Você está na página 1de 15

Avaliação e Reestruturação

de Empresas
Docente: Maria Mineiro
Turma FCC2

CORTICEIRA

Diana Costa – 98260


Inês Mendes – 98364
Margarida Borralho – 98380
Margarida Garcia – 98332
Marisa Barão – 98294
Marta Santos – 99358
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .................................................................................. 4
Missão, valores e objetivos ....................................................................................... 4
Dimensão ................................................................................................................. 4
Setor de atividade .................................................................................................... 5
Concorrência ............................................................................................................ 6
Cadeia de Valor ........................................................................................................ 7
DIAGNÓSTICO............................................................................................................... 9
CAGR ........................................................................................................................ 9
Return on Assets (ROA) .......................................................................................... 10
Return on Equity (ROE) ........................................................................................... 11
Return on Invested Capital (ROIC) .......................................................................... 12
Tipo de negócio ...................................................................................................... 13
Análise do modelo CVR ........................................................................................... 13
Equilíbrio Financeiro ............................................................................................... 14

2
INTRODUÇÃO

3
CARACTERIZAÇÃO DA
EMPRESA

A Corticeira Amorim é uma empresa com mais de 150 anos que se dedica à
transformação de produtos de cortiça, sendo a líder mundial do setor. Através desta
transformação, desenvolveu-se em cinco unidades de negócio: rolhas, matérias-primas,
revestimentos, aglomerados compósitos e isolamentos.

Missão, valores e objetivos


Para o sucesso de uma organização é essencial que se estabeleça uma missão,
valores e que se definam objetivos para que a mesma seja bem sucedida. Assim, a
missão da Corticeira Amorim é “Acrescentar valor à cortiça, de forma competitiva,
diferenciada e inovadora, em perfeita harmonia com a Natureza”.
Esta empresa apresenta uma cultura que aprecia diversos valores, como por
exemplo, o orgulho, a ambição, a iniciativa, a sobriedade e a atitude. Estes permitem,
de forma conjugada, criar condições para o sucesso da organização.
Para além disso, e para fazer cumprir a missão da organização, possui ainda
objetivos centrados em inovar e fomentar a mudança para se adaptarem à globalização
da economia e à nova era das tecnologias.

Dimensão
De acordo com o relatório anual consolidado de 2021, a Corticeira Amorim está
presente em 28 países, apresentando 27 unidades industriais, 56 empresas de
distribuição e 12 joint-ventures. Salienta-se ainda, o facto de potenciar o
desenvolvimento de novos postos de trabalho, uma vez que esta representa 71% dos
trabalhadores em Portugal, o que equivale a, aproximadamente, 4.642 trabalhadores. A
Corticeira Amorim tem cerca de 29.000 clientes em mais de 100 países, contribuindo
para um volume de vendas de, aproximadamente, 838 milhões de euros.

4
Setor de atividade
A Corticeira Amorim insere-se no setor da cortiça, sendo esta a sua principal
atividade.
Este setor desempenha um papel particularmente importante a nível
económico, social e ambiental. Portugal apresenta como vantagem a extensa área
florestal do país, ocupando 22% da mesma com a árvore nacional, o sobreiro. O
território nacional detém um terço da área global de sobreiros, revelando-se o maior
produtor de cortiça no mundo e responsável por 50% da transformação mundial.

Através da análise do gráfico verificamos que, durante o período pandémico,


houve um decréscimo das exportações no 2º trimestre, que levou à estagnação das
mesmas no 3º e 4º trimestre, impactando assim, todo o ano de 2020, que apresentou
os valores mais baixos dos últimos anos. No entanto, observámos que no final desse ano
houve um potencial crescimento, que acabou por se verificar no início de 2021.
Este aumento resulta de um crescimento nos segmentos de maior valor
acrescentado, o que permite ao setor da cortiça retomar a sua fase de crescimento antes
da situação pandémica, reforçando ainda mais o seu posicionamento no mercado tanto
nacional como mundial.

5
As exportações portuguesas de cortiça atingiram um valor de 1.133 milhões de
euros em 2021, representando um crescimento de 12% face ao período homólogo e, de
7% face a 2019.
As exportações portuguesas de cortiça, os seus derivados e produtos no 2º
trimestre de 2022, atingiram 343,5 milhões de euros, um novo máximo trimestral.

Relativamente aos principais mercados de cortiça, destaca-se no 2º trimestre de


2022 crescimentos acentuados nas exportações da França, Espanha e Itália. No entanto,
constata-se uma quebra das mesmas nos EUA e na Alemanha face ao mesmo período.
Desta forma, a Espanha tornou-se, assim, o segundo principal mercado de destino das
exportações portuguesas de cortiça, no último trimestre, ultrapassando os EUA.

Concorrência
Na rivalidade entre os concorrentes, a empresa tem de ter em conta critérios
como o número de concorrentes, as características de cada um, o nível de publicidade,
o grau de diferenciação, entre outros. Esta pode resultar numa guerra de preços, mas
também uma corrida pela inovação e mais agressividade no marketing.
Quanto à concorrência no setor da cortiça, esta é pouco significativa, uma vez
que a Corticeira Amorim é a grande líder do mercado. Em 1989, os seus produtos já
representavam cerca de 34% das exportações portuguesas e, atualmente, excedem em
mais de metade as exportações de toda a indústria. Além disso, a Corticeira Amorim

6
contribui mais para a economia portuguesa do que as restantes empresas do setor
juntas.
A indústria da cortiça engloba um elevado número de empresas tanto em
Portugal, como no resto do mundo, existindo assim diversas empresas a atuar na
indústria da transformação de produtos de cortiça. Estas apresentam uma elevada
rivalidade entre si, porém a Corticeira Amorim destaca-se nesta indústria pelo facto de
não focar a sua atividade num só negócio, revelando-se um nível de ameaça dos
concorrentes relativamente baixo.
O contrário se verifica na empresa M.A. SILVA CORTIÇAS, S.A, que apresenta um
maior foco no negócio de produção e exportação de diferentes tipos de qualidades
visuais de rolha. Esta é a segunda maior empresa em termos de dimensão no setor da
cortiça.

Cadeia de Valor
A Corticeira Amorim atua em 5 áreas de negócio: Matérias-Primas, Rolhas,
Revestimentos, Aglomerados Compósitos e Isolamentos.
No que se refere à logística de entrada esta fase é comum às 5 áreas, criando
sinergias entre elas. Assim, a cortiça em bruto é utilizada em todas, exceto nos
Aglomerados Compósitos que resultam da reutilização do desperdício das outras
atividades. A aquisição de 95% da matéria-prima provém de produção local, isto é, de
Portugal e Espanha, incluindo nos restantes 5% todas as produções que ocorrem ao
longo do mediterrâneo, em países como, França, Itália, Marrocos, Tunísia e Argélia,
entre outros.
Nos últimos anos, a Corticeira Amorim desenvolveu estratégias de diversificação
das fontes de aprovisionamento, de forma a assegurar uma rápida resposta a um
possível aumento do preço da matéria-prima e a melhorar o processo de extração da
mesma. Esta primeira unidade de negócio mencionada apresenta-se de forma
autónoma, comparativamente às restantes, por permitir ao grupo reforçar a gestão das
matérias-primas especialmente numa ótica multinacional sem ter a necessidade de
passar por um processo produtivo.
7
Relativamente ao processo produtivo que resulta no produto final “Rolhas”, e
depois da extração da cortiça selecionada, ocorre um processo automático ou
semiautomático com recurso a uma broca e onde posteriormente é avaliado a qualidade
final do produto. Por fim, estas são embaladas e estão prontas a ser distribuídas “para
ir ao encontro dos melhores vinhos do mundo.”
Os “Isolamentos” por sua vez, partem do processo de trituração e aglomeração
em autoclave, passando pela fase de estabilização e também esquadriamento e
serragem. No final o produto é embalado e dá-se a fase de expedição do mesmo. Deste
processo produtivo resulta também um resíduo em pó (combustível biomassa)
proveniente da fase de esquadriamento e serragem, sendo utilizado em 93% como fonte
de energia.
No que diz respeito aos “Revestimentos” estes apresentam um processo
produtivo semelhante ao anterior, distinguindo-se especialmente nas fases de
acabamento do produto final.
Em último, os “Aglomerados Compósitos” mostram ser a área onde a
sustentabilidade está mais patente, visto que toda a cortiça sobrante é matéria-prima
desta unidade de negócio. O desperdício é prensado e deste resultam produtos finais
que servem as áreas aeroespacial, de mobilidade, calçado, energia, selagem, construção
civil, entre outras.
O “Marketing e vendas” desta holding portuguesa está direcionado para todos
os stakeholders, garantindo uma relação de transparência e compromisso. É notório o
cuidado com o tratamento da informação, através das plataformas digitais que mostram
o lado empresarial e organizacional da empresa.
À semelhança do “Marketing e vendas”, a fase dos “Serviços” é transversal a
todas as unidades de negócio, esta oferece um apoio ao cliente através dos contactos
de cada uma das Unidades Industriais ou Sedes da Corticeira Amorim no Mundo.

8
DIAGNÓSTICO

Para analisar mais cuidadosamente a empresa, iremos fazer um diagnóstico


relativamente ao período de 2017 a 2021. Neste iremos incluir uma análise das
Compound Annual Growth Rate, a Análise da rendibilidade dos Ativos, dos Capitais
Próprios e do Capital investido, através da utilização do ROA, ROE e ROIC. Para além
destas, iremos ainda fazer uma Análise de Custos/Volumes/Resultados e iremos
determinar o Equilíbrio Financeiro da empresa.

CAGR
Nesta primeira fase de diagnóstico, calculámos as taxas de crescimento das
rubricas do Balanço e da Demonstração dos Resultados da Corticeira Amorim, para uma
melhor análise da evolução da empresa entre os anos de 2018 a 2021.
No que diz respeito à Demonstração dos Resultados, a rubrica Vendas sofreu
uma ligeira descida de 5,24% de 2019 para 2020, registando um aumento em 2021 de
cerca de 13,20%. É verificada a tendência de descida dos CMVM à medida que descem
as vendas, exceto dos anos de 2018 para 2019 em que um aumento das vendas não
resulta um aumento dos custos, explicado por nestes anos ter existido uma diminuição
dos custos das matérias-primas nos principais fornecedores de matéria-prima não local.
Assim, ao olharmos para o EBITDA, observamos que até 2020 ocorre uma
diminuição desta rubrica, justificada por uma diminuição das vendas e dos custos das
mercadorias vendidas e matérias consumidas, no entanto a diminuição desta última não
permite compensar a diminuição das vendas, provocando uma diminuição continuada
do EBITDA apenas contrariada em 2021, em que o aumento das vendas em 97.717 face
ao ano anterior permite cobrir, de igual forma, o aumento dos gastos (em 85.829).
Por fim, tanto no EBIT como no Resultado Líquido verifica-se uma tendência
semelhante às anteriormente mencionadas.
Relativamente à evolução da posição financeira, o ativo tem aumentado em
todos os anos, destacando o crescimento de 7,52% de 2020 para 2021.Quanto aos ativos
não correntes destaca-se pelo ligeiro aumento dos ativos fixos tangíveis e pelo aumento
significativo dos ativos intangíveis.

9
A diminuição do passivo corrente é superior ao aumento do passivo não corrente
justificando assim a diluição total do passivo de 2018 para 2020. O total do capital
próprio da empresa tem aumentado de forma gradual entre os anos em análise, devido
ao aumento das reservas e outras componentes do capital próprio destacando o
aumento de 2019 para 2020 de aproximadamente 16,87%.
A margem Bruta é calculada pela diferença entre as receitas e os custos da
mercadoria vendida e matéria consumida, ou seja, determina a rendibilidade do nosso
negócio.
Ao longo dos anos, averiguamos que as vendas têm aumentado
significativamente, enquanto os custos têm diminuído, o que faz com que a margem
bruta em percentagem aumente. De 2018 para 2021 registou-se um aumento de,
aproximadamente 5% na margem bruta em % pelos factos anteriormente referidos.

Return on Assets (ROA)

O NET ROA tem em conta a forma como a empresa é financiada, que é

evidenciada através dos gastos de financiamento e dos impostos. Este confronta o


resultado líquido com os ativos que a empresa tem à disposição. Por outro lado, o
GROSS ROA não tem em conta o financiamento da empresa. Este confronta o resultado
operacional com os ativos da empresa.
Através da análise do gráfico 1, verificamos que o NET ROA teve um decréscimo
pouco significativo entre 2018 e 2021, tendo passado de 8,55% para 7,68%, sendo que
no último ano teve um aumento de quase 1%.
Do ponto de vista do GROSS ROA, este tem vindo a diminuir ao longo dos anos,
tendo passado de 10,63% para 8,66%. Desagregando o ROA, podemos ainda analisar a
rendibilidade operacional das vendas e a rotação do ativo.
Quanto à rendibilidade operacional das vendas, esta tem vindo a decrescer,
tendo passado de 13,46% para 11,18%. Com isto, podemos dizer que entre 11% e 13%
das vendas geraram resultados para o negócio.

10
Quanto à rotação do ativo, esta tem-se mantido constante, apresentando um
valor aproximado de 0,8, à exceção de 2020, que foi de 0,7. Isto significa que, por cada
euro investido em ativo, a empresa gera receitas de, aproximadamente, 0,8€.
Assim, podemos concluir que, com a diminuição do ROA, a empresa está a
diminuir a capacidade dos seus ativos para gerar resultados e, consequentemente, a
diminuir a sua eficiência.

Return on Equity (ROE)


Os ativos podem ser financiados tanto por Capitais Próprios, como por Capitais
Alheios. Assim, para medir a rendibilidade dos ativos que foram financiados pelos
acionistas, recorre-se ao ROE através das três desagregações: Análise Dupont, Modelo
Aditivo e Modelo Multiplicativo.
No que diz respeito a este indicador, verificamos que houve um decréscimo de
2018 a 2020 cuja variação percentual é de 4,68%. Em 2021 ocorreu um crescimento de
1,42% face ao período homólogo.
Através da análise Dupont, o ROE é desagregado em rendibilidade líquida das
vendas, rotação do ativo e autonomia financeira. Em relação à rendibilidade líquida das
vendas, verificamos que, em média, alcançou cerca de 10%, isto significa que, por cada
unidade monetária vendida, contribui cerca de 0,1 para o resultado líquido
(lucro). Quanto à rotação do ativo, esta está explicada no ROA. Para além destes
componentes, a estrutura de capital também tem de ser considerada na análise do ROE
e, para tal, é necessário o cálculo do rácio da autonomia financeira. No caso em estudo,
o ativo está a ser financiado em aproximadamente 60% por capital próprio.
No caso do modelo aditivo, o ROE é expresso em função da rendibilidade gerada
pelo ativo e do custo dos capitais alheios. Este modelo tem como componentes o GROSS
ROA, o custo do capital alheio, a taxa de imposto sobre o rendimento, o rácio
debt/equity, bem como as outras componentes dos juros. Entre 2018 e 2020 ocorreu
uma diminuição facilmente justificada pela diminuição dos respetivos constituintes. Em
2021, embora tenha diminuído face ao primeiro período em análise, este aumentou face
ao período homólogo. Este aumento justifica-se pelo aumento significativo dos outros
11
componentes. Uma vez que o GROSS ROA é superior ao r em todo o período em análise
verificamos que o ROE foi positivamente impactado.
Através do cálculo do ROE pelo Modelo Multiplicativo, verifica-se que a
componente operacional apresenta um decréscimo ao longo dos anos em análise em
todas as variáveis que contribuem para esta componente, com exceção do último ano
em análise, que aumentou face ao período homólogo em 0,2%. A componente
financeira decresceu em todos os anos, como resultado da diminuição da proporção dos
capitais alheios, registando em média um peso de 1,81. Já a componente fiscal sofreu
oscilações ao longo dos anos em observação, registando um crescimento em 2021 face
ao período homólogo de aproximadamente 0,09, como resultado das alterações do
efeito fiscal. Resumidamente a componente financeira teve um maior impacto no
cálculo do ROE pelo Modelo do Multiplicativo.

Return on Invested Capital (ROIC)


O Return on Invested Capital mede a rendibilidade do Capital Investido na
atividade da empresa. Este mostra-se uma boa medida de desempenho, dado que o
resultado que produz permite retirar conclusões precisas acerca da performance
operacional da empresa, independentemente da forma como é financiada.
De acordo com o gráfico 3, verificamos um decréscimo ao longo dos anos em
análise, destacando-se a maior descida entre os anos de 2018 e 2019, no valor de,
aproximadamente, 1%.
Desagregando o ROIC, este traduz-se no quociente entre o NOPLAT e a soma
entre o Net Debt e Book Value of Equity.
O NOPLAT é o lucro que a empresa obtém da atividade operacional depois de
deduzidos os impostos. Para o caso da Corticeira Amorim observámos que este
indicador tem vindo a diminuir, fruto da diminuição do EBIT ao longo destes 4 anos, o
que afeta o ROIC. Notamos, no entanto, que 2021 contrariou esta tendência,
verificando-se um ligeiro aumento no EBIT e, por consequência, no NOPLAT.

12
Analisando o Book Value of Equity e o Net Debt, podemos concluir que o
aumento registado no ROIC dos anos de 2019 para 2020, deve-se à diminuição destes
dois componentes, passando de 972.008 para 935.419. Contudo, em 2021, denota-se
uma nova diminuição do ROIC pelo aumento do somatório do Book Value of Equity e do
Net Debt.

Tipo de negócio
Os tipos de negócio dividem-se em negócios de margem e negócios de volume.
O que os distingue é a sua rendibilidade líquida e a rotação do ativo, indicadores que
constituem o NET ROA.
Neste caso, a rendibilidade líquida das vendas apresenta um valor, em média, de
10%, enquanto a rotação do ativo tem sido inferior a 1 ano. Com isto, podemos concluir
que o tipo de negócio da Corticeira Amorim é um negócio de margem ou negócio de
capital intensivo.

Análise do modelo CVR


A análise do modelo CVR pretende compreender como se comportam os custos,
tendo em conta as variações na atividade da empresa. Para este modelo, é então
necessário analisar o resultado operacional, o ponto crítico das vendas, a margem de
segurança e os graus de alavanca, tanto económico como financeiro.
Ao longo dos anos verificamos um crescimento no resultado operacional, com
exceção do ano de 2020 onde ocorreu um decréscimo, como resultado da diminuição
do volume de vendas e dos custos. Neste caso, devemos ter em conta que o resultado
operacional calculado através deste método não será o mesmo que o apresentado na
Demonstração dos Resultados, pois a empresa apresenta outros componentes de
rendimentos para além das vendas.
Analisando a margem de contribuição, denota-se que esta atinge o seu máximo
em 2021, fruto do peso do volume de vendas para este indicador e, ainda podemos
notar a tendência crescente da mesma.

13
O breakeven point informa a empresa do valor que esta necessita vender, para
cobrir os seus custos. Neste caso, o valor registado foi de 459.589€ em 2021, mostrando
que terá de vender 3.148€ a mais face a 2018, para manter um resultado operacional
positivo.
Através da margem de segurança, podemos analisar a distância do nível de
atividade da empresa face ao seu ponto crítico. É possível constatar que a Corticeira
apresenta baixo risco, uma vez que vende, aproximadamente, 82% acima da sua
atividade e, quanto maior a margem, menor o risco que a organização enfrenta.
Relativamente ao Grau Económico de Alavanca verificamos que a margem de
contribuição contribui para o EBIT cerca de 2,215€, valor este inferior face a 2020. Por
fim, o Grau Financeiro de Alavanca em 2021, situa-se em 1,19, o que significa que por
cada variação de 1% no EBIT, o EBT varia 1,19%.

Equilíbrio Financeiro
O equilíbrio financeiro é o que permite à empresa identificar qual a capacidade
necessária para liquidar as suas obrigações, sem haver lugar a roturas de tesouraria.
Assim, para se proceder à sua análise devemos centrar-nos no fundo de maneio, este
indicador baseia-se no financiamento dos ativos em função do tempo que se espera que
estes estejam à disposição da empresa. Após a observação da Worksheet “Equilíbrio
Financeiro" para cálculo do fundo maneio, verificamos que há uma pequena
discrepância justificada devido a possíveis arredondamentos nas demonstrações
financeiras da Corticeira Amorim.
Para ocorrer equilíbrio financeiro é necessário haver uma igualdade entre o grau
de exigência dos recursos e a disponibilidade e liquidez das aplicações, ou seja, uma
igualdade entre o ativo corrente e o passivo corrente ou, por outro lado, uma
equivalência entre o ativo imobilizado e os capitais permanentes. No caso da Corticeira
Amorim, não se verifica nenhuma destas condições pelo que podemos dizer que não
garante a regra do equilíbrio financeiro mínimo.

14
Desta forma, analisando este indicador conclui-se que, desde 2018, a Corticeira
Amorim tem registado um contínuo crescimento, devido ao excesso de capitais
permanentes em relação aos ativos de longo prazo. Destaca-se o ano de 2020 com um
valor de 379 287€, um crescimento de, aproximadamente, 18% relativamente ao ano
anterior.
Relativamente ao Working capital, vamos analisar mais detalhadamente o ativo
e o passivo de curto prazo, através das necessidades e dos recursos de exploração.
Verifica-se que este é positivo ao longo dos anos, devido, essencialmente, às rubricas de
inventários, que apesar da sua diminuição, são as que apresentam maior valor absoluto,
juntamente com a contínua diminuição dos recursos no geral. Averiguou-se que ocorreu
um decréscimo de 12% em 2021 resultante do aumento dos recursos de exploração,
sendo esta variação a mais significativa.
Assim, após esta análise é possível concluir que, uma vez que a empresa possui
mais ativos liquidados do que passivos, estes permitem compensar as suas obrigações
durante todos os anos em análise.
A diferença que se estabelece entre o fundo maneio e o Working Capital é
designada por Tesouraria. Durante os anos de 2018 a 2020 a Corticeira Amorim
apresenta uma tesouraria deficitária que indica uma insuficiência de recursos, isto
porque, parte do nosso ativo de médio/longo prazo está a ser financiado por recursos
com menor maturidade.
No entanto, em 2021, a empresa conseguiu recuperar de uma situação
fragilizada apresentando uma Tesouraria Superavitária o que reflete que esta conseguiu
cumprir com as suas responsabilidades de curto prazo.

15

Você também pode gostar