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Aula 05

Comércio Internacional p/ Receita


Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital

Autor:

Aula 05

24 de Março de 2021
Aula 05

COMÉRCIO INTERNACIONAL

AULA 05

Sumário

1. PRÁTICAS DESLEAIS DE COMÉRCIO X MEDIDAS DE DEFESA COMERCIAL: ....................... 2

1.1. Introdução: ................................................................................................................................. 2

1.2. O Sistema de Defesa Comercial no Brasil: ................................................................................. 6

2. DUMPING E MEDIDAS ANTIDUMPING: ........................................................................ 10

2.1. Conceito de Dumping: .............................................................................................................. 10

2.2. Determinação do Valor Normal: .............................................................................................. 14

2.3. Determinação do Preço de Exportação: ................................................................................... 17

2.4. Determinação da Margem de Dumping: ................................................................................. 19

2.5. Determinação de Dano e Nexo Causal: .................................................................................... 23

2.6. Investigação e Aplicação de Direitos Antidumping: ................................................................ 29

2.7. Tipos de Dumping: .................................................................................................................... 37

2.8. Considerações Finais: ............................................................................................................... 38

3. SUBSÍDIOS E MEDIDAS COMPENSATÓRIAS: ................................................................. 39

3.1. Conceito de Subsídios: .............................................................................................................. 39

3.2. Tipos de Subsídios: ................................................................................................................... 41

3.3. Investigação e Aplicação de Medidas Compensatórias: .......................................................... 43

3.4. Contextualização – Subsídios e Indústria Automotiva: ............................................................ 52

4. MEDIDAS DE SALVAGUARDA: ...................................................................................... 54

4.1. Salvaguardas Transitórias contra a China: .............................................................................. 56

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QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................ 66

LISTA DE QUESTÕES nº 01 ................................................................................................ 81

LISTA DE QUESTÕES Nº 02 ............................................................................................... 94

GABARITO – LISTA DE QUESTÕES Nº 01 ......................................................................... 102

GABARITO – LISTA DE QUESTÕES Nº 02 ......................................................................... 102

Dando continuidade ao nosso curso de Comércio Internacional com foco no concurso para o cargo
de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, na aula de hoje nós estudaremos as práticas desleais
de comércio e as medidas de defesa comercial. Vamos lá? Firmes no propósito!

1. PRÁTICAS DESLEAIS DE COMÉRCIO X MEDIDAS DE DEFESA


COMERCIAL:

1.1. INTRODUÇÃO:

Quando vamos estudar esse tema, algumas perguntas vêm naturalmente à nossa mente. O que são
práticas desleais de comércio? E, ainda, o que são medidas de defesa comercial?

Práticas desleais de comércio são medidas adotadas por governos ou empresas que dificultam ou
até mesmo inviabilizam a concorrência sobre bases justas e que são utilizadas, muitas vezes, como
estratégia de dominação de mercados.

Com efeito, desde o GATT-1947, já existe a preocupação dos Estados participantes do sistema
multilateral de comércio com a existência de um comércio justo. Reconheceu-se, então, no GATT-
1947, a possibilidade de os países utilizarem medidas protecionistas contra o chamado “comércio
desleal” (unfair trade).1 Veja-se, nesse sentido, o art. VI do GATT:

Art. VI – Direitos Antidumping e Direitos Compensatórios

1
THORSTENSEN, Vera. OMC – Organização Mundial do Comércio: As regras do Comércio Internacional e a Nova
Rodada de Negociações Multilaterais. São Paulo: Aduaneira, 2009. pp.115-116.

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“1. As Partes Contratantes reconhecem que o "dumping" que introduz produtos de um país no
comércio de outro país por valor abaixo do normal, é condenado se causa ou ameaça causar
prejuízo material a uma indústria estabelecida no território de uma Parte Contratante ou retarda
sensivelmente o estabelecimento de uma indústria nacional.

...

3. Nenhum direito compensatório será cobrado de qualquer produto proveniente do território de


uma Parte Contratante importado por outra Parte Contratante, que exceda a importância estimada
do prêmio ou subsídio que, segundo se sabe, foi concedido direta ou indiretamente à manufatura,
produção ou exportação desse produto no país de origem ou de exportação, inclusive qualquer
subsídio especial para o transporte de um produto determinado. A expressão "direito
compensatório" significa um direito especial cobrado com o fim de neutralizar qualquer prêmio ou
subvenção concedidos, direta ou indiretamente à manufatura, produção ou exportação de qualquer
mercadoria.”

O art. VI do GATT estabelecia, como se pode ver, a possibilidade de aplicação, por uma Parte
Contratante, de medidas antidumping e medidas compensatórias para defender-se contra o
dumping e os subsídios, respectivamente. Logo, pode-se afirmar que, segundo a normativa
multilateral, são práticas desleais de comércio o dumping e o subsídio.

Por outro lado, medidas de defesa comercial são os instrumentos utilizados pelos governos como
forma de impedir ou minimizar os efeitos das práticas desleais de comércio (medidas antidumping
e medidas compensatórias). Além de mitigar os efeitos das práticas desleais de comércio, as medidas
de defesa comercial também podem ser empregadas para conferir proteção temporária à indústria
nacional contra um surto de importações (medidas de salvaguarda).

A partir dessas primeiras definições, já podemos chegar a duas assertivas importantes para sua
prova:

a) São práticas desleais de comércio o dumping e o subsídio.

b) São medidas de defesa comercial as medidas antidumping, medidas compensatórias e as


medidas de salvaguarda.

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Práticas desleais de Medidas de Defesa


comércio Comercial

Medidas
Dumping
antidumping

Medidas
Subsídio
compensatórias

Medidas de
salvaguarda

As medidas antidumping são aplicadas contra o dumping que cause dano à indústria nacional,
enquanto as medidas compensatórias são aplicadas contra um subsídio danoso. Por sua vez, as
medidas de salvaguarda não são aplicadas para fazer frente a uma prática desleal de comércio, mas
sim diante de um surto de importações que cause dano grave à indústria nacional.

Uma diferença essencial que decorre disso é a questão da seletividade. As medidas antidumping e
medidas compensatórias, por serem aplicadas contra práticas desleais de comércio, são seletivas
em razão da origem. Em outras palavras, as medidas antidumping e medidas compensatórias
obedecem ao princípio da seletividade em função da origem. Mas o que isso quer dizer?

Simples, meus amigos! Quando é aplicada uma medida antidumping ou uma medida compensatória,
elas têm um “alvo” determinado. Se, por exemplo, for aplicada uma medida antidumping sobre os
imãs de ferrita originários da China, esses direitos não irão incidir sobre os imãs de ferrita de outras
origens. Da mesma forma, se for aplicada uma medida compensatória contra as importações de
algodão originário dos EUA, esses direitos não irão incidir sobre o algodão de outras origens. É
possível afirmar, portanto, que as medidas antidumping e medidas compensatórias somente
incidem sobre os produtos originários do país contra o qual foram aplicadas.

Cabe destacar que as medidas antidumping são aplicadas diretamente contra empresas
estrangeiras. Mesmo nos casos em que se aplica uma medida antidumping contra uma determinada
origem (ex: medida antidumping contra ventiladores da China), o que se está fazendo, na verdade,
é aplicar uma medida antidumping contra os ventiladores fabricados por empresas chinesas.

Por outro lado, as medidas de salvaguarda são não-seletivas, isto é, uma vez aplicadas, incidem sobre
todas as importações de um determinado produto, independentemente da origem. Diz-se, portanto,
que as medidas de salvaguarda obedecem ao princípio da não-seletividade. A razão para as
medidas de salvaguarda serem não-seletivas é o fato de que, ao contrário dos direitos antidumping

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e compensatórios, elas não visam a neutralizar os efeitos de práticas desleais de comércio. As


medidas de salvaguarda são aplicadas como forma de coibir um surto de importações de um
determinado produto. E, diante de um surto de importações, não interessa a origem... O grande
problema é a “enxurrada” de produtos entrando no território nacional.

Medidas antidumping
Seletivas em razão da
origem
Medidas compensatórias

Não-seletivas em razão
Medidas de salvaguarda
da origem

Mas será que um Estado pode aplicar medidas de defesa comercial da forma como bem entender?
Será que ele tem esse poder?

Não. Para a aplicação de medidas de defesa comercial, é necessário que seja realizada uma
investigação prévia por uma autoridade nacional. Tal investigação deverá observar os
procedimentos gerais previstos nos acordos multilaterais de comércio celebrados no âmbito da
OMC, mais especificamente o Acordo Antidumping, o Acordo sobre Subsídios e Medidas
Compensatórias e o Acordo sobre Salvaguardas.

1. (ACE-2008)

A característica comum das medidas antidumping e das medidas compensatórias é seu caráter
seletivo, diferenciando-as, nesse sentido, das salvaguardas comerciais, que, por força da razão
pela qual são acionadas, não discriminam os produtos importados pela procedência.

Comentários

As medidas de salvaguarda não discriminam os produtos importados pela procedência, isto é, são
não-seletivas. Por sua vez, as medidas antidumping e compensatórias obedecem ao princípio da
seletividade.

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Gabarito: certa

2. (AFRF – 2005)

Para neutralizar a prática do dumping, o país prejudicado pode aplicar uma medida
antidumping, respeitando o princípio da não-seletividade, ou seja, a aplicação da medida
deverá atingir todas as importações do produto em questão, não importando sua procedência.

Comentários

As medidas antidumping somente incidem sobre os produtos originários do país contra o qual foram
aplicadas, ou seja, obedecem ao princípio da seletividade.

Gabarito: errada

1.2. O SISTEMA DE DEFESA COMERCIAL NO BRASIL:

Como é que funciona o sistema de defesa comercial no Brasil?

É simples! O sistema de defesa comercial brasileiro funciona, basicamente, em torno de duas


instâncias: a Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público (SDCOM) e a Câmara de
Comércio Exterior (CAMEX)2.

A SDCOM, integrante da estrutura da SECEX, é responsável, dentre outras tarefas, por propor a
abertura e conduzir investigações destinadas à aplicação de medidas antidumping, medidas
compensatórias e medidas de salvaguarda. Ao final da investigação, a SDCOM é responsável por
PROPOR à CAMEX a aplicação das medidas de defesa comercial.

A CAMEX, por sua vez, é o órgão de cúpula do comércio exterior brasileiro, a ela competindo a
decisão final quanto à aplicação de medidas de defesa comercial. Nesse sentido, a CAMEX é
responsável pela fixação de direitos antidumping, direitos compensatórios e medidas de
salvaguarda. Destaque-se que a CAMEX pode fixar essas medidas de defesa comercial em caráter
definitivo ou provisório (direitos antidumping provisórios, direitos compensatórios provisórios ou
medidas de salvaguarda provisórias).

Caso uma investigação seja encerrada com aplicação de medida de defesa comercial, a
competência do encerramento será da CAMEX, que o fará por meio de Resolução. Por outro lado,
caso a investigação seja encerrada sem a aplicação de medida de defesa comercial, a competência

2
Na próxima aula, estudaremos detalhadamente cada uma das instituições intervenientes no comércio exterior
brasileiro.

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para o encerramento será do Secretário de Comércio Exterior, que o fará por meio de Circular
SECEX.

Muitos podem pensar: “A SDCOM realiza a investigação, então é ela que a começa e a encerra.”
Ledo engano! A SDCOM realmente realiza a investigação, mas o encerramento desta necessita da
formalização através de um ato público. E o encerramento é materializado por meio de uma
Resolução CAMEX (no caso de aplicação de medida de defesa comercial) ou de uma Circular SECEX
(quando não houver aplicação de medida de defesa comercial).

Encerramento da investigação
com aplicação de medida de Competência da CAMEX
defesa comercial

Encerramento da investigação
sem aplicação de medida de Competência da SECEX
defesa comercial

Pergunta-se: é possível que a SDCOM proponha a aplicação de uma medida de defesa comercial e a
CAMEX se recuse a aplicá-la?

Sim, é plenamente possível a negativa da CAMEX. Em um determinado caso concreto, a SDCOM


propôs a aplicação de direitos antidumping sobre cimento e a CAMEX recusou. Qual o argumento
da CAMEX? Segundo foi apurado, as empresas brasileiras que entraram com a petição na SDCOM
estavam sendo investigadas por prática de cartel. Nesse sentido, caso fossem aplicados direitos
antidumping, a livre concorrência restaria mais prejudicada ainda.

A CAMEX tem várias outras atribuições em matérias de defesa comercial, as quais estão
relacionadas no art. 2º, do Decreto nº 8.058/2013:

Art. 2º Compete ao Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, com base
nas recomendações contidas em parecer do Departamento de Defesa Comercial da Secretaria de
Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - DECOM, a
decisão de:

I - aplicar ou prorrogar direitos antidumping provisórios ou definitivos;

II - homologar ou prorrogar compromissos de preços;

III - determinar a cobrança retroativa de direitos antidumping definitivos;

IV - determinar a extensão de direitos antidumping definitivos;

V - estabelecer a forma de aplicação de direitos antidumping, e de sua eventual alteração;

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VI - suspender a investigação para produtores ou exportadores para os quais tenha sido


homologado compromisso de preços, nos termos do art. 67;

VII - suspender a exigibilidade de direito antidumping definitivo aplicado, mediante a exigência


de depósito em dinheiro ou fiança bancária na hipótese da Subseção I da Seção III do Capítulo
VIII, assim como determinar a retomada da cobrança do direito e a conversão das garantias
prestadas; e

VIII - suspender a aplicação do direito antidumping na hipótese do art. 109.

Cabe destacar também a participação da Receita Federal nesse processo todo. É esse órgão o
responsável pela arrecadação (recolhimento) das medidas de defesa comercial, o que já é feito
automaticamente por ocasião do registro da Declaração de Importação.

Recapitulando:

PROPÕE a abertura e conduz a investigação para


aplicação de medidas de defesa comercial
SDCOM
PROPÕE a aplicação de medidas de defesa
comercial

FIXA direitos antidumping, direitos


CAMEX
compensatórios e medidas de salvaguarda

ARRECADA direito antidumping, direitos


Receita Federal
compensatórios e medidas de salvaguarda

Uma das grandes novidades no sistema brasileiro de defesa comercial é a de que as medidas
antidumping, após terem sido aplicadas, poderão ser suspensas em razão de interesse público.
Segundo o art. 3º, do Decreto nº 8.058/2013, o Conselho de Ministros da CAMEX poderá, por razões
de interesse público, suspender, por até um ano, prorrogável uma única vez por igual período, a
exigibilidade de direito antidumping definitivo, ou de compromisso de preços, em vigor.

A análise de interesse público deverá observar os procedimentos estabelecidos em ato da CAMEX.


Atualmente, a tarefa de analisar petições relativas a interesse público está nas mãos do GTIP (Grupo
Técnico de Avaliação do Interesse Público), instância técnica constituída no âmbito da CAMEX.

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3. (ACE-2008)

O sistema de defesa comercial brasileiro está organizado essencialmente em torno de duas


instâncias: a Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público (SDCOM), órgão executivo
vinculado à Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, com competência de
propor a abertura e conduzir investigações para a aplicação de medidas antidumping,
compensatórias e de salvaguardas, e de recomendar a aplicação das medidas de defesa
comercial previstas nos acordos da OMC; a CAMEX, cujas competências incluem a aplicação de
medidas provisórias e o encerramento de investigação com aplicação de medidas definitivas.

Comentários

Três informações importantes, que tornam a questão correta:

a) A SDCOM da SECEX tem competência para propor a abertura e conduzir investigações


para a aplicação de medidas antidumping, compensatórias e de salvaguardas, e de
recomendar (propor) a aplicação das medidas de defesa comercial previstas nos acordos
da OMC.

b) A CAMEX tem competência para aplicação de medidas de defesa comercial em geral,


sejam elas provisórias ou definitivas.

c) A CAMEX tem competência para encerrar a investigação com aplicação de medidas


definitivas.

Gabarito: certa

4. (Questão Inédita)

A abertura de uma investigação de defesa comercial é de competência da Secretaria de


Comércio Exterior. No entanto, a aplicação de medidas provisórias ou definitivas é de
competência da CAMEX.

Comentários

A abertura de uma investigação de defesa comercial é de competência da Secretaria de Comércio


Exterior (SECEX), mais especificamente na Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público
(SDCOM), que poderá iniciá-la de ofício (iniciativa própria) ou por meio de petição da indústria
doméstica. A CAMEX, por sua vez, é responsável pela aplicação das medidas de defesa comercial,
sejam estas provisórias ou definitivas.

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Gabarito: certa

5. (Questão Inédita)

A competência para o encerramento das investigações sem aplicação de medida de defesa


comercial é do Secretário de Comércio Exterior.

Comentários

O encerramento de uma investigação sem aplicação de medida de defesa comercial compete ao


Secretário de Comércio Exterior, que o fará mediante Circular SECEX.

Gabarito: certa

2. DUMPING E MEDIDAS ANTIDUMPING:

2.1. CONCEITO DE DUMPING:

Há muita confusão em torno do conceito de dumping. É muito usual, por exemplo, que o senso
comum afirme que o dumping ocorre quando uma mercadoria é vendida por um preço inferior ao
preço de custo. Isso está absolutamente errado!

Segundo a normativa da OMC, o dumping é uma prática desleal de comércio que consiste na venda
de um produto para exportação por um preço inferior ao seu valor normal. Em outras palavras,
considera-se que existe dumping quando um produto é vendido no mercado internacional por um
preço inferior ao praticado no mercado interno do país exportador. Pode-se dizer também que o
dumping fica caracterizado quando há uma discriminação de preços em mercados diferentes, ou
seja, quando o preço cobrado pela empresa é diferente, a depender do mercado para o qual ela está
vendendo. No mercado interno, ela vende por um preço; no mercado internacional, por um preço
inferior. O dumping é, portanto, uma discriminação internacional de preços.

A definição de dumping segundo a normativa da OMC e as normas brasileiras é bem semelhante


(como não poderia deixar de ser!). No entanto, a normativa brasileira reconhece que as importações
amparadas pelo regime aduaneiro especial de drawback também estão abrangidas pelo conceito de
dumping. Isso é o que se depreende a partir da leitura do art. 7º do Decreto nº 8.058/2013, segundo
o qual considera-se prática de dumping a introdução de um bem no mercado doméstico, inclusive
sob as modalidades de drawback , a um preço de exportação inferior ao seu valor normal. 3

3 O drawback é um regime aduaneiro especial que funciona como um grande incentivo às exportações brasileiras. Por
meio do drawback, a empresa importa e adquire no mercado interno, com desoneração tributária, produtos utilizados

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Acredito que um exemplo irá auxiliar o nosso entendimento sobre o que é o dumping!

Suponha que empresas chinesas estejam exportando para o Brasil sapatos por US$ 4,00 / par e que,
em seu mercado interno, o par de sapatos seja vendido por US$ 6,00. Nessa situação, existe
dumping?

Sim, existe. E por quê? Porque o preço de exportação está inferior ao preço praticado no mercado
interno do país exportador, isto é, inferior ao valor normal. Logo, as empresas chinesas, na situação
apresentada, estão praticando dumping. Aqui chamo sua atenção para um detalhe importante:
quem pratica o dumping são empresas (e não governos!)

Mas o que fazer para combater o dumping?

Bem, o governo poderá dar início, mediante pleito da indústria nacional ou de ofício, a uma
investigação para aplicação de medidas antidumping. Nessa investigação, é necessário que se
comprove a existência de três elementos: DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL. Estando presentes
esses três requisitos, poderão ser aplicados direitos antidumping. Mais à frente estudaremos cada
um deles.

no processo produtivo de bens exportados ou a exportar. Assim, de forma simplificada, o drawback é uma desoneração
tributária condicionada à exportação. Estudaremos em detalhes sobre o drawback em aula futura.

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Venda de um produto para


Dumping exportação por um preço
inferior ao valor normal

Preço praticado no mercado


Valor Normal
interno do país exportador

Dumping

Aplicação de medidas
Dano
antidumping

Nexo Causal

6. (AFRFB-2009)

A prática do dumping consiste na venda de um produto por preço inferior ao custo de produção
de seu similar no mercado de exportação e enseja, de parte do país importador, como forma
de defesa, a imposição de salvaguardas comerciais.

Comentários

A questão está errada por dois motivos.

a) O dumping fica caracterizado quando um produto é vendido para exportação por um


preço inferior ao praticado no mercado interno do país exportador (e não inferior ao custo
de produção!)

b) Como forma de se proteger do dumping danoso, o governo do país importador poderá


aplicar medidas antidumping (e não medidas de salvaguarda!)

Gabarito: errada

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7. (AFRF – 2005)

Segundo as normas da OMC, pratica dumping a empresa que vende no mercado de outro país
abaixo do seu preço de custo.

Comentários

Essa é uma grande pegadinha! O dumping ocorre quando uma empresa vende um produto para
exportação por um preço inferior ao preço praticado no mercado interno do país exportador (e
não por um preço inferior ao preço de custo!).

Gabarito: errada

8. (AFRF-2002.1)

A venda de uma mercadoria no exterior a preços inferiores aos normalmente praticados no


mercado de origem configura prática comercial denominada dumping.

Comentários

Outra questão cobrando o conceito de dumping! Estejam atentos: o dumping ocorre quando o preço
de exportação é inferior ao valor normal (preço praticado no mercado de origem).

Gabarito: certa

9. (MDIC-2009/Área Administrativa)

De acordo com o Decreto n.º 8.058/2013, dumping é a introdução de um bem no mercado


doméstico, inclusive sob as modalidades de drawback, a preço de exportação inferior ao valor
praticado no mercado de origem.

Comentários

O dumping fica caracterizado quando o preço de exportação é inferior ao preço praticado no


mercado interno do país exportador (país de origem). No Brasil, a definição de dumping alcança
também as importações ao amparo do drawback.

Gabarito: certa

10. (AFTN-1998)

Dumping é a introdução de um bem no mercado doméstico por um preço de exportação


inferior ao valor normal, isto é, ao seu preço de custo.

Comentários

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Novamente a mesma pegadinha! Agora eu tenho certeza que você acertou! (rsrs...) As bancas
examinadoras adoram falar em “preço de exportação inferior ao preço de custo”. Isso está errado!

Especificamente nessa questão, o correto seria: “Dumping é a introdução de um bem no mercado


doméstico por um preço de exportação inferior ao valor normal, isto é, inferior ao preço praticado
no mercado interno de origem.”

11. (AFRF 2000 – adaptada)

Um produto é exportado com preço de dumping se é introduzido no mercado de outro país


por um valor inferior ao vendido no mercado doméstico.

Comentários

Esse é o exato conceito de dumping! Muita atenção, porque isso irá, muito provavelmente, ser
cobrado na sua prova.

Gabarito: certa

12. (Questão Inédita)

Considera-se haver prática de dumping, isto é, oferta de um produto no comércio de outro país
a preço inferior a seu valor normal, no caso de o preço de exportação do produto ser inferior
àquele praticado no curso normal das atividades comerciais para o mesmo produto quando
destinado ao consumo no país exportador.

Comentários

Segundo o art. 2º, § 1º, do Acordo Antidumping, “considera-se haver prática de dumping, isto é,
oferta de um produto no comércio de outro país a preço inferior a seu valor normal, no caso de o
preço de exportação do produto ser inferior àquele praticado no curso normal das atividades
comerciais para o mesmo produto quando destinado ao consumo no país exportador.”

Gabarito: certa

2.2. DETERMINAÇÃO DO VALOR NORMAL:

O valor normal é o preço pelo qual o produto similar, em operações comerciais normais, é destinado
ao consumo no mercado interno do país exportador. Considera-se “produto similar” o produto
idêntico, igual sob todos os aspectos ao produto objeto da investigação ou, na sua ausência, outro
produto que, embora não exatamente igual sob todos os aspectos, apresente características muito
próximas às do produto objeto da investigação.

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Bem, a regra geral é que valor normal é o preço pelo qual o produto é vendido no mercado interno
do país exportador! No entanto, podem ocorrer situações em que será necessário proceder a uma
determinação alternativa do valor normal.

Segundo o art. 14, do Decreto nº 8.058/2013, caso não existam vendas do produto similar em
operações comerciais normais no mercado interno do país exportador ou quando não for possível
comparação adequada com o preço de exportação (em razão de condições especiais de mercado
ou de baixo volume de vendas do produto similar no mercado interno do país exportador), o valor
normal será apurado com base no preço de exportação do produto similar para terceiro país
apropriado, desde que esse preço seja representativo. Ou, ainda, o valor normal será apurado valor
construído, que consistirá no custo de produção no país de origem declarado, acrescido de razoável
montante a título de despesas gerais, despesas administrativas, despesas de comercialização,
despesas financeiras e lucro.

No caso de as importações serem originárias de países não considerados economias de mercado


(como é o caso da China, por exemplo!), a determinação do valor normal poderá ser feita por outros
métodos:

a) Preço de venda do produto similar em um país substituto;

b) Valor construído do produto similar em um país substituto;

c) Preço de exportação do produto similar de um país substituto para outros países, exceto
o Brasil;

d) Outro preço razoável, inclusive o preço pago ou a pagar pelo produto similar no mercado
interno brasileiro, devidamente ajustado, se necessário, para incluir margem de lucro
razoável, sempre que nenhuma das hipóteses anteriores seja viável e desde que
devidamente justificado.

O país substituto é um terceiro país economia de mercado considerado apropriado, levando-se em


conta as informações confiáveis apresentadas tempestivamente pelo peticionário ou pelo produtor
ou exportador. Segundo o art. 4º, do Decreto nº 8.058/2013, caberá à CAMEX conceder o status de
economia de mercado para fins de defesa comercial.

Em um caso concreto, a SDCOM utilizou o valor construído do glifosato na Argentina (terceiro país
de economia de mercado), a fim de apurar o valor normal em uma investigação antidumping aberta
contra a China (que não é considerada economia de mercado!).

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Preço praticado no
Em operações
mercado interno do país
comerciais normais
exportador

Valor Normal
Preço de exportação do
Caso não existam vendas produto similar para
do produto similar no um terceiro país
mercado interno do país
exportador ou essas
vendas não permitam
comparação adequada Valor construído

13. (AFRF-2000 - adaptada)

Para fins de cálculo do valor normal, caso não haja a venda de produto similar no mercado
doméstico do país exportador, deve-se comparar com vendas de produtos similares em outros
mercados.

Comentários

A questão traz à tona um dos métodos alternativos para determinação do valor normal. Se não há
venda de produto similar no mercado doméstico do país exportador, deverá ser utilizado o preço de
exportação do produto similar para terceiros países (e não o preço do produto similar no mercado
doméstico de outros países!).

Gabarito: errada

14. (Questão Inédita)

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Na análise de dumping, se o produto similar não for objeto de vendas no mercado interno do
país exportador, pode-se utilizar como valor normal exclusivamente o preço de exportação
para terceiro país.

Comentários

Há dois métodos alternativos para proceder-se ao cálculo do valor normal:

1) Por meio do preço de exportação para terceiro país, desde que este seja representativo.

2) Por meio do valor construído no país de origem.

A assertiva está errada porque a palavra "exclusivamente" dá a entender que só existiria uma única
maneira de determinar o valor normal quando não há vendas de produto similar no mercado
doméstico do país exportador.

Gabarito: errada

15. (Questão Inédita)

Considera-se valor normal, para fins de determinação de dumping, o preço efetivamente


praticado para o produto similar nas operações comerciais normais, que o destinem a consumo
interno no país exportador.

Comentários

Valor normal é sinônimo de preço praticado no mercado interno do país exportador.

Gabarito: certa

2.3. DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE EXPORTAÇÃO:

A determinação do preço de exportação deve levar em consideração se o produtor e o exportador


são a mesma pessoa.

Quando o produtor e o exportador forem a mesma pessoa, o preço de exportação será o preço
recebido ou a receber pelo produto exportado ao Brasil, líquido de tributos, descontos ou reduções
efetivamente concedidos e diretamente relacionados com as vendas do produto objeto da
investigação.

Já quando o produtor não for o exportador (são pessoas diferentes!) e ambos não forem partes
associadas ou relacionadas, o preço de exportação será, preferencialmente, o preço recebido pelo
produtor por produto exportado ao Brasil, líquido de tributos, descontos ou reduções efetivamente
concedidos e diretamente relacionados com as vendas do produto objeto da investigação.

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Em certas situações, todavia, pode não ser possível calcular o preço de exportação ou este pode
não ser confiável, em virtude de associação ou acordo compensatório entre produtor ou
exportador e importador ou uma terceira parte. Ora, se há uma associação entre exportador e
importador, é possível que o preço de exportação seja declarado a maior4, o que causaria distorções
na apuração pela autoridade investigadora nacional.

Nesses casos, será utilizado um método alternativo para a determinação do preço de exportação. O
preço de exportação será, então, construído a partir do preço pelo qual os produtos importados
foram revendidos ao primeiro comprador independente. Se não houver comprador independente
ou os produtos não forem revendidos na mesma condição em que foram importados, o preço de
exportação será construído a partir de uma “base razoável”. Será, então, aplicado qualquer outro
método, desde que justificado.

Preço recebido ou a receber pelo produto exportado ao


Brasil, líquido de tributos, descontos ou reduções
efetivamente concedidos e diretamente relacionados
com as vendas do produto objeto da investigação

Preço de
exportação A partir do valor de
revenda ao primeiro
comprador independente

Caso ele não possa Construção do


A partir de uma base
ser calculado ou preço de
razoável (outro método)
não seja confiável exportação
caso não exista
comprador independente
ou os produtos não
forem revendidos na
mesma condição em que
foram importados

4
Se as empresas são vinculadas (matriz e subsidiária), o preço de exportação pode ser declarado a maior a fim de que
a empresa brasileira tenha uma despesa maior e, consequentemente, a base de cálculo do Imposto de Renda (IR) desta
empresa brasileira seja menor.

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16. (AFRF-2005)

Caso não seja possível o cálculo do preço de exportação, ou caso o preço seja duvidoso segundo
os parâmetros da legislação aplicável, o preço de exportação do produto investigado pode ser
construído pela autoridade investigadora para fins de constatação da prática do dumping.

Comentários

Se não for possível calcular o preço de exportação ou este parecer duvidoso, a autoridade
investigadora deverá utilizar um método alternativo, construindo o preço de exportação.

Gabarito: certa

2.4. DETERMINAÇÃO DA MARGEM DE DUMPING:

Já sabemos determinar o preço de exportação e o valor normal! Se o preço de exportação for inferior
ao valor normal, poderemos concluir que há dumping! Mas qual será o “tamanho” do dumping?

Isso se apura pelo cálculo da margem de dumping, que é depois utilizada como base para o cálculo
dos direitos antidumping a serem aplicados. O cálculo da margem de dumping leva em consideração
a seguinte fórmula:

MD = VN - PE

Onde:

• MD = margem de dumping
• VN = valor normal
• PE = preço de exportação

Para ficar mais claro, vamos a um exemplo! Suponha que uma empresa chinesa esteja exportando
chinelos ao Brasil por US$ 8,00 / par, ao mesmo tempo em que pratica no mercado interno chinês o
preço de US$ 10,00 / par. Qual a margem de dumping?

MD=VN - PE

MD= US$ 10,00 – US$ 8,00

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MD= US$ 2,00

Essa é a margem de dumping absoluta! Por sua vez, encontramos a margem de dumping relativa a
partir da aplicação da seguida fórmula:

MR = MD ÷ PE

Onde:

• MR = margem de dumping relativa


• MD = margem de dumping absoluta

No exemplo acima, a margem de dumping relativa seria:

MR= MD / PE

MR=US$ 2,00 / US$ 8,00

MR= 25%

Fácil, não é mesmo? Ocorre que a apuração da margem de dumping não é tão simples assim!

Ao contrário, devem ser consideradas todas as vendas realizadas no período da investigação. Nesse
sentido, o Acordo Antidumping determina quais as maneiras de se apurar a margem de dumping:

a) Comparação entre o valor normal médio ponderado e o preço médio ponderado de todas
as exportações

b) Comparação entre o valor normal e os preços de exportação transação a transação.

c) Comparação entre o valor normal médio ponderado e o preço de exportação de cada


transação: esse método somente será possível quando os preços de exportação diferirem
significativamente e se for explicada a razão de tais diferenças não poderem ser
consideradas, adequadamente, por meio de comparação entre médias ponderadas ou
transação a transação.

A comparação entre o valor normal e o preço de exportação, para fins de determinação de dumping,
deverá ser realizada sobre bases justas, ou seja, a comparação deverá ser efetuada ao mesmo nível
de comércio, normalmente ex-fábrica, levando-se em consideração as datas mais próximas
possíveis.

Dizemos que um produto é vendido em nível “ex-fabrica” (ou ex-works) se o vendedor o


disponibiliza no seu próprio estabelecimento (chão da fábrica) ao comprador. Quando

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consideramos o preço “ex-fabrica”, isso significa que não estamos levando em conta nenhum dos
gastos incorridos após o momento da disponibilização do produto no “chão da fábrica”.

Pronto! Agora vocês já sabem determinar o preço de exportação, o valor normal e a margem de
dumping. Já estão próximos de se tornarem investigadores comerciais da SDCOM (rsrs...)

Mas por que é importante a determinação da margem de dumping?

A margem de dumping é importante porque ela influencia no montante dos direitos antidumping
aplicados. Com efeito, o direito antidumping é o montante em dinheiro igual ou inferior à margem
de dumping apurada, aplicado com o fim exclusivo de neutralizar os efeitos danosos das
importações objeto de dumping.

O direito antidumping aplicado não pode exceder a margem de dumping apurada.

Ele é um montante igual ou inferior.

Os direitos antidumping poderão ser impostos na forma de alíquotas ad valorem ou específicas, fixas
ou variáveis, ou pela conjugação de ambas.5 Quando o direito antidumping for aplicado na forma de
alíquota específica, deverá ser levada em consideração a margem de dumping absoluta. Por sua vez,
quando o direito antidumping for aplicado na forma de alíquota ad valorem, deverá ser levada em
consideração a margem de dumping relativa. Destaque-se que, quando a margem de dumping
relativa for inferior ao “de minimis”, isto é, inferior a 2%, não poderão ser aplicadas medidas
antidumping.

A aplicação de direitos antidumping não poderá ocorrer na forma de restrições quantitativas


(cotas), mas apenas na forma de alíquotas. As únicas medidas de defesa comercial que podem ser
aplicadas na forma de restrições quantitativas são as medidas de salvaguarda.

5
Exemplo de alíquota ad valorem fixa = Direitos antidumping de 25%
Exemplo de alíquota específica fixa = Direito antidumping de R$ 2,00 / unidade
Exemplo de alíquota ad valorem variável = Se a mercadoria custar até R$ 2,00 / unidade, incidirá um direito
antidumping de 20%; se a mercadoria custar acima de R$ 2,00 /unidade, incidirá um direito antidumping de 30%.
Exemplo de alíquota específica variável = Se a mercadoria custar até R$ 2,00 / unidade, incidirá um direito
antidumping de R$ 1,00 / unidade; se a mercadoria custar acima de R$ 2,00 /unidade, incidirá um direito antidumping
de R$ 1,50 / unidade.

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17. (AFRF-2003)

O dumping é considerada prática desleal de comércio e define-se como a determinação do


preço de exportação de uma mercadoria com base nas diferenças entre os custos de produção
nos mercados de origem e de destino.

Comentários

De fato, o dumping é considerado uma prática desleal de comércio. No entanto, ele fica
caracterizado quando o preço de exportação é inferior ao preço praticado no mercado interno do
país exportador (valor normal). Logo, a questão está errada.

Gabarito: errada

18. (Questão Inédita)

Na análise de dumping deverá ser comparado o preço de exportação com o valor normal. O valor
normal, por sua vez, é considerado em base FOB.

Comentários

O valor normal e o preço de exportação deverão ser comparados levando-se em conta o mesmo
nível comercial, normalmente “ex fabrica”.

Gabarito: errada

19. (Questão Inédita)

Não poderão ser aplicados direitos antidumping quando a margem de dumping for inferior ao
“de minimis”.

Comentários

Quando a margem de dumping relativa for inferior ao “de minimis” (2%), não poderão ser aplicados
direitos antidumping.

Gabarito: certa

20. (Questão Inédita)

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Margem de dumping é a diferença entre o valor normal e o preço de exportação, devidamente


ajustados, vigentes durante o período estabelecido para investigações de existência de
dumping.

Comentários

A diferença entre o valor normal e o preço de exportação devidamente ajustados é o que se chama
de margem de dumping, mais especificamente margem de dumping absoluta. A margem de
dumping relativa é a razão entre a margem de dumping absoluta e o preço de exportação.

Gabarito: certa

21. (AFRF – 2005)

A aplicação da medida antidumping pode ser feita de modo tanto qualitativo, por meio de um
direito antidumping ad valorem ou específico, ou de modo quantitativo, ou seja, por meio da
definição de uma cota que restrinja o ingresso do produto no mercado do país importador.

Comentários

As medidas antidumping não podem ser aplicadas na forma de restrições quantitativas.

Gabarito: errada

22. (Questão Inédita)

A margem de dumping será considerada como de minimis quando, expressa como um


percentual do preço de exportação, for inferior a dois por cento. Nesse caso, quando a margem
de dumping for inferior ao de minimis, não poderão ser aplicados direitos antidumping.

Comentários

Quando a margem de dumping apurada for inferior ao “de minimis”, ou seja, 2%, não poderão ser
aplicados direitos antidumping.

Gabarito: certa

2.5. DETERMINAÇÃO DE DANO E NEXO CAUSAL:

As regras do sistema multilateral de comércio não proíbem a prática do dumping, ou seja, pode-se
afirmar que nem todo o dumping é punível ou condenável. Imagine, por exemplo, que a indústria
brasileira de calçados esteja comprando couro da China por um preço extremamente baixo. E, ainda,
que o Brasil não tenha produção de couro... Nessa hipotética situação, não há prejuízo para nenhum
produtor nacional. Ao contrário, o dumping irá favorecer a indústria nacional de calçados.

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O dumping é admissível apenas quando não causar dano. Quando o dumping causar dano à indústria
nacional do país importador, ele passa a ser condenável. Com efeito, a aplicação de medidas
antidumping (sejam elas provisórias ou definitivas) depende de três requisitos: DUMPING, DANO
e NEXO CAUSAL. É irrelevante, para fins de aplicação de direitos antidumping, a existência de dolo
da empresa estrangeira em eliminar ou dificultar a concorrência.

Mas quando é que fica caracterizado o dano?

De início, cumpre destacar que a palavra “dano” deve ser interpretada em sentido amplo, isto é,
considera-se que ocorre dano quando há:

a) efetivo dano material à indústria nacional;

b) ameaça de dano material à indústria nacional ou;

c) atraso material na implantação da indústria doméstica.

Ressalte-se que, em uma investigação de defesa comercial, é muito mais complexo determinar a
existência de ameaça de dano ou de atraso sensível no estabelecimento da indústria.

A determinação de dano será baseada em elementos de prova e incluirá exame objetivo sobre três
pontos essenciais:

a) do volume das importações objeto de dumping. Será considerado insignificante um


volume inferior a 3% por cento das importações pelo Brasil de produto similar, a não ser
que os países que, individualmente, respondam por menos de 3% das importações do
produto similar pelo Brasil sejam, coletivamente, responsáveis por mais de 7% das
importações do produto.

Imagine, por exemplo, que o produto investigado é ventilador e a origem investigada é China. As
importações totais de ventiladores feitas pelo Brasil somam 100.000 ventiladores. Se 2.500
ventiladores vierem da China (país investigado), considera-se que esse volume é insignificante, pois
é de 2,5% (inferior a 3%).

Mas agora imagine que há três origens investigadas: China, Índia e Taiwan. As importações totais de
ventiladores feitas pelo Brasil somam 100.000 ventiladores. Se 2.500 ventiladores vierem da China,
2500 da Índia e 2500 de Taiwan, apesar de cada país, individualmente, representar apenas 2,5%
(menos de 3%), em conjunto esses países somam 7,5% (maior que 7%). O volume não será, portanto,
insignificante.

b) do efeito das importações objeto de dumping sobre os preços do produto similar no


mercado brasileiro. A autoridade investigadora levará em conta se os preços dos produtos
importados a preços de dumping são superiores ao preço do produto similar. Se a
indústria nacional está vendendo mais barato que o importado, não há razão para se falar
em dano.

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c) do impacto das importações objeto de dumping sobre a indústria doméstica. A


autoridade nacional investigadora (SDCOM) deverá avaliar todos os fatores e índices
econômicos relevantes que tenham relação com a situação da indústria nacional, tais
como queda real ou potencial das vendas, dos lucros, da produção, da participação no
mercado, da produtividade, do retorno dos investimentos ou da ocupação da capacidade
instalada; fatores que afetem os preços internos; a amplitude da margem de dumping;
efeitos negativos reais ou potenciais sobre o fluxo de caixa, estoques, emprego, salários,
crescimento, capacidade para aumentar capital ou obter investimentos.

Não precisa decorar essa lista imensa, ok? Ela serve apenas para que você tenha uma noção de como
é feita a análise pela SDCOM.

Para que você não esqueça:

Efetivo dano material

Dano Ameaça de dano material

Atraso material na implantação da indústria


doméstica

Autoridade investigadora deverá avaliar todos os


fatores e indices econômicos relevantes que
tenham relação com a situação da indústria
nacional

Na análise do nexo causal entre o dumping e o dano, deve ser demonstrado que as importações a
preço de dumping causaram dano à indústria doméstica. Não há necessidade, no entanto, de que
elas sejam a única causa do dano sofrido pela indústria nacional, já que outros fatores podem
também tê-lo provocado.

23. (AFRF – 2005)

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Para a aplicação da medida antidumping é necessária a comprovação do dolo específico, ou


seja, do objetivo da empresa estrangeira de eliminar ou restringir a ação da concorrência no
país importador.

Comentários

Para a aplicação de medidas antidumping, não há necessidade de se comprovar o dolo específico


(intenção) da empresa estrangeira em eliminar ou dificultar a concorrência. Os três elementos
necessários para que sejam aplicados direitos antidumping são: i) dumping; ii) dano e; iii) nexo
causal.

Gabarito: errada

24. (AFRF-2000 - adaptada)

Para fins de determinação de dano, é possível afirmar que, com relação aos efeitos das
importações sobre os preços, deve-se observar se o preço dos produtos importados não é
superior ao preço do produto similar nacional e a qualidade de ambos.

Comentários

Na determinação de dano, a autoridade investigadora nacional leva em consideração diversos


fatores, dentre eles o preço do produto importado comparativamente ao preço do produto similar
nacional. Não haverá dano se a indústria nacional estiver vendendo mais barato do que o produto
importado.

Gabarito: certa

25. (AFRF 2000 – adaptada)

A determinação de dano deve estar baseada em evidência positiva em uma investigação para
aplicação de uma medida antidumping.

Comentários

A análise realizada pela autoridade investigadora se baseia em evidências positivas, isto é, em


indicadores econômicos que demonstrem a existência do dano.

Gabarito: certa

26. (Questão Inédita)

Para fins de aplicação de direitos antidumping, o dano será entendido como dano material a
uma indústria doméstica, ameaça de dano material a essa indústria ou ainda atraso material
na implantação da mesma.

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Comentários

A interpretação do termo dano deverá ser feita em sentido amplo, ou seja, ele será entendido como
dano material efetivamente ocorrido, ameaça de dano material ou atraso real na implantação de
uma indústria.

Gabarito: certa

27. (Questão Inédita)

A determinação de dano perpassa pela análise de uma série de indicadores, devendo ser
avaliada a evolução das importações do produto objeto de dumping e a situação da indústria
doméstica.

Comentários

Na análise do dano serão levados em consideração indicadores econômicos diversos, tais como
queda real ou potencial das vendas, dos lucros, da produção, da participação no mercado, da
produtividade, do retorno dos investimentos ou da ocupação da capacidade instalada e outros.

Gabarito: certa

28. (Questão Inédita)

Para que seja aplicado um direito antidumping deverá ser comprovado o dumping, dano e nexo
causal.

Comentários

Lembre-se bem desses três elementos: DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL.

Gabarito: certa

29. (Questão Inédita)

O Acordo sobre a implementação do art. VI do GATT/94 (Acordo Antidumping) determina que


as importações a preço de dumping devem ser a única causa do dano sofrido pela indústria
doméstica para fins de determinação da relação causal.

Comentários

As importações a preço de dumping não precisam ter sido a única causa do dano sofrido pela
indústria nacional.

Gabarito: errada

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30. (AFRF – 2003)

O dumping é admissível na normativa da Organização Mundial do Comércio desde que


devidamente mensurado em sua magnitude e impacto sobre os fluxos de comércio e sempre
que almeje a conquista de mercados onde não há condições equitativas de concorrência.

Comentários

O dumping é admissível pela normativa da OMC quando ele não causa dano à indústria nacional do
país importador.

Gabarito: errada

31. (AFRF – 2003)

O dumping é incongruente com a normativa da Organização Mundial do Comércio na medida


em que define a formação do preço de um bem exportável em patamares inferiores aos custos
de produção desse mesmo bem nos mercados a que se destina.

Comentários

O dumping fica caracterizado quando uma mercadoria é vendida para exportação por um preço
inferior ao valor normal.

Gabarito: errada

32. (AFRF – 2003)

O dumping representa medida considerada distorcida das condições de competição,


consistindo na fixação de um preço de exportação para um determinado bem menor que
aquele praticado no mercado em que este mesmo bem é produzido.

Comentários

Essa é o exato conceito de dumping! Trata-se de uma prática desleal de comércio que ocorre quando
um produto é vendido para exportação por um preço inferior ao praticado no mercado interno do
país exportador. Em outras palavras, o dumping existe quando o preço de exportação de um bem é
fixado em nível inferior ao praticado no mesmo mercado em que esse bem é produzido.

Gabarito: certa

33. (Questão Inédita)

Para que seja aplicado um direito antidumping, provisório ou definitivo, é necessário que seja
determinada a existência de dumping, dano e nexo causal entre os dois.

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Comentários

Tanto na aplicação de direito antidumping provisório quanto na aplicação de direito antidumping


definitivo, é necessária a determinação de DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL.

Gabarito: certa

34. (Questão Inédita)

Para que seja aplicada uma medida antidumping é suficiente que sejam determinados três
elementos: dumping, dano e nexo causal. A intenção em prejudicar a indústria nacional do país
importador não é levada em consideração na determinação do dumping.

Comentários

Para a aplicação de uma medida antidumping é necessário a determinação de DUMPING, DANO e


NEXO CAUSAL. Não interessa a intenção da empresa exportadora!

Gabarito: certa

2.6. INVESTIGAÇÃO E APLICAÇÃO DE DIREITOS ANTIDUMPING:

No Brasil, uma investigação para aplicação de direitos antidumping será aberta mediante solicitação
da indústria nacional ou por iniciativa governamental (ex officio). Segundo o Acordo Antidumping,
também é possível que um terceiro país interessado encaminhe petição para a abertura de
investigação para fins de aplicação de medidas antidumping.

A petição, para ser admitida pela SDCOM, deve ser apresentada pela indústria doméstica ou em
seu nome. Para que uma petição seja considerada como feita “pela indústria doméstica ou em seu
nome”, é necessário que sejam cumpridos dois requisitos:

a) tenham sido consultados outros produtores domésticos que compõem a indústria


doméstica e que produziram o produto similar durante o período de investigação de
dumping;

b) os produtores do produto similar que tenham manifestado expressamente apoio à


petição representem mais de 50% da produção total do produto similar daqueles que se
manifestaram na consulta acima mencionada.

Vejamos...

O interessado, ao apresentar a petição à SDCOM, deverá mostrar que consultou outros produtores
domésticos. Dentre os produtores domésticos consultados, devem ter apoiado expressamente a
petição produtores que representem mais de 50% da produção, considerado o universo daqueles

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que foram consultados. Cabe destacar, ainda, que a petição não será considerada feita pela
indústria nacional e, portanto, será indeferida, se os produtores que a apoiaram expressamente
representarem menos de 25% da produção nacional do produto similar, considerado o período da
investigação.

Para ficar mais claro, vamos a um exemplo! Imagine que a indústria nacional de sapatos seja
composta por 6 empresas: A (40% da produção nacional), B (30% da produção nacional), C (15% da
produção nacional), D (10% da produção nacional), E (3% da produção nacional) e F (2% da produção
nacional). Supondo que a empresa D entre com a petição junto à SDCOM, ela precisará mostrar que
consultou outros produtores domésticos. Se, por meio dessa consulta, ficar configurado que apenas
as empresas D, E e F apoiam expressamente a petição, esta será indeferida, uma vez que, juntas,
essas empresas representam somente 15% da produção nacional de sapatos.

É importante termos em mente que a “indústria nacional”, no contexto de uma investigação


antidumping, é a totalidade dos produtores nacionais do produto SIMILAR, ou aqueles, dentre eles,
cuja produção conjunta constitua parcela significativa da produção nacional total do produto.

A petição deverá conter indícios da existência de dumping, de dano à indústria doméstica e de nexo
de causalidade entre ambos. A análise da SDCOM quanto à admissibilidade da petição será feita no
prazo de 15 dias, contados da data do protocolo.

Como grande novidade do novo Decreto Antidumping, a duração da investigação foi reduzida.
Segundo o art. 72, do Decreto nº 8.058/2013, as investigações serão concluídas no prazo de 10
meses, contado da data do início da investigação, exceto em circunstâncias excepcionais, quando o
prazo poderá ser prorrogado para até 18 meses. Tal investigação deverá ser conduzida com base
nas regras gerais definidas pelo Acordo sobre a Implementação do art. VI do GATT.

Cabe destacar que a investigação poderá ser suspensa sem aplicação de direitos antidumping
definitivos ou provisórios. Isso ocorrerá quando houver o chamado “compromisso de preços”, em
que o exportador que pratica dumping assume o compromisso de praticar um preço mínimo em
suas vendas. Tal compromisso deverá ser satisfatório às autoridades investigadoras, de forma que
estas se convençam de que o compromisso elimina o efeito prejudicial decorrente do dumping. A
competência para homologar o compromisso de preços é da CAMEX.

Ocorrendo toda a investigação, ao seu final, a SDCOM irá propor (ou não!) à CAMEX a aplicação dos
direitos antidumping. A CAMEX é que irá, então, aplicar as referidas medidas de defesa comercial.

Segundo o Acordo Antidumping, os direitos antidumping permanecerão em vigor enquanto houver


a necessidade de neutralizar a prática de dumping causadora de dano. O limite máximo para a
extinção de um direito antidumping definitivo é de 5 (cinco) anos a contar da data da sua aplicação,
ou 5 (cinco) anos a contar da data da conclusão da mais recente revisão.

Mas como é que funciona essa revisão?

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A regra geral é a de que os direitos antidumping devem ser extintos em 5 (cinco) anos. No entanto,
esse prazo poderá ser prorrogado em virtude de as autoridades determinarem que a extinção dos
direitos levaria, muito provavelmente, à continuação ou retomada do dumping e do dano dele
decorrente. Para isso, todavia, faz-se necessário uma revisão de final de período. Ressalte-se que
os direitos antidumping poderão ser prorrogados indefinidamente, isto é, por quantos períodos for
necessário.

Há, ainda, a revisão de meio de período, denominada revisão por alteração das circunstâncias,
procedimento que poderá ser realizado a pedido de parte interessada, desde que tenha decorrido
no mínimo 1 (um) ano da aplicação, alteração, prorrogação ou extensão de um direito
antidumping definitivo. Por meio dessa revisão, é possível que o direito antidumping seja extinto
ou alterado (sendo aumentado ou diminuído, a depender da situação).

Suponha que no mês de janeiro de 2017 sejam aplicados direitos antidumping contra glifosato
originário da China e determinado que a vigência desses direitos seria de 5 anos. A princípio, em
janeiro de 2022, o direito antidumping em questão seria extinto, não é mesmo?

Todavia, é possível que, passado o período de 1 ano, seja solicitado por uma parte interessada uma
revisão de meio de período. Tal revisão deverá ser finalizada no prazo de 10 (dez) meses e poderá
concluir pela necessidade de extinção, manutenção ou alteração do direito antidumping.

Como vocês puderam verificar, o prazo da investigação (10 meses, podendo chegar a 18) é muito
extenso. Até o fim desse prazo, a indústria nacional poderá não resistir ao dano sofrido e
literalmente “quebrar”. Para impedir tal situação é que existem as medidas antidumping provisórias,
cuja lógica é muito semelhante às medidas liminares. As medidas antidumping provisórias terão
vigência de até 4 meses, podendo ser prorrogadas, no máximo, até 6 meses.

A aplicação de medidas antidumping provisórias somente poderá ocorrer quando:

a) Uma investigação tiver sido regularmente aberta e as partes interessadas tiverem


recebido a oportunidade de se manifestarem.

b) Houver uma determinação preliminar positiva da existência de dumping, dano e nexo


causal. A determinação preliminar ocorrerá no prazo de até 120 dias, mas nunca inferior
a 60 dias.

c) A CAMEX julgar que tais medidas são necessárias para impedir que ocorra dano durante
a investigação.

Uma vez aplicadas as medidas antidumping provisórias, a investigação continuará em curso e, ao


final, poderá concluir de 4 (quatro) maneiras diferentes: (Perceba que a consequência, em todas
elas, será em benefício do importador)

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a) Determinação final de que não há dumping ou dano dele decorrente: a) se o valor das
medidas antidumping provisórias tiver sido recolhido, ele será restituído; b) se o valor das
medidas antidumping provisórias tiver sido garantido por depósito, será devolvido; c) se
o valor das medidas antidumping provisórias tiver sido garantido por fiança bancária, esta
será extinta.

b) Aplicação de um direito antidumping definitivo inferior ao direito antidumping


provisório: o valor pago a maior será restituído ou devolvido.

c) Aplicação de um direito antidumping definitivo superior ao direito antidumping


provisório: não será exigida a diferença.

d) Aplicação de um direito antidumping definitivo igual ao direito antidumping provisório:


não há qualquer problema nisso.

Destaque-se que a exigibilidade do direito antidumping provisório poderá ficar suspensa até a
decisão final, desde que o importador ofereça garantia equivalente ao valor integral da obrigação.

Existe, ainda, a possibilidade de aplicação retroativa de medidas antidumping definitivas. A


aplicação retroativa consiste em cobrar direitos antidumping sobre os produtos embarcados até 90
dias antes da data de aplicação das medidas antidumping provisórias. O objetivo é evitar que, uma
vez tendo sido iniciada uma investigação, os importadores, já esperando a aplicação de direitos
antidumping, tragam para o Brasil grandes quantidades do produto, formando estoques e causando
dano à indústria nacional.

Suponha, por exemplo, que no dia 03/05/2013 seja iniciada uma investigação para aplicação de
medidas antidumping. No dia 03/09/2013, antes de encerrada a investigação, portanto, são
aplicadas medidas antidumping provisórias. Posteriormente, é encerrada a investigação em
03/05/2014, com aplicação de medidas antidumping definitivas. Essas medidas antidumping
(definitivas) poderão retroagir, incidindo nos produtos embarcados até 90 dias antes da data da
aplicação de medidas antidumping provisórias (ou seja, 90 dias antes de 03/09/2013).

Cabe destacar, por fim, que não poderão ser cobrados direitos antidumping em relação a produtos
embarcados antes da data de início da investigação.

35. (MDIC-2009/Área Administrativa)

Caso os resultados da investigação de dumping concluam pela procedência da reclamação, as


autoridades fixarão os direitos antidumping, os quais não deverão ultrapassar três anos,

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podendo ser prorrogados caso se comprove que sua extinção levaria à continuação ou
retomada do dumping e do dano dele decorrente.

Comentários

O prazo de vigência dos direitos antidumping é de 5 (cinco) anos, passível de prorrogação caso se
comprove que sua extinção levaria à continuação ou retomada do dumping e do dano dele
decorrente.

Gabarito: errada

36. (AFRF – 2000 – adaptada)

Para uma medida antidumping ser adotada, é preciso que haja uma investigação de acordo
com o Acordo Antidumping.

Comentários

A adoção de uma medida antidumping depende de uma prévia investigação realizada por uma
autoridade nacional competente, que o fará segundo as regras gerais definidas pelo Acordo sobre a
Implementação do art. VI do GATT (Acordo Antidumping).

Gabarito: certa

37. (Questão Inédita)

Se o valor do direito antidumping aplicado pela decisão final for superior ao valor do direito
provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, a diferença a maior será exigida do
importador.

Comentários

Se o valor do direito antidumping definitivo for superior ao direito antidumping provisoriamente


recolhido ou garantido por depósito, a diferença não será exigida do importador.

Gabarito: errada

38. (Questão Inédita)

O direito antidumping provisório poderá não ser cobrado, sendo prestada garantia a ele
equivalente na forma de fiança bancária ou depósito.

Comentários

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A exigibilidade do direito antidumping poderá ficar suspensa, desde que seja apresentada garantia
equivalente ao valor integral da obrigação.

Gabarito: certa

39. (Questão Inédita)

A petição de abertura de investigação no caso de dumping poderá ser feita pela indústria
doméstica. Essa petição deverá ser indeferida se os produtores que a apóiam responderem por
menos de 25% da produção nacional.

Comentários

A petição de abertura de investigação no caso de dumping poderá ser feita pela indústria doméstica
ou em seu nome, sendo indeferida caso os produtores que expressamente a apóiem responderem
por menos de 25% da produção nacional.

Gabarito: certa

40. (Questão Inédita)

Caso o exportador assuma voluntariamente compromissos satisfatórios de revisão dos preços


ou de cessação das exportações a preços de dumping e desde que as autoridades
investigadoras se convençam de que o compromisso elimina o efeito prejudicial decorrente do
dumping, poderão ser suspensos os procedimentos, sem prosseguimento da investigação.

Comentários

Quando o exportador assumir um “compromisso de preços”, devidamente homologado pela


CAMEX, a investigação é suspensa sem aplicação de direitos antidumping.

Gabarito: certa

41. (Questão Inédita)

Se o valor do direito antidumping aplicado pela decisão final for inferior ao valor do direito
antidumping provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, essas importâncias não
serão restituídas.

Comentários

Se o direito antidumping definitivo for inferior ao direito antidumping aplicado provisoriamente, as


importâncias recolhidas a maior serão restituídas.

Gabarito: errada

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42. (Questão Inédita)

É obrigatória, antes do início da investigação de dumping, a notificação ao governo do país


exportador da existência de petição devidamente instruída.

Comentários

O governo do país exportador deve ser notificado acerca da existência de petição devidamente
instruída antes de ser dado início à investigação.

Gabarito: certa

43. (Questão Inédita)

A petição para aplicação de medidas antidumping poderá ser apresentada por terceiro país
interessado.

Comentários

De fato, é possível que um terceiro país interessado encaminhe petição para a abertura de
investigação para aplicação de medidas antidumping.

Gabarito: certa

44. (Questão Inédita)

A vigência das medidas antidumping provisórias terá duração não superior a 6 meses.

Comentários

A vigência das medidas antidumping provisórias é de 4 meses, podendo chegar a 6 meses.

Gabarito: certa

45. (Questão Inédita)

Todo direito antidumping definitivo será extinto no máximo em cinco anos após a sua
aplicação, ou cinco anos a contar da data da conclusão da mais recente revisão, que tenha
abrangido dumping e dano dele decorrente. Esse prazo poderá, no entanto, ser prorrogado
mediante requerimento da indústria doméstica.

Comentários

A duração do direito antidumping é de até 5 anos a contar da sua aplicação ou da mais recente
revisão, sendo possível sua prorrogação indefinidamente.

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Gabarito: certa

46. (Questão Inédita)

O direito antidumping é o montante em dinheiro, igual ou superior à margem de dumping


apurada, que tem o fim exclusivo de neutralizar os efeitos danosos das importações a preços
de dumping.

Comentários

O direito antidumping não poderá ser aplicado em montante superior à margem de dumping, mas
tão somente em nível igual ou inferior a esta.

Gabarito: errada

47. (Questão Inédita)

A petição não será considerada como feita “pela indústria doméstica ou em seu nome” quando
os produtores domésticos que manifestaram expressamente apoio à petição representem
menos de vinte e cinco por cento da produção nacional do produto similar durante o período
de investigação de dumping.

Comentários

Se os produtores nacionais que demonstrarem seu apoio expresso à petição representarem menos
de 25% da produção nacional, a petição será indeferida, por não ser considerada feita pela indústria
doméstica.

Gabarito: certa

48. (MDIC-2009/Área Administrativa - adaptada)

Cabe única e exclusivamente à Confederação Nacional da Indústria (CNI) enviar petição à SECEX
solicitando ampla investigação para aplicação de medidas de defesa comercial, fornecendo,
para tanto, as informações necessárias.

Comentários

A CNI não é a única entidade que pode apresentar uma petição para aplicação de uma medida de
defesa comercial. A petição deve ser apresentada à SECEX pela indústria nacional.

Gabarito: errada

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2.7. TIPOS DE DUMPING:

A normativa da OMC não faz distinção quanto aos tipos de dumping existentes. No entanto, a
literatura econômica / jurídica faz menção a diferentes tipos de dumping:

a) Dumping predatório: a doutrina considera que o dumping predatório é uma estratégia de


dominação de mercados, caracterizando-se pela redução de preços por uma empresa com
vistas a eliminar a concorrência. Uma vez eliminada a concorrência, a empresa poderá
praticar preços de monopólio. Nessa espécie de dumping, há o dolo da empresa em
monopolizar o mercado em seu favor.

b) Dumping social: é um conceito doutrinário (não-positivado nas regras da OMC), segundo


o qual a justificativa para que uma empresa pratique preços baixos no mercado
internacional é o desrespeito aos padrões trabalhistas.

c) Dumping ambiental: a justificativa para que uma empresa pratique preços baixos no
mercado internacional é o não-cumprimento de padrões ambientais mínimos ou a
inexistência de uma legislação ambiental.

d) Dumping cambial: a empresa pratica preços baixos no mercado internacional em virtude


da desvalorização artificial do câmbio (moeda).

Cabe destacar que o dumping social, o dumping ambiental e o dumping cambial, apesar de serem
termos utilizados pela literatura, não são apropriados, uma vez que eles não levam em consideração
a característica essencial do dumping: preço de exportação inferior ao preço praticado no mercado
interno do país exportador. Com efeito, o descumprimento de padrões trabalhistas, o desrespeito
à legislação ambiental e a desvalorização artificial da moeda são fatores que apenas explicam a
maior competitividade das empresas (custos reduzidos), mas não pressupõem a existência de
discriminação internacional de preços.

49. (Questão Inédita)

O dumping social é uma modalidade especial de dumping na qual os preços aviltantes são
decorrentes do desrespeito aos direitos humanos com a utilização de mão-de-obra escrava,
infantil ou em condições subumanas.

Comentários

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O dumping social é uma modalidade de dumping em que os preços baixos são praticados em virtude
do desrespeito às condições de trabalho da mão-de-obra.

Gabarito: certa

50. (AFTN-1996)

Nem sempre o dumping é um mal. Há casos em que o país tem grande interesse em importar
certos produtos pelo menor preço possível. Se os produtores de petróleo decidissem baixar os
preços desse insumo através de subsídios, provavelmente nenhum importador iria tomar
alguma medida antidumping. O dumping é considerado predatório quando o mercado é
restrito e não existe concorrente nacional.

Comentários

De fato, o dumping nem sempre é considerado pernicioso aos interesses de um país. Ele somente o
será quando afetar a indústria nacional, lhe trazendo prejuízos. Essa é também a lógica do Acordo
Antidumping, que somente autoriza a aplicação de direitos antidumping quando presentes três
elementos: DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL.

A questão afirma que o dumping será predatório quando o mercado for restrito e não existir
concorrente nacional. Isso está errado! Se não houver concorrente nacional, o dumping não causa
prejuízos à indústria doméstica e, portanto, nem sequer será punível com a aplicação de direitos
antidumping.

Gabarito: errada

51. (AFTN-1996)

Entende-se por “dumping social” a utilização de mecanismos de subsídios à produção e


comercialização de bens cuja produção é feita com mão-de-obra intensiva.

Comentários

Pelo conceito de “dumping social”, o que leva as empresas a praticarem preços baixos no mercado
internacional é o desrespeito aos padrões trabalhistas.

Gabarito: errada

2.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

No atual cenário internacional, percebe-se o recrudescimento das práticas protecionistas, as quais


vêm à tona em razão da instabilidade econômica causada pela crise vivenciada pela União Europeia.

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Ao mesmo tempo, a crescente competitividade chinesa no comércio internacional, aliada a uma


política de desvalorização artificial de sua moeda, contribui para a maior efusividade do discurso
protecionista. Nesse contexto, cresce a relevância do estudo sobre as medidas de defesa comercial,
em especial as medidas antidumping.

Sob o ponto de vista econômico, há que se questionar se as medidas antidumping são, de fato,
benéficas à sociedade como um todo. Ao conferir proteção a indústria nacional contra importações
estrangeiras, as medidas antidumping podem distorcer o comércio e a alocação ótima dos fatores
de produção, redistribuindo renda em desfavor do consumidor. Admitindo-se que a proteção por
meio de medidas antidumping possa ser legítima como forma de dar fôlego à indústria nacional,
cabe questionar também se interessa ao governo proteger uma indústria ineficiente.

3. SUBSÍDIOS E MEDIDAS COMPENSATÓRIAS:

3.1. CONCEITO DE SUBSÍDIOS:

Segundo o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias, subsídio é uma contribuição


financeira concedida por um governo ou órgão governamental que permita a um setor específico
auferir uma vantagem. Também se enquadra no conceito de subsídio qualquer forma de receita ou
sustentação de preços concedida a um setor específico que lhe coloque em posição de vantagem.
Ele pode ser concedido, direta ou indiretamente, à fabricação, produção, exportação ou ao
transporte de qualquer produto, possuindo potencial para distorcer os fluxos comerciais.

Do conceito acima, podemos extrair 4 (quatro) características essenciais dos subsídios:

a) Contribuição Financeira: o termo “contribuição financeira” deve ser entendido em


sentido amplo, abrangendo transferência diretas de fundos, omissões de receitas
(incentivos fiscais), fornecimento de bens e serviços além de infraestrutura geral e
aquisição de bens pelo governo. Destaque-se que a isenção de taxas e impostos indiretos
incidentes sobre produtos destinados à exportação está excluída do conceito de
contribuição financeira.

b) Concedida por um governo ou órgão governamental: a contribuição financeira, para


caracterizar-se como um subsídio, deve ser concedida pelo governo ou por um órgão
governamental.

c) Representa uma vantagem: a contribuição financeira representará uma vantagem


quando colocar o receptor em uma posição mais favorável do que a do mercado.

d) Seja específico: a contribuição financeira será específica quando a autoridade


governamental limitar o acesso a determinadas empresas ou grupos de empresas. Há,
portanto, uma discriminação “de jure” ou “de facto” no acesso à contribuição financeira.

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Entendido até aqui? Vamos continuar...

Um dos maiores problemas quanto à concessão de subsídios é a falta de transparência destes, o


que leva a OMC a defender a tarificação das barreiras. Apesar de o art. XVI do GATT dispor que os
subsídios concedidos pelos membros da OMC devem ser notificados a essa organização
internacional, muitos países não o fazem. Cabe destacar que o art. 25 do Acordo sobre Subsídios e
Medidas Compensatórias (SCM) também traz uma obrigação nesse sentido, dispondo que os
membros da OMC devem notificá-la sobre todo subsídio outorgado ou mantido em seus
territórios.

Quando estudamos o dumping, foi possível verificar que quem executa essa prática desleal de
comércio são empresas. No caso, dos subsídios, é diferente. Quem concede os subsídios são
governos, donde decorre a possibilidade de que os subsídios sejam combatidos de duas formas
diferentes: i) aplicação de medidas compensatórias (processo administrativo interno conduzido
pelo país importador) e; ii) contestação da medida no âmbito do sistema de solução de
controvérsias da OMC (procedimento internacional)

Não é possível a um Estado peticionar ao Órgão de Solução de Controvérsias em virtude de uma


empresa estar praticando dumping, uma vez que as empresas não possuem legitimidade passiva no
sistema de solução de controvérsias da OMC. Por outro lado, é plenamente possível que um subsídio
(medida implementada por um Estado) seja contestado nessa jurisdição.

A medida de defesa comercial destinada a neutralizar os efeitos de um subsídio é a medida


compensatória, também conhecida pela doutrina como medidas anti-subsídios. Segundo o art. 784,
inciso III, do Regulamento Aduaneiro, direito compensatório (medida compensatória) é “o direito
especial percebido com o fim de contrabalançar qualquer subsídio concedido direta ou
indiretamente à fabricação, à produção ou à exportação de mercadoria.”

Comparando as medidas compensatórias com as medidas antidumping, percebe-se que as primeiras


são utilizadas em escala muito menor. A razão disso é justamente o fato de que as medidas
antidumping são aplicadas contra empresas, ao passo que as medidas compensatórias são
aplicadas contra governos. Ao aplicar uma medida compensatória, um Estado está, portanto,
contestando (criticando) a política comercial levada a cabo por outro Estado, o que, do ponto de
vista político-diplomático, é algo sensível.

É preciso tomar cuidado para não misturarmos os conceitos de “dumping” e de “subsídios”. Se


formos pensar bem, a concessão de um subsídio pode, de fato, levar à prática de dumping. Ora, se
um governo concede uma contribuição financeira a uma empresa, esta poderá reduzir
consideravelmente seus preços no mercado internacional, praticando, inclusive, o dumping.

No entanto, quando analisamos qualquer caso concreto, não podemos misturar os institutos do
“dumping” e do “subsídio”, em razão do disposto no art. VI, parágrafo 5º, do GATT. Segundo esse
dispositivo, nenhum produto estará sujeito, ao mesmo tempo, a direitos antidumping e medidas
compensatórias.

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3.2. TIPOS DE SUBSÍDIOS:

O Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias (SCM) faz menção a três tipos de subsídios:
subsídios proibidos, subsídios recorríveis (acionáveis) e subsídios irrecorríveis (não-acionáveis).
Embora os subsídios irrecorríveis não mais existam, pois o SCM estabeleceu que eles somente
estariam em vigência por um período de 5 anos a partir da criação da OMC, é importante saber essa
classificação, pois ela já foi até objeto de prova! Vejamos:

3.2.1. Subsídios proibidos

Os subsídios proibidos são os subsídios vinculados, de fato ou de direito, ao desempenho


exportador ou ao uso preferencial de insumos nacionais.

Para que você possa visualizar melhor o que é um subsídio vinculado ao desempenho exportador,
vamos a um exemplo! Imagine que o governo chinês estabeleça que, para cada par de sapatos
exportado, ele irá pagar US$ 2,00. Tal medida irá estimular a competitividade da indústria de sapatos
chinesa, constituindo-se uma prática desleal de comércio, com efeitos predatórios à concorrência.
Percebam que há vinculação da concessão do subsídio ao desempenho exportador, motivo pelo qual
ele é proibido.

Por sua vez, um subsídio vinculado a requisitos de conteúdo nacional (uso preferencial de insumos
nacionais) irá existir se, por exemplo, o governo estabelecer que o acesso a uma determinada linha
de financiamento (com taxas de juros baixíssimas!) estará limitado às empresas que utilizem 70% de
insumos nacionais no processo produtivo de seu produto final.

Os subsídios proibidos são específicos por natureza e pressupõem dano. Assim, a aplicação de
medidas compensatórias contra subsídios proibidos não necessita da comprovação de dano,
bastando que fique configurado o subsídio.

3.2.2. Subsídios recorríveis (acionáveis):

Os subsídios recorríveis são aqueles que, embora não sejam proibidos, podem causar efeitos
danosos aos interesses de outros membros da OMC. Subsídios recorríveis são específicos. A
aplicação de medidas compensatórias para combater subsídios acionáveis depende do atendimento
de três requisitos: i) subsídio acionável; ii) dano e; iii) nexo causal.

3.2.3. Subsídios irrecorríveis

Os subsídios irrecorríveis, segundo disposição transitória da normativa multilateral de comércio, são


aqueles que não são específicos. Ao contrário, eles são gerais, isto é, estão disponíveis para a
totalidade dos setores econômicos.

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Cabe destacar que o SCM dispõe que há alguns subsídios específicos que são irrecorríveis. São eles:
i) subsídios destinados a pesquisa e desenvolvimento; ii) subsídios destinados a promover o
desenvolvimento regional e; iii) subsídios destinados ao cumprimento de requisitos ambientais.

Atualmente, toda a regulamentação relativa aos subsídios irrecorríveis não está mais em vigor, já
que o art. 31 do SCM estabelece que “... as disposições do Artigo 8º e do Artigo 9º serão aplicadas
por período de 5 anos a contar a partir da data de entrada em vigor do Acordo Constitutivo da OMC.”
Ora, se uma contribuição financeira for dirigida a todos os setores (for geral), ela perde uma das
características essenciais dos subsídios (a especificidade). Daí a lógica dessa disposição transitória!
De qualquer maneira, é importante que você leve essa classificação para a prova (nunca se sabe o
que passa na cabeça da banca examinadora!)

Na Rodada Doha, discute-se a possibilidade do retorno dos subsídios não-acionáveis ou irrecorríveis.

Contribuição financeira

Concedida por um governo


ou órgão governamental
Subsídio
Representa uma
vantagem

Especificidade

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Vinculados ao desempenho
Subsídios
exportador ou a requisitos de
proibidos
conteúdo nacional

P.S.: há subsídios
Subsídios específicos que
Tipos de subsídio Específicos são irrecorríveis
recorríveis (pesquisa e
desenvolvimento,
desenvolvimento
regional e
exigências
ambientais)
Subsídios
Gerais
irrecorríveis

3.3. INVESTIGAÇÃO E APLICAÇÃO DE MEDIDAS COMPENSATÓRIAS:

A investigação para fins de aplicação de medidas compensatórias segue os mesmos parâmetros


utilizados na investigação antidumping. A abertura da investigação poderá ser realizada de ofício
pela SECEX ou mediante petição da indústria doméstica. Não há previsão de que terceiro país
apresente petição para fins de aplicação de medidas compensatórias.

Para fins de investigação para aplicação de medidas compensatórias, o termo “indústria doméstica”
é entendido como sendo a totalidade dos produtores nacionais do produto SIMILAR, ou como
aqueles, dentre eles, cuja produção conjunta do mencionado produto constitua parcela significativa
da produção nacional total do produto. A investigação somente será aberta caso a petição seja feita
pela indústria nacional ou em seu nome, o que fica caracterizado quando ela for apoiada por
produtores que correspondam a 50% da produção total do produto similar. Ressalte-se que esse
grau de apoio é apurado por meio de pesquisa realizada pela SDCOM.

Para que sejam aplicadas medidas compensatórias, a investigação deve determinar: i) existência de
subsídio proibido, independente de comprovação de dano; ii) existência de subsídio acionável
(recorrível), dano e nexo causal.

A determinação de dano deve ser baseada em evidências positivas e incluir exame objetivo do: i)
volume das importações do produto subsidiado; ii) efeito das importações sobre os preços do
produto similar no Brasil e; iii) impacto dessas importações sobre a indústria doméstica.

A investigação para aplicação de medidas compensatórias tem uma duração de 12 meses, podendo
chegar a 18 meses. Os direitos compensatórios serão aplicados na forma de alíquotas ad valorem

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ou específicas, fixas ou variáveis ou pela conjugação de ambas. As medidas compensatórias terão


duração de 5 (cinco) anos contados da sua aplicação ou da última revisão, podendo ser prorrogadas
mediante requerimento, devidamente fundamentado, formulado pela indústria doméstica ou em
seu nome, por órgãos ou entidades da Administração Pública Federal, ou por iniciativa da SECEX,
desde que demostrado que a extinção dos direitos levaria, provavelmente, à continuação ou à
retomada do subsídio acionável e do dano dele decorrente. Destaque-se que poderá haver várias
prorrogações, por diversos períodos, indefinidamente.

As medidas compensatórias definitivas poderão ter aplicação retroativa. A aplicação retroativa das
medidas compensatórias consiste na possibilidade de que estas sejam cobradas em relação aos
produtos importados que tenham sido despachados para consumo até 90 dias antes da data de
aplicação das medidas compensatórias provisórias.

A aplicação retroativa será possível sempre que se determine, com relação ao produto em questão,
que o dano é causado por importações volumosas, em período relativamente curto, o que levará
provavelmente a prejudicar seriamente o efeito dos direitos compensatórios definitivos aplicáveis.
Destaque-se que não serão cobrados direitos sobre produtos que tenham sido despachados para
consumo antes da abertura da investigação.

Suponha, por exemplo, que no dia 03/05/2013 seja iniciada uma investigação para aplicação de
medidas compensatórias. No dia 03/09/2013, antes de encerrada a investigação, portanto, são
aplicadas medidas compensatórias provisórias. Posteriormente, é encerrada a investigação em
03/05/2014, com aplicação de medidas compensatórias definitivas. Essas medidas compensatórias
(definitivas) poderão retroagir, incidindo nos produtos despachados para consumo até 90 dias antes
da data da aplicação de medidas compensatórias provisórias (ou seja, 90 dias antes de
03/09/2013).

O encerramento de uma investigação para aplicação de medidas compensatórias será encerrada,


sem aplicação de direitos, quando:

a) não houver comprovação de subsídio acionável e dano dele decorrente;

b) o montante de subsídio acionável for “de minimis”;

c) o volume de importações, real ou potencial, do produto subsidiado ou o dano causado for


insignificante.

52. (AFRF-2002.2 - adaptada)

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Quando vinculados às exportações, os subsídios distorcem as condições de concorrência


internacional, o que, de acordo com as normas da Organização Mundial de Comércio (OMC),
faculta ao país afetado adotar medidas compensatórias.

Comentários

Os subsídios vinculados às exportações são proibidos pelas regras da OMC, podendo ser contestados
perante o sistema de solução de controvérsias dessa organização internacional ou mediante a
aplicação de medidas compensatórias.

Gabarito: certa

53. (AFRF – 2003)

O dumping é prática de formação de preços que, caso implique o deslocamento de


competidores em mercados de exportação, passa a ser considerada desleal, consistindo na
concessão de subsídios à produção e à exportação com vistas a elevar a competitividade preço
de um bem exportado.

Comentários

O dumping ocorre quando uma empresa vende para exportação por um preço inferior ao praticado
no mercado interno do país exportador. A questão fez uma mistura entre os conceitos de “dumping”
e de “subsídio”.

Gabarito: errada

54. (MDIC-2009/Área Administrativa)

A importação de um produto poderá estar sujeita, simultaneamente, à aplicação de direito


compensatório e de direito antidumping.

Comentários

Em virtude do que dispõe o art. VI, parágrafo 5º do GATT, a importação de um produto não poderá
estar sujeita, simultaneamente, à aplicação de direitos compensatórios e direitos antidumping.

Gabarito: errada

55. (AFRF-2002.2 - adaptada)

Os direitos compensatórios associam-se à neutralização de medidas restritivas ao comércio


como normas sanitárias, barreiras técnicas e regras de origem quando não compatíveis com
acordos multilaterais.

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Comentários

Os direitos compensatórios associam-se à neutralização dos efeitos de subsídios.

Gabarito: errada

56. (AFRF-2002.2 - adaptada)

Os direitos compensatórios envolvem a aplicação, pelo país importador, de gravames às


importações com o propósito de neutralizar efeitos distorcivos sobre o comércio decorrentes
de medidas de apoio às exportações implementadas no país de que procedem e que ferem a
normativa multilateral.

Comentários

Medidas de apoio à exportação são, por natureza, subsídios. Nesse sentido, os direitos
compensatórios são medidas destinadas a neutralizar os efeitos distorcivos ao comércio causados
pelas medidas de apoio à exportação.

Gabarito: certa

57. (AFRFB 2009)

A concessão de subsídios que sejam vinculados diretamente ao desempenho das exportações


ou ao uso preferencial de insumos e bens domésticos àqueles importados pode ensejar a
abertura de investigação no marco da OMC e a subsequente aplicação de direitos
compensatórios.

Comentários

A concessão de subsídios vinculados ao desempenho exportador e ao uso preferencial de insumos


e bens domésticos é proibida pela normativa multilateral. Dessa forma, essa prática pode motivar a
abertura de investigação e, consequentemente, a aplicação de medidas compensatórias.

Gabarito: certa

58. (AFRF-2000 - adaptada)

Não constitui subsídio permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) os subsídios
de apoio para atividades de pesquisa e para assistência a regiões desfavorecidas.

Comentários

O Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias prevê três tipos de subsídios específicos que
são irrecorríveis: i) destinados a atividades de pesquisa e desenvolvimento; ii) destinados ao

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desenvolvimento regional e; iii) destinados ao cumprimento de requisitos ambientais. Destaque-se,


todavia, que estes subsídios não estão mais em vigor.

Gabarito: errada

59. (AFRF 2000- adaptada)

Para fins de aplicação de medidas compensatórias, a determinação de dano deve implicar um


exame objetivo de volume de importações subsidiadas e o efeito destas sobre os preços no
mercado doméstico para produtos similares.

Comentários

Na análise do dano, deve-se considerar o volume de importações subsidiadas. Com efeito, se o


volume de importações subsidiadas, não há que se falar em dano à indústria nacional.

Gabarito: certa

60. (AFRF-2000 - adaptada)

Para ser iniciada uma investigação para aplicação de direitos compensatórios, é necessário a
determinação da CAMEX.

Comentários

A decisão quanto à abertura de uma investigação para aplicação de medidas de defesa comercial
compete à Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).

Gabarito: errada

61. (AFRF – 2000- adaptada)

Direitos compensatórios só podem ser impostos após uma investigação ter sido iniciada e
conduzida de acordo com os dispositivos do Acordo sobre Medidas Compensatórias.

Comentários

De fato, os direitos compensatórios somente podem ser aplicados após ter sido realizada uma
investigação de acordo com os parâmetros do Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias.

Gabarito: certa

62. (AFRF - 2000 - adaptada)

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Os membros devem assegurar que a imposição de direitos compensatórios sobre qualquer


produto do território de outro membro e que seja importado para dentro de seu território
esteja de acordo com o Artigo VI do Acordo Geral.

Comentários

A imposição de direitos antidumping e direitos compensatórios é regulada, embora de maneira


muito vaga, pelo art. VI do GATT-1947. A regulamentação detalhada desse dispositivo do GATT só
veio “a posteriori”, por meio do Acordo Antidumping (Acordo sobre a Implementação do art. VI do
GATT) e do Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias.

Gabarito: certa

63. (AFRF – 2000 - adaptada)

No caso de subsídios acionáveis que estejam causando dano material à indústria doméstica, o
membro poderá aplicar anti-subsídios.

Comentários

Embora o termo “anti-subsídios” não apareça em nenhum dos acordos celebrados no âmbito da
OMC, ele é muito utilizado pela doutrina como sinônimo de medidas compensatórias.

Com efeito, os anti-subsídios (medidas compensatórias) podem ser aplicados após uma
investigação ter constatado a prática de um subsídio acionável e o dano dele decorrente.

Gabarito: certa

64. (MDIC-2009/Área Administrativa)

O benefício financeiro concedido pelo governo do país exportador, direta ou indiretamente, à


fabricação, à produção, à exportação ou ao transporte de qualquer produto, cuja exportação
ao Brasil cause dano à indústria doméstica, é chamado de subsídio.

Comentários

Subsídio é uma contribuição financeira concedida por um governo ou órgão governamental a um


setor específico da economia que lhe permita auferir uma vantagem. Ele pode ser concedido, direta
ou indiretamente, à fabricação, produção, exportação ou ao transporte de qualquer produto,
possuindo potencial para causar dano à indústria doméstica.

Gabarito: certa

65. (MDIC-2009/Área Administrativa)

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Assim como ocorre em relação às medidas antidumping, não basta provar que existem os
subsídios. É necessário demonstrar o nexo causal entre as importações do produto subsidiado
e o dano à indústria doméstica.

Comentários

A aplicação de medidas antidumping e medidas compensatórias deve ser precedida de investigação,


tendente a determinar a existência de três elementos: DUMPING ou SUBSÍDIO ACIONÁVEL
(conforme o caso!), DANO e NEXO CAUSAL. Recorde-se que, quando tratar-se de subsídio proibido,
já se pressupõe a existência de dano.

Gabarito: certa

66. (AFRF-2002.2 - adaptada)

Os direitos compensatórios objetivam corrigir danos causados à produção doméstica pelo


aumento súbito de importações.

Comentários

Os direitos compensatórios almejam neutralizar o dano provocado à produção doméstica por


subsídios acionáveis concedidos por outro país. O aumento súbito de importações é neutralizado
por meio da aplicação de medidas de salvaguarda.

Gabarito: errada

67. (AFRF-2002.2 - adaptada)

Os direitos compensatórios são aplicados pelo país importador quando comprovada a prática
de dumping pelo país exportador e após estimado o dano causado à indústria doméstica.

Comentários

Os direitos antidumping é que são aplicados quando for comprovada a prática de dumping pelo país
exportador e o dano dele decorrente. Os direitos compensatórios são aplicados para corrigir os
efeitos danosos de subsídios acionáveis ou de subsídios proibidos.

Gabarito: errada

68. (AFRF-2002.2 - adaptada)

Os direitos compensatórios são aplicados pelo país exportador para corrigir danos causados
por medidas restritivas e outras práticas desleais de comércio impostas pelo país importador
sempre que caracterizado o dano à produção nacional deste último.

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Comentários

O examinador tentou confundir a cabeça do aluno! Os direitos compensatórios são aplicados para
corrigir danos causados à indústria doméstica por subsídios acionáveis ou proibidos concedidos por
um país.

Gabarito: errada

69. (Questão Inédita)

Os direitos compensatórios, ao contrário dos direitos antidumping, são aplicados na forma de


alíquotas ad valorem ou específicas, fixas ou variáveis, ou pela conjugação entre ambas, sobre
o valor aduaneiro base CIF.

Comentários

Os direitos compensatórios, assim como os direitos antidumping, serão aplicados na forma de


alíquotas ad valorem ou específicas, fixas ou variáveis ou pela conjugação de ambas.

Gabarito: errada

70. (AFRF 2000- adaptada)

Para fins de aplicação de direitos compensatórios, o termo “dano” deve significar dano
material a uma indústria doméstica, ameaça de dano material ou o retardamento material do
estabelecimento de uma indústria.

Comentários

Tanto para fins de aplicação de direitos antidumping quanto para aplicação de direitos
compensatórios, o termo dano deve ser entendido em sentido amplo, abrangendo: i) dano material
à indústria doméstica; ii) ameaça de dano material à indústria doméstica e; iii) atraso sensível no
estabelecimento de uma indústria.

Gabarito: certa

71. (Questão Inédita)

Segundo o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias, a isenção de impostos indiretos


ou taxas a produtos destinados à exportação é considerada subsídio.

Comentários

A isenção de impostos indiretos ou taxas a produtos destinados à exportação não é considerada


subsídio.

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Gabarito: errada

72. (Questão Inédita)

Os subsídios específicos são irrecorríveis. O país que concede um subsídio que se enquadre
nessa classificação deve notificá-lo como tal à OMC, de forma antecipada à sua aplicação, não
estando sujeito a medidas compensatórias.

Comentários

Os subsídios específicos são recorríveis, isto é, podem ser objeto de medidas compensatórias ou de
contestação perante o sistema de solução de controvérsias da OMC.

Gabarito: errada

73. (Questão Inédita)

A aplicação de medida compensatória requer que seja determinada a existência de subsídio


acionável, de dano à indústria doméstica e de relação causal entre estes, com base em
investigação realizada com essa finalidade.

Comentários

É necessária a determinação pelas autoridades investigadoras de três elementos para a aplicação de


uma medida compensatória: i) subsídio acionável ou recorrível; ii) dano; e iii) nexo causal. Os
subsídios proibidos também dão ensejo à aplicação de medidas compensatórias.

Gabarito: certa

74. (AFRF – 2000 – adaptada)

Uma investigação para fins de aplicação de medidas compensatórias deve ser encerrada se as
autoridades envolvidas estiverem satisfeitas de que não existe evidência suficiente de subsídio
ou de dano.

Comentários

Se não houver comprovação de subsídio acionável e dano dele decorrente, a investigação será
encerrada sem aplicação de direitos compensatórios.

Gabarito: certa

75. (MDIC-2009/Área Administrativa)

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Os direitos compensatórios somente permanecerão em vigor enquanto perdurar a


necessidade de neutralizar o subsídio causador de dano e serão extintos no máximo em cinco
anos, sem possibilidade de prorrogação.

Comentários

De fato, os direitos compensatórios somente permanecerão em vigor enquanto perdurar a


necessidade de neutralizar o subsídio causador de dano. Serão extintos no prazo máximo de 5 (cinco)
anos, podendo ser prorrogados indefinidamente.

Gabarito: errada

76. (Questão Inédita)

Terceiro país poderá apresentar petição para aplicação de medidas compensatórias.

Comentários

Ao contrário do Acordo Antidumping, o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias não


prevê a possibilidade de que um terceiro país apresente petição para aplicação de medidas
compensatórias.

Gabarito: errada

77. (Questão Inédita)

As medidas antidumping e as medidas compensatórias obedecem ao princípio da seletividade


em razão da origem, o que não se aplica às medidas de salvaguarda.

Comentários

As medidas antidumping e medidas compensatórias são seletivas em razão da origem, isto é,


possuem um “alvo” determinado. Já as medidas de salvaguarda incidem sobre um produto,
independentemente de sua origem (são não-seletivas).

Gabarito: certa

3.4. CONTEXTUALIZAÇÃO – SUBSÍDIOS E INDÚSTRIA AUTOMOTIVA:

Uma notícia que muito repercutiu na mídia durante o ano de 2011 foi a questão da elevação do IPI
sobre automóveis. Trata-se de um caso interessante, que nos permitirá entender, na prática, a
aplicação de conceitos por nós já estudados. Vejamos...

Por meio do Decreto nº 7.567/2011, o governo tomou, essencialmente, três medidas:

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a) Elevou a alíquota de IPI sobre automóveis.

b) Concedeu redução de IPI para empresas fabricantes de automóveis no País, desde que
atendidos certos requisitos. Dentre esses requisitos, destaco a obrigatoriedade de que
seus veículos sejam fabricados com, no mínimo, 65% de conteúdo regional.

c) As importações de automóveis originários do MERCOSUL e da ALADI também receberão


a redução do IPI.

Em meu entendimento, a medida adotada pelo governo viola a normativa do sistema multilateral
por diversos motivos:

a) Viola o princípio do tratamento nacional, uma vez que a redução do IPI aplica-se apenas
a empresas fabricantes de automóveis no País. Logo, os automóveis fabricados no Brasil
receberão redução da alíquota do IPI, enquanto os automóveis produzidos em outras
origens não receberão tal redução. E, como vocês já sabem, o princípio do tratamento
nacional impede que os produtos estrangeiros recebam tratamento menos favorável que
os nacionais em termos de tributos e regulamentações internas.

b) Viola a cláusula da nação mais favorecida, uma vez que a redução do IPI se estende aos
países do MERCOSUL e da ALADI, mas não abrange outras origens. E, como vocês também
já sabem, a cláusula da nação mais favorecida prevê tratamento não-discriminatório entre
os membros da OMC. Alguém até poderia dizer:

“Ah, professor, mas existe a exceção do art. XXIV do GATT, que autoriza que os membros da OMC
celebrem acordos regionais que excepcionem a cláusula da nação mais favorecida...”

E eu digo: “Sim. Esse é um argumento a favor da medida. No entanto, de acordo com o parágrafo
4º, do art. XXIV do GATT, “o estabelecimento de uma união aduaneira ou de uma zona de livre
comércio deve ter por finalidade facilitar o comércio entre os territórios constitutivos e não opor
obstáculos ao comércio de outras Partes Contratantes com esses territórios.”

c) Viola o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias. Subsídios são contribuições


financeiras governamentais concedidas a um setor específico da economia. No caso
apresentado, temos uma contribuição financeira governamental (redução do IPI)
concedida a um setor específico da economia (indústria automotiva). Ademais, temos um
subsídio vinculado a requisitos de conteúdo nacional (a empresa deve agregar, em seu
processo produtivo, 65% de conteúdo regional para que possa se beneficiar da redução
do IPI). E, como vocês também já sabem, os subsídios vinculados a requisitos de
conteúdo nacional (regional) são proibidos.

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Note que o volume de importações de 2011 foi igual ao de 2010, mas a produção doméstica em
2011 se reduziu, comparativamente a 2010.

Além disso, o surto de importações deve decorrer da “evolução imprevista das circunstâncias” e
“por efeito das obrigações assumidas”, conforme prevê o art. XIX do GATT:

“Se, em decorrência da evolução imprevista das circunstâncias e por efeito das obrigações
assumidas por uma Parte Contratante em virtude do presente Acordo, incluídas as concessões
tarifárias, as importações de um produto no território da referida Parte Contratante tiverem
aumentado em tal quantidade e se realizem em condições tais que causem ou ameacem
causar um dano grave aos produtores nacionais de produtos similares ou diretamente
concorrentes no seu território, será facultado a essa Parte Contratante, na medida e durante o
tempo que forem necessários para prevenir ou reparar esse prejuízo, suspender, no todo ou em
parte, o compromisso assumido em relação a esse produto, ou retirar ou modificar a
concessão.”

Vamos entender melhor o que significam essas duas expressões!

Ao longo das sucessivas Rodadas de Negociação, os países foram assumindo compromissos de


redução tarifária. Pode ocorrer de esses compromissos terem sido assumidos em um nível tal que o
acesso ao mercado ficou tão facilitado que ocorreu o surto de importações. Daí dizer que o surto de
importações ocorreu “por efeito das obrigações assumidas”.

A “evolução imprevista das circunstâncias”, por sua vez, é uma situação fática que não se poderia
prever e que, em virtude de sua ocorrência, motivou o surto de importações. Um exemplo desse
tipo de situação foi a crise financeira internacional eclodida em 2008.

Quando um membro da OMC toma a decisão de aplicar uma medida de salvaguarda, ele deverá
notificar imediatamente o Comitê de Medidas da Salvaguarda. Um dos objetivos dessa notificação
é proporcionar a oportunidade de que sejam celebradas consultas com os outros membros da OMC
que tenham interesse substancial enquanto exportadores do produto em questão.

Em virtude do fato de que a medida de salvaguarda não tem o objetivo de punir uma prática ilícita,
mas sim proteger à indústria nacional contra um surto de importações de um determinado produto,
nada mais natural do que o país oferecer compensação comercial em relação a outros produtos.
Suponha, por exemplo, que o Brasil decida aplicar medida de salvaguarda contra brinquedos. A
China, por ser uma grande exportadora de brinquedos, é chamada para consultas. Então, o Brasil,
como forma de oferecer compensação comercial, concede uma preferência tarifária para têxteis,
produto que é de interesse chinês.

Para fins de aplicação de medidas de salvaguarda, deve-se considerar como indústria nacional o
conjunto dos produtores de BENS SIMILARES ou DIRETAMENTE CONCORRENTES, estabelecidos no
território brasileiro, ou aqueles cuja produção conjunta de bens similares ou diretamente
concorrentes constitua uma proporção substancial da produção nacional de tais bens. Vale recordar
que, para fins de aplicação de direitos antidumping e direitos compensatórios, considera-se como
indústria nacional a totalidade dos produtores de BENS SIMILARES .

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O prazo de vigência de uma medida de salvaguarda é de 4 (quatro anos), podendo esse prazo ser
estendido por outros 4 (quatro) anos. Os países em desenvolvimento têm, ainda, a prerrogativa de
prorrogar as medidas de salvaguarda por mais 2 (dois) anos além desses prazos. As medidas de
salvaguardas podem ser aplicadas na forma de elevação dos direitos aduaneiros (adicional à TEC) ou
na forma de restrições quantitativas.

As medidas de salvaguarda têm duração de 4 anos, já incluído nesse prazo o período de aplicação
das medidas de salvaguardas provisórias.

Ao contrário das medidas antidumping e compensatórias, as medidas de salvaguarda podem ser


prorrogadas por um único período.

Também existe a possibilidade de que sejam aplicadas medidas de salvaguardas provisórias. Tais
medidas serão aplicadas, exclusivamente, na forma de elevação do imposto de importação (não
podem ser aplicadas na forma de restrições quantitativas) e terão vigência de até 200 dias.

O Decreto nº 1.488/95, que regulamentou a aplicação de medidas de salvaguarda no Brasil,


estabeleceu regras de tratamento especial e diferenciado em favor dos países em desenvolvimento
(PED`s). Segundo o art. 12, do Decreto nº 1.488/95, não se aplicarão medidas de salvaguarda contra
produto procedente de países em desenvolvimento quando:

a) a parcela que lhe corresponde nas importações do produto considerado não for superior
a 3%; e

b) a participação do conjunto dos países em desenvolvimento, com participação nas


importações inferior a 3%, não represente, em conjunto, mais do que 9% das importações
do produto considerado.

4.1. SALVAGUARDAS TRANSITÓRIAS CONTRA A CHINA:

Ao aderir à Organização Mundial de Comércio (OMC), a China se submeteu a várias exigências,


concedendo aos outros membros algumas prerrogativas comerciais. Essas regras especiais foram
consubstanciadas no Protocolo de Acessão da China à OMC e tiveram validade até dezembro de
2013.

Nesse sentido, havia a possibilidade de que fossem aplicadas salvaguardas transitórias contra a
China em condições mais facilitadas que as salvaguardas comuns. Para que fossem aplicadas
salvaguardas transitórias contra a China, deveria ser demonstrado:

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a) aumento de importações de produtos chineses, seja em termos absolutos ou relativos;

b) desorganização ou ameaça de desorganização de mercado (não há necessidade de


demonstrar que há dano grave ou ameaça de dano grave) e;

c) nexo de causalidade entre o aumento das importações e a desorganização do mercado.

Cabe destacar que, ao contrário das salvaguardas comerciais comuns, as salvaguardas transitórias
aplicadas contra a China eram seletivas em razão da origem.

78. (AFRF – 2005)

Os pressupostos de aplicação das medidas de salvaguarda são: (i) surto de importações, (ii)
existência de prejuízo grave à indústria nacional e (iii) nexo causal entre o surto de importações
e o prejuízo grave à indústria nacional. A ameaça de prejuízo grave não é suficiente para dar
ensejo à aplicação de uma medida de salvaguarda.

Comentários

A ameaça de prejuízo (dano) grave pode dar ensejo à aplicação de uma medida de salvaguarda.

Gabarito: errada

79. (AFRF – 2005)

Como medida de defesa comercial que é, a salvaguarda não dá ensejo à compensação


comercial para os países que vierem a ser prejudicados por sua aplicação.

Comentários

As medidas de salvaguarda dão ensejo à compensação comercial aos membros da OMC que tenham
interesse substancial enquanto exportadores do produto em questão.

Gabarito: errada

80. (AFRF – 2005)

O surto de importações, para que possa justificar a salvaguarda, precisa ser verificado em
termos absolutos. Nesse sentido, não basta que o aumento significativo das importações se
verifique apenas em comparação com a produção nacional.

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Comentários

O surto de importações, para fins de aplicação de medidas de salvaguarda, fica caracterizado quando
há aumento significativo das importações em termos absolutos ou em relação à produção nacional
(termos relativos).

Gabarito: errada

81. (TRF-2005)

A medida de defesa comercial que restringe as importações de um determinado produto, cujo


surto de importações esteja causando dano ou ameaça de dano à indústria doméstica, é
denominada medida antidumping.

Comentários

O instrumento de defesa comercial que protege a indústria doméstica contra um surto de


importações é a medida de salvaguarda. As medidas antidumping são aplicadas para neutralizar o
dumping que cause dano à indústria nacional.

Gabarito: errada

82. (TRF – 2005)

A medida de defesa comercial que restringe as importações de um determinado produto, cujo


surto de importações esteja causando dano ou ameaça de dano à indústria doméstica, é
denominada medida compensatória.

Comentários

É pra você não errar nunca mais, ok? O instrumento de defesa comercial que protege a indústria
doméstica contra um surto de importações é a medida de salvaguarda. As medidas compensatórias
são aplicadas para neutralizar os efeitos danosos de um subsídio acionável.

Gabarito: errada

83. (ACE-2002)

Salvaguardas são medidas de defesa comercial que objetivam impedir danos aos setores
produtivos nacionais causados pela prática de dumping.

Comentários

Salvaguardas são aplicadas contra um surto de importações (e não contra o dumping).

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Gabarito: errada

84. (ACE-2002)

Salvaguardas são medidas de defesa comercial que objetivam compensar prejuízos causados à
indústria nacional por importações de produtos que tenham recebido subsídios no país
exportador.

Comentários

Para neutralizar os efeitos danosos de subsídios, devem ser aplicadas medidas compensatórias.

Gabarito: errada

85. (ACE-2002)

Salvaguardas são medidas de defesa comercial que objetivam fornecer proteção temporária à
indústria doméstica, em razão de prejuízos graves ou de ameaça de prejuízo grave decorrentes
do aumento da quantidade de importações.

Comentários

Esse é o exato conceito de medidas de salvaguarda! Trata-se de medida de defesa comercial utilizada
para fazer frente a um surto de importação que cause ou ameace causar prejuízo grave à indústria
nacional. Questão correta!

Gabarito: certa

86. (Questão Inédita)

A medida de salvaguarda é uma medida de defesa comercial que tem como objetivo aumentar,
temporariamente, a proteção a uma indústria doméstica que esteja sofrendo prejuízo grave
ou ameaça de prejuízo grave decorrente do aumento, em quantidade, das importações em
termos absolutos ou em relação à produção nacional, com o intuito de permitir que a indústria
doméstica possa se ajustar, aumentando a sua competitividade.

Comentários

Definição bastante completa de medidas de salvaguarda! O objetivo das medidas de salvaguarda é


permitir que a indústria doméstica possa ajustar-se, aumentando sua competitividade.

Gabarito: certa

87. (Questão Inédita)

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As medidas de salvaguarda, ao contrário das medidas compensatórias e antidumping, não


obedecem ao princípio da seletividade, incidindo sobre produtos importados
independentemente da origem.

Comentários

As medidas de salvaguarda não obedecem ao princípio da seletividade, incidindo sobre produtos


importados independentemente da origem, ao contrário das medidas antidumping e medidas
compensatórias. A razão disso é o objetivo diferente entre essas medidas de defesa comercial.
Enquanto as medidas antidumping e as medidas compensatórias têm por objetivo fazer frente a
práticas desleais de comércio, as medidas de salvaguarda combatem um surto de importações que
cause ou ameace causar dano grave à indústria doméstica.

Gabarito: certa

88. (Questão Inédita)

As medidas de salvaguarda serão sempre aplicadas como elevação do Imposto de Importação


por meio de adicional à Tarifa Externa Comum. A alíquota, assim como no caso dos direitos
antidumping ou medidas compensatórias poderá ser específica ou ad valorem.

Comentários

As medidas de salvaguarda também podem ser aplicadas na forma de restrições quantitativas.

Gabarito: errada

89. (Questão Inédita)

Poderão ser aplicadas, caso haja determinação preliminar da existência de prejuízo grave ou
de ameaça de prejuízo grave e de circunstâncias críticas, onde qualquer demora possa causar
dano de difícil reparação, medidas de salvaguarda provisórias.

Comentários

De fato, existe a possibilidade de aplicação de medidas de salvaguarda definitivas ou provisórias.

Gabarito: certa

90. (Questão Inédita)

A medida de salvaguarda terá vigência de 4 anos, já incluídos nesse período o prazo em que foi
aplicada a medida de salvaguarda provisória.

Comentários

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A vigência das medidas de salvaguardas é de 4 (quatro) anos, já incluído nesse prazo o período em
que estiveram em vigor medidas de salvaguardas provisórias.

Gabarito: certa

91. (Questão Inédita)

As medidas de salvaguarda serão impostas na ocorrência de um surto de importações que


cause ou ameace causar dano à indústria doméstica de bens similares ou ainda cause
retardamento real à sua implantação.

Comentários

Para a aplicação de medidas de salvaguardas não é considerado dano o atraso real na implantação
de uma indústria, ao contrário do que ocorre na aplicação de medidas antidumping e
compensatórias.

Gabarito: errada

92. (Questão Inédita)

A aplicação de medidas de salvaguarda pressupõe o surto de importações, entendido como um


aumento de importações em termos absolutos ou em termos relativos.

Comentários

A aplicação de medidas de salvaguarda tem como pressupostos o surto de importações, o prejuízo


grave ou ameaça de prejuízo grave à indústria nacional e o nexo causal entre o surto de
importações e o prejuízo grave. O surto de importações é entendido como um aumento das
importações em termos absolutos ou em termos relativos.

Gabarito: certa

93. (MDIC-2009/Área Administrativa)

As medidas de salvaguarda, tendo em vista o caráter de protecionismo à indústria doméstica,


costumam vigorar em período superior a dez anos, podendo chegar, em casos especiais, a vinte
ou trinta anos.

Comentários

A vigência das medidas de salvaguarda é de 4 (quatro) anos, podendo esse prazo ser dilatado por
mais 4 (quatro) anos. Os países em desenvolvimento, por sua vez, podem prorrogar por mais 2 (dois)
anos.

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Gabarito: errada

94. (MDIC-2009/Área Administrativa)

As medidas de salvaguarda são aplicadas a um produto se de uma investigação resultar a


constatação de que suas importações aumentaram em tais quantidades, em termos absolutos
ou em relação à produção nacional, e em tais condições de maneira a causar ou ameaçar causar
prejuízo grave à indústria doméstica de bens similares ou diretamente concorrentes.

Comentários

Nessa assertiva, percebem-se vários pontos importantes sobre o conceito de salvaguardas:

a) Medidas de salvaguardas pressupõem um surto de importações (aumento significativo


das importações), seja em termos absolutos ou termos relativos.

b) O surto de importações deve causar ou ameaçar causar dano (prejuízo) grave à indústria
nacional.

c) A indústria nacional a ser considerada, para fins de aplicação de medidas de salvaguarda,


é a produtora de bens similares e diretamente concorrentes. Lembre-se de que, para fins
de aplicação de direitos antidumping e direitos compensatórios, considera-se apenas a
indústria nacional produtora de bens similares.

Por tudo o que comentamos, a questão está correta.

Gabarito: certa

95. (MDIC-2009/Área Administrativa)

As medidas de salvaguarda têm o objetivo de compensar subsídio concedido, pelo governo do


país exportador, direta ou indiretamente, à fabricação, à produção, à exportação ou ao
transporte de qualquer produto, cuja exportação ao Brasil cause dano à indústria doméstica.

Comentários

O instrumento de defesa comercial destinado a neutralizar os efeitos danosos de um subsídio


acionável é a medida compensatória.

Gabarito: errada

96. (MDIC-2009/Área Administrativa)

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Medidas de salvaguarda apenas podem ser aplicadas a produtos que tenham sido alvo de
dumping ou de subsídios, sendo necessária a comprovação de dano à indústria doméstica, bem
como o nexo causal entre o dano e a prática de dumping ou subsídio.

Comentários

Não há nenhuma exigência no sentido de que um produto contra o qual se aplica uma medida de
salvaguarda tenha sido objeto da prática de dumping ou subsídio.

Gabarito: errada

97. (ACE-2008)

A aplicação de medidas de salvaguarda pode assumir a forma de aumento do imposto de


importação ou de restrições quantitativas, sempre com o propósito de prevenir ou reparar
prejuízos à indústria doméstica causados pelo abrupto aumento das importações.

Comentários

Essa foi uma pegadinha das boas! Vejamos:

a) As medidas de salvaguardas podem assumir a forma de aumento do imposto de


importação ou de restrições quantitativas? Sim.

b) As medidas de salvaguarda têm o propósito de prevenir ou reparar prejuízos à indústria


doméstica? Sim. Prevenir quando houver ameaça de dano grave; reparar quando houver
dano grave.

c) As medidas de salvaguarda são sempre aplicadas contra o abrupto aumento das


importações? Não. Elas podem ser aplicadas também contra o aumento das importações
em termos relativos.

Gabarito: errada

98. (AFRF – 2005)

A China, que faz parte da Organização Mundial do Comércio, está sujeita à incidência de
salvaguardas transitórias. Com base no Protocolo de Acessão do país à Organização, não é
necessário o prejuízo grave para que se justifique uma salvaguarda contra a China, bastando,
sob este quesito, a ocorrência ou ameaça de desorganização de mercado provocada pelo surto
de importações chinesas.

Comentários

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Segundo o Protocolo de Acessão da China à OMC, existia a possibilidade, até 31 de dezembro de


2013, de aplicação de salvaguardas especiais contra a China. Nesse sentido, não havia necessidade
de se demonstrar o dano grave ou a ameaça de dano grave causada pelas importações chinesas.
Bastava que fosse demonstrado que o surto de importações chinesas provocou desorganização do
mercado.

Gabarito: certa

99. (AFRFB – 2009)

A imposição de salvaguardas comerciais é justificada quando comprovada a concessão, pelo


país exportador, de subsídios específicos em favor da produção de um bem a ser exportado,
mas é condicionada à efetiva comprovação e determinação do dano causado pelos subsídios à
produção doméstica no país importador.

Comentários

As medidas de salvaguarda são aplicadas contra um surto de importações que cause ou ameace
causar dano grave à indústria nacional (e não contra subsídios!).

Gabarito: errada

100. (AFRFB 2009)

O aumento abrupto de importações provocando grave prejuízo à indústria doméstica faculta a


adoção, pelo país importador, de direitos compensatórios, envolvendo a implementação de
restrições quantitativas e/ou a redução de direitos aduaneiros aplicados às suas exportações
na medida e no tempo necessários para sanar o dano original.

Comentários

Os direitos compensatórios são aplicados contra um subsídio acionável que cause dano à indústria
nacional. O aumento abrupto de importações é neutralizado com medidas de salvaguarda. Em razão
disso, a questão está errada.

Gabarito: errada

101. (AFRF-2005)

A medida de salvaguarda, quando aplicada, deve incidir tão-somente em relação aos países
responsáveis pelo surto de importação no país que adota a medida. A esse respeito, segundo
o Acordo sobre Salvaguardas da OMC, a medida somente pode ser aplicada em relação aos
países cuja participação no mercado do país importador seja igual ou superior a 30% (trinta por
cento) em relação ao produto investigado.

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Comentários

A medida de salvaguarda é não-seletiva em função da origem, o que quer dizer que, quando aplicada
sobre um produto, incide sobre todas as importações desse produto, independentemente da
origem.

Gabarito: errada

102. (AFRFB – 2009)

A adoção de restrições quantitativas às importações, embora proibida pelo Acordo Geral de


Tarifas e Comércio (GATT), é lícita como medida prévia de defesa à prática do dumping,
vigorando provisoriamente até o início de investigação por parte do Órgão de Solução de
Controvérsias da Organização Mundial do Comércio.

Comentários

Os direitos antidumping não podem ser aplicados na forma de restrições quantitativas, ao contrário
das medidas de salvaguarda.

Gabarito: errada

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QUESTÕES COMENTADAS
1. (AFRFB – 2014)

Sobre a aplicação de medidas de defesa comercial no Brasil, é incorreto afirmar que:

a) as medidas de salvaguarda definitivas serão aplicadas exclusivamente como elevação do


imposto de importação, por meio de adicional à TEC, sob a forma de alíquota ad valorem.

b) à Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público (SDCOM), compete examinar a


procedência e o mérito de petições de abertura de investigações de dumping, de subsídios e
de salvaguardas, com vistas à defesa da produção doméstica.

c) as medidas compensatórias têm como objetivo compensar subsídio concedido, direta ou


indiretamente, no país exportador, para a fabricação, produção, exportação ou ao transporte
de qualquer produto, cuja exportação ao Brasil cause dano à indústria doméstica.

d) o conceito de prejuízo grave é relevante para as medidas de salvaguarda, e deve ser


compreendido como a deterioração geral significativa da situação de uma determinada
indústria doméstica.

e) não se aplicarão medidas de salvaguarda contra produto procedente de países em


desenvolvimento, quando a parcela que lhe corresponde nas importações do produto
considerado não for superior a 3% e a participação do conjunto dos países em desenvolvimento
não represente mais do que 9% das importações do produto considerado.

Comentários

Letra A: errada. As medidas de salvaguarda definitivas podem ser aplicada na forma de elevação do
imposto de importação ou de restrições quantitativas.

Letra B: correta. De fato, é a SDCOM que analisa o mérito de petições para a abertura de
investigações de defesa comercial.

Letra C: correta. As medidas compensatórias são aplicadas para neutralizar os efeitos danosos de
subsídios.

Letra D: correta. Um dos requisitos para que seja aplicada uma medida de salvaguarda é a existência
de prejuízo grave (dano grave), assim considerada a “deterioração geral significativa da situação de
uma determinada indústria doméstica” (art. 6º, I, do Decreto nº 1.488/95).

Letra E: correta. Vejamos o que dispõe o art. 12, do Decreto nº 1.488/95:

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Art. 12. Não se aplicarão medidas de salvaguarda contra produto procedente de países em
desenvolvimento:

I- quando a parcela que lhe corresponde nas importações do produto considerado não for superior
a 3%; e

II-quando a participação do conjunto dos países em desenvolvimento, com participação nas


importações inferior a 3%, não represente, em conjunto, mais do que 9% das importações do
produto considerado.

Gabarito: letra A

2. (AFRFB – 2014)

Sobre a aplicação de medidas antidumping, é incorreto afirmar que:

a) compete à Câmara de Comércio Exterior (Camex) homologar ou prorrogar compromissos de


preços.

b) caberá à Secretaria de Comércio Exterior conceder o status de economia de mercado para


fins de defesa comercial.

c) a Camex tem competência para suspender a exigibilidade de direito antidumping definitivo


aplicado, mediante a exigência de depósito em dinheiro ou fiança bancária.

d) considera-se “produto similar” o produto idêntico, igual sob todos os aspectos ao produto
objeto da investigação ou, na sua ausência, outro produto que, embora não exatamente igual
sob todos os aspectos, apresente características muito próximas às do produto objeto da
investigação.

e) a margem de dumping constitui a diferença entre o valor normal e o preço de exportação.

Comentários

Letra A: correta. É competência da CAMEX, conforme art. 2º, inciso II, do Decreto nº 8.058/2013.

Letra B: errada. A concessão do status de economia de mercado para fins de defesa comercial
compete à CAMEX (art. 4º, Decreto nº 8.058/2013).

Letra C: correta. É competência da CAMEX, conforme art. 2º, inciso VII, do Decreto nº 8.058/2013.

Letra D: correta. A definição de “produto similar” está no art. 9º, do Decreto nº 8.058/2013. Produto
similar é o produto idêntico, igual sob todos os aspectos ao produto objeto da investigação ou, na
sua ausência, outro produto que, embora não exatamente igual sob todos os aspectos, apresente
características muito próximas às do produto objeto da investigação.

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Vale destacar que o conceito de “produto similar”, para fins de defesa comercial, é diferente do
conceito de “produto similar”, para fins de valoração aduaneira! ☺

Letra E: correta. É isso mesmo! Margem de dumping é a diferença entre o valor normal e o preço de
exportação.

Gabarito: letra B

3. (AFRFB/2012)

Sobre práticas desleais de comércio e medidas de defesa comercial, é correto afirmar que:

a) a medidas antidumping se materializam na cobrança de valores adicionais quando da


importação do produto objeto da medida.

b) para aplicar uma medida antidumping, é suficiente comprovar a prática de discriminação de


preços em mercados nacionais distintos.

c) o subsídio específico não enseja a aplicação de medidas compensatórias, pois apenas o


subsídio geral é considerado ilegal com base nas regras da OMC.

d) as medidas de salvaguarda, destinadas a proteger a indústria nacional que estejam sendo


afetadas por surtos repentinos de importações de produtos concorrentes, devem vigorar pelo
prazo máximo de seis anos.

e) por se tratar de uma medida que impõe exceção a um comércio que está sendo praticado
de forma leal, a medida de salvaguarda prescinde de processo prévio de investigação.

Comentários

Letra A: correta. As medidas antidumping são uma espécie de sobretaxa aplicada nas importações
do produto objeto da medida. Conforme afirma a questão, elas se materializam na cobrança de
valores adicionais por ocasião da importação.

Letra B: errada. A prática do dumping se caracteriza pela discriminação de preços em mercados


nacionais distintos. A empresa vende um produto para exportação por um preço inferior ao que
pratica no mercado interno. No entanto, para a aplicação de uma medida antidumping, não basta a
comprovação da discriminação de preços; é necessário, além disso, comprovar-se o dano e o nexo
causal.

Letra C: errada. O subsídio específico é acionável e enseja a aplicação de medidas compensatórias.


O subsídio geral é não-acionável.

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Letra D: errada. As medidas de salvaguarda podem vigorar pelo prazo de 4 anos, prorrogáveis por
igual período. No caso de países em desenvolvimento, ainda é possível nova prorrogação, por mais
2 anos.

Letra E: errada. As medidas de salvaguarda são aplicadas, conforme afirma a questão, contra um
surto de importações (e não contra práticas desleais de comércio). No entanto, a aplicação de
medidas de salvaguarda depende de um processo de investigação.

Gabarito: letra A

4. (ACE-2012)

O Acordo sobre a Implementação do Artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 1994
preconiza que uma investigação para determinar a existência, o grau e o efeito de qualquer
dumping será iniciada:

a) pelo Conselho de Comércio de Bens da OMC, por recomendação expressa do Mecanismo de


Revisão de Políticas Comerciais.

b) pela indústria doméstica, em estrita observância dos critérios para determinar a margem de
dumping praticada e o dano causado, encaminhando petição diretamente ao Órgão de Solução
de Controvérsias da OMC.

c) pelo governo do país exportador, com propósito preventivo, quando existirem indícios da
prática de dumping.

d) pelo governo do país cujas exportações tenham sido afetadas pela prática do dumping
mediante petição da indústria doméstica.

e) quando se constatar que o preço do produto exportado é inferior ao preço normal do mesmo
produto ou de seus similares no mercado de destino.

Comentários

Uma investigação para aplicação de direitos antidumping pode ser iniciada de três formas
diferentes: por iniciativa do próprio governo (de ofício), mediante pleito da indústria nacional ou
mediante pleito realizado por terceiro país.

Letra A: errada. A investigação antidumping é um procedimento administrativo interno, realizado


pelo governo do país importador. Assim, não é o Conselho do Comércio de Bens da OMC quem
conduz a investigação.

Letra B: errada. A indústria nacional afetada pela prática do dumping encaminhará petição ao
governo (e não ao Órgão de Solução de Controvérsias da OMC!)

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Letra C: errada. Não é o governo do país exportador quem inicia e conduz a investigação
antidumping, mas sim o governo do país importador.

Letra D: errada. A investigação antidumping é iniciada pelo governo do país importador, cuja
indústria nacional tenha sido afetada pelas importações a preço de dumping. Não são as
exportações da indústria nacional que são afetadas, mas sim as vendas no mercado nacional.

Letra E: errada. O dumping fica caracterizado quando o preço de exportação é inferior ao valor
normal, assim chamado o preço praticado no mercado interno do país exportador. Observando
atentamente o enunciado, verificamos que a banca examinadora chama de valor normal (preço
normal) o preço praticado no mercado de destino (país importador), o que está errado.

Em virtude de todas as alternativas estarem erradas, a questão foi anulada.

Gabarito: Anulada

5. (ACE-2012)

Considerando a aplicação de medidas compensatórias em resposta a práticas de subsídios que


distorcem as condições de concorrência, é correto afirmar que:

a) é de caráter facultativo, cabendo às autoridades do país importador optar pela aplicação ou


não de tais medidas assim como determinar se o montante do direito compensatório deve ser
igual ou menor que a totalidade do subsídio.

b) é obrigatória, uma vez que tenha sido verificada a aplicação de subsídios proibidos, o que
garante a cessação de violação das regras multilaterais.

c) terão caráter retroativo quando não tiverem sido aplicadas medidas provisórias ou
concedida oferta de garantias, pelo exportador, sob a forma de depósito em espécie ou fiança.

d) devem ter duração semelhante àquela em que foram aplicados os subsídios, de forma a
compensar integralmente os danos causados.

e) deve ocorrer, nos montantes apropriados a cada caso, sobre todas as importações do
produto que se beneficiou do subsídio, com sentido não discriminatório, isto é,
desconsiderando-se a procedência das mesmas.

Comentários

Letra A: correta. A aplicação de medidas compensatórias é facultativa. O montante aplicável deve


ser igual ou inferior à totalidade do subsídio. Nos termos do art. 55 do Decreto nº 1751/95, a
expressão "direito compensatório" significa montante em dinheiro igual ou inferior ao montante de

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subsídio acionável apurado, calculado nos termos do art. 14 e aplicado em conformidade com este
artigo, com o fim de neutralizar o dano causado pelo subsídio acionável.

Letra B: errada. A aplicação de medidas compensatórias é facultativa.

Letra C: errada. As medidas compensatórias poderão ser aplicadas de forma retroativa. No entanto,
isso não está condicionado à não-aplicação de medidas provisórias ou à não apresentação de
garantias.

Segundo o art. 64 do Decreto nº 1751/95, poderão ser aplicadas medidas compensatórias


retroativas "apenas em relação aos produtos que tenham sido despachados para consumo, até
noventa dias antes da data de aplicação das medidas compensatórias provisórias, sempre que se
determine, com relação ao produto em questão, que o dano é causado por importações volumosas,
em período relativamente curto, o que levará provavelmente a prejudicar seriamente o efeito dos
direitos compensatórios definitivos aplicáveis."

Letra D: errada. A duração das medidas compensatórias é de 5 anos, prorrogáveis caso se comprove
que sua retirada implicaria na retomada do dano à indústria nacional.

Letra E: errada. A aplicação de medidas compensatórias é seletiva em função da origem.

Gabarito: letra A

6. (ACE-2012)

O acordo sobre a implementação do artigo VI, do Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio de
1994, denominado Acordo Antidumping, estipula regras para a aplicação dessa medida entre
os Membros da OMC. Sobre o Acordo Antidumping, pode-se afirmar que:

a) a determinação de dano deverá incluir exame do volume das importações a preços de


dumping e do consequente impacto de tais importações sobre os produtores nacionais dos
produtos investigados.

b) o termo “indústria doméstica” deve ser interpretado somente como a totalidade dos
produtores nacionais do produto similar.

c) os governos estrangeiros poderão participar da investigação, representando com


exclusividade os seus exportadores do produto similar.

d) tratando-se de interesse público, não será possível manter confidencialidade dos dados
apresentados pela indústria nacional.

e) medidas provisórias poderão ser aplicadas sobre importações no ano imediatamente


anterior à abertura da investigação.

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Comentários

Letra A: correta. A determinação de dano é baseada em evidências positivas, isto é, leva em


consideração provas materiais e inclui exame objetivo: i) do volume das importações a preços de
dumping e do seu efeito sobre os preços de produtos similares no mercado interno; e ii) do impacto
dessas importações sobre os produtores nacionais desses produtos.

Letra B: errada. Considera-se indústria doméstica como sendo a totalidade dos produtores nacionais
do produto similar, ou como aqueles, dentre eles, cuja produção conjunta constitua parcela
significativa da produção nacional total do produto.

Letra C: errada. O governo do país exportador pode participar na condição de parte interessada no
processo de investigação para aplicação de medidas antidumping. No entanto, os exportadores não
podem ser representados exclusivamente por seus governos. Os exportadores estrangeiros podem
destacar representantes legais perante o governo que faz a investigação.

Letra D: errada. As partes interessadas em um processo de defesa comercial podem solicitar que as
informações apresentadas sejam tratadas como de natureza sigilosa.

Letra E: errada. As medidas antidumping provisórias somente podem ser aplicadas após aberta uma
investigação.

Gabarito: letra A

7. (Questão Inédita)

“As medidas antidumping (...) constituem atualmente elemento crucial nas transações
econômicas internacionais. Mantidas como uma das poucas ‘válvulas de escape’ de pressões
protecionistas nacionais, as medidas antidumping se tornaram a arma química na atual guerra
comercial, e a elaboração do Acordo Antidumping da Rodada Uruguai (AARU) as transformou,
conforme assevera Vermulst numa arma efetiva de proteção comercial.”

BARRAL, W. Dumping e comércio internacional: a regulamentação antidumping após a Rodada


Uruguai. Rio de Janeiro: Forense, 2000.

Sobre as medidas antidumping, assinale a alternativa correta:

a) As medidas antidumping podem ser aplicadas diretamente contra as importações de uma


determinada empresa estrangeira.

b) Considera-se prática de dumping a introdução de um bem no mercado doméstico a preço


de exportação inferior ao valor normal, exceto sob o regime de drawback.

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c) A margem de dumping é obtida por meio da comparação entre o preço de exportação e o


valor normal, salvo quando não existirem vendas de produto similar no mercado interno do
país exportador.

d) O dumping fica caracterizado quando uma mercadoria é vendida para exportação por um
preço inferior ao preço de custo, assim considerado aquele resultante do somatório dos
insumos e dos custos administrativos e operacionais incorridos para a fabricação da
mercadoria.

e) Para que seja aplicada uma medida antidumping, é necessário que a autoridade
investigadora nacional determine a intenção predatória da empresa estrangeira.

Comentários

A letra A está correta. De fato, as medidas antidumping podem ser aplicadas contra empresas
específicas de um país.

A letra B está errada. Considera-se prática de dumping a introdução de um bem no mercado


doméstico a preço de exportação inferior ao valor normal, inclusive sob o regime de drawback.

A letra C está errada. A margem de dumping é sempre obtida por meio da comparação entre o valor
normal e o preço de exportação. Quando não houver vendas de produto similar no mercado interno
do país exportador, o que irá ocorrer é a determinação do valor normal por um método alternativo.

A letra D está errada. O dumping ocorre quando o preço de exportação é inferior ao valor normal.

A letra E está errada. A aplicação de uma medida antidumping depende da determinação de apenas
três requisitos: dumping, dano e nexo causal. A intenção predatória é irrelevante para fins de
aplicação de direitos antidumping.

Gabarito: letra A

8. (Questão Inédita)

“O conceito de taxas de câmbio é mencionado nos acordos de antidumping e valoração


aduaneira, mas apenas para indicar que a taxa oficial declarada pelos governos deve ser a taxa
utilizada nas investigações. Com o agravamento do quadro de desalinhamentos cambiais, que
vem opondo EUA e China, inúmeros especialistas vêm se debruçando sobre a questão dos
impactos do câmbio no sistema regulatório do comércio internacional para determinar se tais
desalinhamentos poderiam constituir uma violação das regras da OMC. Várias tentativas de se
utilizar os instrumentos de defesa comercial como antidumping e anti-subsídios para anular os
efeitos do câmbio foram levantadas, mas os resultados parecem juridicamente contestáveis. A
razão desse insucesso é evidente: os instrumentos de defesa comercial não foram negociados

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nem acordados como mecanismos para coibir o uso do câmbio como instrumento de comércio
desleal, base de tais acordos.”

THORSTENSEN, Vera; MARÇAL, Emerson; FERRAZ, Lucas. Impactos do câmbio nos


instrumentos de comércio internacional: o caso das tarifas. Disponível em:

http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/110822 nt004 dinte.pdf

Assinale a alternativa incorreta:

a) A valorização cambial pode anular a proteção concedida pelas tarifas consolidadas por um
país na OMC.

b) A desvalorização cambial, além de representar um incentivo às exportações do país com


moeda desvalorizada, acaba por criar uma tarifa extra sobre suas importações.

c) Os desalinhamentos cambiais prejudicam a previsibilidade e a transparência da estrutura


tarifária de um país.

d) É plenamente possível que sejam aplicadas medidas compensatórias para combater os


efeitos danosos das práticas de desvalorização cambial, que são consideradas subsídios à
exportação.

e) A concessão de subsídios à exportação e de subsídios vinculados a requisitos de conteúdo


nacional é proibida pelas regras do sistema multilateral de comércio, o que nos permite afirmar
que contra essas práticas podem ser aplicadas medidas compensatórias independentemente
da apuração de dano.

Comentários

Letra A: correta. A taxa de câmbio valorizada torna os produtos importados mais baratos. Logo, a
taxa de câmbio valorizada anula a proteção concedida pelas tarifas.

Letra B: correta. A taxa de câmbio desvalorizada incentiva as exportações, uma vez que as
mercadorias exportadas se tornam mais competitivas no mercado internacional. Ademais, a
desvalorização cambial torna os produtos importados mais caros, o que tem efeitos semelhantes ao
de uma “tarifa adicional”.

Letra C: correta. De fato, os desalinhamentos cambiais prejudicam a previsibilidade e a


transparência da estrutura tarifária de um país. Com efeito, uma taxa de câmbio desvalorizada cria
uma proteção adicional, ao passo que o câmbio valoriza anula os efeitos das tarifas.

Letra D: errada. Não podem ser aplicas medidas compensatórias para conter os efeitos danosos de
práticas de desvalorização cambial.

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Letra E: correta. Os subsídios à exportação e os subsídios vinculados a requisitos de conteúdo


nacional são proibidos pelas regras da OMC. Contra os subsídios proibidos podem ser aplicadas
medidas compensatórias independentemente da apuração de dano.

Gabarito: letra D

9. (ACE-2001)

Com relação a processos antidumping, julgue os seguintes itens:

( ) De um modo geral, na maior parte dos países, as autoridades encarregadas da aplicação da


legislação antidumping fazem parte de órgãos especializados da estrutura administrativa dos
governos.

( ) O procedimento administrativo para uma investigação antidumping tem início a partir da


solicitação por parte de um ou mais produtores que se considerem afetados pelas importações,
não importando seu peso relativo na produção nacional.

( ) Mesmo no caso de o dano ao produtor nacional ser considerado de grande magnitude, não
se autoriza a aplicação de medidas compensatórias enquanto não forem processadas as
consultas aos demais produtores, exportadores e importadores.

( ) A caracterização de dano em uma investigação de dumping está associada à relação entre


preços praticados no país de origem e no país de investigação, independentemente do peso
relativo das compras originárias daquele país no total das importações nacionais do produto
em questão.

( ) Para fins de determinação da existência de preços de dumping, deve ser feita comparação
entre os preços de exportação do país objeto de investigação e os preços observados nos
mesmos níveis de comércio e com relação a vendas realizadas em períodos próximos.

Comentários

A primeira assertiva está correta. De fato, na maior parte dos países, as autoridades encarregadas
da aplicação da legislação antidumping fazem parte de órgãos especializados da estrutura
administrativa dos governos. No Brasil, cabe à SDCOM conduzir a investigação e implementar os
mecanismos de defesa comercial. À CAMEX cabe fixar as medidas de defesa comercial.

A segunda assertiva está errada. A petição será indeferida caso os produtos que a tenham assinado
representem menos de 25% da produção nacional do produto similar. Assim, é relevante o peso do
produtor na total da produção nacional.

A terceira assertiva está errada. A aplicação de medidas compensatórias depende da realização de


processo administrativo regular, no qual deve ser dada oportunidade para todas as partes

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interessadas serem ouvidas. Não há que se falar em consultas (negociações) com as partes
interessadas.

A quarta assertiva está errada. Na análise de dano, será considerado insignificante um volume
inferior a 3% por cento das importações pelo Brasil de produto similar, a não ser que os países que,
individualmente, respondam por menos de 3% das importações do produto similar pelo Brasil sejam,
coletivamente, responsáveis por mais de 7% das importações do produto.

A quinta assertiva foi considerada correta. No entanto, considero que ela está incompleta. O correto
seria dizer que para fins de determinação da existência de dumping, deve ser feita comparação entre
o preço de exportação e o preço no mercado de origem, considerando os mesmos níveis de
comércio e vendas realizadas em períodos próximos.

Gabarito: CEEEC

10. (Juiz Federal/TRF-2ª Região/2009)

Com relação à disciplina legal das medidas de salvaguarda, assinale a opção correta.

a) Compete exclusivamente à Secretaria de Comércio Exterior solicitar a aplicação de medida


de salvaguarda.

b) Concluindo a investigação pela improcedência da aplicação de medida de salvaguarda


definitiva, impõe-se a devolução da importância referente à medida de salvaguarda provisória.

c) Independentemente de qualquer obrigação de natureza tributária, serão aplicadas medidas


de salvaguarda provisórias em circunstâncias críticas, definidas em lei.

d) A investigação que vise determinar ameaça de prejuízo grave à indústria doméstica será
baseada em provas subjetivas que apontem indícios do aumento das importações do produto
prejudicial.

e) A elevação do IPI, pelo adicional à tarifa interna comum, constitui uma das hipóteses de
aplicação de medida de salvaguarda definitiva.

Comentários

Letra A: errada. A abertura de uma investigação para aplicação de medidas de salvaguardas poderá
ser feita de ofício ou mediante pleito da indústria nacional.

Letra B: correta. Caso tenham sido aplicadas medidas de salvaguardas provisórias e, ao final da
investigação, não sejam aplicadas medidas de salvaguardas definitivas, o valor recolhido deverá ser
devolvido ao importador.

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Letra C: errada. O erro é dizer “independentemente de qualquer obrigação tributária”. As medidas


de salvaguarda provisórias somente podem ser aplicadas na forma de elevação do imposto de
importação, como um adicional à TEC.

Letra D: errada. A investigação que visa a determinar o prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave
deve ser baseada em provas objetivas.

Letra E: errada. As medidas de salvaguardas definitivas podem ser aplicadas na forma de restrições
quantitativas ou na forma de um adicional à TEC.

Gabarito: letra B

11. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012)

Analise as proposições abaixo e assinale a opção correta:

I. Dumping é a introdução de um bem no mercado doméstico, inclusive sob as modalidades de


drawback, a preço de exportação inferior ao preço efetivamente praticado para o produto
similar nas operações mercantis normais, que o destinem a consumo interno no país
exportador.

II. Direito compensatório é o direito especial percebido com o fim de contrabalançar qualquer
subsídio concedido direta ou indiretamente à fabricação, à produção ou à exportação de
mercadoria.

III. Direito antidumping é o montante em dinheiro, superior à margem de dumping apurada,


calculado mediante a aplicação de alíquotas ad valorem ou específicas, ou pela conjugação de
ambas.

IV. Os direitos antidumping e os direitos compensatórios serão cobrados independentemente


de quaisquer obrigações de natureza tributária relativas à importação dos produtos afetados.

a) Apenas a proposição II está correta.

b) Apenas a proposição IV está correta.

c) As proposições I, II e IV estão corretas.

d) As proposições III e IV estão corretas.

e) Todas as proposições estão corretas.

Comentários

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A primeira assertiva está correta. Esse é o exato conceito de dumping, que se caracteriza pela
introdução de um bem no país por um preço de exportação inferior ao valor normal (preço praticado
no mercado interno do país exportador).

A segunda assertiva está correta. Essa é a definição de medida compensatória, prevista no art. 784,
inciso III, do Regulamento Aduaneiro.

A terceira assertiva está errada. O direito antidumping é o montante em dinheiro igual ou inferior à
margem de dumping.

A quarta assertiva está correta. Os direitos antidumping e os direitos compensatórios são valores
adicionais cobrados sobre uma importação, isto é, são valores que incidem sobre uma importação
além das obrigações tributárias.

Gabarito: letra C

12. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012)

Assinale a afirmação incorreta:

a) Direito antidumping é o montante em dinheiro, igual ou inferior à margem de dumping


apurada, com o fim exclusivo de neutralizar os efeitos danosos das importações objeto de
dumping, calculado mediante a aplicação de alíquotas ad valorem ou específicas, ou pela
conjugação de ambas.

b) Direito compensatório é o direito especial percebido com o fim de contrabalançar subsídio


concedido direta ou indiretamente à fabricação, à produção ou à exportação de mercadoria.

c) Os direitos antidumping ou compensatórios, provisórios ou definitivos, somente serão


aplicados sobre bens despachados para consumo a partir da data da publicação do ato que os
estabelecer, excetuando-se os casos de retroatividade previstos nos Acordos Antidumping e
nos Acordos de Subsídios e Direitos Compensatórios.

d) Compete à Receita Federal do Brasil – RFB – a cobrança e, se for o caso, a restituição dos
direitos antidumping e compensatórios, provisórios ou definitivos, quando se tratar de valor
em dinheiro.

e) Os direitos antidumping e os direitos compensatórios, provisórios ou definitivos, serão


aplicados mediante a cobrança de importância, em moeda estrangeira, que corresponderá ao
percentual da margem de dumping ou do montante de subsídios, apurados em processo
administrativo, nos termos da legislação específica, suficiente para sanar dano ou ameaça de
dano à indústria doméstica.

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Letra A: correta. O direito antidumping é o montante em dinheiro, igual ou inferior à margem de


dumping. Ele é aplicado na forma de alíquotas ad valorem ou específicas, ou pela conjugação de
ambas.

Letra B: correta. Essa é a definição de medida compensatória, prevista no art. 784, inciso III, do
Regulamento Aduaneiro.

Letra C: correta. A regra é que os direitos antidumping e direitos compensatórios sejam cobrados
sobre as mercadorias importadas a partir da data em que for publicado o ato que os estabelecer
(Resolução CAMEX). No entanto, existe, sim, a possibilidade de aplicação retroativa desses direitos.

Letra D: correta. A RFB é responsável pela cobrança das medidas de defesa comercial. Se for o caso,
também compete a ela proceder à restituição.

Letra E: errada. Os direitos antidumping e os direitos compensatórios são aplicados mediante a


cobrança de valores em moeda nacional.

Gabarito: letra E

13. (Questão Inédita)

Assinale a alternativa correta sobre a defesa comercial no âmbito do MERCOSUL:

a) Ainda não existe um Regulamento Comum para aplicação de medidas antidumping pelo
MERCOSUL contra importações de terceiros países.

b) Não é possível a aplicação de medidas antidumping e medidas de salvaguarda no comércio


intra-MERCOSUL, por serem tais restrições incompatíveis com o art. XXIV do GATT.

c) O Mecanismo de Adaptação Competitiva (MAC) permite a adoção de medidas de


salvaguarda no comércio entre os Estados-parte do MERCOSUL.

d) O dumping fica caracterizado quando o preço de exportação é inferior ao custo de produção.

e) Para que sejam aplicadas medidas de salvaguarda, basta que seja demonstrada a ocorrência
de surto de importações.

Comentários

Essa questão exige conhecimentos da aula sobre o MERCOSUL e da aula sobre Defesa Comercial.

Letra A: correta. De fato, ainda não existe um Regulamento Comum para a aplicação de medidas
antidumping pelo MERCOSUL contra terceiros países.

Letra B: errada. São aplicadas medidas antidumping entre os membros do MERCOSUL.

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Letra C: errada. O MAC permite a aplicação de medidas de salvaguarda no comércio bilateral Brasil-
Argentina. Ressalte-se que o MAC não é considerado um mecanismo do MERCOSUL, mas tão-
somente um mecanismo bilateral.

Letra D: errada. O dumping fica caracterizado quando o preço de exportação é inferior ao valor
normal.

Letra E: errada. Para que sejam aplicadas medidas de salvaguarda, não basta que seja demonstrada
a ocorrência de surto de importações. Deve ser demonstrado também que há dano grave à indústria
nacional e nexo causal entre o surto de importações e o dano grave.

Gabarito: letra A

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LISTA DE QUESTÕES Nº 01
1. (ACE-2008)

A característica comum das medidas antidumping e das medidas compensatórias é seu caráter
seletivo, diferenciando-as, nesse sentido, das salvaguardas comerciais, que, por força da razão
pela qual são acionadas, não discriminam os produtos importados pela procedência.

2. (AFRF – 2005)

Para neutralizar a prática do dumping, o país prejudicado pode aplicar uma medida
antidumping, respeitando o princípio da não-seletividade, ou seja, a aplicação da medida
deverá atingir todas as importações do produto em questão, não importando sua procedência.

3. (ACE-2008)

O sistema de defesa comercial brasileiro está organizado essencialmente em torno de duas


instâncias: a Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público, órgão executivo vinculado
à Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, com competência de propor a
abertura e conduzir investigações para a aplicação de medidas antidumping, compensatórias
e de salvaguardas, e de recomendar a aplicação das medidas de defesa comercial previstas nos
acordos da OMC; a CAMEX, cujas competências incluem a aplicação de medidas provisórias e
o encerramento de investigação com aplicação de medidas definitivas.

4. (Questão Inédita)

A abertura de uma investigação de defesa comercial é de competência da Secretaria de


Comércio Exterior. No entanto, a aplicação de medidas provisórias ou definitivas é de
competência da CAMEX.

5. (Questão Inédita)

A competência para o encerramento das investigações sem aplicação de medida de defesa


comercial é do Secretário de Comércio Exterior.

6. (AFRFB-2009)

A prática do dumping consiste na venda de um produto por preço inferior ao custo de produção
de seu similar no mercado de exportação e enseja, de parte do país importador, como forma
de defesa, a imposição de salvaguardas comerciais.

7. (AFRF – 2005)

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Segundo as normas da OMC, pratica dumping a empresa que vende no mercado de outro país
abaixo do seu preço de custo.

8. (AFRF-2002.1)

A venda de uma mercadoria no exterior a preços inferiores aos normalmente praticados no


mercado de origem configura prática comercial denominada dumping.

9. (MDIC-2009/Área Administrativa)

De acordo com o Decreto n.º 8.058/2013, dumping é a introdução de um bem no mercado


doméstico, inclusive sob as modalidades de drawback, a preço de exportação inferior ao valor
praticado no mercado de origem.

10. (AFTN-1998)

Dumping é a introdução de um bem no mercado doméstico por um preço de exportação


inferior ao valor normal, isto é, ao seu preço de custo.

11. (AFRF 2000 – adaptada)

Um produto é exportado com preço de dumping se é introduzido no mercado de outro país


por um valor inferior ao vendido no mercado doméstico.

12. (Questão Inédita)

Considera-se haver prática de dumping, isto é, oferta de um produto no comércio de outro país
a preço inferior a seu valor normal, no caso de o preço de exportação do produto ser inferior
àquele praticado no curso normal das atividades comerciais para o mesmo produto quando
destinado ao consumo no país exportador.

13. (AFRF-2000 - adaptada)

Para fins de cálculo do valor normal, caso não haja a venda de produto similar no mercado
doméstico do país exportador, deve-se comparar com vendas de produtos similares em outros
mercados.

14. (Questão Inédita)

Na análise de dumping, se o produto similar não for objeto de vendas no mercado interno do
país exportador , pode-se utilizar como valor normal exclusivamente o preço de exportação
para terceiro país.

15. (Questão Inédita)

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Considera-se valor normal, para fins de determinação de dumping, o preço efetivamente


praticado para o produto similar nas operações comerciais normais, que o destinem a consumo
interno no país exportador.

16. (AFRF-2005)

Caso não seja possível o cálculo do preço de exportação, ou caso o preço seja duvidoso segundo
os parâmetros da legislação aplicável, o preço de exportação do produto investigado pode ser
construído pela autoridade investigadora para fins de constatação da prática do dumping.

17. (AFRF-2003)

O dumping é considerada prática desleal de comércio e define-se como a determinação do


preço de exportação de uma mercadoria com base nas diferenças entre os custos de produção
nos mercados de origem e de destino.

18. (Questão Inédita)

Na análise de dumping deverá ser comparado o preço de exportação com o valor normal. O
valor normal, por sua vez, é considerado em base FOB.

19. (Questão Inédita)

Não poderão ser aplicados direitos antidumping quando a margem de dumping for inferior ao
“de minimis”.

20. (Questão Inédita)

Margem de dumping é a diferença entre o valor normal e o preço de exportação, devidamente


ajustados, vigentes durante o período estabelecido para investigações de existência de
dumping.

21. (AFRF – 2005)

A aplicação da medida antidumping pode ser feita de modo tanto qualitativo, por meio de um
direito antidumping ad valorem ou específico, ou de modo quantitativo, ou seja, por meio da
definição de uma cota que restrinja o ingresso do produto no mercado do país importador.

22. (Questão Inédita)

A margem de dumping será considerada como de minimis quando, expressa como um


percentual do preço de exportação, for inferior a dois por cento. Nesse caso, quando a margem
de dumping for inferior ao de minimis, não poderão ser aplicados direitos antidumping.

23. (AFRF – 2005)

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Para a aplicação da medida antidumping é necessária a comprovação do dolo específico, ou


seja, do objetivo da empresa estrangeira de eliminar ou restringir a ação da concorrência no
país importador.

24. (AFRF-2000 - adaptada)

Para fins de determinação de dano, é possível afirmar que, com relação aos efeitos das
importações sobre os preços, deve-se observar se o preço dos produtos importados não é
superior ao preço do produto similar nacional e a qualidade de ambos.

25. (AFRF 2000 – adaptada)

A determinação de dano deve estar baseada em evidência positiva em uma investigação para
aplicação de uma medida antidumping.

26. (Questão Inédita)

Para fins de aplicação de direitos antidumping, o dano será entendido como dano material a
uma indústria doméstica, ameaça de dano material a essa indústria ou ainda atraso material
na implantação da mesma.

27. (Questão Inédita)

A determinação de dano perpassa pela análise de uma série de indicadores, devendo ser
avaliada a evolução das importações do produto objeto de dumping e a situação da indústria
doméstica.

28. (Questão Inédita)

Para que seja aplicado um direito antidumping deverá ser comprovado o dumping, dano e nexo
causal.

29. (Questão Inédita)

O Acordo sobre a implementação do art. VI do GATT/94 (Acordo Antidumping) determina que


as importações a preço de dumping devem ser a única causa do dano sofrido pela indústria
doméstica para fins de determinação da relação causal.

30. (AFRF – 2003)

O dumping é admissível na normativa da Organização Mundial do Comércio desde que


devidamente mensurado em sua magnitude e impacto sobre os fluxos de comércio e sempre
que almeje a conquista de mercados onde não há condições equitativas de concorrência.

31. (AFRF – 2003)

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O dumping é incongruente com a normativa da Organização Mundial do Comércio na medida


em que define a formação do preço de um bem exportável em patamares inferiores aos custos
de produção desse mesmo bem nos mercados a que se destina.

32. (AFRF – 2003)

O dumping representa medida considerada distorcida das condições de competição,


consistindo na fixação de um preço de exportação para um determinado bem menor que
aquele praticado no mercado em que este mesmo bem é produzido.

33. (Questão Inédita)

Para que seja aplicado um direito antidumping, provisório ou definitivo, é necessário que seja
determinada a existência de dumping, dano e nexo causal entre os dois.

34. (Questão Inédita)

Para que seja aplicada uma medida antidumping é suficiente que sejam determinados três
elementos: dumping, dano e nexo causal. A intenção em prejudicar a indústria nacional do país
importador não é levada em consideração na determinação do dumping.

35. (MDIC-2009/Área Administrativa)

Caso os resultados da investigação de dumping concluam pela procedência da reclamação, as


autoridades fixarão os direitos antidumping, os quais não deverão ultrapassar três anos,
podendo ser prorrogados caso se comprove que sua extinção levaria à continuação ou
retomada do dumping e do dano dele decorrente.

36. (AFRF – 2000 – adaptada)

Para uma medida antidumping ser adotada, é preciso que haja uma investigação de acordo
com o Acordo Antidumping.

37. (Questão Inédita)

Se o valor do direito antidumping aplicado pela decisão final for superior ao valor do direito
provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, a diferença a maior será exigida do
importador.

38. (Questão Inédita)

O direito antidumping provisório poderá não ser cobrado, sendo prestada garantia a ele
equivalente na forma de fiança bancária ou depósito.

39. (Questão Inédita)

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A petição de abertura de investigação no caso de dumping poderá ser feita pela indústria
doméstica. Essa petição deverá ser indeferida se os produtores que a apóiam responderem por
menos de 25% da produção nacional.

40. (Questão Inédita)

Caso o exportador assuma voluntariamente compromissos satisfatórios de revisão dos preços


ou de cessação das exportações a preços de dumping e desde que as autoridades
investigadoras se convençam de que o compromisso elimina o efeito prejudicial decorrente do
dumping, poderão ser suspensos os procedimentos, sem prosseguimento da investigação.

41. (Questão Inédita)

Se o valor do direito antidumping aplicado pela decisão final for inferior ao valor do direito
antidumping provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, essas importâncias não
serão restituídas.

42. (Questão Inédita)

É obrigatória, antes do início da investigação de dumping, a notificação ao governo do país


exportador da existência de petição devidamente instruída.

43. (Questão Inédita)

A petição para aplicação de medidas antidumping poderá ser apresentada por terceiro país
interessado.

44. (Questão Inédita)

A vigência das medidas antidumping provisórias terá duração não superior a 6 meses.

45. (Questão Inédita)

Todo direito antidumping definitivo será extinto no máximo em cinco anos após a sua
aplicação, ou cinco anos a contar da data da conclusão da mais recente revisão, que tenha
abrangido dumping e dano dele decorrente. Esse prazo poderá, no entanto, ser prorrogado
mediante requerimento da indústria doméstica.

46. (Questão Inédita)

O direito antidumping é o montante em dinheiro, igual ou superior à margem de dumping


apurada, que tem o fim exclusivo de neutralizar os efeitos danosos das importações a preços
de dumping.

47. (Questão Inédita)

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A petição não será considerada como feita “pela indústria doméstica ou em seu nome” quando
os produtores domésticos que manifestaram expressamente apoio à petição representem
menos de vinte e cinco por cento da produção nacional do produto similar durante o período
de investigação de dumping.

48. (MDIC-2009/Área Administrativa - adaptada)

Cabe única e exclusivamente à Confederação Nacional da Indústria (CNI) enviar petição à SECEX
solicitando ampla investigação para aplicação de medidas de defesa comercial, fornecendo,
para tanto, as informações necessárias.

49. (Questão Inédita)

O dumping social é uma modalidade especial de dumping na qual os preços aviltantes são
decorrentes do desrespeito aos direitos humanos com a utilização de mão-de-obra escrava,
infantil ou em condições subumanas.

50. (AFTN-1996)

Nem sempre o dumping é um mal. Há casos em que o país tem grande interesse em importar
certos produtos pelo menor preço possível. Se os produtores de petróleo decidissem baixar os
preços desse insumo através de subsídios, provavelmente nenhum importador iria tomar
alguma medida antidumping. O dumping é considerado predatório quando o mercado é
restrito e não existe concorrente nacional.

51. (AFTN-1996)

Entende-se por “dumping social” a utilização de mecanismos de subsídios à produção e


comercialização de bens cuja produção é feita com mão-de-obra intensiva.

52. (AFRF-2002.2 - adaptada)

Quando vinculados às exportações, os subsídios distorcem as condições de concorrência


internacional, o que, de acordo com as normas da Organização Mundial de Comércio (OMC),
faculta ao país afetado adotar medidas compensatórias.

53. (AFRF – 2003)

O dumping é prática de formação de preços que, caso implique o deslocamento de


competidores em mercados de exportação, passa a ser considerada desleal, consistindo na
concessão de subsídios à produção e à exportação com vistas a elevar a competitividade preço
de um bem exportado.

54. (MDIC-2009/Área Administrativa)

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A importação de um produto poderá estar sujeita, simultaneamente, à aplicação de direito


compensatório e de direito antidumping.

55. (AFRF-2002.2 - adaptada)

Os direitos compensatórios associam-se à neutralização de medidas restritivas ao comércio


como normas sanitárias, barreiras técnicas e regras de origem quando não compatíveis com
acordos multilaterais.

56. (AFRF-2002.2 - adaptada)

Os direitos compensatórios envolvem a aplicação, pelo país importador, de gravames às


importações com o propósito de neutralizar efeitos distorcivos sobre o comércio decorrentes
de medidas de apoio às exportações implementadas no país de que procedem e que ferem a
normativa multilateral.

57. (AFRFB 2009)

A concessão de subsídios que sejam vinculados diretamente ao desempenho das exportações


ou ao uso preferencial de insumos e bens domésticos àqueles importados pode ensejar a
abertura de investigação no marco da OMC e a subsequente aplicação de direitos
compensatórios.

58. (AFRF-2000 - adaptada)

Não constitui subsídio permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) os subsídios
de apoio para atividades de pesquisa e para assistência a regiões desfavorecidas.

59. (AFRF 2000- adaptada)

Para fins de aplicação de medidas compensatórias, a determinação de dano deve implicar um


exame objetivo de volume de importações subsidiadas e o efeito destas sobre os preços no
mercado doméstico para produtos similares.

60. (AFRF-2000 - adaptada)

Para ser iniciada uma investigação para aplicação de direitos compensatórios, é necessário a
determinação da CAMEX.

61. (AFRF – 2000- adaptada)

Direitos compensatórios só podem ser impostos após uma investigação ter sido iniciada e
conduzida de acordo com os dispositivos do Acordo sobre Medidas Compensatórias.

62. (AFRF - 2000 - adaptada)

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Os membros devem assegurar que a imposição de direitos compensatórios sobre qualquer


produto do território de outro membro e que seja importado para dentro de seu território
esteja de acordo com o Artigo VI do Acordo Geral.

63. (AFRF – 2000 - adaptada)

No caso de subsídios acionáveis que estejam causando dano material à indústria doméstica, o
membro poderá aplicar anti-subsídios.

64. (MDIC-2009/Área Administrativa)

O benefício financeiro concedido pelo governo do país exportador, direta ou indiretamente, à


fabricação, à produção, à exportação ou ao transporte de qualquer produto, cuja exportação
ao Brasil cause dano à indústria doméstica, é chamado de subsídio.

65. (MDIC-2009/Área Administrativa)

Assim como ocorre em relação às medidas antidumping, não basta provar que existem os
subsídios. É necessário demonstrar o nexo causal entre as importações do produto subsidiado
e o dano à indústria doméstica.

66. (AFRF-2002.2 - adaptada)

Os direitos compensatórios objetivam corrigir danos causados à produção doméstica pelo


aumento súbito de importações.

67. (AFRF-2002.2 - adaptada)

Os direitos compensatórios são aplicados pelo país importador quando comprovada a prática
de dumping pelo país exportador e após estimado o dano causado à indústria doméstica.

68. (AFRF-2002.2 - adaptada)

Os direitos compensatórios são aplicados pelo país exportador para corrigir danos causados
por medidas restritivas e outras práticas desleais de comércio impostas pelo país importador
sempre que caracterizado o dano à produção nacional deste último.

69. (Questão Inédita)

Os direitos compensatórios, ao contrário dos direitos antidumping, são aplicados na forma de


alíquotas ad valorem ou específicas, fixas ou variáveis, ou pela conjugação entre ambas, sobre
o valor aduaneiro base CIF.

70. (AFRF 2000- adaptada)

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Para fins de aplicação de direitos compensatórios, o termo “dano” deve significar dano
material a uma indústria doméstica, ameaça de dano material ou o retardamento material do
estabelecimento de uma indústria.

71. (Questão Inédita)

Segundo o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias, a isenção de impostos indiretos


ou taxas a produtos destinados à exportação é considerada subsídio.

72. (Questão Inédita)

Os subsídios específicos são irrecorríveis. O país que concede um subsídio que se enquadre
nessa classificação deve notificá-lo como tal à OMC, de forma antecipada à sua aplicação, não
estando sujeito a medidas compensatórias.

73. (Questão Inédita)

A aplicação de medida compensatória requer que seja determinada a existência de subsídio


acionável, de dano à indústria doméstica e de relação causal entre estes, com base em
investigação realizada com essa finalidade.

74. (AFRF – 2000 – adaptada)

Uma investigação para fins de aplicação de medidas compensatórias deve ser encerrada se as
autoridades envolvidas estiverem satisfeitas de que não existe evidência suficiente de subsídio
ou de dano.

75. (MDIC-2009/Área Administrativa)

Os direitos compensatórios somente permanecerão em vigor enquanto perdurar a


necessidade de neutralizar o subsídio causador de dano e serão extintos no máximo em cinco
anos, sem possibilidade de prorrogação.

76. (Questão Inédita)

Terceiro país poderá apresentar petição para aplicação de medidas compensatórias.

77. (Questão Inédita)

As medidas antidumping e as medidas compensatórias obedecem ao princípio da seletividade


em razão da origem, o que não se aplica às medidas de salvaguarda.

78. (AFRF – 2005)

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Os pressupostos de aplicação das medidas de salvaguarda são: (i) surto de importações, (ii)
existência de prejuízo grave à indústria nacional e (iii) nexo causal entre o surto de importações
e o prejuízo grave à indústria nacional. A ameaça de prejuízo grave não é suficiente para dar
ensejo à aplicação de uma medida de salvaguarda.

79. (AFRF – 2005)

Como medida de defesa comercial que é, a salvaguarda não dá ensejo à compensação


comercial para os países que vierem a ser prejudicados por sua aplicação.

80. (AFRF – 2005)

O surto de importações, para que possa justificar a salvaguarda, precisa ser verificado em
termos absolutos. Nesse sentido, não basta que o aumento significativo das importações se
verifique apenas em comparação com a produção nacional.

81. (TRF-2005)

A medida de defesa comercial que restringe as importações de um determinado produto, cujo


surto de importações esteja causando dano ou ameaça de dano à indústria doméstica, é
denominada medida antidumping.

82. (TRF – 2005)

A medida de defesa comercial que restringe as importações de um determinado produto, cujo


surto de importações esteja causando dano ou ameaça de dano à indústria doméstica, é
denominada medida compensatória.

83. (ACE-2002)

Salvaguardas são medidas de defesa comercial que objetivam impedir danos aos setores
produtivos nacionais causados pela prática de dumping.

84. (ACE-2002)

Salvaguardas são medidas de defesa comercial que objetivam compensar prejuízos causados à
indústria nacional por importações de produtos que tenham recebido subsídios no país
exportador.

85. (ACE-2002)

Salvaguardas são medidas de defesa comercial que objetivam fornecer proteção temporária à
indústria doméstica, em razão de prejuízos graves ou de ameaça de prejuízo grave decorrentes
do aumento da quantidade de importações.

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86. (Questão Inédita)

A medida de salvaguarda é uma medida de defesa comercial que tem como objetivo aumentar,
temporariamente, a proteção a uma indústria doméstica que esteja sofrendo prejuízo grave
ou ameaça de prejuízo grave decorrente do aumento, em quantidade, das importações em
termos absolutos ou em relação à produção nacional, com o intuito de permitir que a indústria
doméstica possa se ajustar, aumentando a sua competitividade.

87. (Questão Inédita)

As medidas de salvaguarda, ao contrário das medidas compensatórias e antidumping, não


obedecem ao princípio da seletividade, incidindo sobre produtos importados
independentemente da origem.

88. (Questão Inédita)

As medidas de salvaguarda serão sempre aplicadas como elevação do Imposto de Importação


por meio de adicional à Tarifa Externa Comum. A alíquota, assim como no caso dos direitos
antidumping ou medidas compensatórias poderá ser específica ou ad valorem.

89. (Questão Inédita)

Poderão ser aplicadas, caso haja determinação preliminar da existência de prejuízo grave ou
de ameaça de prejuízo grave e de circunstâncias críticas, onde qualquer demora possa causar
dano de difícil reparação, medidas de salvaguarda provisórias.

90. (Questão Inédita)

A medida de salvaguarda terá vigência de 4 anos, já incluídos nesse período o prazo em que foi
aplicada a medida de salvaguarda provisória.

91. (Questão Inédita)

As medidas de salvaguarda serão impostas na ocorrência de um surto de importações que


cause ou ameace causar dano à indústria doméstica de bens similares ou ainda cause
retardamento real à sua implantação.

92. (Questão Inédita)

A aplicação de medidas de salvaguarda pressupõe o surto de importações, entendido como um


aumento de importações em termos absolutos ou em termos relativos.

93. (MDIC-2009/Área Administrativa)

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As medidas de salvaguarda, tendo em vista o caráter de protecionismo à indústria doméstica,


costumam vigorar em período superior a dez anos, podendo chegar, em casos especiais, a vinte
ou trinta anos.

94. (MDIC-2009/Área Administrativa)

As medidas de salvaguarda são aplicadas a um produto se de uma investigação resultar a


constatação de que suas importações aumentaram em tais quantidades, em termos absolutos
ou em relação à produção nacional, e em tais condições de maneira a causar ou ameaçar causar
prejuízo grave à indústria doméstica de bens similares ou diretamente concorrentes.

95. (MDIC-2009/Área Administrativa)

As medidas de salvaguarda têm o objetivo de compensar subsídio concedido, pelo governo do


país exportador, direta ou indiretamente, à fabricação, à produção, à exportação ou ao
transporte de qualquer produto, cuja exportação ao Brasil cause dano à indústria doméstica.

96. (MDIC-2009/Área Administrativa)

Medidas de salvaguarda apenas podem ser aplicadas a produtos que tenham sido alvo de
dumping ou de subsídios, sendo necessária a comprovação de dano à indústria doméstica, bem
como o nexo causal entre o dano e a prática de dumping ou subsídio.

97. (ACE-2008)

A aplicação de medidas de salvaguarda pode assumir a forma de aumento do imposto de


importação ou de restrições quantitativas, sempre com o propósito de prevenir ou reparar
prejuízos à indústria doméstica causados pelo abrupto aumento das importações.

98. (AFRF – 2005)

A China, que faz parte da Organização Mundial do Comércio, está sujeita à incidência de
salvaguardas transitórias. Com base no Protocolo de Acessão do país à Organização, não é
necessário o prejuízo grave para que se justifique uma salvaguarda contra a China, bastando,
sob este quesito, a ocorrência ou ameaça de desorganização de mercado provocada pelo surto
de importações chinesas.

99. (AFRFB – 2009)

A imposição de salvaguardas comerciais é justificada quando comprovada a concessão, pelo


país exportador, de subsídios específicos em favor da produção de um bem a ser exportado,
mas é condicionada à efetiva comprovação e determinação do dano causado pelos subsídios à
produção doméstica no país importador.

100. (AFRFB 2009)

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O aumento abrupto de importações provocando grave prejuízo à indústria doméstica faculta a


adoção, pelo país importador, de direitos compensatórios, envolvendo a implementação de
restrições quantitativas e/ou a redução de direitos aduaneiros aplicados às suas exportações
na medida e no tempo necessários para sanar o dano original.

101. (AFRF-2005)

A medida de salvaguarda, quando aplicada, deve incidir tão-somente em relação aos países
responsáveis pelo surto de importação no país que adota a medida. A esse respeito, segundo
o Acordo sobre Salvaguardas da OMC, a medida somente pode ser aplicada em relação aos
países cuja participação no mercado do país importador seja igual ou superior a 30% (trinta por
cento) em relação ao produto investigado.

102. (AFRFB – 2009)

A adoção de restrições quantitativas às importações, embora proibida pelo Acordo Geral de


Tarifas e Comércio (GATT), é lícita como medida prévia de defesa à prática do dumping,
vigorando provisoriamente até o início de investigação por parte do Órgão de Solução de
Controvérsias da Organização Mundial do Comércio.

LISTA DE QUESTÕES Nº 02
1. (AFRFB – 2014)

Sobre a aplicação de medidas de defesa comercial no Brasil, é incorreto afirmar que:

a) as medidas de salvaguarda definitivas serão aplicadas exclusivamente como elevação do


imposto de importação, por meio de adicional à TEC, sob a forma de alíquota ad valorem.

b) à Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público (SDCOM), compete examinar a


procedência e o mérito de petições de abertura de investigações de dumping, de subsídios e
de salvaguardas, com vistas à defesa da produção doméstica.

c) as medidas compensatórias têm como objetivo compensar subsídio concedido, direta ou


indiretamente, no país exportador, para a fabricação, produção, exportação ou ao transporte
de qualquer produto, cuja exportação ao Brasil cause dano à indústria doméstica.

d) o conceito de prejuízo grave é relevante para as medidas de salvaguarda, e deve ser


compreendido como a deterioração geral significativa da situação de uma determinada
indústria doméstica.

e) não se aplicarão medidas de salvaguarda contra produto procedente de países em


desenvolvimento, quando a parcela que lhe corresponde nas importações do produto

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considerado não for superior a 3% e a participação do conjunto dos países em desenvolvimento


não represente mais do que 9% das importações do produto considerado.

2. (AFRFB – 2014)

Sobre a aplicação de medidas antidumping, é incorreto afirmar que:

a) compete à Câmara de Comércio Exterior (Camex) homologar ou prorrogar compromissos de


preços.

b) caberá à Secretaria de Comércio Exterior conceder o status de economia de mercado para


fins de defesa comercial.

c) a Camex tem competência para suspender a exigibilidade de direito antidumping definitivo


aplicado, mediante a exigência de depósito em dinheiro ou fiança bancária.

d) considera-se “produto similar” o produto idêntico, igual sob todos os aspectos ao produto
objeto da investigação ou, na sua ausência, outro produto que, embora não exatamente igual
sob todos os aspectos, apresente características muito próximas às do produto objeto da
investigação.

e) a margem de dumping constitui a diferença entre o valor normal e o preço de exportação.

3. (AFRFB/2012)

Sobre práticas desleais de comércio e medidas de defesa comercial, é correto afirmar que:

a) a medidas antidumping se materializam na cobrança de valores adicionais quando da


importação do produto objeto da medida.

b) para aplicar uma medida antidumping, é suficiente comprovar a prática de discriminação de


preços em mercados nacionais distintos.

c) o subsídio específico não enseja a aplicação de medidas compensatórias, pois apenas o


subsídio geral é considerado ilegal com base nas regras da OMC.

d) as medidas de salvaguarda, destinadas a proteger a indústria nacional que estejam sendo


afetadas por surtos repentinos de importações de produtos concorrentes, devem vigorar pelo
prazo máximo de seis anos.

e) por se tratar de uma medida que impõe exceção a um comércio que está sendo praticado
de forma leal, a medida de salvaguarda prescinde de processo prévio de investigação.

4. (ACE-2012)

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O Acordo sobre a Implementação do Artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 1994
preconiza que uma investigação para determinar a existência, o grau e o efeito de qualquer
dumping será iniciada:

a) pelo Conselho de Comércio de Bens da OMC, por recomendação expressa do Mecanismo de


Revisão de Políticas Comerciais.

b) pela indústria doméstica, em estrita observância dos critérios para determinar a margem de
dumping praticada e o dano causado, encaminhando petição diretamente ao Órgão de Solução
de Controvérsias da OMC.

c) pelo governo do país exportador, com propósito preventivo, quando existirem indícios da
prática de dumping.

d) pelo governo do país cujas exportações tenham sido afetadas pela prática do dumping
mediante petição da indústria doméstica.

e) quando se constatar que o preço do produto exportado é inferior ao preço normal do mesmo
produto ou de seus similares no mercado de destino.

5. (ACE-2012)

Considerando a aplicação de medidas compensatórias em resposta a práticas de subsídios que


distorcem as condições de concorrência, é correto afirmar que:

a) é de caráter facultativo, cabendo às autoridades do país importador optar pela aplicação ou


não de tais medidas assim como determinar se o montante do direito compensatório deve ser
igual ou menor que a totalidade do subsídio.

b) é obrigatória, uma vez que tenha sido verificada a aplicação de subsídios proibidos, o que
garante a cessação de violação das regras multilaterais.

c) terão caráter retroativo quando não tiverem sido aplicadas medidas provisórias ou
concedida oferta de garantias, pelo exportador, sob a forma de depósito em espécie ou fiança.

d) devem ter duração semelhante àquela em que foram aplicados os subsídios, de forma a
compensar integralmente os danos causados.

e) deve ocorrer, nos montantes apropriados a cada caso, sobre todas as importações do
produto que se beneficiou do subsídio, com sentido não discriminatório, isto é,
desconsiderando-se a procedência das mesmas.

6. (ACE-2012)

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O acordo sobre a implementação do artigo VI, do Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio de
1994, denominado Acordo Antidumping, estipula regras para a aplicação dessa medida entre
os Membros da OMC. Sobre o Acordo Antidumping, pode-se afirmar que:

a) a determinação de dano deverá incluir exame do volume das importações a preços de


dumping e do consequente impacto de tais importações sobre os produtores nacionais dos
produtos investigados.

b) o termo “indústria doméstica” deve ser interpretado somente como a totalidade dos
produtores nacionais do produto similar.

c) os governos estrangeiros poderão participar da investigação, representando com


exclusividade os seus exportadores do produto similar.

d) tratando-se de interesse público, não será possível manter confidencialidade dos dados
apresentados pela indústria nacional.

e) medidas provisórias poderão ser aplicadas sobre importações no ano imediatamente


anterior à abertura da investigação.

7. (Questão Inédita)

“As medidas antidumping (...) constituem atualmente elemento crucial nas transações
econômicas internacionais. Mantidas como uma das poucas ‘válvulas de escape’ de pressões
protecionistas nacionais, as medidas antidumping se tornaram a arma química na atual guerra
comercial, e a elaboração do Acordo Antidumping da Rodada Uruguai (AARU) as transformou,
conforme assevera Vermulst numa arma efetiva de proteção comercial.”

BARRAL, W. Dumping e comércio internacional: a regulamentação antidumping após a Rodada


Uruguai. Rio de Janeiro: Forense, 2000.

Sobre as medidas antidumping, assinale a alternativa correta:

a) As medidas antidumping podem ser aplicadas diretamente contra as importações de uma


determinada empresa estrangeira.

b) Considera-se prática de dumping a introdução de um bem no mercado doméstico a preço


de exportação inferior ao valor normal, exceto sob o regime de drawback.

c) A margem de dumping é obtida por meio da comparação entre o preço de exportação e o


valor normal, salvo quando não existirem vendas de produto similar no mercado interno do
país exportador.

d) O dumping fica caracterizado quando uma mercadoria é vendida para exportação por um
preço inferior ao preço de custo, assim considerado aquele resultante do somatório dos

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insumos e dos custos administrativos e operacionais incorridos para a fabricação da


mercadoria.

e) Para que seja aplicada uma medida antidumping, é necessário que a autoridade
investigadora nacional determine a intenção predatória da empresa estrangeira.

8. (Questão Inédita)

“O conceito de taxas de câmbio é mencionado nos acordos de antidumping e valoração


aduaneira, mas apenas para indicar que a taxa oficial declarada pelos governos deve ser a taxa
utilizada nas investigações. Com o agravamento do quadro de desalinhamentos cambiais, que
vem opondo EUA e China, inúmeros especialistas vêm se debruçando sobre a questão dos
impactos do câmbio no sistema regulatório do comércio internacional para determinar se tais
desalinhamentos poderiam constituir uma violação das regras da OMC. Várias tentativas de se
utilizar os instrumentos de defesa comercial como antidumping e anti-subsídios para anular os
efeitos do câmbio foram levantadas, mas os resultados parecem juridicamente contestáveis. A
razão desse insucesso é evidente: os instrumentos de defesa comercial não foram negociados
nem acordados como mecanismos para coibir o uso do câmbio como instrumento de comércio
desleal, base de tais acordos.”

THORSTENSEN, Vera; MARÇAL, Emerson; FERRAZ, Lucas. Impactos do câmbio nos


instrumentos de comércio internacional: o caso das tarifas. Disponível em:

http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/110822 nt004 dinte.pdf

Assinale a alternativa incorreta:

a) A valorização cambial pode anular a proteção concedida pelas tarifas consolidadas por um
país na OMC.

b) A desvalorização cambial, além de representar um incentivo às exportações do país com


moeda desvalorizada, acaba por criar uma tarifa extra sobre suas importações.

c) Os desalinhamentos cambiais prejudicam a previsibilidade e a transparência da estrutura


tarifária de um país.

d) É plenamente possível que sejam aplicadas medidas compensatórias para combater os


efeitos danosos das práticas de desvalorização cambial, que são consideradas subsídios à
exportação.

e) A concessão de subsídios à exportação e de subsídios vinculados a requisitos de conteúdo


nacional é proibida pelas regras do sistema multilateral de comércio, o que nos permite afirmar
que contra essas práticas podem ser aplicadas medidas compensatórias independentemente
da apuração de dano.

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9. (ACE-2001)

Com relação a processos antidumping, julgue os seguintes itens:

( ) De um modo geral, na maior parte dos países, as autoridades encarregadas da aplicação da


legislação antidumping fazem parte de órgãos especializados da estrutura administrativa dos
governos.

( ) O procedimento administrativo para uma investigação antidumping tem início a partir da


solicitação por parte de um ou mais produtores que se considerem afetados pelas importações,
não importando seu peso relativo na produção nacional.

( ) Mesmo no caso de o dano ao produtor nacional ser considerado de grande magnitude, não
se autoriza a aplicação de medidas compensatórias enquanto não forem processadas as
consultas aos demais produtores, exportadores e importadores.

( ) A caracterização de dano em uma investigação de dumping está associada à relação entre


preços praticados no país de origem e no país de investigação, independentemente do peso
relativo das compras originárias daquele país no total das importações nacionais do produto
em questão.

( ) Para fins de determinação da existência de preços de dumping, deve ser feita comparação
entre os preços de exportação do país objeto de investigação e os preços observados nos
mesmos níveis de comércio e com relação a vendas realizadas em períodos próximos.

10. (Juiz Federal/TRF-2ª Região/2009)

Com relação à disciplina legal das medidas de salvaguarda, assinale a opção correta.

a) Compete exclusivamente à Secretaria de Comércio Exterior solicitar a aplicação de medida


de salvaguarda.

b) Concluindo a investigação pela improcedência da aplicação de medida de salvaguarda


definitiva, impõe-se a devolução da importância referente à medida de salvaguarda provisória.

c) Independentemente de qualquer obrigação de natureza tributária, serão aplicadas medidas


de salvaguarda provisórias em circunstâncias críticas, definidas em lei.

d) A investigação que vise determinar ameaça de prejuízo grave à indústria doméstica será
baseada em provas subjetivas que apontem indícios do aumento das importações do produto
prejudicial.

e) A elevação do IPI, pelo adicional à tarifa interna comum, constitui uma das hipóteses de
aplicação de medida de salvaguarda definitiva.

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11. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012)

Analise as proposições abaixo e assinale a opção correta:

I. Dumping é a introdução de um bem no mercado doméstico, inclusive sob as modalidades de


drawback, a preço de exportação inferior ao preço efetivamente praticado para o produto
similar nas operações mercantis normais, que o destinem a consumo interno no país
exportador.

II. Direito compensatório é o direito especial percebido com o fim de contrabalançar qualquer
subsídio concedido direta ou indiretamente à fabricação, à produção ou à exportação de
mercadoria.

III. Direito antidumping é o montante em dinheiro, superior à margem de dumping apurada,


calculado mediante a aplicação de alíquotas ad valorem ou específicas, ou pela conjugação de
ambas.

IV. Os direitos antidumping e os direitos compensatórios serão cobrados independentemente


de quaisquer obrigações de natureza tributária relativas à importação dos produtos afetados.

a) Apenas a proposição II está correta.

b) Apenas a proposição IV está correta.

c) As proposições I, II e IV estão corretas.

d) As proposições III e IV estão corretas.

e) Todas as proposições estão corretas.

12. (Exame Despachante Aduaneiro – 2012)

Assinale a afirmação incorreta:

a) Direito antidumping é o montante em dinheiro, igual ou inferior à margem de dumping


apurada, com o fim exclusivo de neutralizar os efeitos danosos das importações objeto de
dumping, calculado mediante a aplicação de alíquotas ad valorem ou específicas, ou pela
conjugação de ambas.

b) Direito compensatório é o direito especial percebido com o fim de contrabalançar subsídio


concedido direta ou indiretamente à fabricação, à produção ou à exportação de mercadoria.

c) Os direitos antidumping ou compensatórios, provisórios ou definitivos, somente serão


aplicados sobre bens despachados para consumo a partir da data da publicação do ato que os

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estabelecer, excetuando-se os casos de retroatividade previstos nos Acordos Antidumping e


nos Acordos de Subsídios e Direitos Compensatórios.

d) Compete à Receita Federal do Brasil – RFB – a cobrança e, se for o caso, a restituição dos
direitos antidumping e compensatórios, provisórios ou definitivos, quando se tratar de valor
em dinheiro.

e) Os direitos antidumping e os direitos compensatórios, provisórios ou definitivos, serão


aplicados mediante a cobrança de importância, em moeda estrangeira, que corresponderá ao
percentual da margem de dumping ou do montante de subsídios, apurados em processo
administrativo, nos termos da legislação específica, suficiente para sanar dano ou ameaça de
dano à indústria doméstica.

13. (Questão Inédita)

Assinale a alternativa correta sobre a defesa comercial no âmbito do MERCOSUL:

a) Ainda não existe um Regulamento Comum para aplicação de medidas antidumping pelo
MERCOSUL contra importações de terceiros países.

b) Não é possível a aplicação de medidas antidumping e medidas de salvaguarda no comércio


intra-MERCOSUL, por serem tais restrições incompatíveis com o art. XXIV do GATT.

c) O Mecanismo de Adaptação Competitiva (MAC) permite a adoção de medidas de


salvaguarda no comércio entre os Estados-parte do MERCOSUL.

d) O dumping fica caracterizado quando o preço de exportação é inferior ao custo de produção.

e) Para que sejam aplicadas medidas de salvaguarda, basta que seja demonstrada a ocorrência
de surto de importações.

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GABARITO – LISTA DE QUESTÕES Nº 01


1. C 27. C 53. E 79. E
2. E 28. C 54. E 80. E
3. C 29. E 55. E 81. E
4. C 30. E 56. C 82. E
5. C 31. E 57. C 83. E
6. E 32. C 58. E 84. E
7. E 33. C 59. C 85. C
8. C 34. C 60. E 86. C
9. C 35. E 61. C 87. C
10. E 36. C 62. C 88. E
11. C 37. E 63. C 89. C
12. C 38. C 64. C 90. C
13. E 39. C 65. C 91. E
14. E 40. C 66. E 92. C
15. C 41. E 67. E 93. E
16. C 42. C 68. E 94. C
17. E 43. C 69. E 95. E
18. E 44. C 70. C 96. E
19. C 45. C 71. E 97. E
20. C 46. E 72. E 98. C
21. E 47. C 73. C 99. E
22. C 48. E 74. C 100. E
23. E 49. C 75. E 101. E
24. C 50. E 76. E 102. E
25. C 51. E 77. C
26. C 52. C 78. E

GABARITO – LISTA DE QUESTÕES Nº 02


1. Letra A 12. Letra E
2. Letra B 13. Letra A
3. Letra A
4. Anulada
5. Letra A
6. Letra A
7. Letra A
8. Letra D
9. CEEEC
10. Letra B
11. Letra C

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