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Bom
Jornalista
Por Arquimedes de Castro
Manual do Bom Jornalista 2
Índice
APRESENTAÇÃO 4
O BOM E O MAU 8
SAIBA O QUE É UM BOM OU MAU JORNALISTA NA OPINIÃO DE QUEM ENTENDE (OU NÃO) DO ASSUNTO 8
OS 10 MANDAMENTOS 10
10
PRIMEIRO 10
SEGUNDO 11
TERCEIRO 11
QUARTO 12
QUINTO 12
SEXTO 13
SÉTIMO 13
Manual do Bom Jornalista 3
OITAVO 13
NONO 14
DÉCIMO 14
FRASES 15
15
ARTIGOS DO AUTOR 21
SOBRE O AUTOR 42
Manual do Bom Jornalista 4
APRESENTAÇÃO
A idéia era escrever um livro sobre o assunto, mas descobrimos que para fazê-
lo, precisávamos da contribuição dos colegas.
Boa leitura.
Arquimedes de Castro
Manual do Bom Jornalista 5
4."não esqueça das maiúsculas", com já dizia carlos machado, meu professor lá
no colégio santa efigênia, em solânea, na paraíba.
5.Evite lugares comuns e ponha as barbas de molho, fugindo desse erro como o
diabo da cruz.
8.Aí brou, seja esperto antes de emplacar uma gíria, mano, mesmo que a
galera toda ache muito louco. Se liga, certo?
11.Evite repetir a mesma palavra, pois de tanto repetir a mesma palavra, ela
pode ficar repetitiva. A repetição vai fazer com que a palavra seja repetida
várias vezes, tornando o texto repetido de novo.
12.Não abuse das citações. Como dizia meu avô: "Quem cita os outros não tem
idéias próprias".
O BOM E O MAU
OS 10 MANDAMENTOS
PRIMEIRO
SEGUNDO
TERCEIRO
QUARTO
QUINTO
SEXTO
SÉTIMO
Cuidado com as pessoas que não têm função definida na empresa. Estes são
os indivíduos que compensam a incompetência com fuxicos e fofocas.
É útil não falar aquilo que você não tem coragem de falar na frente das
pessoas por trás.
Aproveite e siga aquele ditado que diz: "Notícia ruim sobre o comportamento
alheio nunca deu boa fama a quem divulga".
OITAVO
Esteja sempre ocupado, mesmo quando não tem nada para fazer “trabalhe”.
Mesmo que tudo já tenha sido feito, permaneça escrevendo. Faça cara de
conteúdo rapaz.
Você acordou às 3 da manhã, está o dia todo trabalhando, no meio da tarde
pega um copinho de café, acende um cigarro, respira um pouco e aí chega um
gaiato para dizer: "Vida boa hein!".
Manual do Bom Jornalista 14
NONO
DÉCIMO
FRASES
O Sindicato dos Jornalistas está para a categoria assim como o DENARC está
para os traficantes. (anônimo)
“De tanto se repetir uma mentira uma mentira, ela acaba se transformando
em verdade”. (Josef Goebbels)
“De um ponto de vista mais amplo do que os malefícios causados por falhas
éticas à reputação de pessoas, a anti-ética da não-“denúncia” situa-se, com
certeza, entre os procedimentos mais responsáveis pelo atraso social,
administrativo, institucional e político do Brasil”. (Jânio de Freitas)
“Ah, como seria bom se o jornalismo esportivo pudesse se limitar a contar com
emoção os feitos de nossos atletas!” (Juca Kfouri)
Com poucas exceções, uma imprensa livre significa uma imprensa livre do
controle público, uma imprensa suficientemente isolada do espectro do Estado.
(Theodore Glasser)
“É preferível pedir desculpas depois, do que pedir licença antes”. (pe. Gaspar
Blanco Ramos)
“Nós temos que nos preocupar, tem rádio demais para pouco dinheiro no
mercado publicitário, nós temos que nos preparar cada vez mais, por quê
realmente a competição é muito grande”. (Milton Neves)
“Se Cristo tivesse sido enforcado, a forca teria a mesma força simbólica da
Cruz?”. (Millôr Fernandes)
“Não use drogas! Elas acabam com o fígado, o coração e os rins, fodem a sua
mente e, de modo geral, fazem com que você fique igualzinho aos seus pais!”.
(Frank Zappa)
“O jornalismo moderno tem uma coisa a seu favor. Ao nos oferecer a opinião
dos deseducados, ele nos mantém em dia com a ignorância da comunidade”.
(Oscar Wilde)
“Levei quinze anos para descobrir que não sabia escrever, mas aí já não podia
parar – tinha ficado famoso demais”. (Robert Benchley)
“Se quiser ficar rico escrevendo, escreva o tipo de coisa que é lida por pessoas
que movem os lábios ao ler”. (Don Marquis)
Manual do Bom Jornalista 19
“Uma celebridade é uma pessoa que trabalha duro a vida inteira para se
tornar conhecida e depois passa a usar óculos escuros para não ser
reconhecida”. (Fred Allen)
“Na Califórnia não se joga o livro fora. Eles o reciclam na forma de programas
de TV”. (Woody Allen)
“Gosto de televisão porque ele me permite falar coisas sobre as quais não acho
que valha a pena escrever”. (Truman Capote)
“Adoro a televisão. Antes dela, sempre se dizia que o cinema era a arte mais
vagabunda que existia. Agora já estamos em segundo lugar”. (Billy Wilder)
Manual do Bom Jornalista 20
“A televisão é um veículo de diversão que permite a milhões de pessoas
ouvir a mesma piada ao mesmo tempo e, ainda assim, continuar solitárias”. (T.
S. Eliot)
"O bom jornalista para alcançar as glórias divinas, e ser ungido nos braços de
Deus, terá que pelo menos uma vez por semana ouvir o programa “A voz do
Brasil”. Além de ficar bem informado sobre todas as informações que o governo
quer que você pense que é verdade, o profissional deverá editar uma ou duas
matérias a título de exercício de aperfeiçoamento. Amém?" (domínio público)
Manual do Bom Jornalista 21
ARTIGOS DO AUTOR
OS COVARDES SE ESCONDEM NO ANONIMATO
Devido a algumas coisas que escreví recentemente, tenho recebido uma série
de comentários de funcionários públicos comissionados incompetentes (Bôbos
da Côrte), que se escondem no anonimato. Fazem os comentários mais
agressivos possíveis, mas não se identificam, por que temem mostrar a cara.
Eu não ajo no anonimato. Minhas posições são públicas, assinadas, pelas quais
assumo ampla e total responsabilidade. Não faço acusações vazias, não me
escondo em e-mail's falsos e atrás de telas de plasma anônimas. Eu sou
censurado por que tenho coragem de mostrar a cara.
Sei que minhas posições incomodam os donos do poder, mas incomodam ainda
mais os bôbos da côrte, funcionários públicos comissionados incompetentes
demais para a iniciativa privada, são recepcionados pelos governos corruptos,
por que estão dispostos a fazerem o que for necessário para manterem os seus
empregos medíocres.
Luiz Inácio não lê jornal, disse que lhe provocam náuseas. Ele confessou algo
que é comum em muitos governantes. Principalmente em aristocratas e na
turma que queria e quer implantar a ditadura do proletariado. Não suportam
a imprensa, amam os marqueteiros e a propaganda chapa branca oficial, que
maqueia a realidade e distorce os fatos para que caibam no ego de quem só
quer ouvir o eco da própria voz.
Os governadores, prefeitos e o presidente, assim como alguns parlamentares
não ouvem a mídia, não leêm nada, apenas acompanham sínteses preparadas
por bôbos da côrte, que fazem a leitura do governo a respeito da imprensa,
rotulando quem é do esquema e quem não é.
Não me rotulem, pois o que faço é jornalismo público, defendendo os interesses
do população, dando voz aos que não tem, defendendo a democracia e os ideais
republicanos. Não sou Cunha Lima, nem Vital do Rêgo, nem Coutinho, nem
Maranhão e nem muito menos babão.
Sou radialista, jornalista, contabilista, comunicologo e filosofo amador, com
mandato até o último dia da minha vida, que sustento com o suor do meu rosto
sem dever favor a ninguém. Sei que isso dá inveja a quem depende da bondade
do poderoso de plantão no palácio, mas nada posso fazer por essas pobres
almas, senão rogar a Deus que apiede-se delas na próxima encarnação.
Manual do Bom Jornalista 22
MANDEM O BOBO DA CÔRTE TOMAR BANHO
Os novos Bobos das Côrtes são jornalistas, que se esmeram em fazer por
merecer seus gordos salários, funcionários públicos pagos com o dinheiro
suado de nossas testas, privatizados para manterem no poder os novos
ditadores que se proliferam como piolhos na América Latina.
A mídia paraibana está amordaçada. Sempre esteve, mas agora está um pouco
mais, asfixiada num vórtice do tempo, que contrariando a ordem natural das
coisas, criou o governador sem voto, o prefeito sem popularidade e a casa da
notícia se transformou em sucursal do departamento de comunicação oficial.
Onde estão às denúncias nos jornais, os dossiês mostrando os desvios de
conduta e de dinheiro? Ninguém acompanha a tramitação de ações judiciais
contra os governantes, nenhuma TV mostra o que realmente está acontecendo
nos porões do poder? Transformou-se a mídia toda num imenso House Organ,
onde a promessa virou coisa feita, a ordem de serviço em obra pronta e a
falácia, na mais pura verdade.
Eu sei que em time que está ganhando não se mexe. Que 35.040 horas de
mandato pode ser pouco. É óbvio que as políticas públicas bem sucedidas
devem ter continuidade. Não há dúvida que a estabilidade é mais confortável
que a mudança. Mas não foi assim que tudo começou!
A reeleição para cargos do Poder Executivo entrou em vigência no país em
1998, após a aprovação da emenda constitucional n° 16, de 4 de julho de 1997.
Com a mudança, promovida durante o governo do então presidente Fernando
Henrique Cardoso, o político disputou e venceu o pleito de outubro de 1998,
tornando-se o terceiro presidente da República a se reeleger no país, depois de
Rodrigues Alves e Getúlio Vargas, e o primeiro reeleito no chamado modelo
americano, com dois mandatos consecutivos.
O principal argumento em defesa da reeleição se baseia na racionalidade do
eleitor. Em um ambiente no qual o voto é obrigatório, pode-se supor que o
efeito da chamada ignorância racional seja minimizado. Através do exercício
do voto, o eleitor pode premiar a boa administração com a continuidade por
mais um mandato ou, da mesma forma, punir a má administração através da
negativa nas urnas. Na prática a ignorância racional tem vencido nas urnas.
Em disputas entre dois candidatos, o voto individual possui um efeito
negligível
em termos de decisão da eleição. Sabendo disto, os eleitores não se informam
de maneira racional – no sentido de minimizarem custos nesta busca por
informações – e permanecem “racionalmente ignorantes”. Isso não significa
que eles não votem em um dos candidatos, mas significa que outros fatores
(como a ideologia ou o jingle da campanha) sejam mais fortes em sua escolha
do que os projetos dos candidatos, por exemplo. Por outro lado, pode-se
imaginar que a competição partidária seja, em si, um bom mecanismo de
incentivo à
minimização desta ignorância. Isto porque os próprios partidos podem buscar
informar os eleitores de suas propostas.
A PEC do Terceiro Mandato obteve mais assinaturas do que necessitava e
começou a tramitar na Câmara Federal. 176 deputados assinaram a proposta,
entre eles, Vital do Rêgo Filho, Marcondes Gadelha, Wilson Santiago, Damião
Feliciano, Wellington Roberto e Armando Abílio. “Assinei apenas para
levantar o debate, não acredito que haja tempo para votar até setembro.”, me
disse Abílio.
O problema é que não se trata apenas de mais um mandato para Luís Inácio,
também haverá mais um mandato, se assim o quiserem, para Ricardo
Coutinho, Veneziano Vital do Rêgo e José Maranhão. Também abre janela
Manual do Bom Jornalista 27
para outros tantos prefeitos de pequenas cidades controladas a mão de ferro,
no esquema do curral eleitoral.
A PEC 373/09 abre janela para 3 mandatos sucessivos, mas determina a
realização de um referendo para legalizar a medida, que seria realizado no dia
13 de setembro de 2009. Numa enquete realizada pela Rádio Campina FM nas
ruas de Campina Grande, a maioria absoluta dos eleitores mostrou disposição
em dizer sim a um terceiro mandato.
Para quebrar essa lógica de 12 anos de Luís Inácio no Palácio do Planalto,
uma questão levantada em entrevista que me concedeu recentemente o juiz
Antônio Silveira Neto, presidente da Associação dos Magistrados da Paraíba,
questionou a legalidade de mudança no § 5º do artigo 14 da Carta Política,
ocorrer por Proposta de Emenda Constitucional. Ele lembrou que tal alteração,
segundo alguns juristas, só é possível após convocação de uma nova
Constituinte. A questão nunca chegou a ser avaliada em sua profundidade, ou
seja, no mérito, pelo STF, que poderá ainda, considerar inconstitucional a
proposta, por ferir o princípio da alternância de poder.
Não vejo nenhuma vantagem em terceiro mandato, nem muito menos em
segundo. 35.040 horas são mais que suficientes para um projeto de governo
sério. Boas políticas públicas são as que deixam de ser projeto e passam a ser
processo, redundando em políticas de Estado e não de governo. Não há como
impedir um governante de se abster da interferência no processo eleitoral,
quando ele próprio é candidato, não há limite claro entre uso e abuso de poder
político. Não à reeleição. O único jeito democrático de dar moralidade e
dignidade ao Congresso Nacional, às Assembléias Legislativas, às Câmaras
Municipais e aos governos Federal, Estadual e Municipal é a alternância de
poder. Que venham as novas lideranças, que permaneçam os bons projetos,
mas que se restaure a República.
Manual do Bom Jornalista 28
MANIPULAÇÃO DA MÍDIA
1. Fazer todo mundo acreditar que o cometa Halley poderia ser visto a olho
nú por todos os brasileiros e que isso ia mudar a vida de todo mundo;
2. Realizar uma eleição indireta para presidente, manipulando o congresso
nacional e a opinião pública através da mídia, fazendo todo mundo acreditar
que se tratava de um processo de redemocratização do país;
3. Roubar a poupança privada e a conta corrente das pessoas, fazendo todo
mundo acreditar que se tratava de uma solução mágica para matar o "Dragão
da Inflação";
4. Promover um golpe de estado durante a democracia, aumentando o
mandato de um presidente através da reeleição, fazendo todo mundo acreditar
que isso daria estabilidade política ao país;
5. Mandar todos os cidadãos apagarem as luzes das suas casas para
encobrir o fato de que o governo não teve competência para gerenciar o
sistema elétrico do país;
6. Dizer para a população que Lula iria desmontar o Plano Real, quando na
verdade ele iria servir aos interesses dos banqueiros e especuladores
internacionais, do mesmo jeito que fez FHC;
7. Fazer todo mundo acreditar que temos uma democracia consolidada só
porque temos eleições de 2 em 2 anos, e mesmo assim esse tipo de eleição cheia
de vícios e deturpações, que precisa das Forças Armadas na rua. (Contribuição
do cientista político Gilbergues Santos.)
8. Entrevistar um desembargador perguntar se ele viu algum movimento
onde todo mundo falava de compra de votos, pra ele dizer: "estive no bairro
mais crítico e criticado nas emissoras de rádio e não ví nada. Tudo tranquilo, a
democracia a olhos vistos, as baideirinhas em todas as casas". E o repórter
muito bem a justiça fez valer a democracia. Ai eu finalmente depois de toda a
minha vida, como gente entendido de mundo, cheguei ao porque da "venda no
rosto da estátua da justiça".
Manual do Bom Jornalista 29
CHECK LIST ELEITORAL
Tenho algumas manias pessoais. Uma delas é fazer uma lista de checagem ao
sair de determinado lugar, ao sair de casa, ao sair de um processo qualquer, ao
concluir um projeto. É um hábito saudável para evitar que algo seja esquecido,
servindo também para aperfeiçoar as ações, de quem como eu, vive sob o signo
da renovação periódica.
Eram por volta das 8 horas da manhã de uma segunda-feira, final de mês,
agência do Banco do Brasil em Solânea, no Brejo Paraíbano. A cena se repete
todos os meses segundo os que são obrigado a enfrentar a via crucis rumo ao
banco para retirar o benefício social distribuído pela Previdência.
Senhores e senhoras, com mais de 80 anos, numa fila única para acessar um
caixa eletrônico. Observei a cena dantesca que contrasta com a propaganda
oficial da previdência e também da instituição financeira. Os aposentados
viram reféns do analfabetismo tecnológico, obrigados a enfrentar uma fila para
um caixa único. Dos 8 que existiam na bateria, apenas 1 estava disponível
para saques, onde se acotovelavam jovens, adultos, crianças e idosos.
Na frente do caixa eletrônico nenhum funcionário do banco fornecia
informações aos idosos que se espremiam na fila. Cerca de 90 minutos para
atendimento em média.
A senhora ao meu lado, Dona Maria, 84 anos, disse que não sabia operar o
caixa eletrônico. Mensalmente comparecia ao banco e fornecia seu cartão e sua
senha para um rapaz que se apresentava como intermediário informal, entre
aqueles que não sabem operar o sistema operacional do caixa e o banco.
Na verdade os bancos nunca lucraram tanto quanto como agora.
O Banco do Brasil registrou no terceiro trimestre lucro líquido de R$ 1,979
bilhão, crescimento de 6% ante igual período do ano passado. Esse resultado
corresponde a um retorno anualizado sobre o patrimônio líquido (PL) de
26,2%, ante 30,5% registrado em igual período do ano passado.
Desconsiderando os efeitos extraordinários, o lucro recorrente chegou a R$
1,764 bilhão, crescimento de 2,2%, o que corresponde a um retorno sobre o PL
de 23,1%, ante 33,6% no terceiro trimestre de 2008. O BB considerou como
extraordinário no trimestre a opção de lote suplementar da VisaNet, de R$ 209
milhões; a alienação parcial do restante da participação na Visa Inc,
totalizando R$ 141 milhões; a cessão de créditos baixados, gerando receitas de
R$ 119 milhões e despesas de demandas cíveis, de R$ 84 milhões.
Nos nove primeiros meses de 2009, o lucro líquido atingiu R$ 5,992 bilhões, o
que indica avanço de 2,29% sobre o período de janeiro a setembro do ano
passado. Esse resultado equivale a um retorno sobre o PL de 25,9%, ante 31%
em igual período de 2008. O lucro recorrente no período foi de R$ 5,014
bilhões, queda de 0,89%, com um retorno sobre o PL caindo de 26,7% para
21,6%.
Apesar dos números extraordinários, os cidadãos, são tratados como se não
fossem importantes pela instituição financeira. E de fato não são.
Para colocar um funcionário que atendesse a demanda das pessoas sem
conhecimento para operar um caixa eletrônico, o banco teria que investir na
Manual do Bom Jornalista 33
qualidade do seu atendimento, o que não parece ser interessante. O
investimento é feito no marketing institucional, vendendo a imagem que não
se pode observar na agência, num total desrespeito por idosos, gestantes e
mulheres com crianças de colo.
O que observei na agência de Solânea infelizmente não é exceção. É regra. A
regra do tratamento VIP para as grandes contas e do “se vire” para idosos.
Manual do Bom Jornalista 34
DIÁRIO DE UM REPÓRTER NA VISITA PRESIDENCIAL
Eu quero me sentir seguro, ou quero estar seguro mesmo sem me sentir. Como
me sentir seguro em Campina Grande?
O cidadão comum já percebeu que a criminalidade na Rainha da Borborema
aumentou, mas ao reclamar dos serviços de segurança o contribuinte é
confundido com o eleitor e não raramente tem seu pedido ou sua denúncia
desqualificada, pelo argumento partidarizado, pela falácia governamental de
que a violência está aumentando em todo o lugar do mundo, em todo o Brasil e
também não seria diferente em Campina Grande.
Mas há um dado objetivo.
Veja no mapa abaixo o Mapa da Violência na Paraíba, extraído da pesquisa
coordenada pelo Dr. Julio Jacobo Waiselfisz e financiada pelo Ministério da
Justiça com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde.
Os municípios em verde mais escuro, são os que registram índices de
homicídios em relação a população muito acima do registrado no resto do País.
Em Campina Grande ocorre um fator que precisa ser melhor estudado pelas
autoridades locais, deixando de ser tratado como fenômeno comum e passando
a merecer a atenção devida e medidas emergenciais, bem como planejamentos
estratégicos de médio e longo prazos.
Ao contrário do que ocorreu na maioria dos municípios brasileiros após a Lei
do Desarmamento, em Campina Grande o número de homicídios aumentou,
numa curva ascendente, tendo taxa de mortes violentas entre jovens de 37,7,
semelhante a municípios muito maiores como Feira de Santana (35,5), na
Bahia, que tem uma população superior a 600 milhões de habitantes.
O pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, não aponta a solução para o problema,
não faz um diagnóstico da situação, mas revela dados que as autoridades
fazem questão de esconder, esforçam-se para minimizar, desacreditar, mas
têm muita dificuldade de refutar, pois tratam-se de dados oficiais.
Na entrevista que eu fiz com o pesquisador é possível entender em parte a
problemática da violência urbana e rural, não só em Campina Grande, mas em
toda a Paraíba, permitindo apenas uma conclusão, segurança nunca foi, não é
e talvez nunca venha a ser a prioridade dos governadores paraibanos. Mãos ao
alto e passe o seu título!
Manual do Bom Jornalista 39
É importante destacar na abertura deste artigo que quem o escreve não é nem
tem nenhuma formação jurídica. Escrevo apenas como observador, em relação
aos casos diversos que acompanhei nesses 21 anos atuando como rádio-escuta,
repórter, produtor, apresentador e editor, em rádios, jornais, revistas e
televisão.
Por que algumas decisões da justiça são tão demoradas ou simplesmente não
têm eficácia, em suma, aquilo que foi decidido pelo juiz ou côrte, apesar de ser
fato jurídico, carece de efeitos práticos objetivos, que levem ao cidadão a
sensação que foi feita a justiça? Que de fato vivemos num estado de direito,
onde todos estão sob o julgo da lei.
O ex-governador Cássio, foi investigado durante 7 meses pelo Ministério
Público Eleitoral da Paraíba, por ter cometido abuso de poder político e
econômico e também conduta vedada a agente público, julgado pelo Tribunal
Regional Eleitoral, condenado a perda de mandato e a inelegibilidade, além de
multa. Recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral, conseguindo manter-se no
cargo por mais de 2 anos, quando definitivamente, após avaliação dos
embargos declaratórios do julgamento, foi afastado do Palácio da Redenção. A
justiça eleitoral levou 26 meses para reparar o fato de não ter podido evitar o
crime eleitoral cometido pelo ex-chefe do executivo estadual.
O atual prefeito de Campina Grande, Veneziano, foi investigado por 20 meses
pelo Ministério Público Eleitoral, por ter usado recursos públicos, do Fundo
Municipal de Saúde, para financiar gastos de campanha. Condenado pelo juiz
Francisco Antunes da 16ª Zona Eleitoral a perda de mandato, recorreu ao
Tribunal Regional Eleitoral e conseguiu liminar em Ação Cautelar que lhe
garante permanecer no cargo, por até 6 meses, segundo a acusação e talvez até
o fim do mandato como defendeu o vereador petista Perón Japiassu.
Os juízes citam juristas, jurisprudências e súmulas para justificarem as
decisões que tiram a eficácia das sentenças no âmbito da justiça eleitoral. O
Manoel Monteiro, desembargador do T.R.E. citou o renomado Vicente Greco
Filho, para argumentar em sua decisão “o poder geral de cautela atua como
poder integrativo de eficácia global da atividade jurisdicional. Se esta tem por
finalidade declarar o direito de que tem razão e satisfazer esse direito, deve
ser dotada de instrumentos para a garantia do direito enquanto não
definitivamente julgado e satisfeito.”.
É estranho que o desembargador, ao mesmo tempo em que indica haver no
processo provas mais que suficientes para que a decisão do juiz seja
respeitada, conforme transcrevo; “O mérito da ação principal fundamenta-se
no extenso acervo probatório constante da decisão do Juiz de primeiro grau
Manual do Bom Jornalista 40
sobre a eventual existência de desvio de verbas para financiamento de
campanha por empresa que presta serviços ao Poder público municipal,
através de terceiros doadores ou até mesmo oriunda de recursos públicos.” Age
de forma a manter o governante no cargo, alegando a suposta normalidade
jurídica. Mas qual foi a normalidade jurídica observada quando Cássio foi
destituído e por fax o segundo colocado foi empossado no Tribunal Regional
Eleitoral? Não pode também o ex-governador recorrer ao Supremo Tribunal
Federal, onde poderia igualmente conseguir voltar ao cargo?
Não é forçoso concluir que o amplo direito de defesa acaba por imprimir na
sociedade a sensação de impunidade, de que vale a pena não cumprir a
legislação eleitoral, mesmo correndo o risco de cassação, já que uma decisão
definitiva demora até mais de dois anos. Ou seja, ao infrator o prêmio de
governar meio mandato, até que todas as formas possíveis de procrastinar a
decisão final sejam usadas?
Cega, surda, muda e paraplégica a justiça eleitoral que não dá eficácia as suas
decisões. Perde o povo, perde a democracia, perde também a liberdade, que é o
bem maior do estado de direito. Perdemos todos.
Manual do Bom Jornalista 41
7 EM CADA 3 ELEITORES PARAIBANOS SÃO ANALFABETOS FUNCIONAIS.
SOBRE O AUTOR
Arquimedes de Castro é
formado em Rádio e TV pela
Faculdade Cásper Líbano e em
Ciências Contábeis pela
Universidade São Judas.
E editor-chefe da Rádio
Campina FM; Produz
reportagens, apresenta
programas jornalísticos e
desenvolve debates nos
noticiários:
- Rádio Tupi AM; Atual AM; Apolo FM; CBN-SP; Super Sucesso; impressa FM
- Rede da Américan Sat para 45 emissoras do Brasil
- Mesário de Contabilidade;
- Revista Brasileira de Planejamento Tributário;
- Jornal Fecontesp
- Revista Paulista de Contabilidade