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Cristianismo puro e simples- Resumo

Livro I – O certo e o errado como indícios para a compreensão do sentido do universo

Lewis inicia o livro falando sobre um padrão comportamental, que transcende o homem, um
consenso sobre o certo e o errado; de maneira que, em determinadas situações, “sabemos
como devemos agir, mas, às vezes, não agimos.” Dado o nome de Lei Natural ou também
chamado Lei da Natureza Humana, a única dentre outras as leis naturais-como a da gravidade-
que está sujeito a nós e que podemos desobedecer.

Um dos questionamentos levantados por algumas pessoas a Lewis foi indagando se isso não
passaria de uma “convenção social que foi incutido pela educação”. Ele afirma que “embora
haja diferenças entre as ideias morais de uma época ou de país, as diferenças não são
realmente muito grandes[...] e você pode reconhecer a mesma lei agindo em todas; já meras
convenções sobre trânsito ou os tipos de roupas que as pessoas usam, podem diferir
profundamente”.

Outro fato é que sempre estamos considerando uma moralidade melhor que a outra medindo
através de um acordo de padrão. Por exemplo, preferimos a moralidade cristã à moralidade
nazista, e que o padrão que mede duas coisas é diferente da própria moralidade, e sim que “há
algo muito além dos fatos comuns de comportamento humano[...] uma ideia que não foi
inventada por nós e que, ainda, nos exerce uma pressão”.

Diferente da visão materialista, a visão religiosa nos diz que há um ser que criou o universo.
“[...] isto é, trata-se de algo consciente, que tem propósitos e referências [...] e produziu
criaturas semelhantes a ele- ou seja, semelhantes no sentido do possuir mente”. E se “há algo
por trás” de natureza diferente, isso não seria conhecido pela ciência ou seria conhecido de
outra maneira. A forma que isso poderia ser revelado por nós seria através de uma influência
ou um mandamento que nos induzisse no nosso comportamento.

Livro Il- no que acreditam os cristãos

Um dos argumentos usado por Lewis, no capítulo 2, para refutar a crença do dualismo é que,
se ela fosse verdadeira, a maldade precisaria necessariamente ser algo que goste de maldade
em si, e não é assim. O dinheiro, prazer, poder e segurança são essencialmente coisas boas,
mas dependendo do método errado que você usar para alcança-las, podem se corromper e
tornarem más. “[...]a maldade, se você a examinar de perto, acaba se revelando por a busca de
algum bem, mas de maneira errada. Você pode ser bom por amor a bondade, mas não pode
ser mal por amor a maldade. [...] Ninguém jamais cometeu crueldade simplesmente porque
ela é errada- e sim porque é prazerosa ou útil para aquele que faz uso dela”.

Ele ainda cita o exemplo do diabo que é um anjo caído. Ou seja, um dos poderes -o mau- na
teoria do dualismo, não é um poder independente, ele foi corrompido, uma vez que tudo que
existe, na sua essência, é bom. “O cristianismo concorda com o dualismo na acepção de que
este universo está em guerra (civil, rebelião), mas discorda que seja guerra entre poderes
independentes.” O cristianismo vê o mundo como um território ocupado pelo inimigo.

Livro lll- conduta cristã


Há três partes da moral citada no capitulo 1. As pessoas quando pensam em moralidade já
associam a “não fazer mal ao outro para que o convívio seja harmonioso”, e não está errado.
Essa é o primeiro elemento. Contudo, caso não estivermos em ordem no nosso interior, tudo
será uma farsa e não durará por muito tempo, causando discórdias. Esse é o segundo. O outro
é que saibamos para onde estamos caminhando. Logo, a moralidade englobaria três partes: “A
primeira é o jogo limpo entre os indivíduos. O segundo, seria pôr em harmonia as coisas do
lado de dentro de cada indivíduo. A terceira, o propósito geral da vida humana, a razão do
nosso ser, a melodia que o Maestro da banda deseja tocar”.

Uma analogia usada para explicar o conjunto das três partes da moral é o navio. Imagine uma
fragata de navios que esteja navegando em formação. A viagem só será um sucesso se, antes,
eles não colidirem uns com os outros; e se estiverem em condições de navegar e com motores
em bom funcionamento. “Se os navios continuarem a colidir, não vão ter condições de
navegar por muito tempo. Por outro lado, se os lemes de navegação estiverem quebrados, não
será possível evitar coalisões. Também seria trágico se-por mais que a navegação fosse um
sucesso- tivesse como destino New York e chegassem a Calcutá.

A fé cristã não é um tipo de psicanálise. A psicanálise pode ajudar um homem que tem medo
de sair na rua, mas não o orienta para saber o que fazer quando ele sair na rua.

Deus julga por escolhas morais. Se você ainda reconhece e odeia sua maldade, então não é tão
mau quanto aquele que não reconhece. Só podemos reconhecer o quanto nós somos maus
quando resistimos a ele. Um homem que se entrega com muita facilidade ao mal não sabe
qual é o seu nível de maldade. Quando resistimos ao mal é que ele se mostra com seu
verdadeiro poder. Só descobrimos o grau da nossa dependência quando tentamos abandonar
um vício.

O “O casamento cristão”, no capítulo 6, fala sobre a superficialidade e a banalização das


pessoas, que se casaram na igreja, estão levando as promessas solenes, feitas em público, de
serem fieis uns aos outros até a morte. A ideia de “estar apaixonado” para manter o
casamento “não deixa espaço para o casamento como contrato ou promessa” e tem sido
usado como justificativa para um divórcio.

Lewis escreve que a paixão é um sentimento nobre, mas, como todos os outros, é temporário,
não perdura com tanta força -ou nem perdura. Ele difere o estar “apaixonado” do ‘’amar’’.
Amar não é meramente um sentimento “Trata-se de uma profunda unidade, mantida pela
vontade e fortalecida pelo deliberadamente pelo hábito; reforçada pela graça (no caso dos
matrimônios cristãos) que ambos pedem a Deus e dEle recebem. Ou seja, o “estar
apaixonado” foi o que impulsionou a prometerem fidelidade um ao outro, e o amor, permite-
lhes cumprir a promessa.

O grande pecado(capítulo 8) de acordo com os grandes mestres cristãos é o orgulho, o mal


supremo. Pois foi pelo orgulho que o diabo se tornou o diabo. Ele nos leva a todos os outros
vícios e nos põe em inimizade com Deus, pois destrói nossa capacidade de amar. E enquanto
formos orgulhosos, não podemos conhecer a Ele.

As pessoas quando se vangloriam de algo que possui- como o dinheiro, a inteligência e a


beleza- sentem o prazer em estar acima dos demais. Porque se todos os possuíssem não
haveria do que se orgulhar.
“Sempre que nossa vida religiosa está nos fazendo pensar que somos bons- acima de tudo,
que somos melhores que os outros- certamente estamos sendo influenciados não por Deus,
mas pelo diabo. A prova real de que você está na presença de Deus é que você esquece
completamente de si ou vê como um objeto pequeno e sujo”.

Há três virtudes telogais mencionadas no livro, e uma delas é a esperança. Ela consiste em
uma visão voltada para o mundo eterno- sem descuidar do presente. Os cristãos entendem
que as criaturas não existiriam para desejos que não haveria satisfação. O ser humano sente
fome: há a comida; sentem desejo sexual: há o sexo. Contudo, quando descobrem um desejo
que nenhuma experiência desse mundo poderia satisfazer, compreendem que uma explicação
mais plausível é que eles não tenham sido feitos para esse mundo e “a jornada deles nesse
mundo, e a ajuda para que outros façam a mesma coisa, devem se tornar o objeto principal da
vida”.

Outra é a fé. Ela é uma crença, o acreditar. Lewis conclui que nós, seres humanos, não somos
baseados sempre pela razão. Nós podemos compreender uma determinada situação pela
razão, mas podemos agir não guiados por ela, e sim pela emoção. Por exemplo, minha razão
diz que não há nada de perigoso no escuro, mas minhas emoções me fazem perder a fé na
razão e ter medo mesmo assim. A fé está fundamentada na razão.

Quando uma pessoa decide pela razão se converter ao cristianismo, o que manterá ela,
independente da situação que estiver enfrentando, é a fé. “A fé é aderir a coisas que a sua
razão já aceitou, apesar de seu estado de espirito inconstante”. Por isso a fé é uma virtude
necessária, por esse motivo as orações diárias, a ida à igreja, pois precisamos ser
continuamente lembrados no que acreditamos.

Livro IV – Além da personalidade

Uma pessoa que não é cristã pode tentar se esforçar para ser boazinha para ter um
comportamento digno diante da sociedade. Mesmo tentando, verá que seu pobre ego natural
ter alguma chance e algum tempo pra dar continuidade para fazer o que bem entende. Essa
pessoa, vendo que não consegue seguir, pode: desistir da ideia de ser boa, ser completamente
infeliz ou viverá fazendo cobranças de troca a alguém por ter feito o bem a ela.

No estilo cristão é diferente. Uma vez que aceitamos Cristo interferir na nossa vida para uma
mudança, Ele se propõe a nos mudar e restaurar um novo ser. Não em meio termo, e sim por
completo: matando nosso ego natural por meio da nossa renúncia a nós mesmos. Mas, se
somos covardes, entregando pela metade, ele não poderá agir. Quando Cristo diz “Sedes
perfeito”, Ele não quer dizer que nos condenará por não sermos, mas que, se nós entregarmos
tudo a ele, a nossa vida, Ele estará trabalhando em nós e nos tornando. E quant mais nos
entregamos a Ele, mais autênticos e mais verdadeiramente nos tornamos nós mesmos, porque
foi ele quem nos criou.

Os cristãos não serão todos iguais por serem todos imitadores de Jesus. O fato de que a
mesma luz incide sobre todos não faz todos serem iguais. A luz realça as diferenças, como o sal
realça o sabor. Jesus pergunta: o que poderia fazer o sal voltar a ser salgado? O que poderia
fazer a luz voltar a iluminar? O que poderia fazer o humano voltar a ser humano? O que pode
fazer você voltar a ser você?

”Andar para distante da Sua vontade é ir em direção ao nada”- C.S. Lewis

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