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Aula 05
24 de Março de 2021
Aula 05
COMÉRCIO INTERNACIONAL
AULA 05
Sumário
Dando continuidade ao nosso curso de Comércio Internacional com foco no concurso para o cargo
de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, na aula de hoje nós estudaremos as práticas desleais
de comércio e as medidas de defesa comercial. Vamos lá? Firmes no propósito!
1.1. INTRODUÇÃO:
Quando vamos estudar esse tema, algumas perguntas vêm naturalmente à nossa mente. O que são
práticas desleais de comércio? E, ainda, o que são medidas de defesa comercial?
Práticas desleais de comércio são medidas adotadas por governos ou empresas que dificultam ou
até mesmo inviabilizam a concorrência sobre bases justas e que são utilizadas, muitas vezes, como
estratégia de dominação de mercados.
Com efeito, desde o GATT-1947, já existe a preocupação dos Estados participantes do sistema
multilateral de comércio com a existência de um comércio justo. Reconheceu-se, então, no GATT-
1947, a possibilidade de os países utilizarem medidas protecionistas contra o chamado “comércio
desleal” (unfair trade).1 Veja-se, nesse sentido, o art. VI do GATT:
1
THORSTENSEN, Vera. OMC – Organização Mundial do Comércio: As regras do Comércio Internacional e a Nova
Rodada de Negociações Multilaterais. São Paulo: Aduaneira, 2009. pp.115-116.
“1. As Partes Contratantes reconhecem que o "dumping" que introduz produtos de um país no
comércio de outro país por valor abaixo do normal, é condenado se causa ou ameaça causar
prejuízo material a uma indústria estabelecida no território de uma Parte Contratante ou retarda
sensivelmente o estabelecimento de uma indústria nacional.
...
O art. VI do GATT estabelecia, como se pode ver, a possibilidade de aplicação, por uma Parte
Contratante, de medidas antidumping e medidas compensatórias para defender-se contra o
dumping e os subsídios, respectivamente. Logo, pode-se afirmar que, segundo a normativa
multilateral, são práticas desleais de comércio o dumping e o subsídio.
Por outro lado, medidas de defesa comercial são os instrumentos utilizados pelos governos como
forma de impedir ou minimizar os efeitos das práticas desleais de comércio (medidas antidumping
e medidas compensatórias). Além de mitigar os efeitos das práticas desleais de comércio, as medidas
de defesa comercial também podem ser empregadas para conferir proteção temporária à indústria
nacional contra um surto de importações (medidas de salvaguarda).
A partir dessas primeiras definições, já podemos chegar a duas assertivas importantes para sua
prova:
Medidas
Dumping
antidumping
Medidas
Subsídio
compensatórias
Medidas de
salvaguarda
As medidas antidumping são aplicadas contra o dumping que cause dano à indústria nacional,
enquanto as medidas compensatórias são aplicadas contra um subsídio danoso. Por sua vez, as
medidas de salvaguarda não são aplicadas para fazer frente a uma prática desleal de comércio, mas
sim diante de um surto de importações que cause dano grave à indústria nacional.
Uma diferença essencial que decorre disso é a questão da seletividade. As medidas antidumping e
medidas compensatórias, por serem aplicadas contra práticas desleais de comércio, são seletivas
em razão da origem. Em outras palavras, as medidas antidumping e medidas compensatórias
obedecem ao princípio da seletividade em função da origem. Mas o que isso quer dizer?
Simples, meus amigos! Quando é aplicada uma medida antidumping ou uma medida compensatória,
elas têm um “alvo” determinado. Se, por exemplo, for aplicada uma medida antidumping sobre os
imãs de ferrita originários da China, esses direitos não irão incidir sobre os imãs de ferrita de outras
origens. Da mesma forma, se for aplicada uma medida compensatória contra as importações de
algodão originário dos EUA, esses direitos não irão incidir sobre o algodão de outras origens. É
possível afirmar, portanto, que as medidas antidumping e medidas compensatórias somente
incidem sobre os produtos originários do país contra o qual foram aplicadas.
Cabe destacar que as medidas antidumping são aplicadas diretamente contra empresas
estrangeiras. Mesmo nos casos em que se aplica uma medida antidumping contra uma determinada
origem (ex: medida antidumping contra ventiladores da China), o que se está fazendo, na verdade,
é aplicar uma medida antidumping contra os ventiladores fabricados por empresas chinesas.
Por outro lado, as medidas de salvaguarda são não-seletivas, isto é, uma vez aplicadas, incidem sobre
todas as importações de um determinado produto, independentemente da origem. Diz-se, portanto,
que as medidas de salvaguarda obedecem ao princípio da não-seletividade. A razão para as
medidas de salvaguarda serem não-seletivas é o fato de que, ao contrário dos direitos antidumping
Medidas antidumping
Seletivas em razão da
origem
Medidas compensatórias
Não-seletivas em razão
Medidas de salvaguarda
da origem
Mas será que um Estado pode aplicar medidas de defesa comercial da forma como bem entender?
Será que ele tem esse poder?
Não. Para a aplicação de medidas de defesa comercial, é necessário que seja realizada uma
investigação prévia por uma autoridade nacional. Tal investigação deverá observar os
procedimentos gerais previstos nos acordos multilaterais de comércio celebrados no âmbito da
OMC, mais especificamente o Acordo Antidumping, o Acordo sobre Subsídios e Medidas
Compensatórias e o Acordo sobre Salvaguardas.
1. (ACE-2008)
A característica comum das medidas antidumping e das medidas compensatórias é seu caráter
seletivo, diferenciando-as, nesse sentido, das salvaguardas comerciais, que, por força da razão
pela qual são acionadas, não discriminam os produtos importados pela procedência.
Comentários
As medidas de salvaguarda não discriminam os produtos importados pela procedência, isto é, são
não-seletivas. Por sua vez, as medidas antidumping e compensatórias obedecem ao princípio da
seletividade.
Gabarito: certa
2. (AFRF – 2005)
Para neutralizar a prática do dumping, o país prejudicado pode aplicar uma medida
antidumping, respeitando o princípio da não-seletividade, ou seja, a aplicação da medida
deverá atingir todas as importações do produto em questão, não importando sua procedência.
Comentários
As medidas antidumping somente incidem sobre os produtos originários do país contra o qual foram
aplicadas, ou seja, obedecem ao princípio da seletividade.
Gabarito: errada
A SDCOM, integrante da estrutura da SECEX, é responsável, dentre outras tarefas, por propor a
abertura e conduzir investigações destinadas à aplicação de medidas antidumping, medidas
compensatórias e medidas de salvaguarda. Ao final da investigação, a SDCOM é responsável por
PROPOR à CAMEX a aplicação das medidas de defesa comercial.
A CAMEX, por sua vez, é o órgão de cúpula do comércio exterior brasileiro, a ela competindo a
decisão final quanto à aplicação de medidas de defesa comercial. Nesse sentido, a CAMEX é
responsável pela fixação de direitos antidumping, direitos compensatórios e medidas de
salvaguarda. Destaque-se que a CAMEX pode fixar essas medidas de defesa comercial em caráter
definitivo ou provisório (direitos antidumping provisórios, direitos compensatórios provisórios ou
medidas de salvaguarda provisórias).
Caso uma investigação seja encerrada com aplicação de medida de defesa comercial, a
competência do encerramento será da CAMEX, que o fará por meio de Resolução. Por outro lado,
caso a investigação seja encerrada sem a aplicação de medida de defesa comercial, a competência
2
Na próxima aula, estudaremos detalhadamente cada uma das instituições intervenientes no comércio exterior
brasileiro.
para o encerramento será do Secretário de Comércio Exterior, que o fará por meio de Circular
SECEX.
Muitos podem pensar: “A SDCOM realiza a investigação, então é ela que a começa e a encerra.”
Ledo engano! A SDCOM realmente realiza a investigação, mas o encerramento desta necessita da
formalização através de um ato público. E o encerramento é materializado por meio de uma
Resolução CAMEX (no caso de aplicação de medida de defesa comercial) ou de uma Circular SECEX
(quando não houver aplicação de medida de defesa comercial).
Encerramento da investigação
com aplicação de medida de Competência da CAMEX
defesa comercial
Encerramento da investigação
sem aplicação de medida de Competência da SECEX
defesa comercial
Pergunta-se: é possível que a SDCOM proponha a aplicação de uma medida de defesa comercial e a
CAMEX se recuse a aplicá-la?
A CAMEX tem várias outras atribuições em matérias de defesa comercial, as quais estão
relacionadas no art. 2º, do Decreto nº 8.058/2013:
Art. 2º Compete ao Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, com base
nas recomendações contidas em parecer do Departamento de Defesa Comercial da Secretaria de
Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - DECOM, a
decisão de:
Cabe destacar também a participação da Receita Federal nesse processo todo. É esse órgão o
responsável pela arrecadação (recolhimento) das medidas de defesa comercial, o que já é feito
automaticamente por ocasião do registro da Declaração de Importação.
Recapitulando:
Uma das grandes novidades no sistema brasileiro de defesa comercial é a de que as medidas
antidumping, após terem sido aplicadas, poderão ser suspensas em razão de interesse público.
Segundo o art. 3º, do Decreto nº 8.058/2013, o Conselho de Ministros da CAMEX poderá, por razões
de interesse público, suspender, por até um ano, prorrogável uma única vez por igual período, a
exigibilidade de direito antidumping definitivo, ou de compromisso de preços, em vigor.
3. (ACE-2008)
Comentários
Gabarito: certa
4. (Questão Inédita)
Comentários
Gabarito: certa
5. (Questão Inédita)
Comentários
Gabarito: certa
Há muita confusão em torno do conceito de dumping. É muito usual, por exemplo, que o senso
comum afirme que o dumping ocorre quando uma mercadoria é vendida por um preço inferior ao
preço de custo. Isso está absolutamente errado!
Segundo a normativa da OMC, o dumping é uma prática desleal de comércio que consiste na venda
de um produto para exportação por um preço inferior ao seu valor normal. Em outras palavras,
considera-se que existe dumping quando um produto é vendido no mercado internacional por um
preço inferior ao praticado no mercado interno do país exportador. Pode-se dizer também que o
dumping fica caracterizado quando há uma discriminação de preços em mercados diferentes, ou
seja, quando o preço cobrado pela empresa é diferente, a depender do mercado para o qual ela está
vendendo. No mercado interno, ela vende por um preço; no mercado internacional, por um preço
inferior. O dumping é, portanto, uma discriminação internacional de preços.
3 O drawback é um regime aduaneiro especial que funciona como um grande incentivo às exportações brasileiras. Por
meio do drawback, a empresa importa e adquire no mercado interno, com desoneração tributária, produtos utilizados
Acredito que um exemplo irá auxiliar o nosso entendimento sobre o que é o dumping!
Suponha que empresas chinesas estejam exportando para o Brasil sapatos por US$ 4,00 / par e que,
em seu mercado interno, o par de sapatos seja vendido por US$ 6,00. Nessa situação, existe
dumping?
Sim, existe. E por quê? Porque o preço de exportação está inferior ao preço praticado no mercado
interno do país exportador, isto é, inferior ao valor normal. Logo, as empresas chinesas, na situação
apresentada, estão praticando dumping. Aqui chamo sua atenção para um detalhe importante:
quem pratica o dumping são empresas (e não governos!)
Bem, o governo poderá dar início, mediante pleito da indústria nacional ou de ofício, a uma
investigação para aplicação de medidas antidumping. Nessa investigação, é necessário que se
comprove a existência de três elementos: DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL. Estando presentes
esses três requisitos, poderão ser aplicados direitos antidumping. Mais à frente estudaremos cada
um deles.
no processo produtivo de bens exportados ou a exportar. Assim, de forma simplificada, o drawback é uma desoneração
tributária condicionada à exportação. Estudaremos em detalhes sobre o drawback em aula futura.
Dumping
Aplicação de medidas
Dano
antidumping
Nexo Causal
6. (AFRFB-2009)
A prática do dumping consiste na venda de um produto por preço inferior ao custo de produção
de seu similar no mercado de exportação e enseja, de parte do país importador, como forma
de defesa, a imposição de salvaguardas comerciais.
Comentários
Gabarito: errada
7. (AFRF – 2005)
Segundo as normas da OMC, pratica dumping a empresa que vende no mercado de outro país
abaixo do seu preço de custo.
Comentários
Essa é uma grande pegadinha! O dumping ocorre quando uma empresa vende um produto para
exportação por um preço inferior ao preço praticado no mercado interno do país exportador (e
não por um preço inferior ao preço de custo!).
Gabarito: errada
8. (AFRF-2002.1)
Comentários
Outra questão cobrando o conceito de dumping! Estejam atentos: o dumping ocorre quando o preço
de exportação é inferior ao valor normal (preço praticado no mercado de origem).
Gabarito: certa
9. (MDIC-2009/Área Administrativa)
Comentários
Gabarito: certa
10. (AFTN-1998)
Comentários
Novamente a mesma pegadinha! Agora eu tenho certeza que você acertou! (rsrs...) As bancas
examinadoras adoram falar em “preço de exportação inferior ao preço de custo”. Isso está errado!
Comentários
Esse é o exato conceito de dumping! Muita atenção, porque isso irá, muito provavelmente, ser
cobrado na sua prova.
Gabarito: certa
Considera-se haver prática de dumping, isto é, oferta de um produto no comércio de outro país
a preço inferior a seu valor normal, no caso de o preço de exportação do produto ser inferior
àquele praticado no curso normal das atividades comerciais para o mesmo produto quando
destinado ao consumo no país exportador.
Comentários
Segundo o art. 2º, § 1º, do Acordo Antidumping, “considera-se haver prática de dumping, isto é,
oferta de um produto no comércio de outro país a preço inferior a seu valor normal, no caso de o
preço de exportação do produto ser inferior àquele praticado no curso normal das atividades
comerciais para o mesmo produto quando destinado ao consumo no país exportador.”
Gabarito: certa
O valor normal é o preço pelo qual o produto similar, em operações comerciais normais, é destinado
ao consumo no mercado interno do país exportador. Considera-se “produto similar” o produto
idêntico, igual sob todos os aspectos ao produto objeto da investigação ou, na sua ausência, outro
produto que, embora não exatamente igual sob todos os aspectos, apresente características muito
próximas às do produto objeto da investigação.
Bem, a regra geral é que valor normal é o preço pelo qual o produto é vendido no mercado interno
do país exportador! No entanto, podem ocorrer situações em que será necessário proceder a uma
determinação alternativa do valor normal.
Segundo o art. 14, do Decreto nº 8.058/2013, caso não existam vendas do produto similar em
operações comerciais normais no mercado interno do país exportador ou quando não for possível
comparação adequada com o preço de exportação (em razão de condições especiais de mercado
ou de baixo volume de vendas do produto similar no mercado interno do país exportador), o valor
normal será apurado com base no preço de exportação do produto similar para terceiro país
apropriado, desde que esse preço seja representativo. Ou, ainda, o valor normal será apurado valor
construído, que consistirá no custo de produção no país de origem declarado, acrescido de razoável
montante a título de despesas gerais, despesas administrativas, despesas de comercialização,
despesas financeiras e lucro.
c) Preço de exportação do produto similar de um país substituto para outros países, exceto
o Brasil;
d) Outro preço razoável, inclusive o preço pago ou a pagar pelo produto similar no mercado
interno brasileiro, devidamente ajustado, se necessário, para incluir margem de lucro
razoável, sempre que nenhuma das hipóteses anteriores seja viável e desde que
devidamente justificado.
Em um caso concreto, a SDCOM utilizou o valor construído do glifosato na Argentina (terceiro país
de economia de mercado), a fim de apurar o valor normal em uma investigação antidumping aberta
contra a China (que não é considerada economia de mercado!).
Preço praticado no
Em operações
mercado interno do país
comerciais normais
exportador
Valor Normal
Preço de exportação do
Caso não existam vendas produto similar para
do produto similar no um terceiro país
mercado interno do país
exportador ou essas
vendas não permitam
comparação adequada Valor construído
Para fins de cálculo do valor normal, caso não haja a venda de produto similar no mercado
doméstico do país exportador, deve-se comparar com vendas de produtos similares em outros
mercados.
Comentários
A questão traz à tona um dos métodos alternativos para determinação do valor normal. Se não há
venda de produto similar no mercado doméstico do país exportador, deverá ser utilizado o preço de
exportação do produto similar para terceiros países (e não o preço do produto similar no mercado
doméstico de outros países!).
Gabarito: errada
Na análise de dumping, se o produto similar não for objeto de vendas no mercado interno do
país exportador, pode-se utilizar como valor normal exclusivamente o preço de exportação
para terceiro país.
Comentários
1) Por meio do preço de exportação para terceiro país, desde que este seja representativo.
A assertiva está errada porque a palavra "exclusivamente" dá a entender que só existiria uma única
maneira de determinar o valor normal quando não há vendas de produto similar no mercado
doméstico do país exportador.
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: certa
Quando o produtor e o exportador forem a mesma pessoa, o preço de exportação será o preço
recebido ou a receber pelo produto exportado ao Brasil, líquido de tributos, descontos ou reduções
efetivamente concedidos e diretamente relacionados com as vendas do produto objeto da
investigação.
Já quando o produtor não for o exportador (são pessoas diferentes!) e ambos não forem partes
associadas ou relacionadas, o preço de exportação será, preferencialmente, o preço recebido pelo
produtor por produto exportado ao Brasil, líquido de tributos, descontos ou reduções efetivamente
concedidos e diretamente relacionados com as vendas do produto objeto da investigação.
Em certas situações, todavia, pode não ser possível calcular o preço de exportação ou este pode
não ser confiável, em virtude de associação ou acordo compensatório entre produtor ou
exportador e importador ou uma terceira parte. Ora, se há uma associação entre exportador e
importador, é possível que o preço de exportação seja declarado a maior4, o que causaria distorções
na apuração pela autoridade investigadora nacional.
Nesses casos, será utilizado um método alternativo para a determinação do preço de exportação. O
preço de exportação será, então, construído a partir do preço pelo qual os produtos importados
foram revendidos ao primeiro comprador independente. Se não houver comprador independente
ou os produtos não forem revendidos na mesma condição em que foram importados, o preço de
exportação será construído a partir de uma “base razoável”. Será, então, aplicado qualquer outro
método, desde que justificado.
Preço de
exportação A partir do valor de
revenda ao primeiro
comprador independente
4
Se as empresas são vinculadas (matriz e subsidiária), o preço de exportação pode ser declarado a maior a fim de que
a empresa brasileira tenha uma despesa maior e, consequentemente, a base de cálculo do Imposto de Renda (IR) desta
empresa brasileira seja menor.
16. (AFRF-2005)
Caso não seja possível o cálculo do preço de exportação, ou caso o preço seja duvidoso segundo
os parâmetros da legislação aplicável, o preço de exportação do produto investigado pode ser
construído pela autoridade investigadora para fins de constatação da prática do dumping.
Comentários
Se não for possível calcular o preço de exportação ou este parecer duvidoso, a autoridade
investigadora deverá utilizar um método alternativo, construindo o preço de exportação.
Gabarito: certa
Já sabemos determinar o preço de exportação e o valor normal! Se o preço de exportação for inferior
ao valor normal, poderemos concluir que há dumping! Mas qual será o “tamanho” do dumping?
Isso se apura pelo cálculo da margem de dumping, que é depois utilizada como base para o cálculo
dos direitos antidumping a serem aplicados. O cálculo da margem de dumping leva em consideração
a seguinte fórmula:
MD = VN - PE
Onde:
• MD = margem de dumping
• VN = valor normal
• PE = preço de exportação
Para ficar mais claro, vamos a um exemplo! Suponha que uma empresa chinesa esteja exportando
chinelos ao Brasil por US$ 8,00 / par, ao mesmo tempo em que pratica no mercado interno chinês o
preço de US$ 10,00 / par. Qual a margem de dumping?
MD=VN - PE
Essa é a margem de dumping absoluta! Por sua vez, encontramos a margem de dumping relativa a
partir da aplicação da seguida fórmula:
MR = MD ÷ PE
Onde:
MR= MD / PE
MR= 25%
Fácil, não é mesmo? Ocorre que a apuração da margem de dumping não é tão simples assim!
Ao contrário, devem ser consideradas todas as vendas realizadas no período da investigação. Nesse
sentido, o Acordo Antidumping determina quais as maneiras de se apurar a margem de dumping:
a) Comparação entre o valor normal médio ponderado e o preço médio ponderado de todas
as exportações
A comparação entre o valor normal e o preço de exportação, para fins de determinação de dumping,
deverá ser realizada sobre bases justas, ou seja, a comparação deverá ser efetuada ao mesmo nível
de comércio, normalmente ex-fábrica, levando-se em consideração as datas mais próximas
possíveis.
consideramos o preço “ex-fabrica”, isso significa que não estamos levando em conta nenhum dos
gastos incorridos após o momento da disponibilização do produto no “chão da fábrica”.
Pronto! Agora vocês já sabem determinar o preço de exportação, o valor normal e a margem de
dumping. Já estão próximos de se tornarem investigadores comerciais da SDCOM (rsrs...)
A margem de dumping é importante porque ela influencia no montante dos direitos antidumping
aplicados. Com efeito, o direito antidumping é o montante em dinheiro igual ou inferior à margem
de dumping apurada, aplicado com o fim exclusivo de neutralizar os efeitos danosos das
importações objeto de dumping.
Os direitos antidumping poderão ser impostos na forma de alíquotas ad valorem ou específicas, fixas
ou variáveis, ou pela conjugação de ambas.5 Quando o direito antidumping for aplicado na forma de
alíquota específica, deverá ser levada em consideração a margem de dumping absoluta. Por sua vez,
quando o direito antidumping for aplicado na forma de alíquota ad valorem, deverá ser levada em
consideração a margem de dumping relativa. Destaque-se que, quando a margem de dumping
relativa for inferior ao “de minimis”, isto é, inferior a 2%, não poderão ser aplicadas medidas
antidumping.
5
Exemplo de alíquota ad valorem fixa = Direitos antidumping de 25%
Exemplo de alíquota específica fixa = Direito antidumping de R$ 2,00 / unidade
Exemplo de alíquota ad valorem variável = Se a mercadoria custar até R$ 2,00 / unidade, incidirá um direito
antidumping de 20%; se a mercadoria custar acima de R$ 2,00 /unidade, incidirá um direito antidumping de 30%.
Exemplo de alíquota específica variável = Se a mercadoria custar até R$ 2,00 / unidade, incidirá um direito
antidumping de R$ 1,00 / unidade; se a mercadoria custar acima de R$ 2,00 /unidade, incidirá um direito antidumping
de R$ 1,50 / unidade.
17. (AFRF-2003)
Comentários
De fato, o dumping é considerado uma prática desleal de comércio. No entanto, ele fica
caracterizado quando o preço de exportação é inferior ao preço praticado no mercado interno do
país exportador (valor normal). Logo, a questão está errada.
Gabarito: errada
Na análise de dumping deverá ser comparado o preço de exportação com o valor normal. O valor
normal, por sua vez, é considerado em base FOB.
Comentários
O valor normal e o preço de exportação deverão ser comparados levando-se em conta o mesmo
nível comercial, normalmente “ex fabrica”.
Gabarito: errada
Não poderão ser aplicados direitos antidumping quando a margem de dumping for inferior ao
“de minimis”.
Comentários
Quando a margem de dumping relativa for inferior ao “de minimis” (2%), não poderão ser aplicados
direitos antidumping.
Gabarito: certa
Comentários
A diferença entre o valor normal e o preço de exportação devidamente ajustados é o que se chama
de margem de dumping, mais especificamente margem de dumping absoluta. A margem de
dumping relativa é a razão entre a margem de dumping absoluta e o preço de exportação.
Gabarito: certa
A aplicação da medida antidumping pode ser feita de modo tanto qualitativo, por meio de um
direito antidumping ad valorem ou específico, ou de modo quantitativo, ou seja, por meio da
definição de uma cota que restrinja o ingresso do produto no mercado do país importador.
Comentários
Gabarito: errada
Comentários
Quando a margem de dumping apurada for inferior ao “de minimis”, ou seja, 2%, não poderão ser
aplicados direitos antidumping.
Gabarito: certa
As regras do sistema multilateral de comércio não proíbem a prática do dumping, ou seja, pode-se
afirmar que nem todo o dumping é punível ou condenável. Imagine, por exemplo, que a indústria
brasileira de calçados esteja comprando couro da China por um preço extremamente baixo. E, ainda,
que o Brasil não tenha produção de couro... Nessa hipotética situação, não há prejuízo para nenhum
produtor nacional. Ao contrário, o dumping irá favorecer a indústria nacional de calçados.
O dumping é admissível apenas quando não causar dano. Quando o dumping causar dano à indústria
nacional do país importador, ele passa a ser condenável. Com efeito, a aplicação de medidas
antidumping (sejam elas provisórias ou definitivas) depende de três requisitos: DUMPING, DANO
e NEXO CAUSAL. É irrelevante, para fins de aplicação de direitos antidumping, a existência de dolo
da empresa estrangeira em eliminar ou dificultar a concorrência.
De início, cumpre destacar que a palavra “dano” deve ser interpretada em sentido amplo, isto é,
considera-se que ocorre dano quando há:
Ressalte-se que, em uma investigação de defesa comercial, é muito mais complexo determinar a
existência de ameaça de dano ou de atraso sensível no estabelecimento da indústria.
A determinação de dano será baseada em elementos de prova e incluirá exame objetivo sobre três
pontos essenciais:
Imagine, por exemplo, que o produto investigado é ventilador e a origem investigada é China. As
importações totais de ventiladores feitas pelo Brasil somam 100.000 ventiladores. Se 2.500
ventiladores vierem da China (país investigado), considera-se que esse volume é insignificante, pois
é de 2,5% (inferior a 3%).
Mas agora imagine que há três origens investigadas: China, Índia e Taiwan. As importações totais de
ventiladores feitas pelo Brasil somam 100.000 ventiladores. Se 2.500 ventiladores vierem da China,
2500 da Índia e 2500 de Taiwan, apesar de cada país, individualmente, representar apenas 2,5%
(menos de 3%), em conjunto esses países somam 7,5% (maior que 7%). O volume não será, portanto,
insignificante.
Não precisa decorar essa lista imensa, ok? Ela serve apenas para que você tenha uma noção de como
é feita a análise pela SDCOM.
Na análise do nexo causal entre o dumping e o dano, deve ser demonstrado que as importações a
preço de dumping causaram dano à indústria doméstica. Não há necessidade, no entanto, de que
elas sejam a única causa do dano sofrido pela indústria nacional, já que outros fatores podem
também tê-lo provocado.
Comentários
Gabarito: errada
Para fins de determinação de dano, é possível afirmar que, com relação aos efeitos das
importações sobre os preços, deve-se observar se o preço dos produtos importados não é
superior ao preço do produto similar nacional e a qualidade de ambos.
Comentários
Gabarito: certa
A determinação de dano deve estar baseada em evidência positiva em uma investigação para
aplicação de uma medida antidumping.
Comentários
Gabarito: certa
Para fins de aplicação de direitos antidumping, o dano será entendido como dano material a
uma indústria doméstica, ameaça de dano material a essa indústria ou ainda atraso material
na implantação da mesma.
Comentários
A interpretação do termo dano deverá ser feita em sentido amplo, ou seja, ele será entendido como
dano material efetivamente ocorrido, ameaça de dano material ou atraso real na implantação de
uma indústria.
Gabarito: certa
A determinação de dano perpassa pela análise de uma série de indicadores, devendo ser
avaliada a evolução das importações do produto objeto de dumping e a situação da indústria
doméstica.
Comentários
Na análise do dano serão levados em consideração indicadores econômicos diversos, tais como
queda real ou potencial das vendas, dos lucros, da produção, da participação no mercado, da
produtividade, do retorno dos investimentos ou da ocupação da capacidade instalada e outros.
Gabarito: certa
Para que seja aplicado um direito antidumping deverá ser comprovado o dumping, dano e nexo
causal.
Comentários
Gabarito: certa
Comentários
As importações a preço de dumping não precisam ter sido a única causa do dano sofrido pela
indústria nacional.
Gabarito: errada
Comentários
O dumping é admissível pela normativa da OMC quando ele não causa dano à indústria nacional do
país importador.
Gabarito: errada
Comentários
O dumping fica caracterizado quando uma mercadoria é vendida para exportação por um preço
inferior ao valor normal.
Gabarito: errada
Comentários
Essa é o exato conceito de dumping! Trata-se de uma prática desleal de comércio que ocorre quando
um produto é vendido para exportação por um preço inferior ao praticado no mercado interno do
país exportador. Em outras palavras, o dumping existe quando o preço de exportação de um bem é
fixado em nível inferior ao praticado no mesmo mercado em que esse bem é produzido.
Gabarito: certa
Para que seja aplicado um direito antidumping, provisório ou definitivo, é necessário que seja
determinada a existência de dumping, dano e nexo causal entre os dois.
Comentários
Gabarito: certa
Para que seja aplicada uma medida antidumping é suficiente que sejam determinados três
elementos: dumping, dano e nexo causal. A intenção em prejudicar a indústria nacional do país
importador não é levada em consideração na determinação do dumping.
Comentários
Gabarito: certa
No Brasil, uma investigação para aplicação de direitos antidumping será aberta mediante solicitação
da indústria nacional ou por iniciativa governamental (ex officio). Segundo o Acordo Antidumping,
também é possível que um terceiro país interessado encaminhe petição para a abertura de
investigação para fins de aplicação de medidas antidumping.
A petição, para ser admitida pela SDCOM, deve ser apresentada pela indústria doméstica ou em
seu nome. Para que uma petição seja considerada como feita “pela indústria doméstica ou em seu
nome”, é necessário que sejam cumpridos dois requisitos:
Vejamos...
O interessado, ao apresentar a petição à SDCOM, deverá mostrar que consultou outros produtores
domésticos. Dentre os produtores domésticos consultados, devem ter apoiado expressamente a
petição produtores que representem mais de 50% da produção, considerado o universo daqueles
que foram consultados. Cabe destacar, ainda, que a petição não será considerada feita pela
indústria nacional e, portanto, será indeferida, se os produtores que a apoiaram expressamente
representarem menos de 25% da produção nacional do produto similar, considerado o período da
investigação.
Para ficar mais claro, vamos a um exemplo! Imagine que a indústria nacional de sapatos seja
composta por 6 empresas: A (40% da produção nacional), B (30% da produção nacional), C (15% da
produção nacional), D (10% da produção nacional), E (3% da produção nacional) e F (2% da produção
nacional). Supondo que a empresa D entre com a petição junto à SDCOM, ela precisará mostrar que
consultou outros produtores domésticos. Se, por meio dessa consulta, ficar configurado que apenas
as empresas D, E e F apoiam expressamente a petição, esta será indeferida, uma vez que, juntas,
essas empresas representam somente 15% da produção nacional de sapatos.
A petição deverá conter indícios da existência de dumping, de dano à indústria doméstica e de nexo
de causalidade entre ambos. A análise da SDCOM quanto à admissibilidade da petição será feita no
prazo de 15 dias, contados da data do protocolo.
Como grande novidade do novo Decreto Antidumping, a duração da investigação foi reduzida.
Segundo o art. 72, do Decreto nº 8.058/2013, as investigações serão concluídas no prazo de 10
meses, contado da data do início da investigação, exceto em circunstâncias excepcionais, quando o
prazo poderá ser prorrogado para até 18 meses. Tal investigação deverá ser conduzida com base
nas regras gerais definidas pelo Acordo sobre a Implementação do art. VI do GATT.
Cabe destacar que a investigação poderá ser suspensa sem aplicação de direitos antidumping
definitivos ou provisórios. Isso ocorrerá quando houver o chamado “compromisso de preços”, em
que o exportador que pratica dumping assume o compromisso de praticar um preço mínimo em
suas vendas. Tal compromisso deverá ser satisfatório às autoridades investigadoras, de forma que
estas se convençam de que o compromisso elimina o efeito prejudicial decorrente do dumping. A
competência para homologar o compromisso de preços é da CAMEX.
Ocorrendo toda a investigação, ao seu final, a SDCOM irá propor (ou não!) à CAMEX a aplicação dos
direitos antidumping. A CAMEX é que irá, então, aplicar as referidas medidas de defesa comercial.
A regra geral é a de que os direitos antidumping devem ser extintos em 5 (cinco) anos. No entanto,
esse prazo poderá ser prorrogado em virtude de as autoridades determinarem que a extinção dos
direitos levaria, muito provavelmente, à continuação ou retomada do dumping e do dano dele
decorrente. Para isso, todavia, faz-se necessário uma revisão de final de período. Ressalte-se que
os direitos antidumping poderão ser prorrogados indefinidamente, isto é, por quantos períodos for
necessário.
Há, ainda, a revisão de meio de período, denominada revisão por alteração das circunstâncias,
procedimento que poderá ser realizado a pedido de parte interessada, desde que tenha decorrido
no mínimo 1 (um) ano da aplicação, alteração, prorrogação ou extensão de um direito
antidumping definitivo. Por meio dessa revisão, é possível que o direito antidumping seja extinto
ou alterado (sendo aumentado ou diminuído, a depender da situação).
Suponha que no mês de janeiro de 2017 sejam aplicados direitos antidumping contra glifosato
originário da China e determinado que a vigência desses direitos seria de 5 anos. A princípio, em
janeiro de 2022, o direito antidumping em questão seria extinto, não é mesmo?
Todavia, é possível que, passado o período de 1 ano, seja solicitado por uma parte interessada uma
revisão de meio de período. Tal revisão deverá ser finalizada no prazo de 10 (dez) meses e poderá
concluir pela necessidade de extinção, manutenção ou alteração do direito antidumping.
Como vocês puderam verificar, o prazo da investigação (10 meses, podendo chegar a 18) é muito
extenso. Até o fim desse prazo, a indústria nacional poderá não resistir ao dano sofrido e
literalmente “quebrar”. Para impedir tal situação é que existem as medidas antidumping provisórias,
cuja lógica é muito semelhante às medidas liminares. As medidas antidumping provisórias terão
vigência de até 4 meses, podendo ser prorrogadas, no máximo, até 6 meses.
c) A CAMEX julgar que tais medidas são necessárias para impedir que ocorra dano durante
a investigação.
a) Determinação final de que não há dumping ou dano dele decorrente: a) se o valor das
medidas antidumping provisórias tiver sido recolhido, ele será restituído; b) se o valor das
medidas antidumping provisórias tiver sido garantido por depósito, será devolvido; c) se
o valor das medidas antidumping provisórias tiver sido garantido por fiança bancária, esta
será extinta.
Destaque-se que a exigibilidade do direito antidumping provisório poderá ficar suspensa até a
decisão final, desde que o importador ofereça garantia equivalente ao valor integral da obrigação.
Suponha, por exemplo, que no dia 03/05/2013 seja iniciada uma investigação para aplicação de
medidas antidumping. No dia 03/09/2013, antes de encerrada a investigação, portanto, são
aplicadas medidas antidumping provisórias. Posteriormente, é encerrada a investigação em
03/05/2014, com aplicação de medidas antidumping definitivas. Essas medidas antidumping
(definitivas) poderão retroagir, incidindo nos produtos embarcados até 90 dias antes da data da
aplicação de medidas antidumping provisórias (ou seja, 90 dias antes de 03/09/2013).
Cabe destacar, por fim, que não poderão ser cobrados direitos antidumping em relação a produtos
embarcados antes da data de início da investigação.
podendo ser prorrogados caso se comprove que sua extinção levaria à continuação ou
retomada do dumping e do dano dele decorrente.
Comentários
O prazo de vigência dos direitos antidumping é de 5 (cinco) anos, passível de prorrogação caso se
comprove que sua extinção levaria à continuação ou retomada do dumping e do dano dele
decorrente.
Gabarito: errada
Para uma medida antidumping ser adotada, é preciso que haja uma investigação de acordo
com o Acordo Antidumping.
Comentários
A adoção de uma medida antidumping depende de uma prévia investigação realizada por uma
autoridade nacional competente, que o fará segundo as regras gerais definidas pelo Acordo sobre a
Implementação do art. VI do GATT (Acordo Antidumping).
Gabarito: certa
Se o valor do direito antidumping aplicado pela decisão final for superior ao valor do direito
provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, a diferença a maior será exigida do
importador.
Comentários
Gabarito: errada
O direito antidumping provisório poderá não ser cobrado, sendo prestada garantia a ele
equivalente na forma de fiança bancária ou depósito.
Comentários
A exigibilidade do direito antidumping poderá ficar suspensa, desde que seja apresentada garantia
equivalente ao valor integral da obrigação.
Gabarito: certa
A petição de abertura de investigação no caso de dumping poderá ser feita pela indústria
doméstica. Essa petição deverá ser indeferida se os produtores que a apóiam responderem por
menos de 25% da produção nacional.
Comentários
A petição de abertura de investigação no caso de dumping poderá ser feita pela indústria doméstica
ou em seu nome, sendo indeferida caso os produtores que expressamente a apóiem responderem
por menos de 25% da produção nacional.
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: certa
Se o valor do direito antidumping aplicado pela decisão final for inferior ao valor do direito
antidumping provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, essas importâncias não
serão restituídas.
Comentários
Gabarito: errada
Comentários
O governo do país exportador deve ser notificado acerca da existência de petição devidamente
instruída antes de ser dado início à investigação.
Gabarito: certa
A petição para aplicação de medidas antidumping poderá ser apresentada por terceiro país
interessado.
Comentários
De fato, é possível que um terceiro país interessado encaminhe petição para a abertura de
investigação para aplicação de medidas antidumping.
Gabarito: certa
A vigência das medidas antidumping provisórias terá duração não superior a 6 meses.
Comentários
Gabarito: certa
Todo direito antidumping definitivo será extinto no máximo em cinco anos após a sua
aplicação, ou cinco anos a contar da data da conclusão da mais recente revisão, que tenha
abrangido dumping e dano dele decorrente. Esse prazo poderá, no entanto, ser prorrogado
mediante requerimento da indústria doméstica.
Comentários
A duração do direito antidumping é de até 5 anos a contar da sua aplicação ou da mais recente
revisão, sendo possível sua prorrogação indefinidamente.
Gabarito: certa
Comentários
O direito antidumping não poderá ser aplicado em montante superior à margem de dumping, mas
tão somente em nível igual ou inferior a esta.
Gabarito: errada
A petição não será considerada como feita “pela indústria doméstica ou em seu nome” quando
os produtores domésticos que manifestaram expressamente apoio à petição representem
menos de vinte e cinco por cento da produção nacional do produto similar durante o período
de investigação de dumping.
Comentários
Se os produtores nacionais que demonstrarem seu apoio expresso à petição representarem menos
de 25% da produção nacional, a petição será indeferida, por não ser considerada feita pela indústria
doméstica.
Gabarito: certa
Cabe única e exclusivamente à Confederação Nacional da Indústria (CNI) enviar petição à SECEX
solicitando ampla investigação para aplicação de medidas de defesa comercial, fornecendo,
para tanto, as informações necessárias.
Comentários
A CNI não é a única entidade que pode apresentar uma petição para aplicação de uma medida de
defesa comercial. A petição deve ser apresentada à SECEX pela indústria nacional.
Gabarito: errada
A normativa da OMC não faz distinção quanto aos tipos de dumping existentes. No entanto, a
literatura econômica / jurídica faz menção a diferentes tipos de dumping:
c) Dumping ambiental: a justificativa para que uma empresa pratique preços baixos no
mercado internacional é o não-cumprimento de padrões ambientais mínimos ou a
inexistência de uma legislação ambiental.
Cabe destacar que o dumping social, o dumping ambiental e o dumping cambial, apesar de serem
termos utilizados pela literatura, não são apropriados, uma vez que eles não levam em consideração
a característica essencial do dumping: preço de exportação inferior ao preço praticado no mercado
interno do país exportador. Com efeito, o descumprimento de padrões trabalhistas, o desrespeito
à legislação ambiental e a desvalorização artificial da moeda são fatores que apenas explicam a
maior competitividade das empresas (custos reduzidos), mas não pressupõem a existência de
discriminação internacional de preços.
O dumping social é uma modalidade especial de dumping na qual os preços aviltantes são
decorrentes do desrespeito aos direitos humanos com a utilização de mão-de-obra escrava,
infantil ou em condições subumanas.
Comentários
O dumping social é uma modalidade de dumping em que os preços baixos são praticados em virtude
do desrespeito às condições de trabalho da mão-de-obra.
Gabarito: certa
50. (AFTN-1996)
Nem sempre o dumping é um mal. Há casos em que o país tem grande interesse em importar
certos produtos pelo menor preço possível. Se os produtores de petróleo decidissem baixar os
preços desse insumo através de subsídios, provavelmente nenhum importador iria tomar
alguma medida antidumping. O dumping é considerado predatório quando o mercado é
restrito e não existe concorrente nacional.
Comentários
De fato, o dumping nem sempre é considerado pernicioso aos interesses de um país. Ele somente o
será quando afetar a indústria nacional, lhe trazendo prejuízos. Essa é também a lógica do Acordo
Antidumping, que somente autoriza a aplicação de direitos antidumping quando presentes três
elementos: DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL.
A questão afirma que o dumping será predatório quando o mercado for restrito e não existir
concorrente nacional. Isso está errado! Se não houver concorrente nacional, o dumping não causa
prejuízos à indústria doméstica e, portanto, nem sequer será punível com a aplicação de direitos
antidumping.
Gabarito: errada
51. (AFTN-1996)
Comentários
Pelo conceito de “dumping social”, o que leva as empresas a praticarem preços baixos no mercado
internacional é o desrespeito aos padrões trabalhistas.
Gabarito: errada
Sob o ponto de vista econômico, há que se questionar se as medidas antidumping são, de fato,
benéficas à sociedade como um todo. Ao conferir proteção a indústria nacional contra importações
estrangeiras, as medidas antidumping podem distorcer o comércio e a alocação ótima dos fatores
de produção, redistribuindo renda em desfavor do consumidor. Admitindo-se que a proteção por
meio de medidas antidumping possa ser legítima como forma de dar fôlego à indústria nacional,
cabe questionar também se interessa ao governo proteger uma indústria ineficiente.
Quando estudamos o dumping, foi possível verificar que quem executa essa prática desleal de
comércio são empresas. No caso, dos subsídios, é diferente. Quem concede os subsídios são
governos, donde decorre a possibilidade de que os subsídios sejam combatidos de duas formas
diferentes: i) aplicação de medidas compensatórias (processo administrativo interno conduzido
pelo país importador) e; ii) contestação da medida no âmbito do sistema de solução de
controvérsias da OMC (procedimento internacional)
No entanto, quando analisamos qualquer caso concreto, não podemos misturar os institutos do
“dumping” e do “subsídio”, em razão do disposto no art. VI, parágrafo 5º, do GATT. Segundo esse
dispositivo, nenhum produto estará sujeito, ao mesmo tempo, a direitos antidumping e medidas
compensatórias.
O Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias (SCM) faz menção a três tipos de subsídios:
subsídios proibidos, subsídios recorríveis (acionáveis) e subsídios irrecorríveis (não-acionáveis).
Embora os subsídios irrecorríveis não mais existam, pois o SCM estabeleceu que eles somente
estariam em vigência por um período de 5 anos a partir da criação da OMC, é importante saber essa
classificação, pois ela já foi até objeto de prova! Vejamos:
Para que você possa visualizar melhor o que é um subsídio vinculado ao desempenho exportador,
vamos a um exemplo! Imagine que o governo chinês estabeleça que, para cada par de sapatos
exportado, ele irá pagar US$ 2,00. Tal medida irá estimular a competitividade da indústria de sapatos
chinesa, constituindo-se uma prática desleal de comércio, com efeitos predatórios à concorrência.
Percebam que há vinculação da concessão do subsídio ao desempenho exportador, motivo pelo qual
ele é proibido.
Por sua vez, um subsídio vinculado a requisitos de conteúdo nacional (uso preferencial de insumos
nacionais) irá existir se, por exemplo, o governo estabelecer que o acesso a uma determinada linha
de financiamento (com taxas de juros baixíssimas!) estará limitado às empresas que utilizem 70% de
insumos nacionais no processo produtivo de seu produto final.
Os subsídios proibidos são específicos por natureza e pressupõem dano. Assim, a aplicação de
medidas compensatórias contra subsídios proibidos não necessita da comprovação de dano,
bastando que fique configurado o subsídio.
Os subsídios recorríveis são aqueles que, embora não sejam proibidos, podem causar efeitos
danosos aos interesses de outros membros da OMC. Subsídios recorríveis são específicos. A
aplicação de medidas compensatórias para combater subsídios acionáveis depende do atendimento
de três requisitos: i) subsídio acionável; ii) dano e; iii) nexo causal.
Cabe destacar que o SCM dispõe que há alguns subsídios específicos que são irrecorríveis. São eles:
i) subsídios destinados a pesquisa e desenvolvimento; ii) subsídios destinados a promover o
desenvolvimento regional e; iii) subsídios destinados ao cumprimento de requisitos ambientais.
Atualmente, toda a regulamentação relativa aos subsídios irrecorríveis não está mais em vigor, já
que o art. 31 do SCM estabelece que “... as disposições do Artigo 8º e do Artigo 9º serão aplicadas
por período de 5 anos a contar a partir da data de entrada em vigor do Acordo Constitutivo da OMC.”
Ora, se uma contribuição financeira for dirigida a todos os setores (for geral), ela perde uma das
características essenciais dos subsídios (a especificidade). Daí a lógica dessa disposição transitória!
De qualquer maneira, é importante que você leve essa classificação para a prova (nunca se sabe o
que passa na cabeça da banca examinadora!)
Contribuição financeira
Especificidade
Vinculados ao desempenho
Subsídios
exportador ou a requisitos de
proibidos
conteúdo nacional
P.S.: há subsídios
Subsídios específicos que
Tipos de subsídio Específicos são irrecorríveis
recorríveis (pesquisa e
desenvolvimento,
desenvolvimento
regional e
exigências
ambientais)
Subsídios
Gerais
irrecorríveis
Para fins de investigação para aplicação de medidas compensatórias, o termo “indústria doméstica”
é entendido como sendo a totalidade dos produtores nacionais do produto SIMILAR, ou como
aqueles, dentre eles, cuja produção conjunta do mencionado produto constitua parcela significativa
da produção nacional total do produto. A investigação somente será aberta caso a petição seja feita
pela indústria nacional ou em seu nome, o que fica caracterizado quando ela for apoiada por
produtores que correspondam a 50% da produção total do produto similar. Ressalte-se que esse
grau de apoio é apurado por meio de pesquisa realizada pela SDCOM.
Para que sejam aplicadas medidas compensatórias, a investigação deve determinar: i) existência de
subsídio proibido, independente de comprovação de dano; ii) existência de subsídio acionável
(recorrível), dano e nexo causal.
A determinação de dano deve ser baseada em evidências positivas e incluir exame objetivo do: i)
volume das importações do produto subsidiado; ii) efeito das importações sobre os preços do
produto similar no Brasil e; iii) impacto dessas importações sobre a indústria doméstica.
A investigação para aplicação de medidas compensatórias tem uma duração de 12 meses, podendo
chegar a 18 meses. Os direitos compensatórios serão aplicados na forma de alíquotas ad valorem
As medidas compensatórias definitivas poderão ter aplicação retroativa. A aplicação retroativa das
medidas compensatórias consiste na possibilidade de que estas sejam cobradas em relação aos
produtos importados que tenham sido despachados para consumo até 90 dias antes da data de
aplicação das medidas compensatórias provisórias.
A aplicação retroativa será possível sempre que se determine, com relação ao produto em questão,
que o dano é causado por importações volumosas, em período relativamente curto, o que levará
provavelmente a prejudicar seriamente o efeito dos direitos compensatórios definitivos aplicáveis.
Destaque-se que não serão cobrados direitos sobre produtos que tenham sido despachados para
consumo antes da abertura da investigação.
Suponha, por exemplo, que no dia 03/05/2013 seja iniciada uma investigação para aplicação de
medidas compensatórias. No dia 03/09/2013, antes de encerrada a investigação, portanto, são
aplicadas medidas compensatórias provisórias. Posteriormente, é encerrada a investigação em
03/05/2014, com aplicação de medidas compensatórias definitivas. Essas medidas compensatórias
(definitivas) poderão retroagir, incidindo nos produtos despachados para consumo até 90 dias antes
da data da aplicação de medidas compensatórias provisórias (ou seja, 90 dias antes de
03/09/2013).
Comentários
Os subsídios vinculados às exportações são proibidos pelas regras da OMC, podendo ser contestados
perante o sistema de solução de controvérsias dessa organização internacional ou mediante a
aplicação de medidas compensatórias.
Gabarito: certa
Comentários
O dumping ocorre quando uma empresa vende para exportação por um preço inferior ao praticado
no mercado interno do país exportador. A questão fez uma mistura entre os conceitos de “dumping”
e de “subsídio”.
Gabarito: errada
Comentários
Em virtude do que dispõe o art. VI, parágrafo 5º do GATT, a importação de um produto não poderá
estar sujeita, simultaneamente, à aplicação de direitos compensatórios e direitos antidumping.
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: errada
Comentários
Medidas de apoio à exportação são, por natureza, subsídios. Nesse sentido, os direitos
compensatórios são medidas destinadas a neutralizar os efeitos distorcivos ao comércio causados
pelas medidas de apoio à exportação.
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: certa
Não constitui subsídio permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) os subsídios
de apoio para atividades de pesquisa e para assistência a regiões desfavorecidas.
Comentários
O Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias prevê três tipos de subsídios específicos que
são irrecorríveis: i) destinados a atividades de pesquisa e desenvolvimento; ii) destinados ao
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: certa
Para ser iniciada uma investigação para aplicação de direitos compensatórios, é necessário a
determinação da CAMEX.
Comentários
A decisão quanto à abertura de uma investigação para aplicação de medidas de defesa comercial
compete à Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).
Gabarito: errada
Direitos compensatórios só podem ser impostos após uma investigação ter sido iniciada e
conduzida de acordo com os dispositivos do Acordo sobre Medidas Compensatórias.
Comentários
De fato, os direitos compensatórios somente podem ser aplicados após ter sido realizada uma
investigação de acordo com os parâmetros do Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias.
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: certa
No caso de subsídios acionáveis que estejam causando dano material à indústria doméstica, o
membro poderá aplicar anti-subsídios.
Comentários
Embora o termo “anti-subsídios” não apareça em nenhum dos acordos celebrados no âmbito da
OMC, ele é muito utilizado pela doutrina como sinônimo de medidas compensatórias.
Com efeito, os anti-subsídios (medidas compensatórias) podem ser aplicados após uma
investigação ter constatado a prática de um subsídio acionável e o dano dele decorrente.
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: certa
Assim como ocorre em relação às medidas antidumping, não basta provar que existem os
subsídios. É necessário demonstrar o nexo causal entre as importações do produto subsidiado
e o dano à indústria doméstica.
Comentários
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: errada
Os direitos compensatórios são aplicados pelo país importador quando comprovada a prática
de dumping pelo país exportador e após estimado o dano causado à indústria doméstica.
Comentários
Os direitos antidumping é que são aplicados quando for comprovada a prática de dumping pelo país
exportador e o dano dele decorrente. Os direitos compensatórios são aplicados para corrigir os
efeitos danosos de subsídios acionáveis ou de subsídios proibidos.
Gabarito: errada
Os direitos compensatórios são aplicados pelo país exportador para corrigir danos causados
por medidas restritivas e outras práticas desleais de comércio impostas pelo país importador
sempre que caracterizado o dano à produção nacional deste último.
Comentários
O examinador tentou confundir a cabeça do aluno! Os direitos compensatórios são aplicados para
corrigir danos causados à indústria doméstica por subsídios acionáveis ou proibidos concedidos por
um país.
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: errada
Para fins de aplicação de direitos compensatórios, o termo “dano” deve significar dano
material a uma indústria doméstica, ameaça de dano material ou o retardamento material do
estabelecimento de uma indústria.
Comentários
Tanto para fins de aplicação de direitos antidumping quanto para aplicação de direitos
compensatórios, o termo dano deve ser entendido em sentido amplo, abrangendo: i) dano material
à indústria doméstica; ii) ameaça de dano material à indústria doméstica e; iii) atraso sensível no
estabelecimento de uma indústria.
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: errada
Os subsídios específicos são irrecorríveis. O país que concede um subsídio que se enquadre
nessa classificação deve notificá-lo como tal à OMC, de forma antecipada à sua aplicação, não
estando sujeito a medidas compensatórias.
Comentários
Os subsídios específicos são recorríveis, isto é, podem ser objeto de medidas compensatórias ou de
contestação perante o sistema de solução de controvérsias da OMC.
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: certa
Uma investigação para fins de aplicação de medidas compensatórias deve ser encerrada se as
autoridades envolvidas estiverem satisfeitas de que não existe evidência suficiente de subsídio
ou de dano.
Comentários
Se não houver comprovação de subsídio acionável e dano dele decorrente, a investigação será
encerrada sem aplicação de direitos compensatórios.
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: certa
Uma notícia que muito repercutiu na mídia durante o ano de 2011 foi a questão da elevação do IPI
sobre automóveis. Trata-se de um caso interessante, que nos permitirá entender, na prática, a
aplicação de conceitos por nós já estudados. Vejamos...
b) Concedeu redução de IPI para empresas fabricantes de automóveis no País, desde que
atendidos certos requisitos. Dentre esses requisitos, destaco a obrigatoriedade de que
seus veículos sejam fabricados com, no mínimo, 65% de conteúdo regional.
Em meu entendimento, a medida adotada pelo governo viola a normativa do sistema multilateral
por diversos motivos:
a) Viola o princípio do tratamento nacional, uma vez que a redução do IPI aplica-se apenas
a empresas fabricantes de automóveis no País. Logo, os automóveis fabricados no Brasil
receberão redução da alíquota do IPI, enquanto os automóveis produzidos em outras
origens não receberão tal redução. E, como vocês já sabem, o princípio do tratamento
nacional impede que os produtos estrangeiros recebam tratamento menos favorável que
os nacionais em termos de tributos e regulamentações internas.
b) Viola a cláusula da nação mais favorecida, uma vez que a redução do IPI se estende aos
países do MERCOSUL e da ALADI, mas não abrange outras origens. E, como vocês também
já sabem, a cláusula da nação mais favorecida prevê tratamento não-discriminatório entre
os membros da OMC. Alguém até poderia dizer:
“Ah, professor, mas existe a exceção do art. XXIV do GATT, que autoriza que os membros da OMC
celebrem acordos regionais que excepcionem a cláusula da nação mais favorecida...”
E eu digo: “Sim. Esse é um argumento a favor da medida. No entanto, de acordo com o parágrafo
4º, do art. XXIV do GATT, “o estabelecimento de uma união aduaneira ou de uma zona de livre
comércio deve ter por finalidade facilitar o comércio entre os territórios constitutivos e não opor
obstáculos ao comércio de outras Partes Contratantes com esses territórios.”
Note que o volume de importações de 2011 foi igual ao de 2010, mas a produção doméstica em
2011 se reduziu, comparativamente a 2010.
Além disso, o surto de importações deve decorrer da “evolução imprevista das circunstâncias” e
“por efeito das obrigações assumidas”, conforme prevê o art. XIX do GATT:
“Se, em decorrência da evolução imprevista das circunstâncias e por efeito das obrigações
assumidas por uma Parte Contratante em virtude do presente Acordo, incluídas as concessões
tarifárias, as importações de um produto no território da referida Parte Contratante tiverem
aumentado em tal quantidade e se realizem em condições tais que causem ou ameacem
causar um dano grave aos produtores nacionais de produtos similares ou diretamente
concorrentes no seu território, será facultado a essa Parte Contratante, na medida e durante o
tempo que forem necessários para prevenir ou reparar esse prejuízo, suspender, no todo ou em
parte, o compromisso assumido em relação a esse produto, ou retirar ou modificar a
concessão.”
A “evolução imprevista das circunstâncias”, por sua vez, é uma situação fática que não se poderia
prever e que, em virtude de sua ocorrência, motivou o surto de importações. Um exemplo desse
tipo de situação foi a crise financeira internacional eclodida em 2008.
Quando um membro da OMC toma a decisão de aplicar uma medida de salvaguarda, ele deverá
notificar imediatamente o Comitê de Medidas da Salvaguarda. Um dos objetivos dessa notificação
é proporcionar a oportunidade de que sejam celebradas consultas com os outros membros da OMC
que tenham interesse substancial enquanto exportadores do produto em questão.
Em virtude do fato de que a medida de salvaguarda não tem o objetivo de punir uma prática ilícita,
mas sim proteger à indústria nacional contra um surto de importações de um determinado produto,
nada mais natural do que o país oferecer compensação comercial em relação a outros produtos.
Suponha, por exemplo, que o Brasil decida aplicar medida de salvaguarda contra brinquedos. A
China, por ser uma grande exportadora de brinquedos, é chamada para consultas. Então, o Brasil,
como forma de oferecer compensação comercial, concede uma preferência tarifária para têxteis,
produto que é de interesse chinês.
Para fins de aplicação de medidas de salvaguarda, deve-se considerar como indústria nacional o
conjunto dos produtores de BENS SIMILARES ou DIRETAMENTE CONCORRENTES, estabelecidos no
território brasileiro, ou aqueles cuja produção conjunta de bens similares ou diretamente
concorrentes constitua uma proporção substancial da produção nacional de tais bens. Vale recordar
que, para fins de aplicação de direitos antidumping e direitos compensatórios, considera-se como
indústria nacional a totalidade dos produtores de BENS SIMILARES .
O prazo de vigência de uma medida de salvaguarda é de 4 (quatro anos), podendo esse prazo ser
estendido por outros 4 (quatro) anos. Os países em desenvolvimento têm, ainda, a prerrogativa de
prorrogar as medidas de salvaguarda por mais 2 (dois) anos além desses prazos. As medidas de
salvaguardas podem ser aplicadas na forma de elevação dos direitos aduaneiros (adicional à TEC) ou
na forma de restrições quantitativas.
As medidas de salvaguarda têm duração de 4 anos, já incluído nesse prazo o período de aplicação
das medidas de salvaguardas provisórias.
Também existe a possibilidade de que sejam aplicadas medidas de salvaguardas provisórias. Tais
medidas serão aplicadas, exclusivamente, na forma de elevação do imposto de importação (não
podem ser aplicadas na forma de restrições quantitativas) e terão vigência de até 200 dias.
a) a parcela que lhe corresponde nas importações do produto considerado não for superior
a 3%; e
Nesse sentido, havia a possibilidade de que fossem aplicadas salvaguardas transitórias contra a
China em condições mais facilitadas que as salvaguardas comuns. Para que fossem aplicadas
salvaguardas transitórias contra a China, deveria ser demonstrado:
Cabe destacar que, ao contrário das salvaguardas comerciais comuns, as salvaguardas transitórias
aplicadas contra a China eram seletivas em razão da origem.
Os pressupostos de aplicação das medidas de salvaguarda são: (i) surto de importações, (ii)
existência de prejuízo grave à indústria nacional e (iii) nexo causal entre o surto de importações
e o prejuízo grave à indústria nacional. A ameaça de prejuízo grave não é suficiente para dar
ensejo à aplicação de uma medida de salvaguarda.
Comentários
A ameaça de prejuízo (dano) grave pode dar ensejo à aplicação de uma medida de salvaguarda.
Gabarito: errada
Comentários
As medidas de salvaguarda dão ensejo à compensação comercial aos membros da OMC que tenham
interesse substancial enquanto exportadores do produto em questão.
Gabarito: errada
O surto de importações, para que possa justificar a salvaguarda, precisa ser verificado em
termos absolutos. Nesse sentido, não basta que o aumento significativo das importações se
verifique apenas em comparação com a produção nacional.
Comentários
O surto de importações, para fins de aplicação de medidas de salvaguarda, fica caracterizado quando
há aumento significativo das importações em termos absolutos ou em relação à produção nacional
(termos relativos).
Gabarito: errada
81. (TRF-2005)
Comentários
Gabarito: errada
Comentários
É pra você não errar nunca mais, ok? O instrumento de defesa comercial que protege a indústria
doméstica contra um surto de importações é a medida de salvaguarda. As medidas compensatórias
são aplicadas para neutralizar os efeitos danosos de um subsídio acionável.
Gabarito: errada
83. (ACE-2002)
Salvaguardas são medidas de defesa comercial que objetivam impedir danos aos setores
produtivos nacionais causados pela prática de dumping.
Comentários
Gabarito: errada
84. (ACE-2002)
Salvaguardas são medidas de defesa comercial que objetivam compensar prejuízos causados à
indústria nacional por importações de produtos que tenham recebido subsídios no país
exportador.
Comentários
Para neutralizar os efeitos danosos de subsídios, devem ser aplicadas medidas compensatórias.
Gabarito: errada
85. (ACE-2002)
Salvaguardas são medidas de defesa comercial que objetivam fornecer proteção temporária à
indústria doméstica, em razão de prejuízos graves ou de ameaça de prejuízo grave decorrentes
do aumento da quantidade de importações.
Comentários
Esse é o exato conceito de medidas de salvaguarda! Trata-se de medida de defesa comercial utilizada
para fazer frente a um surto de importação que cause ou ameace causar prejuízo grave à indústria
nacional. Questão correta!
Gabarito: certa
A medida de salvaguarda é uma medida de defesa comercial que tem como objetivo aumentar,
temporariamente, a proteção a uma indústria doméstica que esteja sofrendo prejuízo grave
ou ameaça de prejuízo grave decorrente do aumento, em quantidade, das importações em
termos absolutos ou em relação à produção nacional, com o intuito de permitir que a indústria
doméstica possa se ajustar, aumentando a sua competitividade.
Comentários
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: errada
Poderão ser aplicadas, caso haja determinação preliminar da existência de prejuízo grave ou
de ameaça de prejuízo grave e de circunstâncias críticas, onde qualquer demora possa causar
dano de difícil reparação, medidas de salvaguarda provisórias.
Comentários
Gabarito: certa
A medida de salvaguarda terá vigência de 4 anos, já incluídos nesse período o prazo em que foi
aplicada a medida de salvaguarda provisória.
Comentários
A vigência das medidas de salvaguardas é de 4 (quatro) anos, já incluído nesse prazo o período em
que estiveram em vigor medidas de salvaguardas provisórias.
Gabarito: certa
Comentários
Para a aplicação de medidas de salvaguardas não é considerado dano o atraso real na implantação
de uma indústria, ao contrário do que ocorre na aplicação de medidas antidumping e
compensatórias.
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: certa
Comentários
A vigência das medidas de salvaguarda é de 4 (quatro) anos, podendo esse prazo ser dilatado por
mais 4 (quatro) anos. Os países em desenvolvimento, por sua vez, podem prorrogar por mais 2 (dois)
anos.
Gabarito: errada
Comentários
b) O surto de importações deve causar ou ameaçar causar dano (prejuízo) grave à indústria
nacional.
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: errada
Medidas de salvaguarda apenas podem ser aplicadas a produtos que tenham sido alvo de
dumping ou de subsídios, sendo necessária a comprovação de dano à indústria doméstica, bem
como o nexo causal entre o dano e a prática de dumping ou subsídio.
Comentários
Não há nenhuma exigência no sentido de que um produto contra o qual se aplica uma medida de
salvaguarda tenha sido objeto da prática de dumping ou subsídio.
Gabarito: errada
97. (ACE-2008)
Comentários
Gabarito: errada
A China, que faz parte da Organização Mundial do Comércio, está sujeita à incidência de
salvaguardas transitórias. Com base no Protocolo de Acessão do país à Organização, não é
necessário o prejuízo grave para que se justifique uma salvaguarda contra a China, bastando,
sob este quesito, a ocorrência ou ameaça de desorganização de mercado provocada pelo surto
de importações chinesas.
Comentários
Gabarito: certa
Comentários
As medidas de salvaguarda são aplicadas contra um surto de importações que cause ou ameace
causar dano grave à indústria nacional (e não contra subsídios!).
Gabarito: errada
Comentários
Os direitos compensatórios são aplicados contra um subsídio acionável que cause dano à indústria
nacional. O aumento abrupto de importações é neutralizado com medidas de salvaguarda. Em razão
disso, a questão está errada.
Gabarito: errada
101. (AFRF-2005)
A medida de salvaguarda, quando aplicada, deve incidir tão-somente em relação aos países
responsáveis pelo surto de importação no país que adota a medida. A esse respeito, segundo
o Acordo sobre Salvaguardas da OMC, a medida somente pode ser aplicada em relação aos
países cuja participação no mercado do país importador seja igual ou superior a 30% (trinta por
cento) em relação ao produto investigado.
Comentários
A medida de salvaguarda é não-seletiva em função da origem, o que quer dizer que, quando aplicada
sobre um produto, incide sobre todas as importações desse produto, independentemente da
origem.
Gabarito: errada
Comentários
Os direitos antidumping não podem ser aplicados na forma de restrições quantitativas, ao contrário
das medidas de salvaguarda.
Gabarito: errada
QUESTÕES COMENTADAS
1. (AFRFB – 2014)
Comentários
Letra A: errada. As medidas de salvaguarda definitivas podem ser aplicada na forma de elevação do
imposto de importação ou de restrições quantitativas.
Letra B: correta. De fato, é a SDCOM que analisa o mérito de petições para a abertura de
investigações de defesa comercial.
Letra C: correta. As medidas compensatórias são aplicadas para neutralizar os efeitos danosos de
subsídios.
Letra D: correta. Um dos requisitos para que seja aplicada uma medida de salvaguarda é a existência
de prejuízo grave (dano grave), assim considerada a “deterioração geral significativa da situação de
uma determinada indústria doméstica” (art. 6º, I, do Decreto nº 1.488/95).
Art. 12. Não se aplicarão medidas de salvaguarda contra produto procedente de países em
desenvolvimento:
I- quando a parcela que lhe corresponde nas importações do produto considerado não for superior
a 3%; e
Gabarito: letra A
2. (AFRFB – 2014)
d) considera-se “produto similar” o produto idêntico, igual sob todos os aspectos ao produto
objeto da investigação ou, na sua ausência, outro produto que, embora não exatamente igual
sob todos os aspectos, apresente características muito próximas às do produto objeto da
investigação.
Comentários
Letra A: correta. É competência da CAMEX, conforme art. 2º, inciso II, do Decreto nº 8.058/2013.
Letra B: errada. A concessão do status de economia de mercado para fins de defesa comercial
compete à CAMEX (art. 4º, Decreto nº 8.058/2013).
Letra C: correta. É competência da CAMEX, conforme art. 2º, inciso VII, do Decreto nº 8.058/2013.
Letra D: correta. A definição de “produto similar” está no art. 9º, do Decreto nº 8.058/2013. Produto
similar é o produto idêntico, igual sob todos os aspectos ao produto objeto da investigação ou, na
sua ausência, outro produto que, embora não exatamente igual sob todos os aspectos, apresente
características muito próximas às do produto objeto da investigação.
Vale destacar que o conceito de “produto similar”, para fins de defesa comercial, é diferente do
conceito de “produto similar”, para fins de valoração aduaneira! ☺
Letra E: correta. É isso mesmo! Margem de dumping é a diferença entre o valor normal e o preço de
exportação.
Gabarito: letra B
3. (AFRFB/2012)
Sobre práticas desleais de comércio e medidas de defesa comercial, é correto afirmar que:
e) por se tratar de uma medida que impõe exceção a um comércio que está sendo praticado
de forma leal, a medida de salvaguarda prescinde de processo prévio de investigação.
Comentários
Letra A: correta. As medidas antidumping são uma espécie de sobretaxa aplicada nas importações
do produto objeto da medida. Conforme afirma a questão, elas se materializam na cobrança de
valores adicionais por ocasião da importação.
Letra D: errada. As medidas de salvaguarda podem vigorar pelo prazo de 4 anos, prorrogáveis por
igual período. No caso de países em desenvolvimento, ainda é possível nova prorrogação, por mais
2 anos.
Letra E: errada. As medidas de salvaguarda são aplicadas, conforme afirma a questão, contra um
surto de importações (e não contra práticas desleais de comércio). No entanto, a aplicação de
medidas de salvaguarda depende de um processo de investigação.
Gabarito: letra A
4. (ACE-2012)
O Acordo sobre a Implementação do Artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 1994
preconiza que uma investigação para determinar a existência, o grau e o efeito de qualquer
dumping será iniciada:
b) pela indústria doméstica, em estrita observância dos critérios para determinar a margem de
dumping praticada e o dano causado, encaminhando petição diretamente ao Órgão de Solução
de Controvérsias da OMC.
c) pelo governo do país exportador, com propósito preventivo, quando existirem indícios da
prática de dumping.
d) pelo governo do país cujas exportações tenham sido afetadas pela prática do dumping
mediante petição da indústria doméstica.
e) quando se constatar que o preço do produto exportado é inferior ao preço normal do mesmo
produto ou de seus similares no mercado de destino.
Comentários
Uma investigação para aplicação de direitos antidumping pode ser iniciada de três formas
diferentes: por iniciativa do próprio governo (de ofício), mediante pleito da indústria nacional ou
mediante pleito realizado por terceiro país.
Letra B: errada. A indústria nacional afetada pela prática do dumping encaminhará petição ao
governo (e não ao Órgão de Solução de Controvérsias da OMC!)
Letra C: errada. Não é o governo do país exportador quem inicia e conduz a investigação
antidumping, mas sim o governo do país importador.
Letra D: errada. A investigação antidumping é iniciada pelo governo do país importador, cuja
indústria nacional tenha sido afetada pelas importações a preço de dumping. Não são as
exportações da indústria nacional que são afetadas, mas sim as vendas no mercado nacional.
Letra E: errada. O dumping fica caracterizado quando o preço de exportação é inferior ao valor
normal, assim chamado o preço praticado no mercado interno do país exportador. Observando
atentamente o enunciado, verificamos que a banca examinadora chama de valor normal (preço
normal) o preço praticado no mercado de destino (país importador), o que está errado.
Gabarito: Anulada
5. (ACE-2012)
b) é obrigatória, uma vez que tenha sido verificada a aplicação de subsídios proibidos, o que
garante a cessação de violação das regras multilaterais.
c) terão caráter retroativo quando não tiverem sido aplicadas medidas provisórias ou
concedida oferta de garantias, pelo exportador, sob a forma de depósito em espécie ou fiança.
d) devem ter duração semelhante àquela em que foram aplicados os subsídios, de forma a
compensar integralmente os danos causados.
e) deve ocorrer, nos montantes apropriados a cada caso, sobre todas as importações do
produto que se beneficiou do subsídio, com sentido não discriminatório, isto é,
desconsiderando-se a procedência das mesmas.
Comentários
subsídio acionável apurado, calculado nos termos do art. 14 e aplicado em conformidade com este
artigo, com o fim de neutralizar o dano causado pelo subsídio acionável.
Letra C: errada. As medidas compensatórias poderão ser aplicadas de forma retroativa. No entanto,
isso não está condicionado à não-aplicação de medidas provisórias ou à não apresentação de
garantias.
Letra D: errada. A duração das medidas compensatórias é de 5 anos, prorrogáveis caso se comprove
que sua retirada implicaria na retomada do dano à indústria nacional.
Gabarito: letra A
6. (ACE-2012)
O acordo sobre a implementação do artigo VI, do Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio de
1994, denominado Acordo Antidumping, estipula regras para a aplicação dessa medida entre
os Membros da OMC. Sobre o Acordo Antidumping, pode-se afirmar que:
b) o termo “indústria doméstica” deve ser interpretado somente como a totalidade dos
produtores nacionais do produto similar.
d) tratando-se de interesse público, não será possível manter confidencialidade dos dados
apresentados pela indústria nacional.
Comentários
Letra B: errada. Considera-se indústria doméstica como sendo a totalidade dos produtores nacionais
do produto similar, ou como aqueles, dentre eles, cuja produção conjunta constitua parcela
significativa da produção nacional total do produto.
Letra C: errada. O governo do país exportador pode participar na condição de parte interessada no
processo de investigação para aplicação de medidas antidumping. No entanto, os exportadores não
podem ser representados exclusivamente por seus governos. Os exportadores estrangeiros podem
destacar representantes legais perante o governo que faz a investigação.
Letra D: errada. As partes interessadas em um processo de defesa comercial podem solicitar que as
informações apresentadas sejam tratadas como de natureza sigilosa.
Letra E: errada. As medidas antidumping provisórias somente podem ser aplicadas após aberta uma
investigação.
Gabarito: letra A
7. (Questão Inédita)
“As medidas antidumping (...) constituem atualmente elemento crucial nas transações
econômicas internacionais. Mantidas como uma das poucas ‘válvulas de escape’ de pressões
protecionistas nacionais, as medidas antidumping se tornaram a arma química na atual guerra
comercial, e a elaboração do Acordo Antidumping da Rodada Uruguai (AARU) as transformou,
conforme assevera Vermulst numa arma efetiva de proteção comercial.”
d) O dumping fica caracterizado quando uma mercadoria é vendida para exportação por um
preço inferior ao preço de custo, assim considerado aquele resultante do somatório dos
insumos e dos custos administrativos e operacionais incorridos para a fabricação da
mercadoria.
e) Para que seja aplicada uma medida antidumping, é necessário que a autoridade
investigadora nacional determine a intenção predatória da empresa estrangeira.
Comentários
A letra A está correta. De fato, as medidas antidumping podem ser aplicadas contra empresas
específicas de um país.
A letra C está errada. A margem de dumping é sempre obtida por meio da comparação entre o valor
normal e o preço de exportação. Quando não houver vendas de produto similar no mercado interno
do país exportador, o que irá ocorrer é a determinação do valor normal por um método alternativo.
A letra D está errada. O dumping ocorre quando o preço de exportação é inferior ao valor normal.
A letra E está errada. A aplicação de uma medida antidumping depende da determinação de apenas
três requisitos: dumping, dano e nexo causal. A intenção predatória é irrelevante para fins de
aplicação de direitos antidumping.
Gabarito: letra A
8. (Questão Inédita)
nem acordados como mecanismos para coibir o uso do câmbio como instrumento de comércio
desleal, base de tais acordos.”
a) A valorização cambial pode anular a proteção concedida pelas tarifas consolidadas por um
país na OMC.
Comentários
Letra A: correta. A taxa de câmbio valorizada torna os produtos importados mais baratos. Logo, a
taxa de câmbio valorizada anula a proteção concedida pelas tarifas.
Letra B: correta. A taxa de câmbio desvalorizada incentiva as exportações, uma vez que as
mercadorias exportadas se tornam mais competitivas no mercado internacional. Ademais, a
desvalorização cambial torna os produtos importados mais caros, o que tem efeitos semelhantes ao
de uma “tarifa adicional”.
Letra D: errada. Não podem ser aplicas medidas compensatórias para conter os efeitos danosos de
práticas de desvalorização cambial.
Gabarito: letra D
9. (ACE-2001)
( ) Mesmo no caso de o dano ao produtor nacional ser considerado de grande magnitude, não
se autoriza a aplicação de medidas compensatórias enquanto não forem processadas as
consultas aos demais produtores, exportadores e importadores.
( ) Para fins de determinação da existência de preços de dumping, deve ser feita comparação
entre os preços de exportação do país objeto de investigação e os preços observados nos
mesmos níveis de comércio e com relação a vendas realizadas em períodos próximos.
Comentários
A primeira assertiva está correta. De fato, na maior parte dos países, as autoridades encarregadas
da aplicação da legislação antidumping fazem parte de órgãos especializados da estrutura
administrativa dos governos. No Brasil, cabe à SDCOM conduzir a investigação e implementar os
mecanismos de defesa comercial. À CAMEX cabe fixar as medidas de defesa comercial.
A segunda assertiva está errada. A petição será indeferida caso os produtos que a tenham assinado
representem menos de 25% da produção nacional do produto similar. Assim, é relevante o peso do
produtor na total da produção nacional.
interessadas serem ouvidas. Não há que se falar em consultas (negociações) com as partes
interessadas.
A quarta assertiva está errada. Na análise de dano, será considerado insignificante um volume
inferior a 3% por cento das importações pelo Brasil de produto similar, a não ser que os países que,
individualmente, respondam por menos de 3% das importações do produto similar pelo Brasil sejam,
coletivamente, responsáveis por mais de 7% das importações do produto.
A quinta assertiva foi considerada correta. No entanto, considero que ela está incompleta. O correto
seria dizer que para fins de determinação da existência de dumping, deve ser feita comparação entre
o preço de exportação e o preço no mercado de origem, considerando os mesmos níveis de
comércio e vendas realizadas em períodos próximos.
Gabarito: CEEEC
Com relação à disciplina legal das medidas de salvaguarda, assinale a opção correta.
d) A investigação que vise determinar ameaça de prejuízo grave à indústria doméstica será
baseada em provas subjetivas que apontem indícios do aumento das importações do produto
prejudicial.
e) A elevação do IPI, pelo adicional à tarifa interna comum, constitui uma das hipóteses de
aplicação de medida de salvaguarda definitiva.
Comentários
Letra A: errada. A abertura de uma investigação para aplicação de medidas de salvaguardas poderá
ser feita de ofício ou mediante pleito da indústria nacional.
Letra B: correta. Caso tenham sido aplicadas medidas de salvaguardas provisórias e, ao final da
investigação, não sejam aplicadas medidas de salvaguardas definitivas, o valor recolhido deverá ser
devolvido ao importador.
Letra D: errada. A investigação que visa a determinar o prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave
deve ser baseada em provas objetivas.
Letra E: errada. As medidas de salvaguardas definitivas podem ser aplicadas na forma de restrições
quantitativas ou na forma de um adicional à TEC.
Gabarito: letra B
II. Direito compensatório é o direito especial percebido com o fim de contrabalançar qualquer
subsídio concedido direta ou indiretamente à fabricação, à produção ou à exportação de
mercadoria.
Comentários
A primeira assertiva está correta. Esse é o exato conceito de dumping, que se caracteriza pela
introdução de um bem no país por um preço de exportação inferior ao valor normal (preço praticado
no mercado interno do país exportador).
A segunda assertiva está correta. Essa é a definição de medida compensatória, prevista no art. 784,
inciso III, do Regulamento Aduaneiro.
A terceira assertiva está errada. O direito antidumping é o montante em dinheiro igual ou inferior à
margem de dumping.
A quarta assertiva está correta. Os direitos antidumping e os direitos compensatórios são valores
adicionais cobrados sobre uma importação, isto é, são valores que incidem sobre uma importação
além das obrigações tributárias.
Gabarito: letra C
d) Compete à Receita Federal do Brasil – RFB – a cobrança e, se for o caso, a restituição dos
direitos antidumping e compensatórios, provisórios ou definitivos, quando se tratar de valor
em dinheiro.
Comentários
Letra B: correta. Essa é a definição de medida compensatória, prevista no art. 784, inciso III, do
Regulamento Aduaneiro.
Letra C: correta. A regra é que os direitos antidumping e direitos compensatórios sejam cobrados
sobre as mercadorias importadas a partir da data em que for publicado o ato que os estabelecer
(Resolução CAMEX). No entanto, existe, sim, a possibilidade de aplicação retroativa desses direitos.
Letra D: correta. A RFB é responsável pela cobrança das medidas de defesa comercial. Se for o caso,
também compete a ela proceder à restituição.
Gabarito: letra E
a) Ainda não existe um Regulamento Comum para aplicação de medidas antidumping pelo
MERCOSUL contra importações de terceiros países.
e) Para que sejam aplicadas medidas de salvaguarda, basta que seja demonstrada a ocorrência
de surto de importações.
Comentários
Essa questão exige conhecimentos da aula sobre o MERCOSUL e da aula sobre Defesa Comercial.
Letra A: correta. De fato, ainda não existe um Regulamento Comum para a aplicação de medidas
antidumping pelo MERCOSUL contra terceiros países.
Letra C: errada. O MAC permite a aplicação de medidas de salvaguarda no comércio bilateral Brasil-
Argentina. Ressalte-se que o MAC não é considerado um mecanismo do MERCOSUL, mas tão-
somente um mecanismo bilateral.
Letra D: errada. O dumping fica caracterizado quando o preço de exportação é inferior ao valor
normal.
Letra E: errada. Para que sejam aplicadas medidas de salvaguarda, não basta que seja demonstrada
a ocorrência de surto de importações. Deve ser demonstrado também que há dano grave à indústria
nacional e nexo causal entre o surto de importações e o dano grave.
Gabarito: letra A
LISTA DE QUESTÕES Nº 01
1. (ACE-2008)
A característica comum das medidas antidumping e das medidas compensatórias é seu caráter
seletivo, diferenciando-as, nesse sentido, das salvaguardas comerciais, que, por força da razão
pela qual são acionadas, não discriminam os produtos importados pela procedência.
2. (AFRF – 2005)
Para neutralizar a prática do dumping, o país prejudicado pode aplicar uma medida
antidumping, respeitando o princípio da não-seletividade, ou seja, a aplicação da medida
deverá atingir todas as importações do produto em questão, não importando sua procedência.
3. (ACE-2008)
4. (Questão Inédita)
5. (Questão Inédita)
6. (AFRFB-2009)
A prática do dumping consiste na venda de um produto por preço inferior ao custo de produção
de seu similar no mercado de exportação e enseja, de parte do país importador, como forma
de defesa, a imposição de salvaguardas comerciais.
7. (AFRF – 2005)
Segundo as normas da OMC, pratica dumping a empresa que vende no mercado de outro país
abaixo do seu preço de custo.
8. (AFRF-2002.1)
9. (MDIC-2009/Área Administrativa)
10. (AFTN-1998)
Considera-se haver prática de dumping, isto é, oferta de um produto no comércio de outro país
a preço inferior a seu valor normal, no caso de o preço de exportação do produto ser inferior
àquele praticado no curso normal das atividades comerciais para o mesmo produto quando
destinado ao consumo no país exportador.
Para fins de cálculo do valor normal, caso não haja a venda de produto similar no mercado
doméstico do país exportador, deve-se comparar com vendas de produtos similares em outros
mercados.
Na análise de dumping, se o produto similar não for objeto de vendas no mercado interno do
país exportador , pode-se utilizar como valor normal exclusivamente o preço de exportação
para terceiro país.
16. (AFRF-2005)
Caso não seja possível o cálculo do preço de exportação, ou caso o preço seja duvidoso segundo
os parâmetros da legislação aplicável, o preço de exportação do produto investigado pode ser
construído pela autoridade investigadora para fins de constatação da prática do dumping.
17. (AFRF-2003)
Na análise de dumping deverá ser comparado o preço de exportação com o valor normal. O
valor normal, por sua vez, é considerado em base FOB.
Não poderão ser aplicados direitos antidumping quando a margem de dumping for inferior ao
“de minimis”.
A aplicação da medida antidumping pode ser feita de modo tanto qualitativo, por meio de um
direito antidumping ad valorem ou específico, ou de modo quantitativo, ou seja, por meio da
definição de uma cota que restrinja o ingresso do produto no mercado do país importador.
Para fins de determinação de dano, é possível afirmar que, com relação aos efeitos das
importações sobre os preços, deve-se observar se o preço dos produtos importados não é
superior ao preço do produto similar nacional e a qualidade de ambos.
A determinação de dano deve estar baseada em evidência positiva em uma investigação para
aplicação de uma medida antidumping.
Para fins de aplicação de direitos antidumping, o dano será entendido como dano material a
uma indústria doméstica, ameaça de dano material a essa indústria ou ainda atraso material
na implantação da mesma.
A determinação de dano perpassa pela análise de uma série de indicadores, devendo ser
avaliada a evolução das importações do produto objeto de dumping e a situação da indústria
doméstica.
Para que seja aplicado um direito antidumping deverá ser comprovado o dumping, dano e nexo
causal.
Para que seja aplicado um direito antidumping, provisório ou definitivo, é necessário que seja
determinada a existência de dumping, dano e nexo causal entre os dois.
Para que seja aplicada uma medida antidumping é suficiente que sejam determinados três
elementos: dumping, dano e nexo causal. A intenção em prejudicar a indústria nacional do país
importador não é levada em consideração na determinação do dumping.
Para uma medida antidumping ser adotada, é preciso que haja uma investigação de acordo
com o Acordo Antidumping.
Se o valor do direito antidumping aplicado pela decisão final for superior ao valor do direito
provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, a diferença a maior será exigida do
importador.
O direito antidumping provisório poderá não ser cobrado, sendo prestada garantia a ele
equivalente na forma de fiança bancária ou depósito.
A petição de abertura de investigação no caso de dumping poderá ser feita pela indústria
doméstica. Essa petição deverá ser indeferida se os produtores que a apóiam responderem por
menos de 25% da produção nacional.
Se o valor do direito antidumping aplicado pela decisão final for inferior ao valor do direito
antidumping provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, essas importâncias não
serão restituídas.
A petição para aplicação de medidas antidumping poderá ser apresentada por terceiro país
interessado.
A vigência das medidas antidumping provisórias terá duração não superior a 6 meses.
Todo direito antidumping definitivo será extinto no máximo em cinco anos após a sua
aplicação, ou cinco anos a contar da data da conclusão da mais recente revisão, que tenha
abrangido dumping e dano dele decorrente. Esse prazo poderá, no entanto, ser prorrogado
mediante requerimento da indústria doméstica.
A petição não será considerada como feita “pela indústria doméstica ou em seu nome” quando
os produtores domésticos que manifestaram expressamente apoio à petição representem
menos de vinte e cinco por cento da produção nacional do produto similar durante o período
de investigação de dumping.
Cabe única e exclusivamente à Confederação Nacional da Indústria (CNI) enviar petição à SECEX
solicitando ampla investigação para aplicação de medidas de defesa comercial, fornecendo,
para tanto, as informações necessárias.
O dumping social é uma modalidade especial de dumping na qual os preços aviltantes são
decorrentes do desrespeito aos direitos humanos com a utilização de mão-de-obra escrava,
infantil ou em condições subumanas.
50. (AFTN-1996)
Nem sempre o dumping é um mal. Há casos em que o país tem grande interesse em importar
certos produtos pelo menor preço possível. Se os produtores de petróleo decidissem baixar os
preços desse insumo através de subsídios, provavelmente nenhum importador iria tomar
alguma medida antidumping. O dumping é considerado predatório quando o mercado é
restrito e não existe concorrente nacional.
51. (AFTN-1996)
Não constitui subsídio permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) os subsídios
de apoio para atividades de pesquisa e para assistência a regiões desfavorecidas.
Para ser iniciada uma investigação para aplicação de direitos compensatórios, é necessário a
determinação da CAMEX.
Direitos compensatórios só podem ser impostos após uma investigação ter sido iniciada e
conduzida de acordo com os dispositivos do Acordo sobre Medidas Compensatórias.
No caso de subsídios acionáveis que estejam causando dano material à indústria doméstica, o
membro poderá aplicar anti-subsídios.
Assim como ocorre em relação às medidas antidumping, não basta provar que existem os
subsídios. É necessário demonstrar o nexo causal entre as importações do produto subsidiado
e o dano à indústria doméstica.
Os direitos compensatórios são aplicados pelo país importador quando comprovada a prática
de dumping pelo país exportador e após estimado o dano causado à indústria doméstica.
Os direitos compensatórios são aplicados pelo país exportador para corrigir danos causados
por medidas restritivas e outras práticas desleais de comércio impostas pelo país importador
sempre que caracterizado o dano à produção nacional deste último.
Para fins de aplicação de direitos compensatórios, o termo “dano” deve significar dano
material a uma indústria doméstica, ameaça de dano material ou o retardamento material do
estabelecimento de uma indústria.
Os subsídios específicos são irrecorríveis. O país que concede um subsídio que se enquadre
nessa classificação deve notificá-lo como tal à OMC, de forma antecipada à sua aplicação, não
estando sujeito a medidas compensatórias.
Uma investigação para fins de aplicação de medidas compensatórias deve ser encerrada se as
autoridades envolvidas estiverem satisfeitas de que não existe evidência suficiente de subsídio
ou de dano.
Os pressupostos de aplicação das medidas de salvaguarda são: (i) surto de importações, (ii)
existência de prejuízo grave à indústria nacional e (iii) nexo causal entre o surto de importações
e o prejuízo grave à indústria nacional. A ameaça de prejuízo grave não é suficiente para dar
ensejo à aplicação de uma medida de salvaguarda.
O surto de importações, para que possa justificar a salvaguarda, precisa ser verificado em
termos absolutos. Nesse sentido, não basta que o aumento significativo das importações se
verifique apenas em comparação com a produção nacional.
81. (TRF-2005)
83. (ACE-2002)
Salvaguardas são medidas de defesa comercial que objetivam impedir danos aos setores
produtivos nacionais causados pela prática de dumping.
84. (ACE-2002)
Salvaguardas são medidas de defesa comercial que objetivam compensar prejuízos causados à
indústria nacional por importações de produtos que tenham recebido subsídios no país
exportador.
85. (ACE-2002)
Salvaguardas são medidas de defesa comercial que objetivam fornecer proteção temporária à
indústria doméstica, em razão de prejuízos graves ou de ameaça de prejuízo grave decorrentes
do aumento da quantidade de importações.
A medida de salvaguarda é uma medida de defesa comercial que tem como objetivo aumentar,
temporariamente, a proteção a uma indústria doméstica que esteja sofrendo prejuízo grave
ou ameaça de prejuízo grave decorrente do aumento, em quantidade, das importações em
termos absolutos ou em relação à produção nacional, com o intuito de permitir que a indústria
doméstica possa se ajustar, aumentando a sua competitividade.
Poderão ser aplicadas, caso haja determinação preliminar da existência de prejuízo grave ou
de ameaça de prejuízo grave e de circunstâncias críticas, onde qualquer demora possa causar
dano de difícil reparação, medidas de salvaguarda provisórias.
A medida de salvaguarda terá vigência de 4 anos, já incluídos nesse período o prazo em que foi
aplicada a medida de salvaguarda provisória.
Medidas de salvaguarda apenas podem ser aplicadas a produtos que tenham sido alvo de
dumping ou de subsídios, sendo necessária a comprovação de dano à indústria doméstica, bem
como o nexo causal entre o dano e a prática de dumping ou subsídio.
97. (ACE-2008)
A China, que faz parte da Organização Mundial do Comércio, está sujeita à incidência de
salvaguardas transitórias. Com base no Protocolo de Acessão do país à Organização, não é
necessário o prejuízo grave para que se justifique uma salvaguarda contra a China, bastando,
sob este quesito, a ocorrência ou ameaça de desorganização de mercado provocada pelo surto
de importações chinesas.
101. (AFRF-2005)
A medida de salvaguarda, quando aplicada, deve incidir tão-somente em relação aos países
responsáveis pelo surto de importação no país que adota a medida. A esse respeito, segundo
o Acordo sobre Salvaguardas da OMC, a medida somente pode ser aplicada em relação aos
países cuja participação no mercado do país importador seja igual ou superior a 30% (trinta por
cento) em relação ao produto investigado.
LISTA DE QUESTÕES Nº 02
1. (AFRFB – 2014)
2. (AFRFB – 2014)
d) considera-se “produto similar” o produto idêntico, igual sob todos os aspectos ao produto
objeto da investigação ou, na sua ausência, outro produto que, embora não exatamente igual
sob todos os aspectos, apresente características muito próximas às do produto objeto da
investigação.
3. (AFRFB/2012)
Sobre práticas desleais de comércio e medidas de defesa comercial, é correto afirmar que:
e) por se tratar de uma medida que impõe exceção a um comércio que está sendo praticado
de forma leal, a medida de salvaguarda prescinde de processo prévio de investigação.
4. (ACE-2012)
O Acordo sobre a Implementação do Artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 1994
preconiza que uma investigação para determinar a existência, o grau e o efeito de qualquer
dumping será iniciada:
b) pela indústria doméstica, em estrita observância dos critérios para determinar a margem de
dumping praticada e o dano causado, encaminhando petição diretamente ao Órgão de Solução
de Controvérsias da OMC.
c) pelo governo do país exportador, com propósito preventivo, quando existirem indícios da
prática de dumping.
d) pelo governo do país cujas exportações tenham sido afetadas pela prática do dumping
mediante petição da indústria doméstica.
e) quando se constatar que o preço do produto exportado é inferior ao preço normal do mesmo
produto ou de seus similares no mercado de destino.
5. (ACE-2012)
b) é obrigatória, uma vez que tenha sido verificada a aplicação de subsídios proibidos, o que
garante a cessação de violação das regras multilaterais.
c) terão caráter retroativo quando não tiverem sido aplicadas medidas provisórias ou
concedida oferta de garantias, pelo exportador, sob a forma de depósito em espécie ou fiança.
d) devem ter duração semelhante àquela em que foram aplicados os subsídios, de forma a
compensar integralmente os danos causados.
e) deve ocorrer, nos montantes apropriados a cada caso, sobre todas as importações do
produto que se beneficiou do subsídio, com sentido não discriminatório, isto é,
desconsiderando-se a procedência das mesmas.
6. (ACE-2012)
O acordo sobre a implementação do artigo VI, do Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio de
1994, denominado Acordo Antidumping, estipula regras para a aplicação dessa medida entre
os Membros da OMC. Sobre o Acordo Antidumping, pode-se afirmar que:
b) o termo “indústria doméstica” deve ser interpretado somente como a totalidade dos
produtores nacionais do produto similar.
d) tratando-se de interesse público, não será possível manter confidencialidade dos dados
apresentados pela indústria nacional.
7. (Questão Inédita)
“As medidas antidumping (...) constituem atualmente elemento crucial nas transações
econômicas internacionais. Mantidas como uma das poucas ‘válvulas de escape’ de pressões
protecionistas nacionais, as medidas antidumping se tornaram a arma química na atual guerra
comercial, e a elaboração do Acordo Antidumping da Rodada Uruguai (AARU) as transformou,
conforme assevera Vermulst numa arma efetiva de proteção comercial.”
d) O dumping fica caracterizado quando uma mercadoria é vendida para exportação por um
preço inferior ao preço de custo, assim considerado aquele resultante do somatório dos
e) Para que seja aplicada uma medida antidumping, é necessário que a autoridade
investigadora nacional determine a intenção predatória da empresa estrangeira.
8. (Questão Inédita)
a) A valorização cambial pode anular a proteção concedida pelas tarifas consolidadas por um
país na OMC.
9. (ACE-2001)
( ) Mesmo no caso de o dano ao produtor nacional ser considerado de grande magnitude, não
se autoriza a aplicação de medidas compensatórias enquanto não forem processadas as
consultas aos demais produtores, exportadores e importadores.
( ) Para fins de determinação da existência de preços de dumping, deve ser feita comparação
entre os preços de exportação do país objeto de investigação e os preços observados nos
mesmos níveis de comércio e com relação a vendas realizadas em períodos próximos.
Com relação à disciplina legal das medidas de salvaguarda, assinale a opção correta.
d) A investigação que vise determinar ameaça de prejuízo grave à indústria doméstica será
baseada em provas subjetivas que apontem indícios do aumento das importações do produto
prejudicial.
e) A elevação do IPI, pelo adicional à tarifa interna comum, constitui uma das hipóteses de
aplicação de medida de salvaguarda definitiva.
II. Direito compensatório é o direito especial percebido com o fim de contrabalançar qualquer
subsídio concedido direta ou indiretamente à fabricação, à produção ou à exportação de
mercadoria.
d) Compete à Receita Federal do Brasil – RFB – a cobrança e, se for o caso, a restituição dos
direitos antidumping e compensatórios, provisórios ou definitivos, quando se tratar de valor
em dinheiro.
a) Ainda não existe um Regulamento Comum para aplicação de medidas antidumping pelo
MERCOSUL contra importações de terceiros países.
e) Para que sejam aplicadas medidas de salvaguarda, basta que seja demonstrada a ocorrência
de surto de importações.