II. O principal risco apresentado pela sílica é o da silicose.
III. A silicose é uma doença que apresenta cura, sem risco de morte.
IV. A silicose leva ao endurecimento do tecido pulmonar.

Qual a única afirmativa incorreta.


a) ( ) I
b) ( ) II
c) ( x ) III
d) ( ) IV

4. Outra substância extremamente agressiva ao trabalhador é o amianto, também conhecido


como asbesto. Ele pode ser encontrado na fabricação de telhas onduladas, caixas-d’água e também na
indústria automobilística. Há possibilidade de substituição deste material. Assinale a alternativa que
apresenta um substituto para o amianto.
a) ( x ) Mistura de fibras sintéticas e celulose
b) ( ) Sílica
c) ( ) Manganês
d) ( ) Benzeno

5. Burnout é um tipo de estresse ocupacional que acomete profissionais envolvidos com qual-
quer tipo de cuidado em uma relação de atenção direta, contínua e altamente emocional. Qual das
alternativas abaixo apresenta uma das três dimensões desse tipo de estresse:
a) ( ) Exaustão emocional
b) ( ) Despersonalização
c) ( ) Baixa realização pessoal no trabalho
d) ( x ) Todas as alternativas estão corretas

Doenças Ocupacionais 37 Instituto Universal Brasileiro


AULA 3
DOENÇAS OCUPACIONAIS E A ACGIH

1. A ACGIH é uma organização não governamental voltada à promoção da saúde ocupacional e


ambiental, que estabelece os limites ocupacionais para os agentes químicos e físicos (TLVs) e os índices
de exposição biológica (BEIs). Com estas informações, leia as seguintes afirmativas:

I. Referem-se à concentração de contaminantes na qual se acredita que a maioria dos trabalha-


dores podem estar repetidamente expostos.
II. Indicadores de índices biológicos de exposição.
III. Dão um direcionamento para entender o nível de exposição aos riscos ambientais.

Qual dessas afirmativas apresenta a definição correta de BEIs?


a) ( ) I
b) ( x ) II
c) ( ) III
d) ( ) Todas estão corretas

2. As informações de carcinogenicidade de substâncias normalmente são fornecidas segundo


um código de classificação, atualizado periodicamente. A ACGIH é um deles, a qual classifica as subs-
tâncias em cinco grupos. O que indica a classificação A2?
a) ( ) Não classificável como carcinogênico humano
b) ( ) Carcinogênico humano confirmado
c) ( ) Não suspeito como carcinogênico humano
d) ( x ) Carcinogênico humano suspeito

3. Complete a frase a seguir e, depois, assinale a alternativa correta.

As exposições aos carcinogênicos devem ser mantidas no mínimo.

a) ( x ) mínimo
b) ( ) máximo
c) ( ) limite
d) ( ) problema

4. O Brasil reconhece a aplicação dos limites de exposição apontados pela ACGIH por meio de
Normas Regulamentadoras. Uma delas é a:
a) ( ) NR-2
b) ( ) NR-4
c) ( x ) NR-9
d) ( ) NR-10

Doenças Ocupacionais 38 Instituto Universal Brasileiro


AULA 4
IDENTIFICAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS

1. As empresas devem adotar cores para a segurança, com a finalidade de indicar e advertir os
trabalhadores sobre riscos existentes. Sobre sinalização de segurança, a Norma Regulamentadora que
determina este procedimento é a:
a) ( ) NR-15.
b) ( x ) NR-26.
c) ( ) NR-9.
d) ( ) NR-4.

2. Os produtos químicos utilizados no local de trabalho devem ser classificados quanto aos peri-
gos para a segurança e a saúde dos trabalhadores. Para isso, utilizam-se os critérios estabelecidos pelo
GHS (Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos). Um
desses critérios é a rotulagem preventiva nas embalagens dos produtos químicos. Assinale a alternati-
va que apresenta um dos elementos dessa rotulagem preventiva.
a) ( ) Identificação e composição do produto químico.
b) ( ) Palavra de advertência.
c) ( ) Frase(s) de perigo.
d) ( x ) Todas as alternativas estão corretas.

3. Uma das metodologias para rotulagem preventiva é a utilização do Diagrama de Hommel, que
se trata de uma simbologia que expressa os tipos de risco em graus que variam de 0 a 4, especificados
por uma cor. O que representa a simbologia branca do respectivo diagrama?
a) ( x ) Risco específico
b) ( ) Risco à saúde
c) ( ) Risco a incêndio
d) ( ) Reatividade

4. Observando o modelo de Diagrama de Hommel, assinale a alternativa que não indica um


exemplo de produto químico que se enquadra na obrigatoriedade de rotulagem preventiva.
a) ( ) Oxidantes
b) ( ) Ácidos
c) ( x ) Saneantes
d) ( ) Corrosivos

5. Sobre a Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), assinale a alterna-


tiva correta.
a) ( ) O fabricante ou fornecedor de produtos químicos deve elaborar e tornar disponível a FISPQ.
b) ( ) O formato e conteúdo da FISPQ devem seguir o estabelecido pela GHS.
c) ( ) A FISPQ se tornou um instrumento de comunicação dos perigos e possíveis riscos dos pro-
dutos químicos.
d) ( x ) Todas as alternativas estão corretas.

Doenças Ocupacionais 39 Instituto Universal Brasileiro


AULA 5
PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL

1. A NR-7 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do Programa de Con-


trole Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Sobre este programa, leia as seguintes afirmativas e,
depois, assinale a alternativa correta.

I. O objetivo do PCMSO é a promoção e preservação da saúde dos trabalhadores.


II. O PCMSO monitora, por meio de exames, a saúde dos trabalhadores.

a) ( x ) Todas estão corretas


b) ( ) Apenas I é correta
c) ( ) Apenas II é correta
d) ( ) Todas estão incorretas

2. Deve-se considerar alguns aspectos mínimos na elaboração do PCMSO. Assinale a alternativa


que não indica um destes aspectos.
a) ( ) Identificação da empresa
b) ( ) Definição de critérios e procedimentos
c) ( x ) Confraternizações
d) ( ) Programação anual dos exames clínicos e complementares

3. Complete a seguinte frase e, depois, assinale a alternativa correta.

O PCMSO estipula que devem ser realizados exames médicos cujas atividades envolvem riscos,
com base nos critérios apresentados no Quadro I e no Quadro II da NR-7.

a) ( x ) Quadro I / Quadro II
b) ( ) Anexo I / Anexo II
c) ( ) Quadro III / Quadro IV
d) ( ) Anexo III / Anexo IV

4. Leia as seguintes afirmativas sobre monitoração de exposição ocupacional.


I. Recomenda-se executar a monitoração biológica no coletivo.
II. O Quadro I da NR-7 apresenta os parâmetros para a monitoração da exposição ocupacional.

Assinale a alternativa correta.

a) ( x ) Apenas I é correta
b) ( ) Apenas II é correta
c) ( ) Todas estão corretas
d) ( ) Todas estão incorretas

Doenças Ocupacionais 40 Instituto Universal Brasileiro


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MÓDULO 2 – VOLUME 4

DIRETRIZES para vigilância do câncer relacionado ao trabalho. Instituto Nacional do Câncer José
de Alencar Gomes da Silva. Ministério da Saúde. 2012.

EFEITOS da exposição ao benzeno para saúde. Fundacentro. 2012.

GUIA Técnico Ambiental: tintas e vernizes. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental.


Governo do Estado de São Paulo. 2006.

MANUAL NETP e FAP. Sesi. 2011.

MENDES, René. Patologia do trabalho. São Paulo: Atheneu, 2005.

SÍLICA: Manual do Trabalhador. Fundacentro. 2010.

Higiene Ocupacional e Ergonomia 2 41 Instituto Universal Brasileiro


Higiene Ocupacional e Ergonomia 2 42 Instituto Universal Brasileiro

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