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DI6NA – D. PRO.

CIVIL

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


MICHEL

TEMA: TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO – PRINCÍPIOS

Data: 03/02/2021 • Na execução não irá se discutir o direito, haverá apenas


a realização de atos por parte do poder judiciário voltados
1. TÍTULO EXECUTIVO ( ART. 783, CPC)
ao cumprimento do comando da decisão judicial. Dessa
• Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á
forma o processo é dividido em duas grandes fases
sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.
→ 1 que é a de conhecimento ( discute, se acerta) do direito
• É um conceito fundamental, é a base da própria atividade
→ 2 que é voltada ao cumprimento do que foi decidido
de execução da atividade executiva;
denominada de executiva;
• o processo de conhecimento é destinado ao acertamento de
um direito, pois quando um autor vai ao judiciário
• Ex: Carlos tem um cliente que o procura para fazer o
apresentando uma petição inicial ele formula um pedido,
ajuizamento de cobrança de uma divida, essa é uma ação
ele não tem um reconehcimento/ acertamento de sua
de conhecimento. Ultrapassadas todas as etapas do
pretenção, ele ainda está pedindo que sua pretenção seja
processo de primeiro grau o cliente teve reconhecido o
apreciada. O pedido é um elemento indispensável da
direto de recebimento de 150.000 reais. O réu condenado
petição inicial e vincula o órgão jurisdicional.
recorreu, e o tribunal manteve a sentença, mas não
• Esse pedido pode ser condenatório, constitutivo e
satisfeito interpos recurso especial para o STJ que transitou
declaratório, mas não há ainda um direito, o autor quer
em julgado mantendo a condenação do réu ao pagamento
discutir uma pretensão perante ao réu. Ao fim do processo
do referido valor. O cliente/autor tem o direito adquirido,
o juiz julgará o pedido do autor e se estiver convencido dos
pois existe o reconhecimento ao recebimento do credito,
argumentos dele a ação será procedente caso contrario será
no entanto tem que entrar com a outra etapa do processo
julgada improcedente;
denominada de execução para que o devedor seja
→ condenatório - ex: condenação do réu a fazer algo, a não
compelido a pagar e caso esse não queira, o seu patrimônio
fazer algo, a pagar
deverá ser penhorado e vendido e somente depois que o
→ constitutivo - revisão de um contrato, modificação de
leilão for feito poderá ser entregue os 150.000;
uma clausula, divorcio
→ declaratório - ex: reconhecimento de uma relação
• Se o devedor não pagar voluntariamente: atos
jurídica, ex: ação de investigação de paternidade;
executivos atingem o patrimônio dele ( penhora de
bens) para que tais bens sejam utilizados com forma de
• Ex: A decisão favorável ao autor asegura a ele o direito ao
pagamento.
recebimento de um crédito no valor de 50.000 reias e essa
transitou em julgado. Nese caso se tem uma obrigação
constituída e um direito acertado que é justamente o • Para que essa atividade executiva possa ser realizada é
pagamento da quantia no qual o autor faz jus; preciso que o credor ( cliente do carlo) tenha um título
• A execução é p instrumento que garante que após a executivo, que é uma decisão judicial ( sentença,
condenação o devedor irá pagar esse valor quando o acordão, interlocutória, decisão monocrática) que
devedor não dé cumprimento aquilo a que foi condenado, acerta o direito do credor, sem a presença desse não se
e portanto é necessário que a lei previsse um instrumento executa, a lei não autoriza que se instaure a atividade
que acelerasse de maneira forçada para que o devedor executiva;
cumpra o que lhe foi imposto;

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• O sistema tbm prevê que alguns documentos são dotados • É tbm necessário que a obrigação de pagar, não fazer ou
de força executiva e são considerados como títulos dar seja marcada por 3 características que devem está
executivos sem que o credor tenha que passar por uma presente, não basta 2:
etapa de conhecimento previa. Aquele que for portador de → Liquida: quando o seu objeto estiver determinado.
um cheque, nota promissória, duplicata, letra de cambio, ▪ Ex: pagar 1000 reias, entregar um apartamento no
debênture, cofição de divida assinada por o devedor e edifício x avenida y, construir o muro, despoluir a baia
outras 2 testemunhas etc. é portador de um titulo do guajará.
extrajudicial. ▪ A obrigação tem que ter portanto o seu objeto definido,
o pedido vincula o órgão jurisdicional. Portanto a
• Quando se tem um titulo extrajudicial a primeira etapa liquidação é a determinação do objeto da
não precisa acontecer e o reconhecimento é feito de liquidação, seja ele de uma obrigação de dar, fazer,
forma direta e assim já pode promover a atividade não fazer ou entregar;
executiva independentemente de uma previa etapa de → Certeza: - uma obrigação será sempre certa se ela
conhecemento. constar de um titulo executivo, se ela prevê uma
obrigação de pagar essa é uma obrigação certa;
▪ Documento privado particular será considerado
• O que é indidepensavel para executar é um titulo como titulo executivo extrajudicial quando ele estiver
judicial ou extrajudicial, dessa forma ou o credor vai assinado pelo devedor e tbm por duas testemunhas,
ter uma sentença,acordão etc ou para executar tem que caso não tenha uma dessas assinaturas não é um titulo
ter um anota provisória, cheque, debênture etc. executivo extrajudicial e a obrigação constante no
documento não é uma obrigação certa;
• É preciso que esse titulo conte uma obrigação de pagar, ▪ ex: Michel redige um documento dizendo que tem a
fazer , de não fazer ou de entregar uma coisa, portanto obrigação de pagar a Carlos a quantia de 1000 reias, esse
o titulo tem consignar uma obrigação de pagar, fazer,não documento tem uma obrigação de pagar, tem uma
fazer ou entregar. O processo serve justamente para que obrigação liquida, mas não contem uma obrigação certa,
essas obrigações sejam cupridas. pois o documento não apresenta a assinatura de duas
testemunhas. Não tem o direto acertado e para Carlos
• Análise do título executivo é fundamental, para se fazer
cobrar tem que ingressar com uma ação de conhecimento
execução a presença do título executivo é necessária,
para acertar o direito para condenar e assim passa a ter
esse revela o acertamento de uma obrigação de pagar,
uma obrigação certa constante no titulo judicial que é a
fazer, não fazer ou de dar. Dessa forma é preciso que
sentença, o tal documento que preparou para ele contem
uma dessas obrigações constem no título executivo que
uma obrigação liquida porém incerta, para ser certa
são obrigações civis;
deveria conter a assinatura de duas testemunhas;

• Os títulos executivos que devem instruir as execuções ▪ Somente haverá a certeza da obrigação se ela constar

são os títulos executivos judiciais (decisões judiciais de um titulo executivo, seja judicial ou extrajudicial

como sentenças, decisões interlocutoras, acórdãos,


decisões monocráticas, sentenças arbitrais, sentenças → Exigibilidade - está relacionada ao inadimplemento, uma

homologarias de transição, sentenças estrangeiras obrigação só é exigível quando o devedor for inadimplente

homologadas pelo superior tribunal de justiça e etc.) ou caso ele não seja não há exigibilidade. Portanto ocorre

extrajudiciais (cheque, nota promissória, debêntures, quando a obrigação não depender de um evento futuro,

duplicatas). esse pode ser um evento futuro certo ou não. O evento


futuro certo é o vencimento ( termo) o incerto é a condição;

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▪ Ex: Nota promissória com vencimento para 30 de abril, que versarem apenas sobre questões processuais, pagando
ela tem uma obrigação liquida, certa, mas ela não tem o exequente as custas processuais e os honorários
exigibilidade se for cobrada no dia 03/02 já que não é advocatícios; II - nos demais casos, a extinção dependerá
inadimplente da concordância do impugnante ou do embargante.
▪ Ex: ícaro dono de uma fazenda e nela tem gado • Ao analisar esse dispositivo inevitavelmente se lembra de
reprodutor e em um dia Michel quer comprar a cria de que quando o réu não tiver sido citado o autor poderá
uma vaca reprodutora desde que a cria seja um macho, desistir da ação livremente, não estando condicionada a
caso seja uma fêmea ele não quer. Para isso tudo é uma concordância do réu. A partir da citação do réu
estipulado em contrato e meses depois nasce um macho qualquer pedido de desistência apresentado pelo autor
e o Michel não paga, dessa forma ícaro pode cobrar --> depende da concordância do réu. Em se tratando de
vencimento incerto; execução não há essa divisão de momentos, o art. 775
estabelece como regra que o enxequete pode desistir a
• Ex: a sentença condenou o réu a pagar ao autor a quantia de todo o instante da exceção ou de atos executivos
50.000 e contra essa o réu entrou com recurso de apelação, independentemente se o executado vai ou não
porém esse ainda não foi julgada pelo tribunal concordar;
→ Tem uma obrigação liquida ? Sim 50.000 • Ex: Michel entra com uma execução contra o Allan e
→ Tem uma obrigação certa? Sim, pois tem sentença resolve desistir da execução, o direito a ser satisfeito via
→ Tem exigibilidade ? Não, pois o recurso de apelação execução não depende de uma concordância do executado
apresenta um efeito suspensivo e faz com que a decisão e assim Allan não precisa concordar com isso já tendo ou
judicial não possa ser executada. não sito citado na demanda executiva.
→ A apelação foi julgada e o tribunal manteve a
condenação e o reu propôs o recurso especial e essa não • IMPORTANTE: No entanto não confundir desistência da
foi julgado. Nesse caso pode ser executado pois o execução com renúncia ao recebimento do crédito.
recurso especial não tem efeito suspensivo, o único Quando o credor desiste da execução ele está desistindo
recurso que tem o efeito suspensivo automático é a apenas daquele procedimento executivo, não afetando
apelação por isso que se diz que não se executa em regra direito do recebimento do próprio crédito, ou seja não
a sentença pois é preciso que a apelação tenha sido tem o credito prejudicado partir do momento que se desiste
julgada da execução. Diferentemente quando o enxequete renuncia
ao crédito, essa renúncia nada mais é do que o perdão
• existe execução definitiva - quando houver decisão da dívida, ou seja, renuncia ao próprio direito material ser
transitada em julgado satisfeito, a renúncia gera prejuízo ao direito material não
• Existe exução provisória - quando houver recurso podendo em outra demanda executiva buscar a satisfaça
pendente que não tenha efeito suspensivo, e quando esse
efeito é produzido impede que se de cumprimento/execute
• EX: Michel e Allan continuação - dessa forma Michel
a decisão judicial;
pode ter desistido de executar o Allan e posteriormente
Data: 08/02/2021 tornar a executa-lo em uma outra demanda/ outro processo
executivo.
2. INDISPONIBILIDADE ( ART. 775, CPC)
• Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a • Os dois comportamentos (renúncia do credito e
execução ou de apenas alguma medida executiva. desistência da execução) não estão condicionados a
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se- uma aceitação do executado por conta do princípio da
á o seguinte: I - serão extintos a impugnação e os embargos disponibilidade;

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• O art. 775 também permite que o executado ... medidas se for mantida a penhora de tal capital a empresa vai fechar
executivas ... não desiste da execução como um todo, mas pq tais valores são utilizados para o pagamento da folha
sim de atos executivos também é permitido (verificar na dos funcionários, paga pagamento do imposto, e insumos -
gravação do classrom); esse na verdade é o capital de giro. E ao quebrar o prejuízo
• Ex: Na execução que Michel propôs contra Allan, caso ele é muito maior, pois ela não só não irá pagar o valor ao
tenha pedido a penhora/constrição patrimonial de um bem enxequete como tbm não irá pagar o valor das verbas
de Allan (casa), mas percebe que essa casa dificilmente rescisórias dos funcionários, fornecedores. Dentro dessa
será venda no leilão judicial e por outro lado identifica que perspectiva e com base no princípio da menor onerosidade
além da casa o Allan possui um apartamento e que esse é pede que se transfira a penhora dos ativos para um bem
mais fácil de ser vendido no leilão. Com base no princípio imóvel que paga da mesma for o crédito, só que de forma
da disponibilidade Michel pode desistir da penhora da casa menos gravosa/ onerosidade;
e pedir que se faça a penhora de outro bem. Michel não
está desistindo da execução ou renunciando o crédito, ele • Dentro do possível a execução deverá ser feita de
apenas está desistindo de um ato executivo, não está maneira menos gravosa e menos onerosa ao executado.
abdicando da execução como um todo e sim de um ato No entanto esse princípio não é absoluto, só podendo
justificando que a casa é de difícil venda e o parlamento ser feito se houver outro bem.
tem maior liquidez e num eventual leilão seja mais
facilmente vendido;
• Ex: continuação- caso a empresa não tivesse outro bem não
• Seja desistindo da execução por completo ou de atos
teria como colocar esse princípio em prática. Portando
executivos não há a necessidade de o executado
deve ser analisado cada caso concreto para a aplicação do
concordar/anuir.
princípio;
• Se o juiz perceber que a aplicação do princípio irá trazer
3. MENOR ONEROSIDADE/ DIGNIDADE DO
prejuízo ao enxequete e para execução - não terá como
EXECUTADO
aplicá-lo ao caso concreto;
• O princípio da menor onerosidade está atrelado ao
• Não é um princípio absoluto, como tbm os demais
princípio da dignidade;
princípio não são absolutos, devendo ser a analisado caso
• A execução não é um instrumento de vingança. A
a caso;
execução é um instrumento voltado a finalidade específica
que não é punitiva e de provocar a ruína do executado, a
• A responsabilidade na execução é montada no
finalidade é permitir que o credor tenha satisfeito o seu
patrimônio do executado, isso quer dizer que se o
direito, seja o de recebimento de uma determinada quantia
executado não pagar voluntariamente o seu patrimônio
(obrigação de pagar), ou de fazer ou não fazer ou de
será utilizado como forma de satisfação do credor;
entregar;
• Dentro dessa perspectiva a lei prevê que a execução deve
• O patrimônio responde pela dívida, o art., 833 prevê uma
ser feita de maneira menos gravosa ao executado/
serie de bens que não podem ser penhorados/ não sofrem
menos onerosa ao executado;
constrição, isso decorre do princípio da dignidade;
• Ex: uma execução contra uma empresa em que pediu a
penhora de ativos da empresa (500 mil reais ). A empresa
• Ex: tudo que tem na casa do executado é impenhorável, a
executada atravessa uma petição dizendo que tem
não ser que o bem seja de elevado valor como uma tv de
convicção que tais valores poderiam ser penhorados,
100 polegadas, objetos de arte de artista famosos.
contudo, ela chama a atenção que o capital penhorado é o
capital disponível para que a empresa continue atuando e

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4. ESPECIFICIDADE qualquer matéria, apresentando a sua defesa na etapa de


• Existem 4 tipos de obrigações civis (pagar, fazer, não fazer conhecimento;
e dar) cada uma delas tem especificidades próprias e o • Já na execução fundamentada em título extrajudicial, o
legislador para respeitar as características de cada uma credor ingressou com a execução de maneira direta e ao
delas caiu procedimentos executivos próprios. Dessa fazê-lo o executado ainda não teve a oportunidade de se
forma se a obrigação for de pagar há no código o defender / de ser ouvido, nesse caso o seu contraditório
procedimento executivo para essa obrigação assim como se dará de maneira ilimitada, ou seja, pode se defender
para todas as demais; alegando qualquer matéria;
• Para cada obrigação civil haverá na legislação processual • Quando o executado quiser atacar execuções a títulos
um procedimento executivo a ser seguido que aquele judiciais o instrumento a ser usado é a impugnação a
adaptado as características daquela obrigação, como por execução, por outro lado a execução tiver fundamentada
exemplo o da de pagar o procedimento executivo é de em títulos extrajudiciais o instrumento a ser usado é o
penhora dos bens, já na de entregar não haverá a penhora; embargo a execução;
• Dois são os instrumentos previstos na legislação
Data: 10/02/2021 processual que permitem que o executado se oponha a
5. CONTRADITORIO execução: impugnação (se o título for judicial) e
• Impugnação x embargos à execução; embargos de execução (para títulos extra judiciais);
• Existe contraditório na execução, acontece que esse
contraditório em matéria executiva possui uma maior 6. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
amplitude ou menor. Se a execução for fundamentada 6.1 NOÇÕES GERAIS
em títulos judiciais terá um contraditório mais restrito, → ao lado do princípio do título executivo são os mais
se estiver fundamentada em títulos extrajudicial o importantes em matéria de execução;
contraditório será amplo e restrito; → A atividade executiva é patrimonial, os atos
• Título judicial é sinal de que houve uma etapa de executivos atingem o patrimônio do executado. Dessa
conhecimento destinada ao acertamento do direito que forma a execução e sua atividade não são pessoais, não
terminou com uma prolação da decisão. Ao longo de toda se fazendo a atividade executiva na pessoa do devedor
a etapa de conhecimento o réu já foi citado e pôde privando-lhe da liberdade ou algo equivalente;
apresentar a sua contestação alegando qualquer matéria e → Toda a atividade executiva e todos os atos executivos
ao final dessa etapa do conhecimento e prolação de uma realizados na execução tem por finalidade atingir o
decisão contraria o réu ainda tem a possibilidade de exercer patrimônio do devedor, é por isso que se faz a penhora
o contraditório com a interposição de um recurso. A partir dos bens do devedor, esses serão penhorados e utilizados
do momento que transita em julgado iniciando a etapa para satisfação do crédito. Daí a ideia de que a execução
executiva não pode se imaginar que o réu tenha de novo a é patrimonial e não pessoal;
oportunidade de apresentar as mesmas defesas que já
apresentou na fase de conhecimento pois geraria ofensa a 6.2 OBJETO DA PENHORA: BENS PENHORÁVEIS
coisa julgada. Dessa forma como o réu já teve → Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens
oportunidade de se defender e por isso que o presentes e futuros para o cumprimento de suas
contraditório é restrito e limitado a determinadas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
matérias, não existe a possibilidade em uma execução → O devedor responde com todos os seus bens presentes
fundamentada em título judicial do executado alegar em e futuros para o cumprimento de suas obrigações,
sua defesa qualquer matéria que ele queira justamente por salvo as restrições estabelecidas em lei;
conta de que o executado enquanto réu pode alegar

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→ Os atos executivos podem atingir patrimônio atual e executado sob pena disso apresenta um enriquecimento
patrimônio futuro. Hoje o executado pode não ter bens sem causa;
e, portanto, hj não há o que ser feito e assim os bens ▪ Não ter a ideia equivocada de que a lei prevê a
futuros que ele vier a adquirir poderá ser utilizado; possibilidade de constrição sobre um único bem, e sim se
→ Ex: Michel entra com uma execução contra Carlos e faz a penhora de tantos bens tanto quanto necessário;
percebe que o mesmo não tem patrimônio, Michel pode
Data: 10/02/2021, 22/02/2021 e 24/02/2021
pedir a suspensão da execução para que em um futuro
Carlos adquira alguma coisa que Michel possa utilizar
6.3 BENS IMPENHORÁVEIS ( ART.833 E 834, CPC)
com forma de satisfação de seu crédito;
→ A suspensão da execução por falta de bens → Art. 833. São impenhoráveis:
penhoráveis pode ficar suspensa a depender da
natureza da obrigação envolvida pelo prazo I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato
estipulado em lei. A suspensão, portanto, não é por voluntário, não sujeitos à execução; - Inevitavelmente se
prazo indeterminado ela terá um prazo que irá variar a lembra do bem de família
depender da natureza da obrigação;
→ A parte final do dispositivo quer dizer que bens do II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas

executado podem ser usado como forma de satisfação do que guarnecem a residência do executado, salvo os de

credor, mas não são todos os bens que são usados pois elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades

existem bens que são considerados impenhoráveis, ou comuns correspondentes a um médio padrão de vida;

seja, que não podem sofrer nenhum tipo de constrição


▪ São impenhoráveis por exemplo, a geladeira, fogão
conforma art. 833, não podendo ser objetos de penhora
sofá, a mesa da sala de jantar, computador de uso
contra o devedor;
pessoal, máquina de lavar, camas, o ventilador, ar-
→ Não existe na lei uma limitação do número de bens
condicionado;
que podem ser penhorados, a lei diz que será possível
▪ A penhorabilidade não é só do imóvel, mas tbm daquilo
a realização da penhora sobre tantos bens quanto for
que há nele se ratando de bens moveis;
necessários;
▪ Mas podem ser objeto de penhora os de elevado valor
▪ Ex: uma execução no valor de 100 mil reais foi
ou os que ultrapassem as necessidades comuns
localizada um bem do executado no valor de 100 mil e
correspondente ao médio padrão de vida. Então se na
assim basta a execução de um bem, mas se o devedor não
casa do executado ele tem objetos de artes, objetos
tivesse esse bem de 100 mil mas tivesse 10 bens de 10
valiosos, tais bens apesar de guarnecerem a residência
mil será feito a penhora de todos estes;
do executado podem sim sofrer a constrição;
▪ Ex: Se o devedor tem um único bem avaliado em 50 mil
▪ O juiz vai ter que agir no caso concreto para ver se deve
que foi penhorado só que a dívida dele é de 100 mil,
ou não fazer a constrição para estabelecer um medido
portanto o bem penhorado não é suficiente para
padrão de vida;
pagamento de crédito. O bem de 50 será
▪ Ex: a justiça chega na casa do executado e lá há uma
conscrito/vendido e o produto da venda será entregue ao
geladeira de duas portas que custa o valor de 10.000
enxequete, e posteriormente será feito a suspensão para
reais, pelo médio padrão de vida seja possível a
que no futuro possa ser executado;
constrição, porem se essa for a única geladeira de sua
▪ Ex: se o executado tiver 3 bens de 40 mil cada totalizando
casa ele irá ficar sem?
120 mil que será objeto de penhora, nesse caso tem um
saldo de 20. Serão vendidos os três bens por 120 dos 120
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal
arrecadados com as vendas 100 mil serão entregues ao
do executado, salvo se de elevado valor;
credor ou outros 20 mil reais serão devolvidos ao
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▪ Todos os objetos de uso pessoal do executado não podem VII - os materiais necessários para obras em andamento,
sofrer constrição ex: roupas, sapatos, bolsas, bijuteria; salvo se essas forem penhoradas;
▪ Mas essa impenhorabilidade não é absoluta, não alcança
os bens de elevado valor, mas sempre com cautela. Ex: ▪ A intenção do legislador é que haja a constrição do bem

ternos de marcas caras, sapatos italianos; principal e o acessório a acompanhá-lo e não só do


acessório;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, ▪ Isso decorre do princípio da dignidade do executado e de
as remunerações, os proventos de aposentadoria, as que o principal segue o acessório,
pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as ▪ Ex: o oficial de justiça encarregado da diligência foi fazer
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e a penhora do um imóvel que é utilizado pelo executado
destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os durante o veraneio. Ao chegar no local identificou que a
ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de casa estava em obra e que constavam alguns materiais
profissional liberal, ressalvado o § 2º ; que seriam utilizados na obra (como porcelanato, tijolos,
areia argamassa, tijolos), analisando os materiais
▪ Tudo que for considerado como salário, remunerações, identificou que a soma destes é suficiente para garantir o
honorário é impenhorável, pois tem caráter alimentar. juízo executivo, uma vez que o valor da execução é o
Tais valores são necessários a substância do executado e valor dos materiais que estão na obra. No entanto, por
a sua família; conta desse dispositivo isso não é permitido, uma vez que
▪ Com exceção ao pagamento de pensão alimentícia que qualquer material que vai ser usado em uma obra será
pode ser objeto de constrição de parte do seu salário, considerado impenhorável.
honorário, pode ser objeto de constrição ▪ Ex: Poderia o oficial fazer a penhora do imóvel e os
materiais da obra, por serem necessários a essa serão
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios,
objetos de constrição, partindo-se do pressuposto que o
os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou
imóvel não seja considerado bem de família, pois se
úteis ao exercício da profissão do executado;
tratar de um bem de família ele não pode penhorar nem
o acessório e nem o principal;
▪ Pois são necessário a subsistência do executado, pois sem
a profissão dele não há como ele sobreviver;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei,
▪ Ex: livros do professor, computador, instrumentos
desde que trabalhada pela família;
médicos do médico, instrumento cirúrgico do dentista, o
taxi, automóvel que é necessário ao sujeito que trabalho ▪ É preciso que a propriedade seja rural;
com Uber - desde que não tenha dado esse bem em ▪ É considerada uma pequena propriedade aquela que
garantia. ◦ A sede do escritório de advocacia, como é bem compreende 1 a 4 módulos fiscais, passou disso já não é
imóvel pode ser objeto de constrição pequena propriedade e já se afasta a ideia de
impenhorabilidade;
VI - o seguro de vida;
▪ É preciso que o imóvel seja registrado como propriedade
rural pq ele se encontra em uma área dessa natureza;
▪ É impenhorável pq é uma expectativa e não se pode
▪ A pequena propriedade rural precisa ser trabalhada pela
penhorar essa expectativa;
família, ou seja, o imóvel é o meio de sobrevivência do
▪ Ex: o cidadão fez um seguro e coloca como beneficiário
executado e de sua família. Não necessariamente a área
o seu filho e o filho passa a ser devedor e então se
pode ser trabalhada só pela família, pode haver
penhora o que ele vai receber quando o pai morrer ◦ Em
empregados;
razão dessa imprevisibilidade da morte não se admite a
constrição.
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▪ Ex: o executado tem um imóvel que é uma pequena ▪ Não poderá haver a malandragem do executado em
propriedade rural na zona rural de Benevides, naquela colocar 40 em um banco e 40 em outro banco. Desses 1
propriedade o executado tem uma plantação e os é protegido e as demais podem ser objeto de constrição;
produtos ali produzidos são colhidos e utilizados como ▪ Se o executado tiver 10 salários em um banco e 10 em
meio de sobrevivência do executado, sendo a fonte de outro, se a soma deles alcança até os 40 ele terá esses
renda da família do devedor. Nesse caso o imóvel será protegidos;
considerado impenhorável, seja pq ele está em zona rural,
é bem de família, a área é trabalhada pela família do XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos

executado, e compreende de 1 a 4 módulos fiscais; por partido político, nos termos da lei;

▪ Ex: o executado tem uma pequena propriedade rural em


▪ Se são recursos públicos são valores que não podem ser
uma zona considerada rural que não excede 4 módulos
objeto de constrição;
discais, mas não é usada como meio de subsistência, o
executado até tem uma plantação, mas essa não é meio
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades
de subsistência, nesse caso poderá ser objeto de
imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária,
constrição.
vinculados à execução da obra.

IX - os recursos públicos recebidos por instituições


▪ O governo federal tem programa para concessão de
privadas para aplicação compulsória em educação, saúde
créditos imobiliários, esses são verbas públicas;
ou assistência social;
▪ Em caso de execução, tais valores ou bem não poderá ser
objeto de penhora em outras execuções que não a própria
▪ Ex: Um hospital privado recebeu verbas do governo
execução do credor que cedeu o credito imobiliário em
federal para investimentos em saúde, tais verbas tem a
questão;
natureza de verbas públicas e como se sabe que bens
▪ Ex: o cidadão busca tais créditos para a construção da
públicos são impenhoráveis, então tais verbas não
casa própria, mas não consegue fazer o pagamento. Então
poderão ser objeto de constrição;
sobre um processo de execução o credor faz a constrição

X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até atrelada ao empréstimo imobiliário, que é a venda, os

o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; valores que são apurados com a venda são usados para
ressarcir quem emprestou.
▪ A intenção é proteger o pequeno poupador, que tem uma
quantia razoável, mas que não é um grande investidor; § 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de

▪ É preciso que os valores estejam depositados em dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela

caderneta de poupança, se tiver em qualquer outro fundo contraída para sua aquisição.

(CDP, rendada fixa, previdência, entre outros) pode ser


§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica
penhorado;
à hipótese de penhora para pagamento de prestação
▪ Até 40 salários-mínimos não pode penhorar, de 40
alimentícia, independentemente de sua origem, bem
salários-mínimos em diante pode ser utilizado como
como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta)
garantia na execução de qualquer crédito;
salários-mínimos mensais, devendo a constrição
▪ Ex: se o sujeito tem 60 salários-mínimos depositados em
observar o disposto no art. 528, § 8º , e no art. 529, § 3º .
caderneta de popança, 40 são impenhoráveis e 20 podem
ser penhorados;
▪ Ou seja, as remunerações previstas no inciso IV podem
ser penhorados, em parte, para pagamento de créditos
alimentares;
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▪ Para pagamentos de créditos alimentares, também poderá → Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens,
ser feita a constrição dos 40 salários-mínimos os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis.
depositados em caderneta de poupança, referidos no
inciso X; ▪ art. 833, I, relata que os bens inalienáveis são bens

▪ Ex: O devedor não paga os alimentos, os 40 salários que impenhoráveis, só que se esse bem inalienável gerar

tem em caderneta de poupança podem ser conscritos; frutos/ rendimentos, como por exemplo alugais, tais

▪ O dispositivo ainda faz referência as importâncias frutos e tais rendimentos podem ser objeto de

excedentes a 50 salários-mínimos mensais; constrição;

o É uma novidade do CPC 2015; ▪ Não se faz a constituição do principal, bem inalienável,

o A pessoa ganha mais 50 salários-mínimos; mas pode fazer dos frutos e rendimentos produzidos

o Até 50 salários-mínimos é impenhorável, salvo para através dele. Porém para isso ocorrer é indispensável

créditos alimentares, mas se o sujeito ganha mais de 50 que não existam outros bem, penhora só é autorizada se

salários-mínimos o que passa de 50 pode ser penhorado o executado não tiver nenhum outro bem penhorável,

para pagamento de qualquer crédito; se o executado tiver outros bens penhoráveis então se

o Os 50 salários são analisados por indivíduo, se ele e faz a penhora de outros bens. Caso ele não apresente

mais outro são devedores, não pode somar o salário de nenhum outro bem penhorável, mas tem furtos e

1 e de outro e se atingir mais 50 salários-mínimos ser rendimentos de um bem inalienável esses furos e

utilizado para penhora; rendimentos podem ser objeto de constrição.

o Uma parte desse valor pode ser utilizado para ▪ Se trata de uma impenhorabilidade relativa

pagamento de pensão alimentícia desde que não


comprometa a sobrevivência do executado;
6.3.1 Bens de Família (lei 8.099)
o Dúvida: verificar se o valor que pode ser pago dos 40
salários-mínimos é todo ou em parte
▪ . 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da
o Se a dívida for de um casal não pode somar as
entidade familiar, é impenhorável e não responderá por
remunerações de cada um deles para analisar o
qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal,
dispositivo dos excedentes 50 salários mínimos, esse
previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos
deve ser analisado individualmente;
cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus
proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso
previstas nesta lei.
V do caput os equipamentos, os implementos e as
máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a
o Precisa ser imóvel, se a pessoa mora em trailer ou
empresa individual produtora rural, exceto quando tais
barco não entra no caso;
bens tenham sido objeto de financiamento e estejam
o Não pode ser alugado;
vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando
o Isso decorre do princípio da pessoa humana, o
respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista
executado precisa ter onde morar, a execução não
ou previdenciária.
pode representar que o executado vá morar na rua;
o Entidade familiar - está protegido o bem residencial
→ OBS: Não há nenhum inciso que diz que objetos
onde vive um pai e seus filhos ou onde vivem os avós
religiosos são impenhoráveis com havia no código
e netos, tios que cuidam de sobrinhos, companheiro e
anterior
companheira por exemplo;

Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o


imóvel sobre o qual se assentam a construção, as
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plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos limite dos créditos e acréscimos constituídos em função
os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou do respectivo contrato;
móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
 o casal resolveu construir uma casa no qual
pretendem residir, só que eles não tinham a
quantidade de dinheiro necessária para fazer a obra
▪ Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos e em razão disso fizeram um empréstimo no banco
de transporte, obras de arte e adornos suntuosos. no valor de 200 mil e tocaram a obra concluindo a
construção. A dívida não foi paga, o banco que
o É protegido tudo que está dentro do bem de família
emprestou dinheiro entrou com a execução e poderá
pois está dento da residência do executado, mas
pedir o bem de família que foi construído com o
mesmo dentro da residência não está contemplado
valor emprestado;
como impenhoráveis objetos de artes, adornos
 O imóvel construído tenha valor de 500 mil e o
suntuosos e veículos de transporte
empréstimo foi de 200, nesse caso será vendido e o
o Somente é considerado como bem de família um
excedente será entregue ao executado para não
imóvel residencial da entidade familiar e quem
provocar o enriquecimento sem causa
escolhe qual é o bem de família é o próprio
proprietário; se tem mais de um bem imóvel e quer III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados
proteger um bem específico tem que ir na matrícula os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com
dele e averbar a informação, se além daquele tem o devedor, integre união estável ou conjugal,
outros 3 os demais podem ser penhorados. O objetivo observadas as hipóteses em que ambos responderão
do legislador é proteger o desabrigo; pela dívida; (Redação dada pela Lei nº
13.144 de 2015)

 o crédito alimentar permite a penhora de bens de


Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a
famílias
impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quitados
 Ex: Joao se casou com maria e tiveram o filho Jose.
que guarneçam a residência e que sejam de propriedade
Após se separarem, Joao casou com Antônia e desde
do locatário, observado o disposto neste artigo.
esse casamento ele não paga pensão alimentícia,

▪ Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer então Jose ingressa com a ação e nesse caso o filho

processo de execução civil, fiscal, previdenciária, pode entrar com Execução para pedir a penhora sobre

trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: o bem que João reside com a esposa. Mas como a
responsabilidade é de João e não de Antônia, nesse
o Prevê que a impenhorabilidade não se aplica nas caso não pode ser a totalidade do bem, pois o
situações previstas nos incisos, ou seja, mesmo se regimento casamento dele metade do patrimônio
tratando de bens de família a constrição pode ocorrer pertence a Antônia;
em todas as hipóteses dos incisos do art. 3;
o Regra: os bens de família não pode ser objeto de IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial,

constrição taxas e contribuições devidas em função do imóvel

o Exceção : incisos do art. 3 familiar;

II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento  Cidadão tem um apartamento onde vivo com sua

destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no família, mas ele não paga o IPTU do imóvel e a

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fazenda municipal quer cobrar e penhorar a Carlos seja bem de família, pq houve a celebração de
cobertura, nesse caso pode pois é para a cobrança de um contrato no qual há a presença de um fiador.
imposto, a mesma coisa para dívida de condomínio;
 Imposto de renda não entra ▪ Obs: se tratar de um imóvel registrado em nome da
empresa esse não é considerado bem de família, uma
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido vez que a empresa não é pessoa física e a empresa não
como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; tem residência e a proteção dada pela lei é para que a
pessoa física não fique desabrigada
 Ex: o executado e seu companheiro resolveram
buscar um empréstimo junto a uma determinada O imóvel em tese para ser considerado bem de
instituição financeira e esse foi condicionado a uma família deve estar indicado na matrícula do imóvel,
garantia, acontece que o casal só tem um bem que é o porem o STJ já decidiu que o se não tiver na
imóvel que eles residem e mesmo assim o casal aceita matrícula, mas houver a escritura do imóvel esse
dar em garantia hipotecaria para concessão daquele pode ser considerado bem de família desde que haja
empréstimo o imóvel residencial. Por problemas o comprovação pela pessoa;
casal não consegue realizar o pagamento do
empréstimo o que faz com que a instituição financeira ▪ Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que

ingresse com a ação de execução, alegando o art. 3, trata esta lei, considera-se residência um único imóvel

V. Não pode o executado justificar que se trata de utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para

bem de família visto que ele foi dado em garantia; moradia permanente.

VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou  As pessoas que têm mais de um imóvel como

para execução de sentença penal condenatória a residência só recebem proteção em um deles;


ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade

 Com o produto de tráfico um traficante adquire um familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados

apartamento e mora com a sua família, nessa hipótese como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o

se ficar comprovado que o bem foi adquirido como de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado,

produto de crime haverá a possibilidade da constrição para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art.

ocorrer quando houver uma execução; 70 do Código Civil.

 Ocorre muito nos crimes de corrupção;


 Se o executado tem mais de um bem imóvel ele tem

VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em que escolher um, o que ele pretende proteger, pouco

contrato de locação. (Incluído pela Lei nº importa o valor. Essa escolha é feita mediante o

8.245, de 1991) registro da informação na matrícula do imóvel;


 Caso ele não coloque em nenhum dos imóveis a
 Ex: Jose foi fazer o contrato de locação de um bem informação de qual é o bem de família, então será
imóvel, só que o locador diz que só irá alugar o é o de menor valor
imóvel se der algo em garantia. Como José não tem
nada para dar em garantia, então o locador exige um Data: 24/02/2021

fiador e dessa forma Carlos assina como fiador. Jose


6.4 RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL PRIMÁRIA
não paga os aluguéis e o locador propõe uma
E SECUNDÁRIA ( ART. 789 E 790, CPC)
execução, nesse caso como José não tem nada o bem
penhorado será o de Carlos, mesmo que o imóvel de
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→ O devedor tem o seu patrimônio sujeito a atos avalista. Reponde com o seu patrimônio da mesma
executivos; forma que o devedor principal responde com o seu;
→ Patrimônio em sentido amplo, mas somente o que for ▪ Na hipótese do fiador tem uma responsabilidade
necessário para satisfazer o credor, não há pq fazer a secundária
constrição da totalidade do patrimônio; o Benefício de ordem: o fiador tem o direito de que
→ Não existe nada que diga que só pode haver a penhora de primeiro seja executado o patrimônio do devedor
um bem do executado, a ideia é que a penhora incidirá principal, para depois o seu ser executado;
sobre tantos bens quantos necessários; o Pode por força de uma cláusula em contrato de fiança
o fiador renunciar ao benéfico de ordem? Quais as
→ Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens implicações praticas que advém dela?
presentes e futuros para o cumprimento de suas  Sim, o credor pode renunciar o benefício de ordem
obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. desde que esteja de forma expressa, pois a regra é o
benefício. E o fiador passa a ter responsabilidade
▪ A constrição poderá atingir bens presentes e futuro, hj
primária
o executado não tem nada então haverá a suspensão da
 Dessa forma se o contrato nada falar de renúncia ao
execução aguardando o futuro. Se no futuro o
benefício o fiador tem a responsabilidade
executado tiver bens, desde que não sejam,
secundária;
impenhoráveis eles poderem sofrer constrição;
▪ O executado é ao mesmo tempo obrigado pela dívida e o Como funciona a responsabilidade patrimonial
tem o seu patrimônio responsabilizado quando o devedor morre? A responsabilidade será de
▪ hipótese de responsabilidade patrimonial primaria, quem?
primeiramente haverá constrição do patrimônio de
 A responsabilidade em caso de morte do devedor
quem é o devedor, pois esse ao mesmo tempo é o
continua sendo do patrimônio dele, uma vez que
obrigado pela dívida e responsável, usando o seu
responsabilidade é patrimonial e não pessoal, a
patrimônio;
responsabilidade é primária, pois é o patrimônio do
▪ Se o juízo executivo identificar que não há bens
devedor que será objeto de atividade executiva;
penhorados ele arquiva o processo pelo prazo de 1 ano,
 Ex: Manoel está sendo executado por conta de uma
e encerrado o prazo de 1 ano começará a contagem do
dívida da ordem de 100 mil reais, no curso da
prazo prescricional e atingindo a totalidade desse prazo
execução Manoel morreu. Em razão desse evento
se reconhece a prescrição do crédito e se extingue a
há a necessidade de abertura da sucessão causa
execução
morte que se dá através da instauração da ação de
inventario, em que será nomeado um inventariante
→ Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
e esse será o responsável pelo patrimônio deixado

▪ São situações nas quais o patrimônio de terceiro que pelo morto. Imagine que esse patrimônio seja de

não o devedor principal, pode ser atingido por atos 500 mil, neste caso antes de se fazer a partilha dos

executivos; bens entre os herdeiros é preciso que se pague o

▪ A responsabilidade do avalista é primária ou credor. Então dos 500 mil será tirada 100 mil para

secundária? O avalista é um coobrigado, portanto um pagamento crédito.

devedor solidário e se o devedor principal não pagar  Se a dividia existir e não houver patrimônio, os

pode o credor cobrar diretamente do avalista existe a herdeiros não serão responsabilizados por algo que

possibilidade do credor demandar a execução só para o não deram causa;


 Ex: se tiver 100 mil de dívida e 500 mil de
patrimônio, 400 mil de patrimônio restante. Após a
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partilha apareceu um novo credor e esse novo V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à
credor tem 400 mil a receber, nesse caso os execução;
herdeiros responderam na proporção dos seus
quinhoes; VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido

 O patrimônio dos herdeiros não é responsabilizado anulada em razão do reconhecimento, em ação

nem secundariamente; autônoma, de fraude contra credores;

I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução VII - do responsável, nos casos de desconsideração da

fundada em direito real ou obrigação reipersecutória; personalidade jurídica.

II - do sócio, nos termos da lei;

III - do devedor, ainda que em poder de terceiros; 7. NNN

IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus


bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida;

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