Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
01 - Principios
01 - Principios
CIVIL
Larissa Farias 1
DI6NA – D. PRO. CIVIL
• O sistema tbm prevê que alguns documentos são dotados • É tbm necessário que a obrigação de pagar, não fazer ou
de força executiva e são considerados como títulos dar seja marcada por 3 características que devem está
executivos sem que o credor tenha que passar por uma presente, não basta 2:
etapa de conhecimento previa. Aquele que for portador de → Liquida: quando o seu objeto estiver determinado.
um cheque, nota promissória, duplicata, letra de cambio, ▪ Ex: pagar 1000 reias, entregar um apartamento no
debênture, cofição de divida assinada por o devedor e edifício x avenida y, construir o muro, despoluir a baia
outras 2 testemunhas etc. é portador de um titulo do guajará.
extrajudicial. ▪ A obrigação tem que ter portanto o seu objeto definido,
o pedido vincula o órgão jurisdicional. Portanto a
• Quando se tem um titulo extrajudicial a primeira etapa liquidação é a determinação do objeto da
não precisa acontecer e o reconhecimento é feito de liquidação, seja ele de uma obrigação de dar, fazer,
forma direta e assim já pode promover a atividade não fazer ou entregar;
executiva independentemente de uma previa etapa de → Certeza: - uma obrigação será sempre certa se ela
conhecemento. constar de um titulo executivo, se ela prevê uma
obrigação de pagar essa é uma obrigação certa;
▪ Documento privado particular será considerado
• O que é indidepensavel para executar é um titulo como titulo executivo extrajudicial quando ele estiver
judicial ou extrajudicial, dessa forma ou o credor vai assinado pelo devedor e tbm por duas testemunhas,
ter uma sentença,acordão etc ou para executar tem que caso não tenha uma dessas assinaturas não é um titulo
ter um anota provisória, cheque, debênture etc. executivo extrajudicial e a obrigação constante no
documento não é uma obrigação certa;
• É preciso que esse titulo conte uma obrigação de pagar, ▪ ex: Michel redige um documento dizendo que tem a
fazer , de não fazer ou de entregar uma coisa, portanto obrigação de pagar a Carlos a quantia de 1000 reias, esse
o titulo tem consignar uma obrigação de pagar, fazer,não documento tem uma obrigação de pagar, tem uma
fazer ou entregar. O processo serve justamente para que obrigação liquida, mas não contem uma obrigação certa,
essas obrigações sejam cupridas. pois o documento não apresenta a assinatura de duas
testemunhas. Não tem o direto acertado e para Carlos
• Análise do título executivo é fundamental, para se fazer
cobrar tem que ingressar com uma ação de conhecimento
execução a presença do título executivo é necessária,
para acertar o direito para condenar e assim passa a ter
esse revela o acertamento de uma obrigação de pagar,
uma obrigação certa constante no titulo judicial que é a
fazer, não fazer ou de dar. Dessa forma é preciso que
sentença, o tal documento que preparou para ele contem
uma dessas obrigações constem no título executivo que
uma obrigação liquida porém incerta, para ser certa
são obrigações civis;
deveria conter a assinatura de duas testemunhas;
• Os títulos executivos que devem instruir as execuções ▪ Somente haverá a certeza da obrigação se ela constar
são os títulos executivos judiciais (decisões judiciais de um titulo executivo, seja judicial ou extrajudicial
homologarias de transição, sentenças estrangeiras obrigação só é exigível quando o devedor for inadimplente
homologadas pelo superior tribunal de justiça e etc.) ou caso ele não seja não há exigibilidade. Portanto ocorre
extrajudiciais (cheque, nota promissória, debêntures, quando a obrigação não depender de um evento futuro,
Larissa Farias 2
DI6NA – D. PRO. CIVIL
▪ Ex: Nota promissória com vencimento para 30 de abril, que versarem apenas sobre questões processuais, pagando
ela tem uma obrigação liquida, certa, mas ela não tem o exequente as custas processuais e os honorários
exigibilidade se for cobrada no dia 03/02 já que não é advocatícios; II - nos demais casos, a extinção dependerá
inadimplente da concordância do impugnante ou do embargante.
▪ Ex: ícaro dono de uma fazenda e nela tem gado • Ao analisar esse dispositivo inevitavelmente se lembra de
reprodutor e em um dia Michel quer comprar a cria de que quando o réu não tiver sido citado o autor poderá
uma vaca reprodutora desde que a cria seja um macho, desistir da ação livremente, não estando condicionada a
caso seja uma fêmea ele não quer. Para isso tudo é uma concordância do réu. A partir da citação do réu
estipulado em contrato e meses depois nasce um macho qualquer pedido de desistência apresentado pelo autor
e o Michel não paga, dessa forma ícaro pode cobrar --> depende da concordância do réu. Em se tratando de
vencimento incerto; execução não há essa divisão de momentos, o art. 775
estabelece como regra que o enxequete pode desistir a
• Ex: a sentença condenou o réu a pagar ao autor a quantia de todo o instante da exceção ou de atos executivos
50.000 e contra essa o réu entrou com recurso de apelação, independentemente se o executado vai ou não
porém esse ainda não foi julgada pelo tribunal concordar;
→ Tem uma obrigação liquida ? Sim 50.000 • Ex: Michel entra com uma execução contra o Allan e
→ Tem uma obrigação certa? Sim, pois tem sentença resolve desistir da execução, o direito a ser satisfeito via
→ Tem exigibilidade ? Não, pois o recurso de apelação execução não depende de uma concordância do executado
apresenta um efeito suspensivo e faz com que a decisão e assim Allan não precisa concordar com isso já tendo ou
judicial não possa ser executada. não sito citado na demanda executiva.
→ A apelação foi julgada e o tribunal manteve a
condenação e o reu propôs o recurso especial e essa não • IMPORTANTE: No entanto não confundir desistência da
foi julgado. Nesse caso pode ser executado pois o execução com renúncia ao recebimento do crédito.
recurso especial não tem efeito suspensivo, o único Quando o credor desiste da execução ele está desistindo
recurso que tem o efeito suspensivo automático é a apenas daquele procedimento executivo, não afetando
apelação por isso que se diz que não se executa em regra direito do recebimento do próprio crédito, ou seja não
a sentença pois é preciso que a apelação tenha sido tem o credito prejudicado partir do momento que se desiste
julgada da execução. Diferentemente quando o enxequete renuncia
ao crédito, essa renúncia nada mais é do que o perdão
• existe execução definitiva - quando houver decisão da dívida, ou seja, renuncia ao próprio direito material ser
transitada em julgado satisfeito, a renúncia gera prejuízo ao direito material não
• Existe exução provisória - quando houver recurso podendo em outra demanda executiva buscar a satisfaça
pendente que não tenha efeito suspensivo, e quando esse
efeito é produzido impede que se de cumprimento/execute
• EX: Michel e Allan continuação - dessa forma Michel
a decisão judicial;
pode ter desistido de executar o Allan e posteriormente
Data: 08/02/2021 tornar a executa-lo em uma outra demanda/ outro processo
executivo.
2. INDISPONIBILIDADE ( ART. 775, CPC)
• Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a • Os dois comportamentos (renúncia do credito e
execução ou de apenas alguma medida executiva. desistência da execução) não estão condicionados a
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se- uma aceitação do executado por conta do princípio da
á o seguinte: I - serão extintos a impugnação e os embargos disponibilidade;
Larissa Farias 3
DI6NA – D. PRO. CIVIL
• O art. 775 também permite que o executado ... medidas se for mantida a penhora de tal capital a empresa vai fechar
executivas ... não desiste da execução como um todo, mas pq tais valores são utilizados para o pagamento da folha
sim de atos executivos também é permitido (verificar na dos funcionários, paga pagamento do imposto, e insumos -
gravação do classrom); esse na verdade é o capital de giro. E ao quebrar o prejuízo
• Ex: Na execução que Michel propôs contra Allan, caso ele é muito maior, pois ela não só não irá pagar o valor ao
tenha pedido a penhora/constrição patrimonial de um bem enxequete como tbm não irá pagar o valor das verbas
de Allan (casa), mas percebe que essa casa dificilmente rescisórias dos funcionários, fornecedores. Dentro dessa
será venda no leilão judicial e por outro lado identifica que perspectiva e com base no princípio da menor onerosidade
além da casa o Allan possui um apartamento e que esse é pede que se transfira a penhora dos ativos para um bem
mais fácil de ser vendido no leilão. Com base no princípio imóvel que paga da mesma for o crédito, só que de forma
da disponibilidade Michel pode desistir da penhora da casa menos gravosa/ onerosidade;
e pedir que se faça a penhora de outro bem. Michel não
está desistindo da execução ou renunciando o crédito, ele • Dentro do possível a execução deverá ser feita de
apenas está desistindo de um ato executivo, não está maneira menos gravosa e menos onerosa ao executado.
abdicando da execução como um todo e sim de um ato No entanto esse princípio não é absoluto, só podendo
justificando que a casa é de difícil venda e o parlamento ser feito se houver outro bem.
tem maior liquidez e num eventual leilão seja mais
facilmente vendido;
• Ex: continuação- caso a empresa não tivesse outro bem não
• Seja desistindo da execução por completo ou de atos
teria como colocar esse princípio em prática. Portando
executivos não há a necessidade de o executado
deve ser analisado cada caso concreto para a aplicação do
concordar/anuir.
princípio;
• Se o juiz perceber que a aplicação do princípio irá trazer
3. MENOR ONEROSIDADE/ DIGNIDADE DO
prejuízo ao enxequete e para execução - não terá como
EXECUTADO
aplicá-lo ao caso concreto;
• O princípio da menor onerosidade está atrelado ao
• Não é um princípio absoluto, como tbm os demais
princípio da dignidade;
princípio não são absolutos, devendo ser a analisado caso
• A execução não é um instrumento de vingança. A
a caso;
execução é um instrumento voltado a finalidade específica
que não é punitiva e de provocar a ruína do executado, a
• A responsabilidade na execução é montada no
finalidade é permitir que o credor tenha satisfeito o seu
patrimônio do executado, isso quer dizer que se o
direito, seja o de recebimento de uma determinada quantia
executado não pagar voluntariamente o seu patrimônio
(obrigação de pagar), ou de fazer ou não fazer ou de
será utilizado como forma de satisfação do credor;
entregar;
• Dentro dessa perspectiva a lei prevê que a execução deve
• O patrimônio responde pela dívida, o art., 833 prevê uma
ser feita de maneira menos gravosa ao executado/
serie de bens que não podem ser penhorados/ não sofrem
menos onerosa ao executado;
constrição, isso decorre do princípio da dignidade;
• Ex: uma execução contra uma empresa em que pediu a
penhora de ativos da empresa (500 mil reais ). A empresa
• Ex: tudo que tem na casa do executado é impenhorável, a
executada atravessa uma petição dizendo que tem
não ser que o bem seja de elevado valor como uma tv de
convicção que tais valores poderiam ser penhorados,
100 polegadas, objetos de arte de artista famosos.
contudo, ela chama a atenção que o capital penhorado é o
capital disponível para que a empresa continue atuando e
Larissa Farias 4
DI6NA – D. PRO. CIVIL
Larissa Farias 5
DI6NA – D. PRO. CIVIL
→ Os atos executivos podem atingir patrimônio atual e executado sob pena disso apresenta um enriquecimento
patrimônio futuro. Hoje o executado pode não ter bens sem causa;
e, portanto, hj não há o que ser feito e assim os bens ▪ Não ter a ideia equivocada de que a lei prevê a
futuros que ele vier a adquirir poderá ser utilizado; possibilidade de constrição sobre um único bem, e sim se
→ Ex: Michel entra com uma execução contra Carlos e faz a penhora de tantos bens tanto quanto necessário;
percebe que o mesmo não tem patrimônio, Michel pode
Data: 10/02/2021, 22/02/2021 e 24/02/2021
pedir a suspensão da execução para que em um futuro
Carlos adquira alguma coisa que Michel possa utilizar
6.3 BENS IMPENHORÁVEIS ( ART.833 E 834, CPC)
com forma de satisfação de seu crédito;
→ A suspensão da execução por falta de bens → Art. 833. São impenhoráveis:
penhoráveis pode ficar suspensa a depender da
natureza da obrigação envolvida pelo prazo I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato
estipulado em lei. A suspensão, portanto, não é por voluntário, não sujeitos à execução; - Inevitavelmente se
prazo indeterminado ela terá um prazo que irá variar a lembra do bem de família
depender da natureza da obrigação;
→ A parte final do dispositivo quer dizer que bens do II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas
executado podem ser usado como forma de satisfação do que guarnecem a residência do executado, salvo os de
credor, mas não são todos os bens que são usados pois elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades
existem bens que são considerados impenhoráveis, ou comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
▪ Todos os objetos de uso pessoal do executado não podem VII - os materiais necessários para obras em andamento,
sofrer constrição ex: roupas, sapatos, bolsas, bijuteria; salvo se essas forem penhoradas;
▪ Mas essa impenhorabilidade não é absoluta, não alcança
os bens de elevado valor, mas sempre com cautela. Ex: ▪ A intenção do legislador é que haja a constrição do bem
▪ Ex: o executado tem um imóvel que é uma pequena ▪ Não poderá haver a malandragem do executado em
propriedade rural na zona rural de Benevides, naquela colocar 40 em um banco e 40 em outro banco. Desses 1
propriedade o executado tem uma plantação e os é protegido e as demais podem ser objeto de constrição;
produtos ali produzidos são colhidos e utilizados como ▪ Se o executado tiver 10 salários em um banco e 10 em
meio de sobrevivência do executado, sendo a fonte de outro, se a soma deles alcança até os 40 ele terá esses
renda da família do devedor. Nesse caso o imóvel será protegidos;
considerado impenhorável, seja pq ele está em zona rural,
é bem de família, a área é trabalhada pela família do XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos
executado, e compreende de 1 a 4 módulos fiscais; por partido político, nos termos da lei;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até atrelada ao empréstimo imobiliário, que é a venda, os
o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; valores que são apurados com a venda são usados para
ressarcir quem emprestou.
▪ A intenção é proteger o pequeno poupador, que tem uma
quantia razoável, mas que não é um grande investidor; § 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de
▪ É preciso que os valores estejam depositados em dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela
caderneta de poupança, se tiver em qualquer outro fundo contraída para sua aquisição.
▪ Para pagamentos de créditos alimentares, também poderá → Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens,
ser feita a constrição dos 40 salários-mínimos os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis.
depositados em caderneta de poupança, referidos no
inciso X; ▪ art. 833, I, relata que os bens inalienáveis são bens
▪ Ex: O devedor não paga os alimentos, os 40 salários que impenhoráveis, só que se esse bem inalienável gerar
tem em caderneta de poupança podem ser conscritos; frutos/ rendimentos, como por exemplo alugais, tais
▪ O dispositivo ainda faz referência as importâncias frutos e tais rendimentos podem ser objeto de
o É uma novidade do CPC 2015; ▪ Não se faz a constituição do principal, bem inalienável,
o A pessoa ganha mais 50 salários-mínimos; mas pode fazer dos frutos e rendimentos produzidos
o Até 50 salários-mínimos é impenhorável, salvo para através dele. Porém para isso ocorrer é indispensável
créditos alimentares, mas se o sujeito ganha mais de 50 que não existam outros bem, penhora só é autorizada se
salários-mínimos o que passa de 50 pode ser penhorado o executado não tiver nenhum outro bem penhorável,
para pagamento de qualquer crédito; se o executado tiver outros bens penhoráveis então se
o Os 50 salários são analisados por indivíduo, se ele e faz a penhora de outros bens. Caso ele não apresente
mais outro são devedores, não pode somar o salário de nenhum outro bem penhorável, mas tem furtos e
1 e de outro e se atingir mais 50 salários-mínimos ser rendimentos de um bem inalienável esses furos e
o Uma parte desse valor pode ser utilizado para ▪ Se trata de uma impenhorabilidade relativa
plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos limite dos créditos e acréscimos constituídos em função
os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou do respectivo contrato;
móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
o casal resolveu construir uma casa no qual
pretendem residir, só que eles não tinham a
quantidade de dinheiro necessária para fazer a obra
▪ Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos e em razão disso fizeram um empréstimo no banco
de transporte, obras de arte e adornos suntuosos. no valor de 200 mil e tocaram a obra concluindo a
construção. A dívida não foi paga, o banco que
o É protegido tudo que está dentro do bem de família
emprestou dinheiro entrou com a execução e poderá
pois está dento da residência do executado, mas
pedir o bem de família que foi construído com o
mesmo dentro da residência não está contemplado
valor emprestado;
como impenhoráveis objetos de artes, adornos
O imóvel construído tenha valor de 500 mil e o
suntuosos e veículos de transporte
empréstimo foi de 200, nesse caso será vendido e o
o Somente é considerado como bem de família um
excedente será entregue ao executado para não
imóvel residencial da entidade familiar e quem
provocar o enriquecimento sem causa
escolhe qual é o bem de família é o próprio
proprietário; se tem mais de um bem imóvel e quer III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados
proteger um bem específico tem que ir na matrícula os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com
dele e averbar a informação, se além daquele tem o devedor, integre união estável ou conjugal,
outros 3 os demais podem ser penhorados. O objetivo observadas as hipóteses em que ambos responderão
do legislador é proteger o desabrigo; pela dívida; (Redação dada pela Lei nº
13.144 de 2015)
▪ Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer então Jose ingressa com a ação e nesse caso o filho
processo de execução civil, fiscal, previdenciária, pode entrar com Execução para pedir a penhora sobre
trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: o bem que João reside com a esposa. Mas como a
responsabilidade é de João e não de Antônia, nesse
o Prevê que a impenhorabilidade não se aplica nas caso não pode ser a totalidade do bem, pois o
situações previstas nos incisos, ou seja, mesmo se regimento casamento dele metade do patrimônio
tratando de bens de família a constrição pode ocorrer pertence a Antônia;
em todas as hipóteses dos incisos do art. 3;
o Regra: os bens de família não pode ser objeto de IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial,
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento Cidadão tem um apartamento onde vivo com sua
destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no família, mas ele não paga o IPTU do imóvel e a
Larissa Farias 10
DI6NA – D. PRO. CIVIL
fazenda municipal quer cobrar e penhorar a Carlos seja bem de família, pq houve a celebração de
cobertura, nesse caso pode pois é para a cobrança de um contrato no qual há a presença de um fiador.
imposto, a mesma coisa para dívida de condomínio;
Imposto de renda não entra ▪ Obs: se tratar de um imóvel registrado em nome da
empresa esse não é considerado bem de família, uma
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido vez que a empresa não é pessoa física e a empresa não
como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; tem residência e a proteção dada pela lei é para que a
pessoa física não fique desabrigada
Ex: o executado e seu companheiro resolveram
buscar um empréstimo junto a uma determinada O imóvel em tese para ser considerado bem de
instituição financeira e esse foi condicionado a uma família deve estar indicado na matrícula do imóvel,
garantia, acontece que o casal só tem um bem que é o porem o STJ já decidiu que o se não tiver na
imóvel que eles residem e mesmo assim o casal aceita matrícula, mas houver a escritura do imóvel esse
dar em garantia hipotecaria para concessão daquele pode ser considerado bem de família desde que haja
empréstimo o imóvel residencial. Por problemas o comprovação pela pessoa;
casal não consegue realizar o pagamento do
empréstimo o que faz com que a instituição financeira ▪ Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que
ingresse com a ação de execução, alegando o art. 3, trata esta lei, considera-se residência um único imóvel
V. Não pode o executado justificar que se trata de utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para
bem de família visto que ele foi dado em garantia; moradia permanente.
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou As pessoas que têm mais de um imóvel como
Com o produto de tráfico um traficante adquire um familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados
apartamento e mora com a sua família, nessa hipótese como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o
se ficar comprovado que o bem foi adquirido como de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado,
produto de crime haverá a possibilidade da constrição para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em que escolher um, o que ele pretende proteger, pouco
contrato de locação. (Incluído pela Lei nº importa o valor. Essa escolha é feita mediante o
→ O devedor tem o seu patrimônio sujeito a atos avalista. Reponde com o seu patrimônio da mesma
executivos; forma que o devedor principal responde com o seu;
→ Patrimônio em sentido amplo, mas somente o que for ▪ Na hipótese do fiador tem uma responsabilidade
necessário para satisfazer o credor, não há pq fazer a secundária
constrição da totalidade do patrimônio; o Benefício de ordem: o fiador tem o direito de que
→ Não existe nada que diga que só pode haver a penhora de primeiro seja executado o patrimônio do devedor
um bem do executado, a ideia é que a penhora incidirá principal, para depois o seu ser executado;
sobre tantos bens quantos necessários; o Pode por força de uma cláusula em contrato de fiança
o fiador renunciar ao benéfico de ordem? Quais as
→ Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens implicações praticas que advém dela?
presentes e futuros para o cumprimento de suas Sim, o credor pode renunciar o benefício de ordem
obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. desde que esteja de forma expressa, pois a regra é o
benefício. E o fiador passa a ter responsabilidade
▪ A constrição poderá atingir bens presentes e futuro, hj
primária
o executado não tem nada então haverá a suspensão da
Dessa forma se o contrato nada falar de renúncia ao
execução aguardando o futuro. Se no futuro o
benefício o fiador tem a responsabilidade
executado tiver bens, desde que não sejam,
secundária;
impenhoráveis eles poderem sofrer constrição;
▪ O executado é ao mesmo tempo obrigado pela dívida e o Como funciona a responsabilidade patrimonial
tem o seu patrimônio responsabilizado quando o devedor morre? A responsabilidade será de
▪ hipótese de responsabilidade patrimonial primaria, quem?
primeiramente haverá constrição do patrimônio de
A responsabilidade em caso de morte do devedor
quem é o devedor, pois esse ao mesmo tempo é o
continua sendo do patrimônio dele, uma vez que
obrigado pela dívida e responsável, usando o seu
responsabilidade é patrimonial e não pessoal, a
patrimônio;
responsabilidade é primária, pois é o patrimônio do
▪ Se o juízo executivo identificar que não há bens
devedor que será objeto de atividade executiva;
penhorados ele arquiva o processo pelo prazo de 1 ano,
Ex: Manoel está sendo executado por conta de uma
e encerrado o prazo de 1 ano começará a contagem do
dívida da ordem de 100 mil reais, no curso da
prazo prescricional e atingindo a totalidade desse prazo
execução Manoel morreu. Em razão desse evento
se reconhece a prescrição do crédito e se extingue a
há a necessidade de abertura da sucessão causa
execução
morte que se dá através da instauração da ação de
inventario, em que será nomeado um inventariante
→ Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
e esse será o responsável pelo patrimônio deixado
▪ São situações nas quais o patrimônio de terceiro que pelo morto. Imagine que esse patrimônio seja de
não o devedor principal, pode ser atingido por atos 500 mil, neste caso antes de se fazer a partilha dos
▪ A responsabilidade do avalista é primária ou credor. Então dos 500 mil será tirada 100 mil para
devedor solidário e se o devedor principal não pagar Se a dividia existir e não houver patrimônio, os
pode o credor cobrar diretamente do avalista existe a herdeiros não serão responsabilizados por algo que
partilha apareceu um novo credor e esse novo V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à
credor tem 400 mil a receber, nesse caso os execução;
herdeiros responderam na proporção dos seus
quinhoes; VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução VII - do responsável, nos casos de desconsideração da
Larissa Farias 13