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de Empresas
Docente: Maria Mineiro
Turma FCC2
CORTICEIRA
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .................................................................................. 4
Missão, valores e objetivos ....................................................................................... 4
Dimensão ................................................................................................................. 4
Setor de atividade .................................................................................................... 5
Concorrência ............................................................................................................ 6
Cadeia de Valor ........................................................................................................ 7
DIAGNÓSTICO............................................................................................................... 9
CAGR ........................................................................................................................ 9
Return on Assets (ROA) .......................................................................................... 10
Return on Equity (ROE) ........................................................................................... 11
Return on Invested Capital (ROIC) .......................................................................... 12
Tipo de negócio ...................................................................................................... 13
Análise do modelo CVR ........................................................................................... 13
Equilíbrio Financeiro ............................................................................................... 14
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INTRODUÇÃO
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CARACTERIZAÇÃO DA
EMPRESA
A Corticeira Amorim é uma empresa com mais de 150 anos que se dedica à
transformação de produtos de cortiça, sendo a líder mundial do setor. Através desta
transformação, desenvolveu-se em cinco unidades de negócio: rolhas, matérias-primas,
revestimentos, aglomerados compósitos e isolamentos.
Dimensão
De acordo com o relatório anual consolidado de 2021, a Corticeira Amorim está
presente em 28 países, apresentando 27 unidades industriais, 56 empresas de
distribuição e 12 joint-ventures. Salienta-se ainda, o facto de potenciar o
desenvolvimento de novos postos de trabalho, uma vez que esta representa 71% dos
trabalhadores em Portugal, o que equivale a, aproximadamente, 4.642 trabalhadores. A
Corticeira Amorim tem cerca de 29.000 clientes em mais de 100 países, contribuindo
para um volume de vendas de, aproximadamente, 838 milhões de euros.
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Setor de atividade
A Corticeira Amorim insere-se no setor da cortiça, sendo esta a sua principal
atividade.
Este setor desempenha um papel particularmente importante a nível
económico, social e ambiental. Portugal apresenta como vantagem a extensa área
florestal do país, ocupando 22% da mesma com a árvore nacional, o sobreiro. O
território nacional detém um terço da área global de sobreiros, revelando-se o maior
produtor de cortiça no mundo e responsável por 50% da transformação mundial.
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As exportações portuguesas de cortiça atingiram um valor de 1.133 milhões de
euros em 2021, representando um crescimento de 12% face ao período homólogo e, de
7% face a 2019.
As exportações portuguesas de cortiça, os seus derivados e produtos no 2º
trimestre de 2022, atingiram 343,5 milhões de euros, um novo máximo trimestral.
Concorrência
Na rivalidade entre os concorrentes, a empresa tem de ter em conta critérios
como o número de concorrentes, as características de cada um, o nível de publicidade,
o grau de diferenciação, entre outros. Esta pode resultar numa guerra de preços, mas
também uma corrida pela inovação e mais agressividade no marketing.
Quanto à concorrência no setor da cortiça, esta é pouco significativa, uma vez
que a Corticeira Amorim é a grande líder do mercado. Em 1989, os seus produtos já
representavam cerca de 34% das exportações portuguesas e, atualmente, excedem em
mais de metade as exportações de toda a indústria. Além disso, a Corticeira Amorim
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contribui mais para a economia portuguesa do que as restantes empresas do setor
juntas.
A indústria da cortiça engloba um elevado número de empresas tanto em
Portugal, como no resto do mundo, existindo assim diversas empresas a atuar na
indústria da transformação de produtos de cortiça. Estas apresentam uma elevada
rivalidade entre si, porém a Corticeira Amorim destaca-se nesta indústria pelo facto de
não focar a sua atividade num só negócio, revelando-se um nível de ameaça dos
concorrentes relativamente baixo.
O contrário se verifica na empresa M.A. SILVA CORTIÇAS, S.A, que apresenta um
maior foco no negócio de produção e exportação de diferentes tipos de qualidades
visuais de rolha. Esta é a segunda maior empresa em termos de dimensão no setor da
cortiça.
Cadeia de Valor
A Corticeira Amorim atua em 5 áreas de negócio: Matérias-Primas, Rolhas,
Revestimentos, Aglomerados Compósitos e Isolamentos.
No que se refere à logística de entrada esta fase é comum às 5 áreas, criando
sinergias entre elas. Assim, a cortiça em bruto é utilizada em todas, exceto nos
Aglomerados Compósitos que resultam da reutilização do desperdício das outras
atividades. A aquisição de 95% da matéria-prima provém de produção local, isto é, de
Portugal e Espanha, incluindo nos restantes 5% todas as produções que ocorrem ao
longo do mediterrâneo, em países como, França, Itália, Marrocos, Tunísia e Argélia,
entre outros.
Nos últimos anos, a Corticeira Amorim desenvolveu estratégias de diversificação
das fontes de aprovisionamento, de forma a assegurar uma rápida resposta a um
possível aumento do preço da matéria-prima e a melhorar o processo de extração da
mesma. Esta primeira unidade de negócio mencionada apresenta-se de forma
autónoma, comparativamente às restantes, por permitir ao grupo reforçar a gestão das
matérias-primas especialmente numa ótica multinacional sem ter a necessidade de
passar por um processo produtivo.
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Relativamente ao processo produtivo que resulta no produto final “Rolhas”, e
depois da extração da cortiça selecionada, ocorre um processo automático ou
semiautomático com recurso a uma broca e onde posteriormente é avaliado a qualidade
final do produto. Por fim, estas são embaladas e estão prontas a ser distribuídas “para
ir ao encontro dos melhores vinhos do mundo.”
Os “Isolamentos” por sua vez, partem do processo de trituração e aglomeração
em autoclave, passando pela fase de estabilização e também esquadriamento e
serragem. No final o produto é embalado e dá-se a fase de expedição do mesmo. Deste
processo produtivo resulta também um resíduo em pó (combustível biomassa)
proveniente da fase de esquadriamento e serragem, sendo utilizado em 93% como fonte
de energia.
No que diz respeito aos “Revestimentos” estes apresentam um processo
produtivo semelhante ao anterior, distinguindo-se especialmente nas fases de
acabamento do produto final.
Em último, os “Aglomerados Compósitos” mostram ser a área onde a
sustentabilidade está mais patente, visto que toda a cortiça sobrante é matéria-prima
desta unidade de negócio. O desperdício é prensado e deste resultam produtos finais
que servem as áreas aeroespacial, de mobilidade, calçado, energia, selagem, construção
civil, entre outras.
O “Marketing e vendas” desta holding portuguesa está direcionado para todos
os stakeholders, garantindo uma relação de transparência e compromisso. É notório o
cuidado com o tratamento da informação, através das plataformas digitais que mostram
o lado empresarial e organizacional da empresa.
À semelhança do “Marketing e vendas”, a fase dos “Serviços” é transversal a
todas as unidades de negócio, esta oferece um apoio ao cliente através dos contactos
de cada uma das Unidades Industriais ou Sedes da Corticeira Amorim no Mundo.
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DIAGNÓSTICO
CAGR
Nesta primeira fase de diagnóstico, calculámos as taxas de crescimento das
rubricas do Balanço e da Demonstração dos Resultados da Corticeira Amorim, para uma
melhor análise da evolução da empresa entre os anos de 2018 a 2021.
No que diz respeito à Demonstração dos Resultados, a rubrica Vendas sofreu
uma ligeira descida de 5,24% de 2019 para 2020, registando um aumento em 2021 de
cerca de 13,20%. É verificada a tendência de descida dos CMVM à medida que descem
as vendas, exceto dos anos de 2018 para 2019 em que um aumento das vendas não
resulta um aumento dos custos, explicado por nestes anos ter existido uma diminuição
dos custos das matérias-primas nos principais fornecedores de matéria-prima não local.
Assim, ao olharmos para o EBITDA, observamos que até 2020 ocorre uma
diminuição desta rubrica, justificada por uma diminuição das vendas e dos custos das
mercadorias vendidas e matérias consumidas, no entanto a diminuição desta última não
permite compensar a diminuição das vendas, provocando uma diminuição continuada
do EBITDA apenas contrariada em 2021, em que o aumento das vendas em 97.717 face
ao ano anterior permite cobrir, de igual forma, o aumento dos gastos (em 85.829).
Por fim, tanto no EBIT como no Resultado Líquido verifica-se uma tendência
semelhante às anteriormente mencionadas.
Relativamente à evolução da posição financeira, o ativo tem aumentado em
todos os anos, destacando o crescimento de 7,52% de 2020 para 2021.Quanto aos ativos
não correntes destaca-se pelo ligeiro aumento dos ativos fixos tangíveis e pelo aumento
significativo dos ativos intangíveis.
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A diminuição do passivo corrente é superior ao aumento do passivo não corrente
justificando assim a diluição total do passivo de 2018 para 2020. O total do capital
próprio da empresa tem aumentado de forma gradual entre os anos em análise, devido
ao aumento das reservas e outras componentes do capital próprio destacando o
aumento de 2019 para 2020 de aproximadamente 16,87%.
A margem Bruta é calculada pela diferença entre as receitas e os custos da
mercadoria vendida e matéria consumida, ou seja, determina a rendibilidade do nosso
negócio.
Ao longo dos anos, averiguamos que as vendas têm aumentado
significativamente, enquanto os custos têm diminuído, o que faz com que a margem
bruta em percentagem aumente. De 2018 para 2021 registou-se um aumento de,
aproximadamente 5% na margem bruta em % pelos factos anteriormente referidos.
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Quanto à rotação do ativo, esta tem-se mantido constante, apresentando um
valor aproximado de 0,8, à exceção de 2020, que foi de 0,7. Isto significa que, por cada
euro investido em ativo, a empresa gera receitas de, aproximadamente, 0,8€.
Assim, podemos concluir que, com a diminuição do ROA, a empresa está a
diminuir a capacidade dos seus ativos para gerar resultados e, consequentemente, a
diminuir a sua eficiência.
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Analisando o Book Value of Equity e o Net Debt, podemos concluir que o
aumento registado no ROIC dos anos de 2019 para 2020, deve-se à diminuição destes
dois componentes, passando de 972.008 para 935.419. Contudo, em 2021, denota-se
uma nova diminuição do ROIC pelo aumento do somatório do Book Value of Equity e do
Net Debt.
Tipo de negócio
Os tipos de negócio dividem-se em negócios de margem e negócios de volume.
O que os distingue é a sua rendibilidade líquida e a rotação do ativo, indicadores que
constituem o NET ROA.
Neste caso, a rendibilidade líquida das vendas apresenta um valor, em média, de
10%, enquanto a rotação do ativo tem sido inferior a 1 ano. Com isto, podemos concluir
que o tipo de negócio da Corticeira Amorim é um negócio de margem ou negócio de
capital intensivo.
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O breakeven point informa a empresa do valor que esta necessita vender, para
cobrir os seus custos. Neste caso, o valor registado foi de 459.589€ em 2021, mostrando
que terá de vender 3.148€ a mais face a 2018, para manter um resultado operacional
positivo.
Através da margem de segurança, podemos analisar a distância do nível de
atividade da empresa face ao seu ponto crítico. É possível constatar que a Corticeira
apresenta baixo risco, uma vez que vende, aproximadamente, 82% acima da sua
atividade e, quanto maior a margem, menor o risco que a organização enfrenta.
Relativamente ao Grau Económico de Alavanca verificamos que a margem de
contribuição contribui para o EBIT cerca de 2,215€, valor este inferior face a 2020. Por
fim, o Grau Financeiro de Alavanca em 2021, situa-se em 1,19, o que significa que por
cada variação de 1% no EBIT, o EBT varia 1,19%.
Equilíbrio Financeiro
O equilíbrio financeiro é o que permite à empresa identificar qual a capacidade
necessária para liquidar as suas obrigações, sem haver lugar a roturas de tesouraria.
Assim, para se proceder à sua análise devemos centrar-nos no fundo de maneio, este
indicador baseia-se no financiamento dos ativos em função do tempo que se espera que
estes estejam à disposição da empresa. Após a observação da Worksheet “Equilíbrio
Financeiro" para cálculo do fundo maneio, verificamos que há uma pequena
discrepância justificada devido a possíveis arredondamentos nas demonstrações
financeiras da Corticeira Amorim.
Para ocorrer equilíbrio financeiro é necessário haver uma igualdade entre o grau
de exigência dos recursos e a disponibilidade e liquidez das aplicações, ou seja, uma
igualdade entre o ativo corrente e o passivo corrente ou, por outro lado, uma
equivalência entre o ativo imobilizado e os capitais permanentes. No caso da Corticeira
Amorim, não se verifica nenhuma destas condições pelo que podemos dizer que não
garante a regra do equilíbrio financeiro mínimo.
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Desta forma, analisando este indicador conclui-se que, desde 2018, a Corticeira
Amorim tem registado um contínuo crescimento, devido ao excesso de capitais
permanentes em relação aos ativos de longo prazo. Destaca-se o ano de 2020 com um
valor de 379 287€, um crescimento de, aproximadamente, 18% relativamente ao ano
anterior.
Relativamente ao Working capital, vamos analisar mais detalhadamente o ativo
e o passivo de curto prazo, através das necessidades e dos recursos de exploração.
Verifica-se que este é positivo ao longo dos anos, devido, essencialmente, às rubricas de
inventários, que apesar da sua diminuição, são as que apresentam maior valor absoluto,
juntamente com a contínua diminuição dos recursos no geral. Averiguou-se que ocorreu
um decréscimo de 12% em 2021 resultante do aumento dos recursos de exploração,
sendo esta variação a mais significativa.
Assim, após esta análise é possível concluir que, uma vez que a empresa possui
mais ativos liquidados do que passivos, estes permitem compensar as suas obrigações
durante todos os anos em análise.
A diferença que se estabelece entre o fundo maneio e o Working Capital é
designada por Tesouraria. Durante os anos de 2018 a 2020 a Corticeira Amorim
apresenta uma tesouraria deficitária que indica uma insuficiência de recursos, isto
porque, parte do nosso ativo de médio/longo prazo está a ser financiado por recursos
com menor maturidade.
No entanto, em 2021, a empresa conseguiu recuperar de uma situação
fragilizada apresentando uma Tesouraria Superavitária o que reflete que esta conseguiu
cumprir com as suas responsabilidades de curto prazo.
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