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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO – DOM ALBERTO

NOÇÕES DE COMÉRCIO INTERNACIONAL

SANTA CRUZ DO SUL - RS


SUMÁRIO

NOÇÕES DE COMÉRCIO INTERNACIONAL .................................................. 3

Comércio Internacional .................................................................................. 3

Fundamentos do Comércio Internacional: a teoria das vantagens


comparativas ............................................................................................................ 3

Fatores que explicam as vantagens comparativas ........................................ 5

Determinação da taxa de câmbio .................................................................. 7

A atuação governamental no mercado de divisas: políticas externas ........... 9

Dentre as políticas comerciais externas, podemos destacar as que se


seguem: ................................................................................................................. 10

Fatores determinantes do comportamento das exportações e importações10

Os Organismos Internacionais: A Ordem Mundial no Pós-Guerra .............. 11

A Ordem Econômica Internacional no Pós-Guerra...................................... 12

ACELERAÇÃO DE PROJETOS ..................................................................... 15

1.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 15

1.2 HISTÓRICO........................................................................................... 16

1.3 TÉCNICA DE ACELERAÇÃO TRADICIONAL ...................................... 16

1.4 IMPLICAÇÕES DE ORDEM ESTRATÉGICA........................................ 17

ORÇAMENTO EMPRESARIAL ...................................................................... 18

Controle e Avaliação ................................................................................... 20

Relatórios Financeiros como Instrumento de Comunicação e Controle ...... 20

O Uso de Gráficos ....................................................................................... 20

Resultados Projetados ................................................................................ 21

Contabilidade Gerencial .............................................................................. 21

ESTRATÉGIA EMPRESARIAL ....................................................................... 22

Conceito ...................................................................................................... 22

1
Organização Orientada para a Estratégia ................................................... 24

BIBLIOGRÁFIAS ............................................................................................ 28

2
NOÇÕES DE COMÉRCIO INTERNACIONAL

Comércio Internacional

É o intercambio de bens e serviços entre países, resultante de suas


especializações na divisão internacional do trabalho. Seu desenvolvimento depende
basicamente do nível dos termos de intercambio (ou relações de troca), que se obtém
comparando o poder aquisitivo de dois países que mantenham comércio entre si.

Fundamentos do Comércio Internacional: a teoria das vantagens comparativas

O que leva os países a comercializarem entre si?


A diversidade de possibilidades de produção entre os países combinada as
vantagens comparativas de produzir ao menor custo um produto de melhor qualidade.
Exemplo: Inglaterra tinha vantagens comparativas na produção de tecido e Portugal
em vinho.
O fato de que um país não é autossuficiente em tudo o que precisa. Exporta o
que o que sobra e importa o que falta para atender as necessidades de produção e
consumo.
Os economistas clássicos forneceram a explicação teórica básica para o
comércio internacional através do chamado Princípio das Vantagens Comparativas.
O Princípio das Vantagens Comparativas sugere que cada país deva se
especializar na produção daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente
(ou que tenha um custo relativamente menor). Esta será, portanto, a mercadoria a ser
exportada. Por outro lado, esse mesmo país deverá importar aqueles bens cuja
produção implicar um custo relativamente maior (cuja produção é relativamente
menos eficiente). Desse modo, explica-se a especialização dos países na produção
de bens diferentes, a partir da qual concretiza-se o processo de troca entre eles.
A Teoria das Vantagens Comparativas foi formulada por David Ricardo em
1817.No exemplo construído por esse autor, existem dois países (Inglaterra e
Portugal), dois produtos (tecidos e vinho) e apenas um fator de produção (mão-de-
obra).

3
A partir da utilização do fator trabalho, obtém-se a produção dos bens
mencionados, conforme o quadro a seguir:

Quantidade de Homens/hora para a produção de uma Tecidos Vinho


unidade de mercadoria
Inglaterra 100 120
Portugal 90 80

Em termos absolutos, Portugal é mais produtivo na produção de ambas as


mercadorias. Mas em termos relativos, o custo de produção de tecidos em Portugal é
maior que o da produção de vinho, e, na Inglaterra, o custo da produção de vinho é
maior que o da produção de tecidos. Comparativamente, Portugal tem vantagem
relativa na produção de vinho, e a Inglaterra na produção de tecidos.
Segundo Ricardo, os dois países obterão benefícios ao especializarem-se na
produção da mercadoria em que possuem vantagem comparativa, exportando-a, e
importando o outro bem. Não importa, aqui, o fato de que um país possa ter vantagem
absoluta em ambas as linhas de produção, como é o caso de Portugal, no exemplo
acima.
Todavia, os benefícios da especialização e do comércio podem ser observados
ao se comparar a situação sem e com comércio internacional.
EX: Sem comércio internacional, na Inglaterra são necessárias 100 horas de
trabalho para a produção de 1 unidade de tecido e 120 horas para a produção de 1
unidade de vinho. Desse modo, uma unidade de vinho deve custar 1,2 unidade de
tecido (120/ 100).
Por outro lado, em Portugal, essa unidade de vinho custará 0,89 unidade de
tecido (80/90).
Se houver comércio entre os países, a Inglaterra poderá importar 1 unidade de
vinho por um preço inferior a 1,2 unidade de tecido, e Portugal poderá comprar mais
que 0,89 unidade de tecido vendendo seu vinho.
Assim, por exemplo, se a relação de troca entre o vinho e o tecido for de 1 para
1, ambos os países sairão beneficiados. A Inglaterra em autarquia gastará 120 horas
de trabalho para obter 1 unidade de vinho; com o comércio com Portugal, poderá
utilizar apenas 100 horas de trabalho, produzir 1 unidade de tecido e trocá-la por 1
unidade de vinho, poupando, portanto, 20 horas de trabalho, que poderiam ser
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utilizadas produzindo mais tecidos (obtendo, assim, um maior nível de consumo). 0
mesmo raciocínio vale para Portugal: em vez de gastar 90 horas produzindo 1 unidade
de tecido, poderia usar apenas 80 produzindo 1 unidade de vinho e troca-la no
mercado internacional por 1 unidade de tecido, também economizando 10 horas de
trabalho.
Desse modo, a Inglaterra deverá se especializar na produção de tecidos,
exportando-os e importando vinho de Portugal, que se especializou em tal produção
e passou a importar tecidos. Conclui-se, portanto, que dada uma certa quantidade de
recursos, um país poderá obter ganhos através do comércio internacional, produzindo
aqueles bens que gerarem comparativamente mais vantagens relativas.
A teoria desenvolvida por Ricardo fornece uma explicação para os movimentos
de mercadorias no comércio internacional, a partir da oferta ou dos custos de
produção existentes nesses países. Logo, os países exportarão e se especializarão
na produção dos bens cujo custo for comparativamente menor em relação àqueles
existentes, para os mesmos bens, nos demais países exportadores.
Deve-se destacar que a Teoria das Vantagens Comparativas apresenta a
limitação de ser relativamente estática, não levando em consideração a evolução das
estruturas da oferta e da demanda, bem como das relações de preços entre produtos
negociados no mercado internacional, à medida que as economias se desenvolvem e
seu nível de renda cresce. Utilizando o exemplo anterior, à medida que crescesse o
nível de renda e o volume do comércio internacional, a demanda por tecidos cresceria
mais que proporcionalmente à demanda por vinho, e ocorreria uma tendência à
deterioração da relação de trocas entre Portugal e Inglaterra, favorecendo este último
país.

Fatores que explicam as vantagens comparativas1

A diferença de preços em vigor nos diferentes países é que estimula o comércio


externo, fazendo com que os produtos circulem na direção daqueles onde os preços
são mais elevados, Por sua vez, a diferença de preços se explica pela vantagem

1
Kraemer, Armando. Introdução à economia. Porto Alegre, Sulina, 1977 : Pp.147/148
5
comparativa que permite a certos países, por um conjunto de circunstâncias,
produzirem a custos mais baixos urna série de produtos exportáveis.
Cabe, agora, indagar as razões pelas quais esta vantagem comparativa pode
ser explicada. Os motivos são basicamente dois:
Diferença na dotação de recursos naturais ― Se Portugal e a região do Mosela
produzem bons vinhos é porque as condições de solo e clima permitem o cultivo de
uvas adequadas à fabricação desses vinhos. Se as pradarias americanas e
canadenses proporcionam colheitas abundantes e baratas de trigo é porque a
fertilidade e configuração do solo lhes dão esta vantagem econômica. Algo de
semelhante podemos dizer da lã da Austrália e Nova Zelândia,etc.
Em todos estes casos citados estamos frente à vantagem comparativa
absoluta, que faz com que a produção seja possível a custos muito baixos e
especialmente favorecidos.
Especialização e custos decrescentes ― A especialização conquistada por
longa tradição e os custos decrescentes alcançados mediante a produção em larga
escala podem igualmente explicar as diferenças nos custos comparativos entre
países.
A tradição especializada dos suíços na fabricação de relógios torna-os mais
competitivos na exportação desse produto para o resto do mundo, muito embora
outros países também possam fabricar relógios. Máquinas aperfeiçoadas e de
precisão produzidas por certos países altamente industrializados faz que seus custos
sejam mais baixos e os produtos se tornem exportáveis a preços mutuamente
compensadores.
Assim, os custos decrescentes conseguidos através de tecnologia avançada e
produção em larga escala, explicam o motivo pelo qual a especialização e o comércio
internacional podem tornar-se altamente vantajosos.
Neste caso, as vantagens comparativas existentes são em geral relativas, e
não absolutas. Porém, o importante é que os benefícios subsistem para os parceiros
que realizam as trocas comerciais.

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Determinação da taxa de câmbio

Quando dois países mantêm relações econômicas entre si, entram


necessariamente em jogo duas moedas, exigindo que se fixe a relação de troca entre
ambas. A taxa de câmbio é a medida de conversão da moeda nacional em moeda de
outros países, Pode, também, ser definida como o preço da moeda estrangeira
(divisa) em termos da moeda nacional. Assim, 1 dólar pode custar 0,97 real, 1 libra
pode custar 1,27 real etc.
A determinação da taxa de câmbio pode ocorrer de dois modos:
institucionalmente, através de decisão das autoridades econômicas com fixação
periódica das taxas (taxas fixas de câmbio), ou através do funcionamento do mercado,
onde as taxas flutuam automaticamente, em decorrência das pressões de oferta e
demanda por divisas estrangeiras (taxas flutuantes ou flexíveis).
A demanda de divisas é constituída pelos importadores, que precisam delas
para pagar suas compras no exterior, uma vez que a moeda nacional não é aceita
fora do país, e pela saída de capitais financeiros. O Banco Central recebe do
importador nacional a importância em reais, e troca por moeda estrangeira o valor
correspondente.
A oferta de divisas é realizada tanto pelos exportadores, que recebem moeda
estrangeira em contrapartida de suas vendas, como através da entrada de capitais
financeiros internacionais. Como a divisa não pode ser utilizada internamente, precisa
ser convertida em moeda nacional. Isso é feito pelo Banco Central da seguinte forma:
recebe dos importadores do exterior a quantia em divisas - dólar, por exemplo -,
retendo-as em seus cofres, e paga, ao exportador nacional, em reais, a importância
correspondente.
Uma taxa de câmbio elevada significa que o preço da divisa estrangeira está
alto, ou que a moeda nacional está desvalorizada. Assim, a expressão desvalorização
cambial indica que houve um aumento da taxa de Cambio - maior número de reais
por unidade de moeda estrangeira.
Por sua vez, valorização cambial significa moeda nacional mais forte, isto é,
paga-se menos reais por dólar, por exemplo, e tem-se, em consequência, uma queda
na taxa de câmbio.

7
A taxa de câmbio está intimamente relacionada com os preços dos produtos
exportados e importados e, consequentemente, com o resultado da balança comercial
do país.
Se a taxa de câmbio se encontrar em patamares elevados, estimulará as
exportações, pois os exportadores passarão a receber mais reais pela mesma
quantidade de divisas derivadas da exportação; em consequência, haverá maior
oferta de divisas.
EX: suponhamos uma taxa de cambio de 0,90 real por dólar, e que o exportador
vendia 1.000 unidades de seu produto a 50 dólares cada. Seu faturamento era de
50.000 dólares, ou 45.000 reais. Se o câmbio for desvalorizado em 10%, a taxa de
cambio subirá para 0,99 real o dólar e, vendendo as mesmas 1.000 unidades,
receberá os mesmos 50.000 dólares, só que valendo agora 49.500 reais. Isso
estimulará o exportador a vender mais, aumentando a oferta de divisas.
Do lado das importações, a situação se inverte, pois se os preços dos produtos
importados se elevam, em moeda nacional (os importadores pagarão mais reais pelos
mesmos dólares pagos antes nas importações), haverá um desestímulo às
importações e, consequentemente, uma queda na demanda por divisas.
Uma taxa de câmbio sobrevalorizada (isto é, a moeda nacional encontra-se
valorizada) surte efeito contrário tanto nas exportações como nas importações. Há um
desestímulo às exportações e um estímulo às importações.
A inflação interna e seus efeitos sobre a taxa de cambio
Até aqui analisamos a paridade cambial sem considerarmos os efeitos da
inflação. No entanto, o aumento do nível de preços internos - ocorrência da inflação
provoca uma redução da taxa real de câmbio, ou seja, a taxa nominal permanece a
.mesma, mas com a inflação gera-se, internamente, uma queda no poder aquisitivo
da moeda. Os efeitos da perda de poder aquisitivo são: um desestímulo às
exportações, uma vez que o preço do produto exportado não sofre correção
equivalente à inflação; e um estímulo às importações, já que os bens importados, ao
não serem corrigidos, ficam mais baratos.
Em países com inflação crônica, ocorre um verdadeiro círculo vicioso. 0
aumento da inflação interna em relação à externa, isto é, da relação entre preços
internos e preços externos, encarece os produtos nacionais relativamente aos
estrangeiros, piorando o saldo comercial do país com o resto do mundo. Para

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recuperar as exportações e inibir as importações, o governo desvaloriza o câmbio
nominal. Embora desestimule, no geral, a compra de produtos importados, alguns
produtos essenciais, como petróleo, não terão sua importação diminuída, mas apenas
elevação de seu preço, em moeda nacional. Isso provocará elevação dos custos de
produção, que serão repassados aos preços finais, e temos então caracterizada uma
inflação de custos. A relação entre preços internos e preços externos se eleva
novamente, e o círculo vicioso continua.

A atuação governamental no mercado de divisas: políticas externas

Estudou-se anteriormente a determinação da taxa de câmbio pelas forças de


mercado ― oferta e procura de divisas. No entanto, na maioria dos países,
notadamente naqueles em desenvolvimento, faz-se necessária a intervenção do
governo no mercado de divisas, dada a instabilidade do balanço de pagamentos
nessas economias.
O governo pode atuar através da política cambial ou da política comercial. A
política cambial diz respeito a alterações na taxa de câmbio, enquanto a política
comercial constitui-se de mecanismos que interferem no fluxo de mercadorias e
serviços.
As políticas cambiais mais frequentes são as seguintes:
Regime de taxas fixas de câmbio: 0 Banco Central fixa antecipadamente a taxa
de câmbio, com a qual o mercado deve operar.
Regime de taxas flutuantes ou flexíveis de cambio: A taxa de câmbio é
determinada pelo mercado, através da oferta e da demanda de moeda estrangeira.
Na verdade, em quase todos os países o Banco Central é o principal agente tanto na
compra como na venda de divisas, o que lhe permite praticamente manter a taxa de
cambio nos níveis em que ele deseja. Esse fato também é chamado de flutuação suja,
ou dirty floating.
Regime de bandas cambiais: 0 Banco Central fixa os limites superior e inferior
(uma banda) dentro dos quais a taxa de câmbio pode flutuar.

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Dentre as políticas comerciais externas, podemos destacar as que se seguem:

Alterações das tarifas sobre importações: Se a política adotada visar proteger


a produção interna, como por exemplo no processo de substituição de importações
adotado pela maior parte dos países em desenvolvimento até os anos 70, isso
normalmente é feito através da elevação do imposto de importação e de outros
tributos e taxas sobre os produtos importados. No caso oposto, com a abertura
comercial, ou liberalização das importações, as tarifas sobre produtos importados são
diminuídas.
Regulamentação do comércio exterior: Entraves burocráticos dificultando as
transações com o exterior, bem como o estabelecimento de quotas ou proibições às
importações de determinados produtos, representam barreiras qualitativas às
importações.

Fatores determinantes do comportamento das exportações e importações

Fatores que mais influenciam as exportações e as importações.


Exportações
Por simplificação, consideraremos como moeda estrangeira o dólar. Isso posto,
as exportações agregadas são influenciadas, coeteris paribus, pelas seguintes
variáveis:
Preços externos em dólares: Se os preços de nossos produtos se elevarem no
exterior, as exportações nacionais deverão se elevar.
Preços internos em reais: Uma elevação dos preços internos de produtos
exportáveis pode desestimular as exportações e incentivar a venda no mercado
interno.
Taxa de cambio (reais por dólares): O aumento da taxa de câmbio (isto é, uma
desvalorização cambial) deve estimular as exportações, seja porque nossos
exportadores receberão mais reais pelos mesmos dólares anteriores, seja porque os
compradores externos, com os mesmos dólares anteriores, poderão comprar mais
produtos nacionais.
Renda mundial: Um aumento da renda mundial certamente estimulará o
comércio internacional e, em consequência, as exportações nacionais.

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Subsídios e incentivos às exportações: Subsídios e incentivos às exportações,
sejam de ordem fiscal (isenções de impostos), sejam de ordem financeira (taxas de
juros subsidiadas, disponibilidade de financiamentos etc.), sempre representam um
fator de estímulo às exportações.
Importações: Os principais fatores determinantes do comportamento das
importações agregadas são os seguintes:
Preços externos em dólares: Se os preços dos produtos importados se
elevarem no exterior em dólares, haverá uma retração das importações brasileiras.
Preços internos em reais: Um aumento dos preços dos produtos produzidos
internamente incentivará a compra dos similares no mercado externo, elevando as
importações.
Taxa de cambio (reais por dólares): Uma elevação da taxa de câmbio
(desvalorização cambial) acarretará uma maior despesa aos importadores, pois
pagarão mais reais pelos mesmos produtos antes importados, os quais, embora
mantenham seus preços em dólares, exigirão mais moeda nacional por dólar.
Renda e produto nacional: Enquanto as exportações são mais afetadas pelo
que ocorre com a renda mundial, as importações estão mais relacionadas à renda
nacional. Um aumento da produção e da renda nacional significa que o país está
crescendo e que demandará mais produtos importados, seja na forma de matérias-
primas, bens de capital ou bens de consumo.
Tarifas e barreiras às importações: A imposição de barreiras quantitativas
(elevação das tarifas sobre importações) ou qualitativas (proibição da importação de
certos produtos, estabelecimento de quotas ou entraves burocráticos) ocasionam uma
inibição nas compras de produtos importados.

Os Organismos Internacionais: A Ordem Mundial no Pós-Guerra2

A Segunda Grande Guerra (1939-1945) alterou profundamente a realidade


mundial, 0 conflito mudou os rumos do mundo e da economia. Com as mudanças,
emergiram novos desafios e novos compromissos e alianças. Criou-se uma nova

2
Brum, Argemiro J.. O desenvolvimento econômico brasileiro. 21ª. Vozes RJ/ed. Unijuí. RS. 2000;
Pp50/53
11
estrutura de poder mundial. Ou seja: implantou-se uma nova ordem econômica e uma
nova ordem política.

A Ordem Econômica Internacional no Pós-Guerra

Entende-se por ordem econômica internacional o conjunto critérios e normas


que regulam o jogo econômico e financeiro do mundo. E, por decorrência, os
instrumentos e mecanismos que lhe dão sustentação.
Com a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos consolidaram sua
liderança e hegemonia no mundo, Sob a sua inspiração e orientação realizou-se em
julho de 1944, na cidade turística de Bretto Woods, no Estado de New Hampshire,
EUA, a Conferência Monetária e Financeira Internacional das Nações Unidas e
Associadas. A reunião dos representantes dos países que seriam os vencedores do
conflito teve por finalidade reconstruir a estrutura internacional de comércio e finanças,
ou seja, estruturar a ordem econômica internacional a vigorar no pós-guerra.
O sistema econômico arquitetado em 1944 - e ainda vigente baseou-se
fundamentalmente na supremacia industrial, comercial e financeira dos Estados
Unidos. Diante das enfraquecidas potências europeias, aquele país conseguiu impor
sua visão e seus interesses na nova estrutura de poder, inclusive o dólar como moeda-
padrão do comércio mundial.
Três instrumentos foram criados, na ocasião, com a finalidade de implantar a
nova ordem econômica internacional e dar-lhe sustentação e viabilidade: o Fundo
Monetário Internacional (FMI), o Banco Internacional de Reconstrução e
Desenvolvimento (BIRD) e o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT).
O Fundo Monetário Internacional (FMI): é o órgão encarregado de zelar pela
saúde financeira e da moeda dos países-membros e prestar socorro financeiro
e técnico aos países em dificuldades, mediante a aplicação de normas de ajuste
rigorosamente controladas. A aprovação de programas de ajuste pelo Fundo serve de
sinal verde para a concessão de empréstimos e financiamentos a países necessitados
por parte dos bancos internacionais.
O FMI era também o órgão operacional e de controle do Sistema Monetário de
Bretton Woods, baseado no dólar como moeda-padrão do comércio mundial, nas
taxas fixas de câmbio, na conversibilidade dólar em ouro e na paridade fixa de US$

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35 por onça de ouro. Desde então os EUA tornaram-se o país responsável pela
estabilidade da ordem econômica.
Mas, com a decisão, unilateral, de desvincular o dólar do ouro e de deixar flutuar
sua moeda, tomada em 1971, os Estados Unidos derrubaram uma das colunas
básicas do sistema monetário construído na conferência de Bretton Woods,
provocaram um forte impacto internacional, enfraqueceram o FMI e mostraram ao
mundo a prevalência de seus interesses nacionais sobre as responsabilidades
mundiais do país assumidas em encontro multilateral.
Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) - Banco
Mundial: mais conhecido como Banco Mundial, teve papel relevante no financiamento
da reconstrução dos países capitalistas atingidos pela Segunda Guerra Mundial. No
entanto, mostrou-se tímido e pouco eficaz em relação ao desenvolvimento dos países
do Terceiro Mundo. Atua em estreita sintonia com o FMI, seguindo a mesma
orientação.
Destina-se, hoje, a financiar projetos de longo alcance dos países-membros.
Muitas vezes os empréstimos concedidos pelo Banco Mundial representam apenas
uma parcela do montante necessário à execução de determinado projeto. Nesse caso,
a concessão do empréstimo serve como uma espécie de aval em relação à viabilidade
econômica do mesmo, facilitando a abertura das portas dos bancos privados para
levantar o volume de dinheiro necessário. Outrossim, o Banco Mundial, juntamente
com o FMI, tem importante papel na elaboração de análises da situação e
perspectivas da economia mundial e na definição e implementação das estratégias
macroeconômicas. A concessão de empréstimos é sempre condicionada à
subordinação do país tomador às normas e exigências definidas pelos dois
organismos internacionais.
Organização Mundial do Comércio (OMC): Acordo Geral sobre Tarifas e
Comércio (GATT), hoje Organização Mundial do Comércio (OMC), só foi criado em
1947, numa reunião realizada em Havana, em Cuba, sob a liderança dos Estados
Unidos.
Os participantes da Conferência de Bretton Woods, três anos antes, haviam
decidido criar a Organização Internacional do Comércio, um organismo mais amplo e
com grandes poderes. Mas não foi possível operacionalizar essa decisão, em face
das fortes divergências principalmente entre os Estados Unidos e os países europeus.

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Diante da impossibilidade prática de implementar um organismo abrangente,
conseguiu-se, então, um acordo geral, de caráter mais ou menos provisório e com
poderes limitados, que passou a vigorar a partir de janeiro de 1948. Mas o Congresso
norte-americano negou-se a avalizar a Carta de Havana porque os EUA perderiam o
direito de decidir sua própria política comercial.
Ao GATT foi atribuída a responsabilidade de estabelecer as normas de controle
do comércio mundial de mercadorias, com a função precípua de zelar pelo livre
comércio entre as nações. Apesar da provisoriedade, vigorou durante quase meio
século, mas foi incapaz de assegurar o livre comércio. A diferença de peso econômico
entre os países levava a comportamentos comerciais diferentes.
O GATT perdeu força com o agravamento da crise mundial do capitalismo,
provocado pelos dois choques dos preços do petróleo (1973 e 1979). Os próprios
países altamente industrializados, inclusive os EUA, passaram a adotar políticas
protecionistas, criando barreiras e impedindo ou limitando importações, a fim de
garantir mercado (interno) para seus respectivos produtores. O livre comércio é um
dos princípios básicos do capitalismo industrial, em sua dimensão mundial. Todavia,
no mundo dos negócios, muitas vezes os princípios vigoram de acordo com as
conveniências e a correlação de forças que comandam o jogo econômico mundial em
cada momento histórico.
Mas, na busca de superação da crise dos anos 70 e 80, o capitalismo chegou
a um novo estágio, impulsionado por uma nova revolução tecnológica, pelo avanço
da globalização, pela abertura dos mercados, etc. Em face da nova perspectiva que
se abre, foi possível concretizar a velha ideia de 1944. Depois de vários anos de
árduas negociações, chegou-se à decisão de extinguir o GATT, e substituí-lo, a partir
de 1° de janeiro de 1995, pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
A nova organização é uma instituição permanente, mais estruturada, mais ágil
e com funções ampliadas. Além do comércio de mercadorias, passou também a
normatizar e controlar o intercâmbio de serviços e os aspectos de propriedade
intelectual relacionados com o comércio. Suas decisões e ordenamentos são
totalmente multilaterais, isto é, estendem-se a todos os países-membros.
O sistema econômico internacional está baseado fundamentalmente nesses
três pilares que lhe dão sustentação. Essa ordem econômica internacional está
estruturada a partir do ponto de vista e dos interesses hegemônicos dos países

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altamente industrializados, já avançando na era pós-industrial. Os Estados Unidos
detêm a liderança e a hegemonia, mesmo compartilhando o poder com a União
Europeia e o Japão. Embora esses organismos internacionais sejam integrados por
grande número de países, a orientação geral e as decisões são influenciadas pelos
três centros hegemônicos do capitalismo.
Na atualidade, é do interesse dos centros hegemônicos fortalecer esse tripé de
sustentação da ordem econômica mundial, pois a presença dos organismos
internacionais na operacionalização das estratégias definidas tende a conferir a elas
um caráter eminentemente técnico e de neutralidade, o que facilita sua atenção.

ACELERAÇÃO DE PROJETOS

1.1 INTRODUÇÃO

Competição em nível mundial, inovações tecnológicas, diminuição do ciclo de


vida dos produtos, pressões competitivas, segmentação de mercados. Estas frases,
tão frequentes nas colunas da imprensa especializada em negócios, expressam
claramente a necessidade que as empresas têm, hoje em dia, de anteciparem-se à
concorrência, de atenderem rapidamente aos anseios do mercado. Atitudes que as
empresas verdadeiramente capacitadas devem adotar para obterem e sustentarem
um desempenho superior.
Variedade de produtos a baixo custo e rápida resposta de atendimento aos
clientes são as novas dimensões da vantagem competitiva e as empresas, para se
habilitarem a esses novos requisitos, devem procurar desenvolver novas formas de
administrar seus recursos. Principalmente os custos e o tempo. Os novos imperativos
estratégicos como o gerenciamento pela qualidade total, de proximidade com o cliente
ou da gerência baseada no tempo, impelem as empresas a acelerarem os seus
projetos. Acelerar projetos de desenvolvimento da estratégia, da tecnologia, de novas
formas de administração, de novos produtos e processos.

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1.2 HISTÓRICO

Neste trabalho, o termo projeto (do inglês Project) é usado para designar um
conjunto complexo de atividades, formalmente organizado, que constituem um
empreendimento único, não repetitivo. Como projeto, pode-se entender a construção
de uma hidrelétrica, lançamento de um novo produto, implantação de caixas
automáticos de um determinado banco etc. Todos esses projetos são constituídos de
diversas etapas, utilizam inúmeros recursos e geralmente têm suas restrições de
prazo e de custo. Do planejamento à execução, eles exigirão, por maior que seja a
experiência da equipe, criatividade para o cumprimento dos objetivos pré-
estabelecidos.
Em 1957, surgiu, dentro da linha de pesquisa operacional (1), o método PERT-
CPM que permitia identificar as relações de dependência entre as atividades e o
caminho crítico, isto é, a sequência de atividades que, se sofrer atraso em alguma de
suas componentes, o transmitirá ao término do projeto.
O PERT-CUSTO, surgido em 1962 (2), constitui uma ampliação do PERT-
CPM-TEMPO e leva também em conta o fator custo. Afinal de contas, entre dois
eventos existe uma atividade que para ser executada demanda certa duração, e esta
consome recursos que, consequentemente, acarretam custos. O PERT-CUSTO
permite a simples alocação dos recursos, o nivelamento ou balanceamento dos
recursos e a técnica de aceleração clássica.

1.3 TÉCNICA DE ACELERAÇÃO TRADICIONAL

Para se conseguir a aceleração de um projeto deve-se atuar sobre as


atividades críticas, ou seja, sobre aquelas que compõem o caminho crítico. O caminho
crítico, como se sabe é o caminho de maior duração ou de menor tempo possível de
realização do projeto. A redução dos tempos dessas atividades deve ser realizada de
forma gradativa, a fim de evitar alterações no caminho crítico com o surgimento de
novas atividades críticas. A seguir, os passos que devem ser realizados para atingir
o tempo ótimo, que corresponde ao custo mínimo:
 Acelera-se de uma unidade de tempo a atividade de menor custo
marginal;

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 Calcula-se o novo custo do projeto, somando-se ao inicial o custo
marginal da atividade acelerada.
 Recalculam-se as datas da rede para se verificar se a diminuição de uma
unidade de tempo na duração da atividade acelerada não modificou o
caminho crítico.
 Prossegue-se na operação até que a atividade considerada tenha sido
acelerada ao máximo.
 Escolhe-se entre as atividades críticas restantes, que não foram
aceleradas, a de menor custo marginal e acelera-se essa atividade de
uma unidade de tempo.
 Continua-se o procedimento até que essa atividade tenha sido acelerada
ao máximo, verificando sempre se houve qualquer alteração no caminho
crítico.
 No caso de surgimento de um novo caminho crítico, acelera-se a
atividade que se tornou crítica e também a seguinte, de menor custo
marginal, dos dois caminhos.
 Ao se fazer a aceleração de duas atividades críticas ao mesmo tempo é
necessário verificar se a soma de seus custos é menor que o custo
marginal de outra atividade não acelerada.
 Se não houver outra atividade crítica a acelerar, o processo estará
encerrado. Se houver, e tiver um custo marginal menor, passaria a ser
acelerada, ao invés dos dois caminhos críticos.

1.4 IMPLICAÇÕES DE ORDEM ESTRATÉGICA

A aceleração de projetos, uma das grandes funções do gerenciamento, tem


sua gênese nessa época e ela era acionada, geralmente, de forma reativa, para
corrigir desvios apontados pelo Planejamento.
Hoje, com a intensificação das forças e pressões competitivas, a aceleração de
projetos adquiriu uma nova dimensão estratégica: sai do nível operacional, onde a
ação acontece, e vai para o nível estratégico, para dar sustentação técnica à
formulação das estratégias competitivas modernas, como as baseadas no tempo, na
singularidade e no custo.
17
Segundo Stalk e Hout (3), as implicações de se comprimir o tempo são
significativas. Eles constataram que as empresas japonesas baseadas no tempo têm
a sua produtividade aumentada toda vez que reduzem o lead time de seus produtos,
uma vez que ele é inversamente proporcional às etapas do trabalho-em-
processamento. Estas etapas, aumentando, fazem crescer a produtividade.
Segundo Gracioso (4), na maioria dos negócios, e principalmente naqueles em
que uma parcela significativa dos custos pode ser reduzida através dos efeitos da
escala ou da experiência, vantagens de custo de importância decisiva poderão ser
obtidas através de uma estratégia que vise a acumulação de experiência mais
rapidamente do que a dos demais competidores.
As empresas que atuam com estratégias baseadas no tempo, assim como as
que utilizam estratégias cuja diferenciação está sustentada pela velocidade de
resposta, podem se habilitar a preços-prêmio face ao aumento do valor percebido de
seus produtos pelos clientes.
As empresas que perseguem uma liderança em custos no segmento industrial
que atuam, verão suas estratégias potencializadas pela redução do prazo de entrega
e o aumento da produtividade, o que possibilitará elevar o preço de seus produtos e
consequentemente a margem de lucro.
Reduzindo o tempo, as empresas conseguem reduzir os riscos com o
surgimento de inovações tecnológicas radicais que, segundo Foster (5) podem
inviabilizar indústrias inteiras, e também, riscos com previsões de demandas de longo
prazo, que podem acarretar custos com estoques excedentes.
As empresas atentas ao fator tempo aumentarão a sua participação no
mercado, uma vez que elas melhorarão a sua disponibilidade para o atendimento de
novos clientes. Estes, por sua vez, não terão motivos para mudar de fornecedores.
Fornecedores que antecipam o prazo de entrega de seus produtos e dessa forma
interagem favoravelmente com a cadeia de valores deles, criam barreiras de entrada
para novos fornecedores.

ORÇAMENTO EMPRESARIAL

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O orçamento decorre da definição dos objetivos e é a contrapartida financeira
para a concretização dos mesmos.
Cada área irá elaborar seu orçamento por determinado período. Teremos
então:
 Orçamento financeiro e seus integrantes - fluxo de caixa, orçamento de
investimentos, orçamento de custeio e orçamento de financiamentos;
 Orçamento de marketing – orçamento de vendas, de propaganda, de
incentivos, de P&D;
 Orçamento de produção – orçamento de produção, de compras, manutenção;
 Orçamento RH – orçamento de custeio mão-de-obra, de treinamento, de
recrutamento e seleção, incentivos.
O conjunto de todos esses orçamentos será consolidado pelo setor de Finanças
em 2 relatórios contábeis que projetarão todo o desempenho da empresa naquele
período de planejamento determinado. São eles: Demonstração de Resultados e
Balanço projetados.
Deles serão analisados os índices financeiros de lucratividade, rentabilidade e
demais índices para apresentação aos investidores e proprietários da empresa. Assim
poderá ser analisada a viabilidade econômica da empresa, o seu desempenho e
tomadas as devidas decisões.
Os orçamentos foram lançados numa época em que as grandes questões
consistiam em aumentar a capacidade de produção e gerenciar as operações para
controlar os custos. Os orçamentos ajudavam os gerentes nesses dois processos.
O posicionamento estratégico e o gerenciamento da proposição de valor
diferenciado não eram preocupações ou prioridades como são atualmente.
Com isso, as empresas se concentravam em analisar o desempenho baseado
apenas em números, nos relatórios financeiros. Hoje elas precisam ter, além dos
números, outros controles de desempenho, outros indicadores que as ajudem a
monitorar se estão no caminho certo com sua estratégia de negócios e se os clientes
estão recebendo valor a mais ao fazer negócios com elas do que com a concorrência.
No capítulo sobre estratégia voltaremos ao assunto propondo uma técnica de
avaliação do desempenho do negócio baseado não só em números.

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Controle e Avaliação

O controle e avaliação orçamentária se dão através dos balancetes


mensais ou trimestrais onde comparasse o previsto com o realizado e então se
procede às devidas análises para verificar erros e acertos e promover devidos ajustes
para o próximo período intermediário antes do final do período total para o qual foi
feito o orçamento.
Também será cobrado do responsável pela execução uma explicação
ou justificativa dos desvios ocorridos para devidas conclusões e ajustes de rotas.

Relatórios Financeiros como Instrumento de Comunicação e Controle

Para serem úteis ao Planejamento, as informações contábeis devem ser:


 Entregues a pessoa certa;
 Entregues em prazo hábil para se tomar decisões;
 Compreendidas por quem irá usa-las;
 Relevantes ao fato em análise;
 Padronizadas e simples;
 Consolidadas em relatórios globais.

O Uso de Gráficos

Sem dúvida o uso de gráficos para transmitir informações é de grande utilidade.


Pode-se mostrar com um gráfico (imagem) o que seria preciso 1.000 palavras para
fazer o mesmo. O uso de planilhas eletrônicas torna muito prática a elaboração de
relatórios e gráficos financeiros.

250

200

150

100

50

0
jan/02 fev/02 mar/02 abr/02 mai/02 jun/02

20
Resultados Projetados

Uma vez feitos todos os planos de cada área da empresa, podemos consolida-
los em um plano total que projetaria o desempenho da empresa para determinado
período projetado (ou orçado).
Partindo da projeção de vendas e das decisões de investimentos para o período
orçado temos os demais planos: orçamento de produção, de Marketing, de Finanças
e de RH. Como temos então previsão de vendas e previsão de todos os custos e
despesas podemos projetar um resultado (lucro) esperado para o período:
Com base no balanço podemos obter os índices financeiros e avaliar o
desempenho da empresa. Por exemplo, se acharmos um valor para o retorno sobre
patrimônio líquido (valor do lucro líquido dividido pelo valor do patrimônio liquido) de
7%, esse valor poderá ser aceitável ou não pelos proprietários.
Caberá então aos planejadores reformular os planos e estratégias para então
conseguir o valor desejado.

Contabilidade Gerencial

Como vimos até agora, é imprescindível para se fazer um bom planejamento


termos informações precisas para se projetar e avaliar objetivos empresariais.
A empresa deverá implantar:
Plano de Contas – geralmente elaborado por um contador, mas deve ter um
enfoque gerencial para gerar informações também gerenciais;
Centro de Custos – é a divisão da empresa e seus departamentos em centros
de custos para identificação de um responsável pelos mesmos e organização das
informações para gerar análises devidas;
Uso de software de gestão empresarial – a informatização do processo será
muito útil para se conseguir organizar, armazenar e disponibilizar as informações
necessárias ao processo de planejamento.

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ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

Conceito

strategos = a arte do general.


A estratégia é uma concepção ou esquema delineado para que os objetivos
possam ser alcançados.
É a escolha da alternativa que melhor combine tempo, risco, habilidades e
recursos da empresa e deve assegurar a consecução da missão e busca da visão.
A ideia de estratégia está ligada à questão “como” na definição de objetivos.
A estratégia diz respeito a como a empresa vai realizar a visão que foi
proposta.
A formulação de uma estratégia requer:
Uma avaliação e compreensão do ambiente externo – mercado, concorrentes
e relacionamentos;
Conhecimento profundo do ambiente interno – pontos fortes e fracos, estrutura,
capital intelectual, recursos financeiros e tecnologia;
Detectar ou criar a vantagem competitiva da empresa. Vantagem competitiva é
como a empresa se diferencia da concorrência e como essa diferenciação é percebida
em termos de valor pelos clientes.
As organizações desenvolvem planos para seu futuro e também extraem
padrões de seu passado. Temos então estratégia pretendida e estratégia realizada.
Nem sempre a estratégia realizada será a pretendida, pois o mundo real exige pensar
à frente e também alguma adaptação durante o processo.
A estratégia pretendida plenamente realizada é chamada de deliberada. Já
aquela realizada, mas que não era pretendida, é chamada de emergente.
Assim a estratégia eficaz é aquela que se mistura de maneira que reflita as
condições existentes e reaja a eventos inesperados.
Algumas considerações sobre estratégia:

 A estratégia fixa a direção

A estratégia mapeia o curso de uma organização para que navegue tranquila


no seu ambiente. Porém, deve-se ter o cuidado para que ela não oculte perigos

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potenciais. Seguir um curso pré-determinado em águas desconhecidas pode levar ao
encontro de um iceberg. Embora a direção seja importante, às vezes é melhor
movimentar-se devagar, pouco a pouco, olhando para o lado para que o curso possa
ser mudado de um instante para outro.
 A estratégia focaliza o esforço

A estratégia promove a coordenação das atividades e o esforço localizado


gerando um “pensamento grupal”. Porém, pode não haver visão periférica para abrir
outras possibilidades.
 A estratégia define a organização

A estratégia provê significado e uma forma de se entender o que faz a


organização. Porém, defini-la em excesso pode levar à simplicidade perdendo-se
assim a rica complexidade do sistema.
 O pensamento estratégico como visão

Pensar estrategicamente significa ter uma visão do futuro, ver à frente.


Porém qualquer boa visão do futuro tem de estar enraizada na compreensão
do passado. Então, é preciso ver atrás.
Mas é preciso ver de cima, ver o todo. Olhar para as árvores e ver a floresta.
Só que a floresta vista de cima parece um tapete e quando se está no chão, ela já não
parece mais ser um tapete. Por isso é preciso ver em baixo.
Agora o estrategista precisa ver diferente das outras pessoas. Ser criativo. Às
vezes contestar a sabedoria convencional. Então precisa ver ao lado. Mas há muitas
ideias criativas no mundo e além de ver ao lado, o estrategista precisa ver além. Ver
além não é o mesmo que ver à frente. É construir o futuro, inventar um mundo que do
contrário não existiria.
A implementação da estratégia, ou seja, a colocação em prática de uma
estratégia tem sido o maior desafio para as empresas. Uma pesquisa na década de
80 entre consultores revelou que menos de 10% das estratégias formuladas com
eficácia foram implementadas com êxito.
O grande problema é que as empresas precisam de novos tipos de sistemas
gerenciais concebidos para gerenciar estratégias. As empresas ainda estão sendo
gerenciadas como eram na economia industrial. Ou seja, as empresas criavam valor
a partir de ativos tangíveis, mediante a transformação da matéria-prima em produto
23
acabado. Um estudo do Brookings Institute de 1982 mostrou que o valor contábil dos
ativos tangíveis representava 62% do valor de mercado de uma empresa. Estudos
recentes mostram que o valor contábil dos ativos tangíveis corresponde agora a
apenas 10 ou 15% do valor de mercado.
Também essas empresas operavam sob- rigoroso controle central e por
meio de departamentos funcionais. A estratégia era desenvolvida no topo e
implementada por meio de gerentes que na maioria das vezes não participavam do
processo e não entendiam a finalidade ou não se comprometiam com as mesmas.

Organização Orientada para a Estratégia

Como então deve ser o novo modelo de implantação de estratégia? No livro


Organização Orientada para a Estratégia, Ed. Campus, dos autores Robert Kaplan e
David Norton, é proposto um novo modelo chamado de Balanced Scorecard.
Na economia da era industrial dominada por ativos tangíveis as mensurações
financeiras eram adequadas para registrar o desempenho da empresa. Assim
estoques, investimentos fixos, despesas e receitas eram bem demonstrados nos
balanços patrimoniais.
Na nova economia na qual os ativos intangíveis se tornaram a principal fonte
de vantagem competitiva, exige-se ferramentas que avaliem os ativos com base no
conhecimento, poder da marca e estratégias criadoras de valor.
Também os novos modelos de negócio baseiam-se em unidades
descentralizadas e que precisam de autonomia aliado ao fato da rapidez das
mudanças na tecnologia, na concorrência e na legislação exigirem também rapidez
de tomada de decisões.
As empresas de hoje necessitam de uma linguagem clara para a comunicação
da estratégia que assegure que todos entenderam e que a estratégia se torne tarefa
cotidiana de todos. Os 5 princípios fundamentais são:
Traduzir a estratégia em termos operacionais;
Alinhar a organização com a estratégia;
Transformar a estratégia em tarefa cotidiana de todos;
Converter a estratégia em processo contínuo e
Mobilizar a mudança por meio de uma liderança forte e eficaz.

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O método propõe a mensuração da estratégia adotada, desvinculando da
análise apenas financeira de resultados. Outras perspectivas de análise que não a
financeira têm sido adotadas ao longo do tempo, como controle da qualidade total,
gestão de relacionamento com os clientes, gestão de recursos humanos com o
empowerment que dá poder aos empregados para resolver problemas, mas não são
representativas porque cada uma representa apenas um componente da rede de
atividades e processos gerenciais responsáveis pelo desempenho superior da
empresa.
As organizações focalizadas na estratégia usam o Balanced Scorecard para
inserir a estratégia no centro dos processos gerenciais. Isso é possível porque
descreve as estratégias de maneira consistente e fornece um referencial de ação aos
gerentes, bem como um referencial de gerenciamento e avaliação de desempenho.
Assim ao definir com clareza a estratégia, comunica-la de maneira consistente
e conecta-la aos vetores de mudança, fomenta-se uma nova cultura baseada no
desempenho que vincula todos na empresa às estratégias.
O Balanced Scorecard fornece referencial de análise da estratégia sob quatro
diferentes perspectivas:
Financeira – a estratégia de crescimento, rentabilidade e risco sob a
perspectiva do acionista;
Cliente – a estratégia de criação de valor e diferenciação, sob a perspectiva do
cliente;
Processos de negócio internos – as prioridades estratégicas de vários
processos de negócio que criam satisfação para os clientes e acionistas;
Aprendizado e crescimento – as prioridades para o desenvolvimento de um
clima propício à mudança organizacional, à inovação e ao crescimento.
Assim, o Balanced Scorecard focaliza toda a organização na estratégia.
O BSC é eficiente porque é mais que uma ferramenta de formulação da
estratégia, é uma ferramenta para viabilizar a sua implementação. O BSC faz com que
a gestão estratégica se torne realidade para a organização.

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As Relações de Causa e Efeito no BSC

Todo indicador do BSC faz parte de uma cadeia de relações de causa e efeito
que termina em objetivos financeiros. Assim o BSC não é um conjunto de objetivos
isolados ou conflitantes. Ele mostra a relação de causa e efeito no mapa estratégico.
O BSC faz analisar o mercado e que cliente deseja alcançar, verificando a
produção e pontos críticos no processo de atendimento das necessidades desses
clientes. E também avalia se na organização existem funcionários adequados e
preparados para cumprir a missão da empresa.

O BSC possibilita:

 Que a estratégia seja desdobrada em objetivos para cada uma das


perspectivas,
 Estabelecimento de indicadores de desempenho para cada objetivo, permitindo
ao executivo verificar se o mesmo está sendo atingido,
 Que o executivo tenha feed- back de suas ações,
 Que se crie e dissemine uma cultura de desdobramento da estratégia,
 A existência de uma cultura de aliança dentro da organização,
 Criar a cultura de retenção dos funcionários na empresa

O Uso de Indicadores

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O BSC é um sistema de gestão baseado no mapa estratégico e suas 4
perspectivas e no uso de indicadores de desempenho. Esses indicadores são
referentes aos objetivos que se pretende alcançar. Acompanhar e avaliar esses
indicadores pressupõe-se estar acompanhando a execução dos objetivos. A
quantidade de indicadores deve ser a menor possível para não haver sobrecarga de
informação.
Os indicadores:
 Refletem fatores chaves, ou críticos, dos quais dependem o sucesso da
estratégia,
 Evidenciam como os objetivos não financeiros influenciam os resultados
financeiros,
 São direcionadores – mostram o progresso dos fatores críticos da estratégia,
 Estão interligados numa cadeia de relação causa/efeito.

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BIBLIOGRÁFIAS

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e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. MEDEIROS, João
Bosco; ANDRADE, Maria Margarida. Manual de elaboração de referências
bibliográficas: a nova NBR 6023:2000 da ABNT: exemplos e comentários. São Paulo:
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INTERNACIONAL NOVO MUNDO NOS TRÓPICOS, 2009, Recife. Anais... Recife:
Fundação Gilberto Freyre, 2000. 1 CD-ROM.

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